Essa estrela da amazônia é fonte de vitaminas A e C, além de ser rica também em fósforo, ferro, carotenoides e flavonoides
Ela começou a aparecer nas feiras e quitandas brasileiras há bem pouco tempo. E muita gente a observou com curiosidade e se perguntou: que frutinha amarela é essa, com formato de acerola, mas que vem embrulhada nas próprias folhas? É a physalis (fisális), uma delícia azedinha típica da região amazônica. Atualmente, a Colômbia é o maior produtor e exportador da fruta – e é de lá que vem a maior parte da physalis vendida por aqui.
No Brasil, até de 2007, o cultivo era bem restrito e voltado a pesquisas. Mas desde 2008, a fruta começou a ser cultivada pra valer no país. É por isso que, agora, ela é vista o ano todo por aí. Ainda bem, já que a physalis é fonte de vitaminas A e C, além de ser rica também em fósforo, ferro, carotenoides e flavonoides (estes últimos, poderosos aliados contra o envelhecimento). “A physalis contém inúmeras substâncias medicinais e seu fruto, extremamente saboroso, tem grande valor nutritivo e terapêutico”, explica a técnica agrônoma Janaína Muniz, que virou especialista na planta durante seu mestrado em Produção Vegetal na Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc). Uma dessas substâncias, a fisalina, já provou ser 30 vezes mais potente do que os antiinflamatórios hoje conhecidos. A descoberta, feita na Fundação Oswaldo Cruz de Salvador, foi publicada no European Journal of Pharmacology.
Dá para aproveitar tudo isso que a physalis tem de bom consumindo a fruta in natura, em recheios de bombons, em geleias e sucos (veja receita abaixo). Dá também para usá-la na decoração de bolos e tortas, no lugar das cerejas. E que tal ter essa beleza no jardim, com todos os benefícios bem ao alcance da mão? Segundo Janaína Muniz, o cultivo é simples – dá para plantá-la até em um vaso. E a planta se adapta bem a diversas condições de solo e clima. “Todas as famílias poderiam ter em seu quintal pelo menos uma physalis e consumir o fruto diariamente”, encoraja Janaína. Ficou interessado? Então, anote aí as dicas.
Sementes: o ideal é comprá-las de empresas especializadas que comercializam a espécie peruviana (Physalis peruviana L.) ou angulata (Physalis angulata). Também dá para plantar as sementes retiradas diretamente da fruta. “Mas a planta da espécie peruviana é de tamanho maior e do que da angulata. O fruto da peruviana também é maior e mais doce”, diz a técnica agrônoma Janaína Muniz.
Plantio: no solo a planta cresce mais rápido – pode chegar a três metros de altura –, produz frutos maiores e em maior quantidade. Mas nada impede que ela seja plantada em vasos. Eles devem ser grandes (entre três e cinco litros), pois as raízes são bem ramificadas e profundas (em torno de 50 cm de comprimento).
Adubação: pode-se usar húmus de minhoca ou mesmo esterco de bovinos, suínos e aves. O esterco precisa estar bem curtido (seco) para ser misturado à terra. Também pode ser utilizada a compostagem orgânica, adubo natural obtido a partir de cascas de frutas, legumes, ovos, verduras etc.
Rega: deve ser feita diariamente e duas vezes por dia, no verão.
Pragas: As principais pragas observadas até hoje são a Epitrix (pulga do fumo) nas folhas após o transplante; o Aphys (pulgão verde) nas brotações novas e frutos; e a Heliothis (lagarta da maçã), nos frutos. Na produção orgânica, utiliza-se o Óleo de Neem, um inseticida natural que diminui os ataques das pragas.
Colheita: a partir de 120 dias depois do plantio. Ela dá frutos por seis ou oito meses e cada planta produz até três quilos de frutas.
Receita: Geleia de Physalis
Ingredientes
2 caixinhas de 100 g de physalis
1 xícara de água
1/2 xícara de açúcar
Modo de fazer
Retire a physalis do casulo e corte-a em pedacinhos
Leve a fruta com a água e o açúcar ao fogo, mexendo sempre
Deixe ferver até a calda começar a engrossar e desligue o fogo
Amasse um pouquinho com um garfo ou colher e espere esfriar
http://www.revistaherbarium.com.br/physalis-a-pequena-notavel/