segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Mosca Branca Singhiella simplex já ataca ficus em Porto Alegre

Temos observado algumas ficus benjamina atacada por mosca branca em porto alegre. Vamos monitorar.


Os ficus de São Paulo estão doentes e morrendo?

 Vindo da Ásia e amplamente disseminado nas cidades brasileiras nas duas últimas décadas, o ficus (Ficus benjamina), é hoje considerado um problema urbano, graças ao seu intenso plantio por parte da população. Rústico, de crescimento rápido e raízes agressivas, ele causa danos aos encanamentos subterrâneos e estruturas de edificações, e também não ajuda a nossa rica biodiversidade nativa por ser exótico.
Considero ser a segunda árvore mais comum na cidade, principalmente nos bairros sem arborização oficial. E os problemas gerados pela planta são tão graves que participa da restrita lista de espécies exóticas invasoras da Prefeitura de São Paulo.
Mas parece que a sua rusticidade está sendo colocada à prova há alguns meses na metrópole paulistana. Por alguma razão, muitos deles amarelaram e perderam grande parte das folhas, comprometendo a densa e verdejante copa típica da espécie. Vale lembrar que o ficus é uma planta perenifólia – não perde as folhas – ainda mais em pleno verão quente e chuvoso.
Em bairros inteiros de São Paulo eles estão nessa situação. Alguns ainda mantém a saúde, como os da Avenida Paulista, mas são minoria. Nas raízes sobre o solo, casca e folhas não há sintomas aparentes de doenças. Quem ou o que está vencendo a suposta invencibilidade e rusticidade do Ficus benjamina?


Ficus benjamina saudável com sua copa densa e verde no bairro de Perdizes em 2008.

Ficus já com sinais de perdas de folhas e vigor - fevereiro de 2011.

Este ficus da Praça Buenos Aires no bairro de Higienópolis já quase não tem mais folhas. Fevereiro de 2011.

Nessa árvore no bairro de Santo Amaro percebe-se nitidamente o lado esquerdo da copa já afetado perante a parte sadia.

A grande quantidade de folhas sob a árvore mostra que a perda é rápida.

Cena comum das copas desfolhadas do Ficus benjamina de São Paulo neste verão.
Ricardo Cardim

Singhiella simplex (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE)


AVALIAÇÃO DA INFESTAÇÃO PORSINGHIELLA SIMPLEX (HEMIPTERA:
ALEYRODIDAE) EM FICUS BENJAMINA NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Saindo um pouco da minha linha, vou postar parte do trabalho feito pelos colegas do setor a respeito de Singhiella simplex(HEMIPTERA:ALEYRODIDAE).


Adultos, pupas e ninfas.

Adultos, pupas e ninfas.




Este trabalho avalia o desfolhamento de árvores urbanas de Ficus benjamina pela mosca-branca-do-ficus, Singhiella simplex, na cidade de São Paulo. Foi feita amostragem sistemática nas cinco regiões da cidade: centro, norte, sul, leste e oeste e em cada região foram sorteados dois bairros, totalizando dez bairros. Foram amostradas 2.661 árvores, das quais 260 eram  Ficus benjamina e todas apresentavam sintomas de desfolha, indicando que o inseto ocorre em toda a cidade de São Paulo.


Dano com desfolia.



  Ficus benjamina  é uma espécie de figueira nativa das florestas tropicais da Índia, sudeste da Ásia, sul da China, Malásia, Filipinas, norte da Austrália e ilhas do Pacífico sul. Atualmente é plantada em várias partes do mundo e em alguns países utilizada na extração de resina (goma de benjamin), produção de incenso, como cerca-viva, ornamentação de jardins, interiores e no Brasil na arborização de várias cidades (Riffle, 1998;  Lima  et al., 2005). 
Na maioria das condições ambientais F. benjamina  pode ser atacada por diversas pragas e doenças como, cochonilhas, ácaros, nematóides, tripes e fungos (Brickell & Zuk, 1997).


Dano com desfolia.


Em agosto 2007, na Flórida, no condado de Miami (EUA), foram registrados severos ataques causados por mosca-branca-do-ficus (Singhiella simplex Singh, 1931) em várias espécies de figueiras (F. altissima, F. aurea, F. benjamina, F. lyrata, F.maclellandii e F. microcarpa) utilizadas na arborização pública e em cercas vivas, com desfolhamento intenso e até morte de plantas. Já existem registros de ataque dessa praga em Porto Rico, Jamaica, Ilhas Cayman e recentemente no Brasil (Jesus et al., 2010).

  Em sua região de origem apenas Encarsia tricolor  Foerster (Hymenoptera: Aphelinidae) é listada na literatura como inimigo natural (Mannion, 2008).
No Brasil, a primeira ocorrência de S.simplex  foi registrada no mês de agosto de 2009, pelo Prof. Dr.  Aurino Florencio de Lima no estado do Rio de Janeiro, em Barra do Piraí, Japeri, Mesquita, Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Queimados, São João do Meriti e Seropédica. Recentemente também foi assinalada em F. benjamina na cidade de São Paulo, SP (Jesus et. al., 2010).

O objetivo do presente trabalho foi identificar o agente causal dos sintomas apresentados em F. benjamina  bem como a distribuição deste agente na cidade de São Paulo.

O presente trabalho, foi de autoria de   Giuliana Del Nero Velasco 1, , Rogério Goularte Moura 2, , Evoneo Berti Filho 3, , Hilton Thadeu Zarate do Couto 4.
  


Desfolia. 

fonte: http://borboletasbr.blogspot.com.br/2012/07/singhiella-simplex-hemiptera.html

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Dica - Plantar jabuticabeira em Calçadas -



As jabuticabeiras podem ser plantadas em calçadas, próximo a alvenaria,
muros e piscinas.

Uma excelente opção para paisagismo, que produz frutos
e atrai pássaros.
Quer saber mais? www.jabuticabeira.com.br


jabuticabeiras plantadas na vila assunção em porto alegre. parabéns morador!!!
 

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

23° CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA & 2° CONGRESSO ÍBERO-AMERICANO DE ARBORIZAÇÃO URBANA


Acesse https://cbau2019.com.br/ e participe do maior evento sobre arborização do Brasil.

Dentre outros eventos, anualmente a SBAU realiza o Congresso Brasileiro de Arborização Urbana, neste ano fará o vigésimo terceiro junto com a segunda edição internacional Ibero-americano. Com a chamada “Antropização, Sustentabilidade e Cidadania”, juntos a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana – SBAU, a International Society of Arboriculture – ISA e através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura da Cidade de João Pessoa, realizarão de 23 a 27 de novembro em 2019 o Congresso Brasileiro de Arborização Urbana – 23º CBAU e o Congresso Ibero-americano de Arborização Urbana – 2º CIAU. Para os quais, temos o prazer incomensurável de convidar para discussão sobre Arboricultura, tema sem fronteiras, colegas de países ibero-americanos e demais interessados.
Eixos Temáticos
“Antropização, Sustentabilidade e Cidadania”
A programação do 23º CBAU e o 2º CIAU 2019 será lançado em breve.

O Tema Geral “Antropização, Sustentabilidade e Cidadania” está composto de onze Eixos Temáticos, quais sejam:

· PROCESSO DE URBANIZAÇÃO: Melhores Práticas no Manejo da Arborização e Florestas Urbanas;
· PAISAGISMO, ARBORIZAÇÃO E FLORESTAS URBANAS: Práxis para a Sustentabilidade de Biomas e Ecossistemas;
· DIREITO AMBIENTAL: Antropização e a Legislação Inerente a Arborização e Florestas Urbanas;
· ANTROPIZAÇÃO: Riscos e Catástrofes Atinentes à Arborização e Florestas Urbanas;
· ÁRVORES URBANAS x REDES AÉREAS E SUBTERRÂNEAS: Caminhos para Evitar Conflitos e Obter uma Convivência Sustentável;
· PAISAGISMO, ARTE, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA: Ações Socioambientais Sustentáveis, Aplicadas ao Paisagismo e Florestas Urbanas;
· TECNOLOGIAS ATUAIS: Equipamentos, Transporte e Ferramentas no Paisagismo e Arborização Urbana;
· PAISAGISMO URBANO: O Arbonegócio na Arboricultura Global, Mercados Potenciais e Profissionalização;
· PAISAGISMO, ARBORICULTURA E FLORESTAS URBANAS: Expertises em Países Ibero-americanos;
· PROCESSO DE URBANIZAÇÃO: Produção de Mudas e as Melhores Práticas na Implantação da Arborização e Florestas Urbanas;
· PLANOS DIRETORES DE ARBORIZAÇÃO e ÁREAS VERDES URBANAS: Importância, Aspectos Antrópicos, Sustentáveis e de Cidadania;

Fonte Site SBAU
Por: ANDREA ARAUJO DE OLIVEIRA LIBERATO

sábado, 9 de novembro de 2019

Olá,sou o cipó cabeludo!!

Cipó-cabeludo

                             
 
         Olá,sou o cipó cabeludo, conhecido pela comunidade científica como  Microgramma vacciniifolia. 

Pertenço à família das Polypodiaceae, Ordem Polypodiales, Classe Polypodiopsida. Não tenho flores, frutos, nem sementes, sendo colocada também no grupo das Pteridófitas (samambaias).


Cresço sobre outras plantas, sou uma epífita. Tenho um caule longo com cerca de 3mm de diâmetro cheio de escamas e pêlos. Aqui no CMPA vocês vão me encontrar crescendo sobre o tronco de árvores grandes como as figueiras, ipês e jacarandás,


Minhas folhas estéreis tem formato mais ovalado (como mostra a foto acima). As folhas férteis são alongadas e, na face de baixo possuo os soros, pontinhos pretos cheios de esporos que uso para reprodução, já que não possuo flores.



Normalmente sou encontrada sobre troncos e ramos de árvores do Cerrado e da Mata Atlântica, tanto em ambientes expostos ao sol como sombreados. Desde as Antilhas, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai, e Brasil.

Não quero parecer convencida, mas já participei de um curta metragem como personagem principal. vejam:


         Sou amplamente utilizado na fitoterapia brasileira e altamente considerado como um poderoso diurético. Meus principais usos documentados são para cistite, prostatite, uretrite, gota, infecções do trato urinário, muco excessivo, cálculos biliares, pedras nos rins e para ajudar a diminuir os níveis de ácido úrico na urina e no sangue. Sou um remédio natural preferido para nefrite e prostatite e  considerado útil na remoção de mucosas excessivas dos tratos urinário e brônquico.  Também sou empregado como um analgésico para neuralgia, reumatismo crônico e artrite e dor muscular geral.


Referências: 1. Catalogue of Life
                     2. Flora SBS

Identificador: Nélson Schenatto dos Angelos
Autores: Alunos Panerai, Pritch, Mirabal e Júlio Cézar (6º ano/2018)


sexta-feira, 8 de novembro de 2019

A reciclagem reduz, de forma importante, impacto sobre o meio ambiente!!



Como separar o lixo doméstico?

Não misture recicláveis com orgânicos - sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes. Coloque plásticos, vidros, metais e papéis em sacos separados.

Lave as embalagens do tipo longa vida, latas, garrafas e frascos de vidro e plástico. Seque-os antes de depositar nos coletores.

Papéis devem estar secos. Podem ser dobrados, mas não amassados.

Embrulhe vidros quebrados e outros materiais cortantes em papel grosso (do tipo jornal) ou colocados em uma caixa para evitar acidentes. Garrafas e frascos não devem ser misturados com os vidros planos.

O que não vai para o lixo reciclável?

Papel-carbono, etiqueta adesiva, fita crepe, guardanapos, fotografias, filtro de cigarros, papéis sujos, papéis sanitários, copos de papel. Cabos de panela e tomadas. Clipes, grampos, esponjas de aço, canos. Espelhos, cristais, cerâmicas, porcelana. Pilhas e baterias de celular devem ser devolvidas aos fabricantes ou depositadas em coletores específicos.

E as embalagens mistas: feitas de plástico e metal, metal e vidro e papel e metal?

Nas compras, prefira embalagens mais simples. Mas, se não tiver opção, desmonte-a separando as partes de metal, plástico e vidro e deposite-as nos coletores apropriados. No caso de cartelas de comprimidos, é difícil desgrudar o plástico do papel metalizado, então descarte-as junto com os plásticos. Faça o mesmo com bandejas de isopor, que viram matéria-prima para blocos da construção civil.

Outras dicas:

Papéis: todos os tipos são recicláveis, inclusive caixas do tipo longa-vida e de papelão. Não recicle papel com material orgânico, como caixas de pizza cheias de gordura, pontas de cigarro, fitas adesivas, fotografias, papéis sanitários e papel-carbono.

Plásticos: 90% do lixo produzido no mundo são à base de plástico. Por isso, esse material merece uma atenção especial. Recicle sacos de supermercados, garrafas de refrigerante (pet), tampinhas e até brinquedos quebrados.

Vidros: quando limpos e secos, todos são recicláveis, exceto lâmpadas, cristais, espelhos, vidros de automóveis ou temperados, cerâmica e porcelana.

Metais: além de todos os tipos de latas de alumínio, é possível reciclar tampinhas, pregos e parafusos. Atenção: clipes, grampos, canos e esponjas de aço devem ficar de fora.

Isopor: Ao contrário do que muita gente pensa, o isopor é reciclável. No entanto, esse processo não é economicamente viável. Por isso, é importante usar o isopor de diversas formas e evitar ao máximo o seu desperdício. Quando tiver que jogar fora, coloque na lata de plásticos. Algumas empresas transformam em matéria-prima para blocos de construção civil.

CURIOSIDADES:

  • A reciclagem de uma única lata de alumínio economiza energia suficiente para manter uma TV ligada durante três horas.
  • Cerca de 100 mil pessoas no Brasil vivem exclusivamente de coletar latas de alumínio e recebem em média três salários mínimos mensais, segundo a Associação Brasileira do Alumínio.
  • Uma tonelada de papel reciclado economiza 10mil litros de água e evita o corte de 17 árvores adultas.
  • Cada 100 toneladas de plástico reciclado economizam 1 tonelada de petróleo.
  • Um quilo de vidro quebrado faz 1kg de vidro novo e pode ser infinitamente reciclado.
  • O lacre da latinha não vale mais e não deve ser vendido separadamente. As empresas reciclam a lata com ou sem o lacre. Isso porque o anel é pequeno e pode se perder durante o transporte.
  • Para produzir 1 tonelada de papel é preciso 100 mil litros de água e 5 mil KW de energia. Para produzir a mesma quantidade de papel reciclado, são usados apenas 2 mil litros de água e 50% da energia.
  • Cada 100 toneladas de plástico economizam uma tonelada de petróleo.
  • O vidro pode ser infinitamente reciclado.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

A senescência é um processo metabólico ativo associado ao processo de envelhecimento.

Senescência

 

   Citologia


Senescência é o processo natural de envelhecimento ao nível celular ou o conjunto de fenômenos associados a este processo.
A senescência é um processo metabólico ativo associado ao processo de envelhecimento. Ocorre por meio de uma programação genética que envolve redução do tamanho dos telômeros e ativação de genes de supressão tumoral. As células que entram em senescência perdem a capacidade proliferativa após um determinado número de divisões celulares.
O envelhecimento do organismo como um todo está relacionado com o facto das células somáticas do corpo irem morrendo e não serem substituídas por novas como acontece na juventude.
Em virtude das múltiplas divisões celulares que a célula individual regista ao longo do tempo, para esse efeito, o telómero (extensão de ADN que serve para a sua proteção) vai diminuindo até que chega a um limite crítico de comprimento, ponto em que a célula perde a capacidade proliferativa, com a consequente diminuição do número de células do organismo, das funções dos tecidos, das funções dos órgãos e das funções do próprio organismo.
Como consequência, há o surgimento das chamadas doenças da velhice. Uma enzima endógena (telomerase) encarrega-se de manter o tamanho dos telómeros. A cada divisão celular, acrescenta a parte do telómero que se perde em virtude da mesma, de modo que o telómero não diminui e a célula pode-se dividir sempre que precisa. O que acontece é que ela faz essa função unicamente nas células germinativas (ou em células cancerosas) fazendo com que estas sejam permanentemente jovens independentemente do organismo ser já velho.
As células somáticas têm o gene da telomerase, mas não a produzem pois, este não está ativado. Atualmente a ciência já consegue ativar a telomerase e criar células saudáveis imortais. Revistas cientificas como a Science (1998) já trouxeram artigos sobre este assunto. Apesar disso, ainda não se sabe se a ativação da telomerase seria uma terapia plausível para o envelhecimento humano, já que a hiperativação da telomerase está associada com o surgimento de tumores.
Este conceito se opõe à senilidade, também denominado envelhecimento patológico, e que é entendido como os danos à saúde associados com o tempo, porém causados por doenças ou maus hábitos de saúde.

Senescência celular

Senescência celular é o processo pelo qual as células deixam de se dividir para substituír outras células que, por alguma razão, deixaram de metabolizar.
As células senescentes deixam de se dividir quando os telômeros, que protegem as extremidades dos cromossomos, se encurtam demais até alcançar o Limite de Hayflick - em cada divisão celular, os telômeros perdem uma parte e se encurtam, quando atingem um tamanho mínimo os cromossomos deixam de se replicar, impedindo a divisão correta da célula.
Um outro aspecto interessante da senescência celular é a superexpressão e acúmulo da enzima beta-galactosidase nas células. Esse fenômenos foi inicialmente observado em 1995 por Dimri e colaboradores, os quais propuseram que existiria uma nova isoforma da beta-galactosidase com atividade ótima em pH 6.0 (a chamada Senescence Associated beta-gal ou simplesmente SA-beta-gal). Até mesmo ensaios quantitativos foram desenvolvidos para detectar essa possível variante da enzima. Hoje sabe-se que na verdade o que ocorre nessas células é o acúmulo de beta-gal nos lisossomos e que esse processo não é necessário para o aparecimento da senescência. Entretanto, a beta-gal continua sendo ainda o marcador mais utilizado para se determinar células senescentes tanto in vivo como in vitro, devido à sua constância e a facilidade e custo de detecção.
Já as células do câncer, por outro lado, são denominadas "imortais" uma vez que a enzima telomerase regenera os telômeros da célula, permitindo-lhe multiplicar-se indefinidamente. Além disso, não é possível detectar a enzima beta-gal em abundância em seus lisossomos.

Referências

  1. Shay, Jerry W.; Woodring E.. (2011-12-01). "Role of telomeres and telomerase in cancer". Seminars in Cancer Biology 21 (6): 349–353. DOI:10.1016/j.semcancer.2011.10.001. ISSN 1044-579X. PMID 22015685.
  2. DIMRI, LEE, et al A biomarker that identifies senescent human cells in culture and in aging skin in vivo Proc Natl Acad Sci U S A. 1995 Sep 26;92(20):9363-7.
  3. Bassaneze V, Miyakawa AA, Krieger JE. (2008). «A quantitative chemiluminescent method for studying replicative and stress-induced premature senescence in cell cultures». Anal Biochem. [S.l.: s.n.] 15 (372): 198–203. PMID 17920029.
  4. Gary RK, Kindell SM. Quantitative assay of senescence-associated beta-galactosidase activity in mammalian cell extracts.Anal Biochem. 2005 Aug 15;343(2):329-34
  5. Itahana K, Campisi J, Dimri GP. Methods to detect biomarkers of cellular senescence: the senescence-associated beta-galactosidase assay. Methods Mol Biol. 2007;371:21-31.
  6. Lee BY, Hwang ES et al Senescence-associated beta-galactosidase is lysosomal beta-galactosidase. Aging Cell. 2006 Apr;5(2):187-95.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Feijoa, a nossa goiaba-da-serra

fonte: apremavi

 Flor de Feijoa. Foto: Acervo Apremavi.

13 maio, 2014 | Guia de Espécies
A goiaba-da-serra, também conhecida como feijoa, goiaba-serrana, goiaba-crioula ou araçá-do-rio-grande é uma frutífera nativa da Mata Atlântica do Sul do Brasil, encontrada na floresta com araucárias. Suporta bem o frio, sendo uma espécie importante para plantios de restauração. A goiaba-da-serra tem formato arbustivo, com altura variando de 2 a 5 metros de altura, o que facilita a colheita dos frutos. Seu fruto verde possui casca bastante espessa e em geral é consumido in natura e de “colherinha” como se diz na região meio oeste de Santa Catarina. O fruto doce-acidulado e com excelente aroma também serve para a produção de sucos, geleias e sorvetes.
As flores da goiaba-da-serra são muito vistosas, com pétalas
carnudas e estames vermelhos.  As pétalas das flores podem ser utilizadas em saladas. Como são muito saborosas são bastante apreciadas pelas aves, que funcionam como polinizadores da planta. Ao se “sujarem” de pólem acabam levando o pólem de uma planta para outra. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), chegaram a observar nove espécies de pássaros se alimentando em um único pé de goiaba-da-serra, em Gramado (RS), entre eles o sanhaço-cinzento (Thraupis sayaca) e a saíra-preciosa (Tangara preciosa). O sanhaço foi avistado alimentando os filhotes no ninho com os pedacinhos de pétalas.
As flores vistosas fazem com que a espécie seja muito usada para ornamentação. A goiaba-da-serra também tem sido apontada como uma espécie de grande potencial ecológico, exatamente por ser muito atrativa à avifauna.
Apesar de ser nativa do Brasil, as raras frutas que podem ser encontradas nos mercados, são normalmente provenientes de plantações feitas na Colômbia. Mesmo tendo um enorme potencial econômico, os plantios para fins comercias no Brasil ainda são raros, por conta da fragilidade do fruto, cuja armazenagem não pode ultrapassar de 2 a 3 semanas, e pelo fato da espécie ainda não estar completamente domesticada.
O viveiro Jardim das Florestas da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) produz mudas de goiaba-da-serra para serem utilizadas em projetos de recuperação de áreas e paisagismo. Um dos projetos executados pela Apremavi que utiliza essa espécie é o Projeto Araucária, patrocinado pela Petrobras.
Sanhaçu de encontro azul (Thrapis cyaniptera)​, um dos apreciadores da goiaba-da-serra. Foto: Acervo Apremavi.

Goiaba-da-serra

Nome científico: Acca sellowiana (O. Berg.) Burret.
Família: Myrtaceae.
Utilização: Madeira utilizada para lenha e obras em geral. Seus frutos são comestíveis e podem ser transformados em geleias, sucos, doces, etc. Muitos animais se alimentam desta espécie que pode também ser utilizada para o paisagismo urbano.
Coleta de sementes: Diretamente da árvore quando começa a queda espontânea dos frutos.
Fruto: O fruto é classificado como um pseudofruto do tipo pomo, casca verde, baga com formato oblongo, polpa cor gelo, tem diâmetro de 3 a 5 cm.
Frutificação: Fevereiro a Maio.
Flor: Vermelha com branco
Crescimento da muda: Médio.
Germinação: Normal.
Plantio: Mata ciliar, área aberta.
Autora: Marluci Pozzan.
Colaboração: Edilaine Dick e Miriam Prochnow.
Fontes Consultadas:
AMARANTE, C .V. T.; SANTOS, K. L. Goiabeira-serrana (Acca sellowiana). Rev. Bras. Frutic. vol.33 no.1 Jaboticabal Mar. 2011.
BARNI, E.J.; DUCROQUET, J.P.; SILVA, M.C.; NETO, R.B.; PRESSER, R.F.Potencial de mercado para goiabeira-serrana catarinense. Florianópolis: Epagri, 2004. 48p. (Documento, 212).
DEGENHARDT, J. et al. Morfologia floral da goiabeira serrana (feijoa sellowiana) e suas implicações na polinização. Rev. Bras. Frutic. vol.23 no.3 Jaboticabal Dec. 2001.
LORENZI, H. Eugenia uniflora L. In: LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. p. 254.
MONDIN, C. A., EGGERS, L. FERREIRA, P. M. A. (Org). Catálogo ilustrado de plantas – espécies ornamentais da PUCRS. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
PROCHNOW, M. (Org.). No Jardim das Florestas. Rio do Sul. Apremavi: 2007.
QUADROS, K. E. et al. Estudo anatômico do crescimento do fruto em Acca sellowianaBerg. Rev. Bras. Frutic. vol.30 no.2 Jaboticabal June 2008.
http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/biodiversa/feijoa-guardem-bem-este-nome/

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Ora-pro-nóbis: benefícios, cultivo e como usar

Ora-pro-nóbis
Quem é de Minas Gerais, há muito tempo conhece a planta ora-pro-nóbis. É comum ver na região mineira esta planta nos quintais das casas e nas cercas vivas de sítios e chácaras, além de ser típico da região utilizá-la como alimento em casas e restaurantes. Em Minas, essa planta é conhecida como "bife de pobre" por ser um alimento econômico, nutritivo, proteico e acessível.
Várias pessoas ainda não a conhecem e neste conteúdo serão passadas informações importantes sobre os atributos desta planta e suas propriedades nutricionais, pois é rica em proteínas e aminoácidos.
As folhas da planta ora-pro-nóbis são uma boa alternativa alimentar, por sua rica constituição nutricional, para quem pratica o veganismo.
Para conhecerem melhor esta planta, serão compartilhados os seguintes tópicos neste conteúdo:

1. O que é Ora-pro-nóbis?

Ora-pro-nóbis é uma cactácea com hábito de liana (cipó), de flores vistosas e folhas ricas em componentes nutricionais.
Sendo uma cactácea trepadeira, é espinhosa, possui folhas bem resistentes e se desenvolve com facilidade em diversos tipos de solo, se adaptando bem mesmo em terras pouco férteis e úmidas.
Suas folhas são utilizadas seja como alimentos seja para fins medicinais.
Seus frutos, que são bagas amarelas e redondas, também servem como alimento.

2. Nome científico

Pereskia aculeata, é o nome científico desta planta conhecida popularmente por ora-pro-nóbis. A planta recebeu esse nome, Pereskia, em referência ao botânico francês Nicolas-Claude Fabri dePeiresc, e o termo aculeata, em latim ăcŭlĕus, significa agulha ou espinho.
Existem várias Pereskias, mas a única que se pode comer é Pereskia aculeata, de flores brancas e miolo alaranjado.

3. Procedência do nome ora-pro-nóbis

Essa planta recebeu esse nome popular porque em Minas Gerais é comum encontrá-la nos quintais das casas. Em tempos de outrora, os mineiros colhiam as folhas de ora-pro-nóbis no quintal de um padre, enquanto ele rezava a missa, repetindo o refrão em latim: ora pro nobis, que significa ora por nós.
Devido a esse fato sui-generis, esta planta passou a ser chamada popularmente de ora-pro-nóbis.

4. Origem e ocorrência da planta

Esta cactácea trepadeira folhosa é nativa do continente americano, espalhada desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina, sendo encontrada também nas Ilhas do Caribe.
No Brasil, a planta é encontrada nos estados de Maranhão, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

5. Cultivo da ora-pro-nóbis

Pode-se realizar o plantio dessa planta através de estacas plantadas em solo fértil, para criar raiz. Depois de enraizada, é transferida para local definitivo.
Em períodos de chuva, pode ser plantada diretamente no local permanente, só não é recomendado plantar em lugares encharcados, pois a planta prefere lugares mais secos.
Quando plantada por estaquia, a planta se desenvolve de forma lenta nos primeiros 3 meses. Ao formar as raízes, o crescimento dela se acelera.
Sua floração, de flores brancas, pequenas e perfumadas (também comestíveis), pode ocorrer na época de janeiro a abril.
Os frutos amarelos e redondos desta planta, aparecem no período de junho a julho.
immagine

6. Propriedades e benefícios da ora-pro-nóbis

A planta ora-pro-nóbis possui várias propriedades e benefícios, além de ser de cultivo fácil, de ter grande valor nutricional, possui acentuado poder terapêutico, curativo.
Propriedades medicinais
A planta ora-pro-nóbis possui propriedades
  • anti-inflamatórias
  • cicatrizantes
  • depurativas
  • revigorantes
  • regenerativas.
Contém em sua composição nutricional, principalmente, os seguintes minerais como:
  • fósforo
  • cálcio e ferro
  • fibras
  • aminoácidos essenciais como lisina e triptofano
  • além de proteínas e
  • vitaminas C, A, B
Agora, conheçam a seguir, os benefícios da planta ora-pro-nóbis como alimento ou chá:
  • Pelo seu alto teor de fibras contribui para o bom funcionamento intestinal e digestivo
  • Promove a saciedade, por isso, indicada para pessoas que precisam emagrecer
  • É reconstituinte da flora intestinal
  • Evita prisão de ventre, formação de pólipos, hemorroidas e tumores no intestino.
  • As folhas da planta têm efeito depurativo (limpa o organismo)
  • Esta planta é boa fonte de vitamina C (4 vezes mais que a laranja), por isso, reforça o sistema imunológico
  • A planta ora-pro-nóbis é rica em vitamina A (retinol), por isso:
  • combate radicais livres,
  • previne o envelhecimento celular precoce,
  • melhora a visão e contribui para a saúde da pele, olhos e cabelos.
  • Esse vegetal é fonte de ácido fólico, nutriente essencial na dieta das gestantes e para a saúde dos fetos.
  • Essa planta tem muita proteína (por volta de 25% de sua composição), o espinafre só tem 2,2%, e, por isso, é um ótimo alimento substitutivo para a carne, sendo uma ótima opção alimentar para quem pratica veganismo ou vegetarianismo
  • Devido à alta quantidade de cálcio, a ingestão desta planta fortalece ossos e dentes e melhora a contração muscular e transmissão dos impulsos nervosos
  • Estudos realizados na Universidade Federal de Lavras comprovaram que esta planta diminui o nível de colesterol ruim, trata furúnculos e sífilis, contribui para a prevenção de doenças como câncer de cólon, hemorroidas, tumores intestinais e diabetes.

7. Emagrece

Como vimos, por ser um alimento rico em fibras, a ora-pro-nóbis contribui para o bom funcionamento do sistema digestivo, diminui o inchaço abdominal, dando a sensação de barriga enxuta para aqueles que sofrem de constipação (prisão de ventre) ou problemas digestivos. Ademais, sendo um alimento pobre em calorias e rico em proteínas, promove a saciedade e por isso, pode ser ideal para pessoas que precisam emagrecer.

8. Efeitos colaterais

Não foram encontrados efeitos colaterais no uso dessa planta, não havendo portanto, contraindicações de uso. Contudo, consuma a planta como alimento com moderação. Se tiver tomando medicamentos, informe o médico sobre o uso da planta como chá medicinal.

9. Como usar ora-pro-nóbis

Esta planta pode ser utilizada como alimento, para fins medicinais, e é ainda uma excelente cerca viva, podendo também ser usada para ornamentação de jardins ou para cercar plantações em sítios, chácaras ou fazendas.
Na alimentação, a planta ora-pro-nóbis pode ser usada como ingrediente para farinha, recheio, salgados, tortas, pães, refogados, sopas, saladas,entre outros. Serve também para alimentação animal, in natura ou adicionada à ração.
As folhas da planta ora-pro-nóbis, pelas propriedades curativas que possuem, trata várias doenças.
O preparo das folhas da planta ora-pro-nóbis, como ingrediente na culinária, é extremamente simples, como qualquer verdura que costumamos utilizar.
Devemos lavá-las bem e utilizar uma grande quantidade, pois, após o preparo, seu volume se reduz bastante, semelhante ao espinafre.
O sabor das folhas de ora-pro-nóbis é neutro, sua textura é macia.
As flores da ora-pro-nóbis têm um sabor adocicado e também podem ser consumidas. Sendo muito bonitas, podem ser usadas como ingredientes em saladas ou para dar enfeitar pratos. É preciso ter cuidado para colher as flores, porque a planta possui espinhos que podem machucar na hora da retirada das flores. A florada ocorre em um único dia, entre os meses de janeiro e abril.
Veja logo mais abaixo sugestões de receitas fáceis e saborosas.

10. Chá de ora-pro-nobis

O chá das folhas de Pereskia aculeata, pelas propriedades e benefícios que possui, serve para tratamento medicinal de diversas doenças, além de ser um eficiente restaurador para o organismo.
Este chá é indicado principalmente para problemas inflamatórios, úlceras, varizes e cistite e, por ser rico em ferro, trata problemas de anemia.
Receita do Chá de Ora Pro Nobis:
  1. Coloque 5 folhas em 300 ml de água fervente, deixe ferver por mais 10 minutos.
  2. Apague o fogo e aguarde esfriar.
  3. Adoce com 1 colherinha de açúcar demerara ou adoçante a base de estévia ou se preferir tome sem adoçar.Beba 1 vez por dia, até melhorar dos sintomas.
Lembrete: O chá não substitui tratamento médico necessário, conforme o caso.

11. Receitas culinárias com ora-pro-nóbis

SUCO VERDE DE ORA-PRO-NÓBIS
Ingredientes
  • 20 folhas de ora-pro-nobis
  • Suco de meio limão ou laranja
  • Gengibre descascado em fatias ou em pó
  • 4 copos de água gelada e, se preferir, adicione gelo
Preparo
  • Bata tudo no liquidificador durante 2 minutos
  • Coe
  • Consumir de imediato após o preparo, para aproveitar os princípios ativos da planta, o que deixa de ocorrer, se guardada na geladeira.
  • Se for colocar gelo, o faça depois de batido no liquidificador.
PATÊ VEGANO DE ORA-PRO-NÓBIS
Ingredientes
  • 2 cebolas médias picadas
  • 1 dente de alho picado
  • 4 colheres de sopa de óleo
  • 1 colher de sopa rasa de sal
  • 50 g de tofu
  • 300g de folhas de ora-pro-nóbis
  • 3/4 de copo normal de água fervente
Modo de preparo
  • Doure a cebola junto e o alho.
  • Coloque sal a gosto.
  • Adicione as 4 colheres de óleo, ou menos, se preferir.
  • Adicione as folhas do ora-pro-nóbis picadas e refogue.
  • Depois de pronto o refogado, o bata no liquidificador com o tofu.
  • Caso haja necessidade, adicione um pouco de água fervente para deixar a pasta macia.Guarde em uma vasilha preferivelmente de vidro, com abertura larga para facilitar a utilização, pois, pode ser consumido para passar em biscoitos salgados, torradas ou pães ou recheio de pastéis e de massas em geral.
RECEITA DE ORA-PRO-NOBIS COM CHIMEJI
Esta receita resulta em uma combinação altamente nutritiva.
Confiram o vídeo, é bem fácil de fazer!
RECEITA VEGANA DE CHIPS DE LEGUMES COM PESTO DE ORA-PRO-NÓBIS
Este vídeo ensina como preparar chips caseiros e pesto, que é uma pasta que serve para passar neles e comer como aperitivo, lanche e entrada nas refeições.
REFOGADO DE ORA-PRO-NÓBIS
A receita deste vídeo é uma dica bem simples e básica de utilizar a ora-pro-nóbis e fazer refogado, como estamos acostumados a fazer com a couve-verde.

12. Dica para encontrar e incluir ora-pro-nóbis na alimentação

Depois de tantas qualidades enumeradas, difícil de não querer incluir essa planta em nossa alimentação.
Para quem tem dificuldade de encontrá-la em sua região, a alternativa é comprar a muda em lojas de plantas virtuais na Internet, para plantar em casa e, assim, poder tê-la, não só como planta no quintal, vegetação ornamental no jardim ou cerca viva no muro da casa, mas também, para consumi-la como alimento ou como chá, para fins terapêuticos e medicinais.
Como visto, os benefícios da planta ora-pro-nóbis são múltiplos e vale a pena ter essa planta por perto, realmente, com todas essas virtudes, ela "Ora por nós" e nossa saúde agradece!
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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Agrotóxico utilizado contra fungos também pode matar abelhas!

Sistema analisou 200 abelhas contaminadas com cerconil; em 10 dias, 65% dos insetos
 haviam morrido!


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Um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, em parceria com cientistas da Universidade Federal de Viçosa (UFV), revelou que o cerconil, agrotóxico utilizado no Brasil para matar fungos, também pode ser letal para abelhas. O trabalho mostrou ainda que, mesmo aquelas que resistem inicialmente aos efeitos do produto químico, passam a se comportar como se estivessem mais velhas, indicando que não viverão por muito tempo.
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Abelhas também podem ser vítimas de fungicida – Foto: Myriams-Fotos via Pixabay / CC0
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Os resultados foram obtidos a partir do programa de computador desenvolvido por Jordão Natal durante seu mestrado na USP. O sistema analisou, durante 10 dias, o comportamento de 200 abelhas contaminadas com o fungicida, que é muito comum no combate a pragas de meloeiro e melancia. Elas foram colocadas junto a outras 800 abelhas saudáveis dentro de uma caixa cercada por vidros transparentes, onde câmeras registravam seus movimentos. Para diferenciar as abelhas saudáveis das contaminadas, uma marca com tinta foi feita nas costas das que ingeriram o agrotóxico. “Até o décimo dia, 65% das abelhas contaminadas haviam morrido. Já as que resistiram, tiveram seu comportamento alterado, aparentando estarem idosas, já que faziam atividades incompatíveis com a idade, como tarefas de limpeza e a procura por alimentos”, relata Natal, que teve sua pesquisa financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Vale ressaltar que as abelhas vivem, em média, 44 dias, ou seja, a maioria delas estaria morrendo antes de completar um quarto de suas vidas.
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Carlos Maciel (à esquerda) e Jordão Natal desenvolveram um sistema inédito para monitorar o comportamento de animais que atuam de forma coletiva. Foto: Henrique Fontes / SEL
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Algo que ajudou o sistema a interpretar essa grande quantidade de dados ao final do período analisado foi a localização das abelhas contaminadas dentro da caixa. A posição das polinizadoras tende a revelar em que fase da vida elas estão, pois, conforme elas envelhecem, se aproximam das extremidades. “O software foi capaz de monitorar as ações de cada uma das abelhas, o que é uma tarefa muito difícil, por serem animais de tamanho semelhante, que estão quase sempre em movimento e se cruzando rapidamente”, explica Carlos Maciel, professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC e orientador da pesquisa. Apesar do desafio, o programa, que levou cerca de 10 meses para ser desenvolvido e captura até 30 fotos por segundo, apresentou um índice de 99% de precisão.
Contaminadas com doses não letais de cerconil no apiário da UFV, as abelhas utilizadas no estudo são da espécie Apis mellífera, a mais comum do mundo. “O que mais nos chocou foi descobrir que um fungicida até então inofensivo para abelhas se mostrou mais tóxico que o imidaclopride, inseticida considerado o grande vilão dos cultivos agrícolas. Os dados são preocupantes”, afirma Eugênio de Oliveira, professor de entomologia da UFV. Apesar de ainda não haver um entendimento sobre o motivo de o fungicida ter levado as abelhas à morte, o docente suspeita que o produto pode estar anulando os efeitos de enzimas responsáveis pela desintoxicação desses insetos.
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Figura ilustra trajetória percorrida pelas abelhas dentro da caixa. 
Foto: Jordão Natal / Divulgação
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No trabalho, os pesquisadores também analisaram o comportamento de abelhas que ingeriram o imidaclopride. Derivado da nicotina, o produto normalmente é aplicado em pomares, plantações de arroz, algodão e batata e, embora seja proibido em diversos países, seu uso ainda é permitido no Brasil. O software da USP mostrou que aproximadamente 52% das abelhas contaminadas com o agroquímico estavam mortas no décimo dia.
“A extinção das abelhas é uma preocupação global, pois se trata de um problema que não afeta apenas o meio ambiente, mas também a economia. Elas participam de boa parte da polinização de nossos alimentos, alguns deles, inclusive, polinizados exclusivamente por elas”, alerta Maciel, que também é pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC), sediado no SEL. Segundo o estudo realizado pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES), em parceria com a Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (Rebipp), o valor do trabalho prestado pelos animais polinizadores à agricultura brasileira gira em torno de R$ 43 bilhões por ano. O levantamento considerou 67 cultivos, sendo que a soja, primeira colocada, responde por 60% do valor estimado, seguida pelo café (12%), laranja (5%) e maçã (4%).
Com a nova tecnologia criada na EESC, que já está pronta para ser utilizada no mercado, a missão de compreender o comportamento de animais que atuam de forma coletiva se tornou mais simples, pois toda interação entre esses organismos e o meio ambiente poderá ser “ensinada” para o computador em forma de algoritmos. “O que o sistema fez em semanas, nós levaríamos alguns anos para mensurar”, comemora Eugênio. Combinando técnicas de inteligência artificial e big data, o software desenvolvido conseguiu analisar dezenas de horas de vídeo, totalizando 700 gigabytes de material. A partir de agora, os pesquisadores pretendem estudar o comportamento de abelhas contaminadas com outros tipos de agrotóxicos, a fim de ampliar o entendimento a respeito dos efeitos desses produtos químicos.

Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL/USP









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