quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Mudas de flores em troca do que muitos consideram lixo !!

 

Fonte:jornal de floripa

No projeto Harmoniza Chapecó a população tem incentivo para descartar corretamente o resíduo orgânico. Entenda como funciona o processo de compostagem

Quem faz o trabalho de transformar os resíduos em adubo são as minhocas que “moram” na composteira, neste caso o processo é chamado de vermicompostagem – Foto: DivulgaçãoQuem faz o trabalho de transformar os resíduos em adubo são as minhocas que “moram” na composteira, neste caso o processo é chamado de vermicompostagem – Foto: Divulgação

Cascas e sobras de alimentos descartados diretamente nas hortas e pomares como um adubo para as plantas. A técnica ainda é usada hoje, mas quem tem algumas décadas de vida deve lembrar que era muito comum antigamente. A decomposição desses materiais resulta num fertilizante natural e é resultado de uma técnica chamada compostagem, que pode ser feita de várias maneiras. Hoje as composteiras cabem até nos apartamentos ou ocupam um cantinho da casa.

O engenheiro ambiental e sanitarista Eduardo Olivo separa corretamente todos os resíduos da residência e também faz compostagem num recipiente com duas caixas, nos fundos da casa. Duas vezes por semana, ou conforme vai enchendo a lixeira da cozinha com os materiais orgânicos, ele “alimenta” a composteira. “Ela é bem simples de operar, ela vai duas frações de seco – serragem, jornal ou folhas e gramas secas, para uma porção de úmido – que é o orgânico.”

Quem faz o trabalho de transformar os resíduos em adubo são as minhocas que “moram” na composteira, neste caso o processo é chamado de vermicompostagem. A cada quarenta dias o fertilizante natural está pronto. “A parte sólida tem uma cor bem escura e nenhum odor”, mostra o engenheiro. A parte líquida, que escorre na parte inferior da composteira, é o chorume.  Ambos são usados para nutrir as plantas da horta e do jardim da casa.

Em Chapecó, para quem ainda não tem uma composteira, o município desenvolve o projeto piloto Harmoniza Chapecó – laboratório de compostagem, que fica no horto florestal, dentro do Parque das Palmeiras. A população pode levar os resíduos orgânicos três vezes por semana: segundas, quartas e sábados, das sete e meia às dez horas da manhã. Ao fechar doze entregas, que são registradas num cartão fidelidade, o morador recebe em troca cinco mudas de flores.

A aposentada Marilis Helena Wagner participa ativamente, inclusive divulgando a ideia e agregando adeptos: “eu trago pra mim, pra minha cunhada que trabalha fora, pra minha vizinha e já falei para outras amigas trazerem também”. A gerente de saneamento do município Graciela Hackler comemora: “é disso que o projeto precisa, de gente engajada, para que possamos multiplicar esta experiência em outros locais”.

Por isso, o Harmoniza Chapecó também é divulgado nas escolas. A compostagem representa economia para o município e para o consumidor, já que todo material que deixa de ir para o aterro sanitário é um custo a menos para o poder público reverter na tarifa do lixo e é um ganho para a saúde do planeta.

No amplo canteiro de compostagem do projeto, o que vem das casas é misturado e cuidado e 6 meses depois vira adubo para as flores do horto florestal. Parte dessas flores é a recompensa para quem traz o resíduo e a outra parte vai embelezar as ruas da cidade, nos canteiros e rótulas. O servidor municipal Helton Schefer,  cuida de tudo, com muita dedicação, ele trabalha com compostagem há 4 anos: “eu tenho amor, eu aprendi a amar. E aí as pessoas perguntam pra mim como é amar o lixo e eu respondo que não é o lixo, é o que você faz que tem que fazer com carinho e com amor e que vai refletir em toda a cidade”.

Vale a pena fazer uma visita. Para quem pensa que no local, só porque tem resíduo orgânico tem mal cheiro, está enganado. E uma composteira sem odor e sem moscas é sinal de que está bem feita. Mas para isso é preciso a colaboração de todos. Existem materiais, mesmo sendo orgânicos, que não podem ir para a compostagem: frutas cítricas, carnes e derivados do leite, por exemplo. O Helton também alerta que, ainda vem muito material que não deveria: plástico molhado, tampas de embalagens, caixinhas…” tudo aquilo que deveria ser lavado e depositado no material reciclável.

É como lembra dona Marilis: “depende sim, da conscientização de cada um” . E, não há desculpa para falta de tempo e conhecimento, a informação está disponível para todos e as facilidades só aumentam.


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