sábado, 21 de setembro de 2019

COMPOSTAGEM DOMÉSTICA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS DO LAR



ISSN 1678-0701
Número 58, Ano XV.
Dezembro-2016/Fevereiro-2017.
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 Artigos
No. 58 - 27/11/2016
COMPOSTAGEM DOMÉSTICA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS DO LAR  
Link permanente: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=2551 
 
COMPOSTAGEM DOMÉSTICA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS DO LAR

Autores: Cíntia Cleub Neves Batista ¹
Graduada em Zootecnia – CCA/UFPB
Tel: 83 99655-0260
Erick Jonh Batista Moura ²
Engenheiro Agrônomo
83 99930-4399
eng.erickmoura@gmail.com
Gabrielle Diniz dos Santos ³
Bacharel em Ecologia – CCAE/UFPB
83 987256987
Prof. Dr. Gil Furtado⁴
Dr. Psicobiologia
Esp. Psicopedagogo
Eng. Agrônomo - CREA - 6867 - D
Cel: (83)-988862694 (OI) / (84)-999199477 (TIM)
Lázaro Fialho da Cruz Ribeiro
Graduado em Ciências Biológicas CCEN/UFPB
(83) 99654-8905
Roseann Mary Hageraats
Bacharel em Ciências Biológicas e estudos dos meio ambiente – Université d’Ottawa
83 99647-6324
hageraats.rosie@gmail.com
RESUMO

A alta taxa de produção alimentar mundial, devido ao aumento populacional, tem levado a outro problema, o grande desperdício de alimentos, e consequentemente o aumento de resíduos. Atualmente os resíduos sólidos tem sido alvo de preocupação devido à alta taxa de lixo depositado de forma livre no meio ambiente ou em aterros. Uma das formas de mitigação dessa problemática vem sendo utilizada, que é a compostagem, na qual reduz o lançamento de resíduos em aterros e produz composto que pode ser utilizado na agricultura em grande ou pequena escala, reduz a geração de gases tóxicos, entre outros benefícios. Essa técnica não recebe incentivos públicos diretos por não apresentar retorno financeiro imediato, o que acaba se tornando um desafio para a sociedade.

Palavras-chave: Compostagem; Resíduos Sólidos; Resíduos Orgânicos.

ABSTRACT

The high rate of world food production, due to population growth, has led to another problem, the huge waste of food, and consequently the increase of waste. Currently the solid waste has been causing concern due to the high rate of waste deposited freely in the environment or in landfills. One way of mitigating this problem has been used, that is the composting, which reduces the release of waste in landfills and produces compound that can be used in agriculture for large or small scale, reduces the generation of toxic gases, among other benefits. This technique does not receive direct public incentives for not providing immediate financial return, which eventually becomes a challenge to society.

Keywords: Composting; Solid Waste; Organic Waste.

1.    INTRODUÇÃO
A alimentação é uma necessidade básica comum a todos os seres vivos, mas avaliando sobre a perspectiva social é possível destacar ao longo da história evolutiva a crescente preocupação do homem em relação a sua alimentação, apontando medidas crescentes quanto a aspectos de conservação, disponibilidade, qualidade, quantidades etc. Quanto a esses aspectos é possível afirmar que a dinâmica homem versus alimentação é “resultado e representação de processos culturais que preveem a domesticação, a transformação, a reinterpretação da natureza”, como afirma Montanari (2008), passando à questões culturais e ideológicas dos povos.
No que diz respeito a produção de alimentos, segundo dados do relatório lançado pela FoodandAgricultureOrganization – FAO (2013), ocorreu nas últimas cinco décadas uma triplicação da produção de alimentos no mundo, o fornecimento per capita aumentou de 2.200 kcal/dia na década de 60, para mais de 2.800 kcal/dia em 2009. Em contrassenso, o relatório afirma que todos os anos são desperdiçadas 1,3 bilhões de toneladas de alimentos no mundo. Somente para o Brasil são cerca de 26,3 milhões de toneladas de alimentos que tem como destino o lixo.  
Estudos que determinam quais o principais fatores e setores onde ocorre o fenômeno do desperdício a pontam que ele se faz presente em toda a cadeia produtiva. Em seus trabalhos Marques e Caixeta-Filho (2001), verificam que o desperdício atinge os seguintes valores: 10% no campo, 50% no manuseio e transporte, 30% na comercialização e abastecimento, e 10% no varejo (supermercados) e consumidor final. Com relação aos consumidores finais, esse desperdício é taxado como resíduos alimentares e direcionados a aterros e lixões.
O lixo orgânico é uma problemática nos aterros sanitários e lixões eles chegam a representar “50% de todos os resíduos desses espaços” Viana (2007). Ele pode provocar vários problemas nesses espaços, tais como “focos de criação de animais vetores de doenças como o rato, mosquito, barata etc. e de contaminação de corpos d’água, pelo chorume” (JARDIM, 1995).
Uma das alternativas viáveis a mitigação da problemática do direcionamento de lixo orgânico para os aterros sanitários e lixões é a compostagem doméstica. A compostagem é uma técnica que faz uso de processos biológico, por meio da ação de microrganismos decompositores, que degradam o lixo orgânico em um composto rico em nutrientes que pode ser utilizado para diversos fins, mas principalmente, servir de adubo para o solo, Morada da Floresta (2004).
Esse trabalho foi elaborado visando estimular a produção da compostagem doméstica, apontando suas principais vantagens em termos ambientais, sociais e econômicos, assim como também as possíveis dificuldades de sua implantação e formas adequadas de manejo.

2. COMPOSTAGEM COMO OPÇÃO VIÁVEL PARA AMENIZAR A PROBLEMÁTICA DO LIXO
Diante das constantes discussões sobre mudanças climáticas e os diversos problemas causados ao meio ambiente pelos seres humanos, outro fator preocupante é a intensa geração de resíduos sólidos e sua destinação final (COSTA E CARDOSO, 2011).
Os resíduos sólidos são focos de intensas discussões sobre qualidade ambiental, pois apresentam um grande desafio, em função da sua grande demanda de espaço físico e o grande risco de contaminação do solo, de aguas subterrâneas e superficiais, tornando necessário a adoção de práticas que amenizem esses impactos (GABBIATTI, 2006).
O aterro sanitário é uma boa opção para mitigação dos impactos causados pelo lixo, porém, ainda não resolve a problemático dos resíduos orgânicos, que correspondem a cerca de 60% do total de lixo urbano, os quais podem ser transformados em matéria prima rica em excelente fonte de nutrientes para as plantas (OLIVEIRA et al, 2005).
A compostagem é um processo de transformação de diversos resíduos orgânicos em adubo, que ao ser adicionado ao solo, melhora suas características físicas, físico químicas e biológicas (OLIVEIRA ET AL, 2005). Por ser um processo aeróbio gera baixas quantidades de gás metano, quando comparado a outras formas de tratamento e deposição desses resíduos (AMLINGER et al., 2008).
Considerando o fato de que muitas vezes os resíduos domésticos são descartados de maneira errônea, sem a devida preocupação com o ambiente, a utilização da compostagem surge como uma possibilidade de mitigar os impactos causados pelo lixo, com um intenso trabalho de conscientização e educação ambiental, é possível e viável essa mudança de pensamentos e de hábitos da população.
Além disso, a compostagem pode trazer benefícios tanto ambientais como financeiros, seja para órgão público ou para a população que utilizar o método, alguns órgãos e escolas públicas já utilizam a prática da compostagem, a EMPASA (Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas) de João Pessoa – PB é um dos exemplos que deu certo, pois, ao fazer o levantamento do grande número de resíduos descartados na feira agrícola que ocorre diariamente na empresa, o setor de gestão ambiental implantou o projeto da compostagem, e atualmente já consegue produzir uma grande quantidade de composto orgânico, o qual é peneirado, ensacado e vendido para a população da região.
Outra alternativa viável para redução do descarte do lixo orgânico é a utilização da composteira doméstica, que pode ser utilizada tanto em apartamentos quanto em casas, utilizando recipientes que se enquadrem no espaço disponível.
Em ambientes com pouco espaço como é o caso dos apartamentos, podem ser utilizados garrafas pet ou potes de sorvete.
A confecção de uma composteira segue alguns princípios básicos, sendo a matéria prima utilizada composta basicamente por areia, terra e restos de alimentos (cascas de frutas e verduras, borra de café, folhas secas, folhas de hortaliças, cinzas, etc).
Um exemplo prático para ser feito tanto em residências como em trabalhos de educação ambiental é a composteira de garrafa pet, onde são utilizadas duas garrafas pet, a primeira, que será utilizada para composteira e a segunda como base e também para coleta do chorume, em seguida é feito um corte no fundo de umas garrafas e na outra corta – se a parte superior, encaixando a primeira garrafa com gargalo para baixo, uma tampa com furos feitos previamente e o fundo aberto para cima. Como sugestão para reduzir o odor do chorume, pode –se utilizar areia no fundo da garrafa de base. Para a montagem da composteira propriamente dita, são feitas camadas intercaladas de resíduos orgânicos e areia, para a filtragem adequada do chorume é recomendado que seja colocado pequenas pedrinhas no fundo da primeira garrafa, seguido da deposição das camadas. Caso surja algum odor, pode – ser adicionar na parte superior da composteira borra de café. Para cobrir a composteira pode – se utilizar meia fina de nylon (AZAMBUJA, 2013)
Com isso, a utilização da compostagem torna-se uma opção economicamente viável e ambientalmente correta, pois o resultado desse processo é um composto orgânico altamente nutritivo, que pode ser utilizado tanto nas plantas da própria residências, como também por agricultores da região, além disso, proporciona a redução do volume de rejeitos enviados aos aterros, como também pode contribuir para redução da emissão de gases do efeito estufa e gerar benefícios financeiros para os que utilizam a prática a longo prazo. 

3.     MÉTODO DA COMPOSTEIRA DOMÉSTICA
Sendo um processo biológico de tratamento de resíduos, a compostagem obedece a princípios básicos que já foram vistos anteriormente. Porém, as tecnologias de implantação do processo admitem alternativas que podem variar de sistemas simples e manuais, até sistemas complexos, altamente tecnificados, onde todos os parâmetros do processo são monitorados e controlados com precisão. O interessante da compostagem é que um bom composto pode ser obtido tanto por tecnologias simples como por tecnologias complexas, desde que os resíduos sejam adequados e o processo biológico ocorra em boas condições.

No caso da compostagem doméstica, geralmente, utiliza-se composteiras domésticas que é um sistema fechado, onde os resíduos são colocados dentro de depósitos acoplados, que permitem o controle de todos os parâmetros do processo de compostagem.
A montagem da composteria deve ser feita preferencialmente com restos de vegetais, solo e anelídeos que contribuem para a aceleração do processo de compostagem, porém isso não é imprescindível para que ocorra este processo.
O processo de compostagem acontece em fases, sendo elas muito distintas umas das outras. Suas principais características são:Fase mesofílica:nessa fase, fungos e bactérias mesófilas (ativas a temperaturas próximas da temperatura ambiente), que começam a se proliferar assim que a matéria orgânica é aglomerada na composteira, são de extrema importância para decomposição do lixo orgânico. Eles vão metabolizar principalmente os nutrientes mais facilmente encontrados, ou seja, as moléculas mais simples. As temperaturas são moderadas nesta fase (cerca de 40°C) e ele tem duração de aproximadamente de 15 dias.Fase termofílica: é a fase mais longa e pode se estender por até dois meses, dependendo das características do material que está sendo compostado. Nessa fase, entram em cena os fungos e bactérias denominados de termofilicos ou termófilos, que são capazes de sobreviver a temperaturas entre 65°C e 70°C, à influência da maior disponibilidade de oxigênio - promovida pelo revolvimento da pilha inicial. A degradação das moléculas mais complexas e a alta temperatura ajudam na eliminação de agentes patógenos.Fase da maturação: a última fase do processo de compostagem, e que pode durar até dois meses. Nessa fase há a diminuição da atividade microbiana, juntamente com as quedas de gradativas de temperatura (até se aproximar da temperatura ambiente) e acidez, antes observada no composto. É um período de estabilização que produz um composto maturado.
O produto gerado a partir desse processo de degradação recebe o nome de composto orgânico, que é um material estável, rico em nutrientes minerais, que pode ser utilizado em hortas, jardins e para fins agrícolas, devolvendo à terra os nutrientes de que necessita, e evitando o uso de fertilizantes sintéticos.

4.    BENEFÍCIOS DA COMPOSTAGEM
A compostagem pode trazer benefícios não só ambientais, mais também vantagens sociais e econômicas pelas comunidades que aplicam a técnica. Em primeiro lugar, o simples fato de desviar a grande quantidade de lixo orgânico que normalmente é destinado aos aterros, já impõe uma grande economia nos custos de transporte dos resíduos, assim como uma redução dos poluentes nocivos gerados pelos lixões de matéria não separada. Nas residências, a compostagem pode reduzir de 50% o volume total de lixo produzido, e para empresas é possível uma redução maior dependendo das atividades praticadas (Gabbiati et al., 2006). Desta forma, existe a potencialidade de aliviar a grande demanda para aterros dos quais muitos já estão sobrecarregados.
Com a redução de matéria orgânica em aterros, é possível também diminuir a produção de subprodutos tóxicos como o chorume e o gás metano, evitando a contaminação dos lençóis freáticos, o solo e a atmosfera. Além de evitar a contaminação do solo, a reciclagem de matéria orgânica que ocorre no processo de compostagem favorece a presencia e a manutenção de micro organismos beneficiários ao equilíbrio edáfico, e a retenção de água no solo. Um solo de qualidade que é rico em nutrientes atua como a base para manter ecossistemas equilibrados, e por consequência é essencial pela viabilidade de todos os seres vivos.
Além dos benefícios ambientais, as práticas de compostagem têm potencialidades de desenvolvimento social e comunitário, sendo atividades que costumam reunir os moradores de lugares comuns, fomentar oportunidades de sensibilização e educação ambiental, e geralmente criam sociedades mais resilientes e conscientes. Por último, a compostagem traz benefícios econômicos importantes. Com o desvio do lixo orgânico do sistema de coleta comum, os custos de transporte são significativamente reduzidos, que pode ser um incentivo para empresas e municípios de investir em programas de compostagem. O próprio produto da compostagem também pode ser vendido e servir de fonte de renda para quem pratica a técnica (Pereira Neto, 1996).

5.    DESAFIOS PRÁTICOS DA APLICAÇÃO DA COMPOSTAGEM

Mesmo com a consciência dos benefícios da compostagem, a sua aplicação na pratica pode parecer difícil no dia-dia para quem não tem costume. Primeiro, o conhecimento da técnica e as suas utilidades é fundamental para que exista incentivo para aplicá-la. Uma vez informado sobre as funções da compostagem, muitas pessoas ainda podem criar desculpas ou barreiras ao uso no domicílio. Por exemplo, podem existir preocupações com o cheiro da composteira, a atração de insetos ou a percepção que a manutenção exige um compromisso de tempo inviável para moradores em centros urbanos. Porém, existem métodos de compsotagem doméstica que uma vez desmistificadas no olhar do desconhecido, se revelam como muito práticas, econômicas e simples de aplicar (Fernandes e Silva, 1999).
No entanto, mesmo para as pessoas que se comprometem a fazer compostagem no domicílio, existem desafios relacionados à infraestrutura dos municípios, que empeçam o consumidor a poder destinar 100% dos seus resíduos orgânicos na composteira. Em municípios onda a coleta seletiva não é oferecida, o descarte de resíduos orgânicos nos lixos comuns apresenta-se como única opção nos lugares públicos. Deste modo, é necessário não somente incentivar o uso de compostagem doméstica, mas também apoiar iniciativas de compostagem municipal e comunitário, para poder alcançar a totalidade dos benefícios que a prática potencializa.     

CONCLUSÕES
Sabendo que o lixo é alvo de preocupação, a compostagem aparece como uma das formas de destinação deste, de forma eficiente e também com baixo custo, sendo um tipo de tratamento dos resíduos domésticos e quando em prática reduz a quantidade de lixo destinado aos aterros. É uma técnica que precisa de melhoramentos e divulgação para que os índices de destinação desse lixo sejam ainda menores.
Muitas vezes por falta de conhecimento técnico e compromisso com o meio ambiente, a técnica da compostagem acaba sendo abandonada pelos governantes, a qual geralmente é interpretada como trabalhosa e qual não tem retorno financeiro imediato. Sendo, porém, sua contribuição ao meio ambiente uma grande forma de controle da poluição.
É necessário chamar a atenção dos órgãos públicos para o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos que priorize a mitigação de danos ao meio ambiente, incluindo, desta forma, a compostagem no processo. Como é previsto na Agenda 21, por exemplo, na qual cita as diretrizes para o gerenciamento dos resíduos sólidos de forma compatível com o meio ambiente. Acima de tudo deve haver a consciência de que não haverálucros econômicos diretos, mas que a compostagem se faz essencial na condução a um planeta ambientalmente sustentável. Sendo possível, então, propor aos municípios que retomem a prática da compostagem oferecendo-lhes suporte técnico para que obtenham resultados satisfatórios e animadores.

3. Referências
AMLINGER, F.; Peyr, S. & C. Curls Green house gas emissions from composting and mechanical biological treatment.26: 47-60. Waste Management &Research. 2008

AZAMBUJA, M. E. R. de. Educação ambiental voltada à educação infantil: ações desenvolvidas em um centro de educação infantil. Curitiba, PR. 2013.

OLIVEIRA, A. M. G.; AQUINO, A. M. de; CASTRO NETO, M. T. de. Compostagem caseira de lixo orgânico doméstico.Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Circular Técnica, v. 76, p. 1-6, 2005.

COSTA, R. F. M.; CARDOSO, R. N. C. Reaproveitamento do lixo orgânico como forma de produção de biofertilizante na Região Norte. 2011.
FAO, IFAD. WFP. 2013. The state of food insecurity in the world, 2013.
FERNANDES, F.; SILVA, S. M. C. P. Manual prático para a compostagem de Biossólidos. 1999.
GABBIATTI, N. C. et al. Compostagem de resíduos sólidos urbanos: diagnóstico da situação no rio Grande do Sul e contribuição ambiental. JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA: MEIO AMBIENTE, v. 2, 2006.
JARDIM, N. S. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado, 1.ed. São Paulo: IPT/CEMPRE 2163. 1995. 370p.
MARQUES, R.W.C.; CAIXETA FILHO, J.V. Análise das operações de transporte de frutas e hortaliças no estado de São Paulo: um estudo comparativo (Compactdisc). In: X World Congressof Rural Sociology / XXXVIII Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural.Proceedings / Anais. Rio de Janeiro, ago. 2001.

MONTONARI, M. Comida como cultura. São Paulo: ed. SENAC São Paulo, 2008. 207 p.

PEREIRA NETO, J.T. Manual de compostagem. UFV/SLU/ UNICEF Belo Horizonte, 56p, 1996.
SÃO PAULO. Morada da Floresta. Manual de compostagem doméstica com minhocas. Edição Blue. São Paulo, Brasil, 2004.
VIANA, N. L. Análise de aceitabilidade, consumo de alimentação escolar e estado nutricional de escolares no município de Viçosa – MG – MS. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa, 2007.



quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Super planta é considerada a carne dos pobres

Resultado de imagem para ora pro nobis



Ela pode ser usada como cerca viva, ornamentação ou alimento. Mas uma coisa é fato: a ora-pro-nóbis vem conquistando cada dia mais as pessoas. Em especial, os veganos. 

      A planta é originária do continente americano e seu nome
científico é Pereskia aculeata.
      Do latim, seu nome significa “rogai por nós”, e segundo tradições, esse nome foi dado por algumas pessoas que a colhiam no quintal de um padre enquanto ele rezava em latim.
      É encontrada em abundância na região Sudeste do Brasil e muito usada na culinária.
      Seu cultivo é fácil e seu valor nutricional muito alto. Adapta-se facilmente a diversos tipos de solo e climas. Ela pertence à família das cactáceas. Na idade adulta, sua estrutura em forma de arbusto torna-se uma excelente cerca viva, tanto para ser usada como quebra-vento quanto como barreira contra predadores. A existência de espinhos pontiagudos nos ramos inibe o avanço dos invasores.
      Sua floração ocorre por apenas um dia, podendo ocorrer de janeiro a abril com flores pequenas e perfumadas de coloração branca. A produção de seus frutos ocorre de junho a julho apenas, e são amarelos e redondos. A generosa e bela floração é um ornamento ao ambiente, ideal para decoração natural de propriedades rurais, como chácaras, sítios e fazendas. Suas propriedades já são bastante conhecidas justamente pelas pessoas que vivem nas zonas rurais, e a cultivam em seu quintal como remédio e alimento. Foi a partir desse conhecimento popular que a Ora-pro-nobis passou a chegar às grandes cidades, ainda de forma bastante tímida.
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     Mudas de  Ora-pró-nobis?

Em porto alegre agropanerai@gmail.com

Plante, cultive e colha couve com sucesso!!


Extraído: blog plantei


      As couves (Brassica oleracea) são plantas da mesma espécie que a couve-flor, brócolis e o repolho. Porém, ascouves não formam cabeças compactas como repolho. Suas folhas são livres. Há cultivares de diversas formas e cores. Crespas, lisas, largas, estreitas, verde-escuras, verde-claras, roxas, rosas e esbranquiçadas.
      Alguns cultivares são conhecidos como couve-ornamentais e são muito apreciados para decoração de mesas, devido as cores e padrões de suas folhas. Alguns outros tipos são cultivados para consumo humano ou de animais. São as couves-manteiga ou galegas, portuguesas, crespas, forrageiras e as couves-palmeira.
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      As folhas da couve são consumidas cozidas ou refogadas, mas também podem ser consumidas cruas, especialmente as folhas mais jovens.
      As folhas são muito nutritivas e contém glicosinolatos que são convertidos em sulforafano quando cortadas ou picadas, sendo esta uma substância que pode prevenir o surgimento de cânceres.
couve
Quanto ao clima
      A couve é uma hortaliça que cresce melhor em clima ameno ou frio. Alguns cultivares podem sobreviver mesmo quando a temperatura chega a -10ºC se as plantas já estiverem bem desenvolvidas. Outros cultivares de couvetoleram altas temperaturas, mas a couve é cultivada normalmente durante o outono e o inverno em regiões de clima mais quente.
      Durante períodos de calor a couve reduz seu crescimento e a qualidade das folhas produzidas é pior, tanto no tamanho e aparência, quanto em sabor. Em regiões de clima ameno, acouve pode ser cultivada durante o ano todo, embora não sejam semeadas no inverno em locais onde este é rigoroso.
Sobre a luminosidade
      O cultivo deve ser realizado em condições de alta luminosidade, com sol direto. Nas estações mais quentes, faz-se necessário prover sombra parcial, pois isso pode ser benéfico para as plantas.
Referente ao solo
      O solo deve reter bem a umidade mas deve ser bem drenado, fértil, com boa disponibilidade de nitrogênio e rico em matéria orgânica. O pH do solo deve estar entre 6 e 7,5.
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E a irrigação?
      O solo deve ser mantido sempre úmido, mas nunca encharcado, pois isso pode prejudicar as raízes e favorecer o surgimento de doenças.
Vamos então ao plantio
      O plantio pode ser realizado através de sementes, mas há cultivares que podem também ser propagados por rebentos retirados de plantas adultas. Estes rebentos surgem de gemas axilares no caule principal, e devem ser retirados preferencialmente da base da planta, já com aproximadamente 20 cm de comprimento ou mais. Os rebentos laterais da couve enraízam facilmente em solo úmido.
      Se o plantio for realizado por sementes, podem ser semeadas diretamente na horta ou em sementeiras e vasos. No caso dos vasos, recomendamos o autoirrigável, que umidifica a planta na medida ideal e previne contra o mosquito da dengue.
      Caso queira transplantar futuramente, deverá realizar o procedimento quando as mudas estiverem com pelo menos 10 cm de altura e de 4 a 6 folhas verdadeiras. O transplante deve ser feito preferencialmente em dias nublados e chuvosos ou no fim da tarde, irrigando logo em seguida.
      Semeie as sementes a aproximadamente 1 cm de profundidade. A germinação ocorre normalmente dentro de uma semana ou duas.
      O espaçamento ideal pode variar com o cultivar e as condições de cultivo, mas geralmente um espaçamento de 50 cm a 1 m entre as linhas de cultivo e de 25 a 50 cm entre as plantas é o adequado.
      Normalmente, quanto maior o espaçamento, maiores serão as plantas e suas folhas.
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       É importante lembrar de sempre retirar as ervas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes.
      Dependendo do cultivar a planta pode ficar muito alta. Neste caso, pode-se cortar a extremidade do caule principal para favorecer o desenvolvimento dos brotos laterais e manter assim a planta em uma altura que você considere confortável para o manuseio e a colheita. Por outro lado, excluir ou limitar o número dos brotos laterais pode estimular o crescimento das folhas no caule principal.
Chegamos então a colheita
      A colheita das folhas da couve inicia-se normalmente de 10 a 16 semanas após o plantio. Plantas mais jovens podem ter suas folhas colhidas, mas isso pode prejudicar o crescimento das plantas. Evite colher as folhas nas horas mais quentes do dia e deixe pelo menos as 5 folhas mais jovens no caule. Acredita-se que as folhas colhidas após a ocorrência de uma geada têm melhor sabor. Em condições adequadas, a couve pode produzir por alguns poucos anos sem necessidade de replantio.
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      Depois da colheita é só aproveitar essa folhuda deliciosa, seja numa saborosa salada ou acompanhando aquela maravilhosa feijoada.
      Pronto para começar a produção de couve? Deixe seu comentário!😉

Feijão Guandu , mais uma planta recicladora do solo !




É uma leguminosa de verão de porte alto e ciclo semi-perene. Tem como forte característica o sistema radicular agressivo e robusto que cresce em profundidade, reciclando nutrientes e descompactando solos adensados, fazendo uma subsolagem “biológica”
É rústica e se desenvolve bem em solos de baixa fertilidade, por isso é utilizada na recuperação de solos degradados. 
É usada também como cerca viva ou quebra vento em culturas perenes e no plantio de mudas no campo, evitando a radiação solar direta. 
Excelente forrageira para alimentação de animais, inclusive fornecendo forragem rica no período mais seco. Grande produtora de biomassa e fixadora de nitrogênio



Espécie - Cultivar - Família
Nome ComumGuandu-forrageiro (Arbóreo)
CultivarCaqui e IAC/Fava-larga
Nome CientíficoCajanus cajan
FamíliaFabaceae (Leguminosa)
Características da Espécie
Massa Verde (t/ha) (*5)20 a 40
Massa Seca (t/ha)(*5)5 a 9
N (kg/ha) (*5)120 a 220
Altura (m) (*5)2,0 a 3,0
Hábito de CrescimentoArbustivo ereto
Ciclo até o florescimento (dias) (*6)150 a 180
PMS (Peso de 1.000 Sementes) (g)110 a 130
Semeadura
Profundidade (cm)2 a 3
Em LinhaEspaçamento (m)0,50
Sementes/metro linear18 a 20
Densidade (kg/ha) (*2)50
A lançoSementes / m²45 a 50
Densidade (kg/ha)60
ÉpocaIdeal (*3)Out a Nov
Possível (*4)Set a Mar

Fonte: Piraí sementes

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Tudo o que você precisa saber sobre adubos!

Casa Campo & CiaJardinagemTudo o que você precisa saber sobre adubos e fertilizantes
 Tudo o que você precisa saber sobre adubos e fertilizantes
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Adubar uma planta é fornecer nutrientes que serão utilizados na produção do alimento que ela precisa. As plantas, diferentemente de nós, produzem seu próprio alimento, que pode aumentar ou diminuir de qualidade e quantidade em função dos nutrientes disponíveis no processo de produção. Quando adubamos uma planta, estamos enriquecendo o solo e disponibilizando um estoque de nutrientes para que o alimento por ela produzido seja de qualidade e possa suprir todas as suas necessidades. Bem nutridas, as plantas nos retribuem com a beleza de suas folhagens e muitas flores e frutos.
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Tipos de adubos

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Químicos ou minerais

Adubos constituídos de compostos químicos inorgânicos, sintetizados em laboratório ou retirados de rochas.
Vantagens: Liberação rápida. Devido à rápida absorção, alguns já podem ser localizados na planta em questão de horas. Baixo custo e alto rendimento.
Desvantagens: Curta duração e risco de queima da planta quando utilizados em excesso ou deixados em contato direto com folhas e troncos.

Orgânicos

São os fertilizantes constituídos de compostos orgânicos de origem vegetal ou animal.
Vantagens: Liberação lenta, alta durabilidade no solo. Além de fornecer nutrientes, a incorporação de matéria orgânica traz uma série de outras vantagens: ajuda a evitar a compactação do solo, que impede a oxigenação e dificulta o desenvolvimento das raízes; ajuda as plantas a absorverem melhor os nutrientes minerais; e serve de alimento para uma série de organismos essenciais para o bom desenvolvimento das plantas, desde minhocas até bactérias diversas.
Desvantagens: Demoram mais tempo para serem aproveitados pelas plantas, uma vez que precisam passar por processos químicos para poderem ser absorvidos. São economicamente inviáveis para culturas com grande necessidade nutricional, como os cereais.
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Principais adubos orgânicos

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Húmus de Minhoca

O húmus é resultado do processamento dos nutrientes presentes no esterco bovino que, depois de passar pelo organismo das minhocas, fica totalmente solubilizado, tornando mais fácil sua assimilação pelas plantas. Rico em matéria orgânica, além de fertilizar, o húmus recupera as características físicas, químicas e biológicas do solo natural, favorecendo, assim, o bom desenvolvimento das plantas.

Esterco

Os mais utilizados são os de gado e de frango. O esterco de gado contém maior quantidade de fibras, o que evita a compactação do solo e ajuda a reter maior quantidade de água. O de frango, por sua vez, é mais concentrado, extremamente rico em nutrientes. Porém, a grande quantidade de alguns elementos aumenta o risco de tornar o solo mais ácido e salino.
Atenção: Todo esterco só deve ser utilizado se estiver curtido, pois o esterco fresco pode queimar as plantas.

Torta de Mamona

É o bagaço que sobra após a retirada industrial do óleo de mamona. Além de ser muito rica em nitrogênio (cerca de 5%) ainda possui ação nematicida (os nematoides são vermes que atacam as raízes das plantas).
Embora excelente para as plantas, ela é extremante venenosa para os animais de estimação. Além da ricina (veneno presente na mamona), há concentrações elevadas de metais pesados como o cádmio e o chumbo.

Farinha de ossos

Resultante da moagem ou autoclavagem de ossos de boi, a farinha de ossos é rica em cálcio, fósforo e matéria orgânica. É muito indicada para utilização em plantas floríferas e no controle da acidez do solo.
Um solo rico precisa apresentar todos os componentes essenciais ao desenvolvimento de uma planta. Alguns desses componentes são necessários em quantidades maiores e são denominados macronutrientes: nitrogênio, fósforo e potássio. Outros, apesar de essenciais nas reações químicas e fisiológicas das plantas, são utilizados em quantidades menores, são os micronutrientes: cálcio, magnésio, enxofre, boro, cloro, cobre, ferro, manganês, zinco e molibdênio.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Poque as abelhas visitam nossa escola??

Foi gratificante a conversa com as crianças da terceira série do COLÉGIO SANTA TERESA DE JESUS no bairro Cavalhada em Porto Alegre!!
Após os slides e filme ilustrativo, foram mais de 30 minutos de perguntas curiosas sobre as abelhas.







 Estou disponível para conversar sobre abelhas, compostagem, hortas, etc..
contate: agropanerai@gmail.com

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Videoaula "Sem Abelha, Sem Alimento": A importância das abelhas na produ...





Este video foi desenvolvido para dar suporte a educadores que desejam instruir seus alunos sobre o universo das abelhas e seu papel imprescindível na atividade de polinização e geração de alimentos, para os alunos do Ensino Fundamental I (crianças de 8 a 11 anos). É um video que complementa o "Caderno de Atividades sobre Educação Ambiental" também disponível para download gratuito no site www.semabelhasemalimento.com.br/educativo .


Com duração aprox. de 9 min, foi produzido pela organização "Bee or not to be?", com o apoio do Projeto Polinizadores do Brasil.

Autores:
Prof. Dr. Lionel Segui Gonçalves
Profa. Dra. Rosane Malusá G. Peruchi.

Vinagreira, caruru-azedo, azedinha, quiabo-azedo é um bactericida poderoso

Hibiscus sabdariffa é bactericida poderoso: um ótimo ajudante na cozinha



Hibiscus-sabdariffa
Hibiscus sabdariffa é conhecido aqui no Brasil como vinagreira, caruru-azedo, azedinha, quiabo-azedo, quiabo-róseo, quiabo-roxo, rosélia – uma arbustiva que pode ser perene ou bianual, dependendo da região, originária de longe (Ásia ou África, não se tem a certeza) e muito espalhada por nossos campos. É dos botões deste hibisco que se faz o famoso chá de hibisco, de tantos usos medicinais.
Uma pesquisa realizada no México determinou que esta planta é um dos bactericidas mais eficientes que temos conhecimento – a água do Hibiscus sabdariffa consegue eliminar até 90% de todas as bactérias de frutas e verduras, por lavagem simples, quando o cloro só consegue um percentual de 50%.
Esta eficácia transforma a água de vinagreira em um ótimo ajudante de cozinha desde que você deixe nela mergulhadas as frutas e verduras que vai consumir.
O pesquisador mexicano, Javier Castro Rosas, da Universidade de Hidalgo, testou a eficácia da água de vinagreira para bactérias como a Salmonella typhimurium DT104, Escherichia coliO157: H7, Listeria monocytogenes , Staphylococcus aureus e Bacillus cereus (no Lieberpub) e patenteou uma composição para desinfecção e preservação eficaz de alimentos, incluindo alimentos frescos, a partir de formulações aquosas com base em extractos de cálices de Hibiscus sabdariffa, que também se propõe ser usado para desinfecção de sementes e plântulas ou grãos germinados, sem alteração das propriedades de germinação, nutricionais ou alimentares dos mesmos (veja o processo de patenteamento aqui).
Esta descoberta é bastante interessante já que possibilita, em uso extensivo, melhorias na saúde pública das populações latino-americanas, asiáticas e africanas, regiões onde abunda a vinagreira, sem o aditivo de químicos clorados comumente usados para controle bacteriológico.
prof javier castro rosa
Foto: Prof. Javier Castro Rosa
Caso seja de seu interesse aprofundar conhecimentos sobre as pesquisas do Prof. Castro Rosas, você poderá consultar diversos de seus artigos aqui.


Fonte: Greenme - Alice Branco 

PITANGA: UMA FRUTA ESPECIAL, possui antocianinas e carotenóides.

Resultado de imagem para pitangaTenho colhido muitas pitangas de uma muda, que trouxe do bairro Belém Novo em 1997. Aliás esta muda plantada em uma lata de 18 l, foi enterrada por mim no fundo do terreno onde moramos.
Pórem durante uns cinco anos ela não se desenvolvia. Em 2002 iniciei o curso de agronomia na UFRGS e a minha primeira cobaia foi a pitangueira.
Comecei corrigindo a acidez do solo, aplicando calcareo, observei que o crescimento era enorme, mas as frutas eram poucas. Neste ano com aplicação do biofertilizante caseiro, a colheita está estupenda, veja as fotos!
boa semana!

alexandre


A pitanga, fruto da pitangueira (Eugenia uniflora L.), pertence à família botânica das Myrtaceae. É uma planta frutífera nativa do Brasil, da Argentina e do Uruguai. O seu nome vem da palavra tupi "pyrang", que significa "vermelha". Já era apreciada pelos colonizadores que a cultivavam em suas residências, e de seus frutos produziam doces e sucos, além de utilizarem suas folhas na medicina popular. Apesar de sua origem tropical, seu cultivo já se encontra difundido por diversos países, podendo ser encontrada no sul dos Estados Unidos, nas ilhas do Caribe e em alguns países asiáticos. No Brasil, a região nordeste é a única a explorar comercialmente esta fruta de alto potencial econômico.



A pitangueira frutifica de outubro a janeiro, e existe uma grande variação na coloração da fruta, indo do laranja, passando pelo vermelho, e chegando ao roxo, ou quase preto. As folhas da pitangueira têm conhecidas atividades terapêuticas, tendo sido usadas no tratamento de diversas enfermidades, como febre, doenças estomacais, hipertensão, obesidade, reumatismo, bronquite e doenças cardiovasculares. Tem ação calmante, antiinflamatória, diurética, combate a obesidade e também possui atividade antioxidante. Os extratos da folha da pitangueira, assim como de outras espécies nativas, também apresentam atividade contra Trypanosoma congolense (doença do sono), e moderada atividade bactericida, sobre Staphylococcus aureous e Escherichia coli.Há uma variedade de compostos secundários, ou fitoquímicos, já identificados nas folhas da pitangueira, como flavonóides, terpenos, taninos, antraquinonas e óleos essenciais. No entanto, sobre a fruta da pitangueira existem poucos estudos, identificando somente algumas antocianinas e carotenóides.

Pesquisas mostram que o conteúdo de fitoquímicos é maior em pitangas maduras do que semi-maduras e estes compostos de uma maneira geral estão concentrados na película da fruta, ou seja, na casca, sendo encontrados em menores concentrações na polpa. Para a pitanga, isto não chega a ser um problema já que, geralmente, é consumida sem a retirada da fina casca que protege a polpa.

 

Muitos estudos demonstram que o consumo de frutas e hortaliças, principalmente as coloridas, trazem benefícios à saúde. No entanto, nenhum mostra a relação do consumo de pitangas e prevenção ou combate de doenças. Neste sentido, a Embrapa Clima Temperado está iniciando um projeto em que a pitanga será estudada quanto ao seu potencial na prevenção de câncer, uma doença crônica não-transmissível. Em trabalhos preliminares, extratos de pitanga de coloração alaranjada foram testados em algumas linhagens de células cancerígenas (câncer cólon-retal, câncer de pulmão, câncer renal, câncer de mama, câncer de ovário), demonstrando redução na proliferação e viabilidade celular.



Neste projeto será focado o câncer de cólon e serão feitos estudos desde a obtenção e estabilização do extrato, até a identificação dos compostos fitoquímicos e estudos em células cancerígenas de cólon e em animais modificados geneticamente para desenvolver o câncer de cólon. Este projeto conta ainda com a parceria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos.

Márcia Vizzotto

Pesquisadora da Embrapa Clima Temperado

Contatos: www.cpact.embrapa.br








sábado, 7 de setembro de 2019

Já comeu um hibisco? Ou Vinagreira?


Seu Dodô, agricultor agroecológico do Lami, oferece aos visitantes frutos de Hibiscos. Foto: Cíntia Barenho
por Cíntia Barenho
Andando pelo Brasil Rural Contemporâneo encontrei uma banca que chama atenção não só pelo que oferece, mas também pela simpatia de seus expositores.
Na banca do Salvador (mais conhecido como seu Dodô) e esposa, que são agricultores ecológicos do Lami (Porto Alegre/RS) há frutos de hibiscos comestíveis sendo vendidos e oferecidos para degustação. Uma planta que pode ser usada tanto como ornamental, como comestível.
Obviamente que experimentei tal iguaria, que tem gosto bem citríco/azedinho.
Segundo seu Dodô, dependendo do uso o nome desse fruto varia. Se for usado no chá é hibisco; se for usado na salada, chama-se azedinho; se fizermos suco, torna-se groselha e se transformarmos em conserva, vira vinagreira.

Semanalmente eles vendem na feira da José do Bonifácio, uma das feiras ecológicas de POA.
Segundo seu Dodô a planta veio da Ásia e segundo contam as sementes vieram escondidas no cabelo de uma escrava. A produção mais expressiva ocorre no Nordeste Brasileiro.
A planta produz durante a Primavera-Verão, apenas em áreas secas e ensolaradas.
No Lami, eles já plantam hibisco há 4 anos e segundo o agricultor a planta se encaixou perfeitamente ao sistema agroecológico de plantio que fazem. Seu Dodô
contou que os hibiscos rendem mais que 100% de sua produção, porque além de vender como ornamental ou embaladas para o consumo direto, a família também transforma os hibiscos em sucos, geléias, pastas salgadas. Como a plantação-produção só acontece nos meses quentes do ano, tais beneficiamentos são imprescindíveis para eles.


A família está muito satisfeita com a produção agroecológica. “Vivemos em equilíbrio, perdemos todo aquele desespero de trabalhar ontem pra pagar as contas de hoje. Vivemos em equilíbrio dentro de casa, com a plantação”, afirmou seu Dodô.
Um dos únicos problemas relatados é a dificuldade de terem uma certificação.Atualmente só podem fazer venda direta ao consumidor, não podem revender a terceiros.  No entanto, diz que estão se organizando com outros produtores agroecológicos para mudar tal situação.
Caso você esteja precisando de algo digestivo, diurético, laxante e até mesmo anti-depressivo (isso só é uma parte das propriedades medicinais) quem sabe o Hibiscus sabdariffa, o hibisco comestível, do seu Dodô possa lhe ajudar.
Leia mais em: Hibisco: do uso ornamental ao medicinal

fonte: http://centrodeestudosambientais.wordpress.com/tag/agricultores-agroecologicos/

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