terça-feira, 5 de novembro de 2019

Feijoa, a nossa goiaba-da-serra

fonte: apremavi

 Flor de Feijoa. Foto: Acervo Apremavi.

13 maio, 2014 | Guia de Espécies
A goiaba-da-serra, também conhecida como feijoa, goiaba-serrana, goiaba-crioula ou araçá-do-rio-grande é uma frutífera nativa da Mata Atlântica do Sul do Brasil, encontrada na floresta com araucárias. Suporta bem o frio, sendo uma espécie importante para plantios de restauração. A goiaba-da-serra tem formato arbustivo, com altura variando de 2 a 5 metros de altura, o que facilita a colheita dos frutos. Seu fruto verde possui casca bastante espessa e em geral é consumido in natura e de “colherinha” como se diz na região meio oeste de Santa Catarina. O fruto doce-acidulado e com excelente aroma também serve para a produção de sucos, geleias e sorvetes.
As flores da goiaba-da-serra são muito vistosas, com pétalas
carnudas e estames vermelhos.  As pétalas das flores podem ser utilizadas em saladas. Como são muito saborosas são bastante apreciadas pelas aves, que funcionam como polinizadores da planta. Ao se “sujarem” de pólem acabam levando o pólem de uma planta para outra. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), chegaram a observar nove espécies de pássaros se alimentando em um único pé de goiaba-da-serra, em Gramado (RS), entre eles o sanhaço-cinzento (Thraupis sayaca) e a saíra-preciosa (Tangara preciosa). O sanhaço foi avistado alimentando os filhotes no ninho com os pedacinhos de pétalas.
As flores vistosas fazem com que a espécie seja muito usada para ornamentação. A goiaba-da-serra também tem sido apontada como uma espécie de grande potencial ecológico, exatamente por ser muito atrativa à avifauna.
Apesar de ser nativa do Brasil, as raras frutas que podem ser encontradas nos mercados, são normalmente provenientes de plantações feitas na Colômbia. Mesmo tendo um enorme potencial econômico, os plantios para fins comercias no Brasil ainda são raros, por conta da fragilidade do fruto, cuja armazenagem não pode ultrapassar de 2 a 3 semanas, e pelo fato da espécie ainda não estar completamente domesticada.
O viveiro Jardim das Florestas da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) produz mudas de goiaba-da-serra para serem utilizadas em projetos de recuperação de áreas e paisagismo. Um dos projetos executados pela Apremavi que utiliza essa espécie é o Projeto Araucária, patrocinado pela Petrobras.
Sanhaçu de encontro azul (Thrapis cyaniptera)​, um dos apreciadores da goiaba-da-serra. Foto: Acervo Apremavi.

Goiaba-da-serra

Nome científico: Acca sellowiana (O. Berg.) Burret.
Família: Myrtaceae.
Utilização: Madeira utilizada para lenha e obras em geral. Seus frutos são comestíveis e podem ser transformados em geleias, sucos, doces, etc. Muitos animais se alimentam desta espécie que pode também ser utilizada para o paisagismo urbano.
Coleta de sementes: Diretamente da árvore quando começa a queda espontânea dos frutos.
Fruto: O fruto é classificado como um pseudofruto do tipo pomo, casca verde, baga com formato oblongo, polpa cor gelo, tem diâmetro de 3 a 5 cm.
Frutificação: Fevereiro a Maio.
Flor: Vermelha com branco
Crescimento da muda: Médio.
Germinação: Normal.
Plantio: Mata ciliar, área aberta.
Autora: Marluci Pozzan.
Colaboração: Edilaine Dick e Miriam Prochnow.
Fontes Consultadas:
AMARANTE, C .V. T.; SANTOS, K. L. Goiabeira-serrana (Acca sellowiana). Rev. Bras. Frutic. vol.33 no.1 Jaboticabal Mar. 2011.
BARNI, E.J.; DUCROQUET, J.P.; SILVA, M.C.; NETO, R.B.; PRESSER, R.F.Potencial de mercado para goiabeira-serrana catarinense. Florianópolis: Epagri, 2004. 48p. (Documento, 212).
DEGENHARDT, J. et al. Morfologia floral da goiabeira serrana (feijoa sellowiana) e suas implicações na polinização. Rev. Bras. Frutic. vol.23 no.3 Jaboticabal Dec. 2001.
LORENZI, H. Eugenia uniflora L. In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. p. 254.
MONDIN, C. A., EGGERS, L. FERREIRA, P. M. A. (Org). Catálogo ilustrado de plantas – espécies ornamentais da PUCRS. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
PROCHNOW, M. (Org.). No Jardim das Florestas. Rio do Sul. Apremavi: 2007.
QUADROS, K. E. et al. Estudo anatômico do crescimento do fruto em Acca sellowianaBerg. Rev. Bras. Frutic. vol.30 no.2 Jaboticabal June 2008.
http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/biodiversa/feijoa-guardem-bem-este-nome/

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