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terça-feira, 29 de junho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Conservação em Foco abordará o vegetarianismo e a pecuária
Será na próxima terça-feira, dia 29, no InGá. A psicóloga e socióloga Eliane Carmanim Lima do Movimento Vegano e Vegetariano e, o agrônomo Valério Pillar, vão debater as políticas públicas para a conservação do Bioma Pampa
Por Paula Cassandra - InGá
O InGá promove no dia 29 de junho o seu evento mensal, o Conservação em Foco, trazendo o tema “O vegetarianismo e a pecuária: um debate sobre as políticas públicas para a conservação do pampa”.
Na ocasião, estarão presentes a psicóloga e socióloga Eliane Carmanim Lima representando o Movimento Vegano e Vegetariano e o agrônomo Valério Pillar, que falará sobre a conservação dos campos e sua relação com a pecuária. Mediará esta conversa o Filósofo e Coordenador do InGá Vicente Medaglia.
O InGá reconhece a relevância deste tema e a importância de unificar as estratégias de resistência social de dois movimentos envolvidos com a preservação das espécies.
Frente à ameaça de perda de grandes áreas de campo para a silvicultura no Bioma Pampa e no atual estágio de impacto da pecuária intensiva sobre os biomas brasileiros, é de suma importância buscar as alternativas para valorização de sistemas produtivos menos impactantes. Além disso, o papel do consumidor na cidade completa o ciclo destas produções e, portanto, sua escolha do que comer é estratégica para a conservação de nossa biodiversidade.
O Conservação em Foco inicia às 19 horas no Casarão do Arvoredo (Fernando Machado, 464). Toda a comunidade está convidada a participar. A entrada é gratuita.
InGá - EcoAgência
sexta-feira, 4 de junho de 2010
O que resta da mata atlântica
A atualização do Atlas da Mata Atlântica mostra que o desmatamento se agrava em estados como MG e RS. Enquanto isso, pesquisadores anunciam que a fragmentação da floresta pode reduzir a biodiversidade e alterar a lógica ambiental do bioma. Afinal, o que será desse bioma?
Por: Larissa Rangel
Publicado em 27/05/2010 | Atualizado em 27/05/2010
Trecho de mata atlântica preservada no Parque Nacional de Aparados da Serra, em Cambará do Sul (RS). O Rio Grande do Sul está entre os estados que mais desmataram o bioma entre 2008 e 2010 (foto: Leandro Deitos – CC BY-NC-SA 2.0).
A divulgação do novo Atlas da Mata Atlântica marcou o dia nacional desse bioma, nesta quinta-feira (27/05), com dados alarmantes. Segundo o relatório publicado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela organização SOS Mata Atlântica, dos nove estados analisados, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina foram os que mais desmataram no período de 2008 a 2010.
A situação de perigo ganha novos contornos à luz de um estudo de pesquisadores brasileiros publicado na semana passada no periódico Conservation Biology. O artigo alerta para um risco ainda maior: as matas de borda, ocasionadas pela fragmentação da floresta, estão alterando substancialmente a biodiversidade de toda a mata.
Segundo os autores pelo estudo, 88% da composição original da mata atlântica já foi perdida. “Grande parte da floresta remanescente está distribuída em fragmentos, o que acaba tornando menos variada a composição da fauna e da flora nesses cenários”, explica o ecólogo brasileiro Antônio Aguiar, pesquisador da Universidade da Flórida e um dos autores do artigo.
O grupo analisou 4.056 árvores de 182 espécies, atendo-se principalmente à sua relação com o resto da mata. Os resultados indicam que, quanto menor é a porção da floresta, menor a sua capacidade de abrigar uma vasta variedade de espécies.
O desmatamento provocado, sobretudo, pela ocupação urbana, é a principal causa da formação de fragmentos. A mata passa a ser composta por áreas de bordas (nos limites com as clareiras abertas) e uma parte central mais densa. Esses fragmentos levam à degeneração florestal e afetam processos naturais como o sequestro de carbono e a conservação da biodiversidade, como mostrou um artigo publicado na CH 263.
Efeito cascata
O exemplo de Serra Grande, no estado de Alagoas, comprova os efeitos negativos que a destruição da mata pode causar. A fragmentação e a formação de bordas de mata nessa região aumentaram a ocorrência de árvores pioneiras e reduziram pela metade a abundância de espécies tolerantes à sombra e com ciclo de vida longo.
Segundo Antônio Aguiar, a redução das áreas florestais compromete a reprodução de algumas espécies de árvores, uma vez que suas sementes não conseguem chegar à borda por falta de pássaros que cumpram essa tarefa.
“É um efeito em cascata”, explica Aguiar. “A destruição da mata atlântica leva a uma sucessão de extinções de animais e plantas”. Fragmentada em glebas isoladas, a floresta passa por mudanças na interação entre plantas e animais. Entre as consequências estão a menor ocorrência de espécies herbívoras e dispersoras de sementes.
Novo perfil da destruição
A atualização do Atlas da Mata Atlântica mostrou que a situação é grave sobretudo nos estados de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Dentre os nove analisados, eles foram os que mais desmataram entre 2008 e 2010. E a principal causa é a atuação de empresas siderúrgicas que exploram carvão vegetal.
“A exploração de lenha nas florestas de transição ainda é frequente, apesar de ser ilegal”, explica Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica. Por outro lado, estados que eram campeões de desmatamento, como o Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, estão deixando de desmatar.
Antonio Aguiar defende que a preocupação em preservar não deve diminuir em função de alguns resultados positivos. “Precisamos ter em mente que as matas fragmentadas são a principal consequência do desmatamento, e elas não conseguem atingir estágios mais avançados”, explica ele.
“Esses ambientes perturbados raramente conseguirão voltar à configuração anterior, e sua biodiversidade permanecerá profundamente comprometida”, conclui.
Larissa Rangel
Ciência Hoje On-line
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