sábado, 1 de novembro de 2014

Como fazer adubo com o lixo orgânico que você produz em casa


PRODUZA HUMUS NA SUA CASA!





Casca de fruta, resto de verduras e legumes, iogurte… tudo isso pode virar adubo.



O nome desse processo é compostagem. Quando você transforma seu lixo em adubo, pode oferecer ao solo um material rico em nutrientes (no caso de uma horta ou mesmo para as plantas do seu jardim) e, principalmente, ajuda a reduzir a quantidade de lixo que vai diariamente para os aterros e lixões do Brasil. Aprenda a fazer a compostagem doméstica e mãos à obra!

PASSO 1 – O recipiente

Você deve ter um recipiente para colocar o material orgânico. Pode ser um pote de sorvete, uma lata de tinta ou um balde. Vale usar a criatividade com o que estiver ao seu alcance. Se der para reaproveitar algum recipiente, melhor ainda. É importante furar o fundo. Você pode fazer isso manualmente, variando o tamanho dos buracos. É por eles que o chorume (líquido eliminado pelo material orgânico em decomposição) vai passar.

Um detalhe importante é que o chorume pode ser reaproveitado, pois, neste caso, é um fertilizante de alto potencial (já que é originado apenas de matéria orgânica). Você pode recolhê-lo e devolver à mistura da sua compostagem ou ainda jogar em plantas, diluído (anote a proporção: 1 copo de chorume para 9 copos de água).

PASSO 2 – A composteira

Em baixo do recipiente no qual você vai colocar o material orgânico, deve haver outro que vai “recolher” o chorume. Pode ser uma bacia mais rasa, por exemplo. Ela não pode ficar em contato direto com a lata ou o pote, pois o chorume deve ter um espaço para escorrer. Use um calço – como pedaços de tijolo – para colocar em baixo da lata e deixá-la um pouco mais “alta” em relação à bacia. (A compostagem até pode ser feita em contato direto com o solo, mas neste caso o terreno deve ter boa drenagem e ser inclinado, para que o chorume não acumule em um local só).

PASSO 3 – Hora de colocar o lixo

Fazer compostagem em casa não é só jogar o lixo orgânico de qualquer jeito e deixar que a natureza faça “o resto sozinha”. Existe um método para viabilizar, facilitar e acelerar a decomposição do material orgânico. O segredo é sobrepor os tipos de resíduos orgânicos, ou seja, o processo é feito em camadas.


O que regula a ação dos microorganismos que vão decompor o material é a proporção de nitrogênio e carbono. Essa relação deve ser de três para um. Ou seja, uma camada de nitrogênio para três camadas de carbono. O que é nitrogênio? É o material úmido (o lixo, em si). O que é o carbono? É matéria seca, como papelão, cascalho de árvore, serragem, folhas secas, aparas de grama e palha de milho. (Se a relação for diferente desta, não significa que não ocorrerá o processo de compostagem, apenas que vai levar mais tempo).

E… pique, pique, pique! Quanto menor estiver o material que você colocar (tanto o seco quanto o úmido), melhor. Comece com uma camada de material seco, depois coloque o material úmido. Depois coloque outra camada de material seco, umedeça-o um pouco e continue o processo. É importante que a última camada (a que vai ficar exposta) seja sempre seca, para evitar mau cheiro. Uma opção é colocar cal virgem por cima. Outro detalhe essencial é: não tampe a composteira. O material orgânico não pode ficar abafado. Ah, procure sempre manusear a sua composteira com luvas.


O que você pode usar:

- Resto de leite;

- Filtro de café usado;

- Borra de café;

- Cascas de frutas;

- Sobras de verduras e legumes;

- Iogurte;


O que você não pode usar:

- Restos de comida temperada com sal, óleo, azeite… qualquer tipo de tempero;

- Frutas cítricas em excesso, por causa da acidez;

- Esterco de animais domésticos, como gato e cachorro;

- Madeiras envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta, plásticos, papel plastificado;

- Cinzas de cigarro e carvão;

- Gorduras animais (como restos de carnes);

- Papel de revista e impressos coloridos, por causa da tinta.


PASSO 4– Espere, mas cuide

Depois que você montou toda a estrutura, é hora de dar tempo ao tempo. A primeira fase é de decomposição, quando a temperatura interna do material que está na composteira pode chegar a 70°C. Isso dura cerca de 15 dias, no caso da compostagem doméstica. Nesse período, o ideal é não mexer. Depois, revolver o material é super importante para fornecer oxigênio ao processo. Essas “mexidas” podem ser feitas de diversas formas: com um “garfo de jardim” ou trocando o material de lugar – para uma outra lata, por exemplo.


Nesse ponto, você pode se perguntar: mas eu gero lixo orgânico todo dia. Posso jogá-lo na composteira diariamente? Melhor não. Você tem algumas alternativas. O ideal é acrescentar matéria orgânica cada vez que for “mexer” na sua composteira, ou seja, a cada 15 dias, mais ou menos. Nesse intervalo, guarde as suas cascas de frutas, verduras e o resto que for reaproveitável em um potinho na geladeira.



O tempo para ter o adubo final varia em função da quantidade de lixo usado e pela forma como a compostagem é feita. É possível chegar ao final do processo em 2 ou 3 meses. O indicativo de que o húmus (adubo) está pronto é quando a temperatura do composto se estabiliza com a temperatura ambiente. Para saber, use os sentidos: a cor é escura, o cheiro é de terra. E , quando o esfregamos nas mãos, elas não ficam sujas.

(Fonte: Escola de Jardinagem do Parque do Ibirapuera, em São Paulo/SP)

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO? ...

CONSULTORIA EM PROPRIEDADES RURAIS


Alexandre Panerai Pereira

Eng. Agrônomo CREA 76516

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

GUIA PRÁTICO de AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO



Esta obra foi financiada pela Cooperação Austríaca para o Desenvolvimento e baseia-se principalmente nas 

experiências do IAPAR - Instituto Agronómico de Paraná, Londrina-Paraná-Brasil, e nos ensaios demonstrativos 

no quadro dos projectos PROMEC, APROS, PACDIB (da Cooperação Austríaca) e PRODER (MINAG - GTZ).

realizados na Província de Sofala, Moçambique, nos anos 2002 até 2005,

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Papa Francisco dá seu “toque” à cozinha do Vaticano


A cozinheira brasileira das favelas, Regina Tchelly, dá cursos de culinária

 sem desperdício aos chefs da Santa Sé

NESsT ORG / Flickr / CC
Papa Francisco, que se pronunciou várias vezes contra odesperdício de alimentos, está deixando seu estilo impresso também na cozinha do Vaticano. A cozinheira Regina Tchelly, ex-dona de casa e especialista na arte da reciclagem, ensinará os chefs da Santa Sé a preparar pratos “anti-desperdício”, que são feitos com casca de frutas, folhas, raízes de verduras, sementes e outros ingredientes que geralmente acabam no lixo e com os quais, no entanto, podem ser preparados deliciosos pratos.

Papa Francisco conheceu a Regina por acaso, durante sua visita apostólica ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude. Foi então que ele conheceu o projeto “Favela Orgânica”, dirigido por esta jovem mulher de 32 anos. Seu objetivo é ensinar como obter um alimento nutritivo e delicioso em um contexto de pobreza.

Entre os ingredientes mais utilizados, encontram-se cascas de melancia, banana, maracujá e abóbora, bem como talos de brócolis.

Seu compromisso com a sustentabilidade conquistou pessoas conhecidas, como Harrison Ford e o príncipe Willian da Inglaterra.

Depois de ser rejeitada em sua tentativa de financiamento público, Regina não desistiu, mas fez o que estava ao seu alcance: construiu uma única horta na favela Morro da Babilônia.

Ao mesmo tempo, começou a organizar encontros nos quais apresentava suas receitas “Desperdício Zero” e que, graças ao apoio de Slow Food Brasil (associação que promove a alimentação saudável e natural), tornaram-se autênticos cursos de culinária.

“Estes pratos são bons para a saúde, econômicos e não desperdiçam os recursos do planeta”, garante Regina, e explica que, “trabalhando com planejamento das compras e do consumo, o projeto ‘Favela Orgânica’ promove a reflexão sobre o escândalo do desperdício de alimentos”.

O estilo culinário de Regina é único: quando há pouca comida, a criatividade é o único caminho, e o talento dessa mulher é justamente o de saber criar pratos muito gostosos com pouquíssimos recursos.

Regina ainda não revelou qual será o cardápio do Vaticano, mas há muitas ideias para 2014, proclamado Ano Internacional da Agricultura Familiar.

A questão dos recursos alimentares disponíveis para o sustento das populações mais pobres da Terra está bem presente no coração doPapa Francisco, que no último dia 6 de junho afirmou, em sua catequese, que “os alimentos jogados no lixo são alimentos roubados da mesa dos pobres, de quem tem fome”.

Acompanhando as lições de Regina, o Papa vai reestruturar uma parte dos Jardins Vaticanos, que será transformada em hortas orgânicas.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Jornal Futura - Você já imaginou cultivar verduras, frutas e legumes em seu apartamento?

Você já imaginou cultivar verduras, frutas e legumes em seu apartamento? Já pensouen plantar hortelã, dill, capim limão, pimenta vermelha, cebolinha? Não é preciso um grande espaço para se ter uma horta caseira e olha que boa notícia, isso pode não só ajudar em uma alimentação melhor, sem agrotóxicos, como pode contribuir e muito para uma economia no fim do mês. Veja na matéria da PUC TV, de Belo Horizonte, Minas Gerais.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Curitiba troca lixo reciclável por alimentos

Curitiba parabéns!
23 de Outubro de 2014 • Atualizado às 11h02


Um programa municipal de Curitiba, capital do Paraná, ajuda a reduzir a quantidade de lixo na região ao mesmo tempo em que complementa a alimentação das famílias. Isso é feito por meio da troca do lixo reciclável por alimentos fresquinhos.
Desde o fim dos anos 80, foi implantado um projeto que trocava lixo orgânico por vale-transporte. Dois anos depois, houve uma supersafra de repolho e então a prefeitura percebeu que a troca do vale transporte poderia ser substituída por alimentos, o que deu origem ao Programa Câmbio Verde.
“O Programa consiste em política local de combate à fome, que abrange questões como o desperdício, a geração de renda, a preservação ecológica e o incentivo à organização de produtores”, explica a prefeitura. A administração municipal negocia a compra de alimentos com pequenos e médios produtores com recurso do orçamento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Como funciona
Para quem mora em Curitiba, cada quatro quilos de lixo vale um quilo de frutas e verduras. Outra opção de troca é por óleo vegetal e animal: cada dois litros de óleo vale um quilo de alimento. A troca é efetuada quinzenalmente em pontos de atendimento implantados na cidade de Curitiba, confira aqui os horários e endereços.
“Consequência direta da ação do Programa é a colocação no mercado dos excedentes de safra da Região Metropolitana de Curitiba, ao mesmo tempo em que auxilia na melhoria da qualidade da alimentação da população de baixa renda, além de contribuir para a limpeza e preservação do meio ambiente”, garante a prefeitura. Uma ação similar também é realizada na cidade de Umuarama, também no Paraná, confira aqui.
Redação CicloVivo

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

572. Pesquisador fala sobre a Ecologia da Restauração - Restaurar uma área degradada é plantar árvores?


Ecologia da Restauração – Restaurar uma área degradada é plantar árvores?

Publicado em outubro 21, 2014 por 

Ecologia da Restauração

Há muito mais em restaurar uma área do que plantar árvores. Conforme fomos destruindo o planeta, fomos também aprendendo como restaurar estes danos.
Ecologia da Restauração é um livro sobre como restaurar a natureza, quer seja floresta, campo, recife de coral ou rio onde tenham sido degradados. É fartamente ilustrado, reunindo 852 citações tanto da literatura especializada como da mídia. Apesar de seu conteúdo técnico, é de fácil leitura, pelas muitas histórias incluídas ao longo dos doze anos de sua elaboração.
Efraim Rodrigues,  o autor, é doutor pela Universidade de Harvard, Professor da Universidade Estadual de Londrina e Consultor da ONU.
Nas palavras dele; – Escrevi este livro da mesma maneira que se dá uma aula, intercalando histórias pessoais, casos que estão nos jornais, além dos casos clássicos da literatura.
Talvez até melhor, já que fiquei editando esta “aula” ao longo dos 11 anos, 11 meses e 11 dias que em que ele esteve em elaboração.
Apesar de conter o estado da arte da restauração de ecossistemas no Brasil e no mundo, o livro deixa um recado claro contra a degradação.
O conhecimento humano está ainda muito longe de conseguir restaurar ecossistemas a ponto de ficarem iguais a antes do impacto. Por isso, conservar deve ser a primeira opção.
O livro Ecologia da Restauração é um dos finalistas do Premio Jabuti 2014, na categoria Ciências Naturais.
Há um demo do livro em www.editoraplanta.com.br/er.pdf . Vendas pelo e mail vendas@editoraplanta.com.br

http://youtu.be/q4m_ApQh5Ec
A Web TV UFBA entrevistou Efraim Rodrigues, convidado especial da terceira edição do Café Científico da UFBA, realizado na Sala de Arte da UFBA, que debateu sobre restauração de ambientes degradados. O Café Científico teve como tema “Ecologia da Restauração, a restauração da ecologia?”, mesmo nome do livro lançando pelo palestrante. Especialista em ecologia, Efraim Rodrigues Efraim é Doutor pela Universidade de Harvard e professor da Universidade Estadual de Londrina. Um pesquisador de destaque quando se trata de ecologia e conservação e nome de referência para discutir questões ambientais.
A ecologia da restauração é o campo científico que trata, na prática, da recuperação ambiental, tornando possíveis as condições originais da flora, fauna, solo e clima. Segundo Rodrigues, a preservação é imprescindível porque uma recuperação de ecossistema leva no mínimo 15 anos para ser feita, sendo necessário um estudo das áreas para se saber quais espécies existiam no local. Em projeto realizado em diversas escolas do Brasil, Efraim Rodrigues atua pensando a restauração ecológica através da coleta da água da chuva e da transformação de lixo em adubo.

Resenha publicada no Portal EcoDebate, 21/10/2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A importância da matéria orgânica nos solos tropicais, artigo de Raimundo Nonato Brabo Alves

 

artigo


[EcoDebate] Importante ressaltar que o solo é um perfeito laboratório natural. Inúmeros processos biológicos e incontáveis reações químicas nele ocorrem para promover a vida, em equilíbrio dinâmico de sistemas complexos de interação bioquímica. Minerais, água, gazes, animais, microrganismos e vegetais interagem neste sitio biodinâmico denominado solo vivo, ao compasso da variação de temperatura. A interferência do homem para cultivar plantas e criar animais é que promove seu desequilíbrio, dependendo do sistema de manejo.
A importância da matéria orgânica (MA) nos solos tropicais tem sido negligenciada tanto por técnicos quanto por produtores. Nas interpretações de análises de solo é dada maior atenção ao pH do solo para correção com aplicação de calcário e aos níveis de macro e micronutrientes para efeito de adubação química, que ao seu teor de matéria orgânica. Raramente há recomendação de incorporação de matéria orgânica para elevar o seu nível no solo.
Se menos de 1% do total de fertilizantes químicos consumidos no Brasil é aplicado nas culturas e pastagens da Amazônia, o manejo da matéria orgânica assume papel importantíssimo nos solos desse bioma, reconhecendo-se que a biomassa tem sido até então o aporte de nutrientes de importantes cadeias produtivas de diferentes culturas e criações por mais de 40 anos em nossa região.
Nos trópicos com a mesma velocidade que a natureza produz biomassa, com a mesma velocidade decompõe a MO em função da umidade e de temperaturas elevadas. Os solos tropicais apresentam em média de 1-2% de MO, o que corresponde a uma variação de 30 a 60 toneladas de matéria orgânica por hectare na camada de 20 cm de profundidade. Em regiões tropicais, nos primeiros anos de cultivo do solo, mais de 50% da MO pode ser perdida por diversos processos, como a decomposição microbiana e a erosão. Cada vez que o solo perde 1% de MO é liberado em média 17,4 toneladas de CO2 para a atmosfera, que vai contribuir para o aquecimento global, fato que já justificaria o seu manejo, considerando este impacto no meio ambiente. Como exercício, calcule o quanto de CO2 é liberado para a atmosfera, se 74 milhões de hectares já foram antropizados na Amazônia. Mas as vantagens imediatas para o sistema de cultivo reforçam ainda mais a necessidade de conservação da matéria orgânica nos solos tropicais.
Um solo rico em MO tem melhor estrutura e estabilidade em seus agregados, evitando a erosão, favorecendo a retenção de água, reduzindo a compactação do solo pela mobilização excessiva de máquinas e animais e facilitando a infiltração. Tem elevada a sua capacidade de troca de cátions (CTC) e capacidade de troca de ânions (CTA) e melhor disponibilidade de nutrientes para as plantas pela interação de bactérias fixadoras de nitrogênio e de micorrizas, especialmente as de solubilização do fosfato. A decomposição inicial da matéria orgânica pela ação de cupins, ácaros e anelídeos e posteriormente por fungos e actinomicetos imobiliza inicialmente a MO que posteriormente com a mineralização disponibiliza nutrientes para as plantas. Em solos com adequado teor de MO os microrganismos que causam doenças nas plantas são equilibrados por seus inimigos naturais. Nestes solos observa-se que a ocorrência de doenças como podridão radicular é menos frequente.
A tecnologia da roça sem fogo foi sistematizada exatamente para servir de opção a agricultura de derruba e queima, sistema até o momento mais utilizado pelos agricultores para o preparo de área para plantio na Amazônia. Roças sem fogo implantadas na região do Baixo Tocantins mantiveram nas áreas de produção em média 41,58 toneladas de MO por hectare, com produtividade média de 22 t/ha de raiz de mandioca, em municípios como Moju, Acará, Cametá e Abaetetuba no Pará.
AMENDOIM FORRAGEIRO

GUANDU
As leguminosas além de plantas fixadoras de nitrogênio no solo são excelentes produtoras de biomassa. Nos trópicos as leguminosas preferencias para uso como cobertura morta devem ter alta relação carbono/nitrogênio, já que o interesse é retardar a atividade microbiana e manter por mais tempo a cobertura do solo sob a palhada. Podem ser usadas o ingá-cipó (Ingá edulis), a acassia mangium (Cassia mangium) como leguminosas arbóreas e o feijão guandú (Cajanus cajan), a crotalária (Crotalaria juncea) como arbustivas, estas com menor relação carbono/nitrogênio e a mucuna (Mucuna pruriens) e a puerária (Pueraria phaseoloides) como leguminosas de cobertura. Os resíduos das culturas nunca devem ser queimados e sim espalhados em cobertura no solo.
A manutenção da MO nos solos tropicais é condição indispensável para a sustentabilidade da produção agropecuária e a conservação dos solos agrícolas. E a dinâmica de produção de biomassa é a fonte mais abundante de nutrientes para as culturas e criações nos trópicos úmidos.
Raimundo Nonato Brabo Alves é Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental
Links para consulta:

Publicado no Portal EcoDebate, 20/10/2014

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Propriedade Modelo Agricultura Familiar - Programa Rio Grande Rural





O casal Daniel e Cassiane são agricultores do município gaúcho de Boqueirão do Leão. Eles produziam fumo, e resolveram mudar. Aproveitaram as políticas públicas do município e dos governos estadual e federal. Hoje eles diversificaram a produção, e faturam até com o turismo rural. A propriedade é um modelo para a agricultura familiar.

Jornalista Tiago Bald
Boqueirão do Leão - RS

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

VIDA SUSTENTÁVEL - 19 coisas que só quem tem uma composteira caseira vai entender




Ter uma composteira caseira é um ótimo jeito de produzir o seu próprio fertilizante natural e ainda reduzir a quantidade de resíduos orgânicos jogados no lixo. O sistema é simples, basicamente são caixas com terra e minhocas, onde, junto com os restos de alimentos, acontece a produção de chorume. Se você ainda não tem uma composteira, mas deseja ter, clique aqui e saiba como fabricar a sua própria estrutura.
Se você já tem, provavelmente se identificará com a lista abaixo:
1. Após jantar na casa de um amigo, você vai querer levar todo o resto de comida para alimentar as suas minhocas em casa. O mesmo acontece com os restos de frutas e cascas que os colegas do trabalho iam jogar no lixo, mas você apareceu bem na hora para impedir tamanho desperdício.

Foto: Renata Borges Alves / Grupo Composta São Paulo
2. Você vai sonhar com minhocas.
3. E sempre vai achar que as suas minhocas estão passando fome.
4. As minhocas são tão importantes, que você começa a ficar neurótico quando não as vê vagando pelo seu solo. Pode até acordar à noite para tentar encontra-las e garantir que estão vivas, sãs e salvas.

Foto: Gabriela Fernandes Leite / Grupo Composta São Paulo
5. A retirada do chorume é quase tão aguardada quanto o feriado prolongado, o natal ou o carnaval.
6. Quando esse dia chega e você vê aquele líquido lindo saindo de sua composteira dá vontade de chorar de emoção ou ligar o som no último volume e dar uma festa, mesmo que os convidados seja apenas você (e as minhocas, claro).

Foto: Mayra Rosa / Altair Oliveira / Grupo Composta São Paulo
7. O lixo da sua casa foi reduzido em pelo menos 1/3 ou até mais.
8. Quem não conhece você muito bem e ouve dizer que tem um minhocário em casa, acha que você é muito hippie, alternativo e até um pouco louco.
9. Sempre que você vê alguém jogando fora os resíduos orgânicos o seu coração dói (e muito). Aí você pensa nas minhoquinhas passando fome.
10. O seu jeito de enxergar e aproveitar os alimentos muda muito depois de uma composteira. Por ter que picar tudo antes de colocar na terra, você percebe que muitos talos e folhas ainda podem ser aproveitados em alguma receita.
11. Você reduz o desperdício. Após ver que uma fruta estragou, antes mesmo de ser consumida, você pensa melhor quando vai às compras.
12. Esqueça as suas inimizades. Os seus maiores inimigos agora são as mosquinhas da banana e os pulgões.
13. Você também tem um novo melhor amigo, o Neem, um repelente natural usado em toda a composteira.
14. O seu radar pessoal é acionado a cada mudança na composteira. Uma larva faz todos os seus alertas apitarem. Você vai entra em pânico, achando que este é o fim do mundo.
Até alguém mais experiente dizer que é totalmente normal, “isto é apenas o ecossistema”, a vida e a natureza.
15.  A matéria orgânica seca (serragem e folhas secas) vale mais do que ouro para você.

Foto: Francisco Bocchini / Grupo Composta São Paulo
16. Todos os dias você quer conferir se tem alguma mudinha nova aparecendo na sua terra.
17. E depois você fica na expectativa para tentar descobrir qual era a origem da plantinha e o que ela vai virar.

Foto: Evorah Cardoso / Grupo Composta São Paulo
18. Sua nova terapia são os grupos de “composteiros” no Facebook. Lá você desabafa, conta os seus problemas, dá dicas, depoimentos, manda fotos, vídeos e recarrega as energias para picar mais alimentos para as minhoquinhas.
19. Assim você também ganha centenas de novos amigos, já que estão todos no mesmo barco.
No final você descobre que não pode mais viver sem fazer compostagem, essa possibilidade simplesmente não existe!
Redação CicloVivo

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Você sabia? É proibido aplicar Glifosato nas cidades ou zonas urbanas - ANVISA



Nota Sobre o Uso de Agrotóxicos Em Área Urbana

Preocupada com a difusão da prática não autorizada de uso de agrotóxicos (herbicidas) para o
controle de plantas daninhas em áreas urbanas especialmente em praças, jardins públicos,
canteiros, ruas e calçadas, em condições não controladas pelos órgãos públicos competentes,
 esta Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) submeteu à consideração da população,
 mediante a publicação da Consulta Pública nº. 46/2006, proposta de Resolução de sua Diretoria
Colegiada para regular a prática da capina química por empresas de
jardinagem profissional, nos termos previstos no Decreto nº. 4.074/2002.

No processo de Consulta Pública, colhendo contribui ções dos diversos segmentos da sociedade,
bem como das áreas técnicas da Agência e de outros órgãos do Sistema Único de Saúde
(SUS) evidenciou-se que a regulamentação dessa prática não se revelava o melhor caminho na busca
da proteção e da defesa da saúde da população brasileira.

Os produtos que visam alterar a composição da fauna ou da flora, com a finalidade de preservá-las
da ação de seres vivos considerados nocivos, são definidos nos termos da legislação vigente
 (Lei nº. 7.802/89) como produtos agrotóxicos, tanto quando se destinam ao uso rural ou urbano.
São produtos essencialmente perigosos e sua utilização, mesmo no meio rural, deve ser feita
sob condições de intenso controle, não apenas por ocasião da aplicação, mas também com o
isolamento da área na qual foi aplicado.

No processo de consulta pública ficou evidenciado que não seria possível aplicar medidas que
garantissem condições ideais de segurança para uso de agrotóxicos em ambiente urbano. Por esse
 motivo a Diretoria Colegiada da ANVISA decidiu arquivar a Consulta Pública nº. 46/2006,
afastando a possibilidade de regulamentação de tal prática.

Justificam tal conclusão, entre outras, as seguintes
condições:
1. Durante a aplicação de um produto
 agrotóxico, se faz necessário que o trabalhador que
venha a ter contato com o produto, utilize
equipamentos de proteção individual. Em áreas
urbanas outras pessoas como moradores e
 transeuntes poderão ter contato com o agrotóxico,
sem que estejam com os equipamentos de
proteção e sendo impossível determinar-se às
 pessoas  que circulem por determina da área
 que vistam roupas impermeáveis, máscaras, botas e
 outros equipamentos de proteção.

2.Em qualquer área tratada com produto agrotóxico é necessária a observação de um período
 de reentrada mínimo de 24 horas, ou seja, após a aplicação do produto, a área deve ser isolada
e sinalizada e, no caso de necessidade de entrada no local durante este intervalo, o uso de
 equipamentos de proteção individual é imperativo. Esse período de reentrada é necessário
 para impedir que pessoas entrem em contado com o agrotóxico aplicado, o que aumenta
muito o risco de intoxicação. Em ambientes urbanos, o completo e perfeito isolamento de
uma área por pelo menos 24 horas é impraticável, isto é, não há
meios de assegurar que toda a população seja adequadamente avisada sobre os riscos que
corre ao penetrar em um ambiente com agrotóxicos, principalmente em se tratando de
crianças, analfabetos e deficientes visuais.

3.
É comum os solos das cidades sofrerem compactação o u serem asfaltados, o que favorece
o acúmulo de agrotóxico e de água nas suas camadas superficiais. Em situação de chuva,
dado escoamento superficial da água, pode ocorrer a formação de poças e retenção de
água com elevadas concentrações do produto, criando uma fonte potencial de risco de
exposição para adultos, crianças, flora e fauna existentes no entorno. Cabe ressaltar neste
ponto que crianças, em particular, são mais sujeita s às intoxicações em razão do seu baixo
peso e hábitos, como o uso de espaços públicos para brincar, contato com o solo e poças
de água como diversão.

4.
Em relação à proteção da fauna e flora domésticas ou nativas, é importante lembrar que
cães, gatos, cavalos, pássaros e outros animais podem ser intoxicados tanto pela ingestão
de água contaminada como pelo consumo de capim, sementes e alimentos espalhados nas
ruas.

5.
Por mais que se exija na jardinagem profissional o uso de agrotóxicos com classificação
toxicológica mais branda, tal fato não afasta o risco sanitário inerente à natureza de tais
produtos.Por oportuno, importa ainda observar que há, no mercado, produtos agrotóxicos
 registrados pelo Instituto Nacional do meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
identificados pela sigla “NA” como agrotóxicos de uso Não-Agrícola. No entanto, essa
identificação, ao contrário do que possa parecer á primeira vista, não significa a autorização da
utilização de tais produtos em área urbana. Os produtos registrados pelo IBAMA apenas podem ser
aplicados em florestas nativas, em ambientes hídricos (quando assim constar no rótulo) e outros
ecossistemas (além de vias férreas e sob linhas de transmissão).
Dessa forma, a prática da capina química em área urbana não está autorizada pela ANVISA
ou por qualquer outro órgão, não havendo nenhum produto agrotóxico registrado para tal finalidade.

Brasília, 15 de janeiro de 2010.
Diretoria Colegiada da ANVISA

Postagem em destaque

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...