Fonte: jornal da USP
Livro foi elaborado por pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Brenda Marchiori
Ao caminhar pelo Campus da USP em Ribeirão Preto, os frequentadores têm a disposição uma imensa flora, composta também de uma variedade de frutas, que vai desde a tão conhecida banana até as mais exóticas e pouco conhecidas, como grumixama e calabura. Para que a comunidade interna e externa se aproximem e conheçam detalhes dessa flora, pesquisadores do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) acabam de lançar o Guia das Frutas do Campus da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, disponível gratuitamente neste link.
De autoria do especialista em laboratório José Ricardo Barosela, do Laboratório de Ecologia Química e Restauração Florestal do Departamento de Biologia da FFCLRP, e de Helijone Munhoz Rosa, ex-aluno do Curso de Ciências Biológicas, o livro é um material de divulgação científica para toda a população, mas que traz informações também para a comunidade científica.
O guia, adianta a professora Elenice Mouro Varanda, responsável pelo prefácio da obra, “valoriza a riqueza de frutas, seja de nativas ou exóticas”, presentes no campus e, ainda, traz informações interessantes e úteis sobre os pés de frutas, suas características e localização no campus. “Com o objetivo de ser um estimulante ao conhecimento botânico formal, o guia traz algumas espécies bem comuns, outras menos e ainda aquelas quase desconhecidas para a maioria da população que visita a USP Ribeirão Preto.”
José Ricardo Barosela e Helijone Munhoz Rosa, autores do guia ds frutas da USP em Ribeirão Preto - Foto: Reprodução
Além de ser interessante para que os frequentadores do campus saibam mais sobre os pés de frutas, os autores relatam que o livro pode servir também como fonte de informações seguras, com cuidado na apresentação dos dados sobre as espécies e os conceitos das estruturas vegetais apresentadas em linguagem e ilustrações claras em seu glossário. “É importante também para a educação informal, já que pode servir como um estímulo para o interesse pelas plantas, tão necessário para uma mudança de comportamento de cidadãos comuns em relação ao meio ambiente. Agora caminhando pelo campus, é possível você experimentar as frutas diretamente de seus pés com maior segurança”, afirma Elenice.
O mapa das árvores: pesquisadores dividiram o campus em 13 setores e mapearam as árvores frutíferas
Foto: Reprodução/Guia das Frutas do Campus da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto
Árvores frutíferas do campus
Entre as árvores frutíferas do campus da USP em Ribeirão Preto, estão as mais conhecidas, como goiaba, jabuticaba, abacate e a manga, uma das frutas tropicais mais importantes economicamente para o Brasil, cujo cultivo ocorre em todo o território nacional.
Também estão outras menos conhecidas, como a atemoia e a uvaia. Como contam os pesquisadores, a atemoia é uma planta híbrida, “obtida com o cruzamento da fruta-do-conde, também conhecida por ata (Annona squamosa L.) com a cherimoia (Annona cherimola Mill.)”, cuja produção de frutos vai de abril a agosto.
Já a uvaia, com 20 variedades, é uma planta originária do Brasil, típica de florestas ombrófilas densas (com vegetação de folhas largas e abundantes em chuva, florestas estacionais semideciduais (ambientes menos úmidos do que aqueles onde se desenvolve a floresta ombrófila densa e ficam entre a zona úmida costeira e o ambiente semiárido), mata ciliar e cerrado. Ocorre principalmente nos estados do Paraná, Ceará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, mas também é possível encontrá-la em São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. É uma fruta rica em vitamina C e, segundo os autores, seu gosto é muito saboroso, doce e ácido. A espécie também apresenta um grande potencial ornamental e na restauração florestal, e propriedades medicinais, pois é utilizada no tratamento de gota e hipertensão.
Capa do Guia das Frutas - Foto: Reprodução
A obra também traz um fruto quase desconhecido, o cuité, nativo da América Central, “mas cresce espontaneamente nas regiões norte e nordeste do Brasil”, adiantam os pesquisadores. “A espécie se desenvolve melhor em climas quentes e úmidos, apesar de suportar bem as secas”. As sementes germinam rapidamente, produzindo frutos depois de 4 ou 5 anos, e frutifica praticamente o ano todo.
O livro é gratuito e pode ser acessado clicando aqui.
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