Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com whast 51 3407-4813
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domingo, 7 de fevereiro de 2016
domingo, 17 de janeiro de 2016
Aprenda a fazer um #suco para reforçar o sistema imunológico
Foto: Emilio Pedroso
A nutricionista Juliana Rocha, que acaba de voltar dos Estados Unidos, onde se formou chef de cozinha e instrutora de raw food (alimentação viva), preparou para vocês a receita de um suco para fortalecer o sistema imunológico.
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SUCO IMUNOLÓGICO
Ingredientes
1 copo de suco de laranja natural
Uma porção a gosto de gengibre
Espinafre
1 colher de chá de grânulos de pólen
BENEFÍCIOS
- Fonte de vitamina C, tem a capacidade de fortalecer o sistema imunológico e toda a função antioxidante do do nosso sistema.
- O espinafre, além de ser fonte cálcio e magnésio, é rico ainda em acido fólico importante para a função de defesa do nosso sistema imunológico e vias de inflamação.
- Chamo a atenção para o pólen, por ser um dos alimentos mais completos da natureza, aumenta a resistência, a força, a energia também sendo indicado para praticantes de atividade física, reduz a produção de histaminas no nosso corpo, melhorando a resposta a inúmeras alergias, em espacial as respiratórias
Quando tomar?
Nos dias de outono e inverno e sempre que mudar a estação.
Fonte: BLOG BARRA DE CEREAL
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Centro Ecológico Ipê completa 30 anos de atividade
Anos 80, período de efervescência no meio rural,
da chamada Revolução Verde e da Ditadura Militar, surgia o Projeto
Vacaria, atual Centro Ecológico Ipê, que completa 30 anos. Desde a
fundação, em janeiro de 1985, trabalha para viabilizar ações
sustentáveis na produção agrícola, adotando tecnologias alternativas,
visando a preservação ambiental e a justiça social.
O trabalho resgata o manejo da biodiversidade e a tradição alimentar, estimula a organização de agricultores e consumidores. Visa também o desenvolvimento de mercados para produtos ecológicos, à formulação e a criação de políticas públicas que incentivem a agricultura sustentável.
A ação acontece por meio de visitas, reuniões, cursos e oficinas de capacitação e planejamento. O Centro Ecológico assessora organizações de agricultores familiares a produção, processamento e comercialização de alimentos.
Parceria
As parcerias frutificaram na forma de Associações de Agricultores Ecologistas (AAEs). Essas instituições se caracterizam pela prática da agricultura ecológica, por estarem organizadas em pequenos grupos, pela industrialização artesanal e por buscarem canais alternativos para a comercialização da produção.
Em 1991, o projeto Vacaria passa a se denominar Centro de Agricultura Ecológica Ipê (Cae/Ipê), caracterizando nova fase, onde o foco passa a ser menos a unidade produtiva da instituição e mais o acompanhamento às AAEs.
Em 1997, nova modificação. O trabalho se caracteriza por ir além da produção ecológica e vincula-se a ecologização da propriedade como um todo, do indivíduo que nela trabalha e das relações sociais nas quais está inserido. Assim o Centro de Agricultura Ecológica Ipê passa a se denominar de Centro Ecológico Ipê.
Consumidor
A partir de 1999, o Centro Ecológico se envolve também com o estímulo à formação de cooperativas de consumidores, a partir da percepção que a participação ativa dos consumidores é condição indispensável para o desenvolvimento desse trabalho.
A trajetória tem feito com que o Centro Ecológico colabore como interlocutor e referência na atividade; no surgimento e na qualificação de iniciativas em agricultura limpa, desenvolvidas no Brasil e no mundo, beneficiando o setor com permanente intercâmbio.
Atuação
O Centro Ecológico concentra sua atuação na Serra e no Litoral Norte. Cada uma das regiões possui características socioambientais diferenciadas, o que contribui para alimentar a reflexão sobre os princípios da agricultura ecológica e sua forma de operacionalização em contextos específicos.
Maria José Bocchese Guazzelli
A história do Centro Ecológico de Ipê está diretamente ligada à engenheira agrônoma Maria José Guazzelli, 60 anos. Em 1984 começou a coordenar o Centro Ecológico (antigo Centro Demonstrativo e de Treinamento em Agricultura Ecológica ou projeto Vacaria). Natural de Antonio Prado, é formada pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Na década de 80, participou da elaboração da Lei dos Agrotóxicos (7747/82) e concluiu o curso superior de Alimentação de Animais Domésticos, no Institut National Agronomique Paris-Grignon, Paris, França. É coautora e tradutora de diversos livros. Foi docente, treinou agrônomos e técnicos agrícolas e ocupou diversos cargos públicos.
Correio Riograndense - O que motivou a senhora a incentivar a produção ecológica?
Maria José Guazzelli - Tinha lido e convivido com a produção ecológica quando morei na França, no final dos anos 70 e na época da faculdade. Quase na mesma época tive contato com José Lutzemberg e convive com agricultores ecológicos na Europa. Enquanto isso, no Rio Grande do Sul a Assembleia Legislativa discutia a lei dos Agrotóxicos. Quando a gente, na Assembleia, falava que era possível produzir sem químicos, a resposta é que era impossível a produção de alimentos sem veneno. Aí surgiu a ideia, no começo dos anos 80, de demonstrar na prática que era possível. Essa é a origem do que é o Centro Ecológico. Foi quando um grupo de técnicos disse que faria e mostrou que se poderia para trabalhar com isso.
CR - E como foi começar?
Guazzelli -Tínhamos à disposição uma área em comodato. No início, tinha muito ceticismo de todos, do serviço de extensão e do poder público. Na medida conseguimos mostrar algumas práticas, em parceria com a Pastoral da Juventude Rural, por meio do padre Schio, o projeto ficou mais próximo dos agricultores. Essas primeiras famílias começaram a produzir, sempre trocando informações e experiências. Isso já era metade dos anos 80.
CR – Por que o Projeto Vacaria?
Guazzelli - Ipê pertencia ao município de Vacaria. Com a emancipação, em 1989, a primeira administração municipal encampou a ideia. E ainda trouxe a Emater, com a finalidade de implantar a agricultura ecológica. Aí começamos a trabalhar junto com o técnico agrícola Delvino Magro (já falecido). “Esse embrião cresceu. E em Antônio Prado, padre Schio atraiu jovens e outros padres, como o pe Remi Casagrande.
CR - E essa caminhada, olhar para trás e ver tantas conquistas, por vezes virando o jogo, o que representa para você?
Guazzelli – É uma satisfação muito grande, mas ainda tem uma grande caminhada pela frente. É uma alegria porque vejo concretizado aquilo que acreditava - os jovens produtores dando sequência ao projeto em suas propriedades. Esse grupo conseguiu encarar. Com isso, consegue-se comprar produtos ecológicos da Serra e Litoral em vários lugares do estado. Começou com aquele embrião, evoluimos muito, mas ainda tem muito para avançar.
CR - Em termos de legislação, qual a influência na criação de novas leis?
Guazzelli – No Brasil, participamos de comissões e grupos que trabalham nas políticas federais em relação à agroecologia. Ipê foi o primeiro município brasileiro a instituir que 40% dos alimentos da merenda escolar fossem oriundos da produção ecológica. Conseguimos muito em nível de estado, espacialmente com o apoio da ex-deputada Marisa Formolo, que também dinamizou a agroecologia dentro da Assembleia Legislativa.
CR - Qual a maior dificuldade para que se possa avançar mais na questão da produção e consumo?
Guazzelli - A maior dificuldade é mudar a forma de pensar. Não é a questão técnica. É na família, com quem se decide que há dificuldade. Outra coisa é o desequilíbrio nas verbas. Por exemplo, as grandes indústrias de venenos e adubos estão constantemente com propagandas, afirmando que sem seus produtos não dá para produzir. O extencionista, basicamente, e grande parte das cooperativas trabalham assim. São poucas as que atuam só com produtos ecológicos orgânicos. É um jogo de forças muito desequilibrado. Mesmo assim, tem havido mudanças significativas, porque a questão da saúde é um problema na área rural, o envenenamento e a intoxicação é realidade. Isso ajuda a abrir os olhos. Outra questão é a capacidade de retorno financeiro que dá tranquilidade a o produtor.
O trabalho resgata o manejo da biodiversidade e a tradição alimentar, estimula a organização de agricultores e consumidores. Visa também o desenvolvimento de mercados para produtos ecológicos, à formulação e a criação de políticas públicas que incentivem a agricultura sustentável.
A ação acontece por meio de visitas, reuniões, cursos e oficinas de capacitação e planejamento. O Centro Ecológico assessora organizações de agricultores familiares a produção, processamento e comercialização de alimentos.
Parceria
As parcerias frutificaram na forma de Associações de Agricultores Ecologistas (AAEs). Essas instituições se caracterizam pela prática da agricultura ecológica, por estarem organizadas em pequenos grupos, pela industrialização artesanal e por buscarem canais alternativos para a comercialização da produção.
Em 1991, o projeto Vacaria passa a se denominar Centro de Agricultura Ecológica Ipê (Cae/Ipê), caracterizando nova fase, onde o foco passa a ser menos a unidade produtiva da instituição e mais o acompanhamento às AAEs.
Em 1997, nova modificação. O trabalho se caracteriza por ir além da produção ecológica e vincula-se a ecologização da propriedade como um todo, do indivíduo que nela trabalha e das relações sociais nas quais está inserido. Assim o Centro de Agricultura Ecológica Ipê passa a se denominar de Centro Ecológico Ipê.
Consumidor
A partir de 1999, o Centro Ecológico se envolve também com o estímulo à formação de cooperativas de consumidores, a partir da percepção que a participação ativa dos consumidores é condição indispensável para o desenvolvimento desse trabalho.
A trajetória tem feito com que o Centro Ecológico colabore como interlocutor e referência na atividade; no surgimento e na qualificação de iniciativas em agricultura limpa, desenvolvidas no Brasil e no mundo, beneficiando o setor com permanente intercâmbio.
Atuação
O Centro Ecológico concentra sua atuação na Serra e no Litoral Norte. Cada uma das regiões possui características socioambientais diferenciadas, o que contribui para alimentar a reflexão sobre os princípios da agricultura ecológica e sua forma de operacionalização em contextos específicos.
Maria José Bocchese Guazzelli
A história do Centro Ecológico de Ipê está diretamente ligada à engenheira agrônoma Maria José Guazzelli, 60 anos. Em 1984 começou a coordenar o Centro Ecológico (antigo Centro Demonstrativo e de Treinamento em Agricultura Ecológica ou projeto Vacaria). Natural de Antonio Prado, é formada pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Na década de 80, participou da elaboração da Lei dos Agrotóxicos (7747/82) e concluiu o curso superior de Alimentação de Animais Domésticos, no Institut National Agronomique Paris-Grignon, Paris, França. É coautora e tradutora de diversos livros. Foi docente, treinou agrônomos e técnicos agrícolas e ocupou diversos cargos públicos.
Correio Riograndense - O que motivou a senhora a incentivar a produção ecológica?
Maria José Guazzelli - Tinha lido e convivido com a produção ecológica quando morei na França, no final dos anos 70 e na época da faculdade. Quase na mesma época tive contato com José Lutzemberg e convive com agricultores ecológicos na Europa. Enquanto isso, no Rio Grande do Sul a Assembleia Legislativa discutia a lei dos Agrotóxicos. Quando a gente, na Assembleia, falava que era possível produzir sem químicos, a resposta é que era impossível a produção de alimentos sem veneno. Aí surgiu a ideia, no começo dos anos 80, de demonstrar na prática que era possível. Essa é a origem do que é o Centro Ecológico. Foi quando um grupo de técnicos disse que faria e mostrou que se poderia para trabalhar com isso.
CR - E como foi começar?
Guazzelli -Tínhamos à disposição uma área em comodato. No início, tinha muito ceticismo de todos, do serviço de extensão e do poder público. Na medida conseguimos mostrar algumas práticas, em parceria com a Pastoral da Juventude Rural, por meio do padre Schio, o projeto ficou mais próximo dos agricultores. Essas primeiras famílias começaram a produzir, sempre trocando informações e experiências. Isso já era metade dos anos 80.
CR – Por que o Projeto Vacaria?
Guazzelli - Ipê pertencia ao município de Vacaria. Com a emancipação, em 1989, a primeira administração municipal encampou a ideia. E ainda trouxe a Emater, com a finalidade de implantar a agricultura ecológica. Aí começamos a trabalhar junto com o técnico agrícola Delvino Magro (já falecido). “Esse embrião cresceu. E em Antônio Prado, padre Schio atraiu jovens e outros padres, como o pe Remi Casagrande.
CR - E essa caminhada, olhar para trás e ver tantas conquistas, por vezes virando o jogo, o que representa para você?
Guazzelli – É uma satisfação muito grande, mas ainda tem uma grande caminhada pela frente. É uma alegria porque vejo concretizado aquilo que acreditava - os jovens produtores dando sequência ao projeto em suas propriedades. Esse grupo conseguiu encarar. Com isso, consegue-se comprar produtos ecológicos da Serra e Litoral em vários lugares do estado. Começou com aquele embrião, evoluimos muito, mas ainda tem muito para avançar.
CR - Em termos de legislação, qual a influência na criação de novas leis?
Guazzelli – No Brasil, participamos de comissões e grupos que trabalham nas políticas federais em relação à agroecologia. Ipê foi o primeiro município brasileiro a instituir que 40% dos alimentos da merenda escolar fossem oriundos da produção ecológica. Conseguimos muito em nível de estado, espacialmente com o apoio da ex-deputada Marisa Formolo, que também dinamizou a agroecologia dentro da Assembleia Legislativa.
CR - Qual a maior dificuldade para que se possa avançar mais na questão da produção e consumo?
Guazzelli - A maior dificuldade é mudar a forma de pensar. Não é a questão técnica. É na família, com quem se decide que há dificuldade. Outra coisa é o desequilíbrio nas verbas. Por exemplo, as grandes indústrias de venenos e adubos estão constantemente com propagandas, afirmando que sem seus produtos não dá para produzir. O extencionista, basicamente, e grande parte das cooperativas trabalham assim. São poucas as que atuam só com produtos ecológicos orgânicos. É um jogo de forças muito desequilibrado. Mesmo assim, tem havido mudanças significativas, porque a questão da saúde é um problema na área rural, o envenenamento e a intoxicação é realidade. Isso ajuda a abrir os olhos. Outra questão é a capacidade de retorno financeiro que dá tranquilidade a o produtor.
Redação Jornal Correio Riograndense
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Produção de fisális conquista cada vez mais espaço no país
A frutinha arredondada de sabor doce e levemente ácido tem ganhado mercado no Brasil. O nome científico é phisalis e popularmente, ela é conhecida como camapu, joá-de-capote, curuputi e muitos outros nomes, dependendo da região do país.
A fruta é rica em vitamina C. O agricultor Antonio Silva resolveu investir R$ 15 mil na plantação de 700 pés da fruta no município de Santa Teresa, noroeste do Espírito Santo. Ele é o único produtor da região, mas garante que fez bom negócio. “A fruta tem bom potencial de mercado, facilidade de cultivo e boa produtividade. Vários produtos podem ser beneficiados com ela”, garante.
Antonio vende o quilo de fisális por R$ 50. A produção do agricultor é de 400 quilos a cada quatro meses e além de poder ser consumida in natura, a fisális também pode ser utilizada para fazer sucos, sorvetes e até bolos.
Confira uma receita de bolo:
Ingredientes
3 ovos
3 colheres (sopa) manteiga
1 xícara (chá) açúcar
1 xícara (chá) suco de fisális
1 xícara (chá) geleia de fisális
2 xícaras (chá) farinha de trigo
1 colher (chá) fermento em pó
Modo de preparo
Coloque os ovos, a manteiga, o açúcar e o suco de fisális no liquidificador e bata por um minuto. Depois acrescente a farinha de trigo e bata mais um pouco. Acrescente a geleia e bata novamente. Por último, acrescente o fermento e bata por mais 30 segundos.
Pode ser assado em forma de confeiteiro ou de empada. Uma colher a mais da geleia deve decorar o bolinho.
Leve ao forno por 20 minutos na temperatura de 130 graus e está pronto. A massa fica saborosa, leve e o recheio garante um sabor delicioso. A receita serve 12 pessoas.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Encontro sobre pequenas frutas e frutas nativas do Mercosul, Pelotas/RS
A biodiversidade gaúcha tem um sabor especial quando o assunto são as
frutas. Mas mesmo com a oferta abundante, muitas vezes no quintal de
casa, algumas pessoas ainda não têm o hábito de consumir as frutas
típicas do nosso Estado. Na última semana, um encontro reuniu pessoas de
diferentes países para estimular a produção e o consumo de frutas
nativas. A troca de experiências envolveu possibilidades culinárias,
algumas propriedades importantes das frutas para a indústria e, claro, o
consumo in natura.
Reportagem: Francisco Lima
Edição: Francisco Lima
Imagens: Giorgio Guedin
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Lucro e sucesso em 1 hectare
sábado, 22 de agosto de 2015
Produção orgânica se viabiliza como garantia de soberania alimentar
Ainda modesta no país, atividade agrícola sem agrotóxicos cresce 35% ao ano e se viabiliza também modelo de negócio – solidário, sustentável e lucrativo.
18/08/2015
Por Eduardo Tavares
Vilmar Menegat não tem filhos. Mas se vê como "pai" de uma família numerosa de sementes nativas. São mais de 60 diferentes "filhotes" conservados com carinho em potes de vidro reciclados. Milho, feijão, trigo sarraceno, soja preta, chia são alguns dos nomes dessas crioulas – vistas pelo agricultor como sementes da preservação da biodiversidade do planeta. Vilmar, 42 anos, vive com os pais, descendentes de italianos, em um sítio de 50 hectares no interior de Ipê, município localizado na serra gaúcha, autointitulado "Capital Nacional da Agroecologia". A principal cooperativa da cidade, Eco Nativa, tem 67 produtores orgânicos associados que vendem diretamente em feiras de Porto Alegre e Caxias do Sul – o excedente vai para os supermercados. Ipê e a cidade vizinha Antônio Prado foram pioneiras da produção de alimentos orgânicos no Brasil. Toda semana levam quatro caminhões carregados às feiras de Porto Alegre. Normalmente retornam vazios.
Vilmar tem uma família de sementes nativas |
Esses produtores desafiam uma realidade assombrosa: o agronegócio brasileiro é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. A venda de agrotóxicos saltou de US$ 2 bilhões em 2002 para quase US$ 10 bilhões em 2012. O Brasil tem um quinto do mercado mundial, com a marca de 1 milhão de toneladas, equivalente a um consumo médio de 5,2 quilos de veneno agrícola por habitante. Seis empresas dominam o mercado no Brasil: Monsanto, Syngenta, Basf, Bayer CropScience, Dow AgroSciences e DuPont. As seis são também as maiores proprietárias de patentes de sementes transgênicas autorizadas no Brasil. A modificação, em grande parte, torna as plantas de soja, milho e algodão resistentes aos agrotóxicos, exigindo aplicações de doses maiores de veneno para controlar insetos e doenças.
O agricultor é obrigado a comprar o pacote semente/agrotóxico da mesma empresa e não pode ter suas próprias sementes. A legislação brasileira ainda permite a pulverização aérea e a venda de agrotóxicos já proibidos nos Estados Unidos e União Europeia, e oferece incentivos fiscais aos fabricantes. Um exemplo do que o controle do mercado por essas empresas é capaz: a Monsanto, repentinamente, quintuplicou o preço da semente resistente ao agrotóxico glifosato, produzido pela empresa. Agricultores gaúchos que sempre foram favoráveis à difusão da soja transgênica resistente ao glifosato se revoltaram e foram à Justiça contra o pagamento desses royalties.
"O fundamento do agronegócio é que essas seis grandes empresas, através de pequenas modificações genéticas inseridas nas plantas, estão obtendo direito de propriedade sobre aspectos fundamentais para a vida de todos. As plantas transformadas, agora com dono, estão substituindo as plantas naturais, cujas sementes deixam de estar disponíveis", resume o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, dirigente da Associação Brasileira de Agroecologia. "Já as sementes transgênicas estão ao alcance de todos que podem pagar por elas. Não é possível aos agricultores familiares, estabelecidos em regiões dominadas pelo agronegócio, optar pelo plantio do milho crioulo, porque os grãos de pólen do milho transgênico alcançam de forma inexorável as lavouras daqueles que insistem em trabalhar com a base genética comum, comprometendo diversidade, autonomia e segurança alimentar dos povos."
O modelo polui o solo, o ar, mananciais de água e lençol freático. Os agricultores padecem de intoxicação aguda, coceiras, dificuldades respiratórias, depressão, convulsões, entre outros males que podem levar à morte. E os consumidores – a maioria da população brasileira – podem ter intoxicação crônica, que demora vários anos para aparecer, resultando em infertilidade, impotência, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer. A Fundação Oswaldo Cruz calcula que cada dólar gasto com agrotóxicos em 2012 corresponda a U$ 1,26 gasto no Sistema Único de Saúde (SUS).
Solução
Município de Ipê (RS) é considerado um dos pioneiros na produção de orgânicos |
A alternativa para esse panorama é o fortalecimento da agricultura familiar e do cultivo sustentável. Apesar do aumentos dos investimentos do governo federal nos últimos anos na agricultura familiar, o lobby do agronegócio dificulta avanços mais significativos. A bancada ruralista no Congresso é numerosa (cerca de 170 deputados e 13 senadores), enquanto o universo de 12 milhões de pequenos agricultores conseguiu eleger apenas 12 deputados. O agronegócio produz, principalmente, biocombustível, commodities para exportação e ração para animal, enquanto a agricultura familiar responde por 70% da produção de alimentos. A orgânica ainda é pequena, movimentou R$ 1,5 bilhão em 2013, mas está em expansão de, em média, 35% ao ano desde 2011, favorecida pela regulamentação do setor com a Lei dos Orgânicos.
A produção se concentra nos agricultores familiares organizados em associações ou cooperativas. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também incentiva do cultivo de orgânicos nos assentamentos. A Cooperativa Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), na Grande Porto Alegre, reúne 30 famílias assentadas numa área de 600 hectares, desde 1995. Segundo o diretor Airton Rubenich, o empreendimento produz por mês 40 mil litros de leite, e por ano 268 toneladas de carne de suíno e 2 mil toneladas de arroz. "Tudo orgânico. A maior parte da produção é adquirida pelas prefeituras de São Paulo e Porto Alegre para a merenda escolar e pelo programa Fome Zero."
O agricultor Gilmar Bellé, formado em Economia, dirigente da Cooperativa Aecia e vereador no município de Antonio Prado, vai toda quarta-feira de caminhão a Porto Alegre, levando sua produção e a de outros cooperativados para vender na Feira Cultural da Biodiversidade. Ele é pioneiro na produção de orgânicos. Participou da criação da cooperativa em 1989, junto com outros jovens atuantes na Pastoral da Juventude Rural. A iniciativa é sucesso comercial. Produz 500 toneladas de hortifrutigranjeiros e mais 500 toneladas de alimentos processados nas suas agroindústrias. Além das feiras, vendem para redes de supermercados, como Zaffari e Pão de Açúcar. Negociam tudo o que produzem pelo preço que estabelecem.
As 23 famílias da cooperativa têm bom padrão de vida. A de José Tondello comprova. Seus filhos Jonas, de 23 anos, estudante de Processos Gerenciais, e Neiva, 20 anos, dizem, enquanto colhem moranguinhos, que nem pensam em sair do campo. A mesma opinião tem Maiara Marcon, de 24 anos, que largou o curso de Educação Física para ajudar seu pai na produção de mudas e desenvolver um projeto de ecoturismo no sítio em Ipê.
Biodinâmicos
Airton: produção inclui leite, carne suína e arroz | Crédito fotos: Eduardo Tavares/RBA |
Na Fazenda Capão Alto das Criúvas, no município Sentinela do Sul, a 100 quilômetros de Porto Alegre, o engenheiro agrônomo João Volkmann produz, desde 1989, arroz orgânico e biodinâmico. Em 182 hectares, João extrai 5 toneladas por hectare. O arroz Volkmann foi o primeiro a receber certificado de biodinâmico no Brasil; abastece o mercado interno e é exportado para os Estados Unidos, Alemanha, Bolívia e Uruguai. Desenvolvidos por Rudolf Steiner, criador da Antroposofia, os preparados biodinâmicos usados pelo produtor são elaborados a partir de cristais e plantas medicinais, constituindo uma fitoterapia para que as plantas cumpram melhor sua função e tenham mais potencial nutritivo. "No sistema de produção biodinâmico, a propriedade é vista como um organismo agrícola vivo e espiritual. Os objetivos são a cura da terra, o bem-estar dos agricultores, a produção de alimentos sadios para o consumidor e o desenvolvimento da espiritualidade."
Sua fazenda promove cursos e estágios gratuitos. Um dos alunos, João Kranz, é diretor da agroindústria da Cooperativa Ecocitrus, em Montenegro, a 55 quilômetros de Porto Alegre. É a maior produtora brasileira de suco, polpa e óleo essencial de laranja e tangerina e exporta quase tudo para a Alemanha. Das 75 famílias associadas, 12 produzem com preparados biodinâmicos que, segundo Kranz, aumentam a produtividade e propiciam excelente relação custo/benefício.
As redes de supermercados vendem cerca de 70% da produção de orgânicos no Brasil, mas os preços são maiores que os de produtos da agricultura convencional. A alternativa são as feiras livres, onde o produtor vende direto para o consumidor e cria outros vínculos. As feiras estão presentes em todas as capitais brasileiras. Porto Alegre tem sete por semana. A mais antiga é a Feira Ecológica da Redenção – funciona há 25 anos todos os sábados. Anselmo Kanaan, veterinário e coordenador da Feira da Biodiversidade do Menino Deus, constata que tem aumentado o número de consumidores com problemas de saúde que buscam novos hábitos alimentares. A feira tem 24 módulos, e todos têm certificação de produtores orgânicos.
Entre eles está Gilmar Bellé, de Antônio Prado, com um avental, carregando caixas de tomates. Na banca ao lado, Alexandre Baptista, o Ali, é o mais novo produtor, e está iniciando um projeto bem-sucedido e consolidado na Europa e Japão: o CSA (da sigla em ingles A Comunidade Financia o Agricultor). São 30 famílias que pagam mensalmente R$ 93 e recebem toda semana uma cesta com oito produtos diferentes. Dessa maneira é garantido o escoamento da sua produção. A advogada Fabiane Galli é uma das apoiadoras. "As crianças não adoecem e têm muita vitalidade", diz Fabiane, mãe de três crianças e há nove anos consumindo produtos orgânicos.
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
segunda-feira, 13 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Produção de rosas na zona urbana
Maio é conhecido pelo mês do dia das mães e mês das noivas. E flores sempre são bons presentes para as mulheres que são especiais em nossas vidas. E a nossa equipe foi até um local onde a produção de rosas, é a forma de renda da família Bicca.
Reportagem: Silvana Scaglioni
Imagens: Sérgio Tuninho
Edição: Silvana Scaglioni
terça-feira, 10 de março de 2015
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
Palmeira Real é uma alternativa tecnicamente viável e economicamente rentável
A agrissilvicultura com Palmeira Real é uma alternativa tecnicamente
viável e economicamente rentável, que auxilia na recuperação de áreas
degradadas e possibilita o desenvolvimento sustentável da cadeia
produtiva do palmito de qualidade.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
GUIA PRÁTICO de AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO
Esta obra foi financiada pela Cooperação Austríaca para o Desenvolvimento e baseia-se principalmente nas
experiências do IAPAR - Instituto Agronómico de Paraná, Londrina-Paraná-Brasil, e nos ensaios demonstrativos
no quadro dos projectos PROMEC, APROS, PACDIB (da Cooperação Austríaca) e PRODER (MINAG - GTZ).
realizados na Província de Sofala, Moçambique, nos anos 2002 até 2005,
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Propriedade Modelo Agricultura Familiar - Programa Rio Grande Rural
O casal Daniel e Cassiane são agricultores do município gaúcho de Boqueirão do Leão. Eles produziam fumo, e resolveram mudar. Aproveitaram as políticas públicas do município e dos governos estadual e federal. Hoje eles diversificaram a produção, e faturam até com o turismo rural. A propriedade é um modelo para a agricultura familiar.
Jornalista Tiago Bald
Boqueirão do Leão - RS
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Várias plantas nativas do Brasil podem ser usadas na culinária, como é o...
Valdely Kinupp, doutorando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ,
pesquisou os alimentos subutilizados ou subexplorados da
biodiversidade brasileira.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Pesquisadores estudam efeitos dos agrotóxicos nos agricultores - Program...
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. O veneno afeta a saúde de agricultores, consumidores e o meio ambiente. No ano passado, o Centro de Informações Toxicológicas do Estado atendeu 612 casos de contaminação. Uma realidade que preocupa. Para investigar a história e avaliar o grau de intoxicação dos agricultores no uso e manejo de agrotóxicos, estudantes dos cursos de Biomedicina e Educação Física da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), de Caxias do Sul, estão realizando um projeto pioneiro. O estudo envolve agricultores de 22 municípios da região. Iniciou no ano passado e será concluído nos próximos meses.
Jornalista Rejane Paludo
Cinegrafista Aldir Marins
Nova Bassano - RS
Jornalista Rejane Paludo
Cinegrafista Aldir Marins
Nova Bassano - RS
sábado, 16 de agosto de 2014
Frutas vermelhas, uma opção para os pequenos agricultores.
Bom dia! Existe um aumento do consumo destas frutas, provavelmente pela divulgação nos meios de comunicação das propriedades terapeuticas do mirtilo, da amora preta e da framboesa. Com exceção do mirtilo, para as demais conseguem-se mudas facilmente. Elas ocupam pouco espaço físico e produzem muito, desde que sejam adubadas. Quanto ao mirtilo, eu gostaria de ter algumas mudas, mas é difícil conseguir.
abraços
Alexandre Panerai
eng. agrônomo
Estudo: frutas vermelhas (berries) ajudam no combate à hipertensão
Um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition mostra que as antocianinas, encontradas nas frutas vermelhas (também conhecidas como “berries”, compostas por um grupo que engloba amoras vermelhas e pretas, framboesas, groselha, o morango e o mirtilo) podem reduzir a pressão arterial elevada. De acordo com a pesquisa, os indivíduos que consumiram pelo menos uma porção por semana de mirtilo (planta largamente cultivada em países do Hemisfério Norte, mas pouco conhecida no Brasil, chamado também de blueberries ou uva-do-monte) reduziram em 10% o risco de desenvolver hipertensão em comparação com aqueles que não comeram.
Muitos alimentos são conhecidos como nutracêuticos – alimentos ou parte dos alimentos que apresentam benefícios à saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças. Entre as substâncias que proporcionam essas alterações no organismo estão os flavonóides encontrados em diversas espécies vegetais e de alimentos derivados deles (frutas, chá, vinho, etc).
Os flavonóides encontrados nos alimentos são classificados em diversas subclasses, como as antocianinas. Os pigmentos antocianinas dão às frutas sua cor azul-violeta intensa. Quanto mais escura, maior o conteúdo de antocianina.
A hipertensão arterial (HTA) conhecida popularmente como pressão alta é uma das principais doenças cardiovasculares em todo o mundo. Quando não é tratada, é o principal fator de risco para derrames, doenças do coração, paralisação dos rins, lesões nas artérias, podendo também causar alterações na visão, etc. Cerca de um quarto da população adulta no mundo sofre de HTA – incluindo 10 milhões de pessoas no Reino Unido e um em cada três adultos nos EUA. A proporção de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial cresceu de 21,5%, em 2006, para 24,4%, em 2009. Os dados fazem parte de levantamento anual do Ministério da Saúde e foram divulgados em abril de 2010.
Os pesquisadores da Universidade de East Anglia (UEA) e Harvard acompanharam e estudaram por 14 anos 134.000 mulheres e 47.000 homens recrutados em dois programas de saúde pública nos EUA, o Nurses ‘Health Study e Health Professionals Follow-up Study. Nenhum dos participantes tinha hipertensão no início do estudo. Todos os voluntários responderam questionários detalhados sobre a saúde a cada dois anos, e sobre os hábitos alimentares a cada quatro anos.
Durante a pesquisa, 35.000 indivíduos desenvolveram hipertensão. O chá têm sido identificado como o alimento que fornece a maior quantidade de flavonóides, juntamente com a maçã, o suco de laranja, o mirtilo, o vinho tinto e o morango. Quando os pesquisadores analisaram a relação entre as subclasses individuais de flavonóides e a hipertensão, eles descobriram que os participantes que consumiam mais antocianinas (encontradas, principalmente, no murtilo e morango), reduziram em 8% a probabilidade de serem diagnosticados com hipertensão em relação aos que consumiram pouco.
O poder do mirtilo
O resultado foi ainda mais positivo para o consumo de mirtilo, em comparação com o morango. Os indivíduos que comiam pelo menos uma porção de blueberries por semana reduziram em 10% a probabilidade de se tornarem hipertensos.
“Nossos resultados são animadores e sugerem que a ingestão de antocianinas podem contribuir para a prevenção da hipertensão”, disse o autor Prof Aedin Cassidy, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Medicina da UEA.
*Estudo: Habitual intake of flavonoid subclasses and incident hypertension in adults’ by A Cassidy (UEA), E O’Reilly (Harvard), Colin Kay (UEA), L Sampson (Harvard), M Franz (Harvard), J Forman (Harvard), G Curhan (Harvard), and E Rimm (Harvard) will be published in the February 2011 edition of the American Journal of Clinical Nutrition.
O que é o Mirtilo?
O mirtilo é uma fruta pertence à família Ericaceae e é nativo de várias regiões da Europa e dos Estados Unidos. O fruto é uma baga de cor azul-escura, de formato achatado.
Sua aparência é semelhante ao araçá, porém com coloração azul e tamanho de um grão de uva. Apresenta em seu interior muitas sementes e tem sabor doce-ácido a ácido. Esta fruta ganhou destaque devido às suas muitas propriedades medicinais.
O mirtilo é conhecido como blueberry, em inglês, e arándano, em espanhol, incluído-se no grupo das pequenas frutas, junto com a amora, morango, framboesa e fisalis. É uma das frutas frescas mais ricas em antioxidantes já estudadas. Tem um conteúdo particularmente elevado de polifenóis tanto na casca quanto na polpa, os quais conferem funções de proteção sobre as paredes das células.
A área cultivada no Brasil é superior a 150 hectares, e a destinação à produção vai para exportação, e parte é absorvida no mercado interno. O Rio Grande do Sul é o Estado que mais se destaca na produção de mirtilo. A colheita ocorre de novembro a abril, sendo que as cultivares mais bem adaptadas são: Aliceblue, Bluebelle, Bluegen, Briteblue, Clímax, Delite, Powderblue, Woodhard, entre outras.
Os frutos podem ser consumidos in natura ou após processamento por congelamento, desidratação, enlatamento ou fabrico de geléias ou licores, sucos, sorvetes e doces em geral.
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) comprovaram que o mirtilo produzido no Brasil tem as mesmas características do blueberry – a versão original da fruta, cultivada nos Estados Unidos e na Europa – e possui a mesma quantidade de pigmentos antocianos. É este pigmento que age de maneira benéfica em nosso organismo: combate os radicais livres, é antiinflamatório, melhora a circulação e reduz o colesterol ruim. Outro benefício comprovado do mirtilo está ligado à saúde dos olhos.
Estudos científicos têm mostrado que o mirtilo previne doenças relacionadas à visão, como catarata e glaucoma, melhorando a capacidade de leitura e o foco da visão. Os antocianos presentes no mirtilo têm a capacidade de reverter ou evitar o problema, prolongando a capacidade visual, segundo o farmacêutico José Ângelo Zuanazzi, da UFRGS.
Fonte: Revista Brasileira de Fruticultura - www.scielo.br
terça-feira, 12 de agosto de 2014
A agricultura tem, de muito, sido a âncora econômica
Leitura e Critica
Eleições e o médio produtor rural
Ciro Antonio Rosolem
A agricultura tem, de muito, sido a âncora econômica
Apesar do aborrecimento pela propaganda eleitoral gratuita no rádio e TV, ela traz esperança: chance de trocar pessoas, pensamentos, objetivos, enfim, mudança de políticas públicas. A agricultura brasileira precisa disso. E a urgência vai muito além do problema de logística. A agricultura tem, de muito, sido a âncora econômica. Cresceu embalada por tecnologias, investimentos, por vezes com preços internacionais atrativos. Mas novos tempos se avizinham. Até agora, crises de preços baixos foram vencidas com aumentos na produtividade, mas este elástico está quase no limite. Não deve ser mais esperado crescimento significativo na produtividade.
Grosseiramente, pode se dividir os produtores rurais em três “tamanhos”. Os pequenos (enquadrados como familiares), os médios e os grandes. Os pequenos, bem ou mal, vêm sendo assistidos, muitas vezes subsidiados por programas governamentais. Não quero aqui discutir o uso de recursos públicos em assentamentos que, muitas vezes, se configuram como duvidosos. Os programas existem. Os grandes, por sua capacidade econômica e gerencial, mais sua escala de produção, têm conseguido produzir a custos muito competitivos. E os médios?
Os agricultores médios constituem vasta legião, responsáveis por significativa parte da produção. Vivem, trabalham, se divertem em sua cidade. Compram na revenda da esquina, nas lojas locais, contratam os profissionais do interior. Muito diferente das grandes empresas agrícolas. Assim, em função de sua escala de produção, seu produto é mais caro. Sua competitividade é menor no mercado. Por isso a agricultura de médio porte vem diminuindo de tamanho. Em algumas regiões, as cooperativas têm mantido o médio agricultor. Mas, onde estão os programas e as políticas públicas deste segmento?
Nota-se aumento no número de grandes grupos, inclusive com empresas de capital aberto, atuando na agricultura brasileira. Isso tem trazido competitividade. Enquanto os preços internacionais estiverem altos, há esperança para os médios agricultores, mas isso deve mudar. Então, o que será daqueles que estão sendo expulsos da atividade? É isso que queremos? De um lado grandes empresas agrícolas, muito eficientes e de outro o agricultor familiar muitas vezes subsidiado? No meio de um deserto? Qual a consequência para a economia da maioria dos municípios?
Eleições: tempo de discussão de ideias e de mudar políticas. Quem encampa a defesa do médio produtor rural?
Correio Riograndense 5406
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Em Clima de Copa do Mundo, Feira da Agricultura Familiar vai divulgar os produtos gaúchos no Centro de Porto Alegre
A partir desta quinta-feira(12) até o próximo dia 29, a Feira da Agricultura Familiar Sabor Gaúcho entra no ritmo da Copa do Mundo. A feira vai funcionar no armazém B1 do Cais Mauá, no Centro de Porto Alegre. A ideia da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, criadora do evento, é atrair os turistas e a população em geral para conhecer os produtos da agricultura familiar do Rio Grande do Sul. Duas televisões serão instaladas no local para que o público também possa torcer durante os jogos. Aproximadamente 120 empreendimentos familiares comercializarão seus produtos durante a Feira em 45 estandes que serão utilizados de forma rotativa. Dois tradutores auxiliarão os turistas presentes na feira, sendo um de língua inglesa e outro de língua alemã.
A Trensurb vai auxiliar na divulgação com a colocação de cartazes nos 22 pontos de acesso de usuários da linha, e mais um na estação Aeromóvel do Aeroporto Salgado Filho. Também em parceria com a Feira Sabor Gaúcho, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas organizará, no mesmo pavilhão, o Paradouro Gaúcho, para a comercialização de empreendimentos vinculados ao grupo. Uma loja de roupas e outra de artesanato rural, além de um Chimarródromo, preencherão o espaço.
Na mesma linha, o Quiosque Brasil Orgânico e Sustentável será instalado na área externa do Cais, no formato de container, e neste espaço estarão presentes seis cooperativas representantes da agricultura familiar de várias regiões do Brasil e dos seis biomas brasileiros.
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