Para os teores de proteína bruta e fibra em
detergente neutro o modelo matemático que melhor se ajustou foi o
quadrático, a 5% de probabilidade. No entanto, observamos efeito do
modelo linear (P<0 de="" mat="" mineral.="" o="" p="" para="" ria="" teor="">
0>
Observamos que o teor de proteína bruta sofreu
decréscimo com o aumento da idade da forrageira, estando de acordo com
VAN SOEST (1994) que cita odeclínio nos nutrientes da planta com o
avançar da idade. Os valores encontrados demonstram o elevado teor
protéico desta leguminosa, caracterizando-a como boa opção de forrageira
na alimentação de ruminantes. Comparando com dados da literatura,
oamendoim forrageiro apresenta teor de proteína superior ao das
gramíneas utilizadas como forrageiras, e superior também ao teor de
outras leguminosas, corroborando com pesquisa de FERNANDES et al. (2000)
que observaram média de 21,88% de PB. No entanto, demonstraram- se
superiores aos encontrados por LADEIRA et al. (2002), BAPTISTA et al.
(2007) e SILVA et al. (2009) com teores médios de 14,3%, 17,64% e 18,0%,
respectivamente. Superiores também aos resultados encontrados para
estudo com soja perene, avaliada por PADUA et al. (2006), obtendo teores
médios de 16,46%.
Figura 1.
Teores de matéria seca (%) do feno de Arachis pintoi cv. Belmonte em
função do tempo de desidratação em galpão (horas). Barras verticais
indicam o erro padrão (n=6, *P<0 .05="" p="">
0>
Tabela 2.
Resumo das análises de variância e de regressão dos teores de proteína
bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido
(FDA), digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) e matéria
mineral (MM) do feno de Arachis pintoi cv. Belmonte, em função das
idades de corte, com base na matéria seca
Os teores de FDN e FDA, como esperado, se elevaram
com a idade da planta, dificultando o consumo e a digestibilidade da
forragem, já que as mesmas expressam parte da fração indigestível
contida na parede celular vegetal: a lignina. SILVA et al. (2009)
encontraram valores semelhantes aos deste estudo com teores de 46,9%
para FDN e 30,7% para FDA. AFFONSO et al. (2007) obtiveram resultados
inferiores para FDN e semelhantes para FDA com idade de corte de 183
dias, ou seja, bem acima das idades avaliadas neste estudo. O teor de
fibra da forragem é determinante na qualidade da dieta fornecida ao
animal e tem a função de proteger o conteúdo celular e dar sustentação
às plantas (CARVALHO et al., 2003). Baixo teor de fibra em forrageiras
significa maior consumo, devido ao menor enchimento físico do rúmen, e
também maior digestibilidade pelo fato desta fração possuir a maior
parte dos componentes que não são digeridos (LADEIRA et al., 2002).
Portanto, torna-se necessário o seu conhecimento para a escolha da
melhor idade de corte para que seu fornecimento aos animais não limite o
consumo.
No presente estudo foram verificados maiores
concentrações de minerais do que os obtidos por BAPTISTA et al. (2007) e
MORGADO et al. (2009) respectivamente de 7,5 e 7,9%. Em relação as
outras leguminosas a cv Belmonte apresentou maiores teores de matéria
mineral. PADUA et al. (2006) avaliando feno de macrotiloma (Macrotyloma
axillare) kudzu tropical (Pueraria phaseoloides), e soja perene
(Neonotonia wightii) com médias de 4,3%, 5,5% e 5,1%, respectivamente.
CONCLUSÕES
O feno da leguminosa Arachis pintoi cv. Belmonte
apresentou ótimas características nutricionais, com elevados teores de
proteína bruta e teores de fibra adequados, sendo uma excelente opção de
forrageira para ruminantes, mesmo nas idades de corte mais avançadas.
O processo de fenação mostrou-se eficiente na conservação da forragem, mantendo o valor nutritivo do material fenado.
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