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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Guandu BRS Mandarim para recuperação de pastagens degradadas





A Embrapa Pecuária Sudeste, em parceria com a Unipasto, apresenta um vídeo com informações técnicas sobre o Guandu BRS Mandarim para recuperação de pastagens degradadas. Em sistemas de integração com braquiária, a leguminosa BRS Mandarim tem contribuído para restabelecer a fertilidade do solo e melhorar o desempenho animal.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Plantio de abacateiros, amendoim forrageiro e semeando feijão guandu

Na sexta-feira realizamos o plantio de mais mudas de abacateiros e pitangueiras no Sítio Nena Baroni, como proposta de erradicação do pinus e substituição por frutíferas nativas e ou exóticas. 
Como adubação verde semeamos o feijão guandu e plantamos algumas mudas de amendoim forrageiro.
Trabalho de formiguinha este plantio e substituição do pinus.
Vamos em frente com a ajuda do amigo Roberto.
Boa semana a todos!
 


PITANGUEIRA
COVA PARA PITANGUEIRA


ZONA RURAL 

A exótica Pinus invadindo 
Rica paisagem com o lago guaíba ao fundo!

sábado, 3 de março de 2018

Uso do Guandu na alimentação de aves





A criação de aves para a produção de carne do tipo caipira, no sistema semi-intensivo, é um dos segmentos da avicultura que tem se mostrado promissor.
A carne produzida apresenta sabor diferenciado, que agrada ao paladar de consumidores à procura de alimentos com maiores atributos de qualidade.
No entanto, o desafio nesse tipo de criação é tornar a produção mais eficiente, ao diminuir os custos com a alimentação, sem perder as características dos produtos.
O aumento na demanda por fontes de proteína e o seu alto custo tem estimulado pesquisas que buscam novas alternativas para substituir as tradicionais fontes proteicas, principalmente a do farelo de soja.
O feijão guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.] é uma dessas alternativas, pois apresenta boas quantidades de proteína bruta, que variam entre 22 e 27%. 2011). Além disso, é uma leguminosa resistente à seca, fator importante para sua cultura em regiões semiáridas.

sábado, 14 de outubro de 2017

Uso do Guandu na alimentação de aves





A criação de aves para a produção de carne do tipo caipira, no sistema semi-intensivo,

é um dos segmentos da avicultura que tem se mostrado promissor.
A carne produzida apresenta sabor diferenciado, que agrada ao paladar de consumidores à procura de alimentos com maiores atributos de qualidade.



No entanto, o desafio nesse tipo de criação é tornar a produção mais eficiente, ao diminuir os custos com a alimentação, sem perder as características dos produtos.
O aumento na demanda por fontes de proteína e o seu alto custo tem estimulado pesquisas que buscam novas alternativas para substituir as tradicionais fontes proteicas, principalmente a do farelo de soja.



O feijão guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.] é uma dessas alternativas, pois apresenta


boas quantidades de proteína bruta, que variam entre 22 e 27%. 2011). Além disso, é uma leguminosa resistente à seca, fator importante para sua cultura em regiões semiáridas.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A adubação verde é usada para recuperar solos

Extráido do blog pomar doméstico

Feijão Guandú
O Cajanus cajan (L) Hunth é uma leguminosa originária da África Tropical, arbustiva, de flor amarela e folhas trifoliadas. Prefere climas quentes e úmidos; vegeta e produz bem em vários tipos de solo, não sendo exigente em fertilidade.
A adubação verde é usada para recuperar solos com baixa fertilidade. Essa técnica consiste na rotação ou no plantio consorciado de culturas. É feita sem nenhum outro tipo de adubação. Planta-se espécies vegetais específicas, que  são roçadas e depois incorporadas à superfície do terreno. O importante é que a terra não fique sem cobertura vegetal. O ideal é usar o plantio consorciado, ou seja, plantar em conjunto com a planta da cultura principal uma espécie cujas características sejam:
– plantio  simples, através de sementes;
– plantas cujas raízes atinjam camadas diferentes do solo.

No pomar, pode-se plantar junto com as frutíferas o feijão Guandu, que é uma planta subsoladora e que também pode ser consorciada com a banana e o milho.

O uso da adubação verde beneficia a terra em função da ação de suas raízes, que ajudam na formação de numerosos canais por onde passam o ar e a agua. As leguminosas apresentam pequenos nódulos nas raizes que tem o  importante papel de retirar o nitrogênio do ar e transformá-lo em alimento para as plantas .
COMO PLANTAR
GuanduPlantio: início das chuvas
Colheita: fim da estação seca. A massa a ser incorporada ao solo deve ser cortada quando começar a formação das primeiras vagens.
Mucuna-PretaPlantio: início das chuvas
Colheita: inicio da formação das primeiras vagens.
Mucuna-AnãSemeadura: Início das chuvas, com espaçamento de 50 cm entre linhas, plantando 10 sementes por metro linear.
Colheita: inicio da formação das primeiras vagens.
CrotaláriaSemeadura: Início das chuvas, com espaçamento de 50 cm entre linhas, plantando 30 sementes por metro linear.
Colheita: Fim das chuvas.
TremôçoSemeadura: Depois do início das chuvas, com espaçamento de 50 x 20 cm entre linhas, semeando nas entrelinhas de culturas como o milho, a cada 20 cm.
Colheita: A ramagem deve ser ceifada com rolo-faca logo após o florescimento.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Feijão Guandu , mais uma planta recicladora do solo !




É uma leguminosa de verão de porte alto e ciclo semi-perene. Tem como forte característica o sistema radicular agressivo e robusto que cresce em profundidade, reciclando nutrientes e descompactando solos adensados, fazendo uma subsolagem “biológica”
É rústica e se desenvolve bem em solos de baixa fertilidade, por isso é utilizada na recuperação de solos degradados. 
É usada também como cerca viva ou quebra vento em culturas perenes e no plantio de mudas no campo, evitando a radiação solar direta. 
Excelente forrageira para alimentação de animais, inclusive fornecendo forragem rica no período mais seco. Grande produtora de biomassa e fixadora de nitrogênio



Espécie - Cultivar - Família
Nome ComumGuandu-forrageiro (Arbóreo)
CultivarCaqui e IAC/Fava-larga
Nome CientíficoCajanus cajan
FamíliaFabaceae (Leguminosa)
Características da Espécie
Massa Verde (t/ha) (*5)20 a 40
Massa Seca (t/ha)(*5)5 a 9
N (kg/ha) (*5)120 a 220
Altura (m) (*5)2,0 a 3,0
Hábito de CrescimentoArbustivo ereto
Ciclo até o florescimento (dias) (*6)150 a 180
PMS (Peso de 1.000 Sementes) (g)110 a 130
Semeadura
Profundidade (cm)2 a 3
Em LinhaEspaçamento (m)0,50
Sementes/metro linear18 a 20
Densidade (kg/ha) (*2)50
A lançoSementes / m²45 a 50
Densidade (kg/ha)60
ÉpocaIdeal (*3)Out a Nov
Possível (*4)Set a Mar

Fonte: Piraí sementes

terça-feira, 10 de novembro de 2020

PLANTAS MELHORADORAS OU RECUPERADORAS DO SOLO 1 - EMBRAPA


Boa semana! Você quer recuperar seu solo do pomar , da horta ou do jardim?? Utilize estas plantas, a natureza agradece. Sou fã do amendoim forrageiro, ele suporta geadas fortes ( veja nas fotos abaixo).
Depois eu publico as outras plantas, deste folder da EMBRAPA.

alexandre


Eng. Agrônomo

Plantas melhoradoras são aquelas que proporcionam melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. As leguminosas destacam-se entre as espécies vegetais que podem ser utilizadas como plantas melhoradoras do solo, pela sua característica em obter a quase totalidade do nitrogênio que necessitam, por meio da simbiose com bactérias específicas, as quais, ao se associarem com as leguminosas, utilizam o nitrogênio atmosférico transformando-o em compostos nitrogenados; além disso, apresentam raízes geralmente bem ramificadas e profundas, que atuam estabilizando a estrutura do solo e reciclando nutrientes.
Trabalhos de pesquisa com fruteiras (banana, citros, mamão e maracujá) têm mostrado efeitos benéficos da utilização de leguminosas nas entrelinhas, como plantas melhoradoras do solo.
Entre as leguminosas estão o feijão-de-porco, o guandu, a crotalária, o caupi, o kudzu tropical, a mucuna preta e o amendoim forrageiro.

7. Amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krap. & Greg.)

É uma leguminosa nativa do Brasil, perene, de crescimento rasteiro, de clima tropical e subtropical, recuperando-se depois de geadas fortes e suportando secas moderadas. Apresenta altura média de 0,20 a 0,40 m e raiz pivotante. Adapta-se em solos argilosos e arenosos, porém produz maior massa vegetal nos solos mais férteis.

Essa leguminosa, que apresenta boa tolerância ao sombreamento e ao pisoteio, é indicada para cobertura permanente do solo em culturas perenes, como fruteiras, objetivando controlar erosões, competir com plantas invasoras e fixar nitrogênio atmosférico (60 a 150 kg de N/ha/ano). É também utilizada como forragem, tanto pelo alto teor de proteína (150 a 220 g/kg), quanto por ser tolerante ao pastejo.

O plantio pode ser feito a lanço, em linhas ou em covas, manual ou mecanicamente. Aprofundidade de semeadura deve ser de 0,02 a 0,05 m, e a densidade da semeadura vai depender da qualidade das sementes, podendo ser em covas espaçadas de 0,50 em 0,50 m. Como a sua semente, e também a da maioria das leguminosas, apresenta uma cobertura impermeável à penetração de água, impedindo a germinação, além de ser de difícil obtenção, recomenda se a propagação por mudas (40.000 mudas/ha).

6. Mucuna preta (Stizolobium aterrimum Piper & Tracy)

 
É a espécie de mucuna mais conhecida no Brasil, tem ciclo anual, é robusta, de c rescimento indeterminado, com hábito rasteiro e emite ramos trepadores. É uma leguminosa rústica, de clima tropical e subtropical , resistente a temperaturas elevadas, à seca, ao sombreamento e ligeiramente resistente ao encharcamento temporário do solo. Adapta-se a solos ácidos e com baixos teores de nutrientes.

Produz 40 a 50 t de massa verde/ha, é bastante utilizada como adubo verde, fixando de 170 a 210 kg de N/ha, além de atuar na diminuição da multiplicação de populações de nematóides. Quando intercalada com culturas perenes, a mucuna deve ter seus ramos manejados, para que não subam nas plantas, prejudicando o
desenvolvimento destas. Além disso, pode ser utilizada como forragem ou grãos triturados, como suplemento protéico na alimentação animal.

A semeadura pode ser realizada em linhas, no espaçamento de 0,50 m, com quatro a oito sementes por metro linear (60 a 80 kg de sementes/ha). No plantio em covas, espaçá-las em 0,40 m, colocandose duas a três sementes por cova. Caso o plantio seja a lanço, utilizamse em torno de 10 sementes/m2 com uma densidade 20% superior.Recomenda-se a escarificação das sementes com areia, para quebrar a dormência.

1. Feijão-de-porco [Canavalia ensiformis (L) DC]

É uma leguminosa rústica, anual ou bianual, de clima tropical e subtropical, não suportando geadas fortes. Apresenta crescimento inicial relativamente rápido, sendo resistente a altas temperaturas e à seca e tolerante ao sombreamento parcial. Adapta-se tanto aos solos argilosos quanto aos arenosos.
É eficiente na cobertura do solo, apresentando efeito supressor e/ou alelopático em plantas invasoras, principalmente no difícil controle da tiririca (Cyperus rotundus). Produz de 20 a 40 t de massa verde/ha e fixa de 80 a 160 kg de N/ha, dependendo da idade da planta, tipo de solo, clima, época e densidade de semeadura. Os grãos ou vagens podem ser consumidos cozidos ou em conserva pelo homem, apresentando sabor agradável e grande valor nutritivo. É suscetível ao ataque de nematóides.

A semeadura pode ser feita em linhas, no espaçamento de 0,50 m, com 5 a 6 sementes por metro linear (cerca de 130 a 160 kg de sementes/ha). No caso do plantio em covas, recomendam-se duas sementes por cova, distanciadas em 0,40 m. Se o plantio for a lanço (8 sementes/m2), gasta-se em torno de 20% a mais de sementes.

2. Guandu [Cajanus cajan (L) Millsp.]

É uma leguminosa arbustiva, anual ou semi-perene, com vida de até três anos, quando podada anualmente. É uma planta resistente à seca, sendo suficientes 500 mm anuais de chuva para seu desenvolvimento. É pouco exigente em nutrientes, desenvolvendo-se bem tanto em solos arenosos quanto nos argilosos; contudo, não tolera excesso de umidade nas raízes.

Apresenta alta produção de massa verde (20 a 30 t/ha) e seu sistema radicular pivotante tem grande capacidade de reciclar nutrientes e penetrar em solos compactados e adensados. Como adubo verde, deve ser podado no pré-florescimento (140 a 180 dias), fixando de 90 a 170 kg de N/ha. Além disso, essa leguminosa fornece forragem com mais de 200 g de proteína por quilo e os grãos podem ser utilizados tanto na alimentação humana quanto animal.

A semeadura pode ser feita em linhas, no espaçamento de 0,50 m, com 16 a 25 sementes por metro linear (50 kg de sementes/ha). No caso de plantio em covas, recomenda-se duas a três sementes por cova, distanciadas em 0,20 m. No plantio a lanço, recomendam-se 40 sementes/m2, com densidade de 60 kg/ha.


Referências bibliográficas

CALEGARI, A. Leguminosas para adubação verde de verão no Paraná. Londrina: IAPAR, 1995. 118p. (IAPAR. Circular, 80).

MONEGAT, C. Plantas de cobertura do solo: características e manejo em pequenas propriedades. Chapecó: ACARESC, 1991. 337p.

PIRAÍ SEMENTES (Piracicaba, SP). Adubação verde. Piracicaba: Dezembro/2004

Ana Lúcia Borges
 Luciano da Silva Souza
 José Eduardo Borges de Carvalho










Tiragem: 1000 exemplares

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

UTILIZAÇÃO DE LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS



amendoim forrageiro

Fonte: site ceplac
1. INTRODUÇÃO
A Introdução de leguminosa na pastagem, promove incrementos na produção animal, pelo aumento da qualidade e da quantidade da forragem em oferta, resultante não só da participação da leguminosa na dieta do animal mas também dos efeitos indiretos relacionados com a fixação biológica de nitrogênio e seu repasse ao ecossistema de pastagem.
Nas últimas duas décadas as pesquisas com leguminosas forrageiras no Brasil ganharam impulso nunca antes registrado. Centenas de novos acessos de leguminosas, de diferentes origens foram avaliados em ensaios individuais ou em redes nacionais ou internacionais. Em 1983 a Embrapa Cerrados lançou os cultivares Stylozanthes guianensis cv. Bandeirantes e S. macrocephala cv. Pioneiro). O Instituto de Zootecnia de São Paulo em 1994 liberou a Macrotyloma axilares cv. Guatá e Galactia striata cv. Yarana. Desmodium ovalifolium cv. Itabela foi lançada pela Ceplac, Ilhéus-BA em 1987 e a Embrapa (Gado de Corte), lançou em 1993, o Stylosanthes guianensis cv. Mineirão e. em 2000, lançou o estilosantes Campo Grande, cultivar multilinha formado por 80 % de S. capitata e 20 % de S. macrocephala.
Arachis pintoi (Krap. e Greg.), na última década vem merecendo grande atenção da pesquisa e de empresas produtoras de sementes. O acesso BRA 0013251 foi liberado comercialmente em 1987 na Austrália como cultivar Amarillo, na Colômbia como cv. Maní Forrageiro Perene, em 1994 em Honduras como cv. Pico Bonito e no Brasil, vem sendo comercializado como a cv. MG 100. Avaliações agronômicas e sob pastejo, realizadas pela Ceplac no Sul da Bahia resultaram no lançamento em 1999, do A. pintoi cv. Belmonte (BRA 0311828), bastante produtivo e persistente, embora com baixa produção de sementes. Além desses lançamentos, espécies como o Calopogonio muconoides (calopogônio) Pueraria phaseoloides (cudzú tropical) Neotonia wightii (soja perene) e Leucena leucocephala (leucena) há mais tempo no mercado, ainda correspondem nesta ordem de citação, à grande fatia do volume de sementes de leguminosas comercializadas no Brasil.
A baixa persistência das leguminosas na pastagem tem sido citada como a principal limitação à sua inclusão nos sistemas de produção ou até mesmo à continuidade das pesquisas necessárias ao lançamento de novos materiais. Felizmente, existem em nosso meio alguns casos de sucesso suficientes para estimular produtores e técnicos na recomendação do uso de leguminosas e melhorar a produtividade e a sustentabilidade da pastagem.
2. BENEFÍCIOS DO USO DE LEGUMINOSAS
2.1 Melhora a produção de leite e carne
A principal expectativa do uso de leguminosas em pastagens é a melhoria da produção animal em relação à pastagem de gramínea exclusiva com redução dos custos de produção, quando comparados com estas mesmas pastagens submetidas à adubação com nitrogênio mineral. Este benefício é reportado como sendo efeito da participação direta da leguminosa melhorando e diversificando a dieta do animal e também do aumento da disponibilidade de forragem pelo aporte de nitrogênio ao sistema, através da sua reciclagem e transferência para a gramínea acompanhante.
A produtividade da pastagem consorciada tem variado de 231 a 610 kg/ha, enquanto em pastagem de gramínea exclusiva tem se obtido de 117 a 475 kg/ha. Na produção de leite os benefícios das leguminosas também são significativos. A consorciação de capim pangola com C. pubescens ou adubação nitrogenada apresentaram aumentos na produção de leite de 15% e 18%. A inclusão de A. pintoí em pastagens de gramíneas promoveu acréscimos de 17 a 20% na produção de leite. Os resultados têm variado com o valor nutritivo da leguminosa consorciada.
A produtividade de pastagens consorciadas só ultrapassa a obtida em pastagens em monocultivo de gramínea, quando os níveis de N aplicados são baixos, sendo a presença da leguminosa equivalente a 100 kg/ha de N. Esta equivalência pode ser verificada em trabalhos desenvolvidos no sul da Bahia, onde não se obteve diferença significativa entre a presença das leguminosas e adubação com 90 kg/há e com 150 kg/ha de N, em pastagens de Brachiaria spp. Para utilização de dosagens mais elevadas de nitrogênio, a produção de pastagens com leguminosas possivelmente, será menor. Mas as respostas não podem ser dadas unicamente pela produção animal. Além dos custos, os benefícios adicionais sobre o conservação ambiental devem ser levados em conta.
A magnitude do desempenho animal em pastagens consorciadas está diretamente relacionada com a proporção da leguminosa na pastagem. Em trabalho realizado na Colombia verificou-se, que a produção animal em pastagens de B. humidícola consorciado com A. pintoí, onde a proporção da leguminosa era de 30% foi o dobro da observada em pastagem só de gramínea (LASCANO,1944). Em outra pastagem com a mesma consorciação, mas com apenas 10% de Arachis, o ganho do peso aumentou em somente 35%. A presença de S. guianensis cv Mineirão em pastagem de B. decumbens na proporção de 28,7% , proporcionou ganho de peso de 464 kg/há, mas quando associado ao B. brizantha cv Marandu, onde a proporção da leguminosa na pastagem era de apenas 11,9 % o ganho de peso foi de 352 kg/há (ALMEIDA et al., 2001 a , ALMEIDA et al.,2001 b).
2.2. Melhora o valor nutritivo do pasto e da dietaO melhor desempenho animal em pastagens consorciadas é explicado por apresentarem em geral melhor valor alimentício em relação às gramíneas. Maiores níveis de proteína bruta (PB) e de digestibilidade são os atributos mais marcantes. Em ensaio sob corte realizado em Itabela, BA, durante dois anos e com avaliações realizadas nos períodos de maior e menor precipitação, contemplando 18 acessos de leguminosas e dez acessos de gramíneas, obteve-se teores médios de PB de 18,8% e 11,5%, com amplitudes de 13,6 a 24,6% e 7,8 a 14,5%, respectivamente para leguminosas e gramíneas. (PEREIRA et al.,1995).
Verifica-se ainda que de uma maneira geral a presença de leguminosa promove melhoria nos níveis de proteína bruta da gramínea acompanhante, mesmo quando comparada à adubação nitrogenada, Em trabalho realizado na Ceplac, verificou-se que a MS verde em oferta de B. decumbens consorciada com Pueraria phaseoloides tinha teor de PB de 9,5%, superior a pastagens adubadas com 90 kg/ha de N, cujo valor era de 7,6 % (PEREIRA , et al., 1990).
A digestibilidade das leguminosas tropicais no pasto em oferta via de regra é maior que das gramíneas, mas observa-se diferença entre espécies ou cultivares. O desmodio cv. Itabela pela seu elevado teor de taninos apresenta digestibilidade igual ou inferior à algumas gramíneas, mas o amendoim forrageiro, leucena, soja perene apresentam digestibilidade superior a todas as gramíneas tropicais. A baixa disponibilidade, altos teores de tanino e outros fatores antiqualitativos têm contribuído para reduzir a palatabilidade e a preferência de leguminosas pelos animais. Muitas delas requerem um período de adaptação prévio para serem consorciadas, como é o caso da cv. Itabela.
3. EFEITO DO MANEJO NA PERSISTÊNCIA DE LEGUMINOSAS NA PASTAGEM
De uma maneira geral as leguminosas tropicais são mais sensíveis que as gramíneas a aumentos na pressão de pastejo. Este fato tem contribuído para formar um consenso entre pesquisadores de que pastagens consorciadas são mais recomendadas para uso extensivo e que sob regime de pressões de pastejo mais altas, as leguminosas tenderão a desaparecer. Porém, tem se observado que os efeitos da pressão de pastejo sobre a persistência das leguminosas dependem dos mecanismos de persistência da planta e do grau de seletividade exercida pelo animal. Embora algumas leguminosas persistam mesmo sob pressões de pastejo extremas, não se deve perder de vista que a pressão de pastejo ideal é a que mantendo a leguminosa na pastagem, possibilite ao animal colher uma dieta com qualidade e em quantidade suficiente para exteriorizar o seu potencial produtivo.
Em Itabela, BA, a persistência de pueraria ( cudzu tropical), em consorciação com B. brizantha cv. Marandu foi avaliada sob lotações de 1, 2 e 3 nov/ha, em dois sistema de pastejo ( alterno e rotacionado), verificando-se após quatro anos de pastejo que o aumento da TL comprometeu a persistência da leguminosa, permanecendo em proporções satisfatórias somente com 1 nov/ha no sistema de pastejo alternado Quando consorciado com Andropogon gayanus, a Pueraria persistiu apenas por dois anos e somente quando o pastejo era contínuo, participando da pastagem disponível no final deste período com apenas 6% Ensaios conduzidos na mesma localidade, mostraram que Stylozanthes. guianensis CIAT 136 mostrou-se altamente susceptível a aumentos na TL não persistindo por mais de dois anos quando consorciado com A gayanus nem com B. brizantha cv. Marandu . Trabalhos conduzidos pela Embrapa – Gado de Corte, mostraram que, Estilosantes Campo Grande, aumentou sua disponibilidade e proporção na pastagem de respectivamente 958 kg/ha de MS e 23,5 % para 1578 kg /ha de MS e 46,2 %, com o aumento da TL de 0,6 UA/ha para 1,4 UA/ha, com aumentos no ganhos de peso diário até a TL de 1,0 UA/ha.
A persistência de A. pintoi tem sido reportada na literatura mesmo quando submetido a altas intensidades de pastejo. Em ensaio conduzido em Itabela – BA, em pastagem consorciada com B. dyctioneura, submetida a pastejo contínuo, não se observou efeito da TL sobre a oferta de de A. pintoi mas a proporção da leguminosa aumentou em todas as TLs no decorrer do experimento que teve duração de quatro anos. A leguminosa permanece na área até a presente data, estando portanto com 10 anos de persistência. Quando consorciada com B. humidícola nesta mesma localidade, com cargas ajustáveis em função da disponibilidade de pasto, mantinha-se na proporção de 10,2% e 7,6% respectivamente no final do primeiro e segundo anos experimentais. Pesquisadores da Costa Rica em consorciação com capim estrela africana, conseguiram a proporção média de A. pintoi de 37,9% para os dois anos a que se reportam os dados. Dados obtidos em Carimágua, Colômbia em pastagem de B. humidícola + A. pintoi, com duração de quatro anos, onde a disponibilidade de A. pintoi aumentou em 5 a 6 vezes do primeiro para o quarto ano, não se observando efeitos das TLs de 2, 3 e 4 cab/ha sobre esta disponibilidade. Romero e Gonzalez, citados por LASCANO et al. (2002), mostraram que A pintoí , quando em associação com B. decumbens, possibilitou aumento da taxa de lotação de 2,5 UA/há para 4,6 UA/há, enquanto no pastejo na gramínea exclusiva a evolução da TL só foi possível até 3,7 UA/ha.
Portanto, a persistência da leguminosa depende diretamente da pressão de pastejo utilizada. Algumas leguminosas apresentam maior tolerância a aumentos na pressão de pastejo em função de atributos morfogenéticos próprios, enquanto outras são extremamente sensíveis, sofrendo exclusão na maioria das vezes irreversível da pastagem. Os sistemas de pastejo têm influenciado na proporção de leguminosa em algumas pastagens. De uma maneira geral o pastejo contínuo e o alternado, tem favorecido a permanência das leguminosas (LEITE et al., 1982; SANTANA et al., 1993; LASCANO, 1994). O efeito tem sido maior quando se trabalha com forrageiras de baixa palatabilidade e tem sido recomendada como ferramenta de manejo para favorecer a manutenção da leguminosa na pastagem, levando em consideração a variação estacional da oferta de pasto (ROBERTS, 1980).
O ajuste de taxas de lotação e de períodos de descanso/ocupação, através de um sistema de pastejo alternado, em função da oferta de pasto e da proporção da leguminosa, foi recomendado por SPAIN e PEREIRA (1985). Este sistema de manejo, denominado flexível seria recomendado para avaliação de leguminosas sob pastejo, de modo a equilibrar a proporção dos componentes forrageiros das pastagens em função de seus atributos de persistência, palatabilidade e o padrão de precipitação. Além de reduzir os custos dos ensaios, permite manejar a consorciação dentro das faixas de lotação e períodos de descansos adequados, ao equilíbrio dos componentes, tendo ainda como parâmetro de aferição rendimento animal (Figura1).
4. LEGUMINOSAS COM POTENCIAL- QUALIDADES E LIMITAÇÕES
São poucas as leguminosas que atualmente são citadas na literatura com resultados referentes a estágios mais avançados de pesquisas, em simpósios especializados, que sejam objeto de divulgação e que tenham despertado interesse por parte dos produtores ou empresas de sementes. Neste contexto, as leguminosas que no momento tem maior potencial de uso são: Arachis pintoí, S. guianensis cv. Mineirão, Campo Grande (S. capitata e S. Macrocephala), Desmodium ovalifolium cv. Itabela, Pueraria phaseoloides, Calopogonio muconoides, e leguminosas arbóreas/arbustivas, como a Lecaena leucocephala, Cajanus cajans, Gliricidia serpium, entre outras. No entanto, mesmo essas leguminosas têm uso ainda muito restrito, dependendo não só do aperfeiçoamento de técnicas de manejo, como também de maior trabalho de difusão.

No gênero Arachis spp, A.. pintoí, com as cultivares Amarilho e Belmonte e A. glabrata, despontam no momento como as mais promissoras, pela sua qualidade nutricional e persistência sob pastejo sendo motivo de entusiasmo no meio científico e despertando cada vez mais a atenção dos produtores. No entanto não vai ser a solução para todas as situações. A.. pintoí, vem sendo difundida em vários ecossistemas, mas sua adaptação tem sido maior em ecossistemas úmidos ou semi-úmidos, com curta estação seca, como é o caso da Amazônia, Mata Atlântica e tabuleiros costeiros. Em regiões com maior período seco sua utilização pode ficar restrita a várzeas úmidas.
Por outro lado, a literatura revisada aponta algumas demandas a serem pesquisadas, visando maior conhecimento específico dos cultivares já lançados. A dificuldade de colheita de sementes, onerando o preço tem limitado a maior difusão do cultivar Amarilho. A cv. Belmonte com baixa produção de sementes vem sendo disseminada por meio de propagação vegetativa. Apesar disso há notícias de amplas áreas desta cultivar implantadas no estado do Acre e em menor escala nos tabuleiros costeiros da Bahia e Sergipe(observação do autor). No período 2003/04 a Ceplac distribuiu material de propagação para cerca de 1200 produtores em todo o Brasil.
Em alguns casos ajustes de manejo devem ser feitos para evitar que a leguminosa, em face de sua agressividade, domine a gramínea, principalmente quando esta é também de boa qualidade, reduzindo a quantidade de energia disponível para os animais. A lotação contínua parece aumentar a proporção desta leguminosa na pastagem em regiões sem período seco definido. Informações sobre exigências nutricionais e sobre rizobiuns específicos são raras na literatura, requerendo portanto pesquisas. A busca de cultivares mais tolerantes a seca também é necessária. Ações neste sentido estão em curso: diversos acessos de Arachis spp. estão sendo avaliados em rede coordenada pela Embrapa Cerrados, além de estudos que viabilizem a produção de sementes; a Embrapa, Recursos Genéticos está desenvolvendo estudos básicos de genética envolvendo caracterização molecular, enzimática e morfológica de diferentes acessos desta espécie (ANDRADE e KARIA, 2000).
O gênero Stylosanthes spp. com as cv. Mineirão e Campo Grande (S. capitata e S. macrocephala) estão bastante divulgadas como leguminosas adaptadas aos cerrados. O cv. Mineirão tem apresentado baixa aceitabilidade quando associado à Brachiaria spp (ALMEIDA et al, 2001) e baixa persistência quando associado ao cv. Marandu com reflexos na produção animal (ANDRADE e KARIA, 2000). A máximo período de pastejo encontrado na literatura foi de três anos, permanecendo na pastagem na proporção de 10% em média (ALMEIDA et al.,2001). A sua utilização como banco de proteína e recuperação de pastagens degradadas parece ter maior probabilidade de adoção junto ao produtor. O estilosantes Mineirão vem se tornando popular no Brasil, e alguns produtores de sementes estão interessados na divulgação destes cultivares criando expectativas de aumentar o volume de adoção, ainda pequeno (Fazenda Primavera, observação pessoal). Pesquisas adicionais sobres manejo e formas de utilização desta cultivar foram dectadas na literatura revisada. Sobre o multilinha Campo Grande de lançamento recente, há ainda poucas informações sobre sua qualidade e persistência sob pastejo (VALLE, SILVA e SCHUNKE, 2001).
Pueraria phaseoloides e Calopogonio muconoides, têm sido muito utilizados na Amazônia. Com relação a P. phaseoloides, literatura cita persistência de até quatro anos quando consorciadas com Brachiaria spp (SANTANA, PEREIRA e MORENO,1991). São leguminosas que juntamente com Stylosanthes spp podem ser mais utilizadas estrategicamente no período seco.
Desmodium ovalifolium cv. Itabela, tem problema de qualidade influindo negativamente na sua palatabilidade, mas por ser muito persistente, sua presença na pastagem tem mostrado reflexos positivos no ganho de peso dos animais, face a reciclagem de N que beneficia gramínea. Tem atualmente uso restrito ao sul da Bahia, com pouca saída de sementes para outros estados. È recomendada para ecossistemas úmidos e semi-úmidos.
Das leguminosas arbustivas Leucena leucocephala, é a mais estudada e é relativamente bem disseminada em todo o Brasil, tendo o seu uso se consolidado na formação de bancos de proteína. No semi-árido tem sido utilizada como componente do sistema CBL (caatinga, buffel, leucena,). Guandu e gliricidia são menos utilizadas. A primeira tem problema de persistência e a segunda, mais adaptada a ecossistemas úmidos tem palatabilidade de regular a baixa. A Embrapa Cerrados ao longo de vários anos de pesquisas desenvolveu híbridos com tolerância às condições dos solos sob cerrados, tendo como referência de produção a cv. Cunningham (ANDRADE e KARIA, 2001).
4.1 Estratégias de usoA persistência da leguminosa na pastagem é função de características morfofisiológicas da forrageira, portanto genéticas sendo influenciada principalmente, por fatores climáticos e de manejo. Das leguminosas tropicais em uso pouquíssimas têm estas caraterísticas, mas o seu uso não pode ser generalizado Assim, é importante encontrar formas de melhorar o manejo da consorciação visando agregar persistência à leguminosa e/ou definir estratégias para outras formas de utilização das leguminosas com potencial produtivo, mas inadequadas para consorciação direta com as gramíneas disponíveis.
De acordo com a literatura revisada a maiorias das leguminosas não persistem em níveis aceitáveis, por mais três anos. A. pintoí tem sido exceção. Assim, estudos econômicos podem levar à conclusão de que, dependendo de cada caso valerá a pena restabelecer a leguminosa. Esta parece ser uma nova ótica de ver o problema (BARCELLOS et al, 2000). Afinal persistência absoluta não existe nem para pastagens de gramíneas exclusivas.
Outra recomendação seria a utilização de leguminosas na recuperação de pastagens, principalmente através do sistema integrado agricultura e pastagem. Alternativas neste sentido foram apresentadas com associação de leguminosas e cultivos anuais. Esta parece ser uma prática que ganha cada vez mais adeptos, principalmente no centro-oeste, onde a agricultura e pecuária estão mais integradas e onde se concentra a maioria das pastagens degradadas do país. Pesquisas neste sentido precisam continuar, principalmente para indicar quais leguminosas seriam mais adaptadas.
Leguminosas sem atributos para conviver diretamente sob pastejo com gramíneas podem ser utilizadas em bancos de proteína. O estilosantes Mineirão em muitos casos está sendo recomendado para este tipo de uso. As leguminosas arbóreas já são em grande parte utilizadas desta forma, principalmente no nordeste. A utilização para feno ou silagem também são opções sedimentadas, principalmente com estilosantes e leucena.
5. CONCLUSÕES
Os benefícios da inclusão de leguminosas nas pastagens são inquestionáveis. Infelizmente o seu nível de participação nos sistemas de produção pecuários é insignificante. A baixa persistência dos cultivares disponibilizados, é reportada como a principal causa da baixa adoção pelos produtores.
Os fatores que determinam a persistência das leguminosas na pastagem são numerosos e a inter-relação entre eles é complexa e ainda pouco estudada. Fatores inerentes a própria planta, como características morfofisiológicas, adaptabilidade ao ecossistema específico, valor nutritivo e palatabilidade, associados a fatores de manejo são considerados os mais importantes.
O número de cultivares disponível é pequeno e poucos deles estão em uso .e ainda menos têm persistido em consorciação. Estudos sobre estratégias de usos alternativos para leguminosas de baixa persistência sob pastejo, mas que tenham bom potencial forrageiro, com é o caso do estilosantes Mineirão devem ser intensificados. Forrageiras que têm se mostrado persistentes e produtivas como os cultivares de Arachis spp já em uso no Brasil, devem ter seu manejo mais bem estudado para potencializar seu rendimento.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, R. G. A.; NASCIMENTO, JR., D.; EUCLIDES, V. P. B. Pastagens consorciadas de braquiárias com estilosantes, no Cerrado 1. Disponibilidade de forragem, composição botânica e valor nutritivo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, Piracicaba, SP. Anais... Piracicaba: SBZ 2001a, p. 62-63.
ALMEIDA, R. G.; EUCLIDES, V. P. B.; NASCIMENTO JR. D. et al. Pastagens consorciadas de braquiárias com estilosantes, no Cerrado. 2. Consumo, composição botânica e valor nutritivo da dieta. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, 2001, Piracicaba. Anais... Piracicaba: SBZ, 2001b.p.64-65.
ANDRADE, R. P 1997. de; KARIA, CLÁUDIO TAKAU. Uso de Stylosanthes em pastagens no Brasil. In: SIMPÓSIO DE FORRAGEIRAS E PASTAGENS, 2000, Lavras. Anais... Lavras: UFLA/NEFOR, 2000, p. 273-310.
BACELLOS, A. de, O.; ANDRADE, R. P. de.; KARIA, C. T. et al. Potencial e uso de leguminosas forrageiras dos gêneros Stylosanthes, Arachis e Leucaena. In: SIMPÓSIO Trpical Grasslands. 29: 134-141.
SANTANA, J. R. de.; PEREIRA, J. M.; MORENO, R. M. A. Avaliação da consorciação de Brachiaria brizantha (Roxb) Benth, sob pastejo. In: REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 28., 1991. João Pessoa. Anais... João Pessoa: SBZ, 1991, p. 4.
SANTANA, J. R. de; PEREIRA, J. M.; MORENO, R. M. A. et al. Persistência e qualidade protéica da consorciação Brachiaria humidícola – Desmodium ovalifolium cv. Itabela; sob diferente sistema e intensidade de pastejo. Pasturas Tropicales. v. 15, n. 2, p. 2-8. 1993.
SPAIN, J. M.; PEREIRA, J. M. Sistemas de manejo flexible para evaluar germoplasma bajo pastoreo: Una propuesta. In: LASCANO, C.; PIZARRO, E. (eds.) Evaliación de pastos com animales. Alternativas metodologias-RIEPT, Cali, 1985. Cali, Colômbia: CIAT 1985 p. 85-87.
WALLE, L. da C.S.; SILVA, J. M. da; SCHUNKE, R. M. Ganho de peso de bovinos em pastagens de Brachiaria decumbens pura e consorciada com Stylosanthes spp. cv. Campo Grande. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38. Piracicaba, SP. Anais... Piracicaba: SBZ 2001, p. 175-176.

José Marques Pereira

Pesquisador da Ceplac e Professor Titular da Universidade de Santa Cruz

terça-feira, 4 de setembro de 2018

HÚMUS DE MINHOCA




 
FONTE:Coordenação de Agroecologia - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos - organicos.mapa@agricultura.gov.br



O húmus produzido pela minhoca é formado mais rapidamente do que o húmus criado pela ação da natureza com a decomposição de resíduos vegetais e animais.
As minhocas consomem os resíduos orgânicos, que passam no seu trato digestivo e então
se transformam em húmus.
O húmus é muito rico em nutrientes para as plantas, e também em bactérias e microrganismos.
Conhecendo a minhoca!
- A minhoca possui os dois sexos no mesmo animal, mas não se acasala sozinha, precisa
de um companheiro (a);
- A minhoca pode viver de 2 a 16 anos;
- A minhoca estará fértil aos 40 dias;
- A minhoca se reproduz por 9 meses;
- Quatro minhocas adultas geram 1500 minhoquinhas em 6 meses;
- A minhoca consome aproximadamente o seu peso em alimento;
- A minhoca devolve 60% do que consome na forma de húmus.


Ingredientes para preparo do húmus:
- Esterco de vaca, cavalo, galinha, porco ou coelho (50%);
- Resíduos vegetais picados, como palha, leucena, guandu, mucuna-preta, crotalária, bagaço de
cana, grama cortada (50%)
- O esterco e os resíduos vegetais devem se misturados (ver ficha Fertilidade do Solo e Nutrição
de Plantas nº 24 – Minhocário construção).

Dica agroecológica!
Quando o húmus é levado para a terra, também irão os ovos da minhoca. Eles irão eclodir
(estourar) e deles sairão minhoquinhas, que a partir deste momento podem colonizar a terra.

Vantagens do uso do húmus de minhoca:
- Regenera a terra, mantendo-a fértil;
- É rico em matéria orgânica;
- Facilita a entrada de água na terra;
- Mantém a água por mais tempo no interior da terra;
- Aumenta a quantidade de ar na terra (aumenta os poros);
- Fornece nutrientes para as plantas, como o nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre e principalmente
o cálcio;
- Pode ser usada em todas as culturas;
- Aproveitamento dos resíduos da propriedade (folhas, restos de colheitas, etc.);
-Tratamento de fontes de doenças e insetos nocivos que estão nos estercos;
- Não prejudica o meio ambiente.



Importante!

O húmus pode ser produzido pelo próprio agricultor, pelo aproveitamento dos resíduos
orgânicos gerados na propriedade, diminuindo assim a dependência com a aquisição de
insumos industriais, o que acarreta uma redução nos custos de produção.

Dica agroecológica!
A minhoca pode ser utilizada como mais uma fonte de proteína para aves alimentação de aves.

sábado, 22 de setembro de 2012

O coentro decora a convivência com a seca



por Mario Osava, da IPS

IPS13 O coentro decora a convivência com a secaUm camponês de Macururé, município de clima muito seco, em uma área de sua nova horta. Foto: Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada
Jeremoabo, Brasil, 14/6/2012 – Muitos cultivam alface, tomate, cenoura, beterraba e outros vegetais, mas é o coentro a decoração constante nas hortas que ajudam famílias camponesas a suportarem a prolongada seca que novamente afeta a região Nordeste do Brasil. “Pelo sabor” que agrega a “feijão, carnes, macarrão, em tudo”, o coentro tem a preferência, explicou Silvia Santana Santos, uma beneficiária do Projeto Gente de Valor (PGV), que disseminou “quintais produtivos” em 34 municípios da Bahia, nos quais a escassez hídrica alimenta a pobreza.
A inclinação por essa erva estimula a incorporação das famílias a iniciativas que estão melhorando a convivência com o clima semiárido e a forma de vida em 282 comunidades rurais, as mais pobres da Bahia, segundo identificou a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão estatal que executa o projeto. As três principais metas do PGV são instalação de pequenas infraestruturas hídricas para armazenar água de chuva, aumento produtivo e capacitação, com investimento de US$ 60 milhões, metade financiada pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e o restante pelo governo baiano.
“Feijões ninguém compra, mas o coentro sim”, disse Júlio Santos, cujos sete filhos com Silvia Santana ampliaram a população do Sítio Taperinha, hoje com mais de cem famílias, do interior de Jeremoabo, um dos municípios incluídos no projeto, que a IPS visitou. A seca destruiu a plantação de milho e feijão, mas as hortaliças “vendemos a cada 15 dias”, sem interrupção, contou o agricultor, que aceitou abandonar seu cultivo tradicional de grãos, vulneráveis aos riscos climáticos do semiárido, onde vivem 22 milhões dos 198 milhões de brasileiros.
A horta poderá ser a principal atividade da família no futuro, reconheceu Júlio. Sua rentabilidade está assegurada pela irrigação com água de “cisternas de produção” fornecidas pelo projeto. São dois tanques de cinco mil litros cada um, semienterrados para poder recolher a chuva que escorre pelo solo. A seca esgota essa água em dois meses, mas a família Santos conta com uma bomba para se abastecer de um manancial próximo e expandir a horta. Além disso, com ajuda do projeto, começou a produção de mel, interrompida este ano pela seca.
As hortas do projeto somavam 5.644 até fevereiro e “mudaram os hábitos alimentares das pessoas”, reconheceu Gilberto de Alcântara, antigo morador de Curralinho, uma comunidade do município de Itapicuru, 175 quilômetros ao sul de Jeremoabo, a cidade cabeceira principal, que tem 35 mil habitantes. Além disso, “valorizaram as mulheres”, pois são elas que cuidam das terras agrícolas utilizadas em terraços perto de suas casas, segundo Cleonice Castro, jovem ativista comunitária de Jeremoabo e da Pastoral da Infância, da Igreja Católica que ajudou a reduzir a mortalidade infantil no país. E todos se alimentam melhor, acrescentou, “sem venenos, porque não usamos agrotóxicos”.
O “excelente foco nas comunidades mais pobres” e a ativa participação feminina e juvenil são aspectos que fazem Gente de Valor “uma de nossas melhores experiências” em numerosos países, disse Ivan Cossio, gerente de programas do Fida no Brasil. Os mesmos beneficiários se capacitaram para administrar os recursos recebidos “com eficiência e transparência”, acrescentou. Algumas técnicas melhoram a produtividade de hortaliças e outras atividades tradicionais neste meio rural, incrementadas pelo projeto, como criação de caprinos e ovinos, apicultura, produção de castanha de caju, derivados de mandioca, frutas nativas e artesanato.
As hortas, por exemplo, incluem um plástico sob os três terraços habituais para evitar que a água vaze pelo subsolo, e telas para fazer sombra acima, a fim de reduzir a insolação excessiva e a evaporação, explicou Carlos Henrique Ramos, agrônomo da CAR e subcoordenador do PGV. A segurança alimentar e o aumento da renda são as metas produtivas, destacou. Os “quintais produtivos”, com suas cisternas duplas e outros depósitos subterrâneos maiores destinados à água potável, a capacitação em gestão hídrica e a assistência técnica agrícola são as ações mais generalizadas do projeto, que beneficia cerca de 36.500 pessoas diretamente, além de outras 55 mil indiretamente.

Sua execução envolveu oito entidades não governamentais, de atuação local sob orientação do PGV, para atender “os mais pobres entre os pobres”, enfatizou Cesar Maynart, coordenador do projeto. São organizações sociais que integram um amplo movimento de desenvolvimento e difusão de tecnologias de baixo custo e promovem uma forma de vida afinada com o clima semiárido. Um exemplo são as cisternas de 16 mil litros para recolher água de chuva a partir dos telhados das casas, das quais há cerca de 400 mil instaladas no Nordeste. Outra ação do PGV que alivia as secas é o aproveitamento forrageiro das espécies da caatinga, a vegetação típica deste território semiárido do país, e seu armazenamento como se faz com o feno. Isto garante alimento para o gado durante as estiagens mais severas e prolongadas.

“Aprendi muito, não sabia que a moringa é forrageira”, contou Gilberto Alcântara, da comunidade de Curralinho. Trata-se de uma árvore originária da Índia que cresce em terrenos secos e adaptou-se muito bem ao clima nordestino. “Ignorava que o guandu, que conheço desde criança, também serve de forragem”, acrescentou João dos Santos, de 26 anos, agente de desenvolvimento subterritorial (ADS) de Curralinho.  Os ADS são promotores do Projeto Gente de Valor, em geral jovens escolhidos nos subterritórios, como é denominado cada grupo de comunidades participantes.

A forragem feita de plantas locais é primordial, especialmente no município de Macururé, no norte da Bahia, onde são criados caprinos, por sua maior resistência ao clima muito seco. Ali o ADS local, Adriano Souza, coordena um “ensaio agroecológico” que experimenta o cultivo de 17 espécies como forragem. Miguel José dos Santos, de 67 anos, se prepara para “vender tudo o que lhe resta” por temer que a seca se prolongue. São nove vacas, “que valem muito”, cerca de US$ 450 cada uma, mas custa alimentá-las porque “o milho duplicou de preço”, lamentou, enquanto se conforma em criar apenas caprinos. Os camponeses, explicou Ramos, persistem em criar bovinos porque os consideram “uma poupança, uma reserva” para momentos de penúria. Contudo, na seca são forçados a vendê-los a preços baixíssimos. Envolverde/IPS
(IPS)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A importância da matéria orgânica nos solos tropicais, artigo de Raimundo Nonato Brabo Alves

 

artigo


[EcoDebate] Importante ressaltar que o solo é um perfeito laboratório natural. Inúmeros processos biológicos e incontáveis reações químicas nele ocorrem para promover a vida, em equilíbrio dinâmico de sistemas complexos de interação bioquímica. Minerais, água, gazes, animais, microrganismos e vegetais interagem neste sitio biodinâmico denominado solo vivo, ao compasso da variação de temperatura. A interferência do homem para cultivar plantas e criar animais é que promove seu desequilíbrio, dependendo do sistema de manejo.
A importância da matéria orgânica (MA) nos solos tropicais tem sido negligenciada tanto por técnicos quanto por produtores. Nas interpretações de análises de solo é dada maior atenção ao pH do solo para correção com aplicação de calcário e aos níveis de macro e micronutrientes para efeito de adubação química, que ao seu teor de matéria orgânica. Raramente há recomendação de incorporação de matéria orgânica para elevar o seu nível no solo.
Se menos de 1% do total de fertilizantes químicos consumidos no Brasil é aplicado nas culturas e pastagens da Amazônia, o manejo da matéria orgânica assume papel importantíssimo nos solos desse bioma, reconhecendo-se que a biomassa tem sido até então o aporte de nutrientes de importantes cadeias produtivas de diferentes culturas e criações por mais de 40 anos em nossa região.
Nos trópicos com a mesma velocidade que a natureza produz biomassa, com a mesma velocidade decompõe a MO em função da umidade e de temperaturas elevadas. Os solos tropicais apresentam em média de 1-2% de MO, o que corresponde a uma variação de 30 a 60 toneladas de matéria orgânica por hectare na camada de 20 cm de profundidade. Em regiões tropicais, nos primeiros anos de cultivo do solo, mais de 50% da MO pode ser perdida por diversos processos, como a decomposição microbiana e a erosão. Cada vez que o solo perde 1% de MO é liberado em média 17,4 toneladas de CO2 para a atmosfera, que vai contribuir para o aquecimento global, fato que já justificaria o seu manejo, considerando este impacto no meio ambiente. Como exercício, calcule o quanto de CO2 é liberado para a atmosfera, se 74 milhões de hectares já foram antropizados na Amazônia. Mas as vantagens imediatas para o sistema de cultivo reforçam ainda mais a necessidade de conservação da matéria orgânica nos solos tropicais.
Um solo rico em MO tem melhor estrutura e estabilidade em seus agregados, evitando a erosão, favorecendo a retenção de água, reduzindo a compactação do solo pela mobilização excessiva de máquinas e animais e facilitando a infiltração. Tem elevada a sua capacidade de troca de cátions (CTC) e capacidade de troca de ânions (CTA) e melhor disponibilidade de nutrientes para as plantas pela interação de bactérias fixadoras de nitrogênio e de micorrizas, especialmente as de solubilização do fosfato. A decomposição inicial da matéria orgânica pela ação de cupins, ácaros e anelídeos e posteriormente por fungos e actinomicetos imobiliza inicialmente a MO que posteriormente com a mineralização disponibiliza nutrientes para as plantas. Em solos com adequado teor de MO os microrganismos que causam doenças nas plantas são equilibrados por seus inimigos naturais. Nestes solos observa-se que a ocorrência de doenças como podridão radicular é menos frequente.
A tecnologia da roça sem fogo foi sistematizada exatamente para servir de opção a agricultura de derruba e queima, sistema até o momento mais utilizado pelos agricultores para o preparo de área para plantio na Amazônia. Roças sem fogo implantadas na região do Baixo Tocantins mantiveram nas áreas de produção em média 41,58 toneladas de MO por hectare, com produtividade média de 22 t/ha de raiz de mandioca, em municípios como Moju, Acará, Cametá e Abaetetuba no Pará.
AMENDOIM FORRAGEIRO

GUANDU
As leguminosas além de plantas fixadoras de nitrogênio no solo são excelentes produtoras de biomassa. Nos trópicos as leguminosas preferencias para uso como cobertura morta devem ter alta relação carbono/nitrogênio, já que o interesse é retardar a atividade microbiana e manter por mais tempo a cobertura do solo sob a palhada. Podem ser usadas o ingá-cipó (Ingá edulis), a acassia mangium (Cassia mangium) como leguminosas arbóreas e o feijão guandú (Cajanus cajan), a crotalária (Crotalaria juncea) como arbustivas, estas com menor relação carbono/nitrogênio e a mucuna (Mucuna pruriens) e a puerária (Pueraria phaseoloides) como leguminosas de cobertura. Os resíduos das culturas nunca devem ser queimados e sim espalhados em cobertura no solo.
A manutenção da MO nos solos tropicais é condição indispensável para a sustentabilidade da produção agropecuária e a conservação dos solos agrícolas. E a dinâmica de produção de biomassa é a fonte mais abundante de nutrientes para as culturas e criações nos trópicos úmidos.
Raimundo Nonato Brabo Alves é Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental
Links para consulta:

Publicado no Portal EcoDebate, 20/10/2014

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