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sexta-feira, 11 de março de 2016

Projeto PANCs - Plantas alimentícias não-convencionais - video completo



Valdely Kinupp - Plantas Alimentícias Não-Convencionais
Para os que conhecem o Doce Limão de longa data, já sabem que em 2013 estamos empenhados em FACILITAR o consumo consciente de mais plantas não convencionais...
E olha a vida entrelaçando tudo: a nossa Assinante Rachel Zacharias nos enviou este material que está a partir de agora sendo compartilhado com todos os leitores do site. Mágico!!!
Leia abaixo esta entrevista do professor e biólogo Valdely Kinupp, que em sua tese de doutorado estudou cerca de 1.500 espécies de plantas e apontou cerca de 311 com potencial alimentício. E que pelo menos 100 delas podem (e devem) enriquecer nossa alimentação, gerar renda e ainda conservar a natureza.
O que de especial te motivou a trabalhar com as Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs)?
Foi a questão econômica e de sustentabilidade, mas também o prazer de fazer um trabalho novo, praticamente inédito, da forma como foi feito. 
Pensando numa alternativa, desde a sobrevivência na selva, na lida no campo, mas também numa perspectiva de geração de renda, empregos, conservação da natureza, porque hoje vivemos uma monotonia alimentar
As PANCs, e nossa biodiversidade como um todo, seja ornamental, medicinal, madeireira são, muitas vezes, negligenciadas. Especialmente as alimentícias aqui no Brasil.
Se olharmos nossas refeições caseiras, o cardápio nos restaurantes, as ofertas dosself-services, nas gôndolas dos supermercados e nas feiras, praticamente tudo é exótico, pouco é local, com baixa importância regional, estadual e nacional. 
O Rio Grande do Sul, mesmo sendo considerado um estado celeiro do Brasil, não está adaptado às futuras mudanças climáticas. Contudo, vários estudos internacionais vêm mostrando que as plantas regionais, as ditas plantas "daninhas", as plantas espontâneas, são muito mais adaptadas [até por rotas metabólicas e fisiológicas diferentes] ao aumento do gás carbônico e da temperatura no ar, em comparação com as commodities agrícolas. 
Não estamos preparados para catástrofes e desastres ambientais,
porque as pessoas não sabem mais o que comer do seu quintal. 
E isso é um ciclo vicioso. As crianças deveriam aprender desde cedo nas escolas e com os pais que existem milhares de plantas que podemos comer.  
Muitas vezes, nas saídas de coletas que realizamos periodicamente, sempre aparecem curiosos. Já aproveito para fazer uma educação informal, mostrando o que é comestível, e mesmo assim, alguns ainda pensam que sou uma pessoa que está passando necessidade, porque estou catando um frutinho qualquer ali no mato. 
Precisamos quebrar essa tabu.
Sabendo que determinada planta é comestível, você não mais a verá como mato. 
É preciso aprender isso: tudo foi mato um dia, até nossos ancestrais descobrirem que certas plantas eram comestíveis, inaugurando um novo paradigma alimentar para o reino vegetal. 
A preocupação da sociedade só ocorre quando secas drásticas (ou excesso de chuvas) reduz a oferta de uma planta folhosa local: precisamos trazer de outras regiões...  
Se, por exemplo, estivéssemos plantando bertalha (e.g., Anredera cordifolia, A. krapovickasii – Basellaceae), como hortaliça aqui no RS e não o alface, os agricultores não estariam passando tantos problemas, porque são plantas que toleram o período de estiagem e co-evoluíram neste ambiente.
A bertalha foi um dos carros-chefe na minha pesquisa, ou espinafre-gaúcho, como preferi registrar popularmente, que você pode comer as folhas, muito rica em zinco, ótimo para memória, uma planta perene, mas que possui outra boa vantagem: além das folhas como verdura, tem as batatinhas áreas e também os tubérculos subterrâneos na pequena batata que ela produz que são legumes, com usos similares ao da batata-inglesa. 
Destes órgãos amiláceos foi descoberta uma substância nova, em 2007, de proteção para cavidade gástrica, que inibe a ação de tripisina [“Ancordin”]. 
Alguns estrangeiros queriam comprar cerca de duas toneladas desta 'batata' da bertalha. Cadê o produtor? Não há cultivos racionais desta espécie no Brasil... 
E continuamos falando da nossa biodiversidade, mas comendo a biodiversidade dos outros continentes/países. Plantamos trigo, arroz, café, laranja, eucalipto e soja, e nada disso é nativo do Brasil. Cadê o plantio de bertalha, ália, crem, jacaratiá... 
A domesticação do pêssego-do-mato? E tantas outras hortaliças e frutíferas silvestres com grande potencial agrícola e nutricional? 
Não existe. As pessoas valorizam tanto suas tradições em cada um dos nossos estados, falam bastante da biodiversidade, mas não a conhecem, e isso é riqueza abstrata. 
Se fala que a Amazônia vale trilhões. Vale nada. As pessoas estão passando fome lá. Muita gente vivendo precariamente, como aqui, na famosa Porto Alegre, com sua periferia cheia de pessoas comendo mal, sentindo frio ao dormir. 
Não adianta termos uma biodiversidade imensa na Região Metropolitana se não a comemos ou a utilizamos de forma sustentável para outros fins. Muito menos geramos divisas e empregos, porque ninguém planta. 
Nós somos xenófilos, gostamos do que é de fora, quando aceitamos de pronto e não conhecemos o nosso, não mantemos as nossas tradições.
Meu intuito é fazer a extensão, a popularização, dessas plantas nativas e subsidiar outras áreas do conhecimento, não ficar uma ação isolada. 
Que a Agronomia possa estudar isso no aspecto fitotécnico e horticultural;
Que a Nutrição pesquise a parte bromatológica;
Que a Química, a Bioquímica, a Farmácia pesquise a parte toxicológica e fitoquímica. 
Trazer à tona, RESGATAR e propor novas plantas para serem incorporadas na dieta humana, o que conduz aos estudos transversais. E aí a importância, num trabalho básico desse como o nosso, de detalhar as plantas nativas. 
Mas friso que não se pode entender isso como uma verdade absoluta. Trata-se de uma proposta em construção, que começa desde as experiências individuais dos pesquisadores envolvidos, dos relatos de pessoas que fazem uso tradicional, por dados de etnobotânica antigos. 
E será apenas um segmento da pesquisa, que servirá como subsídio para outras áreas de conhecimento. E, o mais importante disso é ponderar o uso e ter diversificação. Por isso a ciência é dinâmica. 
Todas as plantas têm seus prós e contras, seus modos de preparo adequados, períodos de consumo, com maior ou menor sensibilidade das pessoas. Mas nós não podemos blindar as plantas não-convencionais por acharem que são mais tóxicas que as comuns que você tem no dia-a-dia. 
Há carência de pesquisa, pois o comum é pesquisar só aquilo que está badalado: o morango ou tomate. E não se pesquisa nosso juá nativo, que tem tanto ou mais licopeno que o tomate, porque nem se conhece. 
Por isso a necessidade da transdisciplinaridade e de fazer essa passagem para o uso real e efetivo da nossa flora diversa. Nós não sabemos nem quantas espécies temos no Brasil: 50 mil?Pior ainda: restrito à Botânica? 
Não há consenso, nem uma listagem garantida. Há hipóteses, mas nem isso sabemos. 
Não só a biodiversidade vegetal, mas animal também, que é mais paradigmática e cheia de tabus, com legislação cada vez mais engessada, necessitando ser revista com urgência, para que a nossa fauna alimentícia possa e deva ser criada de forma ecologicamente correta.
Estamos em uma área muito boa de se trabalhar. Eu pude fazer uma pesquisa aplicada e transferir isso para as pessoas. 
Esse é um tipo de trabalho que desperta bastante interesse, de compartilhar aquilo que você pode fazer no ponto de ônibus e dentro dele, na divulgação corpo-a-corpo, porque as pessoas entendem, sendo gratificante para o pesquisador poder conseguir explicar o que faz. 
Falo que trabalho com as plantas que existem por aqui no chão, em todo o lugar, que não são aproveitadas, mas que dá para comer, seja verdura ou frutíferas, condimentos e por aí vai. 
No entanto, uma área, infelizmente, carente de pesquisa e de editais de financiamento no Brasil. 
Nós temos uma biodiversidade muito grande, mas não a CUIDAMOS, CONSERVAMOS, VALORIZAMOS E NOS BENEFICIAMOS...

Fonte: www.docelimao.com.br

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Cultivo e consumo de plantas não convencionais #pancs - Programa Rio Grande Rural

Plantas alimentícias não convencionais, chamadas de PANCs, e o cultivo
hidropônico de hortaliças, também foram destaque no espaço da
Emater-Ascar na Expoagro-Afubra.
Jornalista Rogério Antunes
Cinegrafista José Cabral
Rio Pardo - RS

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

FLORES COMESTÍVEIS

Que tal servir flores no jantar?

Espécies comestíveis como a capuchinha, o amor-perfeito, o hibisco, a calêndula, o borago e a rosa são cada vez mais usadas no preparo de saladas ou pratos quentes

Texto Janice Kiss
Fotos Leo Drumond
Ilustrações Filipe Borin


Há 20 anos, praticamente ninguém comia flores no brasil. a não ser brócolis, alcachofra ou couve-flor, espécies cultivadas e consumidas como verduras - na verdade, são inflorescências ou pedúnculos florais, mais próximas, portanto, do capítulo botânico das floricultura, não das hortaliças. Então, na esteira do sucesso de mercado das ervas frescas, também recente, as flores comestíveis começaram a atrair a atenção de gourmets e chefs de restaurantes sofisticados, interessados na beleza de suas pétalas ou nos sabores sutis, ou incomuns, para compor saladas, pratos quentes, molhos, temperos ou essências para sopas, caldos, etc. Hoje, constituem mercado ainda restrito, mas crescente.
As irmãs Graziela e Renata Dei Falci (sentada) abastecem restaurantes de Belo Horizonte, MG, com 60 tipos de flores
Em São Paulo, maior produtor do país, o Grupo Pão de Açúcar comercializa mensalmente 300 bandejas de 7 a 18 gramas cada, ao preço médio de 5 reais, de capuchinha, amor-perfeito e hibisco. 'É uma linha requintada. Cuidamos desse abastecimento de forma regular nos últimos três anos', comenta Renato Generoso, gerente de FLV (Frutas, Legumes e Verduras) da rede de supermercados. Antes, a procura era pequena, quase nula, segundo ele. Agora, atendendo ao aumento da demanda, as flores comestíveis estão em oferta constante nos balcões de legumes e verduras - sim, FLV, como o cargo de Renato indica. Elas não constituem ramo da floricultura. São alimentos. E nessa condição dividem prateleiras com outras hortaliças em supermercados e lojas especializadas. Como o Empório Santa Luzia, loja sofisticada da capital paulista. Segundo o gerente Geraldo Lima, 300 bandejas mensais têm saída garantida no Santa Luzia. Nesse caso, a preferida é a calêndula, cujo sabor lembra muito o gosto do legítimo açafrão, que custa mais de 50 reais o grama. Geraldo tem ciência de que as flores comestíveis têm vida útil curtíssima - duram no máximo três dias se embaladas e refrigeradas. Ele sabe que o cultivo exige muita atenção e cuidados, que o calor e as chuvas de verão castigam os canteiros, mas acredita que o produtor está marcando touca. 'O consumidor compraria mais se houvesse mais oferta', pensa.
Amor-perfeito (à dir.) e capuchinha são as mais requisitadas pelo colorido das pétalas
Flor de manjericão, para sabor mais acentuado no prato (à esq.), e estrelinha, novidade na culinária
As irmãs Renata e Graziela Dei Falci, assim como outras dezenas de produtores de verduras, não perderam tempo. Há 19 anos, elas cultivam 60 tipos de ervas e flores em um hectare da centenária propriedade da família, em Contagem, a 21 quilômetros de Belo Horizonte, MG . Os 38 hectares totais da Fazenda Vista Bonita são um dos poucos remanescentes da área rural desse município, um dos principais polos industriais do estado. Ao decidirem deixar o caminho das artes plásticas e da decoração, respectivamente, elas investiram inicialmente no cultivo de macela para forrar travesseiros - dormir com o perfume da planta já era hábito de infância na fazenda - e de ervas medicinais para farmácias homeopáticas. Como muitas delas também servem para a cozinha, Graziela decidiu fazer uma pequena amostra para alguns restaurantes de culinária internacional de BH. Aí o negócio mudou de rumo. Quando, na última década, as flores comestíveis viraram objeto do desejo de chefs e restaurantes nos grandes centros urbanos do país, elas já tinham experiência no ramo. Bastou a Renata aperfeiçoar a pequena lavoura colorida e perfumada. Para não trancar suas ervas e flores em estufas (a não ser as do viveiro) e conter o excesso de luminosidade, ela formou canteiros à sombra das árvores. A terra está sempre fértil porque é renovada com a rotação de culturas (o composto utilizado para adubar os canteiros é produzido na própria fazenda). Renata usa todo o receituário da produção orgânica - o caruru, por exemplo, serve de alimento para os insetos, e a presença da sojinha perene, típica da região, é fonte de nitrogênio para as plantas. A colheita é feita de manhã bem cedo, com o sol ainda fraco. As flores são lavadas e secas com muito cuidado antes de ser entregues três vezes por semana na capital mineira. 'Levamos aroma, saúde e beleza para a cidade', comenta Renata.
CANTEIROS EM EXPANSÃO
Comparar os mercados de flores comestíveis e flores em geral (usadas apenas com função decorativa) é equívoco na certa, comenta Hélio Junqueira, da consultoria Hórtica, de São Paulo. O primeiro é muito pequeno - não há dados concretos a respeito. O segundo movimentou 3,3 bilhões de reais no mercado interno no ano passado, com chances de crescer 15% até o final deste ano. Em 2008, o Brasil faturou 35,5 milhões de dólares com vendas de flores para Europa e Estados Unidos. Segundo pesquisa da Hórtica, o mercado interno de flores convencionais cresce em torno de 10% por ano porque o Brasil não foi tão afetado pela crise financeira quanto os países para onde exporta, a exemplo de EUA, Europa e Japão. As principais flores de corte negociadas por aqui são rosas, crisântemos, lisianthus, lírios, etc., e as envasadas são orquídeas, violetas, azaleias, bromélias, entre outras. Os estados de São Paulo (53%), Minas Gerais (13%) e Rio Grande do Sul (5%) lideram a produção nacional. De acordo com a economista Marcia Peetz, sócia da Hórtica, o futuro dos cultivos nacionais tendem a ser focados quase que exclusivamente nas vendas internas. 'Com o alarde da crise, as pessoas deixaram de consumir bens e serviços de valores elevados e gastaram mais com paisagismo e jardinagem', compara. Marcia reitera que o consumo per capita brasileiro (R$ 17,46) ainda é baixo. 'Ele denota uma alta capacidade de crescimento futuro', acredita. Segundo ela, a prova está na expansão de outras regiões de cultivo, como Nordeste e Norte do país, sinalizando a descentralização da produção exercida pelo estado de São Paulo, concentrada nos municípios de Holambra, Campinas e Atibaia.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Sítio Capororoca [Porto Alegre] resgata a araruta - Programa Rio Grande ...





Uma raiz que nossos avós usavam na confecção de pães e biscoitos, e que ficou esquecida por um bom tempo é a araruta. Vocês lembram do mingau e dos biscoitos de araruta? Além de ser nutritiva, a farinha ou fécula de araruta não contém glúten, e pode ser consumida pelos celíacos, as pessoas que têm intolerância ao glúten. Em Porto Alegre, o Sítio Capororoca está resgatando e multiplicando a araruta.
Reportagem José Mário Guedes
Imagens Paulo Carneiro

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Plantas Alimentícias Não Convencionais


Muitas plantas chamadas de “matos”, “daninhas” ou “inços” podem ser de grande importância ecológica e econômica como espécies comestíveis. Entretanto, a maioria das pessoas não utilizam essas plantas que crescem espontaneamente em seus quintais como alimento. Deixando muitas vezes de sanar as carências nutricionais, pois aquele “mato” ou “fruta silvestre” poderia saciar a fome e a desnutrição. Inclusive poode até mesmo aumentar a fonte de renda do produtor rural, ao cultivar e comercializar alimentos não–convencionais.



No mundo todo existem mais de 12.500 espécies identificadas como potencialmente alimentícias. No Brasil, começam a crescer os estudos sobre quais espécies podem ser consumidas e como prepará-las.



Pesquisas recentes

O principal motivo pelo qual a população não consume plantas nativas, além do desuso do conhecimento tradicional, é pela falta de informações para identificação, formas de uso e partes utilizadas das espécies comestíveis. Assim, com o intuito de colaborar com a pesquisa e a divulgação da importância alimentar dessas espécies, o botânico Valdely F. Kinupp realizou a sua tese de doutorado, concluída em novembro de 2007, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).



O estudo abrangeu 31 municípios da região metropolitana de Porto Alegre. Uma área de 3mil km² que possui uma boa diversidade de espécies, em torno de 1.500 identificas. Deste total, o pesquisador encontrou 312 espécies com potencial alimentício, que corresponde a 21% do todo, coletando e identificando as características biológicas, agronômicas e nutricionais de cada uma delas, entre arbustos, árvore, trepadeiras e herbáceas em geral. Para citar as mais conhecidas estão o palmito, a araucária, o butiá, a guabiroba e a goiaba serrana (feijoa).



Depois de análises em laboratório, constatou que as hortaliças e frutas silvestres têm proteínas, minerais e fibras em quantidades maiores que as domesticadas.





Algumas plantas não-convencionais





Sombra-de-Touro, cujo uso das amêndoas como alimento é uma novidade, pois apenas se conhecia o fruto. Possui alto teor de lipídios, 56% de óleo na amêndoa e 17% de proteínas, com textura e sabor agradáveis, podendo ser adicionada a sorvetes, tortas e outros doces.



Pipininho silvestre (Melothria cucumis) é uma hortaliça silvestre, que erroneamente é considerado tóxico. Pode ser usado em conservas, saladas, como picles e tem grande aceitação na feira de hortigranjeiros em Caxias do Sul-RS.



O Jaracatiá ou mamão do mato



(Vasconcella quercifolia) é um parente silvestre do mamoeiro. A sua medula é riquíssima em minerais e em potássio. No Rio Grande do Sul, é elaborado o doce chamado de doce-de-jaracatiá, doce-do-pau, feito com a medula ralada dos ramos e tronco, com sabor similar ao côco, ou pode ser usado em pratos salgados, como se fosse chuchu. Os frutos verdes são fontes de papaína, uma enzima usada na indústria alimentícia e farmacológica.




Bertalha ( Basella sp), facilmente encontrada em lugares úmidos. É mais rica em ferro que o conhecido espinafre. É usada em saladas, refogados, em bolinhos, omeletes, na composição de pães e massas, em pastas e cremes.

Taioba



(Xanthosoma sagittifolium) além das folhas e talos comestíveis, produz grande quantidade de tubérculos, um tipo de batata, saborosos quando cozidos, fritos, em ensopados ou adicionados em pães. As folhas e talos são fontes de vitaminas A, B e C, além de ferro, cálcio e proteínas.


Há também uma série de flores que são comestíveis e podem ser servidas em nossas mesas com muito encanto. Como a capuchinha ( Tropeoalum majus), de sabor picante, é rica em vitamina C, pode ser consumida como salada, no sanduíche, em pastas e cremes e dá um toque especial nas panquecas e pães. Ela está sendo comercializada in natura na tradicional feira ecológica da av. José Bonifácio em Porto Alegre e tem boa aceitação do público.



Estas poucas espécies salientadas permitem vislumbrar a enorme disponibilidade alimentar a ser pesquisada e explorada. “No entanto o padrão alimentar está cada vez mais globalizado. Nos alimentamos com nada mais que 10 a 20 espécies por dia, considerando todas as refeições, restringindo assim a diversidade de nutrientes ingeridos”, ressalta Valdely F.K. Nesse aspecto, as plantas não-convencionais contribuem muito com nutrientes vitais para o bom funcionamento do organismo humano.Comercialização

Alguns produtores rurais foram incentivados pelo pesquisador Valdely e estão cultivando e produzindo alimentos não-convencionais. No Sítio Capororoca, no Bairro Lami, zona rural de Porto Alegre, alguns dos seus produtos chamam a atenção e já valeram reportagens na TV, como o pão de urtiga, rico em minerais e ferro, e o refrigerante natural de picão-preto e de lírio do brejo, além das geléias de frutas nativas. Alguns dos produtos são comercializados na feira ecológica e outros degustados e vendidos apenas para os visitantes que vão até a propriedade conhecer todo o processo.

Na serra gaúcha, na região de Antônio Prado, produtores estão comercializando suco concentrado de frutas nativas, como a pitanga, a guabiroba e o butiá.Através desse resgate alimentar, se revela a grande diversidade de recursos alimentares que existe na nossa região e até mesmo no nosso jardim.

Neste texto foram citadas apenas algumas das espécies, mas a riqueza de plantas não-convencionais do Brasil é imensa. Cabe ressaltar ainda a necessidade de incentivos para a realização de mais pesquisas sobre esse assunto, para realizar um consumo seguro, além de cultivar e conservar essa diversidade de plantas, principalmente as nativas.



Texto de Simone Moro baseado em textos e palestras do botânco Valdely F. kinupp.
Saiba mais em sua tese de doutorado no link:

* Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre

http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000635324&loc=2008&l=8ef1c2fd11f70952

sábado, 30 de maio de 2015

Restaurante de Witmarsum é o primeiro da região a incluir PANC’S no cardápio.

by Ricardo Philippsen
Talvez a sua primeira pergunta seja: "mas o que são PANC'S?", bem, pode ficar tranquilo que você não está sozinho nessa. PANC"S é a forma carinhosa de chamar as Plantas Alimentícias Não Convencionais. Tratam-se de plantas que foram injustamente perdendo espaço em nossa mesa por diversos motivos dos quais se destaca  a agricultura voltada cada vez mais para o mercado e menos para a mesa. Isso é conversa para outra vez, por hora, basta dizer que essas plantas não saíram do cardápio por não serem saborosas.
Dito isso, vamos ao que interessa: Witmarsum é cada vez mais conhecido pelo potencial culinário, afinal, não é todo lugar que tem uma culinária típica tão variada, fruto de 500 anos de imigrações, nas mesas de Witmarsum os pratos de origem alemã dividem espaço com pratos poloneses, russos, e é claro, há também lugar garantido para o brasileiríssimo feijão e arroz.
Essa culinária que já era única ganhou recentemente um reforço extra no restaurante Bauernhaus na Colônia Witmarsum. O restaurante é o primeiro da região a incluir em seu cardápio plantas não convencionais. A partir de março de 2015 serão servidos os primeiros peixinhos.
Foto: BioWit
Foto: BioWit
Talvez você lembre desse post:
(para maiores informações sobre o peixinho, uma das plantas mais deliciosas da nossa horta, é só voltar lá e dar uma lida).
A produção do peixinho é feita em pequena escala, localmente, em uma de nossas hortas que preza pela vida, produzindo em um sistema misto e sem utilização de insumos químicos as mais variadas plantas. O peixinho é colhido no mesmo dia em que é servido, chegando dessa forma fresco ao restaurante. Além disso, o peixinho vai de carona com um dos funcionários do restaurante tirando assim até o impacto ambiental causado pelo transporte da equação.
Ufa, com todas essas vantagens o cliente do Bauernhaus pode fazer vista grossa para o fato de que o peixinho será servido frito e aproveitar de consciência tranquila essa maravilha da culinária.
Além comer o peixinho, também é possível levar para casa uma bandeja deles para servir aos amigos ou até mesmo uma mudinha para colocar na sua horta. Na próxima vez que almoçar por lá peça mais informações no próprio restaurante.
E afinal por que comer PANC'S?
Por causa do sabor:
Sentar para almoçar e ser surpreendido por um sabor novo é uma das maravilhas da vida.
 Para estimular a economia local:
As plantas não convencionais são produzidas por pequenos agricultores locais sendo uma opção interessante para dar oportunidade para o pequeno produtor.
Para equilibrar o ecossistema:
Todo ecossistema precisa de biodiversidade para funcionar em harmonia, incentivar o consumo de plantas diferentes aumenta a diversidade equilibrando assim os sistemas de produção.
 Para economizar água:
Ao contrário da maioria das hortaliças consumidas em grande escala, PANC'S são plantas locais, geralmente mais rústicas e acostumadas com o clima da região, por isso necessitam de menos irrigação.
Para usar menos produtos químicos:
A mesma lógica. Como são, em geral, plantas nativas, elas são mais resistentes à insetos não havendo nenhuma desculpa para usar inseticidas ou afins.
Pelos benefícios à saúde:
Cada planta tem um valor nutricional diferente, as plantas possuem além disso as mais variadas propriedades medicinais, sendo um aumento da diversidade na mesa a melhor maneira de equilibrar o seu organismo.
Bem, a dica está dada, quem puder, venha prestigiar essa iniciativa, almoce bem, diga o que achou ao pessoal do restaurante, leve o peixinho pra casa, peça uma mudinha e contribua dessa forma com o biowit e estimule a inclusão de mais PANC'S nos cardápios por aí.
para maiores informações sobre o restaurante acesse:
Ricardo Philippsen | 04/03/2015 at 20:27 | Categories: Uncategorized | URL:http://wp.me/p18jP5-CL

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Lançamento do livro do Valdely Kinupp sobre PANCs. É hoje no Senac SANTO AMARO


Está acontecendo nesta semana, no Senac Santo Amaro,  o Mesa Tendências e Semana Mesa SP - veja a programação aqui.  E hoje tem lançamento do livro do Valdely Ferreira Kinupp e Harri Lorenzi, sobre Pancs. Tenho certeza que temos muito a aprender ainda sobre as plantas alimentícias não convencionais. Estarei lá sem falta. Mas, se não puder ir e quiser ter o livro, compre-o pelo site do Instituto Plantarum. 

FONTE BLOG COME-SE

LANÇAMENTO: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil



Neste Natal presenteie com livros...
...e sirva este LANÇAMENTO na sua ceia!

PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANC) NO BRASIL
--guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas--

Livro inédito no Brasil, resultado de quase 10 anos de trabalho dos autores
Valdely Ferreira Kinupp e Harri Lorenzi - dois 
dos maiores estudiosos de plantas no Brasil. Contemplando 351 espécies de
planta nativas e exóticas, cada uma ocupando duas 
páginas, nas quais são apresentadas: na primeira - suas características
morfológicas para facilitar a identificação botânica, 
informações sobre o seu uso geral e culinário com referências
bibliográficas e ilustradas com duas fotos (closeup de um ramo 
florífero e hábito da planta); na segunda página - são apresentadas duas ou
três fotos legendadas das partes da planta 
utilizadas para o consumo, seguidas de três receitas feitas com a planta e
ilustradas com os respectivos pratos.

FICHA TÉCNICA

- Formato fechado: 15,5 cm x 22,5 cm;
- Encadernação: capa dura
- 351 espécies de plantas; 
- 2510 fotos coloridas (7 a 8 por espécie);
- 1053 receitas (pratos);
- Impresso em papel couché 115 g;
- Número total de páginas: 768;
- Peso aproximado: 1,9 kg.

OFERTA ESPECIAL

de R$ 80,00 por apenas R$ 60,00

Oferta válida somente até 10/12/2014

www.plantarum.com.br
Se você não deseja mais receber nossos e-mails, cancele sua inscrição
através do link
http://plantarum2.mktenvios.net/admin/sair.php?id=107072|2441|0&uid=141409038462689600
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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Várias plantas nativas do Brasil podem ser usadas na culinária, como é o...



Valdely Kinupp, doutorando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ,
pesquisou os alimentos subutilizados ou subexplorados da
biodiversidade brasileira.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Várias plantas nativas do Brasil podem ser usadas na culinária, como é o...

Valdely Kinupp, doutorando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ,
pesquisou os alimentos subutilizados ou subexplorados da
biodiversidade brasileira.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Projeto tenta salvar da extinção alimentos que saíram de moda.


araruta

Janice Kiss
Do UOL, em São Paulo

Há sete anos, Nuno Madeira, pesquisador da Embrapa Hortaliças, em Brasília, se dedica a recuperar alimentos que se perderam no tempo. Cará-moela, peixinho (ou lambari da horta), capuchinha, taioba, vinagreira, mangarito e ora-pro-nóbis estão entre as 40 espécies que compõem um projeto de preservação coordenado por ele.

Madeira comenta que a empresa, na época, decidiu fortalecer uma espécie de acervo que garante a manutenção de plantas importantes para o país.  "Nesse momento descobrimos que muitas hortaliças e raízes do passado não estavam contempladas", informa.
Segundo o pesquisador, esses alimentos são importantes para pequenos produtores e comunidades de diferentes regiões do país mesmo que não sejam mais encontrados como antigamente.
Conforme a Agência para Agricultura e Alimentação da ONU (FAO)  houve uma redução (de 10 mil para 170) do número de plantas comestíveis e usadas pelo homem nos últimos cem anos. Elas foram trocadas por outras de alta produtividade.
O próprio pesquisador começou a colaborar com a recomposição do acervo da Embrapa a partir de algumas plantas do quintal da própria casa. Madeira sempre teve interesse por essas "hortas antigas" desde quando era estudante de agronomia.
"São plantas rústicas que produzem bem em qualquer lugar e de forma quase espontânea", informa.
As mudas provenientes dos canteiros da Embrapa vão abastecer outros projetos semelhantes no país. Um deles pertence ao Polo Regional da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba. Uma área de 2.000 metros quadrados abriga 20 tipos de hortaliça classificadas como "não convencionais".
ora-pro-nobis
"Elas correm o risco de desaparecer por terem sido substituídas por outras de maior escala e que se tornaram comuns em nossas mesas", afirma a pesquisadora Cristina Maria de Castro.
A engenheira agrônoma afirma que esses alimentos jamais estarão em quantidade nos supermercados. "Nem por isso precisamos abrir mão deles", diz. O projeto da Apta atende os pequenos produtores na região de Pindamonhangaba.

 

A nutricionista que preserva alimentos que se perderam no tempo

A nutricionista Neide Rigo tem o hábito de andar por São Paulo sempre de olho em ervas e hortaliças que podem ser encontradas por cantos de praças e parques da capital. Por meio da coleta delas, Neide formou canteiros de hortaliças "não convencionais" em sua casa.
cará do ar
"Uns crescem plantados, outros largados e alguns de teimosos", diz.  É num pequeno espaço que Rigo colhe ora-pro-nóbis, mangarito e cará-do-ar. Tem também capiçoba (folha similar ao espinafre), jambu (a erva amazonense que amortece de leve os lábios), e sementes de vários lugares.
"Tenho um interesse histórico por alimentos, e por isso eles nunca perdem a importância para mim", diz.
Por resgatar alimentos à beira da extinção, Neide Rigo já contribuiu com o restabelecimento de alguns deles pelo país. Ela mandou para a região de Garanhuns, em Pernambuco, um tipo de melão (o cruá) que estava desaparecido por lá. Uma outra vez, recebeu de um produtor um punhado de farinha de araruta, que anda sumida do mercado.
Segundo ela, o que mais se encontra é o amido (fécula) de mandioca sendo vendido no lugar da outra. "Quem conhece sabe que os biscoitos de araruta são mais leves e branquinhos", afirma.
A dedicação aos alimentos quase desaparecidos levou a nutricionista a participar da Arca do Gosto, braço do movimento internacional Slow Food, que prega a recuperação da tradição de alguns produtos em seus respectivos países.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Inhame é uma delícia cozido!


Inhame
Dioscorea
Inhame é um nome genérico para uma grande variedade de plantas que dão batatas / rizomas. É originário da América e é encontrado em tudo que é canto.
Até vai na sombra, mas seu negócio é tomar bastante sol. Adora uma terra bem preta e cheia de matéria orgânica, o que acelera seu crescimento.
É legal também fazer "caminhos" com inhames, plantando-os como uma "cerca". Mas não é uma planta que fecha paredes, é só uma idéia "estética". =)
Como pegar muda
O inhame, conforme vai se desenvolvendo, vai soltando batatas novas, que vão brotando. Dá tanto pra pegar essas batatas novas (cortando com uma faca sua ligação com a planta principal) como separar as menores quando da colheita.
É só enterrar e o inhame vai nascer.
Colheita
Prefira os inhames de tamanho pequeno a médio. Os grandes não são tão gostosos; o ideal é não deixá-los crescer muito, para não passar do ponto. Se estiver muito grande, replante-o em outro local.
Selecione os inhames e reserve os muito pequenos; eles podem ser usados para replantio em outros lugares.
Usos
O inhame é uma delícia cozido, com sal e azeite/manteiga. Sua batata é muito nutritiva.
Sopa de inhame: coloca na pressão com água, alho e sal; depois, descasca e ferve mexendo e despedaçando pero no mucho. Aí dá pra colocar tbm açafrão. Receita da tate, super delícia!
Parece que dá pra cozinhar a folha também.
(detalhe: há um pé de capim limão do lado!)


http://radius.tachanka.org/plantas/index.php?n=Main.Inhame

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Biodiversidade que se come:

Frutas nativas do Rio Grande do Sul e hortaliças não convencionais foram festejadas no último sábado, 15




Celebrar a biodiversidade foi o objetivo da I Mostra Biodiversidade pela Boca, promovida pelo InGá com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). E certamente a intenção foi alcançada durante o evento que aconteceu no último sábado,15, na Feira da Cultura Ecológica do Menino Deus em Porto Alegre. Inúmeras pessoas circularam pelas bancas que compunham a Mostra. Os olhares curiosos e a satisfação de experimentar os sabores da nossa agrobiodiversidade ficaram evidentes e concretizaram o ideal da Mostra.
Sucos de amora, butiá, guabiroba, ananás vieram de Antônio Prado; leites vegetais de girassol, gergelim e noz pecan, de Porto Alegre; polpa da juçara e o milho crioulo do Litoral Norte. Pães de plantas alimentícias não convencionais (Pancs). Sementes. Mudas nativas. Suco verde. Diálogos, trocas de experiências e conhecimentos. Foram diversos os elementos que compunham a Mostra e construíram um espaço rico de pensamentos e sabores.
A artista visual, Fátima Lopes, teve a oportunidade de experimentar a polpa da juçara, que ela não conhecia e sequer tinha ouvido falar. A juçara, palmeira nativa da Mata Atlântica, fornece um alimento altamente nutritivo, uma polpa semelhante a do açaí. Lucas Nascimento, da Associação Içara de Maquiné/RS, ficou satisfeito com o seu trabalho na Mostra. “É bacana mostrar todo o processo, como é despolpar, se não fica sempre aquela coisa industrial e as pessoas não sabem de onde vêm as coisas”. Além do Lucas, a equipe que veio de Maquiné contou também com Rafael Panniz e Juliana Marasi, todos da Biologia da UFRGS e trouxe consigo uma despolpadeira fabricada na Amazônia. Em plena Mostra fez, junto com o público, todos os passos da despolpa dos frutos da juçara até sua degustação.
A estudante de biologia, Sara Stumpf, trouxe pães feitos de Pancs. Foi o de Ora-pro-nobis que mais saiu. Para ela a Mostra foi muito importante, pois é uma maneira de trazer o conhecimento gerado na universidade, com pesquisas relacionadas às plantas nativas, para o grande público. “A gente pesquisa lá para trazer o conhecimento para cá”, comenta Sara. Os pães também foram degustados juntamente com maionese de Pancs e pasta de nozes com beldroega, preparadas pelos culinaristas da Comuna do Arvoredo, comunidade urbana onde se localiza a sede do InGá.
Os culinaristas Mateus Raymundo, Lívia Braga e Paulo Bettanzos, preparam sucos, pastas e leites da terra, alimentos de origem vegetal que libertam o consumidor dos químicos da indústria do alimento. Os leites de gergelim, noz pecan e girassol surpreenderam os participantes da Mostra por seu gosto rico e também a sua origem. Os culinaristas ainda fizeram para degustação o alimento quiçá mais antigo das Américas, o beijú que é feito com mandioca ralada direto na chapa quente, sem sal ou qualquer tempero. Apesar da simplicidade no preparo, o beijú surpreendeu pelo sucesso entre o público da Mostra: todos queriam repetir a degustação.
A Mostra que ocorreu ao lado da Feira da Cultura Ecológica do Menino Deus em Porto Alegre, também chamou atenção de um grupo de voluntários que sempre participa da Feira levando ao público o suco verde. Vendo a movimentação eles também se agregaram ao espaço.
O milho crioulo também esteve Mostra. O agricultor de Terra de Areia, Rodrigo Wolf, levou espigas do milho arco-íris e a farinha feita a partir deste cereal. “O pessoal se interessou bastante pela produção de farinha diferenciada, a farinha do milho colorido”, comenta o agricultor. O milho crioulo produzido por Wolf é de origem tupi. É denominado milho arco-íris, pois são plantadas todas as cores do cereal em um mesmo local e cada vez mais as variedades de milho se misturam, criando novas cores a cada nova safra.
A importância desse tipo de evento foi comentada por Lori La Porta, agrônoma de Vera Cruz, integrante daONG Resgatando o Futuro da Biodiversidade (BioFuturo), como um espaço para o consumidor conhecer novas opções e querer buscar alternativas de alimentação. Além de ser uma oportunidade de os jovens conhecerem, também é de os mais velhos se religarem a suas raízes, “eles perderam o vinculo com a terra, hoje a lavoura deles é o supermercado”, comenta Lori.
Para a vice-coordenadora do InGá Claudine Abreu o evento cumpriu o objetivo proposto: ser um espaço educativo, de potencial transformador, que possibilitou trocas de experiências e novos contatos entre os participantes, além de instigar a discussão sobre a produção e o consumo dos alimentos. “ É preciso diversificar a alimentação agregando no dia-a-dia alimentos regionais, livres de venenos e não transgênicos. Esperamos repetir o evento em 2013!”
A Mostra teve o apoio financeiro do MAPA e vai ter uma segunda edição em meados de março, com as safras de araçá e butiá.

FONTE: http://www.inga.org.br
December 22nd, 2012 | Category: Assuntos Gerais | Subscribe to comments | Both comments and pings are currently closed

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Cultivo de hortaliças não convencionais


Taióba, maxixe, serralha, ora-pro-nóbis e araruta. Atualmente, essas hortaliças são pouco conhecidas e foram praticamente descartadas da cadeia produtiva. Mas elas já fizeram parte importante da dieta dos brasileiros, no passado


De acordo com o pesquisador Nuno Rodrigo Madeira, as hortaliças não convencionais têm distribuição limitada, restrita a determinadas localidades ou regiões. Ele explica que o uso dessas espécies perdeu espaço no mercado com a urbanização da sociedade brasileira e a padronização do consumo.

Um projeto da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF) está resgatando essas produtos, que, além de fáceis de cultivar, são muito nutritivos. A proposta, segundo o pesquisador, é resgatar e difundir, entre comunidades de produtores do Brasil. Este é o tema do Prosa Rural desta semana, que também tem a participação da agricultora de Três Marias (MG), Ana Lúcia Fernandes Pereira.

A ideia é, em parceria com a extensão rural nos estados, implantar bancos de multiplicação de hortaliças não convencionais. O material é preservado pela Embrapa Hortaliças e envidado para as empresas, que criam os bancos para atender a demanda dos produtores. Assim, o material é multiplicado e poderá ser cedido aos municípios onde houver interesse pela produção das hortaliças não-convencionais.



A primeira iniciativa já está em funcionamento, em Minas Gerais. Nesse estado, a Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), a Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) e a Emater-MG fizeram uma parceria que vai permitir a implantação de hortas em quatro regiões do estado: Vale do Jequitinhonha, Zona da Mata, Norte de Minas, além da região Central.



As hortaliças do banco de multiplicação implantado na Embrapa Milho e Sorgo são: araruta, azedinha, beldroega, bertalha, cará-moela, chuchu-de-vento, inhame, jacatupé, jambu, mangarito, mostarda, ora-pro-nobis, physallis, peixinho, taioba, taro e vinagreira.



Saiba mais sobre este assunto ouvindo o Prosa Rural - o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.



Ouça a matéria. http://www.blogger.com/goog_1741544778







quarta-feira, 30 de maio de 2012

Agricultores trocam sementes durante evento sobre produtos orgânicos





O agricultor ecologista Salvador Rosa da Silva, o Dodô, que produz folhosas, frutas  e verduras,  numa área de 18 mil metros, do bairro Lami, em Porto Alegre, foi apenas um dos 12 agricultores de Porto Alegre que apresentaram, nesta terça-feira (29/05), um relato de sua experiência com sementes e mudas, o cultivo de orgânicos e disponibilizaram material para a troca com outros agricultores.  Mostrou o que produz em sua pequena área no extremo sul de Porto Alegre, contou como acontece a troca de sementes, de saberes, entre ele e os inúmeros amigos adimiradores. Tive a honra de estagiar no seu sítio e aprender muito!
A reunião de troca de sementes crioulas foi promovida pelo Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade Orgânica (OPAC) da Associação dos Produtores da Rede Agroecológica Metropolitana (RAMA) e aconteceu no Centro Agrícola Demonstrativo (CAD), em Porto Alegre.

Ao todo foram trocadas 200 sementes de 50 espécies diferentes. Uma pluralidade que, de acordo com a produtora Ivone Silva, de Viamão, propicia a oportunidade de obter informações sobre outras culturas. “Nós podemos conhecer produtos novos e adquirir alguns que nós não temos. Hoje, por exemplo, encontrei uma semente de abóbora que há algum tempo estava procurando”, avalia.

De acordo com o gerente regional da Emater/RS-Ascar em Porto Alegre, Mário Gerber, este sistema de troca faz a diferença, pois uma semente que está sendo plantada, durante todo o ano em uma propriedade, se renova junto com o agricultor, e esta renovação é fundamental. Já o diretor da Divisão do Fomento Agrícola da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (SMIC), Antônio Bertaco, sinalizou por parte da pasta o reconhecimento da área rural de Porto Alegre.

Na parte da tarde, a engenheira agrônoma da UFRGS, Ingrid de Barros, falou para os mais de 70 presentes sobre as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), que foram a base dos pratos servidos no almoço. A salada do brasileiro resume-se na maioria das vezes  em algumas folhas de alface e tomates. Precisamos resgatar a diversidade que tinhamos nos tempo mais antigos.,  onde se aproveitava todos os inços que nasciam na horta. Aumentando a diversidade combatemos a fome oculta , que é a carência de vitaminas e minerais.
O preparo deste almoço foi realizado em uma oficina com produtoras rurais e indígenas da tribo Kaingang, de Porto Alegre.

O encontro de troca de sementes foi promovido pela Emater/RS-Ascar, em SMIC.




O Centro Agrícola Demonstrativo (CAD) é uma unidade administrativa da Divisão de Fomento Agropecuário e da Gerência de Projetos Especiais da Smic, com área de 32 hectares. Nele estão centralizados os diversos projetos e atividades do meio rural. Questões relacionadas à tributação de imóveis rurais, aquisições de mudas frutíferas e ornamentais, orientações técnicas, produção de coelhos e bovinos de leite, horto de plantas medicinais são algumas das atividades do centro. A Casa do Mel, com capacidade de beneficiar 100 toneladas de mel por ano, está localizada dentro da área do CAD, assim como o Escritório Municipal da Emater.


Divisão de Fomento Agropecuário
É o setor da Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio que trata das diretrizes e projetos voltadas ao fomento das atividades agrícolas, pecuária e agroindústriais, além de eventos como a Festa do Pêssego, a Festa da Uva e da Ameixa, a Feira do Peixe, a Fepoagro e a Mostra Rural em comemoração à Semana do Agricultor.

Centro Agrícola Demonstrativo (CAD)
Estrada Berico Bernardes, 2.939
cadem@smic.prefpoa.com.br
(51) 3289-4808 / 4809 / 4810
Das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30

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