Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com whast 51 3407-4813
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
Solos saudáveis geram autonomia, resiliência e produtividade no longo prazo
Todos querem solos saudáveis, mas poucos se preocupam com o que degrada o solo.
A verdadeira causa da degradação é a forma como temos tratado o solo.
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Um solo vivo e saudável é necessário para que as plantas e as pessoas sejam
saudáveis. Na agricultura industrial, o solo é considerado um mero substrato ao
qual fertilizantes, corretivos e sementes de organismos geneticamente modificados
(transgênicos) são adicionados. Essa agricultura não é apropriada aos agricultores
familiares. Ao contrário, na agroecologia, o manejo que garanta a vida do solo é
muito importante e isto exige cuidados para além do aporte de fertilizantes e
corretivos.
Todos querem solos saudáveis, mas poucos se preocupam com o que degrada o solo.
Todos querem solos saudáveis, mas poucos se preocupam com o que degrada o solo.
A verdadeira causa da degradação é a forma como temos tratado o solo.Devemos
entender que o solo tem de ser mantido vivo, para isto precisamos entender que a
vida do solo precisa do mesmoque um ser humano: uma casa (uma boa estrutura
do solo, para que os organismos possam viver lá), com uma boa cobertura
(a cobertura do solo), um ambiente limpo (sem o uso de agrotóxicos), água (mas
não muita), ar e alimentos. Os organismos, como nós, se alimentam de matéria
orgânica. A matéria orgânica é também responsável pela cobertura do solo e em
grande parte pela estrutura do solo. A estrutura, os torrões do solo, é responsável
pela infiltração de água e aeração do solo.
O preparo excessivo do solo e o emprego de maquinário pesadodestroem a
O preparo excessivo do solo e o emprego de maquinário pesadodestroem a
estrutura do solo, destroem a casa dos organismos do solo. Com boa qualidade do
solo e matéria orgânica suficiente, você pode diminuir ou abolir o uso de
fertilizantes químicos. E, mesmo se fertilizantes químicos são utilizados,
mesmo assim a matéria orgânica é necessária para alimentar o solo. Fertilizantes
químicos alimentam as plantas e não os solos. Se alimentarmos o solo, podemos
alimentar o mundo.
Para garantir um solo saudável, os agricultores precisam trabalhar com a
Para garantir um solo saudável, os agricultores precisam trabalhar com a
biodiversidade, não há outro caminho. Em um solo saudável, com vida, os
organismos exercem várias funções. Alguns deles fixam nitrogênio, outros
decompõem os materiais orgânicos, alguns aeram o solo e assim por diante.
Há um grupo de fungos do solo, denominado micorrizas. Este grupo de organismo
é muito importante para a dinâmica do fósforo, um nutriente importante para as
plantas, no solo. O fósforo é um elemento escasso na terra. Alguns autores
apontam que em 30 anos poderemos ter escassez deste elemento para a fabricação
de adubo. Eu chamo as micorrizas de Facebook do solo. Elas detêm informações
sobre o solo e estão constantemente envolvidas em trocas com as raízes das plantas
e ajudam as plantas a utilizarem melhor o fósforo presente no solo. Precisamos
cuidar dessas redes de organismos do solo, precisamos trata-los como parceiros
de uma agricultura limpa, sem veneno, com pouca ou nenhuma aração. Portanto,
temos de cuidar não só de nossas redes acima do solo, mas das redes do solo.
Solo com vida, com boa qualidade, dá autonomia aos agricultores, além de
Solo com vida, com boa qualidade, dá autonomia aos agricultores, além de
resiliência e produtividade no longo prazo. É por isso que o solo saudável é
importante para os agricultores familiares. Mas as famílias agricultoras também
são importantes para os solos, porque a formação e a manutenção de solos
saudáveis exigem dedicação e trabalho – exatamente o que os agricultores
familiares fazem.
Interessante observar que poucos agricultores utilizam a palavra solo, eles utilizam a palavraterra. Solo é um termo mais científico, enquanto terra implica em uma abordagem mais integradora, articulada a debates políticos e sociais em torno de questões como acesso, propriedade e controle. A luta por reforma agrária se dá em torno da questão da concentração da terra e não do solo! Muitos agricultores de todo o mundo dizema terra tem que funcionar; e eles sabem que têm de fazê-la funcionar. Para isto é preciso ter um solo vivo. Como eles trabalham com a natureza o tempo todo, eles sabem a diferença entre um solo vivo e um solo degradado. Eles percebem que uma planta que cresce em um solo saudável é mais saudável. Os agricultores familiares vivem da terra, mas também vivem na terra. Seus filhos herdarão o solo com a qualidade que elesdeixarem. O solo é quase parte da família. E você pode ouvir agricultores em todo o mundo dizendo que a terra é nossa mãe. Outroaspecto importante sobre a agricultura familiar é o papeldesempenhado pelas mulheres. As agricultoras familiares tendem a ter uma conexão mais forte com a terra, assim comosão mais conscientes sobre a importância da soberania e segurança alimentar do que os homens.
Um exemplo interessante de como melhorar a qualidade do solo pode ser dado. Em 1993, o Centro de Tecnologias Alternativas (CTA), uma ONG que atua na promoção da Agroecologia na Zona da Mata de Minas Gerais, em parceria com o sindicato da agricultura familiar de Araponga (MG) e com a alguns professores e estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV) usaram métodos de diagnóstico rural participativo para identificar os principais problemas e necessidades relacionadas à agricultura do município. Os/as agricultores/as foram claros ao apontar que o maior problema estava ligado à perda de qualidade do solo, eles disseram que a terra estava enfraquecida. Para fortalecer a terra organizamos umacomissão chamadaTerra Forte, composta por técnicos e agricultores. Os agricultores apresentaram algumas soluções que incluiu o uso de adubação verde, a roçagem (e não capina) da vegetação espontânea (denominado por muitos de erva “daninhas”). A equipe técnica,por sua vez, propôsa implantação de sistemas agroflorestais (que consistem no consórcio de árvores com a cultura principal). E funcionou. Todas as técnicas utilizadas priorizaram o uso de recursos locais e a biodiversidade para recuperar a qualidade do solo.
Nos sistemas agroflorestais com café por exemplo, muitas espécies de árvores nativas foram utilizadas. As raízes das árvores exploram o solo em profundidades diferentes das raízes do café, promovendo a ciclagem de nutrientes, a partir das folhas que caem, estas também promovem a cobertura do solo. Muitas árvores são leguminosas e fixam nitrogênio, um nutriente importante para as plantas. As árvores também atraem inimigos naturais das potenciais pragas do café e polinizadores que contribuem para a produção do café. Ou seja, a biodiversidade presta inúmeros serviços (ou melhor dizendo bondades) à agricultura, entretanto, preferimos, inúmeras vezes, realizar parcerias com as empresas produtoras de insumos e não com a natureza. Daí, já sabemos, em um caso e outro, quem sai ganhando.
Contribuiu para o sucesso do CTA e parceiros o uso de métodos participativos. Estes permitiram a discussãodos problemas e o planejamento das ações em conjunto com as famílias agricultoras. O que também ajudou foi trabalhar com as ideias vindas das próprias famílias agricultoras. A única nova prática que propusemos foi a dos sistemasagroflorestais, o resto os agricultores já sabiam, ou pelo menos alguns deles se lembravamde como o trabalho era realizado no passado.Os serviços de extensão e universidades costumam dizer aos agricultores o que fazer e normalmente os recomendam a utilizar as denominadas técnicas“modernas”. A participação dos agricultores é importante. Eles compartilham seus conhecimentosvaliosos no manejo sustentável das terras. Estes conhecimentos foram construídos através de gerações e foram desprezados pela chamada “modernização” que priorizou o conhecimento dos técnicos.
O enfraquecimento das terras apontados pelos agricultores durante o diagnóstico foi consequência do usodurante anos de insumos químicos como fertilizantes e agrotóxicos, sem o cuidado com a vida do solo. O uso de insumos químicos faz parte dos pacotes tecnológicos da chamada “modernização da agricultura”, mais conhecido como “revolução verde”, mas que de verde não tem nada. Este pacote foi introduzidono Brasil durante o período da ditadura militar, entre 1964 e 1984. O governo militar apoiou a adoção dessas tecnologias com a criação de novas políticas, mudando currículos universitários, reorganizando os serviços de pesquisa e extensão. O pacote da Revolução Verdeincluiu o uso de agrotóxicos, de fertilizantes, a moto-mecanização, a irrigação e as sementes híbridas e, mais recentementeorganismos geneticamente modificados (OGMs). Tudo isso serviu de apoio à produção em monoculturas incentivadas pelos bancos que ofereceram aos agricultores crédito a juros baixos para investir nessas tecnologias.
Para incentivar a monocultura, muitos agrônomos argumentavam que se osagricultores trocassem a produção diversificada de culturas alimentares pela monocultura eles iriampotencializar o trabalho, ganhar mais dinheiro e com este dinheiro poderiam comprar a suacomida. Mas a produção de apenas uma cultura torna os agricultores totalmente dependentes do mercado. No caso do café, o preço oscila muito no mercado internacional de commodities. Com a queda do preço, os agricultores quase sempre optam por pagar suas dívidas e não por comprar alimentos. Além disto, o alimento adquirido no mercado é de qualidade muitas vezes duvidosa. Isto, dentre outros aspectos faz com que o uso de monocultura sejacontrárioà segurança e soberania alimentar das famílias agricultoras.
Alguns agricultores, no entanto, resistiramao pacote da revolução verde e continuaram,pelo menos em parte de suas terras,a cultivar à sua maneira. Isso se tornou uma forma de resistência cultural, porque envolvia o modo de vida das pessoas e expressava o respeito pelos esforços e investimentos de seus pais e avós. Esses agricultores mantiveram vivo o conhecimento tradicional sobre a saúde do solo, e isso depois alimentou uma nova forma de pensar. Com a redemocratização do Brasil, buscamos as melhores práticas e nos voltamos a esses agricultores, junto com os sindicatos da agricultura familiar, as comunidades eclesiais de bases (organizações ligadas as igrejas progressistas) e outros grupos, e vimos o início do movimento de Agroecologia no Brasil, no início denominado agricultura alternativa.
A agroecologia é entendida por nós enquanto ciências, movimento e prática. Enquanto ciências, a agroecologia estuda os sistemas agroalimentares, objetivando em especial a produção de alimentos saudáveis. A agroecologia envolve da produção de alimentos à mesa, por isto a agroecologia interessa a toda a sociedade. Para a produção de alimentos de qualidade é preciso ter solos de qualidade e este depende da biodiversidade. A biodiversidade por sua vez depende de solos de qualidade. O solo faz parte também do ciclo hidrológico. O solo é a caixa de água, não adianta cuidar das nascentes (funcionam como torneiras) e córregos e rios se não cuidamos do solo, onde a água infiltra e abastece os lençóis freáticos e as nascentes. Os usos e manejos do solo, da água e da biodiversidade dependem do conhecimento, das crenças e valores das famílias agricultoras e da sociedade como um todo, por isto dizemos que a agroecologia preza pela nossa relação com a natureza mediada pela nossa cultura.
O movimento da agroecologia cresceu e em 2012 a partir de uma reivindicação da Marcha das Margaridas, movimento das mulheres agricultoras, a nossa Presidenta Dilma lançou a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. A partir do lançamento a sociedade civil em parceria com o governo federal formulou o I e o II Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Esta foi uma iniciativa inovadora e que serviu de exemplo para o mundo e com a Política e os Planos estávamos avançando na construção da agroecologia. Por isto, dentre outras coisas, estamos ansiosos e trabalhando pela volta de nossa Presidenta, pois em ela nossos frutos não vingarão!
*Irene Cardoso é presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e professora de solos na Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Interessante observar que poucos agricultores utilizam a palavra solo, eles utilizam a palavraterra. Solo é um termo mais científico, enquanto terra implica em uma abordagem mais integradora, articulada a debates políticos e sociais em torno de questões como acesso, propriedade e controle. A luta por reforma agrária se dá em torno da questão da concentração da terra e não do solo! Muitos agricultores de todo o mundo dizema terra tem que funcionar; e eles sabem que têm de fazê-la funcionar. Para isto é preciso ter um solo vivo. Como eles trabalham com a natureza o tempo todo, eles sabem a diferença entre um solo vivo e um solo degradado. Eles percebem que uma planta que cresce em um solo saudável é mais saudável. Os agricultores familiares vivem da terra, mas também vivem na terra. Seus filhos herdarão o solo com a qualidade que elesdeixarem. O solo é quase parte da família. E você pode ouvir agricultores em todo o mundo dizendo que a terra é nossa mãe. Outroaspecto importante sobre a agricultura familiar é o papeldesempenhado pelas mulheres. As agricultoras familiares tendem a ter uma conexão mais forte com a terra, assim comosão mais conscientes sobre a importância da soberania e segurança alimentar do que os homens.
Um exemplo interessante de como melhorar a qualidade do solo pode ser dado. Em 1993, o Centro de Tecnologias Alternativas (CTA), uma ONG que atua na promoção da Agroecologia na Zona da Mata de Minas Gerais, em parceria com o sindicato da agricultura familiar de Araponga (MG) e com a alguns professores e estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV) usaram métodos de diagnóstico rural participativo para identificar os principais problemas e necessidades relacionadas à agricultura do município. Os/as agricultores/as foram claros ao apontar que o maior problema estava ligado à perda de qualidade do solo, eles disseram que a terra estava enfraquecida. Para fortalecer a terra organizamos umacomissão chamadaTerra Forte, composta por técnicos e agricultores. Os agricultores apresentaram algumas soluções que incluiu o uso de adubação verde, a roçagem (e não capina) da vegetação espontânea (denominado por muitos de erva “daninhas”). A equipe técnica,por sua vez, propôsa implantação de sistemas agroflorestais (que consistem no consórcio de árvores com a cultura principal). E funcionou. Todas as técnicas utilizadas priorizaram o uso de recursos locais e a biodiversidade para recuperar a qualidade do solo.
Nos sistemas agroflorestais com café por exemplo, muitas espécies de árvores nativas foram utilizadas. As raízes das árvores exploram o solo em profundidades diferentes das raízes do café, promovendo a ciclagem de nutrientes, a partir das folhas que caem, estas também promovem a cobertura do solo. Muitas árvores são leguminosas e fixam nitrogênio, um nutriente importante para as plantas. As árvores também atraem inimigos naturais das potenciais pragas do café e polinizadores que contribuem para a produção do café. Ou seja, a biodiversidade presta inúmeros serviços (ou melhor dizendo bondades) à agricultura, entretanto, preferimos, inúmeras vezes, realizar parcerias com as empresas produtoras de insumos e não com a natureza. Daí, já sabemos, em um caso e outro, quem sai ganhando.
Contribuiu para o sucesso do CTA e parceiros o uso de métodos participativos. Estes permitiram a discussãodos problemas e o planejamento das ações em conjunto com as famílias agricultoras. O que também ajudou foi trabalhar com as ideias vindas das próprias famílias agricultoras. A única nova prática que propusemos foi a dos sistemasagroflorestais, o resto os agricultores já sabiam, ou pelo menos alguns deles se lembravamde como o trabalho era realizado no passado.Os serviços de extensão e universidades costumam dizer aos agricultores o que fazer e normalmente os recomendam a utilizar as denominadas técnicas“modernas”. A participação dos agricultores é importante. Eles compartilham seus conhecimentosvaliosos no manejo sustentável das terras. Estes conhecimentos foram construídos através de gerações e foram desprezados pela chamada “modernização” que priorizou o conhecimento dos técnicos.
O enfraquecimento das terras apontados pelos agricultores durante o diagnóstico foi consequência do usodurante anos de insumos químicos como fertilizantes e agrotóxicos, sem o cuidado com a vida do solo. O uso de insumos químicos faz parte dos pacotes tecnológicos da chamada “modernização da agricultura”, mais conhecido como “revolução verde”, mas que de verde não tem nada. Este pacote foi introduzidono Brasil durante o período da ditadura militar, entre 1964 e 1984. O governo militar apoiou a adoção dessas tecnologias com a criação de novas políticas, mudando currículos universitários, reorganizando os serviços de pesquisa e extensão. O pacote da Revolução Verdeincluiu o uso de agrotóxicos, de fertilizantes, a moto-mecanização, a irrigação e as sementes híbridas e, mais recentementeorganismos geneticamente modificados (OGMs). Tudo isso serviu de apoio à produção em monoculturas incentivadas pelos bancos que ofereceram aos agricultores crédito a juros baixos para investir nessas tecnologias.
Para incentivar a monocultura, muitos agrônomos argumentavam que se osagricultores trocassem a produção diversificada de culturas alimentares pela monocultura eles iriampotencializar o trabalho, ganhar mais dinheiro e com este dinheiro poderiam comprar a suacomida. Mas a produção de apenas uma cultura torna os agricultores totalmente dependentes do mercado. No caso do café, o preço oscila muito no mercado internacional de commodities. Com a queda do preço, os agricultores quase sempre optam por pagar suas dívidas e não por comprar alimentos. Além disto, o alimento adquirido no mercado é de qualidade muitas vezes duvidosa. Isto, dentre outros aspectos faz com que o uso de monocultura sejacontrárioà segurança e soberania alimentar das famílias agricultoras.
Alguns agricultores, no entanto, resistiramao pacote da revolução verde e continuaram,pelo menos em parte de suas terras,a cultivar à sua maneira. Isso se tornou uma forma de resistência cultural, porque envolvia o modo de vida das pessoas e expressava o respeito pelos esforços e investimentos de seus pais e avós. Esses agricultores mantiveram vivo o conhecimento tradicional sobre a saúde do solo, e isso depois alimentou uma nova forma de pensar. Com a redemocratização do Brasil, buscamos as melhores práticas e nos voltamos a esses agricultores, junto com os sindicatos da agricultura familiar, as comunidades eclesiais de bases (organizações ligadas as igrejas progressistas) e outros grupos, e vimos o início do movimento de Agroecologia no Brasil, no início denominado agricultura alternativa.
A agroecologia é entendida por nós enquanto ciências, movimento e prática. Enquanto ciências, a agroecologia estuda os sistemas agroalimentares, objetivando em especial a produção de alimentos saudáveis. A agroecologia envolve da produção de alimentos à mesa, por isto a agroecologia interessa a toda a sociedade. Para a produção de alimentos de qualidade é preciso ter solos de qualidade e este depende da biodiversidade. A biodiversidade por sua vez depende de solos de qualidade. O solo faz parte também do ciclo hidrológico. O solo é a caixa de água, não adianta cuidar das nascentes (funcionam como torneiras) e córregos e rios se não cuidamos do solo, onde a água infiltra e abastece os lençóis freáticos e as nascentes. Os usos e manejos do solo, da água e da biodiversidade dependem do conhecimento, das crenças e valores das famílias agricultoras e da sociedade como um todo, por isto dizemos que a agroecologia preza pela nossa relação com a natureza mediada pela nossa cultura.
O movimento da agroecologia cresceu e em 2012 a partir de uma reivindicação da Marcha das Margaridas, movimento das mulheres agricultoras, a nossa Presidenta Dilma lançou a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. A partir do lançamento a sociedade civil em parceria com o governo federal formulou o I e o II Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Esta foi uma iniciativa inovadora e que serviu de exemplo para o mundo e com a Política e os Planos estávamos avançando na construção da agroecologia. Por isto, dentre outras coisas, estamos ansiosos e trabalhando pela volta de nossa Presidenta, pois em ela nossos frutos não vingarão!
*Irene Cardoso é presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e professora de solos na Universidade Federal de Viçosa (UFV).
sábado, 10 de dezembro de 2016
Personagens de São Paulo - Plantador de Árvores - TV Gazeta
A série "Personagens de São Paulo" acompanha a vida de pessoas que procuram atuar como agentes de mudança no dia-a-dia da cidade e dos paulistanos. Nesta edição, saiba como um administrador reabilitou uma área degradada na zona leste de São Paulo.
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Como transformar lixo orgânico em adubo
Minhocas californianas e minhocários tipo caixa, fale conosco:
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
Cidade mais verde, Inventário de arborização indica avanços e pede cuidados
Araucária: espécie nativa da reigão Sul está em risco de extinção,
aponta estudo
Foto: CR
Foto: CR
"O Inventário nos orgulha”, disse o vice-prefeito, Antonio Feldmann na apresentação do Inventário Municipal de Arborização Urbana, realizado na terça 22. Elaborado pela empresa Legalize Assessoria Ambiental, o levantamento inédito demandou um investimento na ordem de R$ 600 mil. Ele integra o Plano Municipal da Mata Atlântica (PMMA), que visa desenvolver ações de preservação do bioma.
Dividido em duas linhas de ação, o censo arbóreo analisou as áreas verdes e as vias e canteiros públicos do município. Considerado um instrumento fundamental para a gestão ambiental, deve provocar uma mudança a ser sentida num prazo de 20 anos.
Em relação às áreas verdes, foram realizados laudos de cobertura vegetal de 589 áreas verdes. Dessas, 45 são consideradas prioritárias para a conservação da Mata Atlântica. O que chama atenção, positivamente, em Caxias, é que o Índice de Área Verde (IAV) é de 14,22m²/habitante. Um recorde, se remetido à média nacional e do mínimo indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 12m² por pessoa.
Já nas vias e canteiros públicos, o estudo visa fundamentar o plano de trabalho da equipe de Parques, Praças e Jardins (PPJ), da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma). O levantamento permite conhecer a espécie, seu porte, bem como seu estado fitossanitário e os “conflitos com equipamentos públicos”.
Responsável técnica do projeto, a bióloga Vanise Sebben, comenta os resultados levantados. “O Plano da Mata Atlântica está pronto para a fase de implementação. As ações sairão do papel e irão para a prática, de forma planejada, já que temos agora as informações que eram indispensáveis para realizarmos um trabalho técnico responsável”.
Corticeira-da-Serra – Erythrina falcata |
O mapeamento apontou a presença de 463.982 árvores em áreas verdes, num total de 593ha de extensão urbana florestada. Em 147 desses locais, no entanto, 51% das espécies encontradas são exóticas.
De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Adivandro Rech, o Inventário servirá para a criação do Plano de Arborização Urbana. “De posse destas informações, que são cruciais para o gestor ser capaz de planejar e de direcionar esforços, tenho certeza que ações mais efetivas na melhoria dos serviços ambientais de nossa cidade serão possíveis. Além, também, de ser um passo a mais na transparência de dados, já que qualquer cidadão pode acessar informações”, aponta.
Com relação às vias públicas e canteiros urbanos, foram inventariadas 64.122 plantas. Dessas, 35.713 são exóticas e a mais comum dentre elas é o Ligustrum lucidum, popular ligustro, com 5.626 unidades. Outras 25.888 são nativas do RS. Foram listados 3.988 espécimes de pitangueira, cujo nome científico é Eugenia uniflora.
A contagem deflagrou, ainda, que 55.829 desses indivíduos arbóreos das vias públicas apresentam algum tipo de conflito com equipamento público. A maior parte, 9.351 plantas têm contato com a fiação elétrica.
Já reparou a diversidade de árvores que existe na rua? O estudo mostra um dado preocupante: a biodiversidade das espécies arbóreas é baixa. Numa escala de zero a 1, no Coeficiente de Mistura de Jentsch QM, Caxias chega aos 0,006. Com o mapeamento pronto, as equipes da Semma irão iniciar um trabalho minucioso para aumentar a biodiversidade e cuidar da arborização já existente.
“A gente sempre diz que Caxias se caracteriza pela sua identidade étnica e cultural e agora também ambiental. Devemos ampliar o horizonte para que as pessoas tenham acesso a isso. Pode ser como fonte de pesquisa, de ações, de atividade da rede de ensino da cidade. A comunidade deve ter acesso para que possa aprimorar este estudo”, concluiu Feldmann.
Apontamentos do Inventário
Áreas verdes: 589, sendo 45 prioritárias – 593 hectares
Indivíduos arbóreos: 463.982 – 647 espécies (498 nativas, 151 exóticas e 18 ameaçadas de extinção)
Índice de arborização: 14,22m²/hab
Árvores em canteiros ou vias públicas: 64.122
Nativas: 25.888 – a mais comum é a pitangueira
Exóticas: 35.713 – a mais comum é o ligustro
55.829 árvores em conflito
Passeio: 30.306
Fiação: 9.351
Pista: 3.725
Prox. esquina: 3.100
Com outra árvore: 2.654
Edificação: 2.293
Prox. boca de lobo/hidrante: 1.881
Rede elétrica ou iluminação: 1.660
Placas de sinalização: 769
Semáforo: 52
Em risco de extinção
Xaxim – Dicksonia sellowiana
Araucária – Araucaria angustifolia
Figueira – Ficus cestrifolia
Cabreúva – Myrocarpus frondosus
Corticeira-da-Serra – Erythrina falcata
Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Redação Jornal Correio Riograndense
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Piquenique Rural vai unir lazer e gastronomia na zona Sul de Porto Alegre
05/12/2016
Foto: Laís Webber/Inverno Studio/Divulgação PMPA
Primeiras quatro propriedades são todas no bairro Lami
Primeiras quatro propriedades são todas no bairro Lami
Piquenique Rural é a nova atração que empreendedores da
rota turística Caminhos Rurais passam a oferecer a partir deste mês, em
um programa destinado a unir momentos de lazer em meio à natureza com a
gastronomia local. Os piqueniques terão edições mensais, em que
pequenas propriedades da zona Sul da Capital, com características
nativas e produtivas diversificadas, servirão aos visitantes cestas de
piquenique com especiarias cultivadas e produzidas nos próprios sítios.
O primeiro Piquenique Rural será no próximo sábado, 17, oferecido
pelo Sítio Reencontro, a partir das 18h. A programação, organizada pela
Associação Porto Alegre Rural, vai até maio do ano que vem, envolvendo
quatro pequenas propriedades, todas do bairro Lami, de forte vocação
agroecológica. A oferta de opções em turismo rural na Capital conta com o
apoio da Secretaria Municipal de Turismo (SMTur).
Em cada edição, os visitantes receberão uma cesta, que serve duas
pessoas, composta por suco, água aromatizada, sanduíche, bolo, frutas da
estação, pão, pasta salgada, geleia, entre outras delícias, todas
produzidas nas propriedades. Uma das premissas para os empreendedores
rurais participarem da atração é que, no mínimo, 70% dos produtos
oferecidos no kit sejam orgânicos.
Cada propriedade rural oferecerá uma quantidade limitada de cestas,
conforme a sua capacidade. O custo será de R$ 50 por cesta. A reserva
deverá ser feita antecipadamente e diretamente com a propriedade. Mais
informações podem ser obtidas pelo e-mail caminhosrurais@gmail.com.
Confira o calendário:
17/12/2016 – Sítio Reencontro, às 18h. Telefone (51) 98 541- 0373
19/02/2017 – Sítio Reencontro, às 13h. Telefone (51) 98 541- 0373
23/03/2017 – Sítio Capororoca, às 13h. Telefone (51) 99 548- 4007
21/04/2017 – Pousada Rural Haras Cambará, às 13h. Telefone (51) 98 106 – 2676
21/05/2017 – Granja Lia, às 13h. Telefone (51) 99 997 – 8530.
Fícus atacados por praga em BH continuam a se degradar e já representam ameaça
Fonte: jornal estado de Minas
Depois do surto da praga, a prefeitura quer revitalizar as vias, eliminando os troncos das árvores mortas. Mas o Movimento Fica Fícus propõe que eles se transformem em galeria a céu aberto, como esculturas
postado em 08/06/2016 06:00 / atualizado em 08/06/2016 10:41
As folhas insistem em brotar em alguns galhos retorcidos do corredor de árvores, outrora frondosas, das avenidas Bernardo Monteiro, na Região Hospitalar, e Barbacena, no Barro Preto, Centro-Sul de Belo Horizonte, dando a ideia, a quem passa por ali, de uma vida que resiste em se esvair. Quase quatro anos depois da identificação dos primeiros focos da mosca branca do fícus (Singhiella sp.), o futuro das árvores aniquiladas pela praga continua sem definição, à espera de um edital de revitalização prometido pela primeira vez para março de 2014, promessa reiterada para 2016. Enquanto isso, nos últimos dois anos aumentou em 10% o número de galhos mortos. Passaram de 29 para 39, de um total de 101 inicialmente existente nos três pontos críticos da capital, que incluem ainda a praça da Igreja da Boa Viagem.
Os primeiros sinais da mosca-branca- do-fícus foram detectados nas árvores de BH em julho de 2012. A praga causa ressecamentos de galhos e ramos, além de comprometimento severo dos estados fitossanitário e vegetativo das árvores atacadas, pois suga a seiva e retira nutrientes das plantas, injetando toxinas que provocam desfolhamento intenso. Como relata a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a princípio a árvore rebrota, tentando uma reação, mas, com o tempo, acaba por se exaurir. É quando os ramos secam e a planta morre.
De acordo com a secretaria, dos 51 fícus da Bernardo Monteiro, 20 já estão mortos. Na Avenida Barbacena, são 17 de um total de 44 e, dos seis da praça da Boa Viagem, dois estão condenados. No fim de 2013, esses números eram, respectivamente, 17, 11 e um. No documento que prevê as diretrizes de revitalização, a secretaria afirma que, embora continue com o acompanhamento constante da situação das árvores, o controle do inseto foi suspenso, já que não têm sido mais verificado surtos populacionais. O texto admite que não se pode assegurar, no entanto, que os troncos voltarão “ao seu pleno desenvolvimento vegetativo, especialmente porque algumas já se encontram totalmente secas e várias se encontram em rápido declínio de estado fitossanitário”.
A secretaria admite que as árvores continuam em processo de degradação e têm, hoje, estado fitossanitário considerado bastante ruim. Acrescenta que elas continuam a ser rotineiramente monitoradas, para verificar o surgimento de novos galhos secos que tenham risco de queda e para determinar novas estratégias a serem usadas. Documento da pasta relata comprometimento de troncos, que passaram a apresentar trincas verticais, requerendo intervenções severas para eliminar riscos de queda. Por isso, a prefeitura considera que há impasse para uso público dessas vias, com prejuízos inclusive paisagísticos. Nos próximos dias, a expectativa é concluir a retirada de galhos secos das três áreas afetadas.
Praga desafia a administração pública e ameaça as árvores na capital.entenda a praga em http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/06/08/interna_gerais,770430/ficus-atacados-por-praga-em-bh-continua-a-se-degradar.shtml
Mosca branca
domingo, 4 de dezembro de 2016
Avaliação de Riscos em Árvores - Ênfase na análise visual com Mark Duntemann
Mark Duntemann - Engenheiro Florestal,Consultor e Perito em Riscos em Arborização Urbana, Natural Path
Urban Forestry Consultants, USA.
Excelente mini curso ministrado pelo Mark, no XX CBAU em BH, com dicas e procedimentos para avaliação de árvores. Teoria e prática ajustadas, proporcionando um crescimento profissional.
Abaixo um folder para leitura.
alexandre panerai
Excelente mini curso ministrado pelo Mark, no XX CBAU em BH, com dicas e procedimentos para avaliação de árvores. Teoria e prática ajustadas, proporcionando um crescimento profissional.
Abaixo um folder para leitura.
alexandre panerai
Ora-pro-nobis: uma santa erva
Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata) é uma cactácea, um cacto-trepadeira com ramos repletos de espinhos e folhas suculentas e comestíveis, cuja forma lembra a ponta de uma lança.
Seu consumo é muito disseminado em Minas Gerais, principalmente nas antigas regiões mineradoras e cidades históricas, onde a combinação mais conhecida é o frango com ora-pro-nobis. A tradição mineira diz que essa planta era colhida às escondidas, nos fundos de uma igreja, enquanto o padre rezava a ladainha do orapronobis, do latim "rogai por nós", o que explica seu nome popular.
Conhecido como “carne de pobre”, as folhas do ora-pro-nobis desidratadas contêm 25,4% de proteína (das quais 85% acham-se em forma digerível). É um valor muito alto, mesmo se comparando com vegetais mais famosos, como o espinafre, que tem um teor de 2,2% de proteínas. Além disso, possui vitaminas A, B e C e minerais como cálcio, fósforo e principalmente ferro, que ajuda a combater anemias.
O ora-pro-nobis também é muito rico em lisina, um aminoácido essencial - assim denominado porque o organismo não o produz. Esta substância é importante para a formação dos ossos graças à sua capacidade de aumentar a absorção intestinal de cálcio.
A lisina tem papel fundamental na produção de anticorpos, hormônios e enzimas, na formação do colágeno e das fibras musculares e na regeneração dos tecidos. Sua falta pode causar anemia, dificuldade de concentração, retardo no crescimento, diminuição do apetite e perda de peso, entre outros distúrbios.
RECEITA MINEIRA DE FRANGO COM ORA-PRO-NOBIS
RECEITA MINEIRA DE FRANGO COM ORA-PRO-NOBIS
INGREDIENTES• Ingredientes
• 1 frango limpo, cortado e temperado
• 1/4 de xícara de azeite
• 1 tablete de caldo de galinha (preferência caipira)
• 2 dentes de alho picados em pequenos pedaços
• 2 cebolas cortadas em pedaços médios
• 1 pedaço de pimentão vermelho (preferência) picado
• Suco de 1/2 limão pequeno
• Algumas pitadas de molho inglês
• 30 folhas de ora-pro-nóbis (aproximadamente)
• Sal a gosto
• 1 frango limpo, cortado e temperado
• 1/4 de xícara de azeite
• 1 tablete de caldo de galinha (preferência caipira)
• 2 dentes de alho picados em pequenos pedaços
• 2 cebolas cortadas em pedaços médios
• 1 pedaço de pimentão vermelho (preferência) picado
• Suco de 1/2 limão pequeno
• Algumas pitadas de molho inglês
• 30 folhas de ora-pro-nóbis (aproximadamente)
• Sal a gosto
MODO DE PREPARO1. Junte, em uma panela o azeite, o suco de 1/2 limão e os pedaços de frango
2. Mexa em fogo médio até que o frango comece a dourar
3. Acrescente os dentes de alho picadinhos e mexa por mais alguns minutos
4. após dourar levemente os pedaços de frango, retire o excesso de gordura da panela
5. Acrescente as cebolas e o pimentão, misturando-os aos pedaços de frango
6. Junte algumas pitadas de molho inglês e o caldo de galinha e 1 xícara de água quente
7. Acrescente água quente, aos poucos, em pequenas quantidades, até que o frango cozinhe (assim o caldo ficará mais grosso e saboroso)
8. Prove o caldo e acrescente sal, caso julgue necessário
9. Após o frango cozido, espalhe as folhas de ora-pro-nobis por cima do frango, sem mexer ou misturar, de maneira a cobrir caldo de folhas
10. Tampe bem a panela e deixe cozinhar em fogo baixo por mais ou menos 3 minutos
11. Sirva com arroz branco, feijão batido e angu
Fonte: site Tudo Gostoso - http://tudogostoso.uol.com.br/
2. Mexa em fogo médio até que o frango comece a dourar
3. Acrescente os dentes de alho picadinhos e mexa por mais alguns minutos
4. após dourar levemente os pedaços de frango, retire o excesso de gordura da panela
5. Acrescente as cebolas e o pimentão, misturando-os aos pedaços de frango
6. Junte algumas pitadas de molho inglês e o caldo de galinha e 1 xícara de água quente
7. Acrescente água quente, aos poucos, em pequenas quantidades, até que o frango cozinhe (assim o caldo ficará mais grosso e saboroso)
8. Prove o caldo e acrescente sal, caso julgue necessário
9. Após o frango cozido, espalhe as folhas de ora-pro-nobis por cima do frango, sem mexer ou misturar, de maneira a cobrir caldo de folhas
10. Tampe bem a panela e deixe cozinhar em fogo baixo por mais ou menos 3 minutos
11. Sirva com arroz branco, feijão batido e angu
Fonte: site Tudo Gostoso - http://tudogostoso.uol.com.br/
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
No jardim ou no vaso, aprenda a cultivar jabuticabeira em casa.
De casca brilhante, fina e coloração que vai do roxo claro ao escuro
-quase preto- os frutos da jabuticabeira são bem mais saborosos do que
podem aparentar. As “bolinhas” de um a três centímetros de diâmetro têm
polpa branca e suculenta; são consumidas geralmente in natura, mas com elas também são preparados sucos, licores, aguardentes e doces.
Por causa do crescimento lento, a primeira frutificação da planta pode
levar alguns anos, mas a espera compensa. A beleza dos frutos, ramos e
folhas, e a luminosidade interna na copa fazem da jabuticabeira uma
árvore bastante ornamental, além de pouco exigente no cultivo. De acordo
com a paisagista Christiane Ribeiro, o diferencial da frutífera é a
beleza de suas flores e frutinhas, que se formam nos troncos; fator
característico das espécies caulifloras.
Cultivada em todo o Brasil, a jabuticabeira é popular e pertence à
família Myrtaceae. O pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (APTA), José Antonio Alberto da Silva, destaca entre as
variedades a espécie Myrciaria jaboticaba, conhecida como sabará, além da Myrciaria cauliflora,
popularmente jabuticaba paulista, assu ou ponhema. “É uma planta de
origem subtropical que se adapta bem a regiões tropicais, além de
tolerar geadas”, explica.
NO JARDIM
A jabuticabeira pode ser cultivada em jardins, quintais, pomares comerciais e como planta ornamental, em vasos.
Como as mudas produzidas por meio de sementes normalmente frutificam
somente após o décimo ano, o pesquisador José Antonio Alberto da Silva,
da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), indica o uso
de plantas enxertadas, compradas em viveiros de boa procedência.
A
paisagista Christiane Ribeiro recomenda plantar junto à jabuticabeira,
outras frutíferas, árvores floríferas e áreas gramadas. Além disso, como
as árvores costumam chegar a dez metros de altura, é preciso um
planejamento de espaço. Mantenha uma distância de seis metros entre as
espécies. Escolha um local ensolarado para o cultivo e faça a(s) cova(s)
com as medidas 60 x 60 x 60 cm. “Se a planta estiver em local
sombreado, ocorre secamento de ramos e redução na produção”, diz Silva.
NO VASO
Segundo a paisagista Christiane Ribeiro, a planta se desenvolve bem
em vasos, sendo uma ótima opção para pequenos espaços como varandas. Por
se tratar de condições adaptadas de solo, o cultivo isolado requer
cuidados principalmente de irrigação e adubação.
Escolha um
recipiente com no mínimo 50 cm de boca e 50 cm de altura. Embora não
tenha raízes profundas, o ideal é que estejam acomodadas em suportes
grandes com um bom volume de terra para se desenvolverem mais
adequadamente.
Para que não haja acúmulo de água e consequente
apodrecimento das raízes, aconselha-se a criação de um dreno na base do
vaso. Para isso, faça um furo no fundo do recipiente com dois
centímetros de diâmetro. Depois, coloque uma camada de cinco centímetros
de argila expandida ou pedra britada, sem tampar o orifício. Por fim,
cubra com um pedaço de manta acrílica, seguida por uma camada de cinco
centímetros de areia grossa. Sobre essa base, é só completar o vaso com a
terra preparada e plantar a muda.
O pesquisador José Antonio
Alberto da Silva, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(APTA) indica para o cultivo em vasos as plantas chamadas de
jabuticabeira híbrida: elas já produzem frutos graúdos e doces a partir
do quarto ano, além de apresentar várias floradas a cada doze meses.
PREPARO DO SOLO
Para o preparo do solo pré-plantio em casa, misture:
- 60 litros de terra (se for muito argilosa, coloque 40 litros de terra e 20 litros de areia grossa);
- 40 litros de esterco curtido ou composto orgânico;
- 200 gramas do adubo químico superfosfato simples;
- 200 gramas de calcário;
Siga a proporção de três partes de terra para duas partes de esterco ou
composto orgânico. Em caso de plantio direto no solo, misture à terra
que retirar para a cova as mesmas quantidades de esterco, adubo químico e
calcário.
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