Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com WHAST 51 3407-4813
terça-feira, 29 de junho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Conservação em Foco abordará o vegetarianismo e a pecuária
Será na próxima terça-feira, dia 29, no InGá. A psicóloga e socióloga Eliane Carmanim Lima do Movimento Vegano e Vegetariano e, o agrônomo Valério Pillar, vão debater as políticas públicas para a conservação do Bioma Pampa
Por Paula Cassandra - InGá
O InGá promove no dia 29 de junho o seu evento mensal, o Conservação em Foco, trazendo o tema “O vegetarianismo e a pecuária: um debate sobre as políticas públicas para a conservação do pampa”.
Na ocasião, estarão presentes a psicóloga e socióloga Eliane Carmanim Lima representando o Movimento Vegano e Vegetariano e o agrônomo Valério Pillar, que falará sobre a conservação dos campos e sua relação com a pecuária. Mediará esta conversa o Filósofo e Coordenador do InGá Vicente Medaglia.
O InGá reconhece a relevância deste tema e a importância de unificar as estratégias de resistência social de dois movimentos envolvidos com a preservação das espécies.
Frente à ameaça de perda de grandes áreas de campo para a silvicultura no Bioma Pampa e no atual estágio de impacto da pecuária intensiva sobre os biomas brasileiros, é de suma importância buscar as alternativas para valorização de sistemas produtivos menos impactantes. Além disso, o papel do consumidor na cidade completa o ciclo destas produções e, portanto, sua escolha do que comer é estratégica para a conservação de nossa biodiversidade.
O Conservação em Foco inicia às 19 horas no Casarão do Arvoredo (Fernando Machado, 464). Toda a comunidade está convidada a participar. A entrada é gratuita.
InGá - EcoAgência
sexta-feira, 4 de junho de 2010
O que resta da mata atlântica
A atualização do Atlas da Mata Atlântica mostra que o desmatamento se agrava em estados como MG e RS. Enquanto isso, pesquisadores anunciam que a fragmentação da floresta pode reduzir a biodiversidade e alterar a lógica ambiental do bioma. Afinal, o que será desse bioma?
Por: Larissa Rangel
Publicado em 27/05/2010 | Atualizado em 27/05/2010
Trecho de mata atlântica preservada no Parque Nacional de Aparados da Serra, em Cambará do Sul (RS). O Rio Grande do Sul está entre os estados que mais desmataram o bioma entre 2008 e 2010 (foto: Leandro Deitos – CC BY-NC-SA 2.0).
A divulgação do novo Atlas da Mata Atlântica marcou o dia nacional desse bioma, nesta quinta-feira (27/05), com dados alarmantes. Segundo o relatório publicado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela organização SOS Mata Atlântica, dos nove estados analisados, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina foram os que mais desmataram no período de 2008 a 2010.
A situação de perigo ganha novos contornos à luz de um estudo de pesquisadores brasileiros publicado na semana passada no periódico Conservation Biology. O artigo alerta para um risco ainda maior: as matas de borda, ocasionadas pela fragmentação da floresta, estão alterando substancialmente a biodiversidade de toda a mata.
Segundo os autores pelo estudo, 88% da composição original da mata atlântica já foi perdida. “Grande parte da floresta remanescente está distribuída em fragmentos, o que acaba tornando menos variada a composição da fauna e da flora nesses cenários”, explica o ecólogo brasileiro Antônio Aguiar, pesquisador da Universidade da Flórida e um dos autores do artigo.
O grupo analisou 4.056 árvores de 182 espécies, atendo-se principalmente à sua relação com o resto da mata. Os resultados indicam que, quanto menor é a porção da floresta, menor a sua capacidade de abrigar uma vasta variedade de espécies.
O desmatamento provocado, sobretudo, pela ocupação urbana, é a principal causa da formação de fragmentos. A mata passa a ser composta por áreas de bordas (nos limites com as clareiras abertas) e uma parte central mais densa. Esses fragmentos levam à degeneração florestal e afetam processos naturais como o sequestro de carbono e a conservação da biodiversidade, como mostrou um artigo publicado na CH 263.
Efeito cascata
O exemplo de Serra Grande, no estado de Alagoas, comprova os efeitos negativos que a destruição da mata pode causar. A fragmentação e a formação de bordas de mata nessa região aumentaram a ocorrência de árvores pioneiras e reduziram pela metade a abundância de espécies tolerantes à sombra e com ciclo de vida longo.
Segundo Antônio Aguiar, a redução das áreas florestais compromete a reprodução de algumas espécies de árvores, uma vez que suas sementes não conseguem chegar à borda por falta de pássaros que cumpram essa tarefa.
“É um efeito em cascata”, explica Aguiar. “A destruição da mata atlântica leva a uma sucessão de extinções de animais e plantas”. Fragmentada em glebas isoladas, a floresta passa por mudanças na interação entre plantas e animais. Entre as consequências estão a menor ocorrência de espécies herbívoras e dispersoras de sementes.
Novo perfil da destruição
A atualização do Atlas da Mata Atlântica mostrou que a situação é grave sobretudo nos estados de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Dentre os nove analisados, eles foram os que mais desmataram entre 2008 e 2010. E a principal causa é a atuação de empresas siderúrgicas que exploram carvão vegetal.
“A exploração de lenha nas florestas de transição ainda é frequente, apesar de ser ilegal”, explica Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica. Por outro lado, estados que eram campeões de desmatamento, como o Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, estão deixando de desmatar.
Antonio Aguiar defende que a preocupação em preservar não deve diminuir em função de alguns resultados positivos. “Precisamos ter em mente que as matas fragmentadas são a principal consequência do desmatamento, e elas não conseguem atingir estágios mais avançados”, explica ele.
“Esses ambientes perturbados raramente conseguirão voltar à configuração anterior, e sua biodiversidade permanecerá profundamente comprometida”, conclui.
Larissa Rangel
Ciência Hoje On-line
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Alimento orgânico para resgatar, construir e afirmar
Agricultores orgânicos, imprensa e demais convidados saborearam um café orgânico promovido pela CPOrg-RS e Mapa hoje, por ocasião do lançamento da VI Semana do Alimento Orgânico
Por Eliege Fante - Redação da EcoAgência
Se um bom dia começa com um bom café da manhã, as perspectivas são ótimas para os jornalistas e demais convidados que estiveram hoje no lançamento da VI Semana do Alimento Orgânico, na Tortaria Café Brasserie, onde foi oferecido um café da manhã orgânico, ou seja, ecologicamente equilibrado. O convite foi da Comissão Estadual da Produção Orgânica no Rio Grande do Sul, CPOrg-RS, juntamente com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Superintendência Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul.
O superintendente Francisco Signor disse que são eventos como a VI Semana do Alimento Orgânico, que acontece em todo o Brasil entre 24 e 30 de maio, que reafirmam o compromisso de avançar rumo à conscientização de mais pessoas para a importância de viver de acordo com a natureza e, rumo à certificação dos produtos. Signor lembrou da expectativa de que se confirmasse a exigência de certificação em todo o País a partir de 2010, conforme fora estabelecido pelo governo. Porém, mesmo tendo sido feito o adiamento por um ano, foi iniciado o credenciamento no Sistema pelos produtores e pelas organizações. Assim, a partir de janeiro de 2011, exceto aqueles produtos vendidos diretamente pelos agricultores familiares, todos deverão levar o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica (Sisorg).
Conforme a coordenadora da CPOrg/RS, Angela Escosteguy, o nosso Estado é o mais avançado na temática. O que fica evidenciado também pela realização da VI Semana do Alimento Orgânico, que terá 152 eventos em mais de 40 cidades do Rio Grande do Sul e 60 eventos apenas em Porto Alegre. Representantes da Feira dos Agricultores Ecologistas de Porto Alegre prestigiaram o café orgânico e contaram as vantagens da adesão a esta causa. Para Juarez Pereira, da Banca do Arroz, “a agricultura orgânica é uma atividade de esperança porque faz um resgate, uma construção e uma afirmação”. Conforme explicou, quando a produção é ecológica ocorre um resgate cultural, de saberes e de sabores; ocorre também a construção de canais de comercialização e a criação de novas relações; e ainda, acontece a afirmação de um modelo, a comprovação de que é possível a permanência das famílias no campo. “Quando falamos com os agricultores orgânicos percebemos o desejo de continuar, o que é diferente quando falamos com os agricultores químicos. Nós trabalhamos em um ambiente de boa vontade, onde o ser humano e a natureza atuam de forma integrada, fazendo com que o alimento que fornecemos à cidade seja fruto desta relação equilibrada,” completou.
Flávia Ryzewski, do Sítio Nahyr, apresentou o Guia da Feira, em comemoração ao aniversário da Feira dos Agricultores Ecologistas, que completa 21 anos em outubro – o que também confirma o pioneirismo do Estado na produção orgânica e na consciência ecológica. Ali pode-se encontrar os contatos dos feirantes e a localização das bancas. Ela adiantou que no próximo sábado haverá a distribuição deste Guia e também de sementes orgânicas aos clientes.
As entidades membros da CPOrg/RS dividem-se entre governamentais e da sociedade civil. O NEJ-RS que está na gestão 2009/2011 e é representado pelo diretor de Comunicação, Juarez Tosi, participará da VI Semana do Alimento Orgânico fazendo a cobertura jornalística do maior número possível de eventos. Do Banrisul, a representante na Comissão é Simone Portela de Azambuja, que adiantou que o banco fará a doação de sementes orgânicas e mudas a mais de 30 municípios durante a VI Semana do Alimento Orgânico, além de distribuir folders com ecodicas e informações sobre as ações do banco na área socioambiental. Ela contou que a adesão da agricultura familiar à produção orgânica é facilitada pelo Pronaf através de diversas linhas, inclusive, para a geração de energia renovável na propriedade. E considera fundamental a divulgação e multiplicação destas e de todas as informações possíveis sobre a importância da agricultura orgânica a toda a sociedade.
Também colaborando com a multiplicação destas informações, está Regina Dossin, a proprietária da Brasserie. Ela contou que, ao completar dez anos de atuação em 2008, o restaurante aderiu à proposta ecológica e oferece no seu cardápio as refeições feitas com produtos orgânicos, além de convidar o cliente a refletir sobre a importância de ter uma alimentação que, desde a sua origem, seja equilibrada em todas as suas relações: de produção, de nutrição, de trabalho, de transporte, de descarte dos resíduos, etc. Ela que realiza palestras no local, inclusive explicando o funcionamento de uma composteira, afirma que o avanço rumo a uma alimentação orgânica, vai depender muito do consumidor. “É uma questão cultural, um processo através do qual o cliente passa a entender que oferecer produtos orgânicos é um ato de respeito a ele e não o contrário,” disse, lembrando que a característica principal dos orgânicos: a sazonalidade.
Programação da VI Semana do Alimento Orgânico, que acontece em todo o Brasil entre 24 e 30 de maio
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Agricultura familiar é a maior categoria produtiva do Brasil
“O Brasil mudou muito. O setor que era desconsiderado antes, agora está fortalecido”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, na última quinta-feira (13), durante abertura da Feira Nacional de Agricultura e Reforma Agrária - Brasil Rural Contemporâneo. Mais do que dados frios, o desenvolvimento do setor é comprovado pela inserção da produção nos mercados e a criação de novos setores de atividade.
A agricultura familiar, nos últimos 10 anos, foi impulsionada por políticas públicas e atualmente vive um novo momento. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), 4,3 milhões de propriedades agrícolas familiares são responsáveis por 70% da produção de feijão e 34% do arroz – alimentos básicos da dieta dos brasileiros. Representa 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do País.
No Rio Grande do Sul, os números também são significativos: 378,5 mil unidades familiares são responsáveis pela atividade de 81% dos trabalhadores rurais. O setor é responsável por 54% do valor bruto da produção gaúcha e representa 10% da produção nacional.
Segundo o professor do programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Sérgio Schneider, o desenvolvimento do RS é mais rápido do que em outras regiões e isso acontece devido a qualificação dos produtores oriundos de países da Europa. “Aqui, diferente do nordeste, por exemplo, há muita colonização. As famílias traziam a tecnologia e o conhecimento de fora, o que tornou mais qualificada a produção”, explica.
Schneider levanta um paradoxo sobre a agricultura familiar a e agricultura empresarial, que na verdade se complementam, já que as regiões têm características diferentes. Como exemplo, ele cita a monocultura e a baixa densidade demográfica que não permite a pluralidade da produção em determinados Estados.
“A forma de ocupação é mais densa aqui no RS. Isso gera maior consumo de insumos, maiores bens de consumo e a matéria-prima básica se torna barata”, argumenta. Ele comenta a evolução da agricultura familiar, que hoje tem capacidade de comercialização direta, não apenas de forma atesanal.
"Antes eles produziam para suas próprias famílias. Agora eles passaram a vender seu próprio produto, com o seu preço. É uma autonomia e uma inserção no mercado", salienta.
Para o produtor de queijo de Minas Gerais, Luciano Carvalho Machado, a produção centenária da sua família é a mais popular atividade econômica no seu Estado e o seu crescimento dependeu de apoio do governo.
“Sozinho a gente não teria conseguido. Existe política local, mas, o mais caro é a análise química dos queijos e para isso temos financiamento do governo federal”, disse. Há sete anos ele participa da feira da MDA e conta que o evento também contribui com a divulgação do seu produto.
O expositor vizinho, porém de outro extremo do país, Marcelo Kobiraki, comercializa noz macadâmia por necessidade de sobrevivência no mercado. Descendente de japoneses vindos para o Brasil produzir café, a colheita da sua família queimou e desde 2000 eles buscaram na planta exótica uma fonte de renda.
“Apesar do desconhecimento de muitos, o Brasil é um dos maiores produtores desta iguaria, que tem grande parte da produção exportada”, comentou.
A Feira reúne 350 empreendimentos familiares de todas as regiões do País, além da anfitriã Região Sul. Serão mais de 200 toneladas de produtos a serem comercializados, além de uma vasta programação cultural.
O Brasil Rural Contemporâneo é um evento do Governo Federal realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), com patrocínio do Sebrae, do Banco do Brasil, do BNDES, do Banco do Nordeste, da Petrobras, da Itaipu Binacional, do Banco da Amazônia, da Eletrobrás, da Ubrabio, da Anfavea e da Itambé. E conta com apoio do Instituto Latinoamerica para o Desenvolvimento da Educação, Ciência, Arte e Cultura.
Mais investimentos
Na abertura da feira, o ministro Cassel anunciou o investimento de R$ 110 milhões do governo federal no Programa de Aquisição de Alimentos. O valor será para que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) adquira leite dos produtores brasileiros. Para os agricultores familiares dos Rio Grande do Sul serão R$ 40 milhões . O total de recursos disponíveis para o Programa este ano chega a R$ 720 milhões – o maior volume já disponibilizado desde que o PAA foi criado, em 2003. No ano passado, o programa beneficiou 160 mil famílias de agricultores familiares.
“É uma medida do Governo Federal em tempo hábil para recolher o leite e manter o preço. Entrar no mercado na hora certa, com preço justo, dá estabilidade para todo mundo: para quem produz e para quem consome”, completou.
No caso da cadeia do leite, o Programa de Aquisição de Alimentos também serve para colaborar na regulação de preço, ajudando a conter as quedas na cotação do produto, principalmente nos períodos de safra. Cada produtor gaúcho poderá comercializar até R$ 8 mil reais, por meio de suas cooperativas.
Segundo o ministro, o leite será destinado para os programas sociais do governo federal, como merenda escolar, presídios e populações em condições emergenciais.
Fonte: Sul21
sexta-feira, 14 de maio de 2010
efeitos nocivos do glifosato
Pesquisador que observou efeitos nocivos do glifosato é vetado em evento
Andrés Carrasco denunciou como ato de censura o veto à sua palestra prevista para a Feira do Livro 2010, na Argentina.
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Por AS-PTA
Andrés Carrasco, o pesquisador argentino do Conicet (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Tecnológicas - Argentina) que comprovou através de pesquisas com anfíbios efeitos nocivos à saúde provocados pelo glifosato – princípio ativo do herbicida Roundup, da Monsanto, usado nas lavouras transgênicas Roundup Ready (ver Boletim 437) – denunciou como ato de censura o veto à sua palestra prevista para a Feira do Livro 2010, na Argentina.
Em carta à presidenta do Conicet, Marta Rovira, Carrasco sugere que o caso implique “censura de uma pesquisa científica realizada no país para bloquear sua difusão pública”, e o considera um “bloqueio que prejudica a liberdade acadêmica ao subordinar-se a interesses alheios à ciência, ao mesmo tempo em que é uma mensagem de disciplinamento para todos aqueles que tentem fazer uma crítica, desde o sentido da ciência, a critérios e políticas instituídas pelo poder econômico e seus porta-vozes. A Feira do Livro é um evento de marketing que acontece todos os anos no âmbito da Sociedade Rural Argentina.
Leia a íntegra da matéria publicada pela Argenpress.info e da carta enviada por Carrasco à Dr. Rovira em: http://www.argenpress.info/2010/04/argentina-fumiguen-la-ciencia.html
N.E.: Não é a primeira que um pesquisador que divulga dados sobre efeitos danosos de produtos das multinacionais do agronegócio é boicotado no meio científico. O primeiro caso -- e o mais famoso -- é o do pesquisador Arpad Pusztai, que em 1998 foi demitido do Instituto Rowett, um dos mais renomados da Grã-Bretanha, após divulgar efeitos do consumo de batatas transgênicas em ratos de laboratório. Aliás, não só foi demitido: sua equipe dissolvida, os documentos e computadores confiscados, e também foi proibido de falar com a imprensa. Em seu livro e documentário O Mundo Segundo a Monsanto, a jornalista francesa Marie-Monique Robin descreve com detalhes este e outros casos.
AS-PTA/EcoAgência
sexta-feira, 7 de maio de 2010
SUPER ERVAS-DANINHAS
Frankenstein no campo
Companheiro inseparável da round up-ready, semente de soja transgênica da Monsanto, o inseticida Roundup anda criando super-ervas daninhas nos Estados Unidos.
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Com o fracasso do Roundup Ready agricultores são obrigados a retornar métodos antigos para conter as ervas cada dia mais fortes e predatórias |
A agricultura transgênica, 30 anos após a sua introdução, finalmente criou seu monstro, cortesia do Roundup, um herbicida poderoso usado em plantações de soja transgênica que vem transformando as ervas daninhas que deveria eliminar em verdadeiras super-ervas, resistentes aos inseticidas disponíveis no mercado. Qual a consequência disso? Aumentar a dose de agrotóxicos em nossas lavouras. Não dando certo, a saída é investir na criação de novo inseticida, ainda mais mortífero. E se ele não funcionar? Aí, o mundo maravilhoso da transgênia vai virar pesadelo.
“Estamos de volta há vinte anos” relata fazendeiro americano em reportagem do jornal The New York Times. Obrigado a dobrar a quantidade de herbicidas altamente tóxicos e retornar para métodos antigos para conter as ervas cada dia mais fortes e predatórias, o produtor vê seus custos aumentarem. Para o consumidor sobram alimentos mais tóxicos a um preço mais alto.
O herbicida Roundup é anterior à introdução dos transgênicos, mas foi com o surgimento da semente de soja da Monsanto apelidada de Roundup Ready – aquela que já vem pronta para receber banhos do produto, que ele se tornou popular em lavouras. Propaganda maciça e bons preços atraíram o homem do campo em direção ao agrotóxico da Monsanto e hoje o Roundup, também chamado pelo seu nome científico glifosato, é um produtos altamente popular.
“Em toda espécie de erva daninha temos indivíduos geneticamente resistentes e outros suscetíveis ao efeito dos herbicidas. O uso intensivo de um produto mata todos os que forem suscetíveis e, a longo prazo, deixa apenas as plantas resistentes. Elas se disseminam e tornando-se cada dia mais fortes”, diz Dionízio Grazziero, engenheiro-agrônomo e pesquisador da Embrapa.
Grazziero explica que, graças a este tipo de desequilíbrio, torna-se necessário adicionar outros tipos de herbicida no coquetel das sementes: “Quanto mais produto, mais caro fico para o produtor, e, claro, maior o impacto ambiental. A cultura transgênica trouxe o aumento do uso intensivo e muitas vezes inadequado de Roundup”, complementa.
Em recente palestra no Brasil, o pesquisador Michael Hansen, especialista em impactos da biotecnologia na agricultura e cientista sênior da Consumers Union, maior organização de consumidores dos Estados Unidos, trouxe alerta da comunidade científica para outros possíveis efeitos do Roundup. As suspeitas são de que o produto possa levar à reprodução indevida de células e o aumento nas taxas de abortos espontâneos e de má formação fetal.
Esta história tem cheiro de coisa antiga. Mais especificamente, de um problema que perdurou no Brasil por mais de 25 anos. Este foi o tempo que levamos para proibir o uso de outro grande vilão, o DDT, inseticida banido graças aos efeitos criminosos na saúde humana e ambiental. Há 50 anos, quando ele surgiu, espalhou-se a crenca que o mundo iria se livrar dos insetos. Do mesmo modo que a transgênia, um dia, prometeu uma lavoura sem ervas daninhas. Promessas de vidro, que os insetos e a super erva que começou a crescer em solo americano se encarregharam de quebrar.
Grenpeace/EcoAgência
terça-feira, 4 de maio de 2010
as plantas alimentícias que os brasileiros não conhecem
Por Juarez Tosi, EcoAgência de Notícias Ambientais
Para debater o tema “O Sabor das Plantas Alimentícias não Convencionais”, o Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), com apoio do Instituto Goethe e EcoAgência de Notícias Ambientais, e patrocínio da Petrobras, realiza no próximo dia quatro de maio mais uma edição da Terça Ecológica. Como palestrantes participam a professora Ingrid de Barros e a engenheira agrônoma e proprietária do Sítio Capororoca, Silvana Bohrer. O evento inicia às 19h, no auditório do Instituto Goethe, Av. 24 de Outubro, 112, bairro Independência, Porto Alegre.
Plantas ignoradas
Trabalhando há vários anos na pesquisa dessas plantas, a professora da Faculdade de Agronomia Ingrid de Barros, destaca que muitas espécies de plantas apresentam um significativo potencial alimentício, mas são ignoradas ou sub-utilizadas por não estarem arroladas entre as convencionalmente cultivadas para fins comerciais.
“Algumas”, acrescenta a pesquisadora, “são plantas silvestres, espécies ruderais, mais conhecidas como ‘matos’ ou ‘inços’, com uso potencial ainda não explorado. Outras não cultivares obsoletas que há muito saíram do mercado ou são variedades crioulas, restritas a poucos agricultores que cuidam zelosamente de seu patrimônio e são desconhecidas do grande público”.
Ela alerta que “a importância destas espécies é a garantia da manutenção da agrobiodiversidade, criando possibilidade de oferta de novas opções de alimentos, enriquecendo cardápios e assegurando não só segurança alimentar, mas também segurança nutricional”.
Produção ecológica
Já a agrônoma Silvana Bohrer explica que o Sítio Capororoca trabalha com várias das espécies pesquisadas, como as flores capuchina e hibiscus; as folhas bertalha, ora-pro-nobis e urtigas, raiz batata yacon e as frutas fissális, pepininho e tomate arbóreo. A produção ecológica do Sítio Capororoca iniciou em 2001, com o plantio de moranguinhos. “A partir de então”, conta Silvana, “prosseguimos com a idéia de investir em fruticultura, verduras e também em flores e plantas comestíveis diferenciadas”.
A Terça Ecológica é um encontro que o NEJ/RS realiza sempre na primeira terça-feira de cada mês, aberto a toda comunidade, e tem por objetivo oportunizar que as pessoas aprofundem seus conhecimentos sobre problemas ambientais do Rio Grande do Sul.
Serviço:
Terça Ecológica: “O Sabor das Plantas Alimentícias não Convencionais”
Data: 04 de maio de 2010
Horário: Das 19h às 21h
Local: Instituto Goethe, Av. 24 de Outubro, 112 – Bairro Independência – Porto Alegre (RS)
Promoção: Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS)
Instituto Goethe – Porto Alegre
EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais
Patrocínio: Petrobras.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Riqueza natural da América Latina sofre exploração irracional
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Feira Gaúcha da Biodiversidade - Artesanato & Culinária
I FEIRA GAUCHA DA BIODIVERSIDADE
– Artesanato e Culinária –
FEBIO 2010
Dia 25 de abril de 2010 - das 11h às 17h
Jardim Botânico de Porto Alegre – junto ao estacionamento
Promoção: Fundação Zoobotânica do RS
Iniciativa e realização:
Museu de Ciências Naturais
Relação de participantes
EMATER
- Sementes Crioulas (Mampituba – Novo Hamburgo);
- Artesanato em escama de peixe – (Municípios do Litoral Norte);
- Artesanato em fibra de bananeira ( Município de Maquiné);
- Artesanato Indígena (municípios de porto Alegre);
- Alimentos de produção agroecológica (Produtoras de Porto Alegre);
- Classificação e Certificação de Alimentos.
FGTAS
- Espaço institucional
FEPAGRO
Projeto Potencialidade e valorização de um recurso genético nativo:investigação e perspectivas do uso comercial dos frutos do butiazeiro.
ONG INSTITUTO AME - Porto Alegre
ECO DE TERRA E MAR - Rio Grande
ELOIR ANTONIO RODRIGUES DA SILVA – Artesão/Artista Plástico - Mostardas
ARTE ZOO - Sapucaia do Sul
UFRGS
Projeto Biodiversidade aplicada à agricultura familiar - Coordenador: Paulo Brack
UFRGS
Núcleo de Estudos
MCN/FZB-RS
Projetos de Pesquisa realizados no Museu de Ciências Naturais
APDM – Associação Pró-Desenvolvimento do Museu de Ciências Naturais.
EMBRAPA - Pelotas
EXPOSIÇÃO ORIGEM E EVOLUÇÃO DE PLANTAS CULTIVADAS
Local: Sala de exposições Prof. Dr. José Willibaldo Thomé – MCN/FZB-RS
Palestra:
Patrimônio imaterial do chimarrão – o chá da amizade, com a Profª Angelita da Rosa, diretora do Museu de Venâncio Aires e Flávio Luis Seibt, presidente do Núcleo de Cultura de Venâncio Aires.
às 15h, no auditório do Jardim Botânico de Porto Alegre.
ENTRADA: 1kg de alimento não perecível
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Estudo francês afirma que alimentos orgânicos são mesmo mais saudáveis
Estudo francês afirma que alimentos orgânicos são mesmo mais saudáveis
O consumo de alimentos orgânicos traz ou não benefícios nutricionais em relação aos convencionais?
- Essa questão frequentemente investigada voltou a ser discutida a partir de um estudo financiado pela Agência dos Alimentos Convencionais do Reino Unido (UK’s Food Standards Agency - FSA). Publicado em agosto de 2009, o estudo britânico afirmava que não existiam evidências da superioridade nutricional dos orgânicos.
- Um mês depois, em setembro de 2009, outro estudo, desta vez realizado para a Agência Francesa de Alimentação (AFSSA) concluiu que os alimentos produzidos de forma ecológica – como os que você encontra na EcoTorres - são realmente mais saudáveis que os convencionais.
- O coordenador e autor da pesquisa francesa, Denis Lairon, da Universidade de Aix-Marseille, concluiu que os vegetais orgânicos contêm mais matéria seca e minerais como ferro e magnésio- e mais polifenóis antioxidantes como fenóis e ácido salicílico.
- Produtos orgânicos de origem animal contêm mais gorduras poli-insaturadas, benéficas para o organismo.
- A partir da publicação deste estudo, grupos de produtores orgânicos e mídia começaram a discutir as razões da preferência dos consumidores pelos produtos orgânicos.
- Uma conclusão é que os beneficios nutricionais não são necessariamente os mais importantes: os consumidores valorizam atributos como segurança alimentar e aspectos ambientais, como os agrotóxicos que deixam de ser lançados na natureza.
- Curiosamente, os resultados do estudo francês não foram divulgados da mesma forma que o britânico. Você que recebe esse informativo, já sabe: alimento orgânico é sim, melhor que convencional.
Fonte: Foodnavigator.com
Agronomy for Sustainable Development (2009)
DOI: 10.1051/agro/2009019
“Nutritional quality an safety of organic food. A review”
Author: Lairon, D.
Texto enviado por : Miriam H. Sperb
Próximo Vida Orgânica aborda frango e ovos.
Próximo Vida Orgânica aborda frango e ovos.
Neste sábado, o programa faz uma incursão às chácaras com galinheiros para saber
o que o sistema de produção orgânica de frangos e ovos tem de bom em relação
ao sistema convencional. Além de aprender sobre o manejo dos animais, a
qualidade dos ovos e o sistema de produção orgânica, você saberá por que este
tipo de produção está ganhando mercado e tornando-se uma forte tendência
dentro e fora do país.
Em Viamão, conhecemos duas propriedades que trabalham com ovos orgânicos,
dentro do Projeto Avicultura Agro-ecológica de Viamão. Uma das propriedades,
inclusive, substituiu o plantio de fumo pela avicultura e mostra quais os desafios e
possibilidades dessa transição.
No município de São José do Sul, os proprietários da Fazenda Bioland abriram as
portas de seu estabelecimento para receber a nossa equipe e mostrar todas as
etapas da criação de aves no modo orgânico. Os procedimentos apresentados vão
desde o alojamento dos animais ao preparo de sua alimentação, passando pelos
requisitos obedecidos para a obtenção da certificação orgânica.
O programa traz ainda uma conversa com o secretário geral da Associação Gaúcha
de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, que traz dados econômicos do
setor e traça um panorama sobre os rumos, mitos e desafios da avicultura. Tem
ainda a participação da nutricionista Luciane Janaina da Silva Carvalho, do Hospital
São Lucas da Pucrs, falando sobre os cuidados que se deve ter na hora de ingerir
ovos orgânicos. E no quadro de culinária, uma receita para incrementar o galeto de
domingo: frango ao molho de goiaba e salada de maionese com mandioca e
manjericão. Não perca: É no próximo sábado, dia 10, às 10h ou de segunda a
sexta, às 6h45 na Rede Record RS - Canal 2.
Acesse www.programavidaorganica.com.br e deixe suas sugestões, críticas e
comentários.
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Fonte: www.agronomicabr.com.br Excelente artigo. Pelo que identifiquei vegetal es...
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Mais uma utilização do amendoim forrageiro! Certamente vou testá-la nas hortas onde executo consultorias. Quem tiver mais novidades, envi...