quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

7 dicas para ter sucesso na plantação de tomate cereja

 Falta de correção do solo e controle inadequado de pragas ainda são os principais erros cometidos pelos produtores


O tomate cereja é uma variedade de tomate que possui frutos pequenos, com 2 a 3 centímetros de diâmetro, duas cavidades e polpa fina. Essa variedade é uma ótima alternativa também para quem quer plantar o fruto em casa. Segundo o coordenador estadual de olericultura da Emater, Georgeton Silveira, a profundidade da raiz fica em torno de 50 centímetros e a colheita é iniciada a partir de 80 a 90 dias depois do plantio.

Silveira afirma que os principais erros na condução do tomateiro estão na falta de correção do solo e no controle inadequado de pragas e doenças. ”A não correção do solo causa um desenvolvimento insatisfatório e o manejo inadequado de pragas e doenças, por sua vez, leva a planta a um período produtivo pequeno”, diz.

1- Preparo de solo

Segundo o pesquisador, antes de iniciar o plantio é preciso verificar se o terreno ou jardineira onde o tomate será plantado é bem drenado, com relevo suave. Em relação ao clima, Silveira afirma que em regiões mais amenas, o cultivo pode ser realizado durante todo o ano. ”Em regiões com clima mais quente, o período de verão pode prejudicar bastante o desenvolvimento da planta em campo aberto”, conta. Por isso, o coordenador diz que para ter uma boa produção de tomate cereja em regiões com altas temperaturas é necessário investir no cultivo em estufas.

2- Plantio do tomate cereja

Para conseguir boas sementes de tomate cereja, não basta comprar o produto no supermercado e retirar as sementes do fruto para plantar. De acordo com o especialista, esses tomates são cultivados a partir de sementes híbridas, resultado de um processo de melhoramento genético.

Por isso, é preciso comprar sementes em postos de vendas autorizados e fiscalizados. Isso garante a procedência das sementes, padronização e qualidade, que envolve vigor e potencial de germinação. “Devido a esse processo de hibridação, não há uma uniformidade das plantas que se originam das sementes desses híbridos, o que resulta na formação de frutos maiores ou menores”, diz o coordenador. ”Se for feito o uso dessas sementes, a planta filha vai ter características diferentes da planta mãe”, afirma o coordenador.

Segundo Silveira, depois de adquirir as sementes é fundamental que seja feita a análise do solo para verificar a necessidade da correção com o uso de calcário ou adubos, para assim dar inicio ao plantio. ”O plantio é feito em covas ou em sulcos, onde são colocados os adubos químicos ou orgânicos e plantadas as mudas, previamente preparadas”, diz.

Silveira conta que as mudas são preparadas com 20 a 30 dias de antecedência. Só depois desse período, quando apresentam de quatro a seis folhas definitivas, as mudas são transplantadas para a jardineira, estufa ou lavoura. No caso da lavoura, segundo ele, o espaçamento para o plantio poderá ser de 0,30 a 0,60 metros entre plantas na linha de plantio e 0,80 a 1,0 metros entre linhas.

3- Irrigação do tomate cereja

O tomate é uma cultura muito sensível ao clima. No caso do tomate cereja, geralmente é indicado que o cultivo seja irrigado. Porém, Silveira afirma que a irrigação varia de região para região e deve ser cuidadosa. ”Para que seja realizado o manejo adequado da água, o produtor terá que utilizar equipamentos que possam avaliar melhor a umidade do solo”, diz. O coordenador cita o ”Irrigas”, um equipamento desenvolvido pela Embrapa, que auxilia o produtor na hora de realizar esse processo durante o cultivo.

4- Pragas do tomate cereja

O produtor precisa ficar atento também ao controle de pragas que podem causar prejuízos. Segundo Silveira, entre as principais pragas do tomate cereja estão mosca branca, pulgões, trips, brocas e lagartas. Para o correto manejo, é importante fazer o monitoramento de pragas e aplicar produtos de controle quando houver infestação. ”É necessário verificar a quantidade mínima de insetos para fazer o controle mecânico, químico ou orgânico”, conta.

O coordenador diz que é necessário que seja consultado um técnico, para indicar o melhor controle a ser feito. Ainda segundo Silveira, para ter um eficiente controle de pragas e doenças, é importante e necessário observar os períodos mais propícios para a ocorrência do problema e também fazer o controle preventivo e curativo, de acordo com a recomendação técnica.

5- Desbaste da planta exige poda constante

Outra questão muito importante sobre o tomate cereja é que a maior parte das cultivares são de crescimento indeterminado. Portanto, Silveira explica que é necessário fazer podas de crescimento para que a planta possa produzir frutos de melhor qualidade. ”Semanalmente é fundamental fazer a operação de desbrota que consiste em retirar os brotos das axilas das folhas”, diz. Quando a planta registra um crescimento excessivo, uma solução é utilizar fitilho, com uma técnica que “amarra” o caule da planta em uma base de arame.

6- Colheita do tomate

Com todos esses cuidados, a planta é capaz de produzir frutos para iniciar a colheita entre 80 a 90 dias após o plantio. ”É importante que os frutos estejam com a coloração uniforme e todo vermelho para que sejam embalados”, afirma Silveira. O coordenador explica que o cacho de tomate cereja não amadurece por completo. ”O produtor colhe cada fruto a medida que vai emadurecendo”, conta. Assim que colhido, o fruto é levado para uma bancada onde é feita a separação por tamanho entre graúdos e miúdos.

7- Tomate cereja em vaso

Como o tomate cereja é uma variedade que tem o fruto pequeno e a profundidade da raiz fica em torno de 50 centímetros, é possível fazer o plantio também em vaso. ”Para que a planta tenha uma vida útil maior e evite o enovelamento da raiz  é interessante que sejam utilizados vasos com altura de pelo menos 50 centímetros de altura e 40 centímetros de largura”, diz o pesquisador. Outro fator importante para o desenvolvimento do tomate cereja em vaso é a luminosidade. ”É necessário que haja pelo meno 70% de luminosidade durante todo o dia, para que seja possível o crescimento da planta”, conta Silveira.

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Por Beatriz Fleming (beatriz@sfarming.com.br) *
* Beatriz Fleming é trainee, com supervisão de Darlene Santiago

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