Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com whast 51 3407-4813
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quarta-feira, 25 de junho de 2014
Produção agroecológica do Sítio Guabiroba - Programa Rio Grande Rural
Os turistas que visitam Porto Alegre, e mesmo a população da cidade, podem conhecer a produção agroecológica desenvolvida na zona rural. No Sítio Guabiroba, a produção orgânica de pimentão é um destaque. Justamente o pimentão, que segundo a Anvisa, é um dos hortigranjeiros mais carregados de agrotóxicos. Além da produção, podem desfrutar da culinária orgânica. Confira.
Jornalista Gabriela Miranda
Cinegrafista José Cabral
Porto Alegre - RS
segunda-feira, 26 de maio de 2014
VEJA o filme "O Veneno está na Mesa II"
Como parte das atividades da Semana do Alimento Orgânico 2014, a
Comissão de Produção Orgânica do Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento através da representação da Faculdade de Agronomia da
UFRGS gostaria de convidá-los a participar e divulgar a exibição do
filme "O Veneno está na Mesa II", direção de Silvio Tendler, em Porto
Alegre-RS
Agroecologia para alimentar o mundo com soberania para alimentar os povos.
Quando: dia 28/05
Local: Salão de Atos da Faculdade de Agronomia
Horário: 11:30
Sinopse:
Após impactar o Brasil mostrando as perversas consequências do uso de agrotóxicos em O Veneno está na Mesa, o diretor Sílvio Tendler apresenta no segundo filme uma nova perspectiva.O Veneno Está Na Mesa 2 atualiza e avança na abordagem do modelo agrícola nacional atual e de suas consequências para a saúde pública.
O filme apresenta experiências agroecológicas empreendidas em todo o Brasil, mostrando a existência de alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis, que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores.
Contamos com a presença de todos para após a exibição fazermos um debate sobre o assunto.
Profa Magnólia Silva e Ingrid I. de Barros
Membros da CPORG-RS
FONTE: Faculdade de Agronomia, em: 26-05-2014(18:16h)
Agroecologia para alimentar o mundo com soberania para alimentar os povos.
Quando: dia 28/05
Local: Salão de Atos da Faculdade de Agronomia
Horário: 11:30
Sinopse:
Após impactar o Brasil mostrando as perversas consequências do uso de agrotóxicos em O Veneno está na Mesa, o diretor Sílvio Tendler apresenta no segundo filme uma nova perspectiva.O Veneno Está Na Mesa 2 atualiza e avança na abordagem do modelo agrícola nacional atual e de suas consequências para a saúde pública.
O filme apresenta experiências agroecológicas empreendidas em todo o Brasil, mostrando a existência de alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis, que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores.
Contamos com a presença de todos para após a exibição fazermos um debate sobre o assunto.
Profa Magnólia Silva e Ingrid I. de Barros
Membros da CPORG-RS
FONTE: Faculdade de Agronomia, em: 26-05-2014(18:16h)
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Na Europa, 80% das plantas ornamentais têm pesticida prejudicial a abelhas
Estudo realizado em dez países europeus pelo Greenpeace aponta que 50% das substâncias encontradas são mortais para o inseto e alerta sobre graves danos para a agricultura.
A reportagem é de Rafael Plaisantk, publicada pelo portal EcoDebate, 24-04-2014.
Cerca de 80% das flores e plantas ornamentais vendidas em floriculturas e supermercados na Europa possuem pesticidas que são perigosos para as abelhas, revela um relatório do Greeenpeace publicado nesta quinta-feira (24/04).
“Sem saber, jardineiros amadores servem coquetéis de pesticidas perigosos para abelhas e insetos. Jardins deveriam ser um oásis afastado da indústria agrícola para esses animais e não um bar de veneno”, afirma Christiane Huxdorff, especialista em agricultura do Greenpeace.
Para o estudo, a organização analisou
amostras de 35 espécies de plantas compradas em dez países europeus,
entre elas alfazema, miosótis, violetas – variedades conhecidas por
atrair abelhas. Em 98% das plantas foram encontrados algum resquício de
pesticidas, mas nem todos são perigosos.
Mas em quase metade das amostras foram
encontrados neonicotinoides, defensivos agrícolas conhecidos por matarem
abelhas. Em 2013, a União Europeia (UE) restringiu por
dois anos o uso de algumas dessas substâncias na agricultura, mas a
restrição não vale para a produção de plantas ornamentais.
Abelhas são responsáveis pela polinização na agricultura |
“Nós precisamos de uma rápida proibição
de pesticidas prejudiciais a abelhas. Esses insetos são essenciais para
assegurar a qualidade e o rendimento da nossa agricultura”, reforça Huxdorff.
A morte em massa de abelhas
no mundo está relacionada principalmente ao aumento do uso de
substâncias químicas na agricultura, além de doenças, parasitas e
mudanças climáticas. A diminuição na população desses animais é
preocupante devido a sua função de polinização.
Segundo o Greenpeace, um terço de todos os alimentos de origem vegetal consumidos no mundo depende da polinização das abelhas.
E até 75% das culturas estão sofrendo uma queda na produtividade,
principalmente a produção de maçã, morangos, tomate e amêndoas.
O problema da diminuição da população de abelhas é observado no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Em 2012, alguns estados da região Nordeste registraram uma queda de 90% na produção de mel e de 60% de abandono das colmeias.
Na Europa desde 1985
foi registrada uma queda na população de abelhas produtoras de mel
comercial de 25%. Nos Estados Unidos, a redução foi bem maior: de 40%
desde 2006.
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/530715-na-europa-80-das-plantas-ornamentais-tem-pesticida-prejudicial-a-abelhas
quarta-feira, 30 de abril de 2014
Mais herbicidas nos EUA
Uma das principais promessas dos proponentes era exatamente reduzir o uso de agrotóxicos nas lavouras.
The Wall Street Journal, 29/04/2014
“As despesas com herbicidas de alguns agricultores dobraram ou
triplicaram desde que essas ervas daninhas resistentes se proliferaram,
num momento em que os preços do milho estão 38% mais baixos que o pico
de 2012 e os preços da soja recuaram 16%.” (…)
“A Monsanto está buscando a aprovação federal para uma nova versão do
dicamba e para sementes de soja e algodão capazes de resistir ao
herbicida. A Dow planeja lançar uma nova versão do 2,4-D, juntamente com
sementes de milho e soja resistentes ao químico. As empresas afirmam
que os produtos são seguros.
Enquanto isso, alguns produtores estão voltando a um método caro, mas comprovado, de combater ervas daninhas: a enxada.
A capina manual, que pode custar aos agricultores americanos até US$ 370 por hectare, voltou a ser usada em partes dos EUA.
No ano passado, Heath Whitmore, que cultiva arroz e soja no Arkansas,
passou uma semana inteira capinando ervas daninhas que sobreviveram aos
produtos químicos. “Isso é o que meu pai e meu avô costumavam fazer”,
diz. “Estamos voltando para isso.”
Fonte: pratos limpos
terça-feira, 15 de abril de 2014
Plante Uma Vida, Plante Uma Árvore: Glifosato, um herbicida que está junto com os noss...
Glifosato é o princípio ativo do Roundup |
O alarme disparou.
Novos estudos revelaram que o herbicida glifosato é mais nocivo à saúde do que se supunha. Lar...
quarta-feira, 2 de abril de 2014
Os agrotóxicos, o novo holocausto invisível
"Anualmente, no mundo, cerca de 3 milhões de pessoas se intoxicam pelo uso de agrotóxicos. Mais de 220 mil morrem. Isto significa 660 mortos por dia, 25 mortes por hora. O programa de vigilância epidemiológica dos Ministérios da Saúde e da Organização Panamericana de Saúde de sete países da América Central, estima que cada ano 400.000 pessoas se intoxicam com venenos", escreve Graciela Cristina Gómez, argentina, advogada ambientalista e escritora, em artigo publicado no sítio Ecoportal, 03-12-2012. A tradução é do Cepat.
Os agrotóxicos, o novo holocausto invisível
segunda-feira, 31 de março de 2014
As agriculturas do mundo e o negócio das sementes, fertilizantes e pesticidas, por Ricardo Vicente
[Esquerda.net] Não por mero acaso, o percurso histórico de agravamento das desigualdades produtivas e da fome, no século XX, é coincidente com o da história das principais multinacionais que ainda hoje atuam no mercado mundial. Artigo de Ricardo Vicente.
Atualmente os discursos políticos e técnicos dominantes
nas sociedades ocidentais condicionam brutalmente a opinião de qualquer
cidadão sobre o que é hoje a agricultura no mundo. Propagam-se as ideias
sobre os avanços tecnológicos da ciência e a sua facilidade de acesso: a
mecanização, a comunicação, os processos de automatização, as
ferramentas biotecnológicas, a obtenção de novas variedades, etc. A
sociedade absorve a ideia de que a população mundial é suportada por uma
espécie de agricultura industrializada. Esta ideia é falsa, mas é sobre
ela que se desenham e promovem políticas que são aplicadas local e
globalmente. A agricultura é muito diversa e bastante desigual. Esta
situação é fácil de constatar, não apenas comparando países
“desenvolvidos” com países pobres mas também dentro de cada país.
Pensar e desenhar políticas agrícolas significa intervir
sobre a vida de todos nós, mas em especial sobre a vida de uma grande
fatia da população mundial que depende diretamente da agricultura
enquanto atividade económica e de subsistência, cerca de 27% (FAO,
2010). Os dados da FAO relativos à população agrícola do ano 2010
mostram um globo onde a agricultura e a produção de alimentos andam a
velocidades muito diferentes: 49% da população africana; 56% da África
central; 39% da Ásia; 47% da Ásia do sul; 16% da América latina; 1,7% da
América do norte; 5,9% da Europa; 2% da Europa central; 4,4% em
Espanha; 10,3% em Portugal.
Segundo Mazoyer e Roudart (2001), 80% dos agricultores
em África e 40 a 60% na América Latina e Ásia apenas dispõem de
utensílios manuais e, entre estes, só 15 a 30% têm tração animal.
Referem os mesmos autores que a diferença de produtividade do trabalho
entre a agricultura manual menos produtiva do mundo e a agricultura
motorizada e mecanizada mais produtiva, no espaço de um século (o séc.
XX), passou de 1:10 para 1:500. No caso dos cereais, afirmam que um
trabalhador isolado, na melhor situação, consegue produzir 2.000
toneladas, enquanto que, na pior situação, uma família produz apenas 1
tonelada, no espaço de um ano. Estas duas realidades encontram-se hoje,
frequentemente, separadas não por um oceano mas por um muro ou vedação.
É sobre esta realidade desigual que se desenham acordos e
políticas internacionais que interferem diretamente nas atividades
agrícolas, mas é também neste quadro que atuam as diversas empresas
multinacionais produtoras e distribuidoras de fatores de produção. Não
por mero acaso, o percurso histórico de agravamento das desigualdades
produtivas e da fome, no século XX, é coincidente com o da história das
principais multinacionais que ainda hoje atuam no mercado mundial (ver
figuras 1, 2 e 3).
Foi no decorrer dos anos 60 e 70 que todo o processo se
acelerou, com o surgimento crescente de variedades híbridas, adubos e
pesticidas, possibilitando o melhoramento da relação
semente-fertilizante e consequentemente o grande aumento das produções.
Este processo ficou historicamente conhecido por revolução verde. Nos
países e regiões mais pobres, onde eram maiores os riscos de fome
consequentes do aumento da população e da fraca capacidade produtiva dos
sistemas agrários, as consequências foram desastrosas. A maioria dos
novos saberes e tecnologias não chegaram aos agricultores locais e as
poucas que chegaram retiraram-lhes a autonomia, criando dependências
entre agricultores e empresas fornecedoras de fatores. Na história
destas empresas abundam as situações fraudulentas que provocaram a
destruição de recursos endógenos e criaram dependências dos seus
negócios. Surgiram diferenciais de produtividade brutais com a entrada
em funcionamento de unidades produtivas modernas, os preços dos
alimentos caíram, muitos agricultores abandonaram a atividade,
destruíram-se redes de distribuição locais e surgiram novas dependências
alimentares que espalharam a fome e o desespero. Iniciou-se uma mudança
de paradigma, passou a haver produção de alimentos suficiente para
alimentar a população mas a fome agravou-se devido à impossibilidade de
acesso aos alimentos.
Todas as atuais principais empresas de produção e
distribuição de sementes, adubos e pesticidas têm um histórico de
atividade que iniciou antes ou durante a revolução verde e quase todas
já tiveram reestruturações decorrentes da fusão com outras empresas. Há
quase um século que atuam numa área de atividade onde o negócio é
garantido e ainda não parou de crescer (ver Fig. 4 e 5). Se analisarmos
as suas histórias, facilmente constatamos que os seus negócios cresceram
sem regras nem princípios, ao lado dos interesses financeiros e
políticos das maiores potencias mundiais.
Alguns factos históricos sobre as principais empresas multinacionais que operam no mercado se sementes, pesticidas e adubos:
Monsanto:
Surge em 1901 com a produção de sacarina. Produz vários
equipamentos para a 2ª guerra mundial; em 1945 entra no negócio dos
pesticidas; em 1960 é uma das principais produtoras de agente laranja,
herbicida com efeito desfolhante aplicado na guerra do Vietname e que
provocou sequelas brutais nos soldados e na população local; em 1964
lança o primeiro herbicida seletivo pré-emergência para a cultura do
milho.
Syngenta:
Surge apenas em 1999, mas resultou de uma fusão
empresarial onde se destacava a Geigy, que se fundou em 1935 e produzia
inseticidas; em 1974 entrou no negócio das sementes.
Bayer:
Surge em 1863 como produtora de corantes e mais tarde
dedica-se à indústria farmacêutica. Prestou serviços à Alemanha de
produção de equipamentos necessários às duas guerras mundiais; Em 1956,
Fritz ter Meer, depois de sete anos de prisão consequentes de
colaboração em ensaios em seres humanos e tráfego de escravos
provenientes de um campo de concentração em Aushwitz, foi nomeado
presidente do conselho de supervisão da Bayer.
DuPont:
Iniciou em 1802 com a produção de pólvora; Produziu
equipamentos para as duas guerras mundiais; Em 1943 participa no
Manhattan Project e no desenvolvimento de uma bomba nuclear; Entre 1997 e
1999 comprou absorveu a empresa Pioneer, uma das maiores empresas que
atuava no mercado mundial de sementes (desde 1926), altura em que lançou
o primeiro milho híbrido comercializado. Em 1960 lança o inseticida
Lanate.
Limagrain:
Surge em 1942 com a produção e venda de sementes.
BASF:
Fundada em 1865 iniciou atividade com a produção de
corantes. Em 1913 sintetizaram amónio pela primeira vez. Produziram
diversos equipamentos para as duas guerras mundiais. Em 1949 lançam um
novo negócio com o herbicida U46.
DOW:
Foi criada em 1897 com um negócio de venda de
descolorantes e sais. Forneceu materiais diversos para as duas guerras
mundiais; nas primeiras duas décadas do século XX assumiu-se como um dos
maiores produtores de pesticidas; entre 1951 e 1975 desenvolveu armas
nucleares; entre 1965 e 1969 forneceu napalm e agente laranja para a
guerra do Vietname.
Potash Corp
O histórico da empresa remonta a 1975, quando o Governo
de Saskatchewan, Canadá, decidiu nacionalizar e agrupar o negócio de um
conjunto de empresas estratégicas que operavam pelo menos desde 1950 na
extração e venda de potássio e derivados. Em 1989 o grupo foi
privatizado.
Mosaic Company
Foi lançada em 2004, nos Estados Unidos, e resultou da
fusão de duas empresas, a Cargill e a IMC-Global que tinha histórico de
atividade desde 1909.
Yara
Fundada em 1905, 10 anos depois, durante a primeira
guerra mundial, fornecia nitratos de cálcio e de amónio à Alemanha e aos
Aliados.
OCP Group
Formado em 1920, em Marrocos, na extração e comercialização de fósforo e derivados.
Fig. 1 – Mercado de Sementes
Top 10 – 2007
|
Vendas de sementes
(milhões $)
|
% mercado global de sementes
|
Monsanto (US)
|
4.964
|
23%
|
DuPont (US)
|
3.300
|
15%
|
Syngenta (Switzerland)
|
2.018
|
9%
|
Groupe Limagrain (France)
|
1.226
|
6%
|
Land O’ Lakes (US)
|
917
|
4%
|
KWS AG (Germany)
|
702
|
3%
|
Bayer Crop Science (Germany)
|
524
|
2%
|
Sakata (Japan)
|
396
|
<2 p="">
2>
|
DLF-Trifolium (Denmark)
|
391
|
<2 p="">
2>
|
Takii (Japan)
|
347
|
<2 p="">
2>
|
Top 10 Total
|
14.785
|
67%
|
Fonte: ETC Group
Fig. 2 – Mercado de Pesticidas
Top 10 – 2008
|
Vendas de sementes
(milhões $)
|
% mercado global de sementes
|
Bayer (Germany)
|
7.458
|
19%
|
Syngenta (Switzerland)
|
7.285
|
19%
|
BASF (Germany)
|
4.297
|
11%
|
Dow AgroSciences (USA)
|
3,779
|
10%
|
Monsanto (USA)
|
3,599
|
9%
|
DuPont (USA)
|
2,369
|
6%
|
Makhteshim Agan (Israel)
|
1,895
|
5%
|
Nufarm (Australia)
|
1,470
|
4%
|
Sumitomo Chemical (Japan)
|
1,209
|
3%
|
Arysta Lifescience (Japan)
|
1,035
|
3%
|
Top 10 Total
|
34.396
|
89%
|
Fonte: Agrow World Crop Protection News, August 2008
Fig. 3 – Mercado de adubos
Fig. 4 – Consumo mundial de azoto, fósforo e água
Fig. 5 – Consumo mundial de pesticidas e volume de negócio
* Ricardo Vicente é Engenheiro Agrónomo.
Artigo originalmente publicado pelo Esquerda.net e reproduzido pelo EcoDebate, 31/03/2014
sábado, 1 de março de 2014
Brasil lidera uso de agrotóxicos no mundo, mas apenas 13 vegetais são inspecionados
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Como se isso não
fosse o bastante, a fiscalização sobre o uso desses defensivos abrange
uma quantidade muito pequena de culturas, o que coloca a saúde da
população e os recursos naturais em risco.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avaliou amostras de apenas 13 vegetais no ano de 2012 – clique aqui para
ver as análises completas. No mesmo período, os Estados Unidos e a
União Europeia contaram com uma lista de 300 análises, feitas pela Food
and Drugs Administration (FDA), nos EUA, e pela European Food Safety
Authority, na Europa. Além disso, 22 dos agrotóxicos mais comuns em
território nacional são proibidos pelos dois órgãos estrangeiros.
Entre os alimentos mais contaminados estão frutas e vegetais altamente
consumidos por brasileiros, como cenoura, alface, laranja, arroz,
tomate, pimentão, morango e soja, que é a cultura que mais utiliza
agrotóxicos.
O impacto disso é sentido diretamente na saúde da população. Os
trabalhadores rurais que lidam com os defensivos agrícolas na lavoura
estão diretamente expostos, mas as pessoas que comem esses alimentos
também estão, já que, não importa qual seja o cuidado com a lavagem, é
impossível se livrar dos pesticidas previamente usados no plantio.
Em entrevista à revista Galileu,
o doutor em Saúde Pública, Wanderley Pignati, explicou que não existe
uso seguro para os agrotóxicos, mesmo que eles sejam aprovados pelos
órgãos responsáveis. Ele ainda caracteriza o uso destes fertilizantes
como uma contaminação intencional, que deveria ser considerada crime
doloso, em que existe a intenção de cometê-lo.
Foto: Pixabay
Pignati explica que as consequências do agrotóxico no organismo podem
ser: câncer, problemas neurológicos, má formação fetal e desregulação
endócrina. Além disso, também existe todo o impacto que eles podem
causar à natureza. Os alimentos de origem animal, como carnes, ovos,
leites e outros industrializados não são sequer examinados quanto ao
teor de agrotóxico presente em sua composição. A estimativa da
Organização Mundial da Saúde é de que, anualmente, 20 mil pessoas morrem
em consequência da exposição e contaminação por agrotóxicos.
Redação CicloVivosexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Nuvens de veneno - assista o vídeo
Há uma grande disparidade no tratamento que o agronegócio dispensa à saúde da lavoura e à saúde dos trabalhadores. A preocupação com o aumento da produção sem economizar no uso dos agrotóxicos revela um descaso com os efeitos colaterais causados na vida da população e do meio ambiente. No estado de Mato Grosso – o maior produtor de soja, algodão e gado no Brasil –, apenas seis municípios possuem Programa de Saúde dos Trabalhadores. O estado detém também o recorde de maior consumidor de agroquímicos no país.
A reportagem é de Wellinton Nascimento, publicada originalmente no site Forest Comunicação e reproduzida por Envolverde, 23-01-2014.
A aviação agrícola despeja sobre as lavouras nuvens de endosulfan, tamaron, futrifol e outros inseticidas controversos já proibidos nos Estados Unidos, na Europa e até mesmo na China. Os produtos são exportados, mas os agrotóxicos ficam. Esse é o grande questionamento trazido pelo preciso curta “Nuvens de Veneno”, dirigido por Beto Novaes, aonde vão parar os milhões de litros de agrotóxicos que estavam nos vasilhames agora vazios?
Os inseticidas usados pelos grandes produtores tem afetado drasticamente a saúde e as lavouras de pequenos produtores familiares de assentamentos e comunidades rurais de Mato Grosso. Os insumos químicos levados pelas nuvens de veneno, andam quilômetros e tem chegado até as cidades.
Os pesticidas evaporam, se condensam na chuva e intoxicam pessoas, plantas, nascentes. Uma pesquisa realizada por Wanderlei Pignati, professor da Universidade Federal de Mato Grosso, na água de 10 poços artesanais das cidades de Lucas do Rio Verde e Campo Verde, durante dois anos, revelou que todos estavam contaminados com resíduos agrotóxicos. O curta mostra que, lastimavelmente, os insumos não tem surtido mais efeito contra as pragas, o que gera um ciclo destrutivo: a quantidade de veneno é aumentada à exaustão e depois substituída por outros agrotóxicos ainda mais nocivos.
Obediência aos códigos florestais, controle social e visão crítica da população são algumas das soluções apresentadas no vídeo. Reserve apenas 22 minutos da sua semana, assista “Nuvens de Veneno” e reflita.
Até quando vamos aceitar essa situação? Que qualidade de vida as futuras gerações terão, se tamanha irresponsabilidade persistir?
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Morango lidera ranking paranaense dos alimentos com agrotóxicos.
Mural Virtual - Educação Ambiental: Morango lidera ranking paranaense dos alimentos co...: Nota do blog: amostras consideradas regulares, porque estão com os resíduos de ingestão diária dentro do permitidos e irregulares,...
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
A maldição dos AGROTÓXICOS !
Posted: 22 Oct 2013 01:33 PM PDT
O Núcleo TRAMAS, organização do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, divulgou o cordel de Rogaciano Oliveira “ A maldição dos Agrotóxicos ou o que faz o Agronegócio”.
Para conferir a cartilha inteira acesse o link:
http://pratoslimpos.org.br/wp-
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Cientistas descobrem o que está matando as abelhas, e é mais grave do que se pensava....
Como já é sabido, a misteriosa mortandade de abelhas que polinizam US $ 30 bilhões em cultura só nos EUA dizimou a população de Apis mellifera
na América do Norte, e apenas um inverno ruim poderá deixar os campos
improdutíveis. Agora, um novo estudo identificou algumas das prováveis
causas da morte das abelhas, e os resultados bastante assustadores
mostram que evitar o Armagedom das abelhas será muito mais difícil do
que se pensava anteriormente.
Os cientistas tinham dificuldade em encontrar o gatilho para a chamada Colony Collapse Disorder (CCD), (Desordem do Colapso das Colônias, em inglês), que
dizimou cerca de 10 milhões de colmeias, no valor de US $ 2 bilhões,
nos últimos seis anos. Os suspeitos incluem agrotóxicos, parasitas
transmissores de doenças e má nutrição. Mas, em um estudo inédito
publicado este mês na revista PLoS ONE,
os cientistas da Universidade de Maryland e do Departamento de
Agricultura dos EUA identificaram um caldeirão de pesticidas e
fungicidas contaminando o pólen recolhido pelas abelhas para alimentarem
suas colmeias. Os resultados abrem novos caminhos para sabermos porque
um grande número de abelhas está morrendo e a causa específica da DCC,
que mata a colmeia inteira simultaneamente.
Quando os pesquisadores
coletaram pólen de colmeias que fazem a polinização de cranberry,
melancia e outras culturas, e alimentaram abelhas saudáveis, essas
abelhas mostraram um declínio significativo na capacidade de resistir à
infecção por um parasita chamado Nosema ceranae. O parasita tem sido relacionado a Desordem
do Colapso das Colônias (DCC), embora os cientistas sejam cautelosos ao
salientar que as conclusões não vinculam diretamente os pesticidas a
DCC. O pólen foi contaminado, em média, por nove pesticidas e fungicidas
diferentes, contudo os cientistas já descobriram 21 agrotóxicos em uma
única amostra. Sendo oito deles associados ao maior risco de infecção
pelo parasita.
O mais preocupante, as
abelhas que comem pólen contaminado com fungicidas tiveram três vezes
mais chances de serem infectadas pelo parasita. Amplamente utilizados,
pensávamos que os fungicidas fossem inofensivos para as abelhas, já que
são concebidos para matar fungos, não insetos, em culturas como a de
maçã.
"Há evidências
crescentes de que os fungicidas podem estar afetando as abelhas
diretamente e eu acho que fica evidente a necessidade de reavaliarmos a
forma como rotulamos esses produtos químicos agrícolas", disse Dennis
vanEngelsdorp, autor principal do estudo.
Os rótulos dos
agrotóxicos alertam os agricultores para não pulverizarem quando existem
abelhas polinizadoras na vizinhança, mas essas precauções não são
aplicadas aos fungicidas.
As populações de abelhas
estão tão baixas que os EUA agora tem 60% das colônias sobreviventes do
país apenas para polinizar uma cultura de amêndoas na Califórnia. E
isso não é um problema apenas da costa oeste americana - a Califórnia
fornece 80% das amêndoas do mundo, um mercado de US $ 4 bilhões.
Nos últimos anos, uma classe de substâncias químicas chamadas neonicotinóides
tem sido associada à morte de abelhas e em abril os órgãos reguladores
proibiram o uso do inseticida por dois anos na Europa, onde as
populações de abelhas também despencaram. Mas Dennis vanEngelsdorp, um
cientista assistente de pesquisa na Universidade de Maryland, diz que o
novo estudo mostra que a interação de vários agrotóxicos está afetando a
saúde das abelhas.
"A questão dos
agrotóxicos em si é muito mais complexa do acreditávamos ser", diz ele.
"É muito mais complicado do que apenas um produto, significando
naturalmente que a solução não está em apenas proibir uma classe de
produtos."
O estudo descobriu outra
complicação nos esforços para salvar as abelhas: as abelhas
norte-americanas, que são descendentes de abelhas europeias, não trazem
para casa o pólen das culturas nativas norte-americanas, mas coletam de
ervas daninhas e flores silvestres próximas. O pólen dessas plantas, no
entanto, também estava contaminado com pesticidas, mesmo não sendo alvo
de pulverização.
"Não está claro se os
pesticidas estão se dispersando sobre essas plantas, mas precisamos ter
um novo olhar sobre as práticas de pulverização agrícola", diz
vanEngelsdorp.
http://www.institutoecofaxina.org.br/2013/08/cientistas-descobrem-o-que-esta-matando-as-abelhas-e-e-mais-grave-do-que-se-pensava.html
Fonte: Quartz News
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Itália proíbe milho transgênico da Monsanto
Reuters, 12/07/2013.
Três ministros italianos – da agricultura, da saúde e do meio ambiente – assinaram um decreto banindo o cultivo do milho transgênico da Monsanto MON810.
O ministro da agricultura citou os impactos negativos à biodiversidade como principal justificativa para a publicação do decreto. “Nossa agricultura é baseada na biodiversidade, na qualidade, e precisamos continuar a buscar esses objetivos, sem jogos [os transgênicos] que mesmo do ponto de vista econômico não nos tornariam competitivos”, declarou o ministro.
Enquanto as aprovações para o cultivo de transgênicos na Europa são definidas de forma conjunta no nível da União Europeia, governos nacionais podem, individualmente, estabelecer salvaguardas caso considerem que o plantio represente riscos para a saúde ou o meio ambiente.
No ano passado, a França estabeleceu uma moratória similar aos transgênicos.
Segundo a maior organização de agricultores da Itália, a Coldiretti, uma pesquisa recente apontou que cerca de 80% dos italianos apoiam a proibição.
N.E.: Até hoje a União Europeia só autorizou o cultivo de dois transgênicos: o milho MON810, da Monsanto, tóxico a lagartas, e a batata Amflora, da Basf, modificada para produzir amido industrial, que foi um fiasco de mercado e já teve a comercialização suspensa pela Basf. Antes da Itália, outros nove países europeus já tinham proibido o cultivo do milho da Monsanto: Polônia, Alemanha, Áustria, Hungria, Luxemburgo, França, Grécia, Itália e Bulgária.
BLOG PRATOS LIMPOS
Com informações da
Três ministros italianos – da agricultura, da saúde e do meio ambiente – assinaram um decreto banindo o cultivo do milho transgênico da Monsanto MON810.
O ministro da agricultura citou os impactos negativos à biodiversidade como principal justificativa para a publicação do decreto. “Nossa agricultura é baseada na biodiversidade, na qualidade, e precisamos continuar a buscar esses objetivos, sem jogos [os transgênicos] que mesmo do ponto de vista econômico não nos tornariam competitivos”, declarou o ministro.
Enquanto as aprovações para o cultivo de transgênicos na Europa são definidas de forma conjunta no nível da União Europeia, governos nacionais podem, individualmente, estabelecer salvaguardas caso considerem que o plantio represente riscos para a saúde ou o meio ambiente.
No ano passado, a França estabeleceu uma moratória similar aos transgênicos.
Segundo a maior organização de agricultores da Itália, a Coldiretti, uma pesquisa recente apontou que cerca de 80% dos italianos apoiam a proibição.
N.E.: Até hoje a União Europeia só autorizou o cultivo de dois transgênicos: o milho MON810, da Monsanto, tóxico a lagartas, e a batata Amflora, da Basf, modificada para produzir amido industrial, que foi um fiasco de mercado e já teve a comercialização suspensa pela Basf. Antes da Itália, outros nove países europeus já tinham proibido o cultivo do milho da Monsanto: Polônia, Alemanha, Áustria, Hungria, Luxemburgo, França, Grécia, Itália e Bulgária.
BLOG PRATOS LIMPOS
domingo, 21 de julho de 2013
O Mundo segundo a Monsanto - dublado
Publicado em 30/06/2012
Este vídeo tem intuito informativo e educacional e não infringe direitos autorais.
O Mundo segundo a Monsanto
Marie-Monique Robin
O Mundo segundo a Monsanto
Marie-Monique Robin
Excelente documentário produzido pela autora do livro "O mundo segundo a
Monsanto". Mostra como essa multinacional está patenteando sementes
transgênicas e introduzindo-as em países emergentes como o Brasil.
Presente em 46 países, a Monsanto se tornou líder mundial em sementes e
plantações transgênicas e também uma das empresas mais controvertidas na
história industrial. Desde sua fundação em 1901, a empresa foi
processada judicialmente inúmeras vezes devido à toxidade de seus
produtos. Hoje se reinventou como a empresa das "ciências da vida" que
se converteu às virtudes do desenvolvimento sustentável.
Usando de documentos até agora não publicados e os testemunhos de vítimas, cientistas e políticos, "O Mundo Segundo a Monsanto" reconstitui a gênese de um império industrial construído sobre mentiras, cumplicidade do governo americano, pressões e tentativa de corrupção. A empresa se tornou principal fabricante de sementes do mundo, espalhando seus cultivos transgênicos para todo o planeta -- em meio à falta de controle em relação a seus efeitos para com o meio ambiente e a saúde humana.
Uma empresa que quer o seu bem seguindo as regras do codex alimentarius até quando vamos engolir isso.
Usando de documentos até agora não publicados e os testemunhos de vítimas, cientistas e políticos, "O Mundo Segundo a Monsanto" reconstitui a gênese de um império industrial construído sobre mentiras, cumplicidade do governo americano, pressões e tentativa de corrupção. A empresa se tornou principal fabricante de sementes do mundo, espalhando seus cultivos transgênicos para todo o planeta -- em meio à falta de controle em relação a seus efeitos para com o meio ambiente e a saúde humana.
Uma empresa que quer o seu bem seguindo as regras do codex alimentarius até quando vamos engolir isso.
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quarta-feira, 17 de julho de 2013
30% dos alimentos têm agrotóxicos acima da lei
Nada menos que 29% dos alimentos in natura consumidos pela população
contém agrotóxicos acima do limite permitido por lei.
A revelação consta
em um estudo realizado pela Embrapa Meio Ambiente chamado “Análise das
violações encontradas em alimentos nos programas nacionais de
monitoramento de agrotóxicos”
“Em todos os anos de monitoramento é possível observar um número significativo de amostras classificadas como insatisfatórias, que englobam presença de agrotóxicos em níveis acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR), com presença de agrotóxicos não autorizados para a cultura (NA) e [ambos juntos]”, denuncia o estudo, assinado por engenheiros agrônomos e químicos (Robson Rolland Monticelli Barizon, Claudio Aparecido Spadotto, Manoel Dornelas de Souza, Sonia Cláudia Nascimento de Queiroz e Vera Lúcia Ferracini).
Os resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), divulgado em dezembro de 2011, mostraram percentual alarmante de amostras com violações. Do total de 3.130 analisadas, 907 (29%) foram consideradas insatisfatórias pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A maioria (23,8%) é referente ao uso não autorizado de agrotóxicos na cultura.
De acordo com o estudo, o percentual de violações variou de forma expressiva entre as culturas. As que apresentaram os maiores percentuais foram: pimentão, uva, pepino e morango. Os menores índices ficaram com banana, batata, feijão e maçã.
Para a Embrapa, os resultados são recorrentes e não podem ser atribuídos a fatores casuais. “O percentual de amostras insatisfatórias na cultura do morango, por exemplo, manteve-se acima de 35% desde 2002. As culturas de pimentão e da uva, incluídas no programa em 2008, também apresentaram percentual de violações bastante elevado, correspondendo a 64,36% e a 32,67% de amostras insatisfatórias”, afirma o estudo.
Rótulo e bula - Os resultados indicaram que uma parte dos agrotóxicos não está sendo utilizada de acordo com as informações que constam no rótulo e bula destes produtos. São desconsideradas orientações sobre a dose recomendada, o número de aplicações e o intervalo entre a última aplicação e a colheita, entre outras.
Outro fator que explica as violações é a falta de produtos adequados no mercado. Muitas empresas que desenvolvem ou formulam agrotóxicos optam por não comercializar substâncias para culturas com menor retorno financeiro. Com isto, os produtores utilizam agrotóxicos não autorizados, em razão da falta de produtos registrados.
“Em todos os anos de monitoramento é possível observar um número significativo de amostras classificadas como insatisfatórias, que englobam presença de agrotóxicos em níveis acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR), com presença de agrotóxicos não autorizados para a cultura (NA) e [ambos juntos]”, denuncia o estudo, assinado por engenheiros agrônomos e químicos (Robson Rolland Monticelli Barizon, Claudio Aparecido Spadotto, Manoel Dornelas de Souza, Sonia Cláudia Nascimento de Queiroz e Vera Lúcia Ferracini).
Os resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), divulgado em dezembro de 2011, mostraram percentual alarmante de amostras com violações. Do total de 3.130 analisadas, 907 (29%) foram consideradas insatisfatórias pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A maioria (23,8%) é referente ao uso não autorizado de agrotóxicos na cultura.
De acordo com o estudo, o percentual de violações variou de forma expressiva entre as culturas. As que apresentaram os maiores percentuais foram: pimentão, uva, pepino e morango. Os menores índices ficaram com banana, batata, feijão e maçã.
Para a Embrapa, os resultados são recorrentes e não podem ser atribuídos a fatores casuais. “O percentual de amostras insatisfatórias na cultura do morango, por exemplo, manteve-se acima de 35% desde 2002. As culturas de pimentão e da uva, incluídas no programa em 2008, também apresentaram percentual de violações bastante elevado, correspondendo a 64,36% e a 32,67% de amostras insatisfatórias”, afirma o estudo.
Rótulo e bula - Os resultados indicaram que uma parte dos agrotóxicos não está sendo utilizada de acordo com as informações que constam no rótulo e bula destes produtos. São desconsideradas orientações sobre a dose recomendada, o número de aplicações e o intervalo entre a última aplicação e a colheita, entre outras.
Outro fator que explica as violações é a falta de produtos adequados no mercado. Muitas empresas que desenvolvem ou formulam agrotóxicos optam por não comercializar substâncias para culturas com menor retorno financeiro. Com isto, os produtores utilizam agrotóxicos não autorizados, em razão da falta de produtos registrados.
Banidos lá fora e usados aqui
Para os pesquisadores, é fundamental o fortalecimento de canais de comunicação que possibilitem maior esclarecimento dos produtores, seja por intermédio dos serviços de extensão rural, da indústria de agrotóxicos ou de órgãos de capacitação, como o Senar. Além disso, a fiscalização deve ser exercida constantemente por parte dos órgãos competentes. “Neste quesito, a rastreabilidade é também um importante fator que pode agir conjuntamente com a fiscalização”, conclui o estudo.
fonte correio riograndense 10 de julho
sábado, 13 de julho de 2013
Consea pede proibição de agrotóxicos vedados em outros países
O Brasil tornou-se o maior
consumidor de agrotóxicos do mundo com 19% do mercado mundial. A taxa de
crescimento do mercado brasileiro de agrotóxicos, entre 2000 e 2010,
foi de 190% contra 93% do mercado mundial.
http://www.unisinos.br/blogs/projeto-alerta/2011/03/30/agrotoxicos-nos-alimentos/
O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA)
encaminhou à presidenta da República, Dilma Rousseff, Exposição de
Motivos (EM) com as propostas elaboradas pela Mesa de Controvérsias
sobre Agrotóxicos, realizada em Brasília, nos dias 20 e 21 de setembro
de 2012. A EM foi aprovada na Plenária do Conselho de junho deste ano,
depois de ter sido discutida nas Comissões Permanentes.
O documento é uma crítica ao processo de “modernização” agrícola
conhecido como “Revolução Verde”. Esta “modernização” transformou o
modelo de produção agrícola e o país em uma grande fazenda monocultora e
dependente de insumos químico-industriais. O governo de Ernesto Geisel
estimulou a “Revolução Verde” e esse padrão se mantém, sendo a diretriz
das políticas agrícolas governamentais.
Em 2007, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO) realizou a Conferência Internacional sobre a
“Agricultura Orgânica e Segurança Alimentar” e concluiu que a
agricultura convencional esgotou sua capacidade de alimentar a população
global e que existe a necessidade de substituição pela agricultura
ecológica.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
(UNCTAD), realizada em 2010, recomendou que os governos estimulassem o
uso de diferentes formas de agricultura sustentável, entre elas a
orgânica. Por sua vez, o Relator Especial sobre o Direito Humano à
Alimentação, Olivier de Schutter, afirmou na Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU) que a agroecologia é um novo
paradigma de desenvolvimento agrícola que pode efetivar rapidamente o
direito humano à alimentação adequada.
O Brasil tornou-se o maior consumidor de agrotóxicos do mundo com 19%
do mercado mundial. A taxa de crescimento do mercado brasileiro de
agrotóxicos, entre 2000 e 2010, foi de 190% contra 93% do mercado
mundial.
A evolução da taxa de consumo de agrotóxicos, em 2005, cresceu de 7,5
quilos por hectare para 15,8 quilos por hectare em 2010. O percentual
mais elevado se encontra entre os estabelecimentos com mais de 100
hectares dos quais 80% usam agrotóxicos
A Exposição de Motivos avalia o peso dos agrotóxicos nos custos de
produção, os incentivos e das isenções tributárias aos produtos químicos
que reduziu a zero as alíquotas, o impacto agroquímico dos produtos
transgênicos.
O documento coloca em dúvida a legitimidade dos estudos que são
feitos pelas próprias empresas solicitantes, para o registro de produtos
agrotóxicos.
O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional apresentou à
presidenta Dilma Rousseff uma série de propostas, entre as quais se
podem destacar a de Proibir no Brasil os agrotóxicos já vedados em
outros países; Proibir as pulverizações aéreas de agrotóxicos; Definir
metodologia única de monitoramento em todos os órgãos ambientais nas
três esferas federativas; Criar penalidades, incluindo o pagamento de
ressarcimento financeiro, para os responsáveis pela contaminação por
agrotóxicos e por transgênicos de sistemas agroecológicos, entre outras.
O INESC faz parte da coordenação da Comissão Permanente 1 do Consea,
que trata do Sistema e da Política Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional. O Instituto contribuiu para a elaboração da Exposição de
Motivos e tem se posicionado nos diversos espaços institucionais contra a
maciça utilização de agrotóxicos e sementes transgênicas.
Edélcio Vigna (Consultor do Inesc)segunda-feira, 8 de julho de 2013
Palestra: “Impacto dos agrotóxicos no equilíbrio de Gaia”
Entender os danos mais graves provocados pelos agrotóxicos e como evitá-los, é a proposta da palestra “Impacto dos agrotóxicos no equilíbrio de Gaia”, com a farmacêutica e especialista em toxicologia Ana Valls. O evento acontece no dia 09 de julho, terça-feira, às 19h na Livraria Cultura em Porto Alegre, com entrada franca.
A Fundação Gaia - Legado Lutzenberger em parceria com a Livraria Cultura convida a todos para estarem presentes nas palestras que acontecem de março a dezembro sempre na segunda terça-f...eira de cada mês. A temática norteadora de 2013 é “Cuidar de Gaia” visando inspirar maior atenção ao delicado equilíbrio da biosfera que permite à vida evoluir e prosperar no planeta Terra há mais de três bilhões de anos.
Os interessados podem obter certificado de participação nas palestras, tanto para cada evento como para todas nas quais participarem. Para isso basta escrever para reservas@fgaia.org.br e solicitar maiores informações.
Resumo
Nesta palestra, Ana Valls inicialmente irá apresentar um histórico dos agrotóxicos na sociedade humana com seus impactos no planeta Terra, chegando à situação atual. “Na época em que foi criada a nossa pioneira lei para controlar os agrotóxicos, em 1982, ainda havia como classificá-los em grupos, hoje com o avança da química isto está muito complicado” alerta Ana.
O principal enfoque da palestrante serão questões de saúde decorrentes do uso e aplicação dos agrotóxicos. Segundo ela, é muito importante saber o que cada um pode fazer para evitar o mal provocado por eles, o que será bastante ressaltado na palestra.
Palestrante
Ana Valls é graduada em Farmácia tendo especialização em Toxicologia Aplicada. Autau na área de análise dos agrotóxicos nos alimentos. Faz parte do Conselho da Agapan. É Membro Fundadora da Associação Brasileira de Agroecologia. Atualmente sua atuação está voltada para questões de mobilização ambiental e saúde pública. Integra o Conselho Estadual de Saúde, representando a Agapan.
Serviço
Palestra: “Impacto dos agrotóxicos no equilíbrio de Gaia”
Palestrante: Ana Valls
Data: 09 de julho de 2013, terça-feira
Horário: 19h
Local: Auditório da Livraria Cultura no Bourbon Shopping Country - Rua Túlio de Rose, 80, em Porto Alegre.
Entrada franca.
Texto e informações: jornalista Cláudia Dreier (51) 9819 9887
Programação completa das palestras em www.fgaia.org.br
sábado, 29 de junho de 2013
Cerco aos agrotóxicos no RS !!
Supermercados gaúchos aceitam rastrear frutas, verduras e legumes
Associação do setor anunciou que pretende buscar acordo com o Ministério Público para identificar os produtores dos hortigranjeiros vendidos pelas redes
No Estado, 25% das amostras analisadas têm resíduos acima do limite permitido, apontam dados da Anvisa
Foto:
Ricardo Duarte / Agencia RBS
Caio Cigana
Depois de o Ministério Público (MP) iniciar uma ofensiva judicial
para tentar obrigar as 10 maiores redes gaúchas de supermercados a
cumprir a norma técnica estadual de 2005 que exige rastreamento dos
hortigranjeiros, a entidade que representa o setor decidiu ontem buscar
uma conciliação.
A iniciativa da promotoria especializada de defesa do consumidor, somada ao programa de análise de resíduos de agrotóxicos em verduras, frutas e legumes, busca identificar produtores que aplicam químicos de forma irregular nos alimentos consumidos in natura.
Apesar da posição da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) em tentar um acordo, o MP sustenta que decidiu ingressar com as ações porque as empresas e a entidade se negaram a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que formalizaria a adesão às regras.
— Estamos entrando em contato com o MP e pedindo uma audiência. Houve um mal-entendido. A Agas quer colaborar. Nossa posição também é de defender o consumidor — diz o presidente da Agas, Antonio Cesa Longo.
Para o dirigente, como foi iniciado o monitoramento dos hortigranjeiros na Ceasa, onde pequenos e médios mercados se abastecem, a tarefa fica facilitada. Os grupos maiores, diz Longo, já têm fornecedores identificados.
Mesmo estranhando a nova posição, o promotor Alcindo Bastos, à frente do caso, considera o recuo positivo:
— Um acordo é sempre possível. Para nós, é interessante. Mas precisamos de uma rastreabilidade de fato. A Agas foi enfática (à época das negociações sobre o TAC) e não houve consenso.
A entidade, por sua vez, questiona a iniciativa do MP de acionar somente as maiores redes. Segundo Alcindo, foi apenas uma estratégia inicial para, posteriormente, forçar outros varejistas a cumprirem a norma. Duas decisões judiciais saíram até agora. Uma, referente à rede Asun, foi favorável ao MP. Na outra, contra o Carrefour, o despacho beneficiou a rede.
A importância de identificar a origem do produto com inconformidade é fazer com que as propriedades sejam fiscalizadas e os erros de aplicação de químicos corrigidos, explica Suzana Nietiedt, coordenadora do Programa Estadual de Monitoramento de Hortigranjeiros.
— Se não chegarmos ao produtor, não resolveremos o problema — diz.
No Estado, 25% das amostras coletadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentam resíduos acima do limite, produtos proibidos ou não permitidos para a cultura. As coletas da Ceasa, ligadas a outra iniciativa, começaram em maio e os resultados ainda não saíram.
O consumo de alimentos contaminados com agrotóxicos ao longo dos anos é relacionado, por exemplo, ao aparecimento de câncer.
MP não aceita adotar programa do setor
Enquanto negociavam com o Ministério Público (MP), as redes propuseram a utilização do Programa de Rastreamento e Monitoramento de Alimentos (Rama), criado ano passado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Apesar de também prever o acompanhamento dos resíduos de agrotóxicos e rastreamentos de frutas, legumes e verduras, o modelo não foi aceito.
— Sem a assinatura do TAC não haveria previsão de multa em caso de descumprimento e várias informações não seriam repassadas ao MP. Seria uma espécie de autocontrole — ressalta o promotor Alcindo Bastos.
Como o programa da Abras prevê a adesão espontânea dos supermercados, até agora apenas 20 redes de Santa Catarina e do Rio Grande do Norte participam, com a inclusão de 230 fornecedores monitorados.
Conforme a entidade nacional, supermercados do Pará e do Maranhão mantêm tratativas para se incorporarem ao programa de rastreamento.
Campeões de irregularidades
Percentual de amostras com resultados insatisfatórios no Estado, segundo a Vigilância Sanitária
Pimentão: 83%
Pepino: 80%
Morango: 60%
Cenoura: 60%
Couve: 50%
Alface: 50%
fonte:
A iniciativa da promotoria especializada de defesa do consumidor, somada ao programa de análise de resíduos de agrotóxicos em verduras, frutas e legumes, busca identificar produtores que aplicam químicos de forma irregular nos alimentos consumidos in natura.
Apesar da posição da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) em tentar um acordo, o MP sustenta que decidiu ingressar com as ações porque as empresas e a entidade se negaram a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que formalizaria a adesão às regras.
— Estamos entrando em contato com o MP e pedindo uma audiência. Houve um mal-entendido. A Agas quer colaborar. Nossa posição também é de defender o consumidor — diz o presidente da Agas, Antonio Cesa Longo.
Para o dirigente, como foi iniciado o monitoramento dos hortigranjeiros na Ceasa, onde pequenos e médios mercados se abastecem, a tarefa fica facilitada. Os grupos maiores, diz Longo, já têm fornecedores identificados.
Mesmo estranhando a nova posição, o promotor Alcindo Bastos, à frente do caso, considera o recuo positivo:
— Um acordo é sempre possível. Para nós, é interessante. Mas precisamos de uma rastreabilidade de fato. A Agas foi enfática (à época das negociações sobre o TAC) e não houve consenso.
A entidade, por sua vez, questiona a iniciativa do MP de acionar somente as maiores redes. Segundo Alcindo, foi apenas uma estratégia inicial para, posteriormente, forçar outros varejistas a cumprirem a norma. Duas decisões judiciais saíram até agora. Uma, referente à rede Asun, foi favorável ao MP. Na outra, contra o Carrefour, o despacho beneficiou a rede.
A importância de identificar a origem do produto com inconformidade é fazer com que as propriedades sejam fiscalizadas e os erros de aplicação de químicos corrigidos, explica Suzana Nietiedt, coordenadora do Programa Estadual de Monitoramento de Hortigranjeiros.
— Se não chegarmos ao produtor, não resolveremos o problema — diz.
No Estado, 25% das amostras coletadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentam resíduos acima do limite, produtos proibidos ou não permitidos para a cultura. As coletas da Ceasa, ligadas a outra iniciativa, começaram em maio e os resultados ainda não saíram.
O consumo de alimentos contaminados com agrotóxicos ao longo dos anos é relacionado, por exemplo, ao aparecimento de câncer.
MP não aceita adotar programa do setor
Enquanto negociavam com o Ministério Público (MP), as redes propuseram a utilização do Programa de Rastreamento e Monitoramento de Alimentos (Rama), criado ano passado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Apesar de também prever o acompanhamento dos resíduos de agrotóxicos e rastreamentos de frutas, legumes e verduras, o modelo não foi aceito.
— Sem a assinatura do TAC não haveria previsão de multa em caso de descumprimento e várias informações não seriam repassadas ao MP. Seria uma espécie de autocontrole — ressalta o promotor Alcindo Bastos.
Como o programa da Abras prevê a adesão espontânea dos supermercados, até agora apenas 20 redes de Santa Catarina e do Rio Grande do Norte participam, com a inclusão de 230 fornecedores monitorados.
Conforme a entidade nacional, supermercados do Pará e do Maranhão mantêm tratativas para se incorporarem ao programa de rastreamento.
Campeões de irregularidades
Percentual de amostras com resultados insatisfatórios no Estado, segundo a Vigilância Sanitária
Pimentão: 83%
Pepino: 80%
Morango: 60%
Cenoura: 60%
Couve: 50%
Alface: 50%
fonte:
ZERO HORA
domingo, 2 de junho de 2013
Pragas resistentes a milho transgênico mostram a ineficiência da tecnologia
Pragas resistentes a milho transgênico mostram a ineficiência da tecnologia
A Syngenta, um dos maiores fabricantes de pesticidas do mundo, informou que as vendas de seu principal inseticida para o milho mais do que dobrou em 2012. O diretor financeiro, John Ramsay, atribuiu o crescimento à “consciência maior do produtor” sobre a resistência da larva nos EUA. As vendas de inseticidas da Syngenta subiram 5% no primeiro trimestre, para US$ 480 milhões.
fonte Pratos limpos
A Syngenta, um dos maiores fabricantes de pesticidas do mundo, informou que as vendas de seu principal inseticida para o milho mais do que dobrou em 2012. O diretor financeiro, John Ramsay, atribuiu o crescimento à “consciência maior do produtor” sobre a resistência da larva nos EUA. As vendas de inseticidas da Syngenta subiram 5% no primeiro trimestre, para US$ 480 milhões.
fonte Pratos limpos
domingo, 17 de março de 2013
Pimentão envenenado
Ninguém é responsabilizado por vender produtos contaminados com agroquímicos proibidos
O Globo, 13/03/2013
artigo de Tasso Azevedo
Organofosforado, piretroide, benzimidazol, metilicarbamato de oxima, dicarboximida, ditiocarbamato, clorociclodieno e pirimidinil carbinol. Estes são alguns dos agrotóxicos de uso proibido no Brasil cujos resíduos foram encontrados em 1 de cada 4 amostras de frutas, legumes e verduras em todos estados brasileiros em 2010, em estudo publicado pela Anvisa como parte do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos conduzido pela agência desde 2001.
Se se somarem a estes dados os resíduos de agrotóxicos autorizados, mas em quantidade superior aos limites de tolerância, quase 30% das amostras apresentavam irregularidades e representam uma ameaça à saúde dos consumidores.
Observados os dados para diferentes culturas, é ainda mais chocante. Se você, assim como eu, adora pimentão (hábito que herdei de meu pai), a chance de estar comendo um produto contaminado com estes agroquímicos é de mais de 90%.
Os agrotóxicos são um dos principais responsáveis por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que, segundo Nota Técnica da Anvisa, podem gerar sintomas como dores de cabeça, alergia e coceiras até distúrbios do sistema nervoso central ou câncer.
Segundo o Ministério da Agricultura, entre 2002 e 2011 a produção agrícola cresceu cerca de 46%. No mesmo período o consumo de fertilizantes nitrogenados cresceu 89%, e o de agrotóxicos, cerca de 60%. O Brasil é desde 2008 o maior usuário de agrotóxicos do planeta, quase 20% do mercado mundial.
O uso excessivo de agroquímicos não impacta apenas a qualidade dos alimentos, mas tem consequências na contaminação dos cursos dágua, do solo e dos trabalhadores expostos a estes produtos.
Curiosamente, apesar da gravidade dos resultados da pesquisa anual — com pouca ou nenhuma evolução ao longo dos anos —, a Anvisa limita-se a fazer recomendações sobre ações que poderiam reduzir a contaminação. Ninguém é responsabilizado por vender produtos contaminados com agroquímicos proibidos, não licenciados ou fora dos limites de tolerância de resíduos. Esta situação seria equivalente a encontrar 1 em cada 4 produtos de um comércio com data de validade vencida e não tomar qualquer atitude de responsabilização. Não faz sentido.
Segundo o estudo da Anvisa, em apenas 30% das amostras foi possível identificar o produtor ou associação de produtores responsável pelo produto. Ou seja, a cadeia de valor não tem sistemas que permitam saber a origem dos alimentos que vende e tão pouco tem sistemas para aferir a presença de resíduos químicos irregulares destes mesmos alimentos.
- Tasso Azevedo é engenheiro florestal
O Globo, 13/03/2013
artigo de Tasso Azevedo
Organofosforado, piretroide, benzimidazol, metilicarbamato de oxima, dicarboximida, ditiocarbamato, clorociclodieno e pirimidinil carbinol. Estes são alguns dos agrotóxicos de uso proibido no Brasil cujos resíduos foram encontrados em 1 de cada 4 amostras de frutas, legumes e verduras em todos estados brasileiros em 2010, em estudo publicado pela Anvisa como parte do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos conduzido pela agência desde 2001.
Se se somarem a estes dados os resíduos de agrotóxicos autorizados, mas em quantidade superior aos limites de tolerância, quase 30% das amostras apresentavam irregularidades e representam uma ameaça à saúde dos consumidores.
Observados os dados para diferentes culturas, é ainda mais chocante. Se você, assim como eu, adora pimentão (hábito que herdei de meu pai), a chance de estar comendo um produto contaminado com estes agroquímicos é de mais de 90%.
Os agrotóxicos são um dos principais responsáveis por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que, segundo Nota Técnica da Anvisa, podem gerar sintomas como dores de cabeça, alergia e coceiras até distúrbios do sistema nervoso central ou câncer.
Segundo o Ministério da Agricultura, entre 2002 e 2011 a produção agrícola cresceu cerca de 46%. No mesmo período o consumo de fertilizantes nitrogenados cresceu 89%, e o de agrotóxicos, cerca de 60%. O Brasil é desde 2008 o maior usuário de agrotóxicos do planeta, quase 20% do mercado mundial.
O uso excessivo de agroquímicos não impacta apenas a qualidade dos alimentos, mas tem consequências na contaminação dos cursos dágua, do solo e dos trabalhadores expostos a estes produtos.
Curiosamente, apesar da gravidade dos resultados da pesquisa anual — com pouca ou nenhuma evolução ao longo dos anos —, a Anvisa limita-se a fazer recomendações sobre ações que poderiam reduzir a contaminação. Ninguém é responsabilizado por vender produtos contaminados com agroquímicos proibidos, não licenciados ou fora dos limites de tolerância de resíduos. Esta situação seria equivalente a encontrar 1 em cada 4 produtos de um comércio com data de validade vencida e não tomar qualquer atitude de responsabilização. Não faz sentido.
Segundo o estudo da Anvisa, em apenas 30% das amostras foi possível identificar o produtor ou associação de produtores responsável pelo produto. Ou seja, a cadeia de valor não tem sistemas que permitam saber a origem dos alimentos que vende e tão pouco tem sistemas para aferir a presença de resíduos químicos irregulares destes mesmos alimentos.
- Tasso Azevedo é engenheiro florestal
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