quarta-feira, 15 de abril de 2020

Pastagens malcuidadas elevam emissões de metano!

Estudo feito na Amazônia indica que áreas com falhas na cobertura de pasto emitem mais metano, um dos principais gases de efeito estufa 


 Pasto de pequeno proprietário nas imediações da Floresta Nacional do Tapajós, Pará, com a área de preservação ao fundo; na região amazônica, 60% a 80% das áreas desmatadas são ocupadas por pastagens – Foto: Leandro Fonseca de Souza/Cena-USP
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Recuperar a cobertura vegetal de áreas degradadas utilizadas como pastagem tem potencial de reduzir o impacto da atividade pecuária na emissão de gases de efeito estufa, em especial o metano. A conclusão é de pesquisa do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba, realizada na Amazônia, região onde é comum a substituição da floresta por pastos. O estudo traz indícios de que áreas com a vegetação degradada, com falhas na cobertura de pasto, emitem mais metano e mostra que medidas adotadas para melhorar a qualidade do solo favorecem o crescimento das plantas usadas para pastagem e reduzem a presença de micro-organismos que produzem metano. O metano é um dos gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. “Quando há a floresta, esse gás é retirado da atmosfera e retido abaixo das árvores, por meio de micro-organismos presentes no solo”, afirma o biólogo Leandro Fonseca de Souza, que realizou a pesquisa. “Com o desmatamento e a substituição da floresta por pastos, há emissão de metano para a atmosfera, produzido inclusive por micro-organismos, o que agrava o efeito-estufa”.

O biólogo foi até a região amazônica para medir as emissões e o fluxo de gases no solo, comparando o que acontece na floresta e nas áreas de pastagem. “Os solos amazônicos são naturalmente ácidos. A queima da floresta e incorporação das cinzas no solo reduzem essa acidez”, relata. “A medição aconteceu em áreas diferentes, no Pará e em Rondônia. Foram feitas várias medições ao longo do ano, para avaliar os períodos de seca e de chuva. Ao mesmo tempo, houve a coleta de amostras de solo para analises microbiológicas, que serviram para entender o comportamento dos micro-organismos em cada uma das áreas.”
A análise das emissões de gases confirmou que a floresta retira o metano da atmosfera, o qual é retido por micro-organismos que ficam no solo, e também demonstrou a importância dos micro-organismos junto às raízes das gramíneas neste processo. “O estudo identificou quais são esses micro-organismos e como muda sua abundância com as mudanças no ambiente”, explica Fonseca de Souza. “O objetivo é entender como o manejo da pastagem pode reduzir as emissões de metano.”
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Ao fundo, área vizinha à propriedade de pastagem, com uma mata secundária, já explorada; recuperação de áreas degradadas exige melhoria da qualidade do solo e recolocação de plantas – Foto: Leandro Fonseca de Souza/Cena-USP


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Manejo de pastagem

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Infografia: Jornal da USP
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Maisinformações: e-mail leandro_fonseca@usp.br, com Leandro Fonseca de Souza

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