A citronela é uma planta parecida com capim, originária da Ilha de Java, na Indonésia, que possui características interessantes, mas ainda pouco aproveitadas pelo homem.
O vegetal é rico em citronelal e o geraniol, substâncias que dão a ela um odor cítrico semelhante ao do eucalipto. Devido a isso, pode-se usá-la como aromatizador e em produtos de perfumaria.
Mas não pára por aí, a citronela possui outra qualidade: o mesmo cheiro que agrada tanto aos humanos é insuportável aos insetos, como moscas e mosquitos, característica que faz dela um repelente natural, além de ecológico, pois espanta os animais ao invés de matá-los.
Segundo a aromaterapia, a citronela também funciona como antidepressivo, anti-séptico, desodorante, tônico e estimulante.
Há quem pergunte se apenas cultivando a citronela no jardim é possível usufruir do poder repelente da planta. A resposta é sim, mas com uma ressalva: para que o resultado seja positivo, é preciso plantar a citronela no caminho percorrido pelo vento, de forma que leve o aroma até o local de onde desejamos manter os mosquitos afastados.
Uma outra forma de aproveitar o poder repelente da planta é fazer um chá com as folhas da planta e usá-lo para limpar o chão, passar em parapeitos de janelas, etc.
O método industrial de extração do óleo essencial da citronela é conhecido como “arrasto de vapor”. As folhas são colocadas em um recipiente e passam a receber vapor d’água constantemente. A água é aquecida em uma caldeira. Ao passar pelas folhas da citronela, o vapor leva junto o óleo essencial, separado da água, em seguida, por condensação.
Já a extração caseira do óleo essencial da citronela não é muito simples. Segundo informações da Seção de Plantas Aromáticas do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), pode-se colocar as folhas com um pouco de água num panela de pressão: o vapor que sair de lá também vai conter óleo essencial.
O problema é recolher este vapor, para daí extrair o óleo.
Uma outra dica é que o óleo essencial da citronela é também solúvel em álcool. Assim, se misturarmos as folhas ao álcool, naturalmente o óleo essencial vai ser liberado. Aqui o problema é o seguinte: outras substâncias presentes na folha, como clorofila e pigmentos, também são solúveis em álcool e, neste caso, não teríamos o óleo puro como se obtém por meio do vapor d’água.
T i n t u r a
200g da planta seca e triturada
1 litro de álcool comum (para uso externo) a 70%
1 vidro de boca larga e escuro, de preferência, com capacidade mínima de 1 litro
1 frasco escuro para acondicionar
1 funil
1 papel filtro
pano branco e limpo para coar e etiquetar
Modo de fazer
Pesar 200g da planta seca e triturada. Colocar num frasco de boca larga. Despejar 1 litro de álcool a 70% sobre a erva. Tampar o frasco e cobrir com papel escuro, se o vidro for claro. Deixar em maceração por no mínimo 8 e no máximo 21 dias, em local seco e protegido da luz. Agitar 2 vezes diariamente. Coar com o pano branco e completar o volume para 1 litro, passando mais álcool a 70% sobre o resíduo da planta. Filtrar em papel filtro e guardar em frasco escuro. Rotular.
Validade: 2 anos
L o ç ã o R e p e l e n t e
Ingredientes para 1 litro de loção (100%):
150ml de glicerina líquida (15%)
150 ml de tintura de Citronela (15%)
350 ml de álcool de cereais (35%)
350 ml de água mineral, destilada ou filtrada (35%)
Modo de fazer
Misturar todos os ingredientes em partes iguais e embalar em recipiente de cor âmbar.
Passar na pele quando estiver em locais com moscas e mosquitos.
A utilização de leguminosas para formar pastos consorciados com gramíneas é uma prática muito utilizada pelos produtores do Acre. As leguminosas, como o amendoim forrageiro, servem para alimentar bois, cabras, ovelhas, cavalos e até porcos e galinhas. Essas plantas conseguem fixar nitrogênio e por isso são capazes de produzir grande quantidade de alimento de qualidade, mesmo em solos de média e baixa fertilidade.
O programa Prosa Rural desta semana fala sobre o uso das leguminosas na alimentação animal e traz como entrevistado o pesquisador da Embrapa Acre, Judson Valentim. Segundo o pesquisador, o amendoim forrageiro pode ser utilizado no pasto, triturado e oferecido para alimentação de aves confinadas, ou cortado verde para nutrição de porcos. “É uma leguminosa de uso bastante amplo. No Acre, mais de 2,5 mil produtores utilizam a tecnologia, envolvendo cerca de 115 mil hectares de área plantada”, afirma.
As leguminosas apresentam ainda a vantagem de recuperar pastos degradados. “O nitrogênio absorvido pelo amendoim forrageiro é convertido em adubo para as plantas. As folhas desta leguminosa também servem para adubar a terra, o que permite ao produtor não só recuperar o pasto, mas também preparar o solo para produção de outras culturas”, explica Valentim.
O Prosa Rural é o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
.O amendoin forrageiro (Arachis Pintoi), por ser perene e nativo da America do Sul, tem a característica de longevidade, o que proporciona economia em sistemas de produção em pastagens.
Nos Estados Unidos tem sido muito usado na substituição da alfafa na alimentação de animais, sendo muito bem aceito por herbívoros em geral, desde aves, suínos, caprinos, bovinos, equinos e etc.
Possui excelente índice de teor protéico (22% à 27% de proteína bruta-P.B), alta digestibilidade (média de 62%) além de ótima palatabilidade. Pode ser utilizado na produção de feno, pois forma longos estolões, o que propicia a feitura de grandes fardos. É resistente ao pisoteio, suporta de 70% à 80% de sombreamento, consorcia-se muito bem com gramíneas como as braquiárias, podendo ser plantado nas entrelinhas de grandes culturas, como café, eucalipto, citrus e outras, utilizando mais este espaço para pastejo, além de oferecer proteção ao solo agindo como “cobertura verde”.
Sua característica de fixar nitrogênio (N2) da atmosfera contribui com o aporte de nitrogênio no solo. Segundo Pereira (s.d.), esta leguminosa pode fixar de 80 a 120 kg de nitrogênio/ha/ano, diminuindo os custos de produção no controle de invasoras e adubação nitrogenada.
Os resultados de pesquisa mostram de forma consistente que as pastagens consorciadas com o amendoim forrageiro proporcionam aumentos significativos na produção por animal e por área, quando comparadas com pastagens de gramíneas puras (Argel, 1994; Lascano, 1994). Ganhos anuais de peso vivo em pastagens com amendoim forrageiro têm variado de 160 a 200 kg/cabeça e de 250 a 600 kg/ha, dependendo das espécies de gramíneas associadas, das condições ambientais e do sistema de manejo da pastagem utilizado. A produtividade média obtida foi de 568 kg de peso vivo/ha/ano ou 19 arrobas de carcaça/ha/ano.
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Curso grátis de jardinagem com certificado: conheça o Pró-Jardim STIHL
Nunca é tarde para se reinventar. Aprender coisas novas, encontrar oportunidades. Chegou a hora de conhecer o Pró-Jardim, curso online gratuito de jardinagem STIHL. Uma grande oportunidade para quem já é jardineiro ou ainda quer ser, para quem tem desejo de aprender e empreender, encarar os desafios do jardim – e do mercado também.
No curso online de jardinagem da STIHL você vai ter a oportunidade de aprender técnicas profissionais, seja para espaços grandes ou dentro de uma casa. O curso é 100% online, gratuito e conta com o maior time de especialistas em jardinagem, paisagismo, engenharia florestal e agronomia do Brasil.
Conheça os educadores do Pró-Jardim:
Carol Costa: jardineira, colunista do quadro Jardinaria, da BandNews FM e da revista Natureza, apresentadora dos programas “A Louca das Plantas” e “Mais cor por favor” do GNT, autora de 4 livros especializados na jardinagem, criadora do site Minhas Plantas, consultora e palestrante, viaja pelo Brasil dando cursos, workshops e treinamentos em gardens centers, floriculturas e outras empresas.
Gabriela Pileggi: sócia-fundadora do “Jardineiro Fiel”, um estúdio de paisagismo especializado em jardins urbanos que viabiliza projetos para quem quer um canto verde para chamar de seu. Palestrante e educadora em diversos eventos, cursos e workshops, foi apresentadora do programa “Meu Quintal virou Jardim” da TV Aparecida e também é responsável pelo paisagismo do programa “Mais Cor Por Favor”, do GNT.
Vania Chassot: engenheira agrônoma, entusiasta da jardinagem, palestrante convidada e consultora nos eventos Jardim das Ideias STIHL, além de ser a curadora de conteúdos e responsável técnica do curso Pró-Jardim.
Nô Figueiredo: paisagista, florista, especialista em desenho ambiental e arquitetura da paisagem. Desenvolve e participa de cursos sob medida para pessoas e empresas, presenciais e à distância. Atua com projetos e implantações de jardins residenciais, comerciais e industriais, prestando consultorias de plantas e também planeja e executa arranjos de flores para eventos, festas e casamentos.
Lúcia Borges: paisagista pós-graduada, professora de cursos de Paisagismo desde 1995. Leciona em cursos técnicos, profissionalizantes e superiores na área de Paisagismo, Design de Interiores e Revitalização Ambiental. Atualmente dirige uma empresa especializada em paisagismo e jardins verticais, prestando diversos serviços em projetos, consultoria paisagística, reforma e revitalização de jardins, elaboração e implantação de jardins verticais. Já participou de diversas reportagens em revistas especializadas em paisagismo e jardinagem.
Murilo Soares: engenheiro florestal, paisagista e especialista em plantas ornamentais, apresentador convidado do programa “É de Casa” da Rede Globo, colunista da revista Natureza, desenvolve e participa de cursos de jardinagem, atua com projetos e implantações de jardins residenciais, comerciais e industriais, prestando consultorias na gestão e manutenção de espaços.
Adriana Schuler: paisagista e bióloga, fundadora da Bendito Verde Paisagismo, convidada especial em programas de TV como o “É de Casa” da Rede Globo, presta serviços especializados de consultoria, atua no desenvolvimento de projetos e implantações de jardins residenciais comerciais, fazendo a gestão e manutenção dos espaços, desenvolve e participa de cursos e workshops no setor!
Sydney Brasil: engenheiro florestal, especialista em Arboricultura, é referência nacional em serviços de manutenção em árvores, sendo responsável por treinar e capacitar profissionais, estudantes e empresas públicas ou privadas que necessitam atuar com o manejo de arborização em todo o Brasil.
Vaner da Silva: sócio-fundador da Ecojardim Brasil, uma das maiores franquias especializadas em serviços de jardinagem e paisagismo do Brasil, começou como jardineiro, buscou caminhos para empreender, aprendeu com o tempo, erros e acertos e ao longo de sua trajetória descobriu como criar seu próprio negócio e prosperar no mercado, chegando ao modelo atual de uma rede de mais de 50 franqueados por todo o Brasil.
Fabricio Magayevski: consultor de negócios, já realizou projetos para inúmeras empresas, inclusive em colaboração com o SEBRAE, atua como um facilitador na formação de novos empreendedores e na orientação de pequenos e médios negócios, desde orientações na formalização, a gestão administrativa e de processos internos, até a promoção de produtos e serviços apoiados em técnicas e conhecimentos de Marketing Digital.
Conteúdo do curso de jardinagem online STIHL
O curso é dividido em quatro módulos: introdução à jardinagem, podas, da jardinagem ao paisagismo e jardinagem como negócio. Cada módulo possui videoaulas, apostilas, testes de conhecimentos e certificado.
O primeiro módulo é a jardinagem da teoria à prática. Você vai entender sobre as necessidades básicas das plantas, como manipular diferentes espécies, como planejar um espaço e fazer um diagnóstico do ambiente onde irá plantar, e como fazer reformas para que o projeto de jardinagem fique bonito por muito mais tempo.
O segundo módulo do curso traz conteúdos mais aprofundados sobre poda. Entre os tópicos abordados estão a melhor época para podar, quais são as ferramentas que devem ser usadas, poda de limpeza, poda de formação, poda de raiz e como fazer uma poda bem-feita.
O terceiro modo do curso, da jardinagem ao paisagismo, traz inspirações e um pouco mais sobre estilos de jardim e as grandes tendências do mercado, como urban jungle, lagos e piscinas naturais, jardins verticais e projetos produtivos.
O quarto e último módulo é voltado a quem deseja utilizar a jardinagem como negócio. Você vai aprender como formalizar a sua empresa, métodos para trabalhar mais e melhor, como precificar o trabalho e como vender mais.
O curso é voltado tanto para quem já é profissional na área quanto para quem é apaixonado por esse universo e quer aprender mais.
Acesse aqui para fazer a sua inscrição no curso online e gratuito STIHL.
Alface, rúcula, salsinha, manjericão sempre fresquinhos e ao alcance da mão. Não importa se você mora em um apartamento ou em uma casa com um grande quintal. Para fazer uma pequena horta, bastam algumas ferramentas, recipientes, substrato e a semente ou muda que desejar. Estudantes da USP, em Piracicaba, elaboraram um passo a passo com dicas para fazer a horta.
Eles integram a Esalq Júnior Florestal, uma empresa júnior que realiza projetos na área florestal, social e ambiental para empresas, pequenos produtores e pessoas físicas. Um desses projetos é ministrar aulas de saúde mental que envolvem hortas em casa. Confira as dicas dos alunos da Esalq Júnior Florestal:
Fonte: Esalq Júnior Florestal - Infografia: Vinícius Vieira/Jornal da USP
Escolha/defina o local onde será feita a sua horta. Prefira locais que tenha acesso a ventilação e luz natural.
Escolha o formato da horta que você irá fazer. Acima você viu várias formas de montar a sua.
Busque
ou adquira as ferramentas adequadas para construção e montagem da sua
horta. O uso de ferramentas inadequadas pode causar todo um transtorno
tanto na montagem quanto para manter a horta posteriormente.
Adquira
os materiais orgânicos e mudas para o plantio da sua horta. Busque
informações sobre a necessidade de água, iluminação, ventilação e outros
cuidados de acordo com a sua planta escolhida.
Faça disso um hobbie, envolva toda a sua família, é legal, importante e muito saudável.
Espero
que tenham gostado desse texto, gostamos de saber sua opinião, deixe os
seus comentários, suas colocações, suas dicas, conte-nos como você fez
em sua casa, escreva-nos suas dúvidas.
Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Arquivo/ Secom Na quinta-feira, 15 de abril, às 14h, a Epagri
Fonte: jornal a fronteira
Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Arquivo/ Secom
Na quinta-feira, 15 de abril, às 14h, a Epagri realiza, em seu canal de capacitação, evento on-line para marcar a passagem do Dia Nacional de Conservação do Solo. Encontro terá palestra de José Eloir Denardin, chefe adjunto de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Trigo, que vai falar sobre o que é e como se pratica a agricultura conservacionista. A participação é gratuita e aberta a qualquer interessado.
Conservar o solo é uma das maiores garantias de produção agropecuária. Para a Epagri, a preservação desse recurso natural é uma das prioridades e vai além da busca pela produtividade no campo. O pesquisador Leandro do Prado Wildner, do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf), reforça que solo, além de um meio para a produção de alimentos, é importante para a manutenção da vida na terra, pois é um sistema que faz a reciclagem dos nutrientes, é um modificador da atmosfera capaz de alterar o efeito estufa, é o local onde moram milhões de organismos vivos e é o sistema de suprimento e purificação da água, recurso natural é indispensável à vida.
Diante disso, a Epagri recomenda algumas práticas de campo para a conservação desse recurso natural. Conheça a seguir algumas delas, que são difundidas aos agricultores familiares pelos técnicos da Empresa.
Sistema Plantio Direto
O Sistema Plantio Direto (SPD) é uma estratégia de exploração de sistemas agrícolas produtivos que recomenda um amplo complexo de processos tecnológicos preconizados pela agricultura conservacionista. Por meio dele, é possível manter a as características físicas, químicas e biológicas do solo, garantindo a sua sustentabilidade.
Segundo a coordenadora do programa estadual Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental da Epagri, Juliane Knapik Justen, são seis os princípios básicos do SPD: a mobilização de solo apenas na linha de semeadura ou cova de plantio; a manutenção de resíduos culturais na superfície do solo; a ampliação da biodiversidade mediante a diversificação de espécies cultivadas em rotação, sucessão e/ou em consorciação de culturas; redução ou supressão do intervalo de tempo entre a colheita de uma cultura e a semeadura de outra (processo colher-semear) ou entre o manejo de uma cultura e a semeadura de outra (processo manejar-semear); a manutenção da cobertura permanente do solo através das plantas em crescimento ou de seus resíduos, e o aporte de material orgânico ao solo em quantidade, qualidade e frequência compatíveis com a demanda biológica do solo.
Juliane complementa que no SPD são recomendados, ainda, o uso de práticas mecânicas ou hidráulicas para o manejo da água de escoamento superficial (terraços, por exemplo), o uso de insumos de forma precisa, o controle de tráfego mecânico, animal e humano sobre o solo agrícola e, entre outras, a adoção do manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas. “O Sistema Plantio Direto de Grãos vem sendo consolidado por meio do desenvolvimento e difusão de tecnologias desde 1972. Em função do seu grande impacto na agricultura brasileira, seus princípios básicos estão sendo adaptados para outros sistemas de produção. Santa Catarina é o estado pioneiro no desenvolvimento do Sistema Plantio Direto de Hortaliças, o SPDH”, diz ela. Veja a seguir algumas práticas que fazem parte do SPD.
Solo coberto e sem revolvimento
Uma das formas de ter o solo sempre coberto com palhada é cultivar plantas de cobertura, também conhecidas como adubos verdes. Depois de completar o ciclo vegetativo, elas são derrubadas e ficam sobre o solo, formando uma camada de palha. Na sequência, o plantio das culturas é feito sem revolver o solo. Essas plantas podem ser usadas em qualquer lavoura, sempre em sistema de rotação com as culturas econômicas. As espécies mais utilizadas em Santa Catarina são aveia, nabo forrageiro, azevém, ervilhaca, crotalária, mucuna, tremoço, centeio, milheto e trigo, entre outras.
A presença das plantas de cobertura, tanto vivas quanto na forma de palha, é capaz de evitar a temida erosão do solo. “Elas funcionam como uma camada protetora que evita o impacto direto das gotas de chuva sobre o solo”, explica o pesquisador Wildner. Essas plantas são a matéria-prima para formar a matéria orgânica que promove a estruturação do solo, a retenção de umidade e o aumento da porosidade, permitindo a circulação de água e ar. Também são fonte de nutrientes que são liberados por meio da decomposição promovida pelos organismos do solo.
A camada de palha funciona como um amortecedor contra o peso excessivo de máquinas, tratores e animais, diminuindo o risco de compactação superficial do solo. As raízes vigorosas de muitas plantas de cobertura também impedem a formação de camadas compactadas no interior do solo. Essas raízes aumentam a porosidade do solo, facilitando a infiltração de água.
Quem vem se beneficiando com os adubos verdes é o agricultor Auri de Oliveira, de Agronômica, que produz noz-pecã há nove anos, sempre consorciada com milho, forrageiras e plantas de cobertura, espécies cultivadas em rotação. Sem revolver o solo, ele já usou nesse período amendoim forrageiro, feijão guandu, nabo forrageiro, aveia, azevém e mais recentemente está experimentando a mucuna, leguminosa importante para fixação biológica de nitrogênio, controle de nematoides, reciclagem de nutrientes, entre outras funções.
Segundo engenheiro-agrônomo Glauco Lindner, da Epagri de Rio do Sul, esse cuidado estimula o desenvolvimento das árvores porque o solo oferece mais nutrientes às plantas, que ainda são consideradas jovens e não atingiram o ápice produtivo. O resultado pode ser visto no campo: a colheita deste ano, que ocorre entre abril e maio, deve chegar a 800kg na área mais antiga, de um hectare. “A nogueira-pecã produz pelo menos por 100 anos. Para isso, tenho que cuidar do solo, não é mesmo?”, diz Oliveira.
Rotação de culturas
Fazer a rotação de culturas consiste em alternar as diferentes espécies vegetais na mesma área em determinado espaço de tempo, ou seja, fazer um rodízio das culturas de interesse agrícola. Segundo o pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Ituporanga, Claudinei Kurtz, cada espécie tem exigências de nutrientes diferentes e isso acaba evitando a exaustão do solo, além de que os sistemas radiculares de cada planta amenizam a compactação e melhoram fisicamente o solo.
“A rotação de culturas, inclusive de famílias diferentes, consegue equilibrar e melhorar os atributos físicos, químicos e biológicos do solo”, explica o pesquisador. Kurtz ressalta que o ideal seria voltar com a mesma cultura a cada dois ou três anos. Portanto, a adoção dessa prática prevê planejamento das áreas, como é o caso do cebolicultor Valdemar da Silva, de Alfredo Wagner, que há 20 anos aderiu ao Sistema Plantio Direto de Hortaliças, em um momento crítico para o solo da propriedade, que estava muito degradado.
A produtividade antes do SPDH era de 6 a 8 toneladas por hectare. Hoje o produtor está colhendo de 25 a 32 toneladas de cebola por hectare. A matéria orgânica do solo, que antigamente era de 0,6%, aumentou para 2,5 a 3,0%. Tudo isso aliado à redução de mais de 30% no custo de produção.
De acordo com Kurtz, os trabalhos da Epagri com o Plantio Direto na cebola demonstraram um aumento de produtividade de 15 a 20% da hortaliça, ou seja, de quatro a seis toneladas a mais de cebola por hectare. “Isso permite ao produtor não ter cultivo comercial em determinados períodos usando uma planta para cobertura do solo ou adubação verde, sem perda de renda”, diz o pesquisador.
Outro benefício é evitar a erosão do solo, efeito alcançado com a presença da palhada formada pelos restos da cultura anterior. Neste sistema, Kurtz explica que há um aumento de 50% na infiltração de água no solo coberto em relação ao solo descoberto. Outra vantagem da rotação de culturas destacada pelo pesquisador é a economia entre 30 e 50% em fertilizantes em relação ao sistema convencional, já que a eficiência de uso dos nutrientes do solo é maior.
Terraceamento
A prática do terraceamento é uma grande aliada do trabalho de conservação do solo e da água que a Epagri realiza nas propriedades rurais do Oeste catarinense. Capazes de proteger a lavoura da erosão nas chuvas intensas e armazenar água no solo para períodos de estiagem, os terraços de base larga já somam cerca de 1.000ha em 80 propriedades rurais da região. Eles são uma das práticas orientadas pela Empresa dentro de um projeto que envolve ações integradas de conservação do solo e da água, conduzido nas regiões de Xanxerê e Chapecó.
A metodologia introduzida pela Epagri se chama Terraço for Windows. Ela foi desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e validada pela Embrapa de Passo Fundo e agora também pelo grupo de trabalho da Epagri. “Esse método tem como base a declividade do terreno, a infiltração de água no solo e o histórico de chuvas da região. O terraceamento visa captar e armazenar água no solo e evitar a erosão e a degradação do terreno, com o objetivo de obter maiores ganhos de produtividade e rentabilidade das lavouras, além dos ganhos ambientais e sociais”, explica o engenheiro-agrônomo da Epagri Marcelo Henrique Bassani, da Gerência Regional de Xanxerê.
Os terraços são construídos em nível, de modo a concentrar toda a água da chuva dentro da lavoura. Essa água se infiltra; parte vai para o lençol freático abastecer os mananciais e outra parte fica armazenada no próprio solo para atender a demanda das culturas.
Outra vantagem é a economia de adubo. Os terraços evitam que a água escoe pela lavoura, carregando adubo e matéria orgânica. Nas propriedades onde o sistema está consolidado, os nutrientes ficam seis vezes mais concentrados no solo.
O agricultor Carlos Adão Zarembski, do município de São Domingos, encontrou nos terraços agrícolas a solução para controlar a erosão nas lavouras de soja e milho, que ele cultiva em sucessão às culturas de inverno como o trigo e aveia. Com assessoria da Epagri, em 2016 ele construiu oito terraços de base larga, ocupando metade da área. “Antes a água corria na lavoura. O barro que formava afundava caminhão. Agora percebo como a água entra com mais facilidade no solo”, comemora Carlos Adão, que afirma não sentir os efeitos da estiagem.
Políticas públicas
O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR), desenvolve políticas públicas específicas para fomentar o bom uso, manejo e conservação do solo, que são executadas pela Epagri. São duas ações específicas voltadas para esse recurso natural: o kit Solo Saudável, que integra o Programa Terra Boa, e o Cultivando Água e Protegendo o Solo, que integra o programa Prosolo e Água.
A ação Cultivando Água e Protegendo o Solo é direcionada a agricultores que tenham enquadramento em três regras do Pronaf: renda, mão de obra e exploração do imóvel. Não será preciso cumprir a quarta regra do Pronaf, o que significa que poderão acessar o projeto todos os agricultores com área de terra superior a quatro módulos fiscais, desde que atendam às outras três exigências.
O limite é de R$ 15 mil por família, para serem investidos em isolamento e recuperação de mata ciliar, proteção e recuperação de nascentes, terraceamento e cobertura de solo. O prazo de pagamento é de até cinco anos e as parcelas pagas em dia têm até 30% de abatimento.
O kit Solo Saudável visa facilitar o acesso dos agricultores catarinenses a sementes de plantas de cobertura e insumos, colaborando para melhorar a qualidade do solo e a produtividade das culturas agrícolas. Para 2021 são mil Kits Solo Saudável disponíveis com sementes de adubos verdes e insumos para a melhoria do solo. Cada kit custa R$ 1 mil e o produtor tem dois anos de prazo para pagamento, com parcela anual sem juros. Caso o produtor optar em adiantar o pagamento da segunda parcela para a mesma data de vencimento da primeira, terá um desconto de 60% sobre o valor da segunda parcela.
O agricultor interessado em acessar as políticas públicas deve procurar o escritório da Epagri em seu município.
Serviço
O quê: Evento on-line alusivo ao Dia Nacional da Conservação do Solo Quando: quinta-feira, 15 de abril, das 14h às 16h Onde: no canal de capacitações da Epagri: https://youtu.be/L17PJhWg3Pw
Informações e entrevistas: com Juliane Garcia Knapik Justen, coordenadora do programa estadual Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental da Epagri, pelo fone (47) 98803-0377
Quais resíduos de alimentos podem ser colocados na composteira
Os resíduos de alimentos se degradam espontaneamente em ambientes naturais e reciclam os nutrientes nos processos da natureza. Alguns podem ser colocados na composteira, já outros quando colocados atrapalham o processo de degradação e atraem vetores.
Saiba quais resíduos de alimentos podem ser colocados na composteira e quais outros resíduos também podem ser inseridos:
Restos de alimentos
Restos, talos e casca de verduras e frutas (menos as cítricas), cascas de ovo, borra de café podem se converter em excelentes fontes de nitrogênio.
Alimentos cozidos ou assados
Podem ser usados desde que em pequenas quantidades. É preciso evitar o excesso de sal e conservantes dos alimentos processados. Esse tipo de material não pode estar úmido, por isso se deve adicionar bastante pó de serra em cima dos restos.
Borra de café
Inibe o aparecimento das formigas e é um excelente complemento nutricional para as minhocas. O filtro de papel usado para o preparo do café também pode ser adicionado na compostagem.
Resíduos frescos
Podas de grama e folhas possuem alta concentração de nitrogênio. Uma boa solução é separar um espaço em que os resíduos frescos possam secar antes de serem usados, gerando uma boa economia, pois se não houver serragem, os resíduos secos são excelentes substitutos.
Serragem e folhas secas
A serragem não tratada, ou seja, sem verniz e as folhas secas ajudam no equilíbrio, são ricos em carbono e evitam o aparecimento de animais indesejados e do mau cheiro.
Estercos
Podem ser de boi, de porco e de galinha, mas somente utilizar se tiverem sido curtidos.
Resíduos de alimentos não recomendados nas composteiras
Saiba quais resíduos de alimentos não podem ser colocados na composteira e quais outros resíduos também não podem ser inseridos:
Frutas cítricas: a polpa e as cascas podem alterar o pH da terra, é o caso da laranja, abacaxi, limão, entre outros;
Arroz: depois de cozido é um ótimo local para bactérias, mas péssimo para a saúde humana e das plantas;
Laticínios: qualquer derivado de leite não pode ser compostado, pois a decomposição é muito lenta, causa um mau cheiro e atrai organismos indesejáveis;
Carne: a decomposição de restos de frango, peixe e carne bovina são muito demoradas, causa mau cheiro e atrai animais;
Nozes pretas: as nozes contêm um composto orgânico que é tóxico para alguns tipos de plantas;
Derivados de trigo: como massa, bolo. Esses itens têm decomposição lenta em comparação com os demais e ainda atraem pragas;
Gorduras: alimentos gordurosos podem liberar substância que retardam a compostagem e prejudicam o composto;
Alho e cebola: têm decomposição muito lenta e trazem mau cheiro. Acabam desacelerando todo o processo de compostagem;
A maioria dos tipos de papel: revistas, jornais, papéis de impressão, envelopes e catálogos são todos tratados com químicos pesados, geralmente branqueadores (que contêm cloro) e tintas que não são biodegradáveis. A reciclagem é a solução;
Fezes de cães e gatos: esses resíduos podem conter parasitas e vírus, que trazem riscos potenciais às minhocas e às plantas;
Serragem de madeira tratada: se a serragem for oriunda de algum tipo de madeira envernizada ou quimicamente tratada, os componentes químicos irão prejudicar as minhocas;
Carvão vegetal: possui grandes quantidades de enxofre e ferro, que fazem mal para as plantas;
Plantas doentes: plantas com fungos ou outra doença podem passar para as plantas saudáveis.