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terça-feira, 23 de outubro de 2018

Amendoim Forrageiro, PALATABILIDADE, CRESCIMENTO E VALOR NUTRICIONAL FRENTE AO PASTOREIO DE EQÜINOS ADULTOS



A leguminosa Arachis pintoi é uma excelente fonte de forragem para cavalos e pode estar associada com a maioria das gramíneas, mesmo as mais agressivas. 

Ela tem aceitação muito boa e excelente valor nutritivo. Os bons resultados obtidos neste estudo, em relação à persistência na associação ou na cobertura de solo e na nutrição de cavalos, indica essa espécie como boa opção para o criador brasileiro de cavalos. Essa planta tem grande tolerância ao pastoreio, devido à sua estrutura de crescimento ser protegida da boca do animal, diferentemente da maioria das leguminosas tropicais.

O Arachis pintoi (Amendoim Forrageiro Perene) é uma leguminosa herbácea perene, de crescimento rasteiro, hábito estolonífero, prostrado e lança estolões horizontalmente em todas as direções em quantidade significativa, cujos pontos de crescimento são bem protegidos do pastejo realizado pelos animais. Adapta-se bem em solos de baixa a média fertilidade e tolera aqueles com alta saturação de alumínio (ácidos), porém, responde bem à calagem e adubação fosfatada. É uma leguminosa de porte baixo, dificilmente ultrapassando 30-40 cm de altura, possui raiz pivotante, que pode alcançar 1,60 m de profundidade. As hastes são ramificadas, circulares, ligeiramente achatadas, com entrenós curtos e estolões que podem chegar a 1,5 m de comprimento. A planta floresce várias vezes ao ano, geralmente entre a 4ª e 5ª semana após a emergência das plântulas. Em condições de sombreamento, as plantas apresentam crescimento mais vertical, com maior alongamento do caule, maior tamanho e menor densidade de folhas (CALEGARI et al., 1995; LIMA, 2007; SUPRAREAL, 2007).
 
Uma característica que confere grande tolerância ao pastejo é a localização de seus pontos de crescimento que, geralmente, encontram-se bem protegidos do alcance da boca do animal, ao contrário da maioria das espécies de leguminosas tropicais, que tem seus pontos de crescimento facilmente removidos em condições de pastejo intenso. Assim, é possível manter uma área foliar residual, mesmo quando a planta é submetida a um pastejo contínuo e intenso. Com relação ao frio, à seca, ao encharcamento e às cigarrinhas, essa leguminosa apresenta tolerância média segundo relatos de Calegari et al. (1995) e Lima (2007).

As pragas mais comuns que atacam essa leguminosa são os crisomélidos (que consomem as folhas), formigas e algumas larvas de lepidópteros. A presença dessas pragas ocorre de forma localizada dentro das pastagens e não afeta a persistência e a sua produtividade (CALEGARI et al., 1995; LIMA, 2007).

Apesar de terem sido identificadas diversas doenças que atacam o amendoim forrageiro, até o momento estas não têm limitado sua produção. De acordo com Lima (2007), o Arachis pode ser usado tanto na consorciação com gramíneas, como para recuperação de pastagens puras em processos de degradação. Sua densa rede de entolhos tem impacto positivo no controle da erosão (CALEGARI et al., 1995). Por ser ainda uma leguminosa perene, age como fixadora de nitrogênio, que promove boa cobertura de solo e controla plantas invasoras. Assim, foi objetivo da pesquisa proporcionar outra alternativa forrageira para melhorar a qualidade nutritiva da alimentação fornecida aos eqüinos criados na Região Metropolitana de Curitiba.

CONCLUSÕES
Concluiu-se que Arachis pintoi, empregado isoladamente ou consorciado, teve grande aceitação pelos animais (boa palatabilidade), além de significativamente suprir as necessidades diárias, em função dos dados da análise bromatológica efetuada.

Fonte: http://www2.pucpr.br/reol/index.php/ACADEMICA?dd1=1871&dd99=view

terça-feira, 19 de junho de 2018

Pastagens em consórcio de capim e amendoim-forrageiro ficam mais ricas em nutrientes

Fonte:




A carência de nutrientes no solo e a baixa qualidade de pastagens tropicais tornaram-se desafios para pesquisadores e produtores. São raros os casos de emprego de leguminosas consorciadas com capins em regiões tropicais. No Brasil já existem duas experiências que vêm dando bons resultados. Na Amazônia, por exemplo, já se tem dois casos que merecem destaque: a puerária e o amendoim forrageiro. O uso de uma leguminosa pode contribuir para o aumento da produção de carne e leite na região.

A equipe da Embrapa Acre, diz que o amendoim-forrageiro, planta que apresenta até 22% de concentração de proteína, taxa quase três vezes maior que a encontrada em capins, e capacidade de produção de matéria seca em torno de 20 toneladas por ano. Por esta razão, o uso do consórcio de leguminosas e capins adequados à região, associado a outras técnicas simples e acessíveis ao pequeno produtor, aumenta a capacidade de suporte das pastagens para até três cabeças por hectare.

De acordo com Judson Valentim, pesquisador da Embrapa Acre, a indicação desse consórcio atende a três questões chaves para a sustentabilidade da pecuária na Amazônia:

 1) diversificação do pasto como medida de contenção do ataque de pragas e doenças; 
2) alternativa para o problema da mortalidade do capim brizantão; 
3) maior capacidade de suporte para os casos de intensificação da pecuária.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Como plantar e cuidar da grama amendoim!

Fonte: blog sthill jardim de idéias

Com o nome científico Arachis Repens, a grama amendoim é uma espécie da família Fabaceae, nativa do Brasil. Também conhecida como amendoim-rasteiro, amendoim-forrageiro ou amendonzinho, essa espécie é muito utilizada para forração. 

Escolher a grama amendoim tem diversas vantagens: ela não precisa de podas periódicas, é excelente para combater a erosão, ajuda a segurar o solo - especialmente em ladeiras – e auxilia nas composições de lindos jardins por conta da sua flor amarela. 

Suas raízes conseguem fixar o nitrogênio da terra - mesmo em solos pobres e de pouco nutrientes. Por isso é chamada de adubação verde, a técnica de plantar a grama para gerar nitrogênio no solo e beneficiar qualquer tipo de produção, seja de chácaras ou quintais.

Vamos plantar? 

Primeiramente, você precisa escolher um local de plantio adequado, pois a grama amendoim é muito sensível e não tolera lugares muito frios com geadas e pisoteio.

Solo: precisa ser rico em matéria orgânica e enriquecido antes do plantio. Não se esqueça da drenagem de solo, é importante que não acumule água.

Plantio por semente: a dica é fazer a germinação das sementes. Para isso, faça covas espaçadas  - 10 centímetros entre cada uma - e coloque três sementes por espaço. Regue com frequência! 

Plantio por mudas: esse tipo de plantio é fácil de pegar e se alastra com mais rapidez. Faça covas espaçadas de 10 centímetros e coloque uma muda por espaço. Regue com regularidade!

A espécie prefere ambientes com sol pleno, mas suporta meia sombra.  Por ser muito delicada, preste bastante atenção com o desgaste de pisoteio. 

E para deixar a grama com um aspecto bonito, a recomendação é utilizar o aparador elétrico STIHL FSE 41, que é indicado para serviços de corte das bordas de canteiros e gramados. Leve e ergonômico, se adapta ao perfil do usuário através da regulagem do ângulo de trabalho, do tamanho da haste e das posições de encaixe do cabo. 

Mãos à obra? Compartilhe com seus amigos e fique sempre de olho no nosso blog. Até a próxima!

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Pasto consorciado com amendoim forrageiro ajuda a aumentar produtividade em até 66%

Fonte:http://www.portaldbo.com.br/Revista-DBO/Noticias/Pasto-consorciado-ajuda-a-aumentar-produtividade-em-ate-66-/24781

Pesquisa da Embrapa Acre ainda mostra a diferença de resposta de bovinos Nelore e de cruzamento industrial Nelore + Angus em pastagem com amendoim forrageiro

Thuany Coelho
Uma pesquisa desenvolvida pela Embrapa Acre em 2017 mostrou a diferença de produtividade entre bovinos Nelore e de cruzamento industrial entre Nelore e Aberdeen Angus - muito comum no Acre - em pastos tradicionais e consorciados. Os animais foram observados na recria, no período da seca, de maio a setembro de 2017. Enquanto o ganho de peso do Nelore aumentou cerca de 27% na pastagem consorciada com amendoim forrageiro em relação à “pura”, o crescimento do cruzamento Angus/Nelore foi de 66%. “É uma diferença expressiva, que vem da adaptação desses animais”, diz Maykel Sales, pesquisador da Embrapa Acre.
O ganho de peso diário de animais Nelore foi de 219 g em pasto “puro” e de 278 g no consorciado. Já a média dos animais do cruzamento Angus/Nelore foi de 238 g/dia apenas com braquiária humidícola e de 395 g/dia no consórcio com 20% a 25% de amendoim forrageiro. Nessa pesquisa, a taxa de lotação foi de 2,2 UA/ha no pasto puro e de 2,4 UA/ha no consorciado. Além do ganho de peso, o pesquisador também fez uma avaliação de parâmetros sanguíneos para verificar como estava o aproveitamento da dieta pelos animais. Segundo ele, o Nelore não sente tanto a diferença entre pastos comuns e consorciados, já que está acostumado com uma dieta com pouco nitrogênio. “Por serem animais que vêm de uma região do mundo com gramíneas de baixa qualidade, estão adaptados a isso, então, durante a evolução, se especializaram em reciclar nitrogênio. Com isso, os níveis de nitrogênio no sangue desses animais são estáveis, na faixa de 17% a 20%, o que a gente considera próximos de ideais”, explica Sales.
Já a raça Angus, originária de regiões temperadas da Europa, onde há gramíneas de alta qualidade, não apresenta a mesma evolução. “Esse animal cruzado em ambiente com pouco nitrogênio sofre bastante, o que prejudica o ganho de peso, que fica muito parecido com o do Nelore. Mas quando você compensa com o pasto consorciado, ele é muito melhor”. O pesquisador da Embrapa Acre explica que no caso de pasto puro de braquiária humidícola, a vantagem do melhoramento genético vindo do cruzamento é anulada pela baixa qualidade do pasto. “É um animal que precisa de um ambiente melhor, suplementação proteica se for o caso ou de um pasto consorciado para você não “perder” o potencial genético dele”.


Consórcio com amendoim forrageiro - Sales realiza estudos em pastos puros e consorciados em 16 hectares da Fazenda Guaxupé, em Rio Branco, no Acre, desde 2010. A partir de 2015, quando ajustes no sistema foram feitos, as avaliações de Nelore na recria - animais de 8 a 10 meses de idade e 220 a 230 kg - sistemicamente têm apontado média de aumento no ganho de peso de pastos consorciados ante puros de 20% na época das chuvas e de cerca de 40% na seca - em números brutos, porém, o ganho de peso diário é maior nas chuvas nos dois sistemas. 
Além de aumentar o teor proteico da dieta na comparação apenas com o pasto de braquiária humidícola, o amendoim forrageiro é menos fibroso e de digestibilidade maior, resultando em melhora do desempenho animal. O consórcio, então, permite produzir mais carne em menos tempo e ainda reduz a dependência de insumos. “O produtor que trabalha com pasto consorciado não depende tanto de comprar ureia, que chega a preços altos no Acre, porque há reposição direta de nitrogênio pelo amendoim”, explica. Segundo o pesquisador, com 30% de amendoim forrageiro e 70% de capim, proporção considerada ótima, a quantidade de nitrogênio fixada no solo ficaria em torno de 80 a 120 kg de N/ha/ano, substituindo por volta de 200 kg de ureia. Apesar dos estudos serem focados no Acre, Sales acredita o sistema funcione bem em toda a região Amazônica e em áreas com estação de seca não tão prolongada.
Assistência técnica - Para o pesquisador, quem usa a tecnologia está satisfeito e expandindo a área, mas a adoção ainda é baixa. “Não conseguimos fazer a disseminação como queríamos, porque não temos perna para isso. A assistência técnica para a introdução é deficiente e você precisa de acompanhamento mais rigoroso para não perder controle do pasto”. Um dos cuidados é passar a aplicar herbicidas seletivos na pastagem em vez de apenas para folhas largas, mais utilizados no capim, porém que prejudicam o amendoim. Em relação a pragas, em geral, o amendoim forrageiro tem sido uma segurança, pois as principais atacam as gramíneas e ele consegue manter a qualidade da dieta enquanto isso. Em 2015, porém, quando houve uma seca mais duradoura, surgiu no Estado uma praga que ataca o amendoim: o ácaro vermelho. “Mas nos anos seguintes já não teve a mesma pressão, então não consideramos um problema. E já fizemos avaliações e temos uma estratégia para o controle”.
A maior dificuldade, contudo, está na implantação do amendoim forrageiro, já que a obrigatoriedade de plantio por mudas limita o uso da tecnologia. “Mas estamos desenvolvendo uma cultivar para ser plantada com sementes, o que vai facilitar o trabalho”. De acordo com o pesquisador, o material deve ser lançado até o ano que vem.

Fonte: Portal DBO


FORNECEMOS MUDAS;
agropanerai@gmail.com

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Esta é uma leguminosa perene que vem ganhando destaque! Amendoim-forrageiro (Arachis pintoi)

Fonte: EMBRAPA

Nome comum Amendoim-forrageiro
Nome científico Arachis pintoi
Época Verão
Família Leguminosa
Ciclo de vida Perene
Descrição Esta é uma leguminosa perene que vem ganhando destaque por sua alta produção e qualidade, capacidade de competir com invasoras e de sobreviver ao inverno. Diferente de outras leguminosas, não causa problemas de timpanismo no gado. É multiplicada principalmente por mudas, pois as sementes são mais difíceis de encontrar no mercado e possuem preço elevado. Os ramos e estolões (ramos enraizados) são utilizados como mudas e plantados em covas com espaçamento de 50 x 50cm e 15 cm de profundidade. Quando são utilizadas sementes, a quantidade é de 8 a 12 kg por hectare. As variedades existentes no Brasil são Alqueire-1, Amarillo e Belmonte. O amendoim forrageiro pode ser usado em cultivo solteiro, em consorciação com gramíneas perenes de verão como as gramas bermuda, o capim-elefante anão, a hemártria e o capim-nilo, ou ainda com gramíneas anuais de inverno, como a aveia e o azevém. Com as espécies de verão, pode ser implantado junto ou sobre pastagens já estabelecidas. Já as gramíneas de inverno devem ser semeadas em sulcos (plantio direto) sobre a pastagem de amendoim forrageiro já estabelecida. Outra possibilidade é realizar o plantio de mudas de amendoim no início do outono, semeando junto o azevém.  

 


Mudas em estolões para Porto Alegre e RS

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Em processo de ócio criativo !


Estamos em férias, caso queiras mudas, minhocas californianas ou minhocários, contate pelo email agropanerai@gmal.com.

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alexandre panerai
eng. agrônomo


‘Ócio criativo significa trabalhar, se divertir e aprender’, diz Domenico De Masi

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

EMBRAPA: Projeto investe no melhoramento genético do amendoim forrageiro!




Foto: Diva Gonçalves
Diva Gonçalves - Amendoim forrageiro - Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Acre
Amendoim forrageiro - Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Acre
Pesquisadores da Amazônia e outras regiões brasileiras buscam alternativas para melhorar a capacidade produtiva e de adaptação a diferentes condições de clima e solo, de uma das principais leguminosas utilizadas em pastagens consorciadas no País. O trabalho em rede, realizado por meio do projeto "Desenvolvimento de cultivares de amendoim forrageiro para uso em sistemas sustentáveis de produção pecuária", desenvolvido pela Embrapa, visa tornar o uso dessa planta mais acessível ao produtor rural e contribuir para intensificar a produção de carne e leite a pasto nos diferentes biomas.
O amendoim forrageiro é uma planta com alta capacidade de fixar nitrogênio no solo e elevado teor de proteína, representando uma excelente alternativa para o consórcio com gramíneas. "A associação com essa leguminosa favorece a produção de forragem, proporciona aumento da longevidade das pastagens e melhora a qualidade da dieta animal, com reflexos positivos na produtividade do rebanho. Estes fatores contribuem para a sustentabilidade econômica e ambiental da atividade pecuária", diz a pesquisadora da Embrapa Acre, Giselle Lessa, líder do projeto.
Entre 2011 e 2015, durante a primeira etapa do projeto em andamento, uma equipe de pesquisadores trabalhou na avaliação de plantas (acessos) coletadas livremente na natureza. Os estudos realizados no Acre, Rondônia, Pará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal confirmaram que o amendoim forrageiro pode ser cultivado tanto em regiões quentes e úmidas como em localidades mais frias, em níveis variados de precipitação e em solos bem drenados ou encharcados.
Executadas no âmbito do Programa de Melhoramento Genético da espécie, coordenado pela Embrapa Acre, as pesquisas contam com a participação da Embrapa Rondônia, Amazônia Ocidental, Amazônia Oriental, Cerrados, Gado de Corte, Gado de Leite, Pecuária Sudeste, Pecuária Sul e Clima Temperado. A Associação para Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), entidade que congrega 31 empresas do setor de produção de sementes, também é parceira na iniciativa. 
Pioneirismo
As pesquisas em andamento contemplam duas espécies de amendoim forrageiro que só ocorrem no Brasil (Arachis pintoi e Arachis   repens). Além de materiais genéticos oriundos do Banco Ativo de Germoplasma localizado na Embrapa Acre, também são estudados híbridos da espécie com o objetivo de desenvolver plantas com caraterísticas capazes de atender a demandas específicas dos estados.
A segunda etapa desse trabalho começou no final do ano passado com foco na continuidade das ações para lançamento de cultivares propagadas por mudas e por sementes e na obtenção de híbridos com características genéticas que atendam a demandas diversas da atividade pecuária. Os estudos enfatizam aspectos como resistência a doenças, tolerância ao alagamento e à seca, além da capacidade de persistência e compatibilidade da leguminosa no consórcio com gramíneas.
Para Giselle Lessa, o grande diferencial do projeto é o pioneirismo das pesquisas em processos de hibridação artificial do amendoim forrageiro. Esse esforço resultará nas primeiras linhagens da espécie oriundas de cruzamentos direcionados, ou seja, plantas com características genéticas que praticamente não sofrem alterações no processo de reprodução. "A partir desse material é possível obter cultivares com caraterísticas desejáveis para o mercado consumidor. Cada localidade tem suas particularidades e, pensando nisso, buscamos desenvolver plantas mais adaptadas ao clima e ao solo de diferentes biomas", afirma.
Desafios
Estudos recentes sobre a atividade pecuária no Brasil indicam uma tendência de mudança dos sistemas intensivos de produção, que utilizam a pastagem como base da alimentação do rebanho, para arranjos mais sustentáveis e competitivos, nas diversas regiões, com manutenção da característica de produção a pasto. Este tipo de arranjo tem como um dos pilares a associação de gramíneas e leguminosas forrageiras bem adaptadas e produtivas, capazes de fornecer aos animais os nutrientes necessários para a produção de carne ou leite economicamente viável, entretanto, ainda são poucas as opções de leguminosas disponíveis para o mercado consumidor.
No caso do amendoim forrageiro, outra limitação para expansão do seu uso é o alto preço das sementes, 100% importadas de outros países. Segundo Giselle Lessa, os resultados das pesquisas em andamento podem mudar essa situação, com a oferta de cultivares nacionais propagadas por mudas e por sementes, para atendimento a particularidades regionais. Embora essa etapa tenha avançado, o trabalho de melhoramento genético da espécie é um processo de longo prazo e com muitos desafios. Além de investir no desenvolvimento de novas cultivares, o projeto avalia materiais genéticos quanto à produtividade e tamanho das sementes. "Estes fatores podem reduzir a taxa de semeadura na implantação de pastagens consorciadas e diminuir custos para o produtor rural", esclarece a pesquisadora.
Em outra frente de atuação, o projeto viabiliza estudos voltados para a definição e recomendação de um método de preparo pré-colheita de sementes de amendoim forrageiro, elaboração de um sistema de produção comercial de sementes e definição de coeficientes técnicos e custos de produção de sementes em sistema mecanizado, aspectos também considerados essenciais para ampliar o uso da leguminosa.
Colhedora de sementes
As pesquisas com amendoim forrageiro envolvem outros projetos em andamento na Embrapa Acre. Um deles, executado em parceria com a Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos/SP) e Unipasto, tem por objetivo o desenvolvimento de uma máquina colhedora de sementes. Uma série de testes realizados com um protótipo já existente geram informações para subsidiar a elaboração de um novo equipamento.
Segundo o pesquisador Judson Valentim, responsável pelos estudos, o objetivo é alcançar eficiência operacional superior a 90% do banco de sementes. Ele acredita que a colheita mecanizada reduzirá a demanda por mão-de-obra e as perdas de sementes, tornando o processo menos oneroso e mais eficiente. "Isso permitirá ao mercado ofertar sementes de qualidade a preços acessíveis aos produtores rurais e contribuirá para a adoção em larga escala do amendoim forrageiro na recuperação de pastagens degradadas e na formação de áreas consorciadas destinadas a sistemas pecuários intensivos e de integração lavoura-pecuária-floresta na Amazônia Legal", afirma.
Diva Gonçalves (Mtb-0148/AC) 
Embrapa Acre 
Telefone: (68) 3212-3250
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)

Você sabe o que é adubação verde?

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

As leguminosas por fora e por dentro. Como funciona a adubação verde.

As plantas leguminosas, recentemente classificadas pelos botânicos como fabáceas, são espécies fundamentais, quer pelo seu valor nutritivo (saiba mais), quer pela fixação biológica do nitrogênio em simbiose com a bactéria do género Rhizobium.

produção agrícola e a agricultura biológica (saiba mais) em particular devem fomentar este mecanismo natural como alternativa à síntese química de amoníaco no fabrico de adubo nitrogenado, uma reação que consome muita energia e que torna o "nitrogênio do saco” o fator de produção agrícola mais dispendioso em energia e mais poluente, com muitas emissões de gases com efeito de estufa. Recentemente chegou-se à conclusão que o fabrico de adubos químicos (azotados e outros) tem uma emissão de gases poluentes quase tão grande como as dos combustíveis nos diversos transportes com motores de combustão.

Figura 1 – Fava-ratinha ou faveta (Vicia faba var. minor), semeada para adubação verde (Ferreira do Zêzere, Outubro 2015)
cultura de leguminosas pratica-se pelo menos desde a antiguidade egípcia e desde então que se reconhece que estas plantas melhoram o solo. O grego Teofrasto escreveu que as leguminosas tinham "um carácter regenerador do solo mesmo semeadas bastas e produzindo muito fruto”.

Mas só em 1886 Hellriegel e Wilfarth demonstram que as leguminosas noduladas fixam nitrogênio, ou melhor que as bactérias rizóbio presentes no interior dos nódulos transformam nitrogênio gasoso em amónio (N2 + 3H2 -> 2NH3). É um processo com resultado semelhante ao da fábrica de amoníaco (saiba mais), mas em que a fonte de energia é mais limpa – os açúcares produzidos pela planta através da fotossíntese. Na produção industrial, para transformar a molécula gasosa de N2 em amoníaco, é preciso uma temperatura da ordem dos 500ºC e uma pressão de 200 a 400 atmosferas. Já na fixação biológica a enzima nitrogenase(identificada e isolada em 1966) presente na bactéria, faz o mesmo à temperatura e pressão ambiente.

Existem diferentes espécies de rizóbio que fazem simbiose com diferentes espécies de leguminosas, produzindo nódulos na raiz também diferentes (fig. 2 e 3) e que não devem ser confundidos com as galhas provocadas por nemátodos, que são doença.

Nos chícharos (género Lathyrus), ervilhas (gén. Pisum), ervilhacas e favas (gén. Vicia),lentilhas (gén. Lens), o rizóbio é a espécie Rhizobium leguminosarum bv.Viceae, que é das maiseficientes a fixar azoto. É por isso que quando semeamos estas plantas não precisamos nem devemos aplicar adubo azotado (saiba mais), seja químico seja orgânico, pois se o fizermos, para além de estarmos a aumentar os custos da produção, reduzimos a fixação biológica de azoto. É também por isso que quando enterramos as plantas na sua floração para adubar uma cultura seguinte, já não precisamos de aplicar estrume (saiba mais), pois estamos a fazer uma "estrumação” verde, também chamada de adubo verde ou sideração.


Figura 2 – Nódulos de rizóbio em fava, brancos por fora e avermelhados por dentro, sinal de funcionamento do mecanismo de fixação de N, uma fábrica natural de adubo (Reguengos de Monsaraz, Maio 2011).

rizóbio da figura 3 é doutra espécie (Bradyrhizobium spp.) um pouco menos eficiente que o anterior mas melhor adaptado a solos ácidos e arenosos, onde a tremocilha cresce melhor que a fava ou a ervilhaca.

É também pela fixação biológica que se produz o azoto que vai formar as proteínas na planta e em especial nas sementes, algumas delas com possível uso na alimentação humana.

Desta forma, a natureza, e o homem com um cultivo mais ecológico, produzem alimentos mais proteicos que a carne, com muito menor consumo de recuros naturais (solo, água) e de baixo impacte ambiental.

Figura 3 – Interior dos nódulos de rizóbio em planta de tremocilha (Lupinus luteus) com uma coloração avermelhada, sinal de boa atividade fixadora de azoto (Évora, Abril 2009)

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Agroecologia - Planeta - Parte 2





No Planeta desta semana, você vai entender como a retomada de antigas práticas tem melhorado a qualidade dos produtos colhidos no campo. É a agroecologia, um movimento que surgiu na década de 1960 e tem ganhado força no país. Você vai conhecer o trabalho do Centro de Tecnologias Alternativas, que transforma o conhecimento do homem do campo em técnicas e ações que facilitam o dia a dia. E mais: confira uma pesquisa da Embrapa com a Cratilia, uma planta usada como alimento para o gado no Piauí e que tem se revelado uma ótima opção para melhorar a qualidade da terra

domingo, 28 de fevereiro de 2016

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Tecnologias ajudam a evitar uso do fogo na agricultura


Procedimentos também contemplam a atividade pecuária, com uso de plantas para melhoria da qualidade de pastagens

por Globo Rural Online
Embrapa
O amendoim forrageiro, leguminosa bastante utilizada em consórcio com gramíneas, é uma das tecnologias alternativas ao uso do fogo na pecuária
Os meses de agosto e setembro, época de maior estiagemno Brasil, são marcados também pela intensificação dequeimadas. Incêndios que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, acontecem em grande parte em propriedades privadas, onde fazendeiros e índios usam fogo para ampliar áreas de cultivo. Na tentativa de amenizar o problema que causa danos tanto a saúde quanto a natureza, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vem desenvolvendo tecnologias, acessíveis ao pequeno produtor, para evitar o fogo nas atividades agrícolas e pecuárias.

Embora o fogo seja uma das mais antigas práticas incorporadas aos sistemas de produção, por facilitar a limpeza de área e, segundo os produtores, tornar a terra mais fértil, pesquisas comprovam que a queima provoca a perda de 98% de carbono, 96% de nitrogênio, 76% de enxofre, 48% de potássio, 47% de fósforo, 40% de magnésio e 30% de sódio, provocando o empobrecimento do solo.
Alternativas 
Segundo o órgão, tecnologias simples e acessíveis, como o uso de leguminosas, podem substituir o sistema de derruba e queima. A planta mucuna preta está entre as alternativas utilizadas por agricultores de diversos municípios do estado do Acre para evitar o uso do fogo na agricultura, ajudando na recuperação de áreas degradadas.

De fácil cultivo, a planta proporciona benefícios ao solo e pode melhorar a produtividade agrícola. Segundo o pesquisador da Embrapa Acre, Falberni Costa, o cultivo de plantas de cobertura de solo, como as leguminosas, ajuda na proteção contra os processos erosivos, causados pela ação da chuva, adiciona nitrogênio orgânico ao solo, para cultivos sucessores às leguminosas, auxilia no combate às ervas daninhas, com reflexos na limpeza das áreas para cultivo, e incorpora matéria orgânica ao solo, servindo de adubo natural.

“O uso destas plantas, porém, deve ser associado a outras práticas agronômicas para garantir a recuperação e o aumento da fertilidade de solos empobrecidos com o sistema de derruba e queima. Para maior eficiência desta técnica é necessário, por exemplo, a associação a programas de correção e fertilização de solos, além da diversificação da produção e dos sistemas agrícolas que revolvam minimamente o solo, como é o caso do plantio direto”, explica Costa. 
Pecuária 
Outra alternativa para uma agricultura sem fogo é a trituração da capoeira, que serve de cobertura e adubo natural para o solo. Esta prática é possível com o equipamento conhecido como Tritucap, um trator de grande porte equipado com triturador de capoeira. A tecnologia desenvolvida pela Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), em parceria com duas Universidades alemãs, já é adotada em alguns estados da Amazônia e, em breve, será realidade também para produtores acrianos. 

As tecnologias alternativas ao uso do fogo, desenvolvidas pela Embrapa Acre, também contemplam a pecuária. Entre elas está o amendoim forrageiro, leguminosa bastante utilizada em consórcio com gramíneas. Suas folhas e talos secos servem para adubar o solo, aumentando a fertilidade e a capacidade produtiva, resultando em melhoria na qualidade das pastagens e aumento da longevidade dos capins e evitando a queima para renovação de pastagens.
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Emater apresenta novidades na área agrícola na Feira Agropecuária de Castanhal


Uma das atrações no Modelo Rural, que a Emater instala todos os anos na Expofac, são as hortas que ensinam o cultivo correto de diversas espécies
Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 03/09/2014 16:22:00
Oficinas, palestras técnicas e seminários integram as atividades que a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) promove na 48ª Exposição Agropecuária de Castanhal (Expofac), no nordeste paraense, que começa no próximo sábado (6) e segue até o dia 13.
A Emater é parceira no evento, promovido pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Castanhal. A empresa apresentará, no Modelo Rural, as inovações criadas em favor das famílias na região. O Modelo Rural é uma espécie de minifazenda que integra as atividades que podem ser desenvolvidas dentro das propriedades rurais, casas e apartamentos.
Na horta em pequenos espaços, além da apresentação da produção de hortaliças, produção floral e paisagismo, tudo aproveitando pequenos espaços, este ano a Emater também demonstrará que o jardim pode integrar flores, plantas comestíveis e ervas medicinais.
Outra novidade no Modelo Rural será o teste do amendoim forrageiro para a cobertura de solo. A expectativa é usar a planta principalmente com a pimenta do reino para controlar a fusariose, doença que ataca o pimental e causa graves perdas econômicas, e diminuir os custos com a produção.
Este ano a Emater traz para a Expofac ainda, além do artesanato e dos produtos, a base de mandioca resultado das capacitações que a empresa faz junto aos agricultores, além de pequenos animais como pôneis, pavões e bois.
Paralelo às demonstrações técnicas e às produções, a Emater, em parceria com o Sindicato Rural, faz o Torneio Leiteiro, no qual concorrem a premiações do primeiro ao terceiro lugar agricultores familiares e representantes do agronegócio. Quinze competidores estão inscritos. O torneio leiteiro será no dia 6, com duas ordenhas diárias, às 7h30 e às 16h30, sob a coordenação do zootecnista da Emater Daniel Diniz.
Iolanda Lopes
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará

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