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quinta-feira, 16 de março de 2017

GABIROBA → DELÍCIA DE FRUTA NATIVA! VEJA *AQUI* PARA QUE SERVE




Fonte site: 

Gabiroba

Tem fruta que a gente nem sabe que existe, outras a gente até já ouviu o nome mas nunca cheirou, saboreou. E elas são nossas, frutas nativas das matas brasileiras - e não só pois também são nativas na Argentina, Uruguai e uma variedade de países latino-americanos.

O que é a gabiroba?

Gabiroba tem vários tipos, uma das matas tropicais úmidas conhecida como gabiroba-açu ou gabiroba-da-Amazônia, Campomanesia lineatifolia, outra que nasce no cerrado, a gabiroba miúda, comum e a mais saborosa, Campomanesia laurifolia.
Fora essas também há a gabiroba-do-campoCampomanesia adamantium, a gabiroba-do-litoral, Campomanesia guaviroba, que também é chamada de guavira e se dá na região de Mata Atlântica mais próximo dos rios. Campomanesia xanthocarpa, a gabiroba arbórea e, no entanto, a mais estudada para uso medicinal.
Como você pode ver, gabiroba, guavira, guabiroba e outros nomes semelhantes são espécies de Campomanesia, um gênero frutífero das Myrtaceae, família muito diversificada e abundante no nosso continente americano onde também estão outras frutas nativas.
Vale conhecer, provar, estudar essa nossa fruta nativa, uma das muitas ameaçadas de extinção pelo mau uso que fazemos dos recursos naturais.

Usos para a gabiroba

Cada região de gabiroba também tem seus usos preferidos - toda gabiroba é comestível, toda casca de gabiroba amarga na boca, toda gabiroba tem propriedades curativas mas, nem em todo lado é usada do mesmo jeito.
No Cerrado, usa-se todo tipo de fruta que aparece e a gabiroba não fica atrás. É preferida pelo sabor mais acentuado (o sol do cerrado contribui) para doces, licores, sorvetes e sucos.

Informações nutricionais

Gabiroba tem baixo teor calórico, muita fibra de boa qualidade, bastante ferro e cálcio.

Usos na medicina popular

gabiroba 2

Reduzir os níveis de glicose no sangue, para anemia e fraqueza

Na medicina populargabiroba é usada para reduzir os níveis de triglicerídeos e glicose no sangue, em casos de anemia e enfraquecimento generalizado.

Infusão da pele dos frutos para disenteria

A infusão da pele dos frutos da gabiroba é usada no tratamento de processos catarrais, diarreia, disenteria.

Chá de folhas: bom para a memória e muito mais

Das folhas se faz um chá para redução do colesterol e que também ajuda a fortalecer a memória, trata disenteria, regula o intestino e elimina catarro da bexiga e do útero. Com o mesmo chá de folhas se combatem os sintomas da gripe.

Infusão da casca da árvore para problemas urinários

A infusão da casca da árvore se usa para tratar problemas urinários diversos e, o banho de assento reduz as hemorroidas. Já o banho das folhas é um poderoso relaxante muscular.

Para feridas e infecções da boca

A medicina indígena aplica a gabiroba (folhas, casca do tronco e caules) para tratar feridas e infecções na boca, dor de dente, contusões, dor de barriga e induzir o parto.
Mas, não se deve mastigar a casca das frutas ou suas sementes pois, estas contêm compostos que são tóxicos ao nosso organismo.

Usos na mata

As gabirobas, árvores de porte baixo a médio (até 8 metros), são bastante usadas em paisagismo urbanos, na recuperação de áreas degradadas, como planta atrativa de abelhas e insetos polinizadores, na recuperação de matas ciliares.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Aprenda a fazer uma horta em apenas um metro quadrado

Extraído do site: ciclo vivo


Aprenda a fazer uma horta em apenas um metro quadrado
Muitas pessoas que têm pouco espaço em casa acham que não é possível cultivar seus próprios alimentos. Mas, paisagistas ensinam que mesmo em pequenos ambientes é possível fazer hortas caseiras.
Em 2011, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mostrou que 28% dos vegetais consumidos no Brasil  possuem resíduos de agrotóxicos em níveis inaceitáveis. A alternativa então é cultivar seus próprios orgânicos, mesmo que o espaço seja pequeno.
Hoje, o CicloVivo separou o sistema do SERPAR (Serviço de Parques de Lima, no Peru) que ensina a cultivar uma horta quase completa ocupando apenas um metro quadrado.
Ideal para pequenos espaços, esta horta é cada vez mais popular entre os jardineiros urbanos. Ela é suficiente para o abastecimento diário de legumes de uma pessoa por um mês.
Por ocupar um pequeno espaço, a horta permite que o cultivador alcance toda ela para plantar, regar e colher, sem que precise de muito esforço. Além disso, é possível trabalhar na horta ao nível da cintura, o que facilita o cultivo por deficientes físicos.
Este sistema de cultivo é dividido entre quadrados e retângulos menores. Cada espaço tem um legume ou erva diferente.
Veja quais alimentos você pode cultivar e suas categorias:
Plantas pequenas: Rabanete, cenoura, cebola, espinafre, beterraba, alface e salsa.
Plantas grandes: Repolho, brócolis, couve-flor, berinjela e pimentas.
Plantas verticais: Tomate, pepino, vagem, ervilha e feijão.
Imagem: SERPAR (Serviço de Parques de Lima, Peru)
Na construção da estrutura podem ser usados tubos de ferro ou de PVC utilizados em alambrados ou também é possível adaptar e reutilizar algum outro material, como pedaços de madeira.
As plantas maiores ficam nas fileiras de trás e as menores, na frente, para que todas recebam a luz do sol. As plantas verticais, como os tomates, devem ser penduradas na estrutura. Amarre-as bem para que suportem o peso e o vento.
A rotação de cultivos é automática. Por exemplo, um cultivo que leva mais tempo, como o do tomate, pode ser plantado entre outros cultivos de colheita rápida e que seriam colhidas antes que a planta precise de mais espaço.
Redação CicloVivo

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Minhocário é alternativa para a produção de adubo orgânico - EMBRAPA





A minhocultura utiliza as minhocas para conversão e transformação de resíduos orgânicos em húmus. E um curso na Embrapa Clima Temperado capacitou agricultores nesta atividade.

Reportagem: Elise Souza
Imagens: Bruno Corrêa; Sérgio Tuninho
Edição: Elise Souza

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

#Hortas Urbanas conquistando Porto Alegre!

Exibindo 20150911_172146.jpgEm condomínio de alto padrão em Porto Alegre, comecei assessoria na implementação de horta. Iniciamos coletando amostra do solo para análise em laboratório e a troca de ideias. São 4 vizinhos que construíram os canteiros e um já começou a plantar  ( foto abaixo).
Já entreguei o relatório com manual de recomendações para cultivo, agora é mão na massa.
Será implementado uma composteira junto a horta, para produção de humus! 
Horta, bom para o corpo e bom para a mente!
 Sucesso!

Com o avanço das cidades, o verde surge nas janelas de prédios, em quintais, em cantinhos de escolas e até em áreas públicas. O homem urbano não perdeu o contato com a natureza. Ele ocupa pequenos espaços para plantar hortaliças, ervas medicinais e até frutas orgânicas. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária de SC (Epagri), são necessários de 6 a 10 m² de horta/pessoa. Para uma família de cinco pessoas é suficiente uma horta de 50 m².

Instalação e Manejo da Horta

A escolha do local está vinculada a disponibilidade de sol, água, condições de terreno e proteção de ventos fortes e frios. Poderá ser implementada em área retangular, cercada com alambrado e com um portão de acesso. Deve-se observar que o acesso das crianças a horta não deve oferecer risco algum de acidentes.

Critérios para escolha do local para implantação da Horta

Local Ensolarado: as hortaliças são plantas de crescimento rápido, mas precisam de muita luz para crescer sadias e rapidamente.

Local próximo à água: água de boa qualidade e abundante é muito importante para a horta.

Terreno bem drenado: as raízes das hortaliças respiram em terrenos compactados ou encharcados a quantidade de ar disponível no solo é insuficiente para a respiração das raízes, atrasando o crescimento e ocasionando em muitos casos o aparecimento de doenças nas raízes.

Composição do solo: analisando o solo, encontramos 4 elementos (argila, areia, a e matéria orgânica).


Local protegido: mesmo as plantas que vegetam na época fria, não apreciam ventos fortes e frios: o vento além de estragar folhas e frutos, aumenta muito o consumo de água.


Exibindo 20150911_172925.jpg
vizinho que
 já plantou

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Técnicas para cuidar e deixar suas orquídeas mais bonitas!

 

Bom dia! Na busca pelo crescimento da biodiversidade nas nossas propriedades rurais e residencias, devemos embeleza-las com flores. Gosto muito das orquideas, das rosas e também de todas as flores com potencial apícola!

Nos últimos anos tenho dividido touceiras de orquídeas que tenho em casa e cultivado estas mudas em vários locais, tornando a primavera muito mais florida. Estou adubando elas com um biofertilizante produzido de forma caseira com  lixo orgânico.

Hoje vamos aprender um pouco mais sobre as orquídeas.ok
alexandre





segunda-feira, 28 de setembro de 2015

HORTAS NO BAIRRO TERESÓPOLIS em Porto Alegre


Iniciamos um trabalho de consultoria em hortas em um condomínio, pois alguns moradores resolveram aproveitar uma parte de seus terrenos que era ociosa. 

Fomos no local, coletamos o solo para análise e aprovamos a iniciativa. Após os resultados do laboratório, entregaremos as recomendações junto com um manual para cultivo de hortaliças e temperos.

Gostou da ideia? Quer fazer uma Horta? tem dúvidas? FALE CONOSCO.


 Sucesso para todos!




Um dos vizinhos já começou o plantio e tem tido muitas colheitas!!




segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Lucro e sucesso em 1 hectare

Adriana Bernardes

O produtor José Pinheiro produz pelo menos oito tipos de alimentos orgânicos no Núcleo Rural Rajadinha, em Planaltina. Para escoar a produção, ele criou uma feira na cidade e monta cestas, entregues diretamente ao consumidor

No Distrito Federal, 82% dos estabelecimentos rurais são classificados como minifúndios e pequenas propriedades. Mesmo assim, a limitação de espaço e o aumento da demanda por produtos orgânicos têm atraído novos produtores. O levantamento mais recente da Empresa Brasileira de Extensão Rural (Emater/DF) revela um crescimento médio anual do mercado de 20%. Hoje, a área de cultivo orgânico chega a 775 hectares, totalizando 270 propriedades dedicadas a lavouras sem agrotóxicos. Dessas, 170 possuem a certificação de orgânico, e as demais estão em processo para obter o registro de "produto livre de veneno".

O conjunto desses produtores são responsáveis pela colheita de 6,9 toneladas de alimentos por ano. O engenheiro agrônomo e extensionista rural Leandro Moraes de Souza explica que, comparado a Minas Gerais e a São Paulo, a produção local é pequena. Mas, para as características do território do Distrito Federal, o desempenho está acima do esperado. "Aqui, investe-se em tecnologia para ampliar a produção. Existe muito cultivo protegido, conhecido como estufa, a hidroponia, irrigação sob gotejo, e uso de insumos agropecuários e defensivos agrícolas orgânicos", cita. No DF, pimentão, grãos - como soja e milho - e alface têm produtividade maior do que a média nacional (assista ao vídeo com a entrevista completa).

Chapéu na cabeça, fala mansa e uma paixão sem tamanho pelo que faz. Mineiro de Patrocínio, distante 510 km de Brasília, José Pinheiro, 44 anos, se orgulha de muitas coisas na vida. Uma delas é ter comprado um pedaço de chão e se tornado patrão de si mesmo há 13 anos. É numa chácara de 1 hectare, no Núcleo Rural Rajadinha, em Planaltina, onde ele cultiva verduras e legumes orgânicos. Tudo certificado pela Ecocerte Brasil, uma das mais rigorosas do país. "Eu sou o pequeno do pequeno agricultor", sorri, timidamente.

No terreno, José Pinheiro produz três tipos de alface, repolho, couve, cheiro-verde, tomate, rúcula, cenoura, batata-doce, entre outros. Tudo orgânico. O adubo do solo, ele mesmo faz. Lança mão da sabedoria ensinada pelo avô ao pai e repassada a ele e combina com novas tecnologias de cultivo sem agrotóxico. "Os clientes ficam admirados. Muitos ainda acham que orgânico é feio e pequeno. Não é assim. O segredo é adubar e corrigir o solo. E olhar para a planta e entender o que ela diz. A plantação é como criança: se mimar demais, estraga", explica.

Sem contar com ajuda do governo para fazer financiamento e com baixa produção devido ao tamanho da propriedade, há quatro anos, José Pinheiro se viu num dilema. Precisava aumentar os ganhos para garantir o sustento da família. "Eu entregava tudo na cooperativa. Mas era um tiro no escuro, pois, às vezes, eu levava 100 pés de alface, outro produtor levava mais 100 e, aí, não tinha demanda para tudo isso. Eu não posso deixar de ganhar porque meu sustento depende disso aqui", comenta.

Criatividade

Com a ajuda de uma técnica da Empresa Brasileira de Extensão Rural (Emater), José Pinheiro fundou uma feira de orgânicos no centro de Planaltina, para vender seus produtos. Além disso, ele agregou mulheres do campo que produzem artesanato e doces para expor os produtos em conjunto. Há nove meses, descobriu outro jeito de fazer negócio: monta cestas com os produtos e entrega diretamente para o consumidor. "O cliente paga menos, e eu ganho mais porque cortei o atravessador", comemora.

Desde então, a renda aumentou 50%. Agora, ele atua em três frentes: abastece a cooperativa, vende na feira de orgânicos e entrega em domicílio os produtos fresquinhos. "Só depois dessas mudanças eu vi dinheiro sobrar para melhorar a minha casa e para investir na chácara", conta. O próximo passo é investir na proteção das hortaliças, construindo túneis. As estruturas de ferro e lona evitam estragos na plantação. O custo é de cerca de R$ 1,8 mil cada.


FONTE: 

Correio Braziliense


sábado, 22 de agosto de 2015

Produção orgânica se viabiliza como garantia de soberania alimentar


Ainda modesta no país, atividade agrícola sem agrotóxicos cresce 35% ao ano e se viabiliza também modelo de negócio – solidário, sustentável e lucrativo.
18/08/2015
Por Eduardo Tavares

Vilmar Menegat não tem filhos. Mas se vê como "pai" de uma família numerosa de sementes nativas. São mais de 60 diferentes "filhotes" conservados com carinho em potes de vidro reciclados. Milho, feijão, trigo sarraceno, soja preta, chia são alguns dos nomes dessas crioulas – vistas pelo agricultor como sementes da preservação da biodiversidade do planeta. Vilmar, 42 anos, vive com os pais, descendentes de italianos, em um sítio de 50 hectares no interior de Ipê, município localizado na serra gaúcha, autointitulado "Capital Nacional da Agroecologia". A principal cooperativa da cidade, Eco Nativa, tem 67 produtores orgânicos associados que vendem diretamente em feiras de Porto Alegre e Caxias do Sul – o excedente vai para os supermercados. Ipê e a cidade vizinha Antônio Prado foram pioneiras da produção de alimentos orgânicos no Brasil. Toda semana levam quatro caminhões carregados às feiras de Porto Alegre. Normalmente retornam vazios.
 
Vilmar tem uma família de sementes nativas 
Esses produtores desafiam uma realidade assombrosa: o agronegócio brasileiro é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. A venda de agrotóxicos saltou de US$ 2 bilhões em 2002 para quase US$ 10 bilhões em 2012. O Brasil tem um quinto do mercado mundial, com a marca de 1 milhão de toneladas, equivalente a um consumo médio de 5,2 quilos de veneno agrícola por habitante. Seis empresas dominam o mercado no Brasil: Monsanto, Syngenta, Basf, Bayer CropScience, Dow AgroSciences e DuPont. As seis são também as maiores proprietárias de patentes de sementes transgênicas autorizadas no Brasil. A modificação, em grande parte, torna as plantas de soja, milho e algodão resistentes aos agrotóxicos, exigindo aplicações de doses maiores de veneno para controlar insetos e doenças.
O agricultor é obrigado a comprar o pacote semente/agrotóxico da mesma empresa e não pode ter suas próprias sementes. A legislação brasileira ainda permite a pulverização aérea e a venda de agrotóxicos já proibidos nos Estados Unidos e União Europeia, e oferece incentivos fiscais aos fabricantes. Um exemplo do que o controle do mercado por essas empresas é capaz: a Monsanto, repentinamente, quintuplicou o preço da semente resistente ao agrotóxico glifosato, produzido pela empresa. Agricultores gaúchos que sempre foram favoráveis à difusão da soja transgênica resistente ao glifosato se revoltaram e foram à Justiça contra o pagamento desses royalties.
"O fundamento do agronegócio é que essas seis grandes empresas, através de pequenas modificações genéticas inseridas nas plantas, estão obtendo direito de propriedade sobre aspectos fundamentais para a vida de todos. As plantas transformadas, agora com dono, estão substituindo as plantas naturais, cujas sementes deixam de estar disponíveis", resume o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, dirigente da Associação Brasileira de Agroecologia. "Já as sementes transgênicas estão ao alcance de todos que podem pagar por elas. Não é possível aos agricultores familiares, estabelecidos em regiões dominadas pelo agronegócio, optar pelo plantio do milho crioulo, porque os grãos de pólen do milho transgênico alcançam de forma inexorável as lavouras daqueles que insistem em trabalhar com a base genética comum, comprometendo diversidade, autonomia e segurança alimentar dos povos."
O modelo polui o solo, o ar, mananciais de água e lençol freático. Os agricultores padecem de intoxicação aguda, coceiras, dificuldades respiratórias, depressão, convulsões, entre outros males que podem levar à morte. E os consumidores – a maioria da população brasileira – podem ter intoxicação crônica, que demora vários anos para aparecer, resultando em infertilidade, impotência, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer. A Fundação Oswaldo Cruz calcula que cada dólar gasto com agrotóxicos em 2012 corresponda a U$ 1,26 gasto no Sistema Único de Saúde (SUS).
Solução
 
Município de Ipê (RS) é considerado um dos pioneiros na produção de orgânicos 
A alternativa para esse panorama é o fortalecimento da agricultura familiar e do cultivo sustentável. Apesar do aumentos dos investimentos do governo federal nos últimos anos na agricultura familiar, o lobby do agronegócio dificulta avanços mais significativos. A bancada ruralista no Congresso é numerosa (cerca de 170 deputados e 13 senadores), enquanto o universo de 12 milhões de pequenos agricultores conseguiu eleger apenas 12 deputados. O agronegócio produz, principalmente, biocombustível, commodities para exportação e ração para animal, enquanto a agricultura familiar responde por 70% da produção de alimentos. A orgânica ainda é pequena, movimentou R$ 1,5 bilhão em 2013, mas está em expansão de, em média, 35% ao ano desde 2011, favorecida pela regulamentação do setor com a Lei dos Orgânicos.
A produção se concentra nos agricultores familiares organizados em associações ou cooperativas. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também incentiva do cultivo de orgânicos nos assentamentos. A Cooperativa Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), na Grande Porto Alegre, reúne 30 famílias assentadas numa área de 600 hectares, desde 1995. Segundo o diretor Airton Rubenich, o empreendimento produz por mês 40 mil litros de leite, e por ano 268 toneladas de carne de suíno e 2 mil toneladas de arroz. "Tudo orgânico. A maior parte da produção é adquirida pelas prefeituras de São Paulo e Porto Alegre para a merenda escolar e pelo programa Fome Zero."
O agricultor Gilmar Bellé, formado em Economia, dirigente da Cooperativa Aecia e vereador no município de Antonio Prado, vai toda quarta-feira de caminhão a Porto Alegre, levando sua produção e a de outros cooperativados para vender na Feira Cultural da Biodiversidade. Ele é pioneiro na produção de orgânicos. Participou da criação da cooperativa em 1989, junto com outros jovens atuantes na Pastoral da Juventude Rural. A iniciativa é sucesso comercial. Produz 500 toneladas de hortifrutigranjeiros e mais 500 toneladas de alimentos processados nas suas agroindústrias. Além das feiras, vendem para redes de supermercados, como Zaffari e Pão de Açúcar. Negociam tudo o que produzem pelo preço que estabelecem.
As 23 famílias da cooperativa têm bom padrão de vida. A de José Tondello comprova. Seus filhos Jonas, de 23 anos, estudante de Processos Gerenciais, e Neiva, 20 anos, dizem, enquanto colhem moranguinhos, que nem pensam em sair do campo. A mesma opinião tem Maiara Marcon, de 24 anos, que largou o curso de Educação Física para ajudar seu pai na produção de mudas e desenvolver um projeto de ecoturismo no sítio em Ipê.
Biodinâmicos
 
Airton: produção inclui leite, carne suína e arroz | Crédito fotos: Eduardo Tavares/RBA 
Na Fazenda Capão Alto das Criúvas, no município Sentinela do Sul, a 100 quilômetros de Porto Alegre, o engenheiro agrônomo João Volkmann produz, desde 1989, arroz orgânico e biodinâmico. Em 182 hectares, João extrai 5 toneladas por hectare. O arroz Volkmann foi o primeiro a receber certificado de biodinâmico no Brasil; abastece o mercado interno e é exportado para os Estados Unidos, Alemanha, Bolívia e Uruguai. Desenvolvidos por Rudolf Steiner, criador da Antroposofia, os preparados biodinâmicos usados pelo produtor são elaborados a partir de cristais e plantas medicinais, constituindo uma fitoterapia para que as plantas cumpram melhor sua função e tenham mais potencial nutritivo. "No sistema de produção biodinâmico, a propriedade é vista como um organismo agrícola vivo e espiritual. Os objetivos são a cura da terra, o bem-estar dos agricultores, a produção de alimentos sadios para o consumidor e o desenvolvimento da espiritualidade."
Sua fazenda promove cursos e estágios gratuitos. Um dos alunos, João Kranz, é diretor da agroindústria da Cooperativa Ecocitrus, em Montenegro, a 55 quilômetros de Porto Alegre. É a maior produtora brasileira de suco, polpa e óleo essencial de laranja e tangerina e exporta quase tudo para a Alemanha. Das 75 famílias associadas, 12 produzem com preparados biodinâmicos que, segundo Kranz, aumentam a produtividade e propiciam excelente relação custo/benefício.
As redes de supermercados vendem cerca de 70% da produção de orgânicos no Brasil, mas os preços são maiores que os de produtos da agricultura convencional. A alternativa são as feiras livres, onde o produtor vende direto para o consumidor e cria outros vínculos. As feiras estão presentes em todas as capitais brasileiras. Porto Alegre tem sete por semana. A mais antiga é a Feira Ecológica da Redenção – funciona há 25 anos todos os sábados. Anselmo Kanaan, veterinário e coordenador da Feira da Biodiversidade do Menino Deus, constata que tem aumentado o número de consumidores com problemas de saúde que buscam novos hábitos alimentares. A feira tem 24 módulos, e todos têm certificação de produtores orgânicos.
Entre eles está Gilmar Bellé, de Antônio Prado, com um avental, carregando caixas de tomates. Na banca ao lado, Alexandre Baptista, o Ali, é o mais novo produtor, e está iniciando um projeto bem-sucedido e consolidado na Europa e Japão: o CSA (da sigla em ingles A Comunidade Financia o Agricultor). São 30 famílias que pagam mensalmente R$ 93 e recebem toda semana uma cesta com oito produtos diferentes. Dessa maneira é garantido o escoamento da sua produção. A advogada Fabiane Galli é uma das apoiadoras. "As crianças não adoecem e têm muita vitalidade", diz Fabiane, mãe de três crianças e há nove anos consumindo produtos orgânicos.

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