2010/10/07 - Segundo investigação desenvolvida por um professor da universidade americana do Michigan e divulgada hoje pelo The Ecologist, mostra de forma visual como o comércio mundial de sementes foi objecto de monopolização em pouco mais de dez anos. A figura acima (clicar na imagem para ver uma ampliação) mostra todas as empresas que têm sido compradas ou são controladas por apenas oito mega-multinacionais, sendo Monsanto de longe a maior das maiores. O mercado global é efectivamente dominado por apenas três empresas: Monsanto, DuPont e Syngenta.
Tamanha consolidação e, em particular, tamanha aceleração nas últimas décadas, não podia deixar de acarretar consequências. As principais, segundo o artigo de Philip Howard, são: menor diversidade de sementes disponíveis (nomeadamente menos variedades de sementes não transgénicas), menos agricultores a guardar as suas próprias sementes, e redução do investimento em sementes livres (a pesquisa deslocou-se das universidades para as empresas, que se concentram nas sementes com "direitos de autor").
As tendências futuras não são optimistas. Na ausência de uma grande intervenção estatal, as aquisições de empresas vão continuar e o oligopólio vai acentuar-se. O que é que vai sobrar do nosso direito a semear é algo que continuará em aberto.