sábado, 7 de setembro de 2013

Biologia na compostagem


A compostagem cria as condições ideais para os processos de decomposição que acontece na natureza. Ela requer o seguinte material:
  • resíduos orgânicos: jornais, folhas, grama, restos de cozinha (frutas, vegetais), materiais de madeira
  • terra: fonte de microorganismos
  • agua
  • ar: fonte de oxigênio

Auditoria do lixo
Quanto lixo você produz em um ano? Que tipo de coisas você joga fora? Quanto pode ser reduzido pela reciclagem ou pela compostagem? Para responder estas perguntas, faça uma auditoria do lixo.
Durante a compostagem, os microorganismos da terra se nutrem dos resíduos orgânicos (contendo carbono) e os decompõem em suas menores partes. Isto produz um húmus rico em fibras, contendo carbono, com nutrientes inorgânicos como nitrogênio, fósforo e potássio. Os microorganismos decompõem o material através da respiração aeróbica e,
portanto, precisam de oxigênio do ar. Eles
também precisam de água para viver e multiplicar. Através do processo da respiração, os microorganismos liberam dióxido de carbono e calor e as temperaturas dentro das pilhas de compostagem podem atingir de 28°C a 66°C. Se a pilha ou recipiente de compostagem for ativamente cuidada, remexida e regada com água regularmente, o processo de decomposição e formação da compostagem final pode acontecer em apenas duas ou três semanas (do contrário, poderá levar meses).
O processo de compostagem
As condições de compostagem devem ser balanceadas para uma decomposição eficiente. Deverá haver:
  • ar em abundância: a mistura deve ser remexida diariamente ou a cada dois dias;
  • água suficiente: a mistura deve ser umedecida, mas não encharcada;
  • mistura apropriada de carbono e nitrogênio: a relação deve ser de aproximadamente 30:1 (consulte o box abaixo);
  • tamanho de partícula pequena: pedaços grandes devem ser desmembrados, pois partículas pequenas se decompõem mais rapidamente;
  • quantidade de terra adequada: deve fornecer microorganismos suficientes para o processo.
Relação Carbono:Nitrogênio
A relação ideal do Carbono para o Nitrogênio (relação C:N) de 30 para 1 (30:1), em uma base de peso medido a seco, é considerado o ideal pelos cientistas para a composto. Mas, não se deixe levar pelos números. O importante é entender como os dois componentes afetam o processo de compostagem e usá-los para gerenciar o seu sistema de compostagem.
Você pode calcular a relação C:N dos seus materiais usando a tabela abaixo, que foi retirada do site Florida´s Online Composting Center.
Material Relação C:N
Grãos de Café 20:1
Espigas de Milho 60:1
Esterco de Vaca 20:1
Restos de Fruta 35:1
Aparas de Grama 20:1
Esterco de Cavalo com Detritos 60:1
Folhas 60:1
Jornal 50-200:1
Folhas de Carvalho (Verde) 26:1
Musgo de Turfa 58:1
Folhas de Pinheiro 60-110:1
Esterco Apodrecido 20:1
Serragem / Madeira 600:1
Serragem exposta ao ar por dois meses 325:1
Palha 80-100:1
Restos de Tábua 15:1
Aparas de Vegetais 12-20:1
Fonte: Florida´s Online Composting Center
Assim, se você tiver dois sacos de aparas de grama (C:N = 20:1) e um saco de folhas (C:N = 60:1) combinados, você terá uma relação C:N de (20:1 + 20:1 + 60:1)/3 = (100:1)/3 = 33:1, que se aproxima bastante do ideal (C:N = 30:1).
Observe que todas as plantas têm mais carbono do que nitrogênio; essa é a razão pela qual a relação C:N está sempre acima de 1.0.

Todas as plantas contêm uma mistura de Carbono e Nitrogênio e todas elas viram adubo com o passar do tempo. Você achará a mistura correta de materiais para as suas necessidades de compostagem pelo método de tentativa e erro. Não se preocupe muito com a relação C:N, apenas tenha em mente que ela pode ser um fator para o seu processo de compostagem.

A pilha de compostagem tem, na verdade, uma organização complexa de organismos vivos ou cadeia alimentar. As bactérias e os fungos decompõem primeiramente a matéria orgânica do lixo. Organismos de uma única célula (protozoários), pequenos vermes (nematódeos) e aracnídeos se alimentam das bactérias e fungos. Nematódeos e aracnídeos predatórios e outros invertebrados (piolhos d'água, miriópodes, besouros) se alimentam dos protozoários. Todos esses organismos trabalham para balancear a população de organismos dentro do composto, o que aumenta a eficiência do processo inteiro.


Por que fazer a compostagem?
O principal objetivo da compostagem é reduzir a quantidade de resíduos sólidos que você produz. Se você reduzir os resíduos sólidos, poupará espaço nos depósitos de lixo municipais, fazendo com que seus impostos sejam reduzidos. O composto acabado tem a vantagem de ser um útil fertilizante natural, sendo ambientalmente mais amigável do que fertilizantes sintéticos.
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FONTE: http://casa.hsw.uol.com.br/compostagem1.htm­

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Decrescimento: ‘Um crescimento infinito é incompatível com um mundo finito’, por Serge Latouche

 Serge Latouche

Publicado em novembro 24, 2011 por


O que realmente conta na vida não é mensurável, por isso vivemos uma “falência da felicidade quantificável”. Por outro lado, “um crescimento infinito é incompatível com um mundo finito. Quem acredita nisso ou é louco ou é economista”.
A crítica radical à economia de Serge Latouche, ele mesmo economista, além de sociólogo e antropólogo, visa a descolonizar o imaginário das “ideologias da sociedade moderna”, como indicadores a exemplo do PIB per capita.
Na noite desta segunda-feira, 21 de novembro, no câmpus de Porto Alegre da Unisinos, Latouche fez a sua primeira conferência dentro do Ciclo de Palestras: Economia de Baixo Carbono. Limites e Possibilidades, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Sua fala, intitulada Desenvolvimento Humano, Decrescimento e a Sociedade Convivial, foi comentada posteriormente por Plinio Alexandre Zalewski Vargas, diretor da Secretaria de Governança da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Nela, o professor de economia da Universidade de Paris XI – Sceaux/Orsay retomou o histórico do seu conceito mais importante: o decrescimento. Seu principal interesse no encontro era apresentar como é possível encontrar, por meio do decrescimento, a “felicidade na frugalidade convivial”.
Latouche começou retomando o histórico do “dispositivo” do PIB (produto interno bruto) per capita, que reduziu a felicidade a um indicador econômico. Historicamente, segundo ele, na passagem da felicidade ao PIB, ocorreu uma tripla redução: 1) a felicidade terrestre passou a ser assimilada ao bem-estar material, em sentido físico, palpável; 2) o bem-estar material foi reduzido ao que pode ser avaliado quantitativamente, estatisticamente, aos bens e serviços comercializáveis e consumíveis; 3) a variação da soma dos bens e serviços caracterizaria a diferença entre o PIB e PIL (produto interno líquido ).
Porém, criticou, o PIB só mede a riqueza comercializável, excluindo-se as transações fora do mercado, como os serviços domésticos, o voluntariado, o mercado negro etc. No caso brasileiro, exemplificou Latouche, a destruição da floresta amazônica não é contada no PIB. “O PIB mede os outputs, ou a produção, e não os outcomes, ou os resultados”, resumindo. Retomando o ex-presidente dos EUA, Kennedy, Latouche afirmou que o PIB também não inclui a saúde das crianças, a beleza da poesia, a solidez do casamento, a integridade, a inteligência e a sabedoria de um povo. “Mede tudo, menos o que faz com que a vida valha a pena de ser vivida”, resumiu.
Por isso, com o passar do tempo, ao experimentarmos que o consumo não faz a felicidade, vivemos uma crise de valores. Algumas tentativas de superar essa mensurabilidade econômica foram, por exemplo, o Genuine Progress Indicator (Indicador de Progresso Autêntico), proposto pelo economista norte-americano Herman Daly, levando em consideração as perdas causadas, por exemplo, pela poluição e pela degradação do meio ambiente. Outra proposta foi a da ONG New Economics Foundation, que, cruzando os resultados das enquetes das organizações da ONU sobre o que os anglo-saxões chamam de sentimento do bem-estar vivido (satisfação subjetiva, esperança média de vida e pegada ecológica per capita), chegaram a um Happy Planet Index (Índice do Planeta Feliz).
Segundo Latouche, também emergiu novamente uma ideia de economia civil da felicidade, desenvolvida a partir dos EUA e que tomou um novo curso na Itália. Para o pensador francês, os teóricos dessa corrente reabilitam uma certa forma de sobriedade, unindo-se a outros movimentos, como o do decrescimento. Mas – e essa é também a sua crítica – veiculam uma certa ambiguidade, deixando sobreviver o “corpo moribundo” daquilo que pretendem destruir: ou seja, uma mentalidade que tudo calcula. Abolindo a fronteira entre o econômico e o não econômico, afirmou Latouche, a teoria da economia civil deixa o caminho aberto a uma forma de pane da economização de tudo, que já estava na ideia de Malthus, tentando incluir dentro dos cálculos o que é incalculável.
Crise de valores
Em síntese, o que essas tentativas demonstram, afirmou Latouche, é que “a sociedade dita desenvolvida, da opulência, se baseia em uma produção massiva, mas também em uma perda de valores”. Assim, retomando um conceito caro a um teólogo amigo seu, Raimon Panikkar, é necessária uma metanoia, ou seja, questionar profundamente o mito do progresso indefinido. É preciso “resistir ao imperialismo da economia para reencontrar o social”. “O que realmente conta na vida não se mede”, sintetiza Latouche.
Portanto, como encontrar a felicidade dentro da frugalidade convivial? Para isso, Latouche reatualiza a intuição do teólogo Ivan Illich, ainda dos anos 1970, do termo convivialidade, que, de certa forma, encontra-se em sintonia com a proposta andina do bem-viver (sumak kawsay), que, afirma, “tem mais coerência do que os economistas, que tentam medir o que não é mensurável”.
Felicidade, para Latouche, é a “abundância frugal em uma sociedade solidária”. Uma prosperidade sem objetivo, uma sobriedade voluntária, segundo Illich. “O projeto de decrescimento que queremos – slogan para marcar uma ruptura com essa lógica do “sempre mais”, do crescimento indefinido – é uma saída do ciclo infernal da criação de necessidades e produtos”.
Esse conceito – decrescimento – nasceu em março de 2002, a partir do colóquio da Unesco “Desfazer o desenvolvimento, refazer o mundo”. Foi a última aparição pública de Ivan Illich. Em síntese, contou Latouche, chegou-se à conclusão de que é preciso combater o desenvolvimento sustentável, que é uma contradição em termos, porque o desenvolvimento “nada mais é do que uma transformação qualitativa do crescimento, e um crescimento infinito é incompatível com um mundo finito”, afirmou. “Quem acredita nisso ou é louco ou é economista”.
Futuro sustentável
Se o desenvolvimento é uma “palavra tóxica”, Latouche prefere falar de um “futuro sustentável da vida”. E esse, sim, é possível. Por isso, a proposta do decrescimento é a da autolimitação e simplicidade voluntárias, da abundância frugal, da reabilitação do espírito da doação e da promoção da convivialidade. Se na década de 1960 se falava de círculos virtuosos do crescimento, é necessário um círculo virtuoso do decrescimento. Uma “mudança de software”, ilustra Latouche, uma mudança “daquilo que os marxistas chamavam de superestrutura, que leva a uma mudança da infraestrutura”.
E ele propõe, para isso, oito passos:
  1. reavaliar
  2. reconceitualizar
  3. reestruturar
  4. realocar
  5. redistribuir
  6. reduzir
  7. reutilizar
  8. reciclar
Assim, será possível sair do paradigma que nos dominou há dois séculos, o “paradigma da economia”. “Tendemos a ver tudo sob o prisma da economia, que, no entanto, é muito recente e limitado a uma única cultura, uma dentre outras: o Ocidente”. Por isso, para ele, outra contradição em termos é a economia solidária. Em nível teórico, explicou, “é um oximoro, assim como o desenvolvimento sustentável. A economia existente não é solidária, é baseada na avidez, no lucro máximo. Caso contrário, estamos no social, no político, na solidariedade, baseada na lógica da troca, da doação”.
Portanto, sair dessa economicização, para Latouche, é uma conversão ao contrário. “Temos uma relação religiosa com a economia. É preciso nos tornarmos ateus e agnósticos do crescimento. É preciso reencontrar a abundância perdida”. Descolonizar e deseconomizar o imaginário é “redimensionar o papel do econômico no social”, limitar a avidez, limitar o “greed is good” das escolas de administração. É, em suma, reapropriar-se, enquanto sociedade, das três bases do capitalismo: o trabalho, a terra e o dinheiro. “Não é abolir o capitalismo – esclarece Latouche –, é mudar o nosso software, a nossa educação, é possibilitar regulações, hibridações e proposições concretas para chegar à abundância frugal”.
Para ajudar nessa “reformatação”, não basta seguir a “via” do decrescimento. Latouche prefere falar do “tao do decrescimento”, palavra chinesa que, além da dimensão de caminho, percurso, remete também à ética. “Não é possível encontrar a felicidade sem restringir e limitar os nossos desejos – a autolimitação que se encontra nos ameríndios, na África, no passado do Ocidente, no epicurismo. Todas as sabedorias do mundo têm essa ideia fundamental”, explica. É necessário, hoje, dominar o que os gregos consideravam como o perigo por excelência: a hybris, a desmedida.
Aceleração do decrescimento?
Em pleno andamento de um “plano de aceleração do crescimento”, Latouche tem esperança no Brasil. Para ele, o país foi um “precursor do decrescimento”, a partir das propostas nascidas em Porto Alegre, de um outro mundo possível, ou em figuras como Chico Mendes, ou no Manifesto Ecossocialista de Belém, que, segundo Latouche, está bastante próximo das ideias do decrescimento. “O Brasil tem todas as condições favoráveis para uma transição para uma sociedade da abundância frugal”. Para isso, basta superar as condições psicológicas limitadas à colonização do imaginário em torno da economia e do crescimento.
No fim do debate, para os interessados em aprofundar a reflexão, Latouche indicou o site da revista acadêmica Entropia (www.entropia-la-revue.org), dedicada ao estudo do decrescimento, que contém contribuições em francês, inglês, espanhol, italiano e também em português.
A programação do com a presença de Serge Latouche continua nesta terça-feira com a palestra Por outro modo de consumir: Descrição de algumas experiências alternativas, das 16h às 18h, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU. O restante da programação, que vai até a próxima sexta-feira, dia 25, pode ser conferido aqui.
(Por Moisés Sbardelotto)
(Ecodebate, 24/11/2011) publicado pela IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.
[IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.]
[ O conteúdo do EcoDebate é “Copyleft”, podendo ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

Nota do EcoDebate: sobre o mesmo tema sugerimos que leiam, também:
O Planeta necessita que mudemos de modelo de vida. Entrevista com Serge Latouche
Decrescimento ou barbárie! Entrevista especial com Serge Latouche
Sociedade do decrescimento: Como se faz uma revolução cultural. Artigo de Serge Latouche
Decrescimento: ‘Um crescimento infinito é incompatível com um mundo finito’, por Serge Latouche
‘Para construir uma sociedade convivial, é preciso sair do consumo massivo de energia’, por Serge Latouche
Decrescimento: Precisamos ultrapassar a economia e sair dela. Entrevista com Serge Latouche
Pensar diferentemente. Por uma ecologia da civilização planetária, entrevista com Serge Latouche
Como construir uma nova sociedade da abundância. Artigo de Serge Latouche

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Poda da Pereira no sítio em Montenegro


antes da poda, copa fechada
Aproveitei o sábado para realizar uma poda na pereira mais antiga que temos no sítio.
após a poda, copa mais aberta



Com auxílio de uma moto serra, consegui retirar alguns galhos da parte central, como podem ver nas fotos. Detalhe: com esta ferramenta gastei 10 minutos no trabalho, se fosse utilizar um serrote de poda, o tempo seria 5 vezes maior e o cansaço também.

 Vamos aguardar e avaliar a frutificação.








pomar podado














No pomar de laranjeiras do céu, com idade aproximada de 25 anos, desde de maio colhemos laranjas e podamos as árvores, planejando um rebaixamento das copas.







Neste sábado aplicamos calcário no entorno de cada espécie e como adubação utilizamos biofertilizante produzido por minhocário caseiro que tenho em minha residência. Pretendo aplicar o biofertilizante uma vez por mes e avaliar os resultados.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Acidente no Parque, mata uma pessoa e deixa duas feridas!

Árvores caem todos os dias. Mas em áreas de grande circulação de pessoas torna-se um perigo de vida; ainda mais exemplares gigantes de eucalipto.Há anos discuto o planejamento no plantio de árvores em porto alegre, isto quer dizer, plantio de espécies de porte adequado as ruas e parques, remoção de grandes exemplares, isso tudo com divulgação para a comunidade e contando com sua ajuda.

No entanto, hoje em porto alegre, quando poda-se ou corta-se uma espécie vegetal, o galho cai no chão, a prefeitura já está ali para notificar. Enquanto se você fizer o pedido de vistoria, espera meses por um técnico da prefeitura.
Quantas árvores já cairam nesta cidade e a prefeitura já tinha sido informada. Até no meu trabalho já aconteceu isso, olhem só!!
Falta bom senso e planejamento nesta cidade!



Engenheiros agrônomos analisam estado de árvores da Redenção, em Porto Alegre

De 20 vegetais observados, dois apresentam danos irreversíveis e 16 precisam ser monitorados

Engenheiros agrônomos analisam estado de árvores da Redenção, em Porto Alegre Fernando Gomes/Agencia RBS
Engenheiros Lucianita da Silva e Paulo Zanella foram à Redenção na tarde de domingo Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS
A pedido da Zero Hora, a engenheira agrônoma Lucianita da Silva, especialista em fitossanidade, e o engenheiro agrônomo Paulo Zanella acompanharam a reportagem até a Redenção, em Porto Alegre, na tarde deste domingo. A ida ao parque foi motivada pela morte do juiz Leonir Heinen, 64 anos, atingido pela queda de um eucalipto de 25 metros, que feriu outras duas pessoas. De 20 árvores observadas, duas apresentavam danos irreversíveis — uma delas, um cipreste, está escorada por risco de queda —, e 16 precisam ser monitoradas periodicamente em razão da idade ou de sintomas como ramos secundários mortos, presença de cupins ou brocas (um tipo de inseto) ou erva-de-passarinho (planta parasita).
Leia mais:> Após morte de juiz, empresa vai analisar situação dos eucaliptos em Porto Alegre
> Vítima da queda de árvore era juiz de 64 anos
> Moisés Mendes: "O eucalipto, Joaquim e as escolhas"
Lucianita explica que uma das formas de monitorar a saúde das plantas é retirar galhos mortos e monitorar a brotação de novos ramos — a repetição de sintomas pode indicar que a planta está doente. Do universo analisado, dois exemplares que também precisam de acompanhamento periódico apresentam sinais de que o monitoramento já é feito. Já uma palmeira aparentemente sem problemas foi alvo de vandalismo com uso de fogo.
— Algumas dessas árvores precisam de podas de equilíbrio, para que sejam retirados galhos que deixam a planta mais pesada para um lado. Outras precisam de podas de limpeza, cortando ramos mortos. As pessoas muitas vezes consideram esse trabalho uma agressão. É preciso que todos entendam que podas técnicas são necessárias — comenta a engenheira.
Para o secretário de Meio Ambiente de Porto Alegre, Claudio Dilda, não há motivos para a população entrar em pânico. Ele garante que as árvores da Capital passam por monitoramento constante e considera o acidente de sábado uma fatalidade. Perto de onde o eucalipto despencou, há outros 18 exemplares da mesma espécie e com mais de 50 anos, segundo Dilda. Ao contrário do exemplar que caiu, parte deles traz danos aparentes em razão da presença de insetos ou de plantas parasitas.
O ultrassom, acredita o secretário, ajudaria a detectar se um exemplar aparentemente saudável está oco em razão da ação de insetos. Os exames devem começar pelos locais de maior circulação, como parques, mas nem todos os exemplares serão avaliados. A análise de galhos mortos em laboratório também poderia ajudar a detectar a razão dos danos. A Smam, porém, não realiza este tipo de procedimento:
— O monitoramento é feito pelos servidores. É uma análise mais visual e por detecção. Não há uma prática com esse nível de sofisticação (análise em laboratório).
Hoje, a Smam conta com 30 biólogos, agrônomos e engenheiros florestais que monitoram a situação de cerca de 1,2 milhão de árvores. Em parques como a Redenção, que tem mais de 10 mil exemplares, há equipes fixas. A população também ajuda a identificar problemas. Para Paulo Brack, biólogo e professor do departamento de Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o recomendável seria retirar exemplares de eucaliptos dos locais de grande circulação.
árvore que caiu e matou uma pessoa
— Muitos eucaliptos da Redenção estão crivados com erva-de-passarinho (planta parasita). Os galhos ficam pesados. E grande parte dos exemplares do parque está sob estresse, em um solo pisoteado, compactado, sem adubação — avalia.
Vinte exemplares observados
A pedido de Zero Hora, a engenheira agrônoma Lucianita da Silva, especialista em fitossanidade, e o engenheiro agrônomo Paulo Zanella, donos de uma empresa de consultoria na área, observaram 20 exemplares de árvores da Redenção, a maioria eucaliptos que estavam próximos ao local do acidente de sábado. Árvores no caminho entre o cachorródromo e o arco também foram analisados. Confira:
Eucalipto (13)7 apresentam ramos mortos e devem entrar em programa de limpeza. Com isso, será possível monitorar se novos ramos com problemas irão nascer

1 apresenta erva-de-passarinho, uma planta parasita, no tronco e precisa limpeza

1 apresenta parte do tronco morto, possivelmente em razão da ação de insetos. Não é possível identificar a extensão do dano

1 apresenta danos que podem ter sido causados por insetos, como cupins.

1 apresenta danos por broca (um inseto) e pode ser tratada

2 necessitam de poda de equilíbrio

1 tem sinais de que sofreu ferimentos e precisa de investigação para se descobrir a razão dos danos

1 pode receber escora, pois está pendendo a um dos lados

1 não apresenta danos, mas precisa de monitoramento
Jacarandá (3)2 têm galhos grandes e poderiam receber escoras, mesmo sendo saudáveis

1 tem recomendação de avaliação técnica para verificar a necessidade de instalar escoras nos galhos, apesar de saudável
Palmeira (1)1 sinais de vandalismo (fogo)
Cipreste (1)

1 tem danos visíveis e risco de queda. Está escorado e não é recuperável
Pitangueira (1)

1 planta, nativa do Brasil, com provavelmente mais de 50 anos, não tem sintomas aparentes de danos
Não identificada (1)

1 planta morta, sem galhos. Os especialistas não conseguiram identificar a espécie. Aparentemente, não apresenta risco de queda, mas pode ser retirada

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

As damas do campo



Cinco mulheres, uma coincidência: todas deixaram o diploma universitário conquistado e uma carreira promissora nas grandes cidades e retornaram para o interior. O motivo? O amor pelo campo. Ao tocar os negócios da família na área rural, elas enfrentaram o trabalho braçal, superaram o machismo e se tornaram empreendedoras de sucesso.

Fonte: http://videos.clicrbs.com.br/rs/zerohora/video/donna/2013/08/damas-campo/36845/

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

No Brasil do desperdício, a cada ano, 26,3 milhões de toneladas de comida são jogadas fora



desperdício de comida

O Brasil esbanja recursos naturais. De tudo se perde. A cada ano, 26,3 milhões de toneladas de comida são jogadas fora: volume suficiente para distribuir 131,5 kg para cada brasileiro ou 3,76 kg para cada habitante do planeta. Toda essa comida alimentaria facilmente os 13 milhões de brasileiros que ainda passam fome, nas contas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Poderia ainda facilitar o trabalho do Banco Central no combate à inflação. Com uma oferta maior de produtos, os preços não subiriam tanto e o país poderia até mesmo diminuir a importação de feijão preto da China. Matéria no Correio Braziliense, socializada pelo ClippingMP.

O desperdício de comida provoca mais do que prejuízos financeiros, gera revolta e inconformismo. Ainda assim, o Brasil pouco se mobiliza no sentido de mudar esse quadro aterrador. Desde 1998, a chamada Lei do Bom Samaritano, em alusão a uma passagem bíblica, tramita no Congresso Nacional, e não há previsão alguma para que seja votada. A intenção da proposta é isentar doadores de alimentos de responsabilidade civil e penal, se agirem de boa-fé, na distribuição de comida — semelhante ao que ocorre em países da Europa e nos Estados Unidos.

Enquanto essa lei não é aprovada, o Estado brasileiro pune severamente os doadores. A legislação atual prevê até cinco anos de prisão caso quem receba os alimentos sofra algum tipo de dano em decorrência da comida. Com isso, donos de restaurantes, por exemplo, se sentem obrigados a despejar no lixo as sobras diárias da produção. “É um crime”, define o diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Gustavo Timo.

O ajuste na legislação, segundo Timo, poderia ajudar — e muito — o Brasil a conter o desperdício. “A regra em vigor é completamente inapropriada. Por parte do setor, não falta boa vontade”, insiste o representante da Abrasel, ressaltando que, em outros países, existem programas organizados de doações para evitar que toneladas de comida em bom estado acabem no lixo.

Entraves
Combater a assombrosa perda de alimentos, no entanto, é muito mais complexo. O pesquisador Antônio Gomes, do Centro de Agroindústria de Alimentos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), enumera outros entraves, como o manuseio inapropriado dos produtos no campo, as embalagens inadequadas utilizadas no transporte e o armazenamento ineficaz no atacado.
Aprimorar o escoamento da produção agrícola, sustenta Gomes, aumentaria a oferta de alimentos sem a necessidade de alterar a área plantada. Em determinados casos, como o da banana e o do morango, o desperdício no caminho entre a propriedade e a prateleira do supermercado chega a 40%. “Quem arca com esse prejuízo é o consumidor”, lembra o pesquisador da Embrapa, ao explicar que, no fim das contas, o produto que se perdeu no caminho se converte em aumento de preço.
O desperdício de que fala Gomes é facilmente percebido nas centrais de abastecimento. Por dia, os irmãos Berlândio e Ernandes da Silva jogam no lixo de 50 a 60 caixas de alimentos que, na avaliação deles, não poderiam ser aproveitados. “Às vezes, a comida já chega estragada. Ou então com uma aparência que a gente sabe que a dona de casa não vai comprar”, diz Ernandes.

Vida real
São muitos os brasileiros que, diariamente, ficam de prontidão nas Ceasas espalhadas pelo país, enquanto funcionários separam as frutas e verduras aceitáveis pelo mercado. “A gente fica sentido, porque, mesmo assim, a perda é muito grande. Tanta gente passando fome e nós aqui jogando essa comida no lixo”, desabafa Berlândio.
Desde que contraiu uma trombose na perna e perdeu o emprego de auxiliar de serviços gerais, Cilene de Sousa Rodrigues, 47 anos, vai à Ceasa de Brasília duas vezes por semana garantir os alimentos de casa, onde vive com seis pessoas. “Isso aqui é ouro”, afirma ela, segurando uma maçã retirada de uma caçamba de lixo. “Amanhã é dia de verdura”, avisava ela.
Cilene diz que “muita coisa boa” vai para o lixo. As maçãs descartadas na Ceasa, por exemplo, ela usa para fazer doces e geleias. E ainda distribui o que sobra para vizinhos e o motorista do ônibus que a leva de volta para casa. “Teria vergonha se estivesse roubando ou fazendo coisa errada. Pegar comida do lixo é algo honesto”, comenta a moradora do Recanto das Emas, na periferia da capital federal.
Todos os dias, milhares de pessoas também desperdiçam comida nos restaurantes. Além de não consumirem tudo o que foi produzido pelos estabelecimentos, deixam comida no prato. No restaurante self-service João Rosa, em Belo Horizonte, onde cerca de 350 refeições são servidas por dia — uma média de 120 quilos de comida —, a perda chega a 16% do total produzido, cerca de 20 quilos por dia. Em dinheiro, o prejuízo diário varia entre  R$ 600 e R$ 800. No mês, considerando 20 dias úteis, pode chegar a R$ 16 mil.
Além da comida que sobra no buffet e vai para o lixo, em função das normas da vigilância sanitária que não permitem o reaproveitamento, a sócia-proprietária Catarina das Graças Artur, conta que parte do seu faturamento vai embora com aqueles que colocam a comida no prato, mas não comem. “Cerca de 30% não consomem tudo o que retiram dos recipientes”, afirma. (Colaborou Carolina Mansur)
EcoDebate, 27/08/2013

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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sabão ecológico - Momento Rural

A Associação Caminho das Águas ajuda os catadores de lixo a melhorar a renda familiar. Um dos trabalhos destas famílias é reciclar o óleo de cozinha, confeccionando sabão.

No programa Rio Grande Rural deste final de semana nós vamos aprender com as recicladoras de dois grupos que moram nas ilhas de Porto Alegre, a fazer dois tipos de sabão caseiro: o sabão de limão e o sabão de glicerina com ervas.

Porto Alegre - RS

sábado, 24 de agosto de 2013

TONI BACKES - Paisagismo Ecológico ou Regenerativo




Paisagismo Regenerativo


 
A Toni Backes Paisagismo & Arquitetura em parceria com a Prefeitura Municipal de Nova Petrópolis realizará um evento com temática inédita, contando com a participação de palestrantes de renome internacional.
Entre os temas: a importância do poder das plantas, em todas suas potencialidades de ação e a ligação entre o jardim e as pessoas, seus aspectos sutis, psicológicos e vibracionais.
Tudo isso em uma cidade única no país em paisagem e jardinagem.
 
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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Adubação com Pó de Rocha - Universídade de Brasília



Adubo de pedra


 Tamanho do Texto
Pesquisas em desenvolvimento no país buscam aprimorar a técnica de rochagem, que utiliza o pó de rochas como substituto dos fertilizantes químicos nas plantações

Quando ouve falar em rocha, a maioria das pessoas imagina um obstáculo, um objeto de estudo geológico ou mesmo ornamental. O que poucos sabem, no entanto, é que essa "pedra no caminho" pode ser também um potente fertilizante para a agricultura, rico em nutrientes capazes de desenvolver plantas mais fortes e saudáveis para o consumo humano. E isso tudo a um custo bem mais baixo que o dos produtos usados atualmente.

O Brasil precisa importar 90% dos fertilizantes utilizados na agroindústria, todos químicos.
Isso porque o solo tropical é muito antigo e, por conta do processo dinâmico e natural do tempo, acabou perdendo importantes nutrientes, como potássio, fósforo, cálcio e magnésio, considerados a "base alimentar" das plantas. Uma alternativa para essa escassez e ótimo substituto para os produtos importados é a rochagem, técnica que utiliza o pó de rochas - especialmente das vulcânicas - para fortalecer o solo (veja arte).

As vantagens do método são muitas. Além de dispensar o uso de produtos químicos, a rochagem exige uma recarga de nutrientes do solo a cada quatro anos apenas, enquanto na adubação tradicional ela é feita anualmente. "É a fertilização da terra pela terra", resume Suzi Maria Córdova, pesquisadora da Universidade de Brasília (UNB). Segundo ela, o Brasil tem uma geodiversidade imensa, que pode suprir a demanda de fertilizantes importados.

O grande desafio está em identificar as rochas que contenham os principais nutrientes necessários à agricultura, assim como apontar aquelas com metais que possam contaminar o meio ambiente e, por isso, precisam ser evitadas no processo. "As rochas utilizadas devem ser fontes naturais de fósforo, potássio, cálcio e magnésio, além de possuir uma série de micronutrientes indispensáveis à nutrição vegetal", explica Suzi.

As que apresentam maior potencial para virarem fertilizante são as ricas em minerais silicáticos de solubilidade moderada. De acordo com Éder Martins, pesquisador da Embrapa Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, se o pó de rocha for muito solúvel seus nutrientes se espalham pelo solo e a planta não consegue absorvê-los. "Esse é um dos problemas dos fertilizantes químicos. Eles são tão solúveis que os nutrientes se perdem na terra." Entre as rochas mais utilizadas na rochagem estão a biotita, flogopita, feldspatoides e zeólitas, encontradas em abundância nos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins.

Investimento

Segundo Martins, os estudos sobre a rochagem são uma demanda do governo federal, preocupado em reduzir os gastos com a importação de fertilizantes. Em 2008, o país gastou US$ 10 milhões com esses produtos. A adoção da nova técnica pode representar uma economia de até US$ 7 milhões por ano para os agricultores brasileiros. "A intenção não é acabar com a importação, mas diminuí-la", informa o cientista.

A rochagem ainda consegue aliar dois setores que, tradicionalmente, não possuem interação e são considerados grandes vilões ambientais: mineração e agricultura. O problema do primeiro (excesso de resíduos) pode se transformar em solução para uma necessidade do segundo (fertilizantes). "Os subprodutos ou rejeitos gerados em muitas minerações já se encontram, em sua maioria, triturados ou moídos, o que facilita a incorporação desses materiais aos solos", explica Martins.

Suzi Córdova ressalta que a técnica incorpora vários princípios da agroecologia, uma vez que não tem um foco exclusivo na produção, mas, também, na sustentabilidade ecológica e socioeconômica do sistema de produção. "A rochagem é uma técnica de baixo custo e acessível ao pequeno agricultor, o que viabiliza sua inclusão no mercado."

O Sul do país é a região que mais utiliza o método, por conta da diversidade de rochas ricas em nutrientes na região. Para Martins, é importante analisar a viabilidade econômica de transporte dessas rochas. "A utilização dessa técnica só é vantajosa se as rochas estiverem a uma distância de, no máximo, 200km da fazenda." Isso porque, para cada hectare de plantação, são usadas 2t de pó de rocha. Os cientistas esperam ainda a normatização da tecnologia pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. "É preciso estabelecer uma regulamentação comercial e classificatória dessas rochas, além da criação de créditos para financiar o uso da rochagem", diz Suzi.

O número

US$ 7 milhões

Valor da economia que a disseminação da rochagem pode representar por ano ao país.

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