Criando peixes e hortaliças no mesmo espaço. A Embrapa mostra como montar um sistema de aquaponia por canaletas que pode ser utilizado com finalidade doméstica ou comercial.
A aquaponia permite a criação de peixe juntamente com hortaliças . Os dejetos dos peixes alimentam as plantas e por sua vez a água volta limpa para os tanques. Não há uso de agrotóxicos.
O pesquisador Paulo Carneiro, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, mostra todos os detalhes de montagem.
Veja também, em material escrito, com muitos mais detalhes, a montagem e a operação de um sistema familiar de aquaponia, desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Aquaponia da Embrapa Tabuleiros Costeiros (LAPAq) http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digita...
A reportagem é da Patrícia Dantas. Imagem Weslen Cruz. Produção TV Aperipê, de Aracaju.
Os espinafres formam parte das dietas
saudáveis e os produtores mostram interesse por melhorar seu cultivo
dentro dos novos parâmetros que impõem a União Europeia, cujo objetivo é
substituir paulatinamente o uso de químicos por biofertilizantes.
Conscientes destas exigências, pesquisadores da Universidade de
Salamanca identificaram que a bactéria Rhizobium laguerrae melhora a
produção, a qualidade nutricional e o aspecto dos espinafres.
O grupo de pesquisa “Interações Planta-Microorganismo” do
Departamento de Micriobiologia e Genética da Universidade de Salamanca
identificou que essa bactéria melhora a produção, a qualidade
nutricional e o aspecto dos espinafres.
Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports e abrem o
caminho para o desenvolvimento de novos biofertilizantes mais
respeitosos com o meio ambiente, neste caso, em um cultivo com grande
interesse comercial.
“Uma das nossas linhas de investigação é a busca de biofertilizantes
para cultivos hortícolas de alto valor agregado”, explica Raúl Rivas
Gonzáles, membro do grupo. “Os espinafres entram dentro das dietas
saudáveis e também existe um grande interesse dos produtores por dispor
de alternativas aos usos químicos convencionais porque assim marca a
legislação europeia”, acrescentar.
Entre os micro-organismos considerados seguros para a agricultura se
incluem as bactérias do gênero Rhizobium. Portanto, a equipe de pesquisa
desenvolveu projetos similares para outros cultivos. Desta vez, o
objetivo eram os espinafres. “Realizamos uma ampla triagem com cepas de
bactérias que poderiam dar um bom resultado e realizar provas in vitro
para comprovar que se integrará bem com a planta”, afirmou Gonzáles.
Com o objetivo de impulsionar os esforços para conservação do meio ambiente, transformando a ação de cada um em uma força coletiva que tenha um verdadeiro e duradouro legado de impacto positivo para o planeta foi lembrado, no início de junho (05), o Dia Mundial do Meio Ambiente. O tema deste ano foi definido como: “Conectando pessoas à Natureza” com o slogan “Estou Com a Natureza”.
Para mostrar um pouco mais sobre pesquisas relacionadas a esse assunto, nós, daRosal, fomos conversar com a engenheira agroindustrial e especialista em indústrias alimentícias, do município de Santo Antônio da Patrulha – RS, Sara Fraga*. A pesquisadora nos contou sobre o trabalho que vem desenvolvendo com as frutas nativas.
Sara nos relatou que desde de 2010, ela e seu grupo de pesquisa, desenvolvem a atividade com o foco principal nas frutas nativas da região de Santo Antônio da Patrulha, que é rica e diversificada quanto a sua conformação ambiental. O trabalho está relacionado à importância de uma alimentação saudável com produtos locais, associando isso à conservação da biodiversidade.
Conheça agora, um pouco mais sobre essa história…
Rosal: Como surgiu o interesse pelo do tema de pesquisa?
Sara Fraga: Nós temos aqui, Mata Atlântica, um lado de Serra e baixadas, onde têm terras alagadiças. Na nossa região, nós produzimos um dos melhores arroz do mundo, que tem hoje, denominação geográfica. Aqui, tem produção de cana-de-açúcar nos morros, mais nas encostas, na região serrana. O índice de açúcar dessa cana é mais elevado do que na maioria das regiões do Brasil. É uma cana especial. O professor Carlos Peixoto, que é do grupo de pesquisa de produtos naturais, da Universidade Federal do Rio Grande, do Campus de Santo Antônio da Patrulha, pesquisa e cuida dessa parte. Os estudos dele são sobre os produtos oriundos de cana de açúcar como, por exemplo, o melado, a cachaça, o açúcar mascavo e outros que dessa linhagem se originam. A indústria rapadureira do município é extremamente forte em função desse conteúdo especial de sacarose da nossa cana de açúcar. Então, pela própria diversidade geográfica do município de Santo Antônio da Patrulha, acabou despertando muito a nossa curiosidade para o lado das frutas nativas que são dessa região. Aí, nosso trabalho começou em 2010 com a “caferana”, conhecida no município como “guaraná do sul”. É uma frutinha com a polpa bem vermelha e adocicada com um fundo amargo e nós começamos a pesquisar sobre ela.
Rosal: Como você conheceu a “caferana”?
Sara Fraga: Minha avó me apresentou a fruta em 2009, quando iniciei o curso, em função de um grande cansaço causado por muitas horas estudo. Ela disse que iria me dar uma fruta para eu recuperar a saúde, recuperar a energia, principalmente. Minha avó me apresentou aquela fruta e recomendou que eu tomasse o suco com uma fruta só, pela manhã. É claro que eu não obedeci a vovó e coloquei duas frutas no copo. Tomei e fiquei o dia inteiro “a milhão”, com muita energia. A partir daí, começou a bater a curiosidade sobre a fruta. Que fruta é essa? O que ela tem? Nós fomos a campo em busca de pesquisas.
Rosal: Foi fácil encontrar informações sobre a “caferana”?
Sara Fraga: Na época, não encontramos nada publicado sobre ela, nem identificação botânica. Com muito esforço, acabamos chegando no acervo do Jardim Botânico de Nova York, onde tinha uma publicação sobre ela, mas de 1883, de um botânico alemão chamado Jacq Kunth. Daí, nós começamos um trabalho de identificação, de postagem de exsicata** no herbário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em parceria com a professora Janete Adamski para identificar e conseguir trabalhar com a fruta.
Rosal: O que vocês descobriram de especial sobre as propriedades da “caferana”?
Sara Fraga: Começamos a pesquisar a fruta “caferana” e o que ela tinha que dava tanta energia. Nós publicamos o artigo dela em 2014 (os links dos artigos estão ao final do texto) mostrando que ela é rica em cafeína, em carotenóides, licopeno. Imagina… licopeno é o elemento da “felicidade”, muito creditado em vários programas de televisão. Quem come tomate, come compostos de felicidade. Hoje, a gente pode dizer que quem come a “caferana” além de aliar cafeína, licopeno, betacaroteno e outros tantos nutrientes que tem nessa fruta, consegue ter um pouco mais de saúde porque a fruta é nutritiva, é nativa.
Rosal: Já existe produção da “caferana”?
Sara Fraga: Por enquanto ela só é produzida em pomares domésticos, ou seja, livre de agrotóxicos e de grande benefício.
Rosal: Vocês trabalharam com outras frutas nativas?
Sara Fraga: Após a busca da “caferana”, começamos a buscar diferentes frutas nativas. E aí, assim, veio parar nas nossas mãos a juçara, ou juçaí ou açaí do Rio Grande do Sul, que é da Mata Atlântica. Nós fizemos bons trabalhos… produção de suco misto de juçara com “caferana”, de geléia sem adição de açúcar e mais algumas outras coisas que estão saindo aí, do forno, com projetos muito bons. Quando nasceu esse projeto, de trabalhar com as frutas nativas da nossa região, começamos uma busca e aí acabamos encontrando uma série, todas ricas em nutrientes e poucas são consumidas aqui. Começamos a trabalhar com um projeto de educação também, com palestras em feiras do município, em escolas para as crianças conhecerem as frutas.
Rosal: O que mais esse trabalho gerou?
Sara Fraga: Nasceu, no ano de 2016, um projeto na escola Escola Estadual de Ensino Fundamental Felisberto Luiz de Oliveira, da localidade do 5º distrito, chamada Monjolo. Lá, a gente trabalhou com uma frutinha chamada “pixirica” que é dos campos, principalmente onde tem criação de gado. Nós conseguimos produzir além do suco da “pixirica”, uma barra nutritiva rica em antocianinas. A gente agregou além da “pixirica”, outras frutas. Tudo roxas.
Rosal: Por que vocês decidiram criar essa barra nutritiva com a “pixirica”?
Sara Fraga: Essa barra foi desenvolvida com o intuito de auxiliar na alimentação de crianças que sofrem do mal de epilepsia. A antocianina presente nas frutas da nossa região, tem um alto valor nutritivo e alguns estudos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul apontam para a potencialidade de reconstrução da malha neuronal. Quando acontece crises de epilepsia, as crianças sofrem perda de neurônios. Esses neurônios não se reconstroem mais. Outros neurônios nascem no lugar, recompondo aquela malha neural perdida. É um estudo muito rico, muito bonito. Tem condições da gente desenvolver produtos para que as crianças possam comer. Produtos que sejam gostosos, que sejam principalmente nutritivos com frutas da nossa região.
Rosal: As pessoas conhecem os benefícios que as frutas nativas da região podem trazer para a sua saúde?
Sara Fraga: A maioria das pessoas desconhece. De lá para cá, começou um trabalho de conscientização mostrando que o consumo de frutas da nossa região tem a ver com a nossa saúde. A sabedoria da natureza é tão divina que quando o nosso Criador formou as nossas regiões, Ele colocou as frutas, os legumes, as verduras e os cereais naquele lugar, porque eles teriam a capacidade de compor nutrientes para suprir as necessidades do povo que ali viveria, em função de defesas das intempéries daquele local. Na nossa região nós temos calor intenso, frio intenso, alta umidade e seca, também. Em cada um desses períodos, se nós observarmos, tem frutas, legumes e cereais que produzem nas diferentes épocas. Então, se conseguirmos conciliar a nossa alimentação com o que a natureza nos dá, nos períodos que ela nos dá, com certeza nossa saúde vai ser mais privilegiada. Vamos ter condições de ter defesas do organismo mais acentuadas para enfrentar as doenças que também são provocadas por essas intempéries. Quando a gente tem uma umidade muito elevada, um frio muito grande, nós temos doenças de fundo respiratório e pulmonar. Nós temos plantas que suprem as necessidades do pulmão e das vias respiratórias para combater essas doenças. Temos alimentos que são muito propícios para isso. Eu defendo muito isso.
Rosal: E o que você acha das PANCs?
Sara Fraga: Hoje nós temos modismos muito grandes. Hoje se fala de PANC. O que é PANC? Planta Alimentícia Não Convencional. Se a gente for ver o que é PANC, que tipo de planta é, nós veremos que são as plantas nativas, os vegetais nativos, a serralha, o radite da roça e outras tantas que tem por aí. Eu não considero PANC, porque os meus antepassados já comiam isso. Há cem anos, os índios já habitavam nessa região. Há duzentos, há quinhentos anos eles estavam por aqui, tinham todas as plantas e se alimentavam delas. Por que eles tinham saúde muito mais forte do que nós temos hoje? Porque eles consumiam o que a região em que eles viviam oferecia. Então, hoje é uma novidade… ah… a gente pode comer serralha. Pode comer serralha há 500 anos. Desde sempre… e ela tem nutrientes que são necessários para combater os males que as intempéries da natureza proporcionam ao ser humano.
Rosal: Podemos comparar o consumo das frutas nativas da nossa região com a dieta mediterrânea?
Sara Fraga: Quanto à dieta do Mediterrâneo… o que é a dieta do Mediterrâneo? A população do Mediterrâneo consome alimentos daquele território, uma alimentação focada em azeite de oliva, por exemplo. O azeite de oliva é da região do Mediterrâneo. Todos os produtos marinhos, principalmente os que eles consomem, frutos do mar e os peixes, são daquelas encostas do Mediterrâneo. Aliado a isso, eles comem muitos produtos oriundos de ovinos, do leite de ovelha que é criada naquele local, que se alimenta do pasto nativo. Eles têm os nutrientes necessários para suprir as necessidades daquela localidade. Se nós trouxermos uma alocação da dieta mediterrânea para a dieta regional, por exemplo, do Rio Grande do Sul, e nós ainda partirmos dentro de nosso estado, as microrregiões, aí, nós vamos ter uma saúde equivalente. Porque nós temos tantas frutas que hoje a gente nem conhece. Se nós pegarmos os estudos do professor Paulo Brack, veremos que temos aqui, 190 espécies de frutas nativas. Dessas, 166 têm relatos de consumo humano com receitas já desenvolvidas. Quando a gente começa a falar sobre frutas nativas, a gente cita mais ou menos umas 20. A gente não sai das 20. Nós temos as frutas amarelas, as frutas, vermelhas, as frutas roxas. As frutas vermelhas agora entraram na moda como “berry”. O Rio Grande do Sul tem as “berry”. Cada região tem a sua“berry”, que é a fruta rica em nutrientes necessários para aquele lugar. Então nós podemos ter sim, uma saúde equiparada com a saúde do povo mediterrâneo. Nós temos hoje, algumas plantas que produzem azeite, que são tão ricas em ácidos graxos insaturados e poliinsaturados quanto o azeite de oliva, porém são frutas na nossa terra. São alimentos da nossa região, são produzidos nas condições climáticas daqui e eles vão ter os elementos necessários para nutrir o povo que aqui reside. Eu acredito muito isso. Prego isso.
Rosal: O que deve ser feito?
Sara Fraga: Quando nós começarmos a cuidar no nosso meio ambiente, de observarmos o que ele nos dá, nós vamos encontrar a real riqueza da nossa nutrição, do nosso povo. Assim, também estaremos “Conectando pessoas à Natureza” .
*Sara Fraga é formada em Engenharia Agroindustrial com especialização em indústrias alimentícias pela Universidade Federal do Rio Grande, FURG, no Campus de Santo Antônio da Patrulha – RS.
** Exsicataé uma amostra (galho ou fragmento acompanhado se possível de frutos e flores) de planta devidamente prensada e seca ao ar livre ou estufa adequada e posteriormente fixada em papel apropriado com identificação sobre a planta como espécie, família botânica, local e data de coleta, nome do coletor, do identificador, entre outras informações relevantes. Normalmente as exsicatas são armazenadas em herbários que compreendem uma coleção científica de plantas secas, organizadas e preservadas segundo um sistema determinado.
A Excicata, utilizada na pesquisa de Sara Fraga, está postada no Herbarium da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob a identificação “Bunchosia glandulifera (Jacq) Kunth (Malphiguiaceae) ICN 167276.
Quer saber mais sobre a caferana?
Sara Fraga nos indicou os links dos artigos que publicou sobre o tema.
Veja a seguir:
Link do artigo que foi publicado sobre o suco misto de caferana com juçara:
Mais um brasileiro se destacando em inovações sustentáveis, dessa vez é um engenheiro.
É o caso da criação do engenheiro ambiental brasileiro Jonas
Rodrigo dos Santos, que adaptou um sistema natural para tratamento de
esgotos em áreas rurais, devolvendo aos mananciais uma água residual
limpa.
Usada em outros países, essa técnica é capaz de acabar com
as contaminações de riachos, córregos e alagados. Basta usar filtragem
e raízes de plantas.
Essa técnica foi testada em Capanema, no Paraná, e já deu certo, tanto que até foi premiado pela Agência Nacional de Águas.
Os esgotos domésticos e dejetos animais de uma criação de 12
porcos, que antes eram despejados numa fossa, agora são direcionados
para uma pequena central de tratamento natural.
Esta central tem cinco fases de limpeza:
Fossa séptica
Tanque de zona de raízes
Filtro de pedras grossas
Filtro de pedra britada
Filtro de pedrisco e
Carvão ativado
São cinco as fases de limpeza desse processo: Fossa
séptica; Tanque de zona de raízes; Filtro de pedras grossas; Filtro de
pedra britada; Filtro de pedrisco; e Carvão ativado.
As plantas usadas foram taiobas e bananeiras, que aproveitam tanto os líquidos como a matéria orgânica ainda em suspensão.
A água residual deste processo tem um alto nível de qualidade, com apenas 170 miligramas por litro de material sólido.
No início do processo a medição aponta 8.381 mg/l.
Os bons resultados também se referem às quantidades de fósforo, amônia e coliformes termotolerantes.
O resultado foi tão bom que o projeto foi premiado pela Agência Nacional de Águas. Para conhecer mais do projeto, você pode ler aqui a monografia de Jonas.
Globo Rural reapresenta as melhores matérias do ano de 2011. Em São Paulo, tecnologia simples é adotada por pequenos agricultores.
Do Globo Rural
O som de uma descarga é tão comum no dia-a-dia de uma casa que muitas
vezes a gente nem se dá conta do destino dos dejetos. Mas você sabe para
onde segue o encanamento do esgoto em uma pequena propriedade rural?
Muitas vezes, a não mais do que 30, 40 metros do banheiro, a chamada
fossa negra - que nada mais é do que um buraco na terra - recebe todo o
material, sem nenhum tratamento.
No lugar, o acesso é quase proibido, como conta José Amarante, técnico
em desenvolvimento agrário do Instituto de Terras do Estado de São
Paulo, o Itesp. “Os próprios produtores rurais consideram o local
perigoso, onde eles orientam as crianças a não chegarem perto. Visitas
também, este é o primeiro alerta que o produtor faz. Além do perigo da
contaminação, existe o perigo de cair, pois são estruturas totalmente
precárias”.
Para o buraco não ficar exposto, os produtores improvisam uma cobertura
com pau e folha de zinco. O fato dos dejetos irem direto para o solo
compromete a qualidade de vida da população.
O veterinário Luiz Augusto do Amaral, professor da Unesp de
Jaboticabal, trabalha com saúde pública há 30 anos e diz que 80% dos
leitos hospitalares são ocupados por pessoas que estão doentes em
decorrência da falta de saneamento. “Quando se investe um dólar em
saneamento, economizam-se quatro em saúde. E a área rural é onde se
produz água, então tudo o que for feito para preservar ou impedir a
contaminação, superficial ou subterrânea, protege-se inclusive
populações distantes. Quem tem uma fossa negra, tem cinco vezes mais
chance de ter a água contaminada, do que aquele que tem uma fossa
correta”, alerta.
Uma fossa correta pode ser uma estrutura simples, como a que mudou a
saúde das 47 famílias do assentamento Córrego Rico, em Jaboticabal, no
norte paulista.
Em Ibitiúva, no município de Pitangueiras, a 50 quilômetros de
Jaboticabal, na propriedade de Jaime Fagundes dos Santos, o trabalho
conta com a experiência do agricultor Oscar Dias da Silva, que fez 47
das 66 fossas construídas na região sob coordenação do Itesp. “Em 20, 30
dias a fossa está pronta para funcionar. Eu gosto do trabalho, porque
isso é para o futuro. Se as pessoas não cuidarem, o planeta acaba. A
gente tem que lutar para isso”, afirma.
Sheilla Bolonhezi Verdade é bióloga da Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral, a Cati, e acompanha o trabalho de saneamento rural nos
assentamentos da região.
Estrutura da fossa séptica composta por três caixas
(Foto: Reprodução TV Globo)
Na estrutura da fossa séptica, composta por três caixas, a primeira dá
início à fermentação dos dejetos, processo que vai decompor o material e
eliminar o maior dos causadores de doenças. Conforme vai enchendo, o
líquido passa para a segunda caixa, que completa a fermentação até
chegar à terceira. “A terceira caixa já está com o efluente livre de
patógenos. O líquido pode ser utilizado para irrigação de culturas, como
frutíferas ou de consumo indireto. O produtor vai gastar
aproximadamente de R$ 1.000 a R$ 1.200 para montar a estrutura,
dependendo do material utilizado”, explica a bióloga.
Uma estrutura com três caixas de mil litros cada uma dá conta de atender uma família de cinco pessoas. Assista ao vídeo com a reportagem completa e veja mais sobre o funcionamento da fossa séptica.
Há 12 anos, a primeira fossa séptica, no modelo desenvolvido pela Embrapa,
foi instalada em Jaboticabal. Ela serviu de base para que o sistema
fosse adotado nas pequenas propriedades da região e continua
funcionamento perfeitamente.
A fossa séptica deve ser instalada a uma distância de pelo menos 30 metros da casa e longe de onde se faz a captação da água.
Para mais informações sobre a construção de fossas sépticas, escreva para a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Cati
Avenida Treze de Maio, 946
Jaboticabal, São Paulo
Cep: 14870-160
Recomenda-se que ela seja plantada na primavera para ser colhida no verão, estação em que a planta produz mais
Por João Mathias
Fonte: globo rural
Gostaria de saber qual é a melhor época para se plantar mudas de goji berry. Julio Cesar Benin, por email
Como
a goji berry é uma fruta produzida no verão, o plantio da fruteira em
local definitivo deve ocorrer durante a primavera. A não ser em cultivos
protegidos ou em regiões onde o inverno não é rigoroso, a muda da goji
berry não tolera temperaturas baixas. Em bandejas, faça a semeadura no
início do outono e, quando a planta atingir 10 centímetros de altura,
transplante-a para o saquinho. Aos 20 centímetros de altura, deve-se
podar a extremidade superior para que ela perfilhe e, ao alcançar 80
centímetros de altura, plante-a em local definitivo.
Consultor: Sítio Recanto das Pitayas, Turvo, SC, tels. (48) 9955-5982 e (48) 8803-3242, recantodaspitayas@gmail.com
Confira dicas do plantio da fruta para melhorar a produção
Por João Mathias
Fonte Globo Rural
Meu abacateiro floresceu pelo segundo ano, mas nada de frutos, mesmo colocando adubo e calcário. O que eu faço? Luciano Souza, de São Lourenço (RS)
Alguns fatores podem estar influenciando a falta de frutos do abacateiro.
Embora em uma mesma planta exista flores masculinas e femininas, ambas
apresentam maturação em épocas diferentes. Em determinado grupo de
variedades de abacateiro (A), as flores femininas abrem-se de manhã e
fecham-se à tarde, enquanto que as masculinas fechadas de manhã,
abrem-se à tarde. Em outro grupo (B), ocorre o inverso: as flores
femininas abrem-se à tarde e as masculinas, de manhã. O fenômeno é
conhecido como dicogamia protogínica. Como todas as flores abrem-se e fecham-se praticamente ao mesmo tempo, para garantir a polinização e, consequentemente, a produção, é necessário intercalar variedades de comportamento floral diferente.
Portanto,
recomenda-se que sejam plantadas fruteiras dos dois grupos com uma
distância de, no máximo, 100 metros entre elas. Para isso, com a ajuda
de um agrônomo ou técnico, identifique a que grupo pertence a planta que
não está produzindo e, próximo dela, plante um abacateiro de grupo
diferente. A temperatura também pode influenciar a produção de abacates. Na variedade fuerte,
por exemplo, não há boa frutificação abaixo de 13 ºC e acima de 40-45
ºC. A alta temperatura provoca a queda de frutinhos e a baixa leva a
formação de frutos partenocárpicos, sem valor
comercial. Como o abacateiro é considerado muito exigente em água, a
baixa disponibilidade de água provoca redução no tamanho do fruto e o
excesso também não é tolerado pela planta. Quanto aos nutrientes, o
nitrogênio e o potássio são os mais importantes para a produção do
abacateiro.
CONSULTOR: ANTONIO LÚCIO MELLO
MARTINS, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo
A fruta camu-camu é pequena e pesa em média 8g. Cresce nas
várzeas dos rios, principalmente na época das cheias dos rios
amazonenses. Só que é azeda demais e é consumida apenas na forma de
sorvetes, geleias e compotas. Por isso, a produção do camu-camu
(Myrciaria dúbia) no Brasil ainda é baixa.
Dois pesquisadores da Embrapa querem alavancar a produção de camu-camu e
tornar a cultura mais eficiente. Afinal, a fruta é grande fonte de
vitamina C: supera o teor da acerola em 20 vezes e o do limão em 100
vezes. Os resultados foram compilados no livro de bolso A Cultura do
Camu-Camu.
O livro faz parte da Coleção Plantar, coletânea de livros de bolso da
Embrapa, e trata de diversos aspectos que envolvem o manejo do
camu-camu, tais como as condições adequadas de clima, solo, meios de
propagação e tratos culturais. Há também informações sobre valor
nutricional, colheita, beneficiamento, conservação e rendimento
industrial. A edição traz ainda ilustrações de como identificar frutos e
ramos atacados por insetos-pragas.
A fruta é muito utilizada pelas empresas farmacêuticas para fabricação
de cápsulas de vitamina, segundo Walnice Nascimento, uma das coautoras
do livro. “O camu-camu tem um grande potencial que ainda precisa ser
explorado no Brasil”, diz ela, que divide a autoria da publicação com o
pesquisador José Urano de Carvalho, ambos da Embrapa.
No Brasil, é cultivado principalmente no Pará, no Amazonas e em algumas
fazendas de São Paulo, em Mirandópolis e Iguape. Ainda que no país a
cultura seja incipiente, o Peru é grande produtor e exportador da fruta.
De lá, o camu-camu é exportado para o Japão, Estados Unidos e para a
União Européia, através da Holanda.
Ainda pouco domesticada, a planta não tem uma produção tão eficiente.
Por ser uma planta de várzea, ela também não está plenamente adaptada ao
solo firme. O melhoramento por seleção, no Brasil, começou apenas em
2008. Desde então, foram feitos diversos trabalhos de caracterização
química da fruta em diversas universidades brasileiras. Atualmente, a
Embrapa também está analisando variedades selecionadas geneticamente.
Dez cientistas da Embrapa – engenheiros químicos, melhoristas,
fitotecnistas, fitopatologistas, nutricionistas e geneticistas -
trabalham com essa produção. O livro foi resultado de diversos testes de
cultivo e de compilações de outros trabalhos, principalmente peruanos. Serviço
O livro A Cultura do Camu-Camu pode ser encontrado no posto de vendas da Embrapa Amazônia Oriental ou no site www.embrapa.br/liv
Como qualquer organismo vivo, as espécies de plantas também têm necessidades específicas de nutrientes para o seu desenvolvimento. Por isso a importância das diferentes formulações em adubos químicos
O projeto visou a melhoria da produção de frangos caipiras com aplicações de alternativas sustentáveis para o pequeno produtor, uma esperança na melhoria da geração de renda, muitas vezes impossibilitados devido à concorrência com grandes empresas, indústrias e também pelos grandes produtores.
O projeto colaborou com a melhoria na produção de frangos caipiras ao levar o conhecimento adquirido na Universidade para a comunidade. O principal objetivo foi melhorar a produtividade do pequeno produtor, aliando-se bem estar animal, produção auto-sustentável, não abrindo mão na qualidade higiênica sanitária do produto.