quarta-feira, 24 de maio de 2017

Manual de Arborização Urbana - Por que plantar árvores?




Por que arborizar? 2 As árvores urbanas desempenham funções importantes para os cidadãos e o meio ambiente, tais como benefícios estéticos e funcionais que estão muito além dos seus custos de implantação e manejo. Esses benefícios estendem-se desde o conforto térmico e bemestarpsicológicodossereshumanosatéaprestaçãodeserviços ambientaisindispensáveisàregulaçãodoecossistema,assimsendo: • Elevar a permeabilidade do solo e controlar a temperatura e a umidade do ar 

terça-feira, 23 de maio de 2017

RECEITA de Adubação verde para obter e conservar uma fertilidade duradoura

Para recuperar terras esgotadas, empobrecidas pelas monoculturas, queimadas, erosão, etc, existe um sistema muito eficiente de recuperação, desenvolvido pelo engenheiro agrônomo René Piamonte, do Instituto Biodinâmico de Botucatu, SP.


Nesse sistema, misturam-se vários tipos de sementes para serem semeadas no outono / verão. Por exemplo: 20 kg de milho, 10 kg de mucuna preta, 10 kg de feijão de porco, 10 kg de lab lab, 10 kg de guandú, 10 kg de girassol, 5 kg de crotalária, 5 kg de mamona, 5 kg de feijão catador, 4 kg de painço, 4 kg de leucena; 4 kg de calopogonio, 5 kg de soja, 4 kg de sorgo, 2 kg de mileto, 0,5 kg de abóbora; 2 kg de nabo, etc. A mistura pode variar conforme a disponibilidade, o preço e a região. A mistura acima é indicada para mais ou menos 1 há, aproximadamente 100 kg. Se for possível encontrar, recomenda-se misturar alguns inoculantes específicos para leguminosas e 5 kg de fosfato natural com Araxá ou Yoorin e água suficiente para peletizar as sementes. Deixar secar por algumas horas. A semeação deve ser feita a lanço,em terra bem preparada e calcareada, se necessário, e a incorporação com grade leve ou dependendo da área, com rastelo.

A eliminação do coquetel pode ser realizada com aproximadamente 150 dias, no início do florescimento da mucuna preta, colhendo antes manualmente o milho e o girassol. A produção de massa verde será de 50 a 70 ton/ha.


Também é possível deixar o ciclo das plantas finalizar, com o objetivo de colher as sementes. Assim a produção de massa verde será de 100 a 150 ton/ha. A incorporação pode ser feita superficialmente, com grade em caso de plantio de plantas de porte grande. Em culturas menores, que precisam ser semeadas em canteiros, deve ser usada a enxada rotativa. Quando se incorpora mais profundamente, deve-se deixar a massa verde mais tempo (30 a 60 dias) para se decompor antes da semeação.


A idéia de misturar vários tipos de plantas é como se fosse uma floresta tropical criada em 5 a 6 meses. Cada tipo de planta em um sistema de raízes diferente. O conjunto de raízes explora cada cm cúbico do solo e subsolo fazendo uma extratificação do solo. Cada planta tem uma capacidade diferente de extrair os minerais. O conjunto de plantas traz de volta todo complexo de elementos perdidos que as próximas culturas precisam.*


Para o Outono e início de Inverno podemos semear uma mistura mais adaptada ao frio e a dias mais curtos, por examplo; nabo 2 a 4 kg, cereais do inverno como aveia, centeio, cevada, trigo, triticali, trigo morisco, totalizando mais ou menos 60 kg, milho 20 kg, girassol 4 kg, soja 15 kg, sorgo 5 kg, milheto 2 kg, abobora e sobras de sementes de verduras 3 kg etc. No sul pode se pensar em trevo, tremoso, alfafa, mostarda, etc. No Inverno a cultura deve ser irrigado. Irrigar uma vez para nascer emais duas vezes durante o ciclo é suficiente.


Além da extratificação do subsolo, o coquetel faz milagres na superfície também. Com a grande diversidade de plantas obtém-se uma grande diversidade de insetos formando um equilíbrio para o controle das pragas nas culturas seguintes.

* Em Botucatu conseguiram plantar várias culturas de verdura em seguida, sem precisar de incorporação de esterco. As análises do solo antes e depois mostraram uma boa melhora no Ph, P, K, Ca, Mg , microelementos e material orgânico.

Joop Stoltenborg - Sítio A Boa Terra -

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Ora Pro Nobis (Pereskia sp) - Planta Alimentícia e Medicinal



NOMES POPULARES: Ora-pro-nóbis, Orapronóbis, Carne dos pobres, Lobodó, Lobrobó, Labrobó, Orabrobó, Rosa madeira, Groselha de barbados, Groselha da américa.

NOME CIENTÍFICO: Pereskia aculeata.

UTILIDADES: Alimentícia e medicinal.

NÃO TEM NENHUMA TOXICIDADE E NÃO TEM CONTRA INDICAÇÕES

Há diversas variedades de ora-pro-nóbis sendo qua a mais adequada ao consumo alimentício é a mostrada no vídeo pois tem um sabor agradável, as demais variedades diferem dessa nas cores das flores e possuem um sabor um pouquinho amargo.
É rica em proteínas, ferro, cálcio, fósforo, zinco e aminoácidos.

Possui todos os aminoácidos essenciais e em maior quantidade a lisina e o triptófano.
Possui 4 vezes mais vitamina C que a laranja.
Cerca de 25% das folhas são proteína pura sendo que 85% delas são de fácil digestão e aproveitadas pelo ser humano.

É rica em fibras e betacaroteno. ajuda a recompor a flora intestinal, a regular o intestino e o colesterol.
O pólen das flores é quase 100% proteína, para obter deve-se colher as flores bem cedo antes que os insetos as polinizem.

É rica em ácido fólico, essencial na gravidez.
Come-se as folhas e as flores cruas ou em saladas, e come-se as folhas refogadas ou cozidas com outros alimentos.

AS FOLHAS DESIDRATADAS PODEM SER TRITURADAS OU MOÍDAS FORMANDO UMA FARINHA RICA EM PROTEÍNAS, SAIS MINERAIS E AMINOÁCIDOS E QUE PODE SER USADA EM BOLOS, PÃES E BISCOITOS, E QUE TAMBÉM PODE SER ARMAZENADA POR UM BOM TEMPO.

Produz um fruto amarelado com espinhos, mas que pode ser comido e tem valor medicinal no combate a sífilis.
É recomendada como alimento a gestantes, pessoas com anemia e com prisão de ventre.
Na medicina popular as folhas são aplicadas sobre queimaduras para evitar infecções e acelerar a recuperação.

O consumo das folhas é indicado para que tem anemia.
O chá das folhas é usado como depurativo do sangue e tônico, é eficaz no tratamento de cistites, úlceras e problemas de pele.
mudas ora-pro-nobis

O consumo frequente das folhas previne o aparecimento de varizes, câncer de intestino, hemorróidas, diabetes e colesterol alto.

CURIOSIDADE: o nome popular, ora-pro-nobis (“rogai por nós”) vem do latim e se deve ao fato de, segundo a lenda, nos tempos do ciclo do ouro, na Vila de São José, onde hoje se tem Sabará, São João del-Rey, Ouro Preto e Tiradentes, padres europeus residentes, aproveitando a robustez dos espinhos espalhados por toda ela, fazerem cercas vivas com a planta para circundar as igrejas. Em pouco tempo, as qualidades gastronômicas da planta ficaram conhecidas, sobretudo pelos mais pobres do local, que passaram a consumir as folhas como mistura na alimentação diária, fazendo com que ficasse conhecida como carne dos pobres, também por conta de suas proteínas.
Sem o desejo de verem desfolhados seus arbustos espinhosos, os padres vigilantes estavam sempre de prontidão na defesa das cercas. Somente baixavam a guarda durante os sermões da missa, rezada em latim, momento em que os desvalidos apreciadores da iguaria aproveitavam para fazer sua colheita.
Durante o sermão, na ladainha em que se pede aos santos para rogarem por nós, a frase em latim era repetida – ora pro nobis – servindo de deixa e de nome ideal para o alimento recém-descoberto. A ladainha de todos os santos estendia-se por longos minutos.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

ADUBO natural feito com babosa melhora a produtividade das lavouras





Em Santa Cruz do Rio Pardo, os agricultores estão apostando em um fertilizante


 natural, feito com babosa, pra melhorar a produtividade da lavoura. Os resultados



já são melhores do que nas plantações com fertilizantes químicos. 


Nossa equipe foi conferir.

Como Fazer o Adubo mais Poderoso para( Pomar e Horta)





Pessoal nesse vídeo ensino como fazer o adubo mais completo em todos o nutrientes,
 é muito fácil de fazer e simples. característica do Adubo.
( É o resíduo líquido da fermentação anaeróbia de estercos e vegetais em biodigestor, 
um fertilizante vivo, 
pleno de microorganismos benéficos às plantas, totalmente orgânico.

 Possui praticamente todos os macro e micronutrientes que as plantas necessitam)

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Como Fazer um Gotejador com Garrafa Pet, o mais simples, fácil e Barato ...





Neste Vídeo Nós vamos aprender a fazer um Gotejador para Irrigação com 01 
Garrafa Pet e 01 Cotonete, é muito eficiente, é o Gotejador mais simples fácil e 
Barato para fazer, é praticamente Custo Zero.

Sustentável pois vamos Reaproveitar e Reutilizar Materiais.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Aprenda a Plantar sua Hortinha em Vasos






Fonte: blog somos verdes

Em uma geração onde os impactos ambientais podem trazer problemas para todos nós e para nosso planeta, cada vez mais o tema sustentabilidade vem ganhando espaço. A busca por alimentos orgânicos e naturais é um movimento crescente e a criação de hortas urbanas é uma tendência nas grandes metrópoles.
Além de mais saudáveis, os alimentos orgânicos, por serem livres de inseticidas, reduzem os impactos de danos atmosféricos. Ter uma horta em casa, com hortaliças, temperos e ervas, é pratico e possui baixo custo. Você economiza dinheiro, traz um espaço verde para sua casa e beneficia sua saúde!
horta em vaso capa
Já está mais do que provado que o consumo de agrotóxicos traz muitos prejuízos para nossos organismos. Já pensou em preparar uma salada e suas refeições com temperos colhidos na hora? Ou até mesmo fazer um chá com ervas medicinais orgânicas? Basta um pequeno espaço para criar uma horta doméstica. Este é um infográfico criado por Kamila Padoan do BlogGourmonamour, no qual, você que é iniciante, vai aprender como plantar e cultivar a sua plantinha em casa. Para facilitar ainda mais, deixamos umvídeo mostrando o passo-a-passo no final do post. Bora plantar!
Clique nas imagens para ampliar.
infografico horta em vaso 001
* Se for utilizar terra comum você pode adubar a terra misturando, cascas de ovos trituradas, cinzas de madeira, farinha de ossos e torta de mamona em pequenas quantidade afinal, trata-se de um vaso. (Cuidado com a torta de mamona, ela pode causar alergia em algumas pessoas)
** Não foi citado no infográfico, mas colocar uma manta geotêxtil ou uma camada de areia grossa lavada entre a argila expandida e a terra vai evitar a perda de terra, facilitar a drenagem da água e prevenir possíveis doenças nas raízes.
*** Outro passo interessante é cobrir a superfície do vaso com folhas secas, isso mantém a umidade e também serve como adubo orgânico.
infografico horta em vaso 002

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Morador da zona rural de MG abusa da criatividade na hora de fazer inventos





Zé Bigode é um fazendeiro de Carmo do Cajuru (MG) que usa a criatividade para juntar e transformar objetos para fazer suas invenções. Na propriedade dele, por exemplo, a água pode substituir a energia elétrica, a porteira abre sozinha e o capim triturado chega ao rebanho de uma forma diferente.

Ora Pro Nobis e o crescente interesse dos consumidores pela hortaliça, e também por sua aparição em cardápios de restaurantes de alta gastronomia do eixo Rio-São Paulo

Resultado de imagem para ora pro nobisSistema de produção facilita o cultivo de ora-pro-nóbis para agricultores familiares

Pequenos produtores brasileiros já podem contar com um sistema de produção próprio para ora-pro-nóbis, que traz facilidade nos tratos culturais e permite uma colheita escalonada ao longo do tempo. A proposta do sistema é fazer o plantio adensado – para garantir maior produtividade por área – e programar colheitas sucessivas para manter controlada a arquitetura da planta e evitar emaranhados de galhos e espinhos. Os experimentos foram conduzidos nos campos da Embrapa Hortaliças, em Brasília (DF).
Com o crescente interesse dos consumidores pela hortaliça, e também por sua aparição em cardápios de restaurantes de alta gastronomia do eixo Rio-São Paulo, surgiu um nicho de mercado e, para viabilizar a oferta do produto, foi validado o sistema de plantio adensado – até cinco mil plantas por hectare – com colheitas sucessivas que permite a condução dessa espécie de forma mais simples e eficaz pelo produtor rural. O espaçamento praticado anteriormente resultava em cerca de 1.250 plantas por hectare. Outra vantagem do novo sistema é que ele dispensa a necessidade de tutoramento da planta para colheita das folhas, já que prevê a poda de hastes.
“A ora-pro-nóbis é muito rústica e com bom potencial produtivo, que se apresenta como uma opção de diversificação de renda e de cultivo especialmente para o agricultor familiar, já que a produção em larga escala é dificultada pelas próprias características da planta, que exige intensa mão de obra”, sugere o pesquisador Nuno Madeira.
Por ser uma planta da família dos cactos, a ora-pro-nóbis cresce como um arbusto, com espinhos agudos distribuídos ao longo dos caules e ramos, o que dificulta o manuseio pelos agricultores. “No geral, os produtores não consideram estabelecer lavouras de ora-pro-nóbis pela dificuldade de lidar com a planta espinhosa”, contextualiza o pesquisador, ao comentar que a planta, apesar de muito nutritiva, costuma ser utilizada somente como cerca-viva ou, em regiões específicas, como ingrediente de receitas tradicionais em cidades históricas de Minas Gerais, como Diamantina, Tiradentes e Sabará.
Também conhecida por lobrobó ou pereskia, a ora-pro-nóbis é considerada uma planta alimentícia não convencional (PANC) e apresenta um relevante teor de proteína – trata-se de um alimento de origem vegetal com cerca de três gramas de proteína a cada 100 gramas de folhas. “Embora esse valor seja equivalente em outras hortaliças como rúcula e agrião e também em folhas de coloração verde-escura, a qualidade da proteína da ora-pro-nóbis é melhor porque apresenta mais complexidade e aminoácidos essenciais, ou seja, tem maior valor biológico para o organismo porque contém aminoácidos essenciais em quantidade e proporções adequadas”, explica a pesquisadora Neide Botrel.Resultado de imagem para ora pro nobis
Colheitas sucessivas
A ora-pro-nóbis pode atingir até quatro metros de altura, por isso, as colheitas sucessivas, a cada seis ou dez semanas, dependendo das condições climáticas, funcionam como podas que, além de facilitar o manejo da planta espinhosa e garantir ergonomia para o produtor, estimulam o desenvolvimento vegetativo e a produção comercial de folhas.
Segundo cálculos feitos nos experimentos, a produção pode atingir até dois quilos de folhas por planta a cada corte, com quatro a oito cortes anuais – o que equivale de 20 a 40 toneladas por hectare ao ano. Madeira destaca que a planta pode se manter produtiva por até dez anos, mesmo com pressão por alta produtividade, desde que sejam feitas adubações periódicas com matéria orgânica.
Além da parte agronômica, a pesquisa também obteve resultados na área de pós-colheita, com testes que indicaram a condição ideal para prolongar a vida útil das folhas de ora-pro-nóbis. De acordo com Neide, quando embaladas em bandejas de isopor com filme de plástico e armazenadas à temperatura de 10ºC, as folhas mantêm a qualidade por até 15 dias.
Matéria-prima para a indústria alimentícia
Se reside em Minas Gerais toda a tradição da receita de frango ensopado com as folhas suculentas de ora-pro-nóbis, nos demais estados do Brasil essa hortaliça ainda é pouco explorada na agricultura e na culinária, seja na forma fresca ou processada. Contudo, uma parceria firmada entre a Embrapa Hortaliças e a empresa Proteios, da área de nutrição funcional, pretende mudar esse cenário.
A partir do sistema de produção validado pela pesquisa, agricultores familiares da região do Município de Palmeira, distante 80 km de Curitiba, capital do Paraná, iniciaram o cultivo da hortaliça para oferecer à empresa, que fabrica um produto denominado Complemento Nutricional Funcional (CNF), uma proteína vegetal em pó composta basicamente por folhas de ora-pro-nóbis. Esse produto é uma espécie de farinha utilizada para enriquecer bebidas e alimentos como pães, massas e barras de cereais. O destaque da composição nutricional é a elevada concentração de proteína, que gira em torno de 28% da matéria seca.
“O trabalho tem apresentado bons resultados porque a produção está integrada com a indústria e próxima da fábrica processadora”, comenta Madeira. Ele destaca que, atualmente, há cerca de 50 produtores iniciando a colheita em, pelo menos, oito municípios do Paraná e Santa Catarina. “O maior desafio é ganhar escala para suprir a demanda da indústria, mas há potencial para alcançarmos até 400 produtores, sendo um hectare por família com a ora-pro-nóbis entrando como alternativa de diversificação de renda, mas também como garantia de segurança alimentar”, analisa.
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A grande maioria desses produtores cultiva fumo e, além do histórico de vender para a indústria em sistema de produção contratada, eles também possuem experiência com o processo de secagem das folhas em estufas para desidratação. No sistema de produção validado pela Embrapa, a projeção de rendimento é de até R$ 3 mil mensais por hectare cultivado, no caso da folha verde. Na proporção, oito quilos de folhas verdes rendem um quilo de folhas desidratadas. Nesse caso, investir em equipamentos de secagem é vantajoso porque a empresa paga até R$ 18 por quilo de folha seca, enquanto a folha verde rende somente 8% desse valor – cerca de R$ 1,50 por quilo.
No que se refere à segurança alimentar, tem-se recomendado fazer a poda apical ou “quebra da ponta” dez dias antes da colheita da haste para consumo dos próprios agricultores. “Essa prática, além de ofertar um alimento nutritivo para o produtor, permite um maior rendimento das folhas da haste pelo aporte de nutrientes direcionado para elas e não mais para o ápice, que foi podado”, explica Madeira ao ressaltar que antes o potencial da ora-pro-nóbis era subutilizado, já que na Região Sul não havia a tradição de consumir a planta.
O ora-pro-nóbis está sendo estudado no âmbito do projeto “Avaliação agronômica, caracterização nutricional e estudo da vida útil de hortaliças não convencionais”, da Embrapa Hortaliças, que busca tornar acessíveis as informações sobre essas espécies com o intuito de fomentar a produção, o consumo e a comercialização. Outras hortaliças estudadas são: almeirão-de-árvore, amaranto, anredera, azedinha, beldroega, bertalha, capuchinha, cará-do-ar, caruru, fisális, jambu, major-gomes, mangarito, maxixe-do-reino, muricato, peixinho, serralha, taioba e vinagreira.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) também está vinculado ao projeto de fomento do cultivo de ora-pro-nóbis no Paraná. O órgão adicionou a cultura na lista dos produtos financiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), permitindo o custeio da lavoura.
Resultado de imagem para ora pro nobis“É um sonho meu que pode se tornar realidade”
O produtor rural Élcio Rochinski cultiva um hectare de ora-pro-nóbis em Palmeiras (PR) e, em parceria com a empresa de nutrição funcional, aposta na cultura como alternativa ao tabaco.
Como surgiu o interesse pelo plantio de ora-pro-nóbis?
Na região onde moro, existem poucas possibilidades de cultivos para pequenos agricultores e a grande maioria das famílias com uma pequena parcela de terra trabalha no cultivo do tabaco, pois em pequenas áreas de plantio é a cultura que mais dá resultados. Diante disso, sempre há a busca por novas opções de culturas por parte dos agricultores, já que a cadeia produtiva de tabaco é extenuante e pode trazer outras implicações para o agricultor. Por isso, sempre tive o anseio de poder produzir alguma coisa diferente e o sonho de que também outras pessoas pudessem depender menos dessa cadeia produtiva. Eu nunca tinha ouvido falar sobre ora-pro-nóbis. Fiquei sabendo da possibilidade quando a empresa buscava parceiros para começar a desenvolver lavouras aqui na região. Eu aderi logo aos experimentos para servir de modelo sobre o desenvolvimento da planta na região e para torná-la mais conhecida por aqui.
Quais os principais resultados observados com o sistema de plantio adensado e colheitas sucessivas?
Depois de um processo de adaptação e conhecimento sobre a planta e sobre seu cultivo, percebi que essa seria uma boa oportunidade para produtores aqui da nossa região. Em comparação com outros sistemas de produção, o plantio adensado possibilitou produção maior em um mesmo espaço de terreno sem prejudicar o desenvolvimento das plantas e também sem dificultar o manejo. Outra coisa que evoluiu muito no cultivo foi a possibilidade de fazer um manejo de podas sucessivas dando agilidade e rendimento na hora da colheita. Além disso, a cada poda, a planta é estimulada a produzir mais, assim o rendimento aumenta gradativamente conforme as plantas vão sendo podadas.
Em média, qual tem sido o rendimento obtido por área plantada?
Faz um ano e meio que, em minha propriedade, tenho cultivado um hectare de ora-pro-nóbis. Nesta área de plantio, é possível afirmar com clareza que, com o trabalho de podas adequado e com tratos culturais de limpeza e adubação regulares, a média de produção de cada planta a cada corte é algo em torno de 1 quilo de folha verde. Isso significa, após a secagem, algo em torno de 125 gramas de folhas desidratadas. Em média, temos o rendimento de R$ 2,25 reais por planta a cada corte. O rendimento semanal ou mensal depende muito do cronograma de colheita adotado por cada produtor, que varia conforme a disponibilidade de tempo destinado para a cultura.
Para a região, qual a importância de diversificar renda e cultivo?
No caso da diversificação, embora não pareça, a ideia principal não é aumentar exorbitantemente a lucratividade dos produtores, mas sim trazer segurança com opções de renda diferenciadas, caso alguma cultura venha a não produzir. Além disso, para que a diversificação seja eficiente é preciso que o produtor tenha consciência da sua capacidade de produção para cada cultura. Em resumo, quando há exagero nas proporções de atividades para desenvolver, acaba que nada fica sendo bem cuidado e, assim, não há o rendimento esperado. O primeiro passo para fazer uma boa diversificação na propriedade é estar consciente da sua capacidade de produção e saber dosar tudo que pretende fazer.
Quais são as perspectivas para o plantio de ora-pro-nóbis?
Há um grande caminho para percorrer, mas o primeiro passo foi dado, com o plantio sendo estudado cada dia mais. Costumo dizer que a planta se garante e mostra um potencial enorme. Há ainda um desafio pela frente, que é torná-la mais conhecida. Penso que, sob esse aspecto, a pesquisa e a indústria terão um papel fundamental na difusão do conhecimento e no estímulo ao consumo dessa planta. Para os produtores que pretendem obter renda em maior escala, o papel da indústria é indispensável. No geral, as perspectivas são as melhores possíveis – a ora-pro-nóbis é um sonho meu e de muitos outros produtores da agricultura familiar como opção de trabalho e renda que pode se tornar realidade.
Fonte: Portal Dia de Campo – Paula Rodrigues, Embrapa Hortaliças

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Ervas daninhas desafiam poder da biotecnologia

Hoje, 217 espécies de ervas são resistentes a pelo menos um herbicida, segundo a Pesquisa Internacional de Ervas Resistentes a Herbicidas.

Do New York Times

A depender do ponto de vista, o capim-arroz é um pesadelo ou uma maravilha. Isso porque é uma planta extremamente triunfante. O capim-arroz é particularmente devastador em arrozais, onde os prejuízos às vezes chegam a 100%. Ele desenvolveu resistência a muitos herbicidas usados por agricultores para controlar ervas daninhas, e cada planta pode produzir até 1 milhão de sementes, que se alojam no solo esperando a chance de crescer.

No fim das contas, o capim-arroz e as muitas outras ervas daninhas do mundo resultam em uma redução de 10% na produtividade das lavouras. Só nos EUA, causam um prejuízo estimado em US$ 33 bilhões por ano. Os herbicidas podem reduzir o dano, mas a resistência se desenvolve em poucos anos a partir da introdução de um novo defensivo químico. Agora, alguns cientistas argumentam que podemos encontrar formas mais eficazes de combater as ervas daninhas estudando sua evolução.
“São plantas incrivelmente bem-sucedidas. Elas evoluíram para tirar proveito de nós”, disse Ana Caicedo, da Universidade de Massachusetts. O capim-arroz mudou drasticamente em relação a seus ancestrais, desenvolvendo tolerância ao solo encharcado dos arrozais. Ele também evoluiu para ficar parecido com o arroz.

“O pessoal da biotecnologia não tem nem ideia sobre como fazer uma planta se parecer com outra planta”, disse R. Ford Denison, biólogo evolucionista da Universidade de Minnesota. “No entanto, mil anos de seleção em um pedacinho da Terra foram suficientes para dar ao capim-arroz a capacidade de mimetismo com a lavoura -e a tolerância à inundação.”
Certos traços ajudam as espécies selvagens a se tornarem ervas daninhas -elas crescem rapidamente, por exemplo, e produzem muitas sementes.
Outras ervas evoluem a partir da união de plantas selvagens com cultivos agrícolas. Na década de 1970, beterrabas selvagens da Europa lançaram pólen que fertilizou beterrabas açucareiras cultivadas em fazendas. Também cultivos agrícolas podem virar ervas daninhas. “Domesticamos uma planta a partir do estado selvagem, e ela, de alguma forma, se ‘desdomestica’ -o que eu acho bastante interessante”, disse Caicedo.
Entre esses cultivos desgarrados está uma erva daninha conhecida como arroz vermelho. O arroz domesticado foi selecionado geneticamente de modo a reter suas sementes quando colhido. Já o arroz vermelho desenvolveu sementes frágeis, que caem no chão ao serem colhidas, às vezes ficando dormentes. Essas sementes dormentes podem posteriormente brotar. “É um traço fantástico para uma erva daninha”, disse Caicedo.
O DNA das ervas “desdomesticadas” adquire novas mutações em diferentes genes. “Você tem um novo conjunto de truques genéticos”, disse Norman Ellstrand, da Universidade da Califórnia, em Riverside.

O último século trouxe uma série de herbicidas químicos que logo se tornaram ineficazes. Hoje, 217 espécies de ervas são resistentes a pelo menos um herbicida, segundo a Pesquisa Internacional de Ervas Resistentes a Herbicidas.

Resultado de imagem para glifosatoNa década de 1970, havia grande esperança em torno de um novo herbicida chamado glifosato, vendido pela Monsanto como Roundup. Os primeiros estudos revelaram que as ervas daninhas não desenvolviam resistência a ele, o que despertou a expectativa de que finalmente os agricultores haviam escapado da evolução.

Na década de 1980, a Monsanto ampliou a popularidade do glifosato lançando cultivos agrícolas geneticamente modificados que portavam um gene que lhes conferia resistência ao herbicida. Em vez de usar diversos herbicidas diferentes, muitos agricultores poderiam agora usar apenas um. No entanto, por meio da evolução, as ervas daninhas acabaram se tornando resistentes ao glifosato.
Meses atrás, a consultoria agrícola Stratus informou que metade das fazendas americanas tinha em 2012 ervas daninhas resistentes ao glifosato. Em 2011, eram 34%.

Alguns pesquisadores argumentam que as ervas daninhas podem ser combatidas com a combinação de dois genes de resistência em uma só planta cultivada, de modo que os agricultores poderiam aplicar dois herbicidas ao mesmo tempo. A chance de que uma erva tenha resistência aos dois produtos químicos seria minúscula. Mas na revista “Trends in Genetics”, uma equipe franco-americana de cientistas apresentou um contra-argumento: pulverizar um produto químico pode motivar a evolução de um sistema de reação a todo tipo de estresse, capaz de defender a planta contra mais de um herbicida.

David Mortensen, biólogo da Universidade Estadual da Pensilvânia e especialista em ervas daninhas, previu que essas plantas criariam uma nova geração de ervas resistentes.
Ele e seus colegas estão investigando o controle das ervas daninhas por meio do plantio de cultivos como o centeio de inverno, capaz de matar as ervas bloqueando a luz solar e liberando toxinas. “Você espalha a pressão da seleção em vários pontos e tenta evitar a criação de resistências.”

Postagem em destaque

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...