terça-feira, 7 de junho de 2011

Entrevista/José Lutzenberger

"A natureza é algo divino, e nós humanos somos apenas parte dela."



José Lutzemberger.


Pioneiro do movimento ecológico do Rio Grande do Sul, José Lutzenberger é símbolo de contestação. Das lutas contra os agrotóxicos, nos anos 70, ao combate aos transgênicos e à globalização, nesse início de século, é reconhecidamente um dos nomes mais importantes no país no trabalho de preservação do planeta e dos que vivem nele.

Às vésperas de completar 75 anos, Lutzenberger continua combativo, voltado para promoção do desenvolvimento rural sustentável, difusão da agricultura regenerativa e educação ambiental, dando assessoramento através da Fundação Gaia, que fundou em 1987 e preside. O ecologista e agrônomo com mais de 40 prêmios no currículo, tem sua marca na criação da lei de Agrotóxicos do Rio Grande do Sul, primeira do país, na criação da AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural - e em projetos contra o desmatamento, extinção da fauna e poluição ambiental. Foi Secretário Especial de Meio Ambiente entre 1990 e 1992, durante o governo Collor, contribuindo para a demarcação dos territórios indígenas, entre outros projetos.

Nessa entrevista, Lutzenberger fala sobre as perspectivas da agricultura sustentável, dos agricultores familiares e dos transgênicos e a perda da autonomia do agricultor.
 
 
E a questão dos transgênicos, então?

Lutzenberger - O transgênico é mais uma manobra para tirar uma das últimas coisas que o agricultor ainda tem domínio próprio,que é a semente. Na Alemanha, hoje, se um agricultor trocar a semente com seu vizinho já é punido. Se nós deixarmos entrar os transgênicos, não demora, vamos poder plantar somente as sementes registradas. Hoje, já não se consegue crédito para milho que não seja híbrido.

Revista - O governo do Rio Grande do Sul quer que o Estado seja livre de transgênicos.

O senhor acha que é possível?

Lutzenberger - Claro que é possível. Temos como fazer isso. Não precisamos nem proibir os transgênicos. É só não aceitar as patentes e pronto. Aí eles não oferecem mais essa semente. Baseada nas patentes, a Monsanto já processou mais de quatro mil agricultores nos Estados Unidos. Isso significa que a lavoura deles é destruída, eles são obrigados a pagar multas de dezenas de milhares de dólares e acabam entregando a propriedade ao banco.

Essas grandes empresas querem o controle total dos insumos. Agricultura moderna é isso. E nem o agricultor, nem o consumidor têm como se defender. Temos que olhar o panorama completo, em vez de simplesmente bater palmas para a globalização, achar que isso é bom.

O agricultor e o consumidor não têm mais escolha. Esta se estruturando um governo mundial tecnoditatorial, que não precisa fazer repressão. Não precisa soldados. Não precisa proibir. Através de infra-estrutura tecnoburocrática legalizada, cada vez mais abrangente, criam-se contingências tecnológica inescapáveis.

Revista - Como está a formação dos profissionais das ciências agrárias?

Lutzenberger - Eles aprendem pacotes tecnológicos prontos. Em geral, eles não aprendem a pensar e não têm horizonte científico amplo. Aqui vai meu apelo aos jovens profissionais: ampliem seu horizonte intelectual em ciências naturais, tecnologia e filosofia.

Isso não significa trabalho árduo, ao contrário, as ciências naturais são a maior aventura do espírito humano. Não tem prazer maior que o prazer de desvendar os mistérios da natureza. A verdadeira revolução, a verdadeira contestação é ampliar o horizonte científico, técnico e filosófico. Só quem tem esse horizonte tem condições de se dar conta do que está acontecendo.

"O que realmente houve na agricultura dita moderna foi uma desapropriação do camponês. (...) Agora, o agricultor moderno é um tratorista, nada mais, um espalhador de veneno."

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Masanobu Fukuoka. Da "agricultura natural" ao "reverdecer"

por Toni Marin


Sessenta anos junto à natureza lhe deram o saber para entender quem somos, o que devemos ser e o que temos que fazer no futuro para ser. A alma deste homem humilde (vive com sua aposentadoria), honesto, comprometido até às entranhas, camponês, poeta, filósofo, intelectual, ilumina as mentes e os corações de milhares de pessoas pelo mundo. É um revolucionário, um grande sábio.

Com seus livros e suas palavras nos faz pensar sobre nossa maneira de viver e nos indica o caminho e como chegar nele. Seu método revolucionário de agricultura natural, seu invento das "nendo dango" (bolinhas de argila em japonês) para converter desertos em bosques, seus livros, tudo o que diz e sua filosofia de vida o convertem sem dúvida em um personagem excepcional.

Sua filosofia de vida, faz-lhe feliz?

Se não tivesse me conectado à minha filosofia, há anos que estaria morto. Só existe uma coisa: que todo é um. Também descobri que não há nada que exista neste mundo, esta é a idéia que tenho perseguido. Tenho tentado entrar cada vez mais nos detalhes do mais profundo do NADA. A única grande idéia que tive aos 25 anos é que tudo é o mesmo.

Em geral seu pensamento está conectado com o NADA, “MU”, FAZER NADA. De acordo com este pensamento, até a educação é inútil. O conhecimento em si mesmo é algo que separa as coisas. Fukuoca diz "se utilizas este pensamento para separar o vermelho do negro, aprendeste a separar o vermelho do negro, mas nada sobre o vermelho ou o negro".

Como se explica que uma pessoa de sua idade tenha tal vitalidade?
Todo o secreto é que não me preocupo em absoluto com minha saúde. Talvez seja o fato de que há 60 anos decidi fazer-me de louco e fazer loucuras.

Crê que sua filosofia é transcendente?
(Sorri) Demasiado simbólico. Não sinto que seja assim. Sou um homem muito simples, muito normal. Meu grande privilégio foi ter descoberto que sou louco. Por isso não me sinto ofendido quando alguém diz algo estranho sobre mim, como tampouco me sinto maravilhado quando me elogiam. Penso que não tenho talento para fazer uma ONG. Por outro lado nunca vi uma organização funcionando bem, necessitam dinheiro e infra-estrutura para funcionar. Para reverdecer só são necessárias sementes e argila.

O que lhe pareceu a paisagem do Mediterrâneo desde a Grécia, Itália e Espanha (com a ilha de Mallorca)?
Também comparando com as paisagens africanas estas aqui são desertos rochosos, que serão muito difíceis de reverdecer. Às verduras, parece-me que lhes falta o sabor delicado. Creio que este sabor delicado que lhes falta é como se a natureza fosse muito simples e os nutrientes também. Parece que isso se passa com toda a natureza. À natureza falta-lhe vitalidade e esta deficiência se transmite aos alimentos e através deles, às pessoas. Não vejo variedades nos campos.


Que lhe parece esta paisagem tomada de oliveiras?
Parece ser a árvore que mais agüenta este clima. Uma árvore ideal para o deserto. E aqui é um deserto. Podes pensar que isso (o que vemos aquí) é a natureza tal qual. Numa área de uns 10 mts. só há cinco tipos de frutíferas diferentes. Com 30 tipos de frutíferas e que cada uma delas tenha 5 a 6 variedades poderíamos ter 150 tipos de fruta. Fazem 2.000 anos que se cortaram as árvores da floresta para se construir barcos. Começou a erosão e o avanço do deserto. Venho o deserto da Espanha para esta ilha (Mallorca). A agricultura moderna e a erosão são as causas para que este processo continue. Desapareceram a cultura e o uso dos bosques. A fome do mundo, a violência social e étnica. Estas coisas ocorrem porque se acelerou a destruição da natureza, se se perder mais uns 3% mais dela, o mundo se destruirá. Abri este livro (tem nas mãos um livro sobre a Mallorca e o mediterrâneo), demonstrando que é assim que o mundo pode chegar a ser. Sacrificar la natureza para o desenvolvimento de uma civilização. A civilização e a cultura vão em declínio e terminaremos neste deserto de pedra e terra. Este local deveria ser um bosque com árvores de 100 mts. Agora só nos resta a água armazenada nas pedras e esta é nossa última oportunidade.

Como solucionar a questão da fome?
O erro básico é quando o ser humano pensa que é ele que produz a comida. Por isso utiliza produtos químicos. As coisas que se faz para controlar a água, barragens, diques, é um erro. Parar o fluxo do rio, suja a água. A água ao fluir com as pedras é muito melhor, a água se purifica. O ser humano pensa que o problema se soluciona fazendo barragens, mas não faz nada para solucionar a falta de água. A água é produzida pela quantidade de folhas que há no solo. Este local está deserto não por falta d’água, mas sim pela falta de vegetação. Na Espanha, no Egito, na Líbia, tiram a água do fundo da terra, agravando o problema, ao tentarem puxá-la do fundo da terra. Destruindo liquens e folhas, pioramos a possibilidade de obter água. Tiramos a água do mar para produzir riqueza. Com este método cremos que estamos controlando a água. O trabalho que esse processo inclui realmente destrói a natureza. O homem queima madeira, carvão, urânio, crê que está criando mais e mais energia, mas está fazendo o contrário. A energia não serve para nada.



O que pensa das sementes híbridas?
Não. Não utilizo híbridos. Venho tentando explicar isso há uns 40 anos. Os japoneses não entendem porque só compreendem uma parte do problema, não sua totalidade. Quando falo do todo se converte em grande. Quando falo de algo concreto se torna pequeno. 60 anos buscando uma boa solução, um bom método, não encontrei. Tornei-me um pouco pessimista, agora tento explicar meus pensamentos com poemas. Si semeias sementes e lhe acrescentas fertilizante de um certo ponto de vista pode estar bem. Mas visto incluindo todas as partes pode o fertilizante ser um erro. Pode-se dizer que hoje em dia na raça humana para aqueles que crêem piamente na ciência que esta se converteu em uma religião. Faz 60 anos que cheguei ao conceito do “não fazer”. A única palavra em minha cabeça tem sido “UM”. Todas as coisas que tem valor realmente não existem. O conhecimento humano não tem nenhum valor, não tem valor a separação das cores, de algo que existe, que não existe.



Como imagina um livro para crianças?
A única esperança para esta situação são as crianças e talvez sejam os únicos sobreviventes. O problema está nos professores, pois eles podem criar mal-entendidos às crianças. Em uma palestra com estudantes na Univ. de Kioto, uma fala de duas horas, converteu-se em uma de 8 h. O tema principal da conversação foi que cremos que o professor de escola média é menos do que um de universidade. Este é um equívoco e me tomou 20 h. para explicá-lo e porque os seres humanos são muito mais estúpidos que os cães. O ser humano crê que tem a habilidade de saber conhecer, e isso não é certo. O ser humano tem dois olhos, os cães também, nós estamos pensando que vemos as mesmas coisas. Os cães e os gatos vêem uma coisa através dos olhos, e não fazem discriminação se é boa ou má, homem-mulher. Os gatos não vêem, é próprio dos humanos. O ser humano crê que conseguiu capturar a cor azul. O ser humano olha a montanha, o vale e vê cada um de uma maneira separada. Pensa que conhece a cada um separadamente. Os gatos e os cães vêem estes elementos, mas não separados. O ser humano dividiu a natureza em 4 partes, os cães as vêem como uma unidade. O ser humano crê que conhece a natureza, no entanto a única coisa que fez, foi dividi-la. O homem a fragmentou em 4 partes, pensando que realmente a conhece, mas não é verdade. Os cães e gatos conhecem-na verdadeira, os homens a dividem em partes. É como se tivéssemos um vaso e o rompemos em 4 pedaços. O ser humano observa um dos pedaços e pensa que é a totalidade, além do mais pensando que é mais inteligente que os cães e gatos que vêem a totalidade. Crê que conhece um ponto, uma linha, entretanto na realidade não conhece nem o ponto nem a linha. De acordo com as palavras de Sócrates: só sei que nada sei. Os seres humanos nem se quer conhecem-se a si mesmos. O único que sabemos é que o ser humano é diferente dos cães e dos gatos, e tendem a pensar que conhecem tudo.



Qual crê que é a razão de que só estudamos o pontual?
O problema se resolve admirando a totalidade. A razão do problema é que utilizamos o conhecimento científico e este é o verdadeiro problema.

Como podemos deixar de ver as coisas deste ponto de vista científico?
Quando o homem se afasta da natureza não pode sentir o coração da natureza. Quando pensamos em cobrar da natureza de forma científica isso é impossível. A razão porque a temos destruído é porque o que fazemos à ela, estaremos fazendo em nosso próprio benefício.

O que pensa dos cientistas?
Só pensam em fazer dinheiro. Utilizando o fundo de uma mina a 3.000 mts. Os cientistas do Instituto Fukuba estão pesquisando a antimatéria e estudos sobre supercondutores. Em uma piscina aceleram as partículas e observam como se comportam.
Aonde nos levarão estes experimentos? Porque buscamos coisas que já sabemos que existem? Porque buscamos coisas que já sabemos que não existem? Estes estudos podem ter algum valor?
Não se pode chamar progresso aquilo que não sabemos como pode acabar. Poderia chegar a resultados de uma força superior à bomba atômica. Se formos capazes de findar com estes experimentos, haveria dinheiro para salvar a África duas ou três vezes. A investigação da antimatéria pode se converter em a coisa mais perigosa que jamais existiu. É tão perigoso porque é somente algo antinatural. Hoje em dia podem ser geradas ratas maiores do que gatos. Imagina-se u ratão perseguindo um gato.

Isto é algo precioso ou monstruoso?
Esse momento está se aproximando. A montanha no rio e as ervas na árvore estão destroçadas. Aqui não existe Deus nem Buda. O humanos estão fragmentando a natureza em minúsculos pedaços.


Quando tempo ainda para a queda do ser humano se isso não se reverte?
No Japão a TV recorreu a cientistas de todo o mundo para discutir este tema e o que se disse é que nos restam 10 anos de vida. Eu avalio em uns 25-30 anos de vida. As coisas chegaram a um limiar. Em todas as questões que envolvem a natureza estamos em um ponto crítico. Penso que se perdermos mais uns 3% da vegetação a humanidade estará em perigo. Se perdermos estes 3%, perderemos a alegria da vida.




Por que perderemos a alegria da vida?
No Japão quando floresce a cerejeira a gente vai ao campo alegre, para ver sua flor, se senta embaixo das árvores e fazem festa. Estão felizes. Bebendo sakê admirando as flores. Quando as plantas florescem, produzem uma oxigenação isso produz ar puro. Se há muito ar puro estamos contentes e bebemos sakê. Se perdermos os 3% da natureza é igual a perder ar puro y perderemos o sentimento de bailar e beber sakê, e as pessoas se esfriarão. Creio que a melhor maneira de recuperar é atirar as bolinhas de argila. Estou dizendo para jogar fora os livros e deixar de pensar. Podes anotar o que quiseres desta entrevista, mas o último parágrafo deves colocar “esta entrevista não serve para nada”. Temos que semear as bolinhas de argila com rapidez porque não tem mais tempo. Depende de cada um de vocês para que isto seja um ponto de partida para o reflorestamento de todo o planeta ou nos restará somente reverdecer somente esta ilha. Não devemos deixar que esta ilha se converta no último paraíso. Aqui deve haver um paraíso para demonstrar para o resto do mundo com um reflorestamento de verdade.



O “nendo dango” é um experimento?
Não posso dizer que seja um invento, é uma imitação da natureza. Quando jogamos nendo dango , semeamos como Deus. Quando fazemos nendo dango temos que nos sentir que somos Deuses. Quando se faz os nendo dango estamos colocando alma na bolinha de argila. Que tipo de sementes devemos semear e quais não? Já não se trata de introduzir ou não espécies não autóctones, trata-se de “sobrevivência”. Tenho um plano de fazer uma olimpíada verde de repovoamento florestal para o Mediterrâneo. A Espanha, sobretudo, padece de um grave caso de desertificação.

Como podemos chegar à consciência das pessoas ante o problema de que a natureza está morrendo?
Vocês terão que inventar as palavras. Eu sou capaz de transmitir este pensamento em poucas palavras. Aqui nesta região da Europa há pouca água, portanto há que dançar e tocar o tambor para atrair a água.

Qual é o seu último projeto? O que está fazendo ultimamente?
Na Grécia com um grupo, estamos levando a cabo um projeto de reverdecer uma extensa área de 10 mil hectares desértica com a ajuda de 500 voluntários e espalhando por todo o espaço bolinhas de argila. Utilizaram 70 toneladas de argila e 12 toneladas de sementes, 5 toneladas de algodão e três toneladas de jornais. Todo mundo colaborou, daí não precisar de dinheiro nem organização. Eu dizia aos jovens: vocês têm que semear bolinhas com alma para que cresçam melhor. Quando semeias “nendo dango”, és como Deus.

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2005.
fonte: http://www.nossofuturoroubado.com.br/old/12te%20fuku.htm

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um terço dos alimentos é desperdiçado




O congresso internacional “Save Food” (Economize Comida), realizado nesta semana em Düsserdorf, Alemanha, começou com uma péssima notícia: pelo menos um terço de todos os alimentos produzidos no mundo para consumo humano é desperdiçado. Ou seja: joga-se no lixo ou se perde pelo caminho quantidade de comida que poderia erradicar completamente a fome no planeta, drama que atinge atualmente mais de 900 milhões de pessoas.



O dado impressionante consta no relatório divulgado parcialmente na semana passada e apresentado integralmente no congresso pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O desperdício ocorre de forma diferenciada nos países ricos e nos pobres. Nos ricos, parte dos alimentos vai para o lixo antes do vencimento da data de validade, enquanto nos pobres o desperdício ocorre nas fases de produção, colheita e processamento.


Na América Latina, o maior índice de desperdício se dá na produção de frutas e vegetais. Segundo a FAO, mais de 40% das frutas e vegetais produzidos são desperdiçados durante o processo de produção, pós-colheita e embalagem.

De acordo com o estudo, denominado “Global Food Losses and Food Waste” (Perdas e Desperdício de Alimentos no Mundo) e elaborado entre agosto de 2010 e janeiro deste ano pelo

instituto sueco de alimentos e biotecnologia (SIK), 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados por ano. A quantidade equivale a mais da metade de toda a colheita de grãos no mundo. Representa, para uma comparação local, oito vezes toda a produção brasileira de grãos em um ano, lembrando que o país deve colher em 2011 safra recorde de 160 milhões de toneladas. Imaginem oito “brasis” produzindo alimentos para descarte total.

O estudo afirma ainda que o mundo emergente e os países desenvolvidos desperdiçam aproximadamente a mesma quantidade de alimentos: 670 milhões de toneladas por ano nos países ricos e 630 milhões nas nações em desenvolvimento.



Diferenças - O relatório da FAO revela ainda que nos países ricos muitos alimentos vão para o lixo antes mesmo de expirar a data de validade. Seriam, portanto, ainda aproveitáveis As médias de desperdício per capita também são muito maiores em países industrializados. Na Europa e América do Norte, cada pessoa desperdiça entre 95 a 115 quilos de alimentos por ano. Na África Subsaariana, a média per capita é de 6 a 11 quilos. No Brasil, segundo a Embrapa, uma família de classe média joga fora o equivalente a 182,5 quilos de alimentos por ano.

As frutas e hortaliças, assim como as raízes e tubérculos, são os alimentos com a maior taxa de esbanjamento, e a quantidade de mantimentos que se perde ou desperdiça a cada ano equivale a mais da metade da colheita mundial de cereais (2,3 bilhões de toneladas em 2009-2010). “A produção total de alimentos ‘’per capita’’ para o consumo humano se situa em cerca de 900 quilos anuais nos países ricos, praticamente o dobro dos 460 quilos produzidos nas regiões mais pobres”, afirma relatório da FAO.

O estudo das Nações Unidas destaca o impacto negativo do desperdício no meio ambiente. “Isso invariavelmente significa que grande parte dos recursos empregados na produção de alimentos é usada em vão, e que os gases que provocam o efeito estufa causados pela produção de alimentos que são perdidos ou desperdiçados também são emissões em vão”, afirma o documento apresentado no congresso da Alemanha.

O levantamento da FAO informa ainda que no mundo emergente o problema maior é a falta de estrutura produtiva. Já nos países ricos, o principal fator é o comportamento dos consumidores. A quantidade total de alimentos desperdiçados nos países industrializados apenas pelos consumidores (222 milhões de toneladas) é quase equivalente ao volume de alimentos produzidos em toda a África Subsaariana (230 milhões de toneladas).



Reduzir perdas - “Reduzir as perdas pode significar um impacto imediato e significativo nos meios de subsistência e na segurança alimentar”, indica o documento da FAO. Especialistas oferecem diversas propostas para reduzir perdas e desperdício. Segundo o estudo, são desperdiçadas grandes quantidades de alimentos devido às normas de qualidade que dão excessiva importância à aparência. “As pesquisas indicam que os consumidores estão dispostos a comprar produtos que não cumpram as exigências de aparência caso não sejam nocivos e tenham um bom sabor”, indica a agência das Nações Unidas. O relatório também recomenda aos países a adoção de projetos de educação das crianças nas escolas e apoia iniciativas políticas para mudar a atitude dos consumidores.



Brasil joga fora toneladas de comida

O volume de alimentos desperdiçados no Brasil pode variar de acordo com a fonte, mas em nenhum dos casos ele deixa de ser gigantesco. A Associação Prato Cheio calcula que cerca de 30% dos alimentos produzidos no Brasil vão parar no lixo - sem qualquer chance de aproveitamento. Pesquisa de ONG que combate a fome e o desperdício de comida apontou as principais causas desse desperdício: problemas no manuseio de frutas, verduras e legumes durante a colheita e o transporte. No centro da discussão está a falta de treinamento da mão-de-obra.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o Brasil desperdiça, por ano, comida que poderia alimentar 62 milhões de pessoas. Mais de 60% do que é plantado se perdem entre colheita, transporte, processamento e hábitos alimentares. Mas esses números referem-se a 2008. Presume-se que tenham crescido. O que não mudou muito é a divisão por fases: do total de desperdício no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e 10% diluídos entre supermercados e consumidores.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) informa que só no transporte rodoviário de grãos o prejuízo anual é de pelo menos R$ 2,7 bilhões. Os produtores e distribuidores não são os únicos culpados. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que família de classe média joga no lixo, por ano, 182,5 quilos de alimentos próprios para o consumo.

Conforme Embrapa, são desperdiçados por ano no Brasil só nas centrais de abastecimento nacionais 26 milhões de toneladas de alimentos, volume suficiente para abastecer 35 milhões de brasileiros, mais do que o dobro dos 14 milhões que, segundo o IBGE, estão em situação de fome crônica no país.

Um outro importante palco de desperdício é formado por restaurantes, lancherias e outros estabelecimentos do gênero. Não há estudos conclusivos que determinem o volume, mas estima-se que a perda no setor de refeições coletivas atinja 15%. Já nas casas, o índice sobe para 20%. No caso dos restaurantes há um atenuante para os donos: por lei, eles não podem doar sobras.

FONTE; CORREIO RIOGRANDENSE
Edição 5.244 – Ano 103 – Caxias do Sul - RS, 18 de maio de 2011.  

quarta-feira, 18 de maio de 2011

BIOFERTILIZANTE ANAERÓBIO - Adapta Sertão

Manual de Capacitação

BIOFERTILIZANTE ANAERÓBIO


É um produto agrícola de baixo custo e rápido preparo (20 a 40 dias), saudável para o produtor e consumidor e não agressivo ao meio ambiente. É produzido a partir da mistura de estercos, enriquecido ou não com uso de cinzas e fosfatos, em meio aquoso sem a presença de oxigênio. O próprio nome diz, bio-(vida) fertilizante, ou seja, é um adubo vivo, pois é constituído de microorganismos vivos.

Como é feito o biofertilizante?
Ele é feito a partir do processo de fermentação sem a presença de ar.


Para que serve o biofertilizante?

O biofertilizante serve para nutrir e proteger as plantas que estão sendo cultivadas além de melhorar a terra pois faz com que aumente a retenção de água e a facilidade de infiltração. O biofertilizante se aplica nas folhas da planta e vem absorvido pela mesma, enriquecendo-a com elementos que são necessários para garantir o bom funcionamento do seu metabolismo.


Por que fazer o biofertilizante?

1. Porque muitos nutrientes são liberados e transformados para que a planta absorva mais facilmente;

2. Porque ele aumenta a quantidade de microorganismos benéficos presentes no solo, reduzindo a possibilidade do aparecimento de doenças;

3. Porque no processo de produção, ele produz gás que pode ser aproveitado em processos de combustão na fazenda.

O que é preciso para fazer biofertilizante? (receita para fazer 180 litros)

1 tambor plástico de 200 litros com tampa de boca larga hermeticamente fechada

(O processo é anaeróbico e não pode entrar ar no tambor)

1 mangueira plástica ½” de 3 metros

1 vasilha 2 litros

50 kg de esterco bovino fresco

15 kg de farinha de ossos

5 kg de cinza de madeira

4 kg melaço de cana ou de rapadura ou açúcar mascavo

100-120 litros de água (sem ser clorada)

100 ml de EM1 puro a ser ativado com o melaço ou rapadura
 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

AGROHOMEOPATIA



A agrohomeopatia pode ser definida como a aplicação da ciência homeopática na agricultura. Homeopatia é uma palavra de origem grega que quer dizer “doença semelhante” (homoios = semelhante, e pathos = sofrimento, doença). É uma ciência que pode ser aplicada a todos os seres vivos, sejam seres humanos, animais domésticos ou silvestres, vegetais ou microorganismos. Desde que exista energia ou força vital, ou seja, capacidade do organismo em reagir, os medicamentos homeopáticos interferem em sua saúde, restabelecendo-a.

O médico alemão Christian Friedrich Samuel Hahnemamm é considerado o pai da homeopatia (figura 1). Dr. Hahnemamm viveu entre os anos de 1755 e 1843. Em 1790 ao traduzir a “Matéria Médica”, do médico escocês Dr. Willian Culen, ficou fascinado com o capítulo sobre o capítulo da quina para o tratamento da malária. Lembrou-se do aforismo de Hipócrates (460 - 350 a.C) “semelhante cura semelhante” e iniciou as experimentações em si.

A homeopatia baseia-se em quatro pilares fundamentais: semelhante cura semelhante, experiência no organismo são, doses mínimas e medicamento único.Pelo princípio da similitude (similia similibus curentur): a substância que em indivíduos sãos é capaz de provocar determinados sintomas é também capaz de curar estes sintomas em indivíduos que os estejam apresentando.

A experimentação no organismo sadio (experientia in homine, plantarum sano) é o segundo pilar da doutrina homeopática: os ensaios patogênicos são desenvolvidos em indivíduos sadios. As doses mínimas (dose minima) praticamente começam a partir da concentração do medicamento, em que sua ação farmacodinâmica se converte em ação terapêutica, não sendo necessariamente imponderáveis. A utilização de doses mínimas é uma forma de diminuir a toxicidade de substâncias em doses ponderais. Através da diluição e sucussão vigorosa é possível conseguir efeitos iguais ou superiores ao obtidos com doses massivas. É por isso que a homeopatia permite utilizar os princípios curativos de substâncias muito venenosas, sem causar mal aopaciente. O método de preparação dos medicamentos através da diluição e sucussão (agitação mecânica vertical) é denominado de dinamização.

A prescrição de apenas um medicamento por vez (unitas remedit) é o que seguem os homeopatas unicistas, que se fundamentam no fato das experimentações homeopáticas em indivíduos sadios serem realizadas com substâncias únicas. A homeopatia é uma ciência que individualiza o paciente, promovendo a integração entre seus sintomas físicos e suas características mentais. No entanto ao se aplicar a populações extensas a Homeopatia pode ser integrada com segurança de sua eficácia, pois estaremos utilizando uma técnica desenvolvida pelo próprio mentor da Homeopatia: o denominado Genius epidemicus. Explicar e exemplificar esta técnica é simples: todos os indivíduos que compõe o grupo são considerados como um único ser. Os sintomas são considerados a partir da estatística de importância, selecionados homeopaticamente. Os sintomas são considerados a partir do grupo e não de indivíduos isolados. Desta forma o medicamento indicado é fornecido a todo o grupo. É dessa maneira que o agrônomo homeopata trata uma plantação.

O Organon da Arte de Curar, em sua 6ª edição, dispõe de forma sistemática (em parágrafos §) os conhecimentos básicos, representativos da fundamentação dos conceitos da Homeopatia (Hanhemann, 2001). No §4 Hahnenann escreveu: “Deve-se afastar do paciente os fatores que provocam e sustentam a doença.” Entende-se, desse modo, que para a efetividade para cura do sistema produtivo agrícola é necessário praticar uma agricultura que não favoreça o adoecimento das plantas, do solo e do meio ambiente. No entanto, a intensa utilização de produtos químicos (adubos solúveis e agrotóxicos) na produção de alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas. Dessa maneira, percebemos a importância do sistema orgânico de cultivo, no qual são respeitadas e valorizadas as condições de meio-ambiente onde os vegetais se desenvolvem, bem como no qual se busca uma nutrição adequada e balanceada para as plantas. A agricultura orgânica exclui o uso de fertilizantes solúveis ou agrotóxicos. Ela tem como base de seu trabalho a preservação dos recursos naturais, com ênfase no solo como base do processo produtivo!

A agrohomeopatia, enquanto tecnologia altamente viável ao sistema produtivo, vem sendo empregada principalmente pelos produtores orgânicos, nas mais diversas escolas de agricultura alternativa: orgânica, ecológica, biodinâmica, natural, sustentável, regenerativa, biológica, agroecológica, bem como a permacultura. A agricultura vitalista é proposta como outra concepção de sistema produtivo, embora apresente semelhanças em vários aspectos com os diferentes modelos de agricultura citados acima.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos – A teoria da Trofobiose

Este livro traz a comprovação científica que faltava a respeito dos malefícios dos agrotóxicos e fertilizantes químicos solúveis à agricultura. O autor expõe com clareza e linguagem acessível a problemática do controle de pragas e doenças através de venenos. Fartamente documentado com pesquisas, mostra como os agrotóxicos e fertilizantes químicos solúveis predispõem e desencadeiam desequilíbrios, favorecendo as pragas e provocando o surgimento de novas doenças e viroses. O ponto culminante da obra é a formulação da teoria da trofobiose: a saúde das plantas está intimamente ligada à saúde de seu habitat, e este lhe permite uma alimentação equilibrada, fonte de resistência aos fatores adversos, não permitindo a instalação de pragas, desenvolvimento de doenças e manifestação de viroses.




Francis Chaboussou

Editora Expressão Popular

Número de Páginas: 320 páginas

ISBN: 85-87394-93-2



Resenha:

Francis Chaboussou, ao enunciar a teoria da trofobiose, lançou um dos pilares da agroecologia. Ao longo desta obra, o leitor encontrará uma sólida argumentação científica, demonstrando que os parasitas não atacam as plantas cujos sistemas nutricionais estejam equilibrados; em contrapartida, são os fertilizantes solúveis e os agrotóxicos que os atraem, gerando, assim, um ciclo de dependência. As pragas e doenças vegetais hoje chegam à casa do milhar, com o uso crescente desses agrotóxicos e fertilizantes. Resultantes desse processo está o fracasso da “revolução verde” e do “agronegócio”, com suas lamentáveis e sombrias conseqüências para o planeta. O equilíbrio da composição mineral do solo é condição sine qua non para a sua fertilidade; o problema está em como alcançar esse equilíbrio. Nesta obra pioneira, Chaboussou, mostra como o equilíbrio biocenótico da fertilidade do solo propicia a produção de alimentos limpos, sem uso de agrotóxicos ou fertilizantes químicos. Aí está, para os cientistas e para os agricultores pesquisadores, a base de uma tecnologia da vida - a agroecologia -pela qual se propõe alcançar
 a maravilhosa harmonia da natureza com a própria consciência humana, por um modelo de produção capaz de alimentar a humanidade, sem dilapidação dos recursos não renováveis. * A tradução literal do título deste livro em francês é As plantas doentes pelos pesticidas (Les plantes malades des pestícides). Entretanto, no Brasil, a partir da década de 1970, os pesticidas agrícolas passaram a ser chamados de agrotóxicos, denominação, sem dúvida, mais apropriada e usada na tradução original, posição seguida nesta revisão. (N. do R.) Sobre o autor e as correntes da agricultura orgânica e sustentável O biologista e agrônomo francês Francis Chaboussou, é pesquisador e ex-diretor do INRA (Institute National de la Recherche Agronomique). Em 1969, defendeu a sua tese de mestrado em Paris, sobre a “Teoria da Trofobiose”, desenvolvida ao longo deste livro, e que pode ser sintetizada pela afirmação do autor: “desequilíbrios nutricionais conduzem as pragas e doenças às plantas e animais”. Sua teoria da trofobiose influenciou o trabalho de Claude Aubert, um dos grandes difusores da agricultura biológica (Hans Peter Muller - Suíça). Surgindo quase simultaneamente a agricultura biodinâmica (Rudolf Steiner -1924 -Europa), a agricultura orgânica, ( Albert Haward -1925/ Jeome Irving Rodale - 1940 - EUA) e a agricultura natural (Mokiti Okada - 1935 - Japão), compõe junto com estas, as primeiras correntes alternativas ao modelo convencional de agricultura, contrapondo-se à introdução da prática de adubação química (Justus Von Liebig - Alemanha), que se tornou predominante na época. A partir dos anos 80, o conjunto das práticas agrícolas dessas modernas correntes alternativas passou a ser designado como agroecologia. E nos anos 90, esse conceito é ampliado, e logo se difunde como agricultura sustentável. Conforme recente estudo**, as várias correntes que hoje integram o que se entende por agricultura orgânica (biodinâmica, biológica, natural, permacultura, ecológica, agroecológica, regenerativa e em alguns casos, a agricultura sustentável), têm em comum a busca de um sistema de produção sustentável no tempo e no espaço, mediante o manejo e a proteção dos recursos naturais, sem a utilização de produtos químicos agressivos à saúde humana e ao meio ambiente, mantendo o incremento da fertilidade e a vida dos solos, a diversidade biológica e respeitando a integridade cultural dos agricultores. ** DALROT, Moacir Roberto. As Principais Correntes do Movimento Orgânico e suas particularidades. http://www.planetaorganico.com.br/trabdurolt.htm Dalrot é doutor em meio ambiente, pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR).

quinta-feira, 31 de março de 2011

Campanha Europeia pelas Sementes Livres

BOM DIA! É bom ver que os Europeus estão nesta luta. Vamos nós também ter a soberania sobre as sementes!
alexandre panerai
engenheiro agrônomo

Campanha Europeia pelas Sementes Livres


A Campanha pelas Sementes Livres é uma iniciativa europeia com núcleos na maioria dos Estados-Membros da União Europeia. Em Portugal a campanha é dinamizada entre outros pelo Campo Aberto, GAIA, Movimento Pró-Informação para Cidadania e Ambiente, Plataforma Transgénicos Fora e Quercus (...)



Unindo cidadãos preocupados, agricultores, criadores independentes e organizações e associações sem fins lucrativos por toda a Europa, esta campanha visa inverter o rumo da agricultura na Europa, onde os modos de produção intensivos se sobrepõem cada vez mais à agricultura tradicional e de pequena escala e onde as variedades agrícolas e as próprias sementes, a base da vida, estão a ser retiradas da esfera comum e entregues nas mãos de multinacionais do agro-negócio. A expressão mais recente desta tendência é a legislação a ser proposta pela Comissão Europeia para restringir a livre reprodução e circulação de sementes, fechar variedades de plantas agrícolas anteriormente pertencendo ao bem comum em patentes e ilegalizar as variedades não registadas. A nova 'Lei das Sementes' visa retirar o papel de curador da semente ao agricultor, papel esse que desempenhou, com proveito para toda a humanidade, desde o nascimento da agricultura e da civilização há 10.000 anos!





Parceiros Europeus:

Janun e.V.

Seed Sovereignty Campaign

No Patents on Seeds

Contactos da campanha: sementeslivres@gaia.org.pt
910 631 664

Fonte: http://gaia.org.pt/sosementes

terça-feira, 29 de março de 2011

Projeto LIFE + / Miniwaste / Reduzir a fração orgânica do lixo!

Bom dia! É bom ver atitudes de preocupação com o nosso planeta. Admiro os europeus por estas atitudes e mais uma uma vez os portugueses nos ensinam através de ONGS, a sensibilizar a sociedade.
Vamos nós aqui no Brasil, reduzir nosso lixo orgânico, através de uma compostagem, aproveitando os nutrientes destes materiais ( folhas, cascas, frutas, verduras,dejetos,etc...).
Vamos já! Mãos a obra!
alexandre
eng. agrônomo


O Projecto Life Miniwaste tem como objectivo desenvolver, implementar e avaliar um plano inovador e sustentável para reduzir a fracção orgânica dos Resíduos Sólidos Urbanos nos Estados-Membro.

O Projecto a ser desenvolvido em 3 anos (2010 a 2012) tem 5 Parceiros Europeus, Rennes Metropole (França), Lipor (Portugal), Cemagref (França), Brno (Républica Checa) e ACR+ (Bélgica) e um comité de especialistas que acompanha e avaliará todo o projecto e acções implementadas.

As acções a serem desenvolvidas pela Lipor no âmbito deste projecto passam por:

- Promover a compostagem caseira e comunitária;

- Envolver estruturas colectivas - escolas, instituições, empresas - na redução de resíduos orgânicos;

- Promover a redução de resíduos orgânicos da cozinha: organização de cursos de aproveitamento integral dos alimentos, conservação dos alimentos e refeições equilibradas;

- Sensibilizar a população para a prevenção de resíduos orgânicos e formar monitores de compostagem que divulguem a compostagem caseira e comunitária e actuem voluntáriamente na sociedade;

- Implementar Menu Dose Certa nos Restaurantes.



O site deste projecto é www.miniwaste.eu. Consulte a brochura em Downloads.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Horta Caseira incentivada na Pastoral da Criança

Ações Básicas

Nos últimos anos, o aumento da população mundial fez com que a produção agrícola crescesse num ritmo acelerado. Para tanto, os produtores rurais, em sua maioria, lançaram mão de grande quantidade de agrotóxicos, adubos e fertilizantes químicos e máquinas.

Os resultados foram muito ruins: contaminação da água dos rios, contaminação do solo e também dos alimentos, por causa dos venenos usados nas lavouras. Isso sem falar da contaminação das pessoas que mexem com esses agrotóxicos. Muita gente perdeu a saúde por causa disso.

Para incentivar a alimentação saudável entre as famílias acompanhadas, a Pastoral da Criança está orientando as famílias para que façam uma horta caseira. Alimentos mais saudáveis, sem agrotóxicos e sem custos.
Confira as dicas abaixo:

É necessário ter espaço ou quintal para ter uma horta em casa?
Não. Somente é necessário usar a criatividade para aproveitar recipientes como latas de óleo de cozinha, garrafas pet, vasinhos, bacias e outros vasilhames que estejam sem uso em casa que podem ser aproveitados para o cultivo de algum tempero, alimento ou erva medicinal.

Qual a importância das Hortas Caseiras?
A horta caseira é importante, porque tem muitas vantagens, como:

1) melhora a alimentação da família - um tempero verde como salsa, cebolinha ou coentro tirado da horta e acrescentado na comida, significa que esta comida tem mais vitaminas, está enriquecida nutricionalmente;

2) a família tem acesso a alimentos de qualidade, ela sabe o que ela come, ela cuidou daquele alimento;
3) diminui o acúmulo do lixo, pois restos de alimentos crus não aproveitados na alimentação, como algumas cascas de frutas e verduras, além das folhas secas servem de adubo;

4) resgata conhecimentos populares de cultivo e uso das plantas, legumes e verduras;

5) a horta ainda tem a vantagem de embelezar a casa e a comunidade e estimula o convívio entre os vizinhos através das trocas de mudas e sementes.

Como é uma horta saudável?
É aquela que é cuidada com carinho, adaptada à região e ao clima, que aproveita o adubo natural, como restos de alimentos crus, esterco e não utiliza produtos químicos. É preciso também que ela esteja protegida de cachorros, gatos e outros animais que possam prejudicar a horta.

Como o líder da Pastoral da Criança pode incentivar ou pode começar este trabalho na comunidade, com as famílias, para o cultivo de uma horta caseira?

O líder da Pastoral da Criança pode começar pela identificação de pessoas na comunidade que já cultivam pequenas hortas, pois isto é fundamental para animar e incentivar outras famílias acompanhadas e também pode começar uma em casa.

Conversar com as famílias na visita para aproveitar os espaços e valorizar aquelas que já têm uma pequena horta. 
 
fonte: http://pastoraldacrianca.org.br/images/stories/pdf/ok%20jornal%20172_maro_web.pdf
http://pastoraldacrianca.org.br/images/stories/pdf/alimentacaoehortas.pdf

quarta-feira, 23 de março de 2011

Estudo aponta agrotóxico em leite materno

23/03/2011 - 05h30



O leite materno de mulheres de Lucas do Rio Verde, cidade de 45 mil habitantes na região central de Mato Grosso, está contaminado por agrotóxicos, segundo uma pesquisa da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), informa a reportagem de Natália Cancian e Marília Rocha publicada na Folha desta quarta-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL). Foram coletadas amostras de leite de 62 mulheres, 3 delas da zona rural, entre fevereiro e junho de 2010. O município é um dos principais produtores de grãos do MT.


A presença de agrotóxicos foi detectada em todas. Em algumas delas havia até seis tipos diferentes do produto.


Essas substâncias podem pôr em risco a saúde das crianças, diz o toxicologista Félix Reyes, da Unicamp. "Bebês em período de lactação são mais suscetíveis, pois sua defesa não está completamente desenvolvida."

Ele ressalta, porém, que os efeitos dependem dos níveis ingeridos. A ingestão diária de leite não foi avaliada, então não é possível saber se a quantidade encontrada está acima do permitido por lei.


OUTRO LADO

A Associação Nacional de Defesa Vegetal, representante dos produtores de agrotóxicos, diz desconhecer detalhes da pesquisa, mas ressalta que a avaliação de estudos toxicológicos é complexa.

Leia a reportagem completa na Folha desta quarta-feira, que já está nas bancas.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/892662-estudo-aponta-agrotoxico-em-leite-materno.shtml

quinta-feira, 17 de março de 2011

ON« Un autre pain de qualité est possible »… "Outro pão de qualidade é possível" ... temos experimentado em Dakar! G SOLIDARITE

Para pensar


"O direito à alimentação não é permitido para ser alimentado, é o direito de acesso aos meios para produzir alimentos ou gerar renda para comprar comida suficiente ... A As políticas públicas devem ajudar a construir a resistência dos grupos mais vulneráveis ​​a todas as formas de alterações de risco e política. Isso é bem diferente e mais eficiente do que a ênfase ultrapassada e equivocada no sentido de aumentar a produção de alimentos ".

Olivier de Schutter, relator da ONU para o Direito à Alimentação

Veja mais sobre o trabalho da Solidarité no Senegal no site abcBurkina, do Padre Maurice Oudet (que aparece nas fotos). Ou no blog da Solidarité.


Produzir e comer pão feito de grãos local!


« Un autre pain de qualité est possible »… nous l'avons goûté à Dakar ! "Outro pão de qualidade é possível" ... temos experimentado em Dakar!

Em Dacar, à margem do Fórum Social Mundial e em conjunto com a Feira Internacional de Agricultura e Recursos Animais (FIARA), alimentos muito interessantes inovações foram testadas com sucesso.  Até agora, era comumente aceito que não foi possível incorporar mais de 15% de farinha de cereais locais a farinha de trigo na panificação.

Mas desta vez, no âmbito da associação " Solidariedade "dois padeiros, Michael e James, têm mostrado que é possível incorporar local mais cereais. - Eles fizeram isso com a técnica de outra padaria base sobre o fermento, melhoradores sem e com uma proporção muito pequena de levedura, também baseado em um processo lento de amassar e descansar o tempo (incluindo o 'score') muito tempo, e cozinhar calor para baixo - para produzir pães de retenção uma boa estrutura (aeração do miolo), tendo um valor nutricional ea vida útil significativamente superiores aos da vara de trigo 100%.

 Eles primeiro produzido pães de 30% (de milho painço, ou mandioca) e 40% (de milho ou milho) e 30% de milho e 10% de amendoim e outros, 50 % de milheto ou milho e milheto, com 25% e 25% da mandioca. Tous ces pains ont été très appréciés. Todos estes pães eram muito populares. Personnellement, j'ai goûté un pain fabriqué à partir de 50% de farine de blé, et 50% de farine de maïs. Pessoalmente, eu provei pão feito de farinha de trigo 50% ea farinha de milho, 50%. Il était excellent ! Foi excelente!

 Estes produtos têm gerou um entusiasmo como o seis padeiros que são treinados em novas técnicas (três mulheres e três padeiros profissionais iniciantes) e os consumidores, funcionários agrícolas, e até mesmo os pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Alimentos, Dakar ( ). ITA preço, 150 francos para um pão de 220 ​​gramas, foi apreciada: a venda de pão não poderia atender a demanda, e ninguém reclama do preço. Ce dernier est à comparer au 175 F d'une baguette de 210 g à 100% de blé. Isso se compara a 175 F com uma vara de 210 g para 100% do trigo.

Les deux boulangers ont également produits des biscuits à 100% de mil ou 100% de maïs. D'autres étaient composés de 40% d'arachide (ce qui leur donnait un goût agréable), plus 20% de blé et enfin, 40% soit de mil, soit de manioc, soit de maïs. Ambos os padeiros também produziram biscoitos a 100% ou 100% do milho painço. Outros foram compostas de 40% de amendoim (que lhes dava um sabor agradável), mais 20% de trigo e, finalmente, 40% ou milho, ou mandioca ou de milho.
Elle a aussi produit des tortillas de maïs, de petit mil et de manioc. Ele também produz milho tortilhas, milho e mandioca.

Durante as horas de produção para FIARA, dezenas de pessoas - principalmente mulheres - veio um olhar mais atento sobre a produção, e estavam particularmente interessados ​​em tortilhas de milho e mandioca e pediu para ser treinado para fazer tudo. tortillas de milho e de mandioca foram imediatamente consumido e apreciado pelos visitantes.

Tous ceux qui s'intéressent à la « justice alimentaire » devrait manifester concrètement leur intérêt pour une telle expérience. Todos os interessados ​​na "justiça dos alimentos" deve demonstrar concretamente seu interesse nesse tipo de experiência.

Ouagadougou, le 26 février 2011 Ouagadougou, 26 de fevereiro de 2011

Maurice Oudet Maurice Oudet

Président du SEDELAN Presidente da SEDELAN


Pour plus d'informations, vous êtes invités à visiter le blog de Solidarité consacré à cette action. Para obter mais informações, você está convidado a visitar o blog da Solidariedade consagrado a esta acção.
https://picasaweb.google.com/neide.rigo/SenegalAlternativasAoTrigo?feat=flashalbum#

Mais fotos do Senegal http://come-se.blogspot.com/2011/03/mais-fotos-do-senegal.html


A méditer


"Le droit à l'alimentation n'est pas le droit d'être nourri, c'est le droit d'accéder aux moyens de produire de la nourriture ou d'avoir des revenus permettant d'acheter une nourriture adéquate... Les politiques publiques doivent permettre de construire la résilience des groupes les plus vulnérables face à toutes formes de risques et aux changements de politiques. C'est bien différent et plus efficace que cette insistance dépassée et mal placée en faveur de l'augmentation de la production alimentaire."

Olivier de Schutter, rapporteur de l'ONU pour le droit à l'alimentation

terça-feira, 15 de março de 2011

PRÁTICAS PARA QUALIDADE DOS FRUTOS citros


Eng. Agr. Paulo Lipp João

PODA DE FRUTIFICAÇÃO

Na citricultura fatores como coloração, tamanho e sanidade dos frutos, entre outros, são fundamentais e devem ser trabalhados de forma a atender o desejo dos consumidores. Neste sentido, a poda visando equilibrar a frutificação com o crescimento vegetativo em plantas cítricas vem sendo utilizada há várias décadas em países como Itália, Espanha, EUA, e outros e, mais recentemente no Uruguai, onde também já é prática rotineira.

A produção de frutas por árvore depende de uma relação adequada entre seiva bruta e seiva elaborada, o que sugere manter uma proporção favorável entre a absorção de nutrientes pelas raízes e fotossíntese realizada pelas folhas.Com a poda buscamos ter na planta uma relação ideal de folhas/madeira/frutos, pelo princípio básico de um melhor aproveitamento da luz e de estímulos ao crescimento de novos ramos.

Uma luminosidade adequada no interior da copa permite um maior número de brotações, com, conseqüentemente, maior número de frutos nesta área. É comum verificar que, em laranjeiras e bergamoteiras, copas muito sombreadas deixam de produzir no seu interior, ficando a área produtiva restrita a camada superficial da planta. Além disto, a poda de produção efetuada logo após a caída natural dos frutos terá o efeito raleador de frutos, diminuindo ou tornando desnecessária esta prática.

Ao mesmo tempo que este raleio de ramos permite corrigir ramos mal situados, a maior quantidade de luz evitará doenças como rubelose (Corticium salmonicolor) e camurça (Septobasidium pseudopedicellatum) que causam o secamento de galhos. Para o planejamento e realização da poda dos citros, no que tange a época e intensidade, é importante levar em conta fatores como variedade copa e porta-enxerto, idade das plantas, clima, época de brotações, solo, carga de frutos e tamanho final dos frutos a ser buscado.

A poda deve começar pelos ramos secos, doentes, velhos e mal localizados. Deve-se evitar cortes que venham a deixar um “vazio” na planta, cortes na área superficial que só irão gerar brotações onde já há muita vegetação, sombreando ainda mais o interior da copa e também a própria descontinuidade anual desta prática. A poda de produção é, portanto, uma prática de grande auxílio ao citricultor, equilibrando o crescimento vegetativo com a frutificação, evitando alternâncias de produção e melhorando não só a qualidade, como a produtividade dos pomares.



RALEIO DE FRUTOS

O raleio de frutos é uma prática fundamental, especialmente em bergamotas, com resultados altamente positivos como se descreve a seguir:

- Evitar a alternância de produção de um ano para outro.

- Aumentar o tamanho dos frutos colhidos.

- Evitar quebra de galhos com muita carga.

- Favorecer o crescimento adequado de plantas novas.

- Aumentar a rentabilidade do citricultor.

As variedades mais sujeitas a alternância de produção e que mais necessitam de raleio são: Bergamotas Comum/Caí, Montenegrina, Parecí, Murcott, Ponkan, Satsuma, Clemenules, Marisol, Dancy, entre outras.

Em laranjas, embora esta prática seja menos necessária, em anos em que há excesso de carga o raleio pode ser vantajoso. A época de fazer o raleio é que vai determinar o maior ou menor resultado desta prática.
A maneira geral quanto antes, ou seja logo após a caída natural de frutinhos que ocorre, em nossas condições, em novembro/dezembro, o citricultor fizer a retirada dos frutos em excesso, melhor será o resultado obtido. Muitos citricultores esperam para ralear os frutos entre fevereiro e abril a fim de venderem os frutinhos às indústrias de óleo essencial. Este atraso retira a maior parte dos benefícios do raleio especialmente quanto ao tamanho dos frutos e principalmente em evitar a alternância de produção.

Esta operação, normalmente, em nossas condições, é feita manualmente embora também exista a possibilidade de raleio químico com produtos à base de etileno. Na execução do raleio, o ideal é o produtor deixar cerca de 15 cm entre frutos, deixando em média dois frutos por ramo de ano ao mesmo tempo que aproveita para fazer uma seleção, retirando primeiro os frutinhos manchados e os menores.

A intensidade do raleio vai depender da carga que a árvore apresenta. Em anos de alta produção o raleio pode chegar até 80 % do total de frutinhos e em anos de baixa produção pode até ser dispensado. Finalmente pode-se afirmar que para as variedades de bergamotas citadas o raleio é prática obrigatória para a comercialização de frutos no mercado de mesa, cada vez mais exigente em qualidade.

Postagem em destaque

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...