quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Iniciando a criação das Minhocas" Violeta do Himalaia"



Espécie asiática com cor violeta tem potencial uso na minhocultura, ou pesca desportiva, pela sua eficiência de humificação e prolificidade.
Ainda desconhecida pela maioria dos minhocultores, e pescadores, a bela minhoca violeta-do-himalaia tem real potencial de uso na minhocultura e é uma excelente alternativa para criações em regiões de clima quente. Detritívora como as demais principais espécies comerciais, esta minhoca asiática converte resíduos orgânicos em húmus com muita eficiência e é extremamente prolífica sob temperaturas elevadas.

Habitante da superfície de solos ricos em matéria orgânica de uma grande área de floresta tropical na Ásia, a violeta-do-himalaia vem se dispersando por todo o mundo por ação involuntária do homem, carregada na terra de mudas, ou propositadamente para ser utilizada em projetos de reciclagem de resíduos orgânicos.

O nome vulgar que ganhou a minhoca de nome científico Perionyx excavatus no Brasil aludiu a sua cor e origem, a exemplo de como se denominaram outras espécies de minhocas famosas e exploradas comercialmente. Se a violeta-do-himalaia estiver naturalmente umedecida e for exposta à luminosidade, a reflexão de um tom violáceo oscilante, lembrando uma ametista, é inevitável, especialmente na parte dorsal da extremidade anterior de seu corpo. Pressupõe-se que esta espécie tenha se originado das regiões mais quentes do Himalaia com condições favoráveis à sobrevivência de minhocas, excetuando-se, obviamente, as grandes elevações secas e gélidas típicas da mais alta cadeia montanhosa do mundo. Em países de língua inglesa, a violeta-do-himalaia é também conhecida por justificativas similares, como indian blue, se referindo à coloração azul e à Índia, um dos cinco países situados na cordilheira do Himalaia, ou simplesmente como blueworm, a versão em inglês de minhoca azul.

A adoção desta espécie na minhocultura ao invés de outras minhocas comumente utilizadas, como Eudrilus eugeniae, Eisenia andrei e Eisenia foetida, deve se respaldar principalmente no tipo de clima da região em que se pretende implantar a criação e no tipo de produto que se queira dar prioridade.
Esta espécie de minhocas está indicada para compostagem, alimentação de aves, peixes ou répteis e pesca desportiva.

castanha portuguesa: benefícios para todo o organismo!

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Artigo de especialista – Veridiana Ueda Ferreira*
A castanha portuguesa é um fruto seco muito procurado no fim do ano, principalmente para as ceias de Natal e Ano Novo, inclusive pelo seu período de comercialização ser de outubro a janeiro.
Esse alimento apresenta diversas formas de consumo e comercialização, como castanha congelada, castanha torrada, castanha em conserva, castanha em calda, farinhas, aperitivos, entre outros.
Além disso, por não conter glúten, essa oleaginosa atende ao grupo dos portadores da doença celíaca, já que a farinha de castanha portuguesa é uma alternativa saudável em substituição ao trigo e outros farináceos que possuem glúten.

conheça as propriedades da castanha portuguesa

Ao analisar sua composição nutricional, conclui-se que a castanha portuguesa é um alimento saudável por ser uma boa fonte de nutrientes essenciais, fonte de energia, proteínas que apresentam bom perfil de aminoácidos, fibras, vitaminas, minerais e baixo conteúdo de gordura, mas é importante lembrar que o consumo deve ser moderado. Confira:

carboidratos

O carboidrato presente na castanha portuguesa é composto por dois tipos de amido, o amilose e o amilopectina. O primeiro é responsável por fornecer energia e o outro por efeitos positivos sobre as funções do intestino.

proteínas

São de de alto valor biológico por possuírem aminoácidos essencias, que são precursores da proteína, ou seja, são os responsáveis pela composição. É importante recordar que o aminoácido essencial não é produzido pelo organismo, por isso precisa ser obtido por meio da alimentação.

lipídeos

Trata-se de um alimento com baixo teor de gordura e, consequentemente, hipocalórico. Possui ácido graxo insaturado, com níveis significativos de monoinsaturado e polinsaturado.

fibra

A castanha portuguesa possui quantidades significativas de fibra, no organismo é responsável pelo aumento da viscosidade do conteúdo intestinal e redução do colesterol plasmático, eleva o volume do bolo fecal, reduz o tempo de trânsito no intestino grosso e torna a eliminação fecal mais fácil e rápida.

vitaminas

As vitaminas que podemos destacar é a E e a C, a primeira age no organismo como agente antioxidante, combate os radicais livres e o retardo no envelhecimento; a segunda é importante na defesa do organismo contra infecções e fundamental na integridade das paredes dos vasos sanguíneos.

minerais

As castanhas têm um conteúdo mineral importante, que desempenha funções essenciais no organismo humano, apresenta uma quantidade significativa de ferro, atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo.

então, porque consumir a castanha portuguesa?

Por proporcionar diversos benefícios à saúde, é interessante incluir o consumo da castanha portuguesa na alimentação, já que essa oleaginosa combate os radicais livres, retarda o envelhecimento precoce e ainda possui aminoácidos essenciais, lipídeos de boa qualidade e quantidades significativas de fibra e minerais, com destaque para o ferro.
*Veridiana Ueda Ferreira é formada em nutrição pela Universidade Paulista e pós-graduada em Vigilância Sanitária e Qualidade dos Alimentos pela Estácio de Sá


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Adubação verde pode melhorar a qualidade dos solos e ainda recuperar áreas degradadas!!


A adubação verde corresponde ao uso de plantas de cobertura em sucessão, 
rotação ou em consórcio com as culturas, com o intuito de proteger a superfície, 
mantendo e melhorando as propriedades físico-hídricas, químicas e biológicas do 
solo, em todo seu perfil. Foto: Arquivo Embrapa Cerrados

A crise de abastecimento de água, pela qual ainda passam algumas regiões brasileiras, sempre foi o alvo de debates ao longo dos últimos anos, mas outro “personagem” da agricultura ganhou força em 2015, em um ano escolhido, internacionalmente, para discutir seus problemas: o solo. Diante da preocupação, especialistas têm se dedicado a propor alternativas, principalmente para recuperar áreas degradadas de pastagens. Uma delas é a adubação verde.
Pesquisadora da Embrapa Cerrados (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Arminda Moreira de Carvalho explica que o método corresponde ao uso de plantas de cobertura em sucessão, rotação ou em consórcio com outras culturas, com o intuito de proteger a superfície, mantendo e melhorando as propriedades físico-hídricas, químicas e biológicas do solo, em todo seu perfil.
“Partes das plantas usadas podem ser aplicadas para outros fins, como: produção de sementes e de fibras e na alimentação animal.”
Para aplicá-la no campo, Arminda explica que é necessário o cultivo de plantas específicas para a recuperação e/ou manutenção da matéria orgânica e, consequentemente, das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, ou seja, “buscando a melhoria da qualidade do solo e sustentabilidade dos agroecossistemas”.
A adubação verde, informa a especialista, pode ser aplicada em qualquer tipo de cultivo (lavoura). “Desde que o uso de associação de cultivos (rotação, sucessão e consórcio), que constitui a adubação verde, aumente a diversidade de espécies, a quantidade e a qualidade dos resíduos vegetais e da matéria orgânica, além da agregação do solo, minimizando os impactos ambientais negativos de agroecossistemas”, alerta.
O incremento de nitrogênio no solo, seja por meio da fixação biológica seja mediante incorporação de biomassa, principalmente no caso das leguminosas, é uma das contribuições de maior relevância da adubação verde, “proporcionando economia de fertilizantes nitrogenados”, informa a pesquisa Arminda Moreira de Carvalho, da Embrapa Cerrados. Foto: Arquivo Embrapa Cerrados


VANTAGENS
Segundo a pesquisadora da Embrapa Cerrados, os adubos verdes colaboram para a elevação da diversidade de espécies e de resíduos vegetais em sistemas agrícolas. Além disso, o incremento de nitrogênio no solo, seja por meio da fixação biológica seja mediante incorporação de biomassa, principalmente no caso das leguminosas, “é uma das contribuições de maior relevância dos adubos verdes, proporcionando economia de fertilizantes nitrogenados”.
Outra vantagem é o incremento da matéria orgânica do solo e melhoria de sua qualidade, com consequente potencial para estocar C e N no solo; recuperação e/ou a manutenção da matéria orgânica e consequentemente, das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
“A adubação verde ainda promove o controle de insetos-pragas, doenças, fitonematoides e plantas invasoras, reduzindo as aplicações dos vários pesticidas. Também serve para controlar a erosão – hídrica ou eólica, minimizando as perdas de solo e, consequentemente, de água, nutrientes e matéria orgânica.”
Arminda também destaca que o produtor poderá reduzir ou até mesmo eliminar a aplicação de pesticidas e fertilizantes. “Ou seja, a adubação verde tem impactos ambientais e socioeconômicos altamente positivos, diminuindo os riscos de poluição do solo e dos mananciais hídricos.”
Em contrapartida, informa a pesquisadora da Embrapa Cerrados, os efeitos negativos do método podem ocorrer caso não sejam respeitadas a compatibilidade de cultivos entre as culturas e espécies vegetais para adubação verde como, por exemplo, “utilizar plantas em consórcio, rotação e/ou sucessão que sejam suscetíveis aos mesmos patógenos, como pragas, doenças ou nematoides”.

INVESTIMENTO
Como a maioria das mudanças relacionadas à sustentabilidade no campo, o produtor rural terá de investir. “Seria o custo adicional, porque, apesar dos inúmeros benefícios econômico-ambientais, principalmente, com a redução da aplicação de fertilizantes nitrogenados, esta prática consiste em um sistema complexo no qual há necessidade de o agricultor dispor de aporte financeiro para realizar os investimentos iniciais com sementes, implantação e manejo das espécies vegetais cultivadas com objetivo da adubação verde”, salienta Arminda.
Para começar a utilizá-la, também é necessário passar por uma capacitação profissional: “Esta prática consiste em um sistema mais complexo no qual há necessidade de o agricultor dispor de aporte financeiro e estrutura extra para implantação e manejo das espécies vegetais cultivadas com objetivo da adubação verde”.

LIVRO COM ORIENTAÇÕES
Em julho do ano passado, a Embrapa lançou o livro “Adubação Verde e Plantas de Cobertura no Brasil: Fundamentos e Prática – Volume 1”, de autoria do pesquisador da Embrapa Solos (RJ), Luis Carlos Hernani, em parceria com outros sete pesquisadores. Na obra, são abordadas variadas espécies vegetais com propriedades que trazem melhorias para o meio ambiente. Também já foi lançado o volume dois, que dá continuidade ao mesmo assunto.
De acordo com a Embrapa, entre os temas da publicação estão a história do uso da adubação verde no Brasil, a situação atual e perspectivas futuras da técnica, os cuidados com as espécies, os exemplos de rotação de culturas, melhoramento genético e aspectos ecofisiológicos. O livro também inclui informações técnicas e práticas sobre semeadura e manejo da biomassa de adubos verdes.
Outro aspecto importante é a evolução do conceito da adubação verde e suas modalidades, o ciclo das espécies, os sistemas de cultivo e a recuperação de área degradadas. Além de aspectos nutricionais e fatores químicos, físicos e biológicos, que condicionam a fertilidade do solo e o crescimento vegetal, são tratados de forma bastante abrangente em vários capítulos. Capítulos específicos tratam da fitossanidade, incluindo pragas, doenças, fitonematoides e plantas daninhas.
Para adquirir os dois livros que tratam da adubação verde, acesse: http://vendasliv.sct.embrapa.br.
Por equipe SNA/RJ

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Ora Pro Nobis: Como Fazer Mudas, Dicas e Benefícios

Adubação verde com leguminosas



CROTALÁRIA ou guizo de cascavel
A adubação verde é uma prática agrícola que consiste no plantio de espécies capazes de reciclar os nutrientes presentes no solo para torná-lo mais fértil e mais produtivo. O uso de adubos verdes pode reduzir o uso de fertilizantes minerais, garantindo a conservação dos recursos naturais.
Durante o programa, a equipe da Embrapa Agrobiologia (Seropédica - RJ) trará informações sobre como fazer a adubação verde com leguminosas. Essa prática permite uma economia considerável para o pequeno produtor, pois reduz ou até elimina o uso de fertilizantes minerais, produtos caros. Para fazer uma boa adubação verde o agricultor deve escolher espécies adequadas para o tipo de clima, solo e sistema de manejo das plantas.
Arachis Pintoi ou amendoim forrageiro
As raízes das leguminosas extraem vários nutrientes das camadas mais profundas do solo, puxando-as para a superfície. Com isso, essas plantas aumentam a matéria orgânica presente naquela área, contribuindo para a conservação ambiental, retenção de água e redução da erosão.

ESCUTE O PROGRAMA EM: http://hotsites.sct.embrapa.br/prosarural/programacao/2006/adubacao-verde-com-leguminosas

2006/10/25 20:00:00 GMT+0
15'
Ana Lucia Ferreira (MTB 16913/RJ)
Email: analucia@cnpab.embrapa.br
Telefone: (21) 2682-1500
Embrapa Agrobiologia

Pitaia - colheita no Sul Catarinense

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Recuperar áreas degradadas com bolas de sementes - SEED BALL

Um método simples de restaurar a vida vegetal numa área que sofreu erosão é através de bolas de sementes. Colete sementes silvestres todos os anos. As crianças são especialmente boas em coletar sementes e gostam de aprender sobre as plantas.



Colete o maior número possível de sementes diferentes de plantas nativas do local. Faça pequenas bolas com estas sementes e um pouco de terra.
Misture as sementes com composto ou terra para plantio e acrescente barro. Coloque água suficiente apenas para umedecer a mistura.
Se colocar muita água, as sementes brotarão cedo demais. Faça pequenas bolas com esta mistura e deixe-as secar por alguns dias ao sol. Um pouco antes ou durante a estação das chuvas, vá até o local onde você quer restaurar a vida vegetal e jogue as bolas. Construir primeiro valas nas curvas de nível e outras barreiras reduz e retém a água do escoamento superficial, necessária para ajudar as sementes a brotarem e crescerem.

As sementes brotarão quando chover. O composto provê nutrientes, e o barro evita que as sementes sequem, sejam comidas por camundongos e pássaros ou levadas pelo vento. Depois de um ano, as novas plantas produzirão suas próprias sementes, e logo crescerão muitas plantas novas. O solo se acumulará ao redor das plantas, evitando a erosão. Logo, aparecerão novos tipos de plantas. Se não for perturbada, depois de muitos anos, a área inteira estará restaurada.

NOTA DA EDITORA: Este método é bom para restaurar a vida vegetal, mas não é adequado para o
reflorestamento. As árvores freqüentemente precisam de mais cuidados e tempo para crescer.



Colete somente as sementes totalmente maduras de árvores fortes e saudáveis. Pegue sementes dos melhores exemplares disponíveis da árvore. As sementes contidas em vagens ou frutas devem ser retiradas.

As frutas pegajosas, como o tamarindo, precisam ser deixadas de molho na água para que as sementes possam ser retiradas e secadas. As sementes devem estar bem secas antes de serem armazenadas. Use rótulos claros.
Algumas sementes, especialmente as muito duras, podem permanecer boas por muitos anos. Porém, algumas sementes macias, como as sementes de nim ou de maçã kei, mantêm-se apenas por algumas semanas. Use sementes frescas sempre que possível.

Valorização e Uso das Frutas Nativas para a Geração de Renda


Os técnicos do CETAP, ao realizarem um trabalho de assessoria com o objetivo de contribuir para a afirmação da agricultura familiar e suas organizações, com um princípio de construção baseado em uma agricultura sustentável, dentro dos princípios da agroecologia, foram gradativamente se dando conta da importância de ampliar os trabalhos com conservação e uso da sócio-biodiversidade. Para além das espécies agrícolas já conhecidas, a exemplo de variedades de milho, feijão, abóbora, batata doce, ervilhas, morangas, entre tantas outras, buscou-se ampliar este trabalho passando também a desenvolver ações de conservação e uso da sócio-biodiversidade nativa. 
 

A promoção da agroecologia, como proposta de reconstrução de sistemas agroalimentares promotores de soberania alimentar e protagonismo popular, integrando campo e cidade numa perspectiva de interdependência dentro de uma lógica de complementaridade entre rural e urbano, originou o Projeto de " Valorização e Uso das Frutas Nativas na Perspectiva de Associar Geração de Renda com a Conservação Ambiental e Soberania Alimentar".  
Portanto, o trabalho de valorização e uso das espécies nativas surge dentro da entidade CETAP, como um processo de amadurecimento e entendimento da agroecologia, bem como do papel da entidade em se desafiar e desafiar a sociedade na realização de inovações. 

A - Informações gerais


INÍCIO: 01/2001 (em andamento)
ENTIDADE EXECUTORA: Centro de Tecnologias Alternativas e Populares - CETAP
PARCEIROS: Encontro de Sabores - Comercio de Produtos Orgânicos
APRESENTADO PORAlvir Longhi
RECURSOS: Terceiros (provenientes de captação de recursos e/ou parceiros, sejam eles públicos ou privados, a fundo perdido ou reembolsáveis)
FAIXA DE VALOR: Acima de U$25 mil
CATEGORIA: Projeto

ÁREA TEMÁTICA PRINCIPAL: Inclusão Sócio-Produtiva
PALAVRAS-CHAVE: Fruticultura, Cooperação, Arranjos Produtivos, Cadeias Produtivas, Agricultura Familiar, Produção de Alimentos, Desenvolvimento Regional, Diversificação, Agregação de Valor, Preservação, Sistemas Agroflorestais e biodiversidade
PÚBLICO-ALVO: Agricultores familiares, empreendimentos urbanos de economia solidária e inciativas de empreendimentos sociais 
LOCALIZAÇÃO: Área periurbana
ABRANGÊNCIA GEOGRÁFICA: Microrregional
ÁREA ESPECÍFICA DE IMPLANTAÇÃO: Municípios de Passo Fundo, Santo Antônio do Palma, Três Arroios, Aratiba, Itatiba do Sul, Sananduva, Ibiraiaras, Santo Expedito do Sul, Pinhal da Serra, Vacaria, Monte Alegre dos Campos e Campestre da Serra.


B - Descrição da prática


1- ANTECEDENTES
No estado do Rio Grande do Sul, frutas como jabuticaba, butiá, guabiroba e araçá, fazem parte da cultura local. Muitas pessoas as conhecem ou lembram que na infância, de maneira lúdica, subiram em árvores para poder degustar o sabor silvestre desses frutos. Contudo, atualmente, a aquisição dessas frutas nativas ou de seus derivados é restrita, principalmente pela baixa oferta nos mercados. Por isso, o consumidor acaba adquirindo espécies exóticas, consideradas mais produtivas pelos produtores e que são facilmente encontradas em locais de comercialização de alimentos.
Existe uma expressiva diversidade de espécies frutíferas, nativas do estado do Rio Grande do Sul, e que historicamente foram negligenciadas ou pouco utilizadas. Percebendo isso, técnicos do Centro de Tecnologias Alternativas e Populares (CETAP), Organização Não Governamental (ONG), com sede no município de Passo Fundo (RS), identificaram a possibilidade de geração de renda para os agricultores familiares ecologistas, situados em quatro regiões do estado do Rio Grande do Sul, por meio da coleta de frutas das espécies nativas existentes em suas propriedades. 
Esses produtores utilizam sistemas de produção de base ecológica, em pequenas áreas de terra, com mão de obra familiar e produzindo hortaliças, feijão, milho, mel, queijo artesanal e frutas nativas, as quais são utilizadas para consumo próprio e o excedente comercializado em feiras. 

2- OBJETIVO 
O principal objetivo da presente iniciativa, reside na proposição de criação e, consequente estruturação de uma cadeia produtiva solidária, surgida da percepção de preencher a lacuna de exploração, de um mercado de frutas nativas. 
Com a adicional expectativa de promover desenvolvimento com geração de oportunidades aos agricultores familiares ecologistas, acompanhados pelo CETAP, além de levar aos consumidores alternativas para uma alimentação natural e saudável, com sustentabilidade ambiental. 
Objetivos Específicos:
- contribuir para a afirmação da agricultura familiar e suas organizações;
- construção de uma agricultura sustentável;
- preservação da biodiversidade local; e
- troca de conhecimentos, experiências e integração entre os meios rural e urbano.

3 - SOLUÇÃO ADOTADA
O reconhecimento de que as frutas nativas estão pouco presentes nos sistemas de produção de alimentos e na cultura alimentar, permitiu que o CETAP desse início ao trabalho voltado à importância e ao potencial socioeconômico dessas frutas, levando à conservação das mesmas, estando estas em seus ambientes naturais, ou sendo cultivadas em sistemas agroflorestais.
A entidade contribuiu com ações que respaldaram o empreendimento “Encontro de Sabores” para a formação da cadeia produtiva das frutas nativas. Tal iniciativa colabora para a troca de conhecimentos, experiências e integração entre os meios rural e urbano, propiciando complementaridade entre ações desenvolvidas para uma ampliação de oportunidades, associadas à preservação da biodiversidade local.
Os fundadores do empreendimento “Encontro de Sabores”, do corpo técnico do CETAP, avaliaram que, para obter um avanço da atividade econômica na região de atuação, era necessário um articulador direcionado á comercialização dos produtos procedentes dos sistemas agroflorestais ou dos remanescentes florestais existentes nas propriedades dos agricultores, a fim de motivá-los a cuidar e a cultivar as espécies frutiferas nativas. 
Assim, o “Encontro de Sabores” foi constituído para fazer a conexão entre os agentes da cadeia produtiva, a comercialização e a circulação de produtos. Também foi identificado ser fundamental elaborar diferentes subprodutos a partir das frutas nativas, para que o empreendimento pudesse viabilizar-se economicamente, bem como criar mais demandas de produtos (frutas e polpas) aos agricultores. 
Com o intuito de realizar a venda aos consumidores, foi desenvolvido um trabalho de divulgação por meio de aulas de gastronomia, eventos de degustação de novos produtos, para informar sobre a possibilidade de produzir uma variedade de subprodutos a partir das polpas de frutas nativas (amora, araçá, butiá, goiaba, guabiroba, jabuticaba, uvaia, açaí-juçara, pinhão). devido a isso, a" Cadeia das Frutas Nativas" foi eleita, em 2012, para participar do convênio entre o estado do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Sesampe), e a Fundação de Educação para o Associativismo – (FEA/Colacot), no marco do projeto “Cooperação Internacional no Âmbito da Economia Solidária entre o Rio Grande do Sul e Países da América Latina e Caribe”.

4 - RESULTADOS ALCANÇADOS
Atualmente, a cadeia produtiva das Frutas Nativas na região de atuação direta do CETAP em Parceria com o Encontro de Sabores, conta com a participação de cerca de:
  • 150 famílias de agricultores familiares ecologistas, além de entidades parceiras, ONGs, associações, cooperativas, prefeituras e empreendimentos da economia solidária em 17 municípios do Rio Grande do Sul; 
  •  69 áreas com sistemas agroflorestais no estado;
  •  05 unidades de processamento de polpas de frutas nativas instaladas;
  •  03 unidades comunitárias de processamento de pinhão;
  •  instalação de 01 unidade de processamento para elaboração em produtos finais, no município de Passo Fundo;
  • Os principais produtos desta cadeia produtiva a destacar são: A bolacha de pinhão, os picolés de frutas nativas, salgados (pastel de pinhão, croquete de pinhão, pastel de butiá), as polpas de guabiroba, araçá vermelho, goiaba, jabuticaba, butiá e bergamota crioula, e por fim, os sorvetes de frutas nativas;
  • Do ponto de vista econômico, as referidas atividades fazem circular em média, pela comercialização dos produtos descritos, um valor total de: aproximadamente R$ 15.000,00 por mês ou R$ 180.000,00 por ano. 

5 - RECURSOS NECESSÁRIOS
As ações de valorização e uso das frutas nativas juntamente com a implementação de propostas de implantação e manejo de agroflorestas desenvolvidas pelo CETAP, nestes 15 anos de trabalho, tem tido apoio de diversos atores em diferentes momentos, desde do Governo Federal e Estadual, entidades de cooperação internacional e inciativa privada. Mais recentemente buscam-se também apoios junto às Prefeituras, nos municípios onde o trabalho é desenvolvido.
 Recursos Humanos - 02 profissionais da equipe técnica do CETAP e do Encontro de sabores em tempo integral. Número variável de técnicos para acompanhar as àreas  agroflorestais, bem como para a assessoria técnica no desenvolvimento de produtos a partir de frutas nativas e na construção de alternativas de comercialização.
 Recursos Materiais - o projeto ensejou a aquisição de diversos equipamentos, tais como: despolpadeiras, freezeres, dosadores manuais, taques de lavagem, seladoras, equipamentos direcionados á instalação de pequenas unidades de processamento de polpas de frutas junto aos grupos e famílias de agricultores. Também foram adquiridos equipamentos para o processamento do pinhão, como trituradores/moedores elétricos, descascador de pinhão, freezer e seladora.
 Infra-Estruturas: Por último, o projeto estruturou e equipou a instalação de uma unidade de processamento para elaboração em produtos finais, das popas e da  massa de pinhão. Juntamente com o "Encontro de Sabores" foi adquirido um KIT feira, ou seja, um conjunto de equipamentos que permite com que os grupos e empreendimentos participem de diversas feiras para venderem seus produtos.
Marketing: Anualmente são investido recursos em elaboração de material de divulgação como: cartilhas técnicas, manuais, folders e banners

6 - TRANSFERÊNCIA
A experiência desenvolvida vem gerando diversos momentos de reflexão e troca de experiências, no âmbito da Rede Ecovida de agroecologia, do estado do Rio Grande do Sul. Resultado direto disso, é que  a partir do de 2014, foi elaborado um plano de trabalho em 07 regiões do estado, de forma conjunta e entre diversas organizações, a fim de implantar estas inciativas em outras regiões.
Além disto, o CETAP e o Encontro de Sabores receberam inúmeras vistas de grupos de agricultores, estudantes, universidades de diversas regiões do estado e do Brasil, a fim de conhecerem e intercambiarem conhecimentos sobre o tema.As Inciativas desenvolvidas, também serviram de base para a formulação de um programa do Governo Estadual, através do departamento de economia solidária, para o período  de 2011 a 2014, direcionado ao fomento e articulação da Cadeia Solidária das Frutas Nativas do Rio Grande do Sul.

7 - LIÇÕES APRENDIDAS
Até ao momento, destacam-se como os principais fatores constatados pela iniciativa, as seguintes inferências:
  • Os agricultores que possuem árvores nativas ou que implantaram sistemas agroflorestais, apesar dos desafios a serem enfrentados, sentem-se satisfeitos quanto ao retorno econômico demonstrado pela atividade;
  • As entidades que prestam serviços de acompanhamento técnico às famílias e aos grupos vêm encontrando pouco apoio das políticas públicas estaduais e nacionais, no sentido de dar continuidade aos trabalhos e de aprimorar os processos já utilizados;
  • Para os técnicos, é indispensável que haja um programa de financiamento ou uma forma de custeio que possibilite a aquisição de materiais e insumos por parte das famílias de agricultores, a fim de implantar o manejo de áreas de Sistemas Agroflorestais (SAFs) e melhorar os processos de colheita e estocagem de frutas. Os técnicos reforçam que tal programa deveria se estruturar em cima da premissa de que esta ação cumpre com uma função ambiental relevante e, portanto, é de interesse do conjunto da sociedade;
  • Nas comunidades rurais, 80% das iniciativas de produção de polpa de frutas nativas, na área geográfica de atuação, são realizadas em espaços informais. A maioria dos participantes, entende que há urgência de formalização, porém sem que isso descaracterize o trabalho. São necessárias dinâmicas organizativas, infraestruturas e uma legislação adequada a esta realidade;
  • A operacionalização atual é executada de forma a atender à pouca procura com estoques relativamente altos para o contexto apresentado, ou que são pouco comportados pela estrutura disponível. 
Como principais aprendizados, em resumo podemos destacar os seguintes:
  • Acumulo de conhecimento técnico sobre manejo de agroforesta em diferentes situações;
  • Conhecimento técnico sobre processamento de frutas Nativas. Não havia conhecimento sobre esta prática até o início deste trabalho, uma vez que não existia praticamente nada versando sobre este tema, e especificamente, na região sul do brasil. Com a realização deste trabalho foi possível organizar um procedimento sobre boas práticas de processamento de frutas nativas, a mesma encontra-se descrita em uma cartilha técnica de processamento de espécies nativas;
  • Desenvolvimento de novas receitas – com a realização do trabalho em parceria junto ao Encontro de Sabores foram realizadas diversas receitas de pratos doces e salgados a partir das frutas nativas, o que permite hoje realizar atividades de capacitação junto a empreendimentos de alimentação (restaurantes, hotéis e lancherias), a fim de que os mesmos possem a utilizar os produtos compostos com frutas nativas em seus cardápios;
  • O trabalho realizado e as experiências geradas possibilitaram que o CETAP elaborasse uma base metodológica que possa ser utilizada em diferentes contextos, a fim de promover a valorização e uso da sócio-biodiversidade. Esta base metodológica tem como principais elementos uma espécies de fluxograma de como montar uma "Dinâmica" regional de aproveitamento, processamento e comercialização de produtos da sócio-biodiversidade, com ênfase nas frutas nativas.

8 - ORIGINALIDADE DA PRÁTICA
Trata-se como frisado anteriormente, de uma iniciativa original, não havendo até ao momento, referências apontando iniciativa similar no estado do Rio Grande do Sul.
A visitação decorre em qualquer época do ano, limitada a um número máximo de 30 pessoas.
Anexos:
Baixar este arquivo (Frutas_Nativas-2015 (1).pdf)Frutas_Nativas-2015 (1).pdf[ ]3336 kB

Postagem em destaque

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...