terça-feira, 11 de junho de 2019

LINDAS FLORES TROPICAIS PARA TER EM CASA JÁ

Aline Matsumoto, florista que estará no Casa Vogue Experience, dá dicas para usá-las

Com a primavera exalando suas cores por aí, que tal aproveitar para encher a casa com as flores que mais se encaixam no nosso clima – as tropicais? Vibrantes, essas espécies vão bem não só nos ambientes residenciais, mas também nos corporativos e em festas, inclusive as infantis. “Além de precisarem de poucos cuidados, essas flores proporcionam um efeito gráfico, por isso vão bem em todos os ambientes. Dá para combinar elementos secos, sementes, compor com arranjos variados e, algumas, vão bem até sozinhas em cima de um prato, por exemplo”, conta Aline Matsumoto, florista que estará no Casa Vogue Experience 2017 ensinando num workshop a fazer belos arranjos com esses tipos coloridíssimos. Clique aqui para fazer sua inscrição – as vagas são limitadas! A seguir, ela lista 5 flores tropicais que você precisa conhecer! 

Bromélia

Flowering plants Guzmania is a genus of the botanical family Bromeliaceae, subfamily Tillandsioideae. Bromeliad mix, Bromeliaceae (Foto: Getty Images/iStockphoto)
Extremamente resistentes e adaptáveis em diversos ambientes, as bromélias são conhecidas por seu formato que lembra um cálice.

Helicônia

Close-up of a heliconia flower (Foto: Getty Images/Purestock)
Com folhagens que lembram a bananeira e atingem até três metros, a helicônia se destaca pela sua flor em cachos que misturam dois tons: um vermelho-alaranjado e um amarelo bem vibrante.

Estrelícia

5 flores tropicais para ter em casa já (Foto: Getty Images/Hemera)
Strelitzia reginae também é apelidada de ave do paraíso graças a seu formato que lembra o bico de um pássaro. Com 15 cm e um caule comprido, a flor varia entre tons de laranja e azul.

Alpínia

5 flores tropicais para ter em casa já (Foto: Thinkstock)
Com formato que lembra um chocalho, ela tem um tom vermelho vibrante (embora haja outras variações mais rosadas) que contrasta bem com suas folhagens grandes. Também é conhecida como vindecaá ou colônia.

Flor de banana

Ornamental banana flower in the nature. (Foto: Getty Images/iStockphoto)
Você sabia que além do fruto, a bananeira dá flores lindas? Elas geralmente possuem tons rosados, mas há outros tons puxados para o verde e também vinho.

POR AMANDA SEQUIN | FOTOS THINKSTOCK E FILIPPO BAMBERGHI
Visto primeiro em CASA VOGUE

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Palestra sobre compostagem doméstica na UFCSPA


Muito gratificante participar desta semana do meio ambiente e poder compartilhar conhecimento!!

Compostagem é o processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola
ou florestal, e pode ser considerada como um tipo de
reciclagem do lixo orgânico. Trata-se de um processo
natural em que os micro-organismos, como fungos e
 bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria
 orgânica, transformando-a em húmus, um material muito
rico em nutrientes e fértil.

A prática ainda faz bem para a saúde. De acordo com um
estudo, o contato com uma bactéria presente no húmus
funciona como um antidepressivo, diminui alergias, dor e
náusea.



UFCSPA promove Semana do Meio Ambiente em junho
Escrito por Redação Ascom   
Seg, 27 de Maio de 2019 14:33
O Núcleo de Gestão Ambiental da UFCSPA promove no período de 4 a 7 de junho a Semana do Meio Ambiente 2019. A iniciativa tem como objetivo celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, com a realização de palestras sobre o consumo de produtos orgânicos e as práticas de disposição de resíduos. As atividades gratuitas e abertas à comunidade interna e externa ocorrerão no Teatro Moacyr Scliar nos turnos da tarde. Mais informações sobre a programação e o procedimento de inscrição podem ser conferidas no SiEx.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Estância das Frutas, mais de 2500 (Programa: Caminhos da Roça / Globo - EPTV)





Estância das Frutas cultiva mais de 2.500 espécies de frutas raras e abriga variedades dos cinco continentes!
Mal sabia um tratorista desatento, que ao arrancar sem querer um pé raro de tangerina, daria origem a uma coleção única em todo o país. A planta era a preferida do proprietário do sítio, Dr. Sergio Sartori, que fez uma verdadeira peregrinação por viveiros, institutos, associações e centros de pesquisa do estado de São Paulo para encontrar essa variedade novamente. Não a achou, porém descobriu uma imensa gama de frutas raras e exóticas existentes, algo até então desconhecidas. Foi buscando um pé raro de tangerina que ele encontrou uma paixão, colecionar frutas raras.
Há mais de 20 anos, Dr. Sergio Sartori resgata e cultiva plantas do Brasil e do mundo. Esse pomar cresceu, hoje conta com mais de 2.500 espécies frutíferas e virou seu laboratório preferido. Como médico, sempre buscou estudar os benefícios das frutas para a saúde, e perante essa paixão entre a medicina e fruticultura, lançou seu último livro “Frutas e Saúde”, uma obra com mais de 60 capítulos, retratando sobre dezenas de frutas, sua origem, composição e melhorias para a saúde.
Sergio tem como objetivo que as frutas raras se tornem fáceis de serem encontradas. Para isso, criou a Associação Brasileira de Frutas Raras em 2008. São promovidos eventos anuais sobre o tema para interessados e sócios, que aproveitam a ocasião para adquirir ou trocar mudas e sementes, encontrar novas informações ou conhecer cultivares diferentes. “Alimentar-se bem aumenta a expectativa de vida. Temos que mostrar para a população o benefício das frutas e poder preventivo e curativo que elas possuem. Por isso, os eventos não possuem fins lucrativos”, comenta.
Nessas duas décadas de estudos e publicações científicas, a família Sartori publicou livros que estão entre os mais respeitados do país além de ter nossas obras traduzidas e vendidas no exterior como o caso do livro Frutas Brasileiras e Exóticas Cultivadas que pode ser considerado uma referência no assunto. Todo esse trabalho nos motiva à cada dia. E esses são os frutos do respeito entre terra e tradição.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Mudas Amendoim forrageiro caixa c/ 15 mudas



Amendoim forrageiro caixa c/ 15 mudas planta rasteira para sol do dia todo, requer poucos cuidados porém uma adubação constante, sempre é recomendada requer regas dia rias se exposta ao sol pleno. aceita poda de correção. Tam. aprox.. 10 cm.

Fornecimento sob encomenda! agropanerai@gmail.com

Camapu: a planta que ajuda na recuperação de Alzheimer e Parkinson

    Fonte: site greenme
    Camapu
    Camapu, fisalis ou juá-de-capote é muito comum aqui no nosso país, em diversas regiões. Na verdade, são duas as espécies: o Camapu (Physalis pubescens) e o Juá de capote (Physalis angulata), com diferentes características que podem ser facilmente cultivadas aqui.
    Mas, o interessante é que a ciência está estudando esta planta pois, ela ajuda na recuperação dos neurônios e, portanto, das doenças neuro-degenerativas como o Alzheimer, o Parkinson e diversas outras.
    Pesquisadores do Pará descobriram que uma das substâncias que o camapu (Physalis pubescens) contém no talo da planta tem a potencialidade de estimular a produção de novos neurônios no hipocampo - o hipocampo é a área do nosso cérebro que está ligada à memória - e buscam desenvolver medicamentos fitoterápicos que possam ser aplicados aos seres humanos pois, por enquanto a pesquisa se limita a outros animais. Esta pesquisa também aponta a possibilidade de que estes medicamentos possam ser usados para os que sofrem de depressão grave, onde há perda neuronal.

    physalis angulata
    Foto - Physalis angulata
    physalis pulbescens
    Foto - Physalis pulbescens

    “A notícia é muito boa, principalmente pelo fato de esta substância estimular o crescimento neuronal na área do hipocampo. A gente está falando da criação de novos neurônios, algo que algum tempo atrás não se falava”, diz Milton Nascimento dos Santos, do Grupo de Pesquisas Bioprospecção de Moléculas Ativas da Flora Amazônica da da Universidade Federal do Pará.
    Essas propriedades neurogênicas do camapu foram testadas em laboratório e em ratos e agora iniciam-se os testes clínicos e de produção a larga escala, para subsidiar a indústria farmacêutica nacional.
    Mas, pelo visto, essa substância do talo do camapu é muito complexa e há dificuldades na sua sintetização, mas a planta é de fácil reprodução, com ciclo bianual. “A substância pode ser uma maravilha, mas se só é produzida pela planta uma vez por ano, a produção de fitoterápicos ficaria inviável”, diz Silva.

    PROPRIEDADES MEDICINAIS DO CAMAPU

    O camapu tem outras propriedades medicinais reconhecidas - é anti-inflamatório e anti-protozoário (inclusive há dados de que seu uso pode ajudar a tratar aqueles que sofrem de Mal de Chagas).
    A descoberta da substância que faz com que os neurônios se regenerem foi uma casualidade da pesquisa, que apontava seus estudos para estes outros aspectos curativos do camapu.
    Há mais estudos sobre as propriedades medicinais da Physalis angulata, que é conhecida como purificadora do sangue, fortalecedora do sistema imunológico e redutora das taxas de colesterol, dentre vários outros usos.
    Aqui há uma tabela, com referências bibliográficas, que aponta o uso detalhado dessa espécie de fisalis, onde se mencionam qualidades calmantes, depurativas, desobstruintes, diurética, antioxidante, antibacteriana, antitumoral e outras.

    CAMAPU NO JARDIM

    Mas, caso você queira ter um pé de camapu, ou de juá-de-capote, a recomendação é de que não jogue as sementes na sua horta. Essa planta é bastante agressiva em seu crescimento e vai ocupar todo o espaço, passando por cima das outras plantas, com certeza. Então, faça um canteiro só para a sua fisalis, essa é a dica. Você pode comprar as frutinhas no mercado e separar as sementes, deixá-las secar e semear em terra fértil.
    Outra fisalis que se encontra nos mercados é uma conhecida como Golden Berry a Physalis peruviana, cujo crescimento é tão agressivo quanto das outras espécies.

    sexta-feira, 31 de maio de 2019

    Cinco etapas para fazer um ótimo composto

    Fonte: site TEARFUND

    Os agricultores e jardineiros usam composto para melhorar seu solo e aumentar o crescimento das plantas. O composto é feito a partir de resíduos vegetais e alimentares, que são decompostos por minhocas e outros organismos. Ele precisa de oxigênio suficiente (do ar) e da quantidade certa de umidade. Abaixo está um método para fazer composto.
    Cinco etapas para fazer um ótimo composto. Ilustração: Petra Röhr-Rouendaal, Where there is no artist (segunda edição)
    Ilustração: Petra Röhr-Rouendaal, Where there is no artist (segunda edição)

    1 faça um pilha

    A pilha de composto não precisa estar contida dentro algo, mas será mais fácil manejá-la se estiver. Você pode usar um buraco, uma caixa de ripas ou malha de arame. Procure fazê-la com um mínimo de 1 metro em cada direção. É útil ter duas ou três pilhas para que se possa acrescentar materiais a uma pilha enquanto a outra estiver se decompondo. Em áreas secas, faça o composto em um buraco. Em áreas mais úmidas, faça a pilha acima do solo. Em climas mais frios, faça o composto em uma posição ensolarada. Em climas quentes e secos, faça-o longe da luz direta do sol. Faça pilhas em solo bem drenado ou na grama, evitando o concreto.

    2 empilhe

    Use uma boa mistura dos chamados materiais “marrons” e “verdes” (veja abaixo). Se você mora em uma área úmida, coloque uma camada de pedras e galhos como base para permitir a drenagem. Comece com uma camada de materiais marrons seguida de uma camada de materiais verdes. Se tiver disponível, você pode acrescentar uma camada fina de estrume e uma camada fina de solo superficial. Em seguida, repita essas camadas. Coloque água se os materiais estiverem secos. Não use: resíduos não orgânicos, carne, ossos, óleos, laticínios ou fezes de animais que comem carne (por exemplo, cães e gatos) ou de humanos, pois estes contêm bactérias nocivas. Evite colocar ervas daninhas recorrentes ou plantas doentes.

    3 deixe aquecer

    Cubra o composto com uma lona, lama ou folhas largas (por exemplo, de bananeira). Isso ajudará a manter a umidade quando estiver quente e evitará que o composto fique encharcado quando chover. Não deixe secar – coloque água, se necessário. A pilha deve ficar quente no meio.

    4 revolva regularmente

    Mantenha o composto oxigenado revolvendo-o a cada poucas semanas. Não há necessidade de manter as camadas separadas.

    5 misture o composto no solo

    Quando a mistura ficar marrom escura/preta e quebradiça, com cheiro de terra, o processo estará concluído. Isso pode levar de dois meses a um ano. Misture o composto no solo e aproveite os resultados! Você poderia tentar vender seu composto a agricultores ou lojas agrícolas (peneire-o para que ele esteja fino o suficiente).
    Cinco etapas para fazer um ótimo composto. Ilustração: Petra Röhr-Rouendaal, Where there is no artist (segunda edição)
    Ilustração: Petra Röhr-Rouendaal, Where there is no artist (segunda edição)

    resolução de problemas

    Se o composto tiver um odor ruim e estiver molhado, é porque há muito nitrogênio e/ou água.
    • Coloque mais materiais marrons. Cubra o composto para evitar que ele fique muito molhado.
    Se o processo for muito lento, é porque não há nitrogênio, oxigênio ou água suficiente.
    • Coloque mais materiais verdes. Pique os materiais marrons em pedaços menores. Revolva o composto para acrescentar oxigênio. Coloque água, se necessário.
    Se o seu composto estiver atraindo insetos e roedores...
    • Cubra os restos de alimentos recém-acrescentados com materiais marrons. Use tela de arame ao redor da base para evitar que os roedores entrem.

    Jude Collins é a Coordenadora de Informações sobre Projetos da Tearfund. E-mail: jude.collins@tearfund.

    quinta-feira, 30 de maio de 2019

    Adubação de plantios de espécies nativas em Restauração Ambiental

    Fonte: site eflora web

    Adubação de plantios de espécies nativas em Restauração Ambiental

    Bruno Almozara Aranha (contato@mudacerta.com.br)
    Introdução e Objetivos do Post
    Hoje eu vou escrever sobre um tema que não tem relação direta com a botânica, mas é uma dúvida ou uma dificuldade recorrente entre profissionais que trabalham com restauração da vegetação nativa. Você já deve ter se perguntado sobre:
    – Qual é a adubação correta/necessária para plantios de espécies nativas, ou seja, qual é a recomendação de adubação?
    A adubação é uma etapa fundamental para o sucesso de qualquer plantio, mas para espécies nativas ainda há muita desinformação (Foto 1). Neste artigo eu vou buscar esclarecer alguns pontos e apresentar algumas fontes relevantes para que você possa tomar a melhor decisão quando se deparara com essa demanda.
    Foto 1 – Mudas nativas em desenvolvimento no Viveiro Árvores Brasileiras, integrante do Programa Muda Certa (Fonte: Suzana Aleixo).
    Foto 1 – Mudas nativas em desenvolvimento no Viveiro Árvores Brasileiras, integrante do Programa
    Muda Certa (Fonte: Suzana Aleixo).
    As dificuldades de adubação nos plantios mistos de espécies nativas
    Antes de qualquer coisa eu vou delimitar o que eu quero dizer com plantio de espécies nativas. Aqui estamos nos referindo a espécies arbustivo-arbóreas nativas plantadas em consorciação com outras espécies congêneres, compondo um plantio com alta riqueza de espécies, com finalidade de restauração da cobertura vegetal e biodiversidade ou produção de madeira.
    Quando falamos “plantio de espécies nativas”, por exemplo, podemos estar nos referindo a um plantio, de mandioca, que é uma espécie nativa plantada em monocultura. E o que eu quero mostrar aqui é que a dificuldade de se ter informações precisas sobre a recomendação de adubação para plantio de espécies nativas é justamente por esse plantio não ser uma monocultura de espécies comerciais.
    Uma espécie plantada em uma monocultura com fins comerciais em primeiro lugar é uma espécie domesticada, e a intenção de seu plantio é que ele produza o máximo com o mínimo de adubação. Para isso há diversos estudos para desenvolver a melhor variedade para cada região e a melhor recomendação de adubação. Assim, para essas culturas há uma série de informações que propiciam uma adubação ótima, com recomendações muito precisas para cada tipo de variedade e tipo de solo. Já para o plantio de espécies nativas o quadro é bastante diferente.
    As espécies nativas utilizadas para a restauração ou para a recomposição de Reservas Legais com vistas à produção de madeira são variedades selvagens e a intensão, principalmente no caso do plantio de restauração, é que tenhamos a menor mortalidade possível e que as mudas se desenvolvam e recuperem a cobertura vegetal.
    Observem que o objetivo não é a máxima produção, ele é bem mais prosaico: que ao menos as mudas sobrevivam! O plantio é, na imensa maioria das vezes, composto por muitas outras espécies e não uma monocultura. Consequentemente, temos plantadas no mesmo espaço espécies selvagens de linhagens evolutivas muito distantes. Como, por exemplo, espécies da família Lauraceae, a família das canelas, e espécies da família Bignoniaceae, dos ipês, cujo último ancestral comum viveu a 179 milhões de anos atrás! Dessa maneira o que menos teremos é uma uniformidade na exigência nutricional.
    Outra diferença importante do plantio de espécies nativas é seu objetivo de longo prazo. Para a produção de madeira, o tempo estimado é de 20 a 30 anos e de forma muito mais duradoura, quando queremos restaurar a cobertura vegetal e a biodiversidade. Assim, além de querer reduzir a mortalidade, queremos que as mudas se desenvolvam e que os indivíduos plantados suportem as intempéries climáticas, a herbivoria e as dificuldades nutricionais que virão.
    A adubação para plantios de espécies nativas, então, visa dar suporte ao desenvolvimento inicial das mudas e o resto tem que ser com elas mesmas, pois, afinal, elas terão que suportar por conta própria o local onde foram plantadas num processo natural de rustificação. É claro que essa estratégia de adubação pode ser relaxada quando nosso objetivo é produção madeireira. Ou seja, podemos considerar um reforço na adubação para conseguirmos uma melhor produção de madeira, mas mesmo assim a resposta não é rápida e tão direta, porque ainda estamos tratando com variedades selvagens.
    Portanto, a adubação para espécies nativas deve levar em consideração que:
    i) há uma grande heterogeneidade de exigências nutricionais, pois estamos plantando diversas espécies e cada qual pertencente a uma linhagem evolutiva e com diferentes estratégias de nutrição;
    ii) estamos lidando com variantes selvagens, ou seja, não domesticadas e melhoradas para apresentar uma melhor resposta à adubação; e
    iii) não estamos visando indivíduos produtivos, mas sim indivíduos rústicos que estejam aptos a suportar as condições ambientais e se estabelecerem permanentemente no local.
    Isso posto, fica mais fácil entender o porquê de não existirem muitas recomendações de adubação específicas para o plantio de espécies nativas. O que temos é uma recomendação genérica que visa dar um suporte nutricional inicial para as mudas até que elas consigam “pegar”. Porém, qual é a melhor adubação “genérica” para o meu plantio (Foto 2)?
    A seguir, vou dar algumas dicas valiosas sobre nutrição vegetal.
    Foto 2 – Plantio compensatório de restauração da cobertura vegetal nativa em Santa Isabel, SP, no domínio Mata Atlântica.
    Foto 2 – Plantio compensatório de restauração da cobertura vegetal nativa em Santa Isabel, SP,
    no domínio Mata Atlântica.
    Conceitos básicos em nutrição vegetal
    Existem dois tipos de nutrientes que são essenciais para o desenvolvimento das plantas: os macronutrientes e os micronutrientes; classificados de acordo com a quantidade exigida pelas plantas.
    Os macronutrientes são: Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S). E os micronutrientes são: Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Molibdênio (Mo) e Zinco (Zn).
    Todas as plantas precisam desses elementos químicos para se desenvolver, além de, é claro, Carbono (C), Oxigênio (O) e Hidrogênio (H). E por todos serem essenciais, a pequena quantidade ou a indisponibilidade de um só elemento limita o crescimento da planta, independentemente se todos os demais estiverem disponíveis em abundância.
    Os macros e micronutrientes estão disponíveis para as plantas no solo, mais precisamente na solução do solo. E essa disponibilidade, ou melhor, o acesso a esses nutrientes pelo sistema radicular das plantas depende da acidez do solo, porque a acidez do solo influencia na Capacidade de Troca Catiônica (CTC). Não vou me estender muito aqui, pois não é o foco do artigo, mas se alguém se interessar sobre o assunto tem mais informações aqui.
    O problema é que os solos tropicais são muito ácidos, pois nos trópicos há muita umidade e consequentemente muita lixiviação e intemperismo. Esse processo está associado a uma transformação profunda associado ao desgaste das rochas e dos solos, através de processos químicos, físicos e biológicos. Em outras palavras, os solos tropicais são muito lavados e estão muito alterados física e quimicamente.
    Assim, quanto mais ácido o solo, menor a disponibilidade de nutrientes para as plantas. É por isso que dizem que os solos tropicais têm baixa fertilidade.
    Então, você pode me perguntar: “Mas se as espécies nativas estão acostumadas a sobreviver em solos de baixa fertilidade, por que elas precisam de adubação então”?
    Na verdade funciona assim: a maior parte da nutrição das espécies arbustivo-arbóreas vem da camada superficial do solo. Essa camada está coberta pela serrapilheira, que são folhas e demais restos vegetais em decomposição. É esse o processo de decomposição dos restos vegetais que disponibiliza os nutrientes para as plantas.
    A ciclagem de nutrientes entre planta/solo/planta é regido através dos ciclos biogeoquímicos e são eles que permitem florestas tão exuberantes em solos tão inférteis. É por isso, também, que a avaliação da camada de serrapilheira é um indicador muito importante para se classificar o estágio de regeneração das florestas J. Veja mais nas Resoluções CONAMA disponíveis para a classificação do estágio de sucessão de vegetação de cada Estado aqui!
    No entanto, áreas em restauração com plantio de mudas não possuem camadas de serrapilheira formadas e, então, parte do ciclo biogeoquímico se encontra em ruptura na sua dinâmica. Dessa forma, devemos fornecer nutrientes pela via da adubação para as espécies arbustivo-arbóreas que plantamos. E, portanto, a adubação é necessária porque vai fornecer o suporte nutricional até que a vegetação se desenvolva ao ponto de iniciar a ciclagem nutricional e se tornar autossustentável. O que acontece mais ou menos quando há o fechamento das copas no caso de ecossistemas florestais.
    Embora quando tratamos de um plantio de espécies nativas estamos lidando com uma grande heterogeneidade de espécies e de exigências nutricionais, é possível organizar a exigência nutricional em dois grupos: pioneiras e não pioneiras. As espécies pioneiras, de crescimento mais rápido, são aquelas que demandarão maiores quantidades de nutrientes nos anos iniciais de desenvolvimento da vegetação em restauração.
    Ao passo que para as não pioneiras a demanda é mais distribuída ao longo do tempo. Dessa maneira, a adubação deve prever o suporte nutricional para os dois grupos, visando um alto consumo inicial pelas pioneiras e evitando a perda ou a imobilização de nutrientes que faltarão quando a demanda das não pioneiras aumentar.

    Recomendações básicas de adubação nos diferentes domínios de vegetação do Brasil
    Mata Atlântica
    A referência clássica para a recomendação de adubação para espécies nativas da Mata Atlântica é:
    Gonçalves, J.L.M.; Raij, B. van e Gonçalves, J.C. Florestais. In: Raij, B. van; Cantarella, H.; Quaggio, J.A. e Furlani, A.M.C., eds. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas, Instituto Agronômico e Fundação IAC, 1996. p. 247-259.
    Essa referência, entretanto, é um capítulo de livro, por isso não está disponível facilmente.
    Para a nossa sorte, o professor Leonardo Gonçalves escreveu praticamente o mesmo texto em 1995 e essa publicação está disponível aqui. Recomendo que leia essa publicação na integra, pois estão apresentadas a fórmula para a recomendação de calagem (aplicação de calcário) e a tabela de referência com intervalos de valores dos parâmetros obtidos na análise do solo e a respectiva recomendação da quantidade de nutrientes que deve conter na adubação.
    As tabelas de recomendação diferem entre as duas publicações, dessa forma vou reproduzir, mais abaixo, as tabelas de recomendação da publicação de 1996.
    Visto tudo isso, vamos para o passo a passo da adubação. A primeira coisa que se deve fazer é uma análise do solo. Existe disponível na internet diversos manuais de como se fazer a análise de solo, esse aqui apresenta as informações de maneira bem sucinta e clara. A análise do solo é que vai indicar quais os parâmetros para sabermos a quantidade de nutrientes que devemos ter nos adubos.
    Com os parâmetros da análise de solo nas mãos, o próximo passo é fazer a calagem. Aplicar calcário na área tem dois objetivos:
    1. i) reduzir a acidez, e assim aumentar a disponibilidade dos nutrientes e
    2. ii) aumentar a saturação por bases do solo (chamada de V%), fornecendo mais Ca e Mg para as plantas.
    A indicação é aplicar um tipo de calcário chamado dolomítico, pois ele possui um teor maior de Mg. Geralmente os valores de calcário aplicados giram em torno de 1,5 a 2,5 toneladas por hectare, mas podem chegar até 3,0 toneladas por hectare. A calagem deve ser feita por toda a área ou somente nas linhas de plantio, sem a incorporação no solo e em um dia sem chuva.
    Após 30 dias, tempo necessário para que a calagem alcance os seus objetivos, iniciamos a adubação junto com o plantio das mudas. A adubação deve ser feita ao redor dos berços (ou covas, como preferir) também em um dia sem chuva. Os principais componentes do adubo são o Nitrogênio (N), o Fósforo (P) e o Potássio (K) e sempre associado às formulações vem o Enxofre (S). O N, P e K possuem comportamentos diferentes no solo.
    O P é facilmente imobilizado, isso quer dizer que ele muito facilmente se torna indisponível para as plantas. Já o N e o K são muito voláteis e, assim, são facilmente lixiviados. Você se lembra de que na adubação para espécies nativas nós temos que prever as demandas para as espécies pioneiras e não pioneiras? Para isso, a recomendação de adubação prevê o fornecimento de quantidades de nutrientes que não serão aproveitadas de imediato e vão ficar no solo a espera do consumo das plantas.
    Porém, como o N e o K são muito voláteis se toda a quantidade recomendada fosse aplicada de uma vez só haveria muita perda desses nutrientes. Por isso a adubação é dividida em duas etapas: a adubação de base e a adubação de cobertura. A adubação de base é realizada antes do plantio e a adubação de cobertura, que pode ser dividida em mais aplicações, é executada depois das mudas plantadas.
    Na adubação de base são aplicados 100% do P e de 20 a 40% de N e K. Consequentemente, na adubação de cobertura são aplicadas doses de 80 a 60% do N e K recomendado de acordo com a análise do solo. O que vai definir as doses da adubação de cobertura é a quantidade de chuva que tem a região.
    Quanto mais chuvosa for a região menor e mais dividida serão as doses da adubação de cobertura. Por outro lado, quanto mais operações de adubação mais caro ficará o plantio. Dessa maneira, recomenda-se a divisão da adubação de cobertura em duas etapas. A primeira em três meses após o plantio e a segunda em seis meses após o plantio.
    Vamos fazer um exemplo, considerando um plantio de restauração da cobertura vegetal e biodiversidade no domínio Mata Atlântica e utilizando as espécies florestais nativas desse domínio.
    Após a análise do solo na profundidade de 0 – 20 cm encontramos os seguintes resultados:
    V% = 35;
    CTC a pH 7 = 75 mmol.dm-3;
    Teor de Matéria Orgânica (M.O.) = 14 g.dm-3;
    Teor de P = 4 mg.dm-3;
    Teor de K = 0,5 mmol3.dm-3; e
    Teor de argila no solo = 20%.
    Conforme o mencionado, o primeiro passo é fazer a calagem. Na prática a calagem visa aumentar o V% para 50%. Para saber a quantidade de calcário para isso devemos aplicar a seguinte fórmula:
    N.C. = [T x (V2 – V1) x p] / (10 x PRNT)
    Onde:
    N.C. – Necessidade de calcário (t.ha-1);
    T – Capacidade de Troca de Catiônica (CTC) a pH 7 em mmol.dm-3;
    V2 – Saturação por Base do solo desejada;
    V1 – Saturação por Base encontrada no solo;
    p – Fator de profundidade de incorporação do calcário no solo: 1,0 para 0 – 20 cm; e 1,5 para 0 – 30 cm;
    PRNT – Poder Relativo de Neutralização do calcário (fornecido pelo fabricante do calcário).

    Assim, dado PRNT = 85%:
    N.C. = [79 x (50 – 35) x 1] / (10 x 85) => 1.185 / 850 => N.C. = 1,39 t.ha-1 ou 1,5 t.ha-1

    De acordo com as tabelas de recomendação, temos:
    Tabela 1. Recomendação de adubação com Nitrogênio (N) de acordo com o teor de Matéria Orgânica (M.O.) no solo. Adaptado de Gonçalves et al. 1996.
    Dose de N Teor de Matéria Orgânica (M.O.) no solo (g.dm-3)
    0 – 15 16 – 40 > 40
    kg.ha-1 60 40 20

    Tabela 2. Recomendação de adubação com Fósforo (P) de acordo com o teor de argila e de P disponível no solo. Adaptado de Gonçalves et al. 1996.
    Teor de argila no solo Teor de Fósforo (P) por resina no solo (mg.dm-3)
    0 – 2 3 – 5 6 – 8 > 8
    % Dose de P205 (kg.ha-1)
    < 15 60 40 20 0
    15 – 35 90 70 50 20
    > 35 120 100 60 30

    Tabela 3. Recomendação de adubação com Potássio (K) de acordo com o teor de argila e de K trocável no solo. Adaptado de Gonçalves et al. 1996.
    Teor de argila no solo Teor de Potássio (K) trocável no solo (mmol3.dm-3)
    0 – 0,7 0,8 – 1,5 > 1,5
    % Dose de K2O (kg.ha-1)
    < 15 50 30 0
    15 – 35 60 40 0
    > 35 80 50 0

    Dose N = 50 kg.ha-1; Dose P = 70 kg.ha-1; e Dose K = 60 kg.ha-1.
    Portanto, nesse exemplo para a adubação de espécies nativas florestais do domínio Mata Atlântica devemos fazer a calagem do solo com 1,5 toneladas de calcário dolomítico por hectare e aplicarmos, por hectare:
    – 180 kg de adubo;
    – 50 kg de N,
    – 70 kg de P e
    – 60 kg de K.
    Sendo que o N e o K devem ser parcelados em três adubações: a de base (40%) e as duas de cobertura (60%). Também se recomenda a aplicação, na adubação de cobertura, dos micronutrientes Boro (B) e Zinco (Zn) nas concentrações de 0,3 e 0,5% ou 0,33 e 0,55 kg.ha-1.

    Cerrado
    No caso do Cerrado a lógica de adubação voltada para vegetações florestais não se aplica. Embora os solos do Cerrado sejam tão inférteis como os solos florestais, a quantidade de nutrientes acumulada na biomassa é muito diferente entre uma floresta e uma savana.
    Assim, o ciclo biogeoquímico é distinto entre as fisionomias abertas e as florestais. Ademais, as espécies típicas do Cerrado são adaptadas à alta toxidade de Alumínio (Al) existente no solo. Algumas espécies chegam a absorver grandes quantidades de Al no seu processo nutricional.
    Dessa maneira, procedimentos de correção do solo via calagem quando se deseja restaurar a vegetação original do Cerrado é um erro grosseiro. Da mesma maneira, é um erro introduzir espécies florestais em locais onde a fisionomia é savânica. Esse é um dos motivos de se escolher a Muda Certa para os locais apropriados!
    As espécies típicas do Cerrado possuem menor exigência nutricional do que as espécies florestais. Então não há necessidade de doses cuidadosas de nutrientes. A recomendação é que a adubação seja feito com adubos orgânicos (esterco curtido ou lodo de esgoto), sobretudo em locais com solos arenosos. A matéria orgânica dos adubos orgânicos em solos arenosos irá contribuir com a formação de agregados no solo e isso contribui como o aumento na CTC e, consequentemente, no aumento da disponibilidade de nutrientes para as plantas.
    Outro detalhe importante. Quando se trata da restauração do Cerrado, muitas vezes a melhor opção não é plantar mudas, mas sim conduzir e estimular a regeneração natural. Contudo, como nem sempre é possível contar somente com a regeneração natural, a restauração deve ser executada somando o potencial de regeneração natural com a introdução de espécies nativas.
    Desconheço publicação que apresente recomendação de adubação para espécies do Cerrado como há para as espécies da Mata Atlântica. No entanto, essas publicações aqui e aqui recomendam utilizar de 20 a 30% do volume do berço de adubos orgânicos ou uma combinação de adubação orgânica com adubação química, utilizando 2,5 litros de esterco curtido com 200g de adubo formulado NPK 4-14-8 por berço.

    Amazônia e Caatinga
    Também desconheço publicações semelhantes a existente para recomendação de adubação para espécies da Mata Atlântica voltada para espécies dos domínios Amazônico e da Caatinga.
    No entanto, como a Amazônia é um ecossistema parecido com a Mata Atlântica, as mesmas recomendações de adubação podem ser utilizadas sem prejuízo. Por outro lado, a Caatinga é um ecossistema que apresenta solos com razoável fertilidade. Por conta da baixa precipitação típica do clima semi-árido, os solos da Caatinga são menos intemperizados que os demais solos tropicais. Dessa maneira, esses solos não são muito ácidos, possuem argilas mais reativas as quais permitem uma maior CTC e, assim, maior disponibilidade de nutrientes.
    O maior estresse das plantas da Caatinga não é nutricional, é hídrico. Infelizmente não tenho informações seguras para compartilhar a respeito de adubação para plantio de espécies nativas da Caatinga. Caso você conheça compartilhe conosco no campo dos comentários!

    Considerações finais
    Com esse artigo, eu espero ter ajudado você a compreender melhor essa atividade tão fundamental para a restauração que é a adubação.
    Há muitos outros assuntos para abordar sobre esse tema, tais como: a regulação da CTC, como são as perdas de nutrientes, o papel das micorrizas na absorção de nutrientes e etc. Se trabalhássemos esses temas aqui, o artigo ficaria mais extenso do que já está. A ciência do solo é uma disciplina muito interessante que tem bastante relação com a botânica, vale a pena dar uma aprofundada nesse tema.
    Espero, também, que tenha ficado clara a importância de se considerar as espécies corretas para a restauração da vegetação nativa. Ou seja, plantar espécies da Mata Atlântica na Mata Atlântica, espécies de Cerrado no Cerrado e assim por diante. Apenas as espécies originais do domínio têm as adaptações necessárias para se estabelecer no ecossistema que se deseja restaurar.
    Introduzir espécies da Mata Atlântica para restaurar uma área de Cerrado pode até trazer bons resultados iniciais – quando aplicado todos os procedimentos de adubação – mas no longo prazo o projeto está fadado ao insucesso.
    Dessa maneira, além de saber como executar um projeto de restauração é importante a fase do diagnóstico inicial, no qual é importante saber reconhecer qual formação vegetal e fitofisionomia se enquadra a área que se deseja restaurar. É importante um conhecimento botânico das espécies que você vai introduzir na área para não introduzir espécies erradas.
    Para auxiliá-lo(a) nessas etapas, o portal eFlora e o Curso “O Segredo da Identificação de Plantas” são excelentes oportunidades para você saber mais sobre caracterização da vegetação e identificação de plantas. E no âmbito do portal eFlora há iniciativas correlatas bem aplicadas à Restauração Ambiental, como o Programa Muda Certa, o qual auxilia viveiros florestais e restauradores a selecionar as espécies mais indicadas, com identificação adequada e revisada pela equipe especializada, para serem introduzidas no local que se deseja restaurar.

    Leituras recomendadas
    Gonçalves, J.L.M.; Raij, B. van e Gonçalves, J.C. Florestais. In: Raij, B. van; Cantarella, H.; Quaggio, J.A. e Furlani, A.M.C., eds. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas, Instituto Agronômico e Fundação IAC, 1996. p. 247-259.
    Haridasan, M. Nutritional adaptations of native plants of cerrado biome in acid soils. Brazilian Jornal of Plant Physiology. 20(3): 188-195, 2008.
    Neto, A.E.F.; Siqueira, J.O.; Curi, N. e Moreira, F.M.S. Fertilização em reflorestamento com espécies nativas. In. Gonçalves, J.L.M e Benedetti, V. eds. Nutrição e fertilização florestal. Instituto de Pesquisas Florestais, Piracicaba, 2000. p. 351-353.
    Toledo, M.C.M.; Oliveira, S.M.B. e Melfi, A.J. Intemperismo e formação do solo. In: Teixeira, W.; Toledo, M.C.M.; Fairchild, T.R. e Taioli, F., eds. Decifrando a Terra. Oficina de Texto, São Paulo, 2000. p. 139-166.

    terça-feira, 28 de maio de 2019

    Erva de passarinho ameaça árvores na arborização urbana !!




    Fonte: site gazeta do povo

     Curitiba tem hoje cerca de 300 mil árvores espalhadas por vias públicas, praças e parques. Dessas, cerca de 10% estão contaminadas com um parasita conhecido popularmente como "erva de passarinho". Aparentemente inofensiva, essa planta se instala nas árvores e passa a se alimentar basicamente de seiva elaborada. Com o passar dos anos, a erva suga toda a energia de sua hospedeira, levando-a à morte. "Se alguma coisa não for feita com urgência, em 20 anos, 80% das árvores de Curitiba irão desaparecer", alerta o professor de propagação e morfogênese de árvores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Flávio Zanette.

    Segundo ele, a disseminação da erva acontece por meio dos pássaros – daí o nome erva de passarinho. Eles comem os frutos da parasita, que são mais doces do que os outros, e depois transmitem a praga a outras árvores. A erva alimenta-se dos minerais sugados por sua hospedeira. "É uma planta preguiçosa, que, em vez de buscar seu próprio alimento, suga a seiva pronta. Isso ocasiona um enfraquecimento progressivo da árvore e sua morte", conta o professor.

    Gênero específico da família Loranthaceae, a erva de passarinho possui mais de 1,4 mil espécies, distribuídas por regiões tropicais e subtropicais dos hemisférios Sul e Norte. São quatro os gêneros mais freqüentes nas áreas urbanas, porém, ainda não foram identificados quais os que atingem Curitiba. Sabe-se, no entanto, que é um tipo de parasita que não escolhe hospedeiro. "Só não vi na araucária e no pinus. Nas outras espécies, todas", avisa Zanette.



    Proliferação

    Segundo o professor, o inverno é a época mais propícia para o crescimento e disseminação da planta. "Como ela também pratica fotossíntese, busca luz. No inverno as folhas das árvores caem, facilitando essa procura e colaborando para disseminação." Outro ponto é a carência de comida para as aves nesta época, quando não há frutos, somente os da parasita.

    O desconhecimento da população colabora para agravar o problema, já que as pessoas não percebem a proliferação. "Para o leigo, ela é só mais uma parte da árvore. Ele não consegue distinguir a erva e até acha bonito", conta o professor. Ele lembra que a contaminação acontece também em espécies cultivadas em propriedades particulares. "É importante que cada morador verifique, em seu jardim ou bosque, a presença desse parasita e faça sua poda, única forma de controle da erva."

    Para descobrir se a árvore está contaminada, basta olhar com atenção: galhos mais longos, que pendem das copas, várias raízes que se agrupam no tronco e pequenos acúmulos de sementes escuras – que se destacam principalmente no inverno – indicam a presença da erva de passarinho. Para Zanette, nenhuma praga é tão séria quanto essa. "É uma planta contra outra", ressalta.



    Em média, uma árvore hospedeira leva de cinco a dez anos para morrer. "O interessante é que quando a ela morre, a parasita morre junto, pois não tem mais alimento." Zanette informa que, o problema se acentuou em Curitiba nos últimos quatro anos, fugindo do controle e necessitando, urgente, de ações práticas. "Já tomamos algumas iniciativas para o manejo adequado na área urbana, mas não tivemos sucesso. Precisamos da atenção da população e principalmente dos órgãos públicos, para descobrirmos novos meios de conter essa praga", diz o especialista, que compara o problema à Aids. "Assim como a aids é um problema de desequilíbrio causado por comportamento social. Essa erva representa um desequilíbrio ambiental, já que, em pouco tempo, muitas árvores deixarão de existir.""

    Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/erva-de-passarinho-ameaca-arvores-9nhiwjalbjvextyhmfl2on70u/

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    segunda-feira, 27 de maio de 2019

    Morango do mato ou morango silvestre

    Fonte: site colecionando frutas


    Flores de Rubus rosifolius var. rosifolius





    Frutos de Rubus rosifolius var. coronarius

    NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: CAPINURÍBA que significa “Erva coberta de espinhos que dá cachos de fruto” derivando-se de quatro palavras do Tupi guaraní: CAÁ - erva, folha ou talo, PINÛ - urtiga ou coberto de espinho, ARY- cacho, IBÀ- fruto. Também recebe os nomes: Framboesa do campo, Framboesa vermelha, Amora de espinho, Moranguinho, Moranguinho de espinho, Morango silvestre e Framboesa silvestre. 

    Origem: Espécie presente em capoeiras e formações primárias ou em bordas de mata. A variedade Rosifolius tem distribuição e ocorrência abundante, enquanto que a variedade Coronatus tem distribuição mais restrita aos montes da floresta ombrofila densa. Ambas as variedades ocorrem em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, Brasil. Mais informações no link:

    OBSERVAÇÕES: A variedade Rosifolius é mais fácil de cultivar e é facilmente identificada por ter folhas menores, flores com 5 pétalas e frutos discóides achatados. A variedade Coronatus é mais difícil de encontrar e cultivar e é facilmente identificada por ter folhas maiores evidentemente serrilhadas e flores com 6 pétalas ou mais e frutos cilíndricos ou alongados.

    Características: É um arbusto ereto com ramos secundários prostrados que enrosca-se na própria planta ou em outro apoio, atingindo 0,60 a 2 metros de altura formando touceiras densas. O caule é verde amarelado, de 0,6 a 1,5 cm de diâmetro na base, com acúleos ou espinhos de base larga de 0,5 cm de largura. As folhas são imparimpinadas (formação semelhante à pena) com três pares de pinas terminando com uma pina ou folíolo. O pecíolo (parte que prende a lamina ao caule) mede 3,5 cm de comprimento, tem estipulas (formação laminar na base) filiforme (semelhante a fio) tomentosas (cobertas de lanugem) de 1,2 cm de comprimento. O folíolo é ovado, membranáceo (de textura delicada) verde brilhante e áspero de 5 a 7 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura, sob peciólulo (pecíolo ou suporte secundário) de 2 mm de comprimento. A base é obtusa (arredondada), ápice acuminado (termina com ponta longa e fina), a margem é crenulada (com dentes e recortes em pequenas dimensões). As flores aparecem nas axilas terminais aos pares ou solitárias sob pedicelo de 1,5 cm de comprimento. A corola (invólucro interno) tem 5 pétalas brancas, arredondadas, com base verde clara e cuneada (em forma de cunha). Os frutos é uma drupa apocárpica (com tecidos agregados ou unidos ao redor dum receptáculo comestível) de forma orbicular, vermelha quando madura, de 1,7 a 2,5 cm de diâmetro por 0,8 a 1,2 cm de altura, com parte interna oca e cheia de filamentos membranáceos e brancos, com sabor delicado, doce e pouco acido, lembrando o morango. As sementes são diminutas, como grãos de açúcar.

    Dicas para cultivo: Planta subtropical que pode ser cultivada no sul e sudeste do Brasil, pois é muito resistente a geadas de até – 4 grau, adaptando-se a altitudes desde o nível do mar até 2.000 metros de altitude; podendo ser cultivada a pleno sol ou a meia sombra, em solos ácidos ou alcalinos, argilosos e encharcados ou vermelhos, arenosos e secos. A planta tem um sistema radicular rizomatoso que reproduz-se por brotações anuais no inicio da primavera e caules anuais ou bienais que cresce de rebentos das raízes e frutificando após 6 meses de crescimento. Quanto ao terreno, aprecia solos que sejam ricos em matéria orgânica e com boa umidade natural, podendo ser úmidos ou bem drenados. Pode ser cultivada em pleno sol em ambiente sombreado. As plantas iniciam a frutificação com 1 a 2 anos e mantém a produção por 5 a 8 anos.

    Mudas: As sementes medem 1 mm de diâmetro e depois de despolpadas e lavadas sob uma peneira em água corrente, podem ser armazenadas por até 6 meses, sem perder o poder germinativo. Recomendo semear superficialmente em jardineiras contendo substrato feito de 40 % de terra argilosa ou vermelha, 20% de areia e 40% de matéria orgânica bem curtida. As sementes têm índice de germinação na faixa dos 85% e nascem em 30 a 60 dias. Quando as plântulas atingirem 10 cm de altura já podem ser transplantadas para embalagens individuais. O crescimento das mudas é moderado se forem formadas em local ensolarado, atingindo 40 cm em 7 a 8 meses. Pode ser propagada mais facilmente por pedaços de raiz ou divisão de brotações da touceira.

    Plantando: Deve ser plantados em lugar definitivo em canteiros que devem ter paredes de tabuas ou tijolos para evitar que o sistema radicular cresça desordenadamente. O espaçamento de 50 cm entre plantas e 2,5 metros entre linhas, Os 30 cm da terra de superfície devem estar bem fofos e devem ser enriquecidos com 5 a 6 pás de matéria orgânica bem curtida, + 500 g de calcário e 1 kg de cinza por cada metro do canteiro. Deixar curtir por 2 meses, podendo fazer o plantio em qualquer época do ano se irrigada. A planta precisa ser conduzida com podas dos ponteiros, deixando com altura de 80 cm a 100 m, deixando 5 a 7 hastes por planta, não havendo necessidade de construir parreiras.

    Cultivando: Quando a adubação, faz-se com 10 kg de composto orgânico e 30 gramas de NPK 4-14-8 distribuídos em duas porções; no inicio da primavera e no inicio do verão. A irrigação aumenta a produtividade e pode ser feita por gotejamento com uma media de 6 litros de água por planta em cada semana que não chover. Na época do fim do inverno, se faz a poda de frutificação, eliminando todos os ponteiros que frutificaram no ano passado e de limpeza, eliminando galhos secos, doentes ou mal localizados.

    Usos: Frutifica nos meses de Setembro a março. Os frutos têm sabor que lembra o morango e são deliciosos para o consumo in-natura. Os frutos podem ser usados para fabricação de geléias, iogurtes, sucos e sorvetes. Os frutos batidos com leite ou qualhada são uma delicia. Essa espécie pode nos pomares domésticos ou mesmo nos pequenos quintais, podendo até ser cultivada em vasos ou jardineiras grandes; proporcionando deliciosos frutos para uma dieta saudável da família em especial as crianças.

    Consulte-nos pelo e-mail hnjosue@ig.com.br para saber se temos sementes ou mudas disponíveis.  

    quarta-feira, 22 de maio de 2019

    Armadilha feita com PET ajuda a combater a mosca-das-frutas

    Há alguns anos utilizo esta armadilha em alguns pomares. E utilizo vinagre de vinho como substância de atração as moscas. Coloque uma armadilha por planta e confira os resultados. alexandre


    Armadilha feita com garrafa de plástico ajuda a combater a mosca-das-frutas, um mal que causa muitos prejuízos ao produto.


    Texto Gustavo Laredo

    Ilustração Francisco da Costa



    Pergunte a qualquer fruticultor qual é a praga que lhe tira o sono. A resposta fatalmente será mosca-das-frutas. Este bichinho matreiro, pertencente ao gênero Anastrepha, é capaz de causar estragos à lavoura e prejuízos ao produtor.



    As fêmeas, principalmente, são as maiores vilãs. Elas encontram nas frutas as proteínas e os carboidratos necessários para a maturação de seus ovos. Depois de alimentadas, colocam seus futuros descendentes para se desenvolver no interior dos frutos, deixando a porta aberta para que fungos e bactérias também se instalem. Resultado: apodrecimento e queda prematura das frutas.



    Uma forma de combater esse mal está no uso de uma armadilha simples que contém uma solução atrativa para o inseto. A Embrapa Agrobiologia adaptou com garrafa PET um modelo conhecido como McPhail, muito utilizado nos pomares comerciais, mas pouco conhecido de pequenos e médios produtores.





    Mosca-das-frutas

    Dentro dos recipientes, é colocada uma solução de suco de fruta, melaço de cana-de-açúcar ou proteína hidrolisada, mistura capaz de atrair o inseto para dentro da garrafa e fazer com que ele acabe se afogando. Em pomares com área de um a quatro hectares, o uso dessa armadilha dispensa agrotóxicos e, para fazê-la, gasta-se apenas 3,50 reais, em média.



    "Os fruticultores da região Sul, de São Paulo e do pólo de fruticultura do Nordeste são os que mais utilizam esse tipo de armadilha. Mas em regiões onde não há assistência técnica e extensão rural, o frasco caça-moscas ainda é pouco conhecido", comenta a pesquisadora Elen Aguiar.



    Postagem em destaque

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