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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Mais herbicidas nos EUA


Uma das principais promessas dos proponentes era exatamente reduzir o uso de agrotóxicos nas lavouras.



The Wall Street Journal, 29/04/2014


“As despesas com herbicidas de alguns agricultores dobraram ou
triplicaram desde que essas ervas daninhas resistentes se proliferaram,
num momento em que os preços do milho estão 38% mais baixos que o pico
de 2012 e os preços da soja recuaram 16%.” (…)


“A Monsanto está buscando a aprovação federal para uma nova versão do
dicamba e para sementes de soja e algodão capazes de resistir ao
herbicida. A Dow planeja lançar uma nova versão do 2,4-D, juntamente com
sementes de milho e soja resistentes ao químico. As empresas afirmam
que os produtos são seguros.


Enquanto isso, alguns produtores estão voltando a um método caro, mas comprovado, de combater ervas daninhas: a enxada.


A capina manual, que pode custar aos agricultores americanos até US$ 370 por hectare, voltou a ser usada em partes dos EUA.


No ano passado, Heath Whitmore, que cultiva arroz e soja no Arkansas,
passou uma semana inteira capinando ervas daninhas que sobreviveram aos
produtos químicos. “Isso é o que meu pai e meu avô costumavam fazer”,
diz. “Estamos voltando para isso.”

Fonte: pratos limpos

terça-feira, 15 de abril de 2014

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Os agrotóxicos, o novo holocausto invisível

"Anualmente, no mundo, cerca de 3 milhões de pessoas se intoxicam pelo uso de agrotóxicos. Mais de 220 mil morrem. Isto significa 660 mortos por dia, 25 mortes por hora. O programa de vigilância epidemiológica dos Ministérios da Saúde e da Organização Panamericana de Saúde de sete países da América Central, estima que cada ano 400.000 pessoas se intoxicam com venenos", escreve Graciela Cristina Gómez, argentina, advogada ambientalista e escritora, em artigo publicado no sítio Ecoportal, 03-12-2012. A tradução é do Cepat.

Os agrotóxicos, o novo holocausto invisível

segunda-feira, 31 de março de 2014

As agriculturas do mundo e o negócio das sementes, fertilizantes e pesticidas, por Ricardo Vicente


[Esquerda.net] Não por mero acaso, o percurso histórico de agravamento das desigualdades produtivas e da fome, no século XX, é coincidente com o da história das principais multinacionais que ainda hoje atuam no mercado mundial. Artigo de Ricardo Vicente.


Atualmente os discursos políticos e técnicos dominantes nas sociedades ocidentais condicionam brutalmente a opinião de qualquer cidadão sobre o que é hoje a agricultura no mundo. Propagam-se as ideias sobre os avanços tecnológicos da ciência e a sua facilidade de acesso: a mecanização, a comunicação, os processos de automatização, as ferramentas biotecnológicas, a obtenção de novas variedades, etc. A sociedade absorve a ideia de que a população mundial é suportada por uma espécie de agricultura industrializada. Esta ideia é falsa, mas é sobre ela que se desenham e promovem políticas que são aplicadas local e globalmente. A agricultura é muito diversa e bastante desigual. Esta situação é fácil de constatar, não apenas comparando países “desenvolvidos” com países pobres mas também dentro de cada país.

Pensar e desenhar políticas agrícolas significa intervir sobre a vida de todos nós, mas em especial sobre a vida de uma grande fatia da população mundial que depende diretamente da agricultura enquanto atividade económica e de subsistência, cerca de 27% (FAO, 2010). Os dados da FAO relativos à população agrícola do ano 2010 mostram um globo onde a agricultura e a produção de alimentos andam a velocidades muito diferentes: 49% da população africana; 56% da África central; 39% da Ásia; 47% da Ásia do sul; 16% da América latina; 1,7% da América do norte; 5,9% da Europa; 2% da Europa central; 4,4% em Espanha; 10,3% em Portugal.

Segundo Mazoyer e Roudart (2001), 80% dos agricultores em África e 40 a 60% na América Latina e Ásia apenas dispõem de utensílios manuais e, entre estes, só 15 a 30% têm tração animal. Referem os mesmos autores que a diferença de produtividade do trabalho entre a agricultura manual menos produtiva do mundo e a agricultura motorizada e mecanizada mais produtiva, no espaço de um século (o séc. XX), passou de 1:10 para 1:500. No caso dos cereais, afirmam que um trabalhador isolado, na melhor situação, consegue produzir 2.000 toneladas, enquanto que, na pior situação, uma família produz apenas 1 tonelada, no espaço de um ano. Estas duas realidades encontram-se hoje, frequentemente, separadas não por um oceano mas por um muro ou vedação.
É sobre esta realidade desigual que se desenham acordos e políticas internacionais que interferem diretamente nas atividades agrícolas, mas é também neste quadro que atuam as diversas empresas multinacionais produtoras e distribuidoras de fatores de produção. Não por mero acaso, o percurso histórico de agravamento das desigualdades produtivas e da fome, no século XX, é coincidente com o da história das principais multinacionais que ainda hoje atuam no mercado mundial (ver figuras 1, 2 e 3).

Foi no decorrer dos anos 60 e 70 que todo o processo se acelerou, com o surgimento crescente de variedades híbridas, adubos e pesticidas, possibilitando o melhoramento da relação semente-fertilizante e consequentemente o grande aumento das produções. Este processo ficou historicamente conhecido por revolução verde. Nos países e regiões mais pobres, onde eram maiores os riscos de fome consequentes do aumento da população e da fraca capacidade produtiva dos sistemas agrários, as consequências foram desastrosas. A maioria dos novos saberes e tecnologias não chegaram aos agricultores locais e as poucas que chegaram retiraram-lhes a autonomia, criando dependências entre agricultores e empresas fornecedoras de fatores. Na história destas empresas abundam as situações fraudulentas que provocaram a destruição de recursos endógenos e criaram dependências dos seus negócios. Surgiram diferenciais de produtividade brutais com a entrada em funcionamento de unidades produtivas modernas, os preços dos alimentos caíram, muitos agricultores abandonaram a atividade, destruíram-se redes de distribuição locais e surgiram novas dependências alimentares que espalharam a fome e o desespero. Iniciou-se uma mudança de paradigma, passou a haver produção de alimentos suficiente para alimentar a população mas a fome agravou-se devido à impossibilidade de acesso aos alimentos.
Todas as atuais principais empresas de produção e distribuição de sementes, adubos e pesticidas têm um histórico de atividade que iniciou antes ou durante a revolução verde e quase todas já tiveram reestruturações decorrentes da fusão com outras empresas. Há quase um século que atuam numa área de atividade onde o negócio é garantido e ainda não parou de crescer (ver Fig. 4 e 5). Se analisarmos as suas histórias, facilmente constatamos que os seus negócios cresceram sem regras nem princípios, ao lado dos interesses financeiros e políticos das maiores potencias mundiais.

Alguns factos históricos sobre as principais empresas multinacionais que operam no mercado se sementes, pesticidas e adubos:
Monsanto:
Surge em 1901 com a produção de sacarina. Produz vários equipamentos para a 2ª guerra mundial; em 1945 entra no negócio dos pesticidas; em 1960 é uma das principais produtoras de agente laranja, herbicida com efeito desfolhante aplicado na guerra do Vietname e que provocou sequelas brutais nos soldados e na população local; em 1964 lança o primeiro herbicida seletivo pré-emergência para a cultura do milho.
Syngenta:
Surge apenas em 1999, mas resultou de uma fusão empresarial onde se destacava a Geigy, que se fundou em 1935 e produzia inseticidas; em 1974 entrou no negócio das sementes.
Bayer:
Surge em 1863 como produtora de corantes e mais tarde dedica-se à indústria farmacêutica. Prestou serviços à Alemanha de produção de equipamentos necessários às duas guerras mundiais; Em 1956, Fritz ter Meer, depois de sete anos de prisão consequentes de colaboração em ensaios em seres humanos e tráfego de escravos provenientes de um campo de concentração em Aushwitz, foi nomeado presidente do conselho de supervisão da Bayer.
DuPont:
Iniciou em 1802 com a produção de pólvora; Produziu equipamentos para as duas guerras mundiais; Em 1943 participa no Manhattan Project e no desenvolvimento de uma bomba nuclear; Entre 1997 e 1999 comprou absorveu a empresa Pioneer, uma das maiores empresas que atuava no mercado mundial de sementes (desde 1926), altura em que lançou o primeiro milho híbrido comercializado. Em 1960 lança o inseticida Lanate.
Limagrain:
Surge em 1942 com a produção e venda de sementes.
BASF:
Fundada em 1865 iniciou atividade com a produção de corantes. Em 1913 sintetizaram amónio pela primeira vez. Produziram diversos equipamentos para as duas guerras mundiais. Em 1949 lançam um novo negócio com o herbicida U46.
DOW:
Foi criada em 1897 com um negócio de venda de descolorantes e sais. Forneceu materiais diversos para as duas guerras mundiais; nas primeiras duas décadas do século XX assumiu-se como um dos maiores produtores de pesticidas; entre 1951 e 1975 desenvolveu armas nucleares; entre 1965 e 1969 forneceu napalm e agente laranja para a guerra do Vietname.
Potash Corp
O histórico da empresa remonta a 1975, quando o Governo de Saskatchewan, Canadá, decidiu nacionalizar e agrupar o negócio de um conjunto de empresas estratégicas que operavam pelo menos desde 1950 na extração e venda de potássio e derivados. Em 1989 o grupo foi privatizado.
Mosaic Company
Foi lançada em 2004, nos Estados Unidos, e resultou da fusão de duas empresas, a Cargill e a IMC-Global que tinha histórico de atividade desde 1909.
Yara
Fundada em 1905, 10 anos depois, durante a primeira guerra mundial, fornecia nitratos de cálcio e de amónio à Alemanha e aos Aliados.
OCP Group
Formado em 1920, em Marrocos, na extração e comercialização de fósforo e derivados.
Fig. 1 – Mercado de Sementes
Top 10 – 2007
Vendas de sementes
(milhões $)
% mercado global de sementes
Monsanto (US)
4.964
23%
DuPont (US)
3.300
15%
Syngenta (Switzerland)
2.018
9%
Groupe Limagrain (France)
1.226
6%
Land O’ Lakes (US)
917
4%
KWS AG (Germany)
702
3%
Bayer Crop Science (Germany)
524
2%
Sakata (Japan)
396
<2 p="">
DLF-Trifolium (Denmark)
391
<2 p="">
Takii (Japan)
347
<2 p="">
Top 10 Total
14.785
67%
Fonte: ETC Group
Fig. 2 – Mercado de Pesticidas
Top 10 – 2008
Vendas de sementes
(milhões $)
% mercado global de sementes
Bayer (Germany)
7.458
19%
Syngenta (Switzerland)
7.285
19%
BASF (Germany)
4.297
11%
Dow AgroSciences (USA)
3,779
10%
Monsanto (USA)
3,599
9%
DuPont (USA)
2,369
6%
Makhteshim Agan (Israel)
1,895
5%
Nufarm (Australia)
1,470
4%
Sumitomo Chemical (Japan)
1,209
3%
Arysta Lifescience (Japan)
1,035
3%
Top 10 Total
34.396
89%
Fonte: Agrow World Crop Protection News, August 2008
Fig. 3 – Mercado de adubos
Fig. 4 – Consumo mundial de azoto, fósforo e água
Fig. 5 – Consumo mundial de pesticidas e volume de negócio
* Ricardo Vicente é Engenheiro Agrónomo.

Artigo originalmente publicado pelo Esquerda.net e reproduzido pelo EcoDebate, 31/03/2014

[ O conteúdo do EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

sábado, 1 de março de 2014

Brasil lidera uso de agrotóxicos no mundo, mas apenas 13 vegetais são inspecionados



O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Como se isso não fosse o bastante, a fiscalização sobre o uso desses defensivos abrange uma quantidade muito pequena de culturas, o que coloca a saúde da população e os recursos naturais em risco.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avaliou amostras de apenas 13 vegetais no ano de 2012 – clique aqui para ver as análises completas. No mesmo período, os Estados Unidos e a União Europeia contaram com uma lista de 300 análises, feitas pela Food and Drugs Administration (FDA), nos EUA, e pela European Food Safety Authority, na Europa. Além disso, 22 dos agrotóxicos mais comuns em território nacional são proibidos pelos dois órgãos estrangeiros.
Entre os alimentos mais contaminados estão frutas e vegetais altamente consumidos por brasileiros, como cenoura, alface, laranja, arroz, tomate, pimentão, morango e soja, que é a cultura que mais utiliza agrotóxicos.
O impacto disso é sentido diretamente na saúde da população. Os trabalhadores rurais que lidam com os defensivos agrícolas na lavoura estão diretamente expostos, mas as pessoas que comem esses alimentos também estão, já que, não importa qual seja o cuidado com a lavagem, é impossível se livrar dos pesticidas previamente usados no plantio.
Em entrevista à revista Galileu, o doutor em Saúde Pública, Wanderley Pignati, explicou que não existe uso seguro para os agrotóxicos, mesmo que eles sejam aprovados pelos órgãos responsáveis. Ele ainda caracteriza o uso destes fertilizantes como uma contaminação intencional, que deveria ser considerada crime doloso, em que existe a intenção de cometê-lo.

Foto: Pixabay
Pignati explica que as consequências do agrotóxico no organismo podem ser: câncer, problemas neurológicos, má formação fetal e desregulação endócrina. Além disso, também existe todo o impacto que eles podem causar à natureza. Os alimentos de origem animal, como carnes, ovos, leites e outros industrializados não são sequer examinados quanto ao teor de agrotóxico presente em sua composição. A estimativa da Organização Mundial da Saúde é de que, anualmente, 20 mil pessoas morrem em consequência da exposição e contaminação por agrotóxicos. 
Redação CicloVivo

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Nuvens de veneno - assista o vídeo

Há uma grande disparidade no tratamento que o agronegócio dispensa à saúde da lavoura e à saúde dos trabalhadores. A preocupação com o aumento da produção sem economizar no uso dos agrotóxicos revela um descaso com os efeitos colaterais causados na vida da população e do meio ambiente. No estado de Mato Grosso – o maior produtor de soja, algodão e gado no Brasil –, apenas seis municípios possuem Programa de Saúde dos Trabalhadores. O estado detém também o recorde de maior consumidor de agroquímicos no país.

A reportagem é de Wellinton Nascimento, publicada originalmente no site Forest Comunicação e reproduzida por Envolverde, 23-01-2014.

A aviação agrícola despeja sobre as lavouras nuvens de endosulfan, tamaron, futrifol e outros inseticidas controversos já proibidos nos Estados Unidos, na Europa e até mesmo na China. Os produtos são exportados, mas os agrotóxicos ficam. Esse é o grande questionamento trazido pelo preciso curta “Nuvens de Veneno”, dirigido por Beto Novaes, aonde vão parar os milhões de litros de agrotóxicos que estavam nos vasilhames agora vazios?
Os inseticidas usados pelos grandes produtores tem afetado drasticamente a saúde e as lavouras de pequenos produtores familiares de assentamentos e comunidades rurais de Mato Grosso. Os insumos químicos levados pelas nuvens de veneno, andam quilômetros e tem chegado até as cidades.

Os pesticidas evaporam, se condensam na chuva e intoxicam pessoas, plantas, nascentes. Uma pesquisa realizada por Wanderlei Pignati, professor da Universidade Federal de Mato Grosso, na água de 10 poços artesanais das cidades de Lucas do Rio Verde e Campo Verde, durante dois anos, revelou que todos estavam contaminados com resíduos agrotóxicos. O curta mostra que, lastimavelmente, os insumos não tem surtido mais efeito contra as pragas, o que gera um ciclo destrutivo: a quantidade de veneno é aumentada à exaustão e depois substituída por outros agrotóxicos ainda mais nocivos.
Obediência aos códigos florestais, controle social e visão crítica da população são algumas das soluções apresentadas no vídeo. Reserve apenas 22 minutos da sua semana, assista “Nuvens de Veneno” e reflita.

Até quando vamos aceitar essa situação? Que qualidade de vida as futuras gerações terão, se tamanha irresponsabilidade persistir?

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A maldição dos AGROTÓXICOS !

Posted: 22 Oct 2013 01:33 PM PDT
cordel_agrotoxicos
O Núcleo TRAMAS, organização do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, divulgou o cordel de Rogaciano Oliveira “ A maldição dos Agrotóxicos ou o que faz o Agronegócio”.
Para conferir a cartilha inteira acesse o link:
http://pratoslimpos.org.br/wp-content/uploads/2011/04/cordel_agrotoxicos.pdf
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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Cientistas descobrem o que está matando as abelhas, e é mais grave do que se pensava....


Como já é sabido, a misteriosa mortandade de abelhas que polinizam US $ 30 bilhões em cultura só nos EUA dizimou a população de Apis mellifera na América do Norte, e apenas um inverno ruim poderá deixar os campos improdutíveis. Agora, um novo estudo identificou algumas das prováveis causas ​​da morte das abelhas, e os resultados bastante assustadores mostram que evitar o Armagedom das abelhas será muito mais difícil do que se pensava anteriormente.

10 milhões de colmeias, no valor de US $ 2 bilhões, morreram nos últimos seis anos nos EUA
As vendas de fungicidas cresceram mais de 30% e as vendas de inseticidas também cresceram significativamente no Brasil durante o primeiro trimestre de 2013. Divulgou a suíça Syngenta, uma das maiores empresas de agroquímicos e sementes do mundo. Crédito: Ben Margot/AP

Os cientistas tinham dificuldade em encontrar o gatilho para a chamada Colony Collapse Disorder (CCD), (Desordem do Colapso das Colônias, em inglês), que dizimou cerca de 10 milhões de colmeias, no valor de US $ 2 bilhões, nos últimos seis anos. Os suspeitos incluem agrotóxicos, parasitas transmissores de doenças e má nutrição. Mas, em um estudo inédito publicado este mês na revista PLoS ONE, os cientistas da Universidade de Maryland e do Departamento de Agricultura dos EUA identificaram um caldeirão de pesticidas e fungicidas contaminando o pólen recolhido pelas abelhas para alimentarem suas colmeias. Os resultados abrem novos caminhos para sabermos porque um grande número de abelhas está morrendo e a causa específica da DCC, que mata a colmeia inteira simultaneamente.

Quando os pesquisadores coletaram pólen de colmeias que fazem a polinização de cranberry, melancia e outras culturas, e alimentaram abelhas saudáveis, essas abelhas mostraram um declínio significativo na capacidade de resistir à infecção por um parasita chamado Nosema ceranae. O parasita tem sido relacionado a Desordem do Colapso das Colônias (DCC), embora os cientistas sejam cautelosos ao salientar que as conclusões não vinculam diretamente os pesticidas a DCC. O pólen foi contaminado, em média, por nove pesticidas e fungicidas diferentes, contudo os cientistas já descobriram 21 agrotóxicos em uma única amostra. Sendo oito deles associados ao maior risco de infecção pelo parasita.

O mais preocupante, as abelhas que comem pólen contaminado com fungicidas tiveram três vezes mais chances de serem infectadas pelo parasita. Amplamente utilizados, pensávamos que os fungicidas fossem inofensivos para as abelhas, já que são concebidos para matar fungos, não insetos, em culturas como a de maçã.

"Há evidências crescentes de que os fungicidas podem estar afetando as abelhas diretamente e eu acho que fica evidente a necessidade de reavaliarmos a forma como rotulamos esses produtos químicos agrícolas", disse Dennis vanEngelsdorp, autor principal do estudo.

Os rótulos dos agrotóxicos alertam os agricultores para não pulverizarem quando existem abelhas polinizadoras na vizinhança, mas essas precauções não são aplicadas aos fungicidas.

As populações de abelhas estão tão baixas que os EUA agora tem 60% das colônias sobreviventes do país apenas para polinizar uma cultura de amêndoas na Califórnia. E isso não é um problema apenas da costa oeste americana - a Califórnia fornece 80% das amêndoas do mundo, um mercado de US $ 4 bilhões.

Nos últimos anos, uma classe de substâncias químicas chamadas neonicotinóides tem sido associada à morte de abelhas e em abril os órgãos reguladores proibiram o uso do inseticida por dois anos na Europa, onde as populações de abelhas também despencaram. Mas Dennis vanEngelsdorp, um cientista assistente de pesquisa na Universidade de Maryland, diz que o novo estudo mostra que a interação de vários agrotóxicos está afetando a saúde das abelhas.

"A questão dos agrotóxicos em si é muito mais complexa do acreditávamos ser", diz ele. "É muito mais complicado do que apenas um produto, significando naturalmente que a solução não está em apenas proibir uma classe de produtos."

O estudo descobriu outra complicação nos esforços para salvar as abelhas: as abelhas norte-americanas, que são descendentes de abelhas europeias, não trazem para casa o pólen das culturas nativas norte-americanas, mas coletam de ervas daninhas e flores silvestres próximas. O pólen dessas plantas, no entanto, também estava contaminado com pesticidas, mesmo não sendo alvo de pulverização.

"Não está claro se os pesticidas estão se dispersando sobre essas plantas, mas precisamos ter um novo olhar sobre as práticas de pulverização agrícola", diz vanEngelsdorp.
http://www.institutoecofaxina.org.br/2013/08/cientistas-descobrem-o-que-esta-matando-as-abelhas-e-e-mais-grave-do-que-se-pensava.html

Fonte: Quartz News

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Itália proíbe milho transgênico da Monsanto

Itália é o nono país europeu a proibir o milho da Monsanto
Com informações da Reuters, 12/07/2013.
Três ministros italianos – da agricultura, da saúde e do meio ambiente – assinaram um decreto banindo o cultivo do milho transgênico da Monsanto MON810.
O ministro da agricultura citou os impactos negativos à biodiversidade como principal justificativa para a publicação do decreto. “Nossa agricultura é baseada na biodiversidade, na qualidade, e precisamos continuar a buscar esses objetivos, sem jogos [os transgênicos] que mesmo do ponto de vista econômico não nos tornariam competitivos”, declarou o ministro.
Enquanto as aprovações para o cultivo de transgênicos na Europa são definidas de forma conjunta no nível da União Europeia, governos nacionais podem, individualmente, estabelecer salvaguardas caso considerem que o plantio represente riscos para a saúde ou o meio ambiente.
No ano passado, a França estabeleceu uma moratória similar aos transgênicos.
Segundo a maior organização de agricultores da Itália, a Coldiretti, uma pesquisa recente apontou que cerca de 80% dos italianos apoiam a proibição.
N.E.: Até hoje a União Europeia só autorizou o cultivo de dois transgênicos: o milho MON810, da Monsanto, tóxico a lagartas, e a batata Amflora, da Basf, modificada para produzir amido industrial, que foi um fiasco de mercado e já teve a comercialização suspensa pela Basf. Antes da Itália, outros nove países europeus já tinham proibido o cultivo do milho da Monsanto: Polônia, Alemanha, Áustria, Hungria, Luxemburgo, França, Grécia, Itália e Bulgária.
BLOG PRATOS LIMPOS

domingo, 21 de julho de 2013

O Mundo segundo a Monsanto - dublado




Publicado em 30/06/2012
Este vídeo tem intuito informativo e educacional e não infringe direitos autorais.

O Mundo segundo a Monsanto

Marie-Monique Robin
Excelente documentário produzido pela autora do livro "O mundo segundo a Monsanto". Mostra como essa multinacional está patenteando sementes transgênicas e introduzindo-as em países emergentes como o Brasil. Presente em 46 países, a Monsanto se tornou líder mundial em sementes e plantações transgênicas e também uma das empresas mais controvertidas na história industrial. Desde sua fundação em 1901, a empresa foi processada judicialmente inúmeras vezes devido à toxidade de seus produtos. Hoje se reinventou como a empresa das "ciências da vida" que se converteu às virtudes do desenvolvimento sustentável.

Usando de documentos até agora não publicados e os testemunhos de vítimas, cientistas e políticos, "O Mundo Segundo a Monsanto" reconstitui a gênese de um império industrial construído sobre mentiras, cumplicidade do governo americano, pressões e tentativa de corrupção. A empresa se tornou principal fabricante de sementes do mundo, espalhando seus cultivos transgênicos para todo o planeta -- em meio à falta de controle em relação a seus efeitos para com o meio ambiente e a saúde humana.

Uma empresa que quer o seu bem seguindo as regras do codex alimentarius até quando vamos engolir isso.
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quarta-feira, 17 de julho de 2013

30% dos alimentos têm agrotóxicos acima da lei

Nada menos que 29% dos alimentos in natura consumidos pela população contém agrotóxicos acima do limite permitido por lei. 


A revelação consta em um estudo realizado pela Embrapa Meio Ambiente chamado “Análise das violações encontradas em alimentos nos programas nacionais de monitoramento de agrotóxicos”
“Em todos os anos de monitoramento é possível observar um número significativo de amostras classificadas como insatisfatórias, que englobam presença de agrotóxicos em níveis acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR), com presença de agrotóxicos não autorizados para a cultura (NA) e [ambos juntos]”, denuncia o estudo, assinado por engenheiros agrônomos e químicos (Robson Rolland Monticelli Barizon, Claudio Aparecido Spadotto, Manoel Dornelas de Souza, Sonia Cláudia Nascimento de Queiroz e Vera Lúcia Ferracini).
Os resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), divulgado em dezembro de 2011, mostraram percentual alarmante de amostras com violações. Do total de 3.130 analisadas, 907 (29%) foram consideradas insatisfatórias pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A maioria (23,8%) é referente ao uso não autorizado de agrotóxicos na cultura.
De acordo com o estudo, o percentual de violações variou de forma expressiva entre as culturas. As que apresentaram os maiores percentuais foram: pimentão, uva, pepino e morango. Os menores índices ficaram com banana, batata, feijão e maçã.
Para a Embrapa, os resultados são recorrentes e não podem ser atribuídos a fatores casuais. “O percentual de amostras insatisfatórias na cultura do morango, por exemplo, manteve-se acima de 35% desde 2002. As culturas de pimentão e da uva, incluídas no programa em 2008, também apresentaram percentual de violações bastante elevado, correspondendo a 64,36% e a 32,67% de amostras insatisfatórias”, afirma o estudo.

Rótulo e bula - Os resultados indicaram que uma parte dos agrotóxicos não está sendo utilizada de acordo com as informações que constam no rótulo e bula destes produtos. São desconsideradas orientações sobre a dose recomendada, o número de aplicações e o intervalo entre a última aplicação e a colheita, entre outras.
Outro fator que explica as violações é a falta de produtos adequados no mercado. Muitas empresas que desenvolvem ou formulam agrotóxicos optam por não comercializar substâncias para culturas com menor retorno financeiro. Com isto, os produtores utilizam agrotóxicos não autorizados, em razão da falta de produtos registrados.


Banidos lá fora e usados aqui



A Embrapa denuncia ainda no estudo “Análise das violações encontradas em alimentos nos programas nacionais de monitoramento de agrotóxicos” a presença de substâncias banidas do Brasil, ou que nunca foram registradas”, como o heptenofos, clortiofos, PBO (piperonylbutoxide), dieldrina, azinfos-metílico, dodecacloro, parationa-etílica e monocrotofos. “A constatação destas substâncias indica que pode estar ocorrendo contrabando do ingrediente ativo, com posterior processo de formulação dentro do país; contrabando do produto formulado, pronto para comercialização; venda ilegal de agrotóxicos banidos no Brasil; e utilização de estoques antigos de agrotóxicos banidos”, denunciam os pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente.
Para os pesquisadores, é fundamental o fortalecimento de canais de comunicação que possibilitem maior esclarecimento dos produtores, seja por intermédio dos serviços de extensão rural, da indústria de agrotóxicos ou de órgãos de capacitação, como o Senar. Além disso, a fiscalização deve ser exercida constantemente por parte dos órgãos competentes. “Neste quesito, a rastreabilidade é também um importante fator que pode agir conjuntamente com a fiscalização”, conclui o estudo.


fonte correio riograndense 10 de julho

sábado, 13 de julho de 2013

Consea pede proibição de agrotóxicos vedados em outros países



veneno

O Brasil tornou-se o maior consumidor de agrotóxicos do mundo com 19% do mercado mundial. A taxa de crescimento do mercado brasileiro de agrotóxicos, entre 2000 e 2010, foi de 190% contra 93% do mercado mundial.
Consea pede proibição de agrotóxicos vedados em outros países 

http://www.unisinos.br/blogs/projeto-alerta/2011/03/30/agrotoxicos-nos-alimentos/
O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) encaminhou à presidenta da República, Dilma Rousseff, Exposição de Motivos (EM) com as propostas elaboradas pela Mesa de Controvérsias sobre Agrotóxicos, realizada em Brasília, nos dias 20 e 21 de setembro de 2012. A EM foi aprovada na Plenária do Conselho de junho deste ano, depois de ter sido discutida nas Comissões Permanentes.
O documento é uma crítica ao processo de “modernização” agrícola conhecido como “Revolução Verde”. Esta “modernização” transformou o modelo de produção agrícola e o país em uma grande fazenda monocultora e dependente de insumos químico-industriais. O governo de Ernesto Geisel estimulou a “Revolução Verde” e esse padrão se mantém, sendo a diretriz das políticas agrícolas governamentais.
Em 2007, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) realizou a Conferência Internacional sobre a “Agricultura Orgânica e Segurança Alimentar” e concluiu que a agricultura convencional esgotou sua capacidade de alimentar a população global e que existe a necessidade de substituição pela agricultura ecológica.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), realizada em 2010, recomendou que os governos estimulassem o uso de diferentes formas de agricultura sustentável, entre elas a orgânica. Por sua vez, o Relator Especial sobre o Direito Humano à Alimentação, Olivier de Schutter, afirmou na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que a agroecologia é um novo paradigma de desenvolvimento agrícola que pode efetivar rapidamente o direito humano à alimentação adequada.
O Brasil tornou-se o maior consumidor de agrotóxicos do mundo com 19% do mercado mundial. A taxa de crescimento do mercado brasileiro de agrotóxicos, entre 2000 e 2010, foi de 190% contra 93% do mercado mundial.
A evolução da taxa de consumo de agrotóxicos, em 2005, cresceu de 7,5 quilos por hectare para 15,8 quilos por hectare em 2010. O percentual mais elevado se encontra entre os estabelecimentos com mais de 100 hectares dos quais 80% usam agrotóxicos
A Exposição de Motivos avalia o peso dos agrotóxicos nos custos de produção, os incentivos e das isenções tributárias aos produtos químicos que reduziu a zero as alíquotas, o impacto agroquímico dos produtos transgênicos.
O documento coloca em dúvida a legitimidade dos estudos que são feitos pelas próprias empresas solicitantes, para o registro de produtos agrotóxicos.
venenoO Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional apresentou à presidenta Dilma Rousseff uma série de propostas, entre as quais se podem destacar a de Proibir no Brasil os agrotóxicos já vedados em outros países; Proibir as pulverizações aéreas de agrotóxicos; Definir metodologia única de monitoramento em todos os órgãos ambientais nas três esferas federativas; Criar penalidades, incluindo o pagamento de ressarcimento financeiro, para os responsáveis pela contaminação por agrotóxicos e por transgênicos de sistemas agroecológicos, entre outras.
O INESC faz parte da coordenação da Comissão Permanente 1 do Consea, que trata do Sistema e da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. O Instituto contribuiu para a elaboração da Exposição de Motivos e tem se posicionado nos diversos espaços institucionais contra a maciça utilização de agrotóxicos e sementes transgênicas.
Edélcio Vigna (Consultor do Inesc)
Informe do Inesc, publicado pelo EcoDebate, 12/07/2013

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Palestra: “Impacto dos agrotóxicos no equilíbrio de Gaia”



Entender os danos mais graves provocados pelos agrotóxicos e como evitá-los, é a proposta da palestra “Impacto dos agrotóxicos no equilíbrio de Gaia”, com a farmacêutica e especialista em toxicologia Ana Valls. O evento acontece no dia 09 de julho, terça-feira, às 19h na Livraria Cultura em Porto Alegre, com entrada franca.

A Fundação Gaia - Legado Lutzenberger em parceria com a Livraria Cultura convida a todos para estarem presentes nas palestras que acontecem de março a dezembro sempre na segunda terça-f...eira de cada mês. A temática norteadora de 2013 é “Cuidar de Gaia” visando inspirar maior atenção ao delicado equilíbrio da biosfera que permite à vida evoluir e prosperar no planeta Terra há mais de três bilhões de anos.

Os interessados podem obter certificado de participação nas palestras, tanto para cada evento como para todas nas quais participarem. Para isso basta escrever para reservas@fgaia.org.br e solicitar maiores informações.


Resumo

Nesta palestra, Ana Valls inicialmente irá apresentar um histórico dos agrotóxicos na sociedade humana com seus impactos no planeta Terra, chegando à situação atual. “Na época em que foi criada a nossa pioneira lei para controlar os agrotóxicos, em 1982, ainda havia como classificá-los em grupos, hoje com o avança da química isto está muito complicado” alerta Ana.
O principal enfoque da palestrante serão questões de saúde decorrentes do uso e aplicação dos agrotóxicos. Segundo ela, é muito importante saber o que cada um pode fazer para evitar o mal provocado por eles, o que será bastante ressaltado na palestra.

Palestrante


Ana Valls é graduada em Farmácia tendo especialização em Toxicologia Aplicada. Autau na área de análise dos agrotóxicos nos alimentos. Faz parte do Conselho da Agapan. É Membro Fundadora da Associação Brasileira de Agroecologia. Atualmente sua atuação está voltada para questões de mobilização ambiental e saúde pública. Integra o Conselho Estadual de Saúde, representando a Agapan.


Serviço

Palestra: “Impacto dos agrotóxicos no equilíbrio de Gaia”
Palestrante: Ana Valls
Data: 09 de julho de 2013, terça-feira
Horário: 19h
Local: Auditório da Livraria Cultura no Bourbon Shopping Country - Rua Túlio de Rose, 80, em Porto Alegre.
Entrada franca.

Texto e informações: jornalista Cláudia Dreier (51) 9819 9887
Programação completa das palestras em www.fgaia.org.br

sábado, 29 de junho de 2013

Cerco aos agrotóxicos no RS !!

Supermercados gaúchos aceitam rastrear frutas, verduras e legumes

Associação do setor anunciou que pretende buscar acordo com o Ministério Público para identificar os produtores dos hortigranjeiros vendidos pelas redes


Supermercados gaúchos aceitam rastrear frutas, verduras e legumes Ricardo Duarte/Agencia RBS
No Estado, 25% das amostras analisadas têm resíduos acima do limite permitido, apontam dados da Anvisa Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS
Depois de o Ministério Público (MP) iniciar uma ofensiva judicial para tentar obrigar as 10 maiores redes gaúchas de supermercados a cumprir a norma técnica estadual de 2005 que exige rastreamento dos hortigranjeiros, a entidade que representa o setor decidiu ontem buscar uma conciliação.
A iniciativa da promotoria especializada de defesa do consumidor, somada ao programa de análise de resíduos de agrotóxicos em verduras, frutas e legumes, busca identificar produtores que aplicam químicos de forma irregular nos alimentos consumidos in natura.
Apesar da posição da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) em tentar um acordo, o MP sustenta que decidiu ingressar com as ações porque as empresas e a entidade se negaram a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que formalizaria a adesão às regras.
— Estamos entrando em contato com o MP e pedindo uma audiência. Houve um mal-entendido. A Agas quer colaborar. Nossa posição também é de defender o consumidor — diz o presidente da Agas, Antonio Cesa Longo.
Para o dirigente, como foi iniciado o monitoramento dos hortigranjeiros na Ceasa, onde pequenos e médios mercados se abastecem, a tarefa fica facilitada. Os grupos maiores, diz Longo, já têm fornecedores identificados.
Mesmo estranhando a nova posição, o promotor Alcindo Bastos, à frente do caso, considera o recuo positivo:
— Um acordo é sempre possível. Para nós, é interessante. Mas precisamos de uma rastreabilidade de fato. A Agas foi enfática (à época das negociações sobre o TAC) e não houve consenso.
A entidade, por sua vez, questiona a iniciativa do MP de acionar somente as maiores redes. Segundo Alcindo, foi apenas uma estratégia inicial para, posteriormente, forçar outros varejistas a cumprirem a norma. Duas decisões judiciais saíram até agora. Uma, referente à rede Asun, foi favorável ao MP. Na outra, contra o Carrefour, o despacho beneficiou a rede.
A importância de identificar a origem do produto com inconformidade é fazer com que as propriedades sejam fiscalizadas e os erros de aplicação de químicos corrigidos, explica Suzana Nietiedt, coordenadora do Programa Estadual de Monitoramento de Hortigranjeiros.
— Se não chegarmos ao produtor, não resolveremos o problema — diz.
No Estado, 25% das amostras coletadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentam resíduos acima do limite, produtos proibidos ou não permitidos para a cultura. As coletas da Ceasa, ligadas a outra iniciativa, começaram em maio e os resultados ainda não saíram.
O consumo de alimentos contaminados com agrotóxicos ao longo dos anos é relacionado, por exemplo, ao aparecimento de câncer.

MP não aceita adotar programa do setor
Enquanto negociavam com o Ministério Público (MP), as redes propuseram a utilização do Programa de Rastreamento e Monitoramento de Alimentos (Rama), criado ano passado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Apesar de também prever o acompanhamento dos resíduos de agrotóxicos e rastreamentos de frutas, legumes e verduras, o modelo não foi aceito.
— Sem a assinatura do TAC não haveria previsão de multa em caso de descumprimento e várias informações não seriam repassadas ao MP. Seria uma espécie de autocontrole — ressalta o promotor Alcindo Bastos.
Como o programa da Abras prevê a adesão espontânea dos supermercados, até agora apenas 20 redes de Santa Catarina e do Rio Grande do Norte participam, com a inclusão de 230 fornecedores monitorados.
Conforme a entidade nacional, supermercados do Pará e do Maranhão mantêm tratativas para se incorporarem ao programa de rastreamento.
Campeões de irregularidades

Percentual de amostras com resultados insatisfatórios no Estado, segundo a Vigilância Sanitária
Pimentão: 83%
Pepino: 80%
Morango: 60%
Cenoura: 60%
Couve: 50%
Alface: 50%

fonte:
ZERO HORA

domingo, 2 de junho de 2013

Pragas resistentes a milho transgênico mostram a ineficiência da tecnologia

Pragas resistentes a milho transgênico mostram a ineficiência da tecnologia
A Syngenta, um dos maiores fabricantes de pesticidas do mundo, informou que as vendas de seu principal inseticida para o milho mais do que dobrou em 2012. O diretor financeiro, John Ramsay, atribuiu o crescimento à “consciência maior do produtor” sobre a resistência da larva nos EUA. As vendas de inseticidas da Syngenta subiram 5% no primeiro trimestre, para US$ 480 milhões.

fonte Pratos limpos

domingo, 17 de março de 2013

Pimentão envenenado

Ninguém é responsabilizado por vender produtos contaminados com agroquímicos proibidos
O Globo, 13/03/2013
artigo de Tasso Azevedo


Organofosforado, piretroide, benzimidazol, metilicarbamato de oxima, dicarboximida, ditiocarbamato, clorociclodieno e pirimidinil carbinol. Estes são alguns dos agrotóxicos de uso proibido no Brasil cujos resíduos foram encontrados em 1 de cada 4 amostras de frutas, legumes e verduras em todos estados brasileiros em 2010, em estudo publicado pela Anvisa como parte do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos conduzido pela agência desde 2001.
Se se somarem a estes dados os resíduos de agrotóxicos autorizados, mas em quantidade superior aos limites de tolerância, quase 30% das amostras apresentavam irregularidades e representam uma ameaça à saúde dos consumidores.
Observados os dados para diferentes culturas, é ainda mais chocante. Se você, assim como eu, adora pimentão (hábito que herdei de meu pai), a chance de estar comendo um produto contaminado com estes agroquímicos é de mais de 90%.
Os agrotóxicos são um dos principais responsáveis por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que, segundo Nota Técnica da Anvisa, podem gerar sintomas como dores de cabeça, alergia e coceiras até distúrbios do sistema nervoso central ou câncer.

Segundo o Ministério da Agricultura, entre 2002 e 2011 a produção agrícola cresceu cerca de 46%. No mesmo período o consumo de fertilizantes nitrogenados cresceu 89%, e o de agrotóxicos, cerca de 60%. O Brasil é desde 2008 o maior usuário de agrotóxicos do planeta, quase 20% do mercado mundial.
O uso excessivo de agroquímicos não impacta apenas a qualidade dos alimentos, mas tem consequências na contaminação dos cursos dágua, do solo e dos trabalhadores expostos a estes produtos.
Curiosamente, apesar da gravidade dos resultados da pesquisa anual — com pouca ou nenhuma evolução ao longo dos anos —, a Anvisa limita-se a fazer recomendações sobre ações que poderiam reduzir a contaminação. Ninguém é responsabilizado por vender produtos contaminados com agroquímicos proibidos, não licenciados ou fora dos limites de tolerância de resíduos. Esta situação seria equivalente a encontrar 1 em cada 4 produtos de um comércio com data de validade vencida e não tomar qualquer atitude de responsabilização. Não faz sentido.

Segundo o estudo da Anvisa, em apenas 30% das amostras foi possível identificar o produtor ou associação de produtores responsável pelo produto. Ou seja, a cadeia de valor não tem sistemas que permitam saber a origem dos alimentos que vende e tão pouco tem sistemas para aferir a presença de resíduos químicos irregulares destes mesmos alimentos.
- Tasso Azevedo é engenheiro florestal

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Super-mato resistente ao glifosato já infesta quase metade das propriedades nos EUA



Uma empresa de consultoria em agronegócio nos EUA, a Stratus, vem desde 2010, entrevistando “milhares de agricultores norte-americanos” ao longo de 31 estados a respeito do avanço da infestação de ervas espontâneas que desenvolveram resistência ao herbicida Roundup, da Monsanto, fabricado a base de glifosato e usado nas lavouras transgênicas da mesma empresa desenvolvidas para tolerar aplicações do produto.
Os números levantados mostram que:
- Em 2012, praticamente metade (49%) dos agricultores entrevistados disseram ter mato resistente a herbicidas em suas lavouras. Em 2011, eram 34%;
- A resistência é ainda pior no sul do país. Por exemplo, 92% dos agricultores do estado de Georgia disseram ter mato resistente ao glifosato em suas lavouras;
- A resistência está avançando rapidamente também no meio-sul e no meio-oeste. Entre 2011 e 2012, a área infestada com essas invasoras praticamente dobrou nos estados do Nebaska, Iowa e Indiana;
- O avanço da infestação acontece de maneira mais rápida a cada ano: a área total infestada aumentou em 25% em 2011 e em 51% em 2012;
- Em 2010, apenas 12% das propriedades tinham mais de uma espécie de mato resistente. Apenas dois anos depois, 27% das propriedades já tinham ao menos duas espécies resistentes.
A solução proposta pela Monsanto para driblar o problema são as “próximas gerações” de sementes tolerantes a herbicidas – ou seja, lavouras desenvolvidas para resistir não apenas ao Roundup, mas também a outros herbicidas ainda mais tóxicos, como o 2,4-D e o Dicamba. O problema é que tal escalada na guerra química contra o mato levará ao desenvolvimento de variedades de mato mais prolíficas e mais resistentes, e a um dramático aumento no uso de herbicidas.
Nos EUA, o Departamento de Agricultura (USDA) ainda não autorizou o cultivo comercial do milho transgênico da Dow chamado Enlist, resistente ao Roundup e ao 2,4-D (um dos dois ingredientes ativos do famoso “agente laranja”, usando como desfolhante na Guerra do Vietnam e que causou milhares de mortes e de nascimentos de bebês com malformações congênitas). A autorização era esperada para o final de 2012, mas foi adiada, segundo notícias divulgadas pela Reuters, devido à forte oposição pública.
O recurso que tem sido usado pelos agricultores para enfrentar a infestação do super mato é aumentar, cada vez mais, a quantidade de agrotóxicos aplicada. Segundo um estudo publicado pela Universidade da Califórnia em 2012, realizado por uma equipe da Penn State University liderada por David A. Mortensen, “em 2011 o combate à resistência ao glifosato já custava aos agricultores perto de US$ 1 bilhão por ano”.
Mas despejar cada vez e sempre mais venenos nos campos não é a única saída. Em um estudo publicado em 2012 na revista científica PLoS ONE, pesquisadores da Iowa State University mostraram que a simples diversificação na rotação de culturas, aliada à introdução de cultivos de cobertura, podem suprimir o mato – inclusive o mato resistente ao Roundup – e diminuir entre 6 e 10 vezes o uso de fertilizantes químicos [mas essas técnicas simples e baratas não interessam às corporações do agronegócio].
Extraído e adaptado de:
Nearly Half of All US Farms Now Have Superweeds – Mother Jones, 06/02/2012.


Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos
 
Este Boletim é produzido pela AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e é de livre reprodução e circulação, desde que citada a AS-PTA como fonte.
 
Para os números anteriores do Boletim, clique em: http://aspta.org.br

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Participando da 36 Romaria da Terra - Bento Gonçalves - RS



 
Neste dia 12 de fevereiro participamos desta romaria, onde havia muito produtores agroecológicos, com distribuição de sementes pela Emater RS, divulgação de trabalhos e ações de várias cooperativas e associações de agricultores.









Encontrei uma banca vendendo mudas da BATATA YACON, quem diria!!! Comprei algumas mudas e vou plantar. 

Também fomos presenteados com mudas de CHIA.

Realizada pela primeira vez em Bento Gonçalves, a Romaria da Terra reuniu mais de 10 mil romeiros, de 50 municípios gaúchos, em sua 36ª edição, na data de ontem, que neste ano teve como palavra acolhida 
“Terra, Vida e Cidadania: princípios do bem viver”. A romaria foi organizada pela Diocese de Caxias do Sul, pela Paróquia Santo Antônio de Bento Gonçalves e com o auxílio da Comissão Pastoral da Terra.

O Bispo Alessandro Rufinoni, da diocese de Caxias do Sul, afirmou que a romaria quer transmitir valores como a terra, a ecologia e difundir o amor à terra e a preservação da saúde dos agricultores. "Queremos ajudar os jovens a permanecer na terra", destacou o bispo.

PARABÉNS AOS ORGANIZADORES PELA ROMARIA!
alexandre


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JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...