corte de grama pode matar mudas de árvores!!!
O
uso de roçadeiras no corte de grama nas ruas, praças, CONDOMÍNIOS, da
cidade de porto alegre, tem causado danos no caule das mudas (como na
foto abaixo) .Muitas morrem!!
Mas porque as mudas morrem?
O anelamento dos caules provoca interrupção do transporte no floema
Apesar da colocação de tubos de PVC na proteção das mudas ser uma
solução inteligente, as vezes eles desaparecem. Tenho cortado PETs e
colocados nas mudas por onde ando, isso salva algumas árvores.
Rua Dona Paulina / muda seca por corte de grama |
SOLUÇÃO: tubos de PVC na proteção das mudas
Desde o século XVII, já se tinha evidências experimentais de que o floema transporta substâncias importantes para o crescimento das plantas. Uma dessas evidências foi apontada por Marcelo Malpighi (1686), o qual chamou atenção para o intumescimento resultante do anelamento de troncos e galhos (Fig. 1).
FIGURA 1. Anel de Malpighi.
O intumescimento da região logo acima do anel evidencia que substâncias
são transportadas pelo floema. Se o anelamento for realizado no caule
principal, a falta de suprimentos provocará a morte das raízes e
posteriormente do vegetal como um todo.
O floema é, portanto, a ponte que permite a passagem de suprimentos da
parte aérea (produtos da fotossíntese) para as raízes. Esses suprimentos
permitem que as raízes continuem exportando água e sais minerais para a
parte aérea.
O intumescimento sugere que substâncias que antes eram transportadas
para a região basal do vegetal passam a acumular devido à interrupção do
transporte.
Outra evidência é a constatação de que plantas que sofrem anelamento do
tronco principal morrem. A explicação para essa letalidade é que a falta
de suprimentos vindos da parte aérea (produtos da fotossíntese) provoca
a morte das raízes. Posteriormente, a parte aérea também morre, pois
fica sem água e sais minerais derivados do sistema radicular.
O floema nada mais é do que a parte interna da casca das plantas com
crescimento secundário (Fig. 2). Nas plantas com crescimento primário, o
floema também ocupa a porção externa dos caules, exceção sendo feita
para as gramíneas, cujos vasos de floema e xilema estão distribuídos em
vários feixes dispersos no córtex. Contudo, em cada feixe, o floema
também ocupa a porção mais externa.
FIGURA 2. Secção transversal de caules mostrando o crescimento primário e secundário.
O floema e o xilema primários são formados diretamente através da
diferenciação do meristema apical. Floema e xilema secundário são
formados pelo câmbio, o qual diferencia ao mesmo tempo células de floema
para fora (centrifugamente) e células de xilema para dentro
(centrípetamente).
Como conseqüência, o floema fica sempre na porção externa de plantas com
crescimento secundário e o floema primário fica mais externo que o
floema secundário. Desse modo, ao removermos os tecidos externos de um
caule (casca), o floema será eliminado, mas o xilema não.