quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Plantas bioativas?? plantas medicinais, aromáticas, condimentares, tóxicas, inseticidas, fungicidas.


As plantas bioativas despertam grande interesse de agricultores, pesquisadores e extensionistas por seu real potencial de utilização no manejo de insetos em sistemas de produção de base ecológica. Esse fato pode ser verificado pelo número cada vez maior de artigos sobre o tema em revistas especializadas bem como em eventos científicos da área.

As plantas bioativas são aquelas que produzem algum efeito sobre outro ser vivo, podendo ser enquadradas as plantas medicinais, aromáticas, condimentares, tóxicas, inseticidas, fungicidas e até mesmo as de caráter místico e religioso. Dentro desse conceito amplo, na maioria das vezes, a utilização das plantas bioativas de interesse para o manejo de insetos em agroecossistemas é pensada a partir da possibilidade da extração de alguma substância do seu metabolismo capaz de ser aplicada sob a forma de um produto a ser pulverizado sobre os cultivos comerciais. Em geral, os produtos investigados para esse fim são os óleos essenciais e as tinturas, infusões e decocções.

Embora a estratégia da extração e/ou aplicação de substâncias obtidas das plantas bioativas seja válida e interessante do ponto de vista da transição agroecológica, o redesenho de agroecossistemas através do aumento da biodiversidade funcional tem sido pouco explorado. É plausível crer que, num estágio mais avançado da complexidade dos sistemas produtivos de base ecológica, as pulverizações fiquem restritas aos problemas relacionados com microrganismos patogênicos, enquanto a introdução e manutenção intencional de plantas bioativas nas áreas de cultivos respondam pelo manejo dos insetos potencialmente prejudiciais.

Muitas plantas são capazes de atrair e repelir insetos com eficiência popularmente comprovada, como é o caso do girassol, gergelim, cravo-de-defunto e arruda. Infelizmente, poucos dados mais rigorosos fornecem a magnitude do efeito e as condições em que ele pode ser amplificado ou reduzido, como época do ano, estádio fenológico e densidade populacional mínima ou arranjo espacial específico para promover o efeito sensível.
Plantas são capazes de atrair e repelir insetos com eficiência popularmente comprovada
Apesar dessa lacuna, alguns esforços têm sido realizados na busca por essa funcionalidade das plantas bioativas nos agroecossistemas. Um caso recente é a “estratégia empurra-puxa”, bastante divulgada em estudos científicos recentes. A técnica, que hoje é realizada por mais de 12 mil agricultores no Quênia, foi desenvolvida para proporcionar o manejo da broca-do-colmo na cultura do milho e se baseia no cultivo de espécies bioativas intercalares ao milho, que exercem o efeito de repelência (empurra) e de espécies bioativas na bordadura que promovem atração do inseto (puxa). Para repelir a broca-do-colmo os agricultores utilizam o capim-melaço (Melinis minutiflora) e a espécie Desmodium uncinatum. Já para atração, as espécies mais usadas são o capim-napiê (Pennisetum purpureum) e o sorgo (Sorghum vulgare var. sudanense). Nas áreas de ocorrência do inseto, o sistema tem aumentado a média de produção entre 20% e 30%.

No Brasil, alguns estudos têm tentado utilizar as plantas bioativas como atraentes ou repelentes de insetos, porém de forma pouco articulada, geralmente incluindo apenas uma espécie com esse propósito. Algumas das plantas citadas nos trabalhos nacionais são o gergelim (Sesamum indicum) para o controle de formigas cortadeiras, o taiuiá (Cayaponia sp) para atração de diabróticas, e coentro (Coriandrum sativum) na repelência de mosca-branca em meloeiros.

Uma grande contribuição para o entendimento dos processos de atração e repelência de insetos pelas plantas bioativas foi dada recentemente por pesquisadores da Universidade de Michigan, Estados Unidos. Os investigadores realizaram uma meta-análise de 34 artigos científicos que abordavam o uso de substâncias voláteis de plantas na manipulação da resposta comportamental de insetos prejudiciais. A meta-análise é uma ferramenta estatística que permite combinar resultados de estudos independentes, extraindo informações adicionais que possibilitam sintetizar ou extrair novas conclusões.

Num primeiro momento o trabalho evidenciou que a grande maioria dos artigos abordava a atração de insetos, e apenas 3% a repelência. Esse fato chamou a atenção dos autores do artigo para duas possíveis explicações: ou é mais fácil, ou efetivo, trabalhar a campo com atração de insetos ou a repelência ainda é pouco explorada pelos pesquisadores da área. Entre outras observações de seu estudo, verificaram também que fêmeas são mais atraídas que machos, que insetos mastigadores são mais atraídos que brocas e sugadores, e que lepidópteros, por seu hábito de reprodução, são mais atraídos que coleópteros e tisanópteros. Além disso, também observaram que insetos especialistas e generalistas são atraídos de igual forma pelas substâncias voláteis liberadas no ar pelas plantas bioativas, e que as fabáceas e cucurbitáceas têm maior poder de atração de insetos quando comparadas com poáceas e rosáceas.
Esse tipo de estudo pode auxiliar sobremaneira um novo pensar sobre as estratégias de aumento da biodiversidade funcional com plantas bioativas adaptadas às condições locais de cada região, favorecendo a busca de novas espécies para os diferentes contextos produtivos baseados nas premissas da Agroecologia.
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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O Bichinho da Goiaba

Publicado em 12 de agosto de 2013Rafael Meirelles  Sem comentários ↓

Mosca-das-frutas
Anastrepha fraterculus durante oviposição
Foto: Bisotto
Lembra do bichinho da goiaba? Pois é. Aparentemente pode estar se tornando um problema para os paisagistas.
O bicho da goiaba é conhecido popularmente como mosca-das-frutas. São insetos da ordem Diptera, da família Tephritidae. No Brasil existem apenas quatro gêneros que chegam a causar danos. Os Gêneros Rhagolethis e Bactrocera ocorrem somente em algumas regiões ou em algumas frutíferas. O Gênero Ceratitis é o único exótico com apenas uma espécie descrita no Brasil, conhecida como mosca-do-mediterrâneo (Ceratitia capitata). O Gênero mais expressivo com 95 espécies em todo o país é Anastrepha. No RS a espécie A. fraterculus é a mais encontrada.
A fêmea oviposita nos frutos e a larva se alimenta da polpa causando um desbalanço hormonal violento e culminando com a queda precoce e necrose do fruto na região afetada. Outro problema é que o gênero Anastrepha possui muitas espécies descritas como pragas quarentenárias em muitos países importadores, o que impossibilita a exportação de frutos para consumo “in natura”.
Mas onde entram os paisagistas nesta história toda?
Recentemente, têm se tornado moda o uso de frutíferas nativas da família Myrtaceae – como pitangas, araçás, feijoas e murtas – em projetos de paisagismo. Em muitas empresas que atuam no RS com frutos, como maçãs e uva, é normal se encontrar grandes jardins circundando a sede administrativa ou então os centros de vivência dos funcionários com muitas árvores frutíferas. Ao lado de pomares de maçãs, pêssegos ou de vinhedos convivem um montante enorme de mirtáceas. Sim, é bonito. Mas pode ser um grande problema.
As frutíferas da família Myrtaceae são hospedeiras de moscas-das-frutas, principalmente do gênero Anastrepha. Então devemos cuidar para não trazer plantas que possam ser hospedeiras para as moscas em épocas em que não encontramos a fruta principal no campo. É um refúgio tentador para os insetos indesejáveis.
Muitos agrônomos recomendam cortar as mirtáceas do entorno dos pomares. Eu costumo dizer que o paisagista é um artista e que o jardim é sua obra de arte. Agora, você consegue imaginar um moleque com um pincel atômico pintando um óculos e um bigode na Mona Lisa? Seria mais ou menos isso que aconteceria se uma árvore fosse cortada do jardim que o paisagista projetou.
Mosca-das-frutas
Anastrepha fraterculus durante oviposição
Foto: Bisotto
Para se evitar esse tipo de situação, devemos estar atentos com o seguinte: há pomares comerciais próximos ao jardim? Se há, tem mão-de-obra para coletar diariamente os frutos que caírem no chão?
Em estudos realizados no Bioecolab, na Faculdade de Agronomia da UFRGS, se pode observar que em araçás, por exemplo, se têm até cinco pupários (fase de casulo da mosca) por fruto. Uma infestação enorme.
Mas não somente moscas encontramos nos frutos. Encontramos também alguns inimigos naturais: os parasitóides (microhimenopteros – vespinhas – que na fase de larva se alimentam da larva ou da pupa da mosca). Para se manter os parasitóides dentro da área, podemos juntar os frutos do chão e colocá-los em um tonel com areia no fundo e com uma tela emcima. A tela de porosidade média impede a saída da mosca e favorece a saída do inimigo.
Então, se há mão-de-obra para o recolhimento dos frutos, o jardim pode contar com as frutíferas nativas, e pode ser embelezado com essas que são belas árvores com trocos que podem ser escaladas por crianças ou que podem fornecer frutos deliciosos. Mas se não houver pessoal para recolhimento ou for uma área de risco para algum pomar, então é melhor trocar por alguma outra árvore.

sábado, 3 de outubro de 2015

Como replantar a orquídea na árvore




Replantar uma orquídea que temos em casa e que já floresceu, em uma arvore, é devolve-la a seu habitat natural . Fixando esta planta no tronco ela poderá desenvolver o seu sistema radicular e viver em harmonia com a árvore e florescer novamente. A Orquídea não é uma planta parasita e portando não vai tirar os nutrientes da árvore. Ela simplesmente usa a casca da árvore para prosperar suas raízes que vão retirar do ambiente (ar úmido e chuvas) sua sobrevivência e esplendor !!

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Vermicompostagem é um processo de reciclagem de resíduos orgânicos

Minhocultura

Minhocultura, ou vermicompostagem é o processo de reciclagem de resíduos orgânicos através da criação de minhocas em minhocários, oferecendo importante alternativa para resolver economicamente e ambientalmente os problemas dos dejetos orgânicos, como o lixo domiciliar. O produto final da vermicompostagem constitui num excelente fertilizante orgânico (húmus) capaz de melhorar atributos químicos (oferta, melhor retenção e ciclagem de nutrientes), físicos (melhoria na estruturação e formação de agregados) e biológicos do solo (aumento da diversidade de organismos benéficos ao solo).



Técnicas de Criação:

O local de construção do minhocário deve situar-se o mais próximo possível do mercado consumidor e da matéria-prima utilizada como substrato. Além de situar-se em uma área de fácil acesso, de preferência em locais parcialmente sombreados, mas com boa insolação, e em terrenos elevados, com pouca declividade, facilitando a construção dos canteiros e os sistemas de drenagem. Um fator limitante que devemos estar atentos na fase de elaboração do minhocário é a disponibilidade de matéria-prima e água em abundância e limpa no local, principalmente nos períodos de seca, quando é mais necessária para a irrigação dos canteiros.


Tipos de Criatórios:

- Caixas de madeira ou tonéis de 200 litros, cortados longitudinalmente, com furos na parte inferior.
- Canteiros de blocos, tijolos, madeira ou bambu, normalmente possuem 1 metro de largura por 0,30 a 0,40 cm de altura e o comprimento possível ou desejado. O piso do canteiro poderá ser cimentado ou terra batida.
- Sistema de montes com o piso em terra batida ou cimentado.


Fontes de matéria-prima:

Toda matéria orgânica de origem animal e vegetal passada pela pré-compostagem, ou seja, semi curado, livre de fermentação, pode ser usada na alimentação das minhocas. As minhocas exigem alimentações balanceadas, rica em nitrogênio, fibras e carboidratos. Quanto mais rica for à matéria-prima, maior será o sucesso econômico do seu empreendimento. Podemos utilizar como fontes de matéria-prima: estercos de boi, cavalo e coelho, restos de cultura (uma leguminosa, pois fixa nitrogênio, palha, folhas e cascas de frutas), resíduos agro-industriais (bagaço de cana), lixo domiciliar, lodo de esgoto.


Manejo do Minhocário:

A quantidade necessária de minhocas para iniciar a criação é de 1 litro, aproximadamente 1500 minhocas /m². Para um bom desenvolvimento do minhocário além de matéria-prima suficientemente rica para alimentar as minhocas, devemos proporcionar um ambiente adequado para o bom desenvolvimento e reprodução das minhocas, monitorando a temperatura (entre 20-25°C), umidade (70-85%), pH ( pH 7,0), aeração e drenagem do meio (o meio não deve ser compactado e nem encharcado). É interessante depois de preenchido os canteiros com as diferentes fontes de matéria-prima semi-curada, cobrir os canteiros com folhas de bananeiras ou restos de capina para manutenção de umidade e proteção contra incidência direta da luz solar, além de dificultar fuga das minhocas. A minhoca possui alguns inimigos naturais que devem ser controlados, dentre eles galinhas, sanguessugas, pássaros e formigas lava-pés. Se o ambiente natural não for favorável ao desenvolvimento das minhocas haverá fugas das mesmas, inviabilizando a produção do seu empreendimento.

PRODUCAO DE GALINHA CAIPIRA - REPÓRTER JESSICA BARBOSA - PROGRAMA CAMINH...

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