Fonte: jornal estado de Minas
Depois do surto da praga, a prefeitura quer revitalizar as vias, eliminando os troncos das árvores mortas. Mas o Movimento Fica Fícus propõe que eles se transformem em galeria a céu aberto, como esculturas
postado em 08/06/2016 06:00 / atualizado em 08/06/2016 10:41
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Os primeiros sinais da mosca-branca- do-fícus foram detectados nas árvores de BH em julho de 2012. A praga causa ressecamentos de galhos e ramos, além de comprometimento severo dos estados fitossanitário e vegetativo das árvores atacadas, pois suga a seiva e retira nutrientes das plantas, injetando toxinas que provocam desfolhamento intenso. Como relata a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a princípio a árvore rebrota, tentando uma reação, mas, com o tempo, acaba por se exaurir. É quando os ramos secam e a planta morre.
De acordo com a secretaria, dos 51 fícus da Bernardo Monteiro, 20 já estão mortos. Na Avenida Barbacena, são 17 de um total de 44 e, dos seis da praça da Boa Viagem, dois estão condenados. No fim de 2013, esses números eram, respectivamente, 17, 11 e um. No documento que prevê as diretrizes de revitalização, a secretaria afirma que, embora continue com o acompanhamento constante da situação das árvores, o controle do inseto foi suspenso, já que não têm sido mais verificado surtos populacionais. O texto admite que não se pode assegurar, no entanto, que os troncos voltarão “ao seu pleno desenvolvimento vegetativo, especialmente porque algumas já se encontram totalmente secas e várias se encontram em rápido declínio de estado fitossanitário”.
A secretaria admite que as árvores continuam em processo de degradação e têm, hoje, estado fitossanitário considerado bastante ruim. Acrescenta que elas continuam a ser rotineiramente monitoradas, para verificar o surgimento de novos galhos secos que tenham risco de queda e para determinar novas estratégias a serem usadas. Documento da pasta relata comprometimento de troncos, que passaram a apresentar trincas verticais, requerendo intervenções severas para eliminar riscos de queda. Por isso, a prefeitura considera que há impasse para uso público dessas vias, com prejuízos inclusive paisagísticos. Nos próximos dias, a expectativa é concluir a retirada de galhos secos das três áreas afetadas.