quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Pasto consorciado aumenta produção de carne em até 40%

Teor proteico elevado contribui para ganho de peso

Marina Salles





Há oito anos, Francisco Militão Matheus Brito começou a ter problemas com morte súbita de pasto em suas propriedades em Alta Floresta (MT), onde cultivava braquiária brizanta, conhecida como braquiarão. “No início era um ponto que secava aqui, outro ali, formava uma reboleira, mas o problema se agravou”, diz.

Passados quatro anos, o pecuarista precisou intervir. Iniciou um processo de reforma de pastagens quando já tinha em torno de 70% da área sob estresse. De acordo com o que se apurou na época, a morte súbita de pasto tem causas múltiplas, entre elas a ação de fungos, encharcamento da terra, superpastejo e mudança de uso do solo. Segundo o Instituto Centro de Vida, ONG que presta entre outros serviços assistência técnica a produtores que precisam reformar a pastagem, diante do comprometimento de 60% da área é necessário iniciar a substituição do capim.  

No caso de Francisco, outra motivação para trocar o brizantão pelo mombaça, capim do gênero Panicum, mais resistente, foi a intenção de aumentar a produtividade. Nos piores estágios de degradação, seu pasto não suportava mais de 0,7 unidades animais/ha. Hoje, ele conta que já alcança a média de 2,5 UA/ha nas áreas ainda em processo de reforma. 

Feita gradativamente, a implantação do mombaça custou R$ 2 mil por ha, incluídos custos com adubação e calcareamento. Não estão contabilizados aí gastos com infraestrutura. “O mombaça é mais exigente quanto aos nutrientes do solo, mas nos trouxe bons resultados e, agora, queremos seguir investindo no uso sustentável da pastagem”, afirma. O plano do criador é fazer testes com consórcios das gramíneas humidícola e estrela africana com amendoim forrageiro. O objetivo é diversificar as opções de pastagem e não ficar refém só de um capim.

“Consórcios de leguminosas com gramíneas são velhos conhecidos de produtores do Acre”, comenta o pesquisador da Embrapa, Judson Ferreira Valentim. No Estado, o surto da morte do braquiarão veio há mais tempo e, hoje, o amendoim forrageiro já é adotado em mais de 138 mil hectares de pastagem. A puerária, outra leguminosa, em mais de 450 mil ha. “Temos que estar preparados para o ataque seja de fungos, cigarrinhas ou lagartas. Fazer isso é ter alternativas para não perder todo o capim”, diz o pesquisador da Embrapa Acre.

Os benefícios do consórcio vão além. “Ele reduz o risco de ataque por pragas e doenças, mas também aumenta a qualidade da forragem, é suprimento nitrogenado para o capim e ainda encurta o tempo de terminação dos animais, diminuindo suas emissões de metano”, afirma Judson. Com a implantação de consórcios assim, o aumento na produção de carne e leite por hectare pode chegar a 40% em relação ao manejo tradicional.

A principal explicação é a melhora na nutrição animal. Por mais bem manejado que seja, o capim mombaça não apresenta teor de proteína bruta maior que 14%. Nas condições ambientais do Acre, o amendoim forrageiro cultivar Belmonte tem teor proteico entre 20 e 25%. Os animais engordam mais rápido e são abatidos mais cedo. “Enquanto em pasto puro o criador abate um boi Nelore após 36 meses, a pasto consorciado consegue abater aos 30. Se for cruzamento industrial, o tempo cai de 30 para 24 meses na média”, afirma Judson.

A alta digestibilidade da leguminosa reduz as emissões de metano em até 30%/kg/carne produzida e influencia no ganho de peso dos animais, diz o pesquisador. Na safra 2013/2014, com o amendoim forrageiro presente em 10% da área de pasto de humidícola, observou-se um incremento de produtividade de 18% no rebanho que ficou em pasto consorciado em relação àquele que ficou em pasto puro, só de gramínea. Em termos reais, o valor saltava de 278 kg/ha, em 101 dias de experimento, para 330 kg/ha. Já na safra 2014/2015, com a leguminosa tendo ocupado 25% da área, o incremento de peso foi de 45% na comparação do primeiro com o segundo grupo. O recomendado pela Embrapa é que a proporção entre capim e leguminosa seja de 70% um, 30% outro, respectivamente.

As combinações de espécies são muitas. Judson explica que o amendoim forrageiro, por exemplo, é mais indicado para a prática da pecuária intensiva do que a puerária. Por ser rasteiro, o amendoim resiste mais ao pisoteio e vai bem em sistemas rotacionados com taxas de lotação de 2 a 2,5 UA/ha. Também é uma planta que gosta de sombra e se desenvolve melhor nos períodos de seca quando consorciada ao capim. “A puerária já é diferente. Mais indicada para sistemas de pastejo contínuo com lotação de 1,5 UA/ha, é uma trepadeira e, se não resiste tanto ao pisoteio, por outro lado, pode ser consorciada com capins mais altos”, diz o pesquisador.
Para fazer a manutenção do pasto, principalmente na pecuária intensiva, o manejo do consórcio depende muito mais da altura do capim que de um tempo fixo de descanso dado aos piquetes (ver tabela abaixo).
Indicadores para uso consorciado de gramíneas com o amendoim forrageiro em sistemas de pasto rotacionado
Tipo de capim
Altura para entrada
dos animais
Altura para saída
dos animais
Brachiaria humidicola 30 cm  10-15 cm
Brachiaria brizantha 40-45 cm  20-25 cm
Estrela africana 40  cm 20 cm
Massai 60-70 cm 30 cm

O uso de variadas espécies é um trunfo com vantagens ilimitadas na mão do pecuarista. “O capim humidícola aguenta bem o pisoteio, o solo infértil, mas é menos nutritivo. Pode, então, ser uma boa opção para colocar vacas secas. No caso de uma boiada de terminação, vale a pena investir num Panicum, seja tanzânia, mombaça, ou cultivares novas, como zuri ou tamani”, indica Judson.
amendoim forrageiro
Quanto aos cuidados com o solo, as leguminosas acabam fazendo a maior parte do trabalho. Fixadoras de nitrogênio, adubam o pasto e promovem uma economia considerável. “Em uma pastagem com 30% de amendoim forrageiro consorciado você consegue incorporar até 60kg/N/ha/ano, o equivalente a 133 kg de ureia por ha”, afirma Judson. “Sem falar que elas não trazem despesas extras com máquinas ou operadores para fazer essa aplicação”, completa.
Custos
Corrigido pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), o custo de um hectare de pastagem consorciada (implantada em 2012) seria hoje de aproximadamente R$1.500. O valor compreende gastos com correção do solo, adubação, mão de obra e insumos.
Plantio das leguminosas
Em se tratando do amendoim forrageiro, o mais comum é que o produtor adquira as mudas e faça o cultivo em pequenos viveiros e sua posterior distribuição na pastagem.
Espécies comumente dispersadas por sementes podem ser plantadas a lanço ou direto no solo. Outra possibilidade é fazer a implantação com a ajuda do gado. “Para o produtor que não tem máquinas ou quer diminuir custos, uma prática válida é misturar sementes na ração. Ainda no rúmen dos animais acontece a quebra da dormência da semente e quando o gado defeca faz a distribuição delas ao acaso”, explica o pesquisador. Havendo um pastejo uniforme das áreas, a técnica se mostra eficiente.
Fonte: Portal DBO

Projeto voltado à sustentabilidade no agro será lançado em conferência internacional!!

 

Fonte: souagro

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
Foto: Sociedade Nacional de Agricultura

Um projeto voltado à sustentabilidade no agro será lançado em conferência internacional. Será durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, que acontece em Sharm El-Sheikh, Egito.

Trata-se do Projeto Rural Sustentável – Amazônia (PRS – Amazônia), voltado ao fomento da agricultura de baixa emissão de carbono. Durante 4 anos, o Projeto atuará no bioma, em três estados brasileiros, apoiando seis cadeias produtivas sustentáveis: açaí, cacau, castanha-do-Brasil, pirarucu (de manejo), peixes redondos e café.

A solenidade acontece no dia 11 de novembro, a partir das 11h40 (horário de Brasília) e 16h40 (horário de Sharm El-Sheikh), no miniauditório do Hub do Consórcio da Amazônia Legal.

Estarão presentes autoridades do arranjo institucional do projeto: o beneficiário institucional da ação Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); o financiador Governo do Reino Unido; o agente financeiro Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); além do executor Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, o IABS. Participam também representantes dos governos dos três estados em que o projeto atuará: Amazonas, Pará e Rondônia.

Projeto faz parte do Programa Rural Sustentável

O PRS – Amazônia faz parte do Programa Rural Sustentável (PRS), que está presente em mais de 20% do território brasileiro. Em sua primeira fase, atuou na Mata Atlântica e na Amazônia. Na segunda – fase atual – desenvolve ações na Caatinga, no Cerrado e retorna sua execução ao bioma amazônico.

Atuando no Brasil em mais de uma década, o PRS é voltado a melhorar a gestão da terra e das florestas por agricultores para o desenvolvimento rural sustentável, redução da pobreza e conservação da biodiversidade, sempre voltado ao fortalecimento da agricultura de baixa emissão de carbono. São cerca de 84 milhões de dólares desembolsados, por meio do Financiamento para o Clima do Reino Unido, em uma área de 1,7 milhão de km², e em mais de 250 municípios do Brasil.

Com Mapa

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Nova cultivar de amendoim tem alto teor de proteína e pode aumentar produção pecuária!!!

 

Débora Damasceno
Débora Damasceno
Viveiro de amendoim forrageiro - Foto: Giselle de Assis - Embrapa

#souagro| A BRS Oquira é uma cultivar de amendoim forrageiro desenvolvida pela Embrapa que é rica em proteína e com alta produção de forragem, a tecnologia é alternativa para intensificar a produção de carne e leite e viabilizar uma pecuária a pasto mais sustentável.

Os estudos mostraram que, em cultivos adubados e irrigados, o teor de proteína bruta na planta chega a 29%, valor que garante alimento de qualidade para o rebanho e melhora a produtividade animal.

 

Resultado de avaliação e seleção de materiais genéticos, a nova cultivar foi testada nas condições de clima e solo de três biomas e, entre outros aspectos, se destaca, principalmente, pela alta concentração de proteína, elevada produtividade de forragem e maior tolerância à seca. As pesquisas de 15 anos contaram com a parceria da Embrapa Cerrados (DF), Embrapa Amazônia Oriental (PA), Embrapa Pecuária Sudeste (SP) e Embrapa Gado de Corte (MS).

A pesquisadora Giselle de Assis, coordenadora do Programa de Melhoramento Genético do Amendoim Forrageiro, da Embrapa Acre, explica que, diferente de outras leguminosas que concentram a proteína nas folhas, o amendoim forrageiro possui elevado teor proteico também nos talos, característica que possibilita uma forragem de alta qualidade. Em experimentos sem adubação e irrigação, a cultivar BRS Oquira apresenta 22% de proteína bruta, teor de fibra em torno de 43% e 68% de digestibilidade de matéria seca (forragem).

 

“Quando adubada e irrigada, o percentual de proteína na planta pode chegar a 29%, com digestibilidade de 75%, valores semelhantes aos da alfafa, uma das leguminosas mais utilizadas no mundo em função da excelência da forragem produzida. Pastagens consorciadas com essa leguminosa fornecem aos animais os nutrientes necessários para a produção de carne ou leite a pasto, aumentam a produtividade do rebanho e ajudam a tornar esses sistemas pecuários mais eficientes e competitivos”, ressalta Assis.

Mais alimento para o gado

Por ser nutritivo e palatável, o amendoim forrageiro pode ser utilizado na dieta de bovinos, equinos e ovinos, sob pastejo direto, em pastos consorciados com gramíneas, em plantios puros que funcionam como bancos de proteína ou fornecido no cocho como forragem verde picada, feno e silagem. A BRS Oquira demonstrou alto desempenho também na produtividade de forragem, em relação a outras cultivares de amendoim forrageiro.

Em cultivos sem uso de adubação e irrigação, a cultivar produziu entre 13 e 16 toneladas de massa seca de forragem por hectare/ano na Amazônia, enquanto, no Cerrado, a produção variou de 10 a 13 toneladas por hectare/ano. No bioma Mata Atlântica, experimentos adubados e irrigados produziram entre 15 e 20 toneladas de matéria seca por hectare/ano. “Esse desempenho representa um aumento que varia de 10% até 44% na produtividade de forragem, capaz de proporcionar ganhos reais na produtividade do rebanho”, ressalta Giselle de Assis.

(Estudo completo AQUI)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

Como Fazer um Minhocário!

Técnicos já preparam projeto para melhorar a arborização de Teresina

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Abertas as inscrições para o curso "Agrotóxicos: o Brasil envenenado pelo agronegócio" participe, curso online, gratuito, durante 6 encontros as 19 hs durante novembro

 

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Abertas as inscrições para o curso "Agrotóxicos: o Brasil envenenado pelo agronegócio"

Você sabia que, desde 2008, o Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo? E que só no governo Bolsonaro foram feitos aprovados mais de 1500 agrotóxicos, alguns deles banidos há 20 anos na Comunidade Européia? 

Os agrotóxicos estão presentes não apenas nos alimentos, como em nossos solos, nossas águas superficiais e subterrâneas e nossos corpos. O número de intoxicação não para de crescer, inclusive de milhares de vidas não humanas.

E os agrotóxicos, que no passado foram arma de guerra, hoje continuam sendo usados nos conflitos no campo. 

Se, assim como nós, você se preocupa com esse cenário, quer entender melhor os impactos dos Agrotóxicos e o que podemos fazer para combate-los e até mesmo superar o seu uso, vem com a gente!

Inscrições: https://www.even3.com.br/agrotoxicos-o-brasil-envenenado-pelo-agronegocio/
Com direito a certificado 

Também será transmitido pelo canal do Fórum Popular da Natureza no YouTube!



Uma iniciativa da Escola Popular da Natureza com apoio da Fundação Rosa Luxemburgo e da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida.


@fundacao.rosa.luxemburgo 
@contraosagrotoxicos

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

20 Espécies nativas para arborização urbana

 

Fonte: archdaily

Não há dúvidas que as árvores são essenciais para a qualidade de vida. Têm impacto na sustentabilidade econômica, social e ambiental das cidades e suas vantagens são muitas: contribuem para o conforto visual e ambiental, ajudam a reduzir a poluição do ar e sonora, servem de refúgio e alimento para animais, criando ambientes mais verdes e mais agradáveis. Além disto, tem papel fundamental na redução do efeito das ilhas de calor em centros urbanos. É considerado arborização urbana as árvores que compõem o cenário urbano, e podem estar não apenas plantadas nas calçadas das cidades, mas inclui também praças, parques, canteiros e demais logradouros públicos, e além dos jardins privados. No entanto, existe uma série de recomendações que os projetistas devem seguir na ocasião da escolha da espécie de árvore para sua utilização em ambientes urbanos, como já publicamos por aqui as 25 espécies de árvores adequadas para calçadas urbanas.

20 Espécies nativas para arborização urbana - Imagem 2 de 2520 Espécies nativas para arborização urbana - Imagem 3 de 2520 Espécies nativas para arborização urbana - Imagem 4 de 2520 Espécies nativas para arborização urbana - Imagem 5 de 25+ 25

Comumente, as prefeituras disponibilizam um Plano de Arborização Municipal elaborado por corpo técnico especializado. Nele constam recomendações para o desenho, implementação, preservação e manejo da arborização urbana, confira se é o caso da sua cidade. Municípios como São PauloRio de JaneiroPorto AlegreGoiânia e outros já contam com um Manual. Arborização também exige planejamento; na hora da escolha das espécies, pode-se seguir inúmeros princípios de projeto, mas é fundamental levar em consideração alguns itens e ter cautela para evitar riscos e danos à paisagem urbana, como por exemplo:

  • Quando próximas às vias, não deve possuir frutos muito grandes, pois pode cair sobre pessoas ou carros.
  • Não possuir sistema reticular muito superficial nem muito agressivas, uma vez que podem romper calçadas e prejudicar instalações subterrâneas.
  • Evitar aquelas de crescimento muito rápido, pois apresentam madeira mais mole e frágil, e portanto, mais sucetível à quebra.
  • Evitar aquelas espécies que apresentam espinhos e propriedades tóxicas em suas folhas ou frutos.
  • Atentar para o porte da espécie arbórea e o local onde será plantada, observando características da copa e raízes, evitando interferências na rede elétrica.
  • Garantir uma área permeável em volta das árvores, permitindo espaço  para o desenvolvimento radicular e correta infiltração de água e aeração do solo.
  • Priorizar a diversidade genética nos projetos afim de evitar a propagação de doenças e propiciar diferentes estágios fenológicos.

No paisagismo de cidades, embora comumente também se utilizam espécies exóticas adaptadas, é sempre preferível optar por uma das inúmeras espécies nativas da flora brasileira. Antes de selecionar, verifique se está adequada para o tipo de clima e bioma de sua cidade, pois apesar de ser nativa do Brasil pode não ser o caso na sua cidade e a espécie pode prejudicar o equilíbrio do ecossistema local. Vale lembrar que as árvores nos ambientes urbanos estarão submetidas a condições diferentes daquelas presentes em ambiente natural, e a escolha correta da espécie é fundamental para não comprometer seu crescimento, adaptabilidade e desenvolvimento.

Conheça a seguir 20 espécies de árvores nativas indicadas para plantios de arborização urbana.

Pau-ferro | Caesalpinia leiostachya

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Pau-ferro | Caesalpinia leiostachya. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Nativa da mata atlântica, esta árvore de grande porte pode atingir até 30 metros de altura, com copa arredondada e ampla que pode chegar a 12 metros de diâmetro proporcionando boa sombra. Possui tronco ereto e ramificado de coloração clara e manchada, o que lhe confere caráter altamente ornamental. Importante ressaltar que apesar do seu grande porte, não possui raízes agressivas, sendo adequado para plantio em áreas urbanas onde possa desenvolver sua grande copa, principalmente grandes áreas abertas e longe de fiação elétrica. 

Sibipiruna | Caesalpinia peltophoroides

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Conjunto de Sibipiruna | Caesalpinia peltophoroides. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Esta árvore nativa da mata atlântica também é de grande porte, podendo atingir facilmente aos 20 metros de altura. Quando bem cultivada, pode chegar aos 100 anos, devido à suas características longevas. De caráter ornamental, não possui raízes agressivas, e apresenta intensa floração na cor amarela ouro em copa arredondada e ampla que proporciona boa sombra. Deve-se evitar seu plantio junto à rede elétrica.

Cambuci | Campomanesia phaea 

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Cambuci (Campomanesia phaea). Imagem via Wikimedia Commons, licença CC BY-SA 4.0

É uma pequena árvore semidecídua ornamental, de copa alongada e ereta, com flores brancas melíferas e frutos comestíveis e também muito apreciados pela fauna. O curioso formato do fruto lembra um pequeno disco voador. Nativa da Mata Atlântica e espontânea em maiores altitude, pode chegar de 3 a 5 metros de altura.

Guanhuma Cordia superba 

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Guanhuma (Cordia superba). Imagem © Sitio da Mata

Também conhecida como Jangada-do-campo, está árvore endêmica e nativa do Brasil possui de copa densa e porte considerado pequeno a médio, podendo atingir até 10 metros de altura. Apreciada por populações indígenas que a partir dela produzem uma aguardente, possui floração marcante branca que contrasta com as folhas escuras, e frutos suculentos muito atrativos à avifauna.

Mulungu Erythrina speciosa

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Flor do Mulungu | Erythrina speciosa. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Genuinamente brasileira, esta árvore decídua possui floração exuberante em forma de candelabro que cresce para o alto na cor vermelho intenso e muito atrativa para beija-flores e fauna em geral. Quando floresce no inverno, a árvore permanece destituída de folhagem enaltecendo sua beleza ornamental. Também nativa da mata atlântica, se adapta bem à climas de cerrado. É considerada de pequeno porte, atingindo de 4 a 6 m de altura.

Cereja-do-mato | Eugenia involucrata

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Cereja-do-mato (Eugenia involucrata. Imagem via viveirofeltrin.com.br

Esta é uma árvore nativa ornamental e frutífera, bastante atrativa para a avifauna. De porte pequeno a médio, pode chegar a 12 metros de altura, com uma copa decídua colunar e tronco reto e liso. A floração melífera é na cor branca e os frutos são comestíveis e saborosos - ambos ocorrem na primavera. É utilizada para reflorestamento por seu caráter nativo e grande atratividade de vida silvestre.

Pitangueira | Eugenia uniflora

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Pitangueira | Eugenia uniflora. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0
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Flor da Pitangueira | Eugenia Uniflora. © Malani Q. M.Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Árvore frutífera e ornamental nativa brasileira, de pequeno porte com altura de 2 a 5 metros como ocorre mais comumente, mas pode chegar a 10 m. É uma árvore rústica e exige pouca manutenção, tolera bem podas drásticas, e também é utilizada para reflorestamento. De caule tortuoso e copa arredondada bastante ramificada, produz pequenas flores brancas melíferas e deliciosos frutos vermelhos comestíveis - ambos muito apreciados pela fauna.

Jacarandá | Jacaranda mimosaefolia

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Conjunto de Jacarandás floridos | Jacaranda mimosaefolia. © Beatrice Murch Via Flickr. Licença CC BY 2.0

De origem sul americana, esta é uma das espécies mais utilizadas para arborização pública no Brasil, por sua rusticidade e de floração muito exuberante, nas cores roxa e lilás. Perde suas folhas no inverno, para florescer na primavera. É uma árvore decídua que pode chegar a 15 metros de altura, apresenta copa irregular, arejada e pouco rala.

Oiti | Licania tomentosa

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Oitis (Licania tomentosa). © Gabriel Pedrotti

Árvore brasileira já muito usada na arborização urbana sobretudo no sudeste do país, e que pode chegar a 15 metros de altura. Possui a copa farta e produz boa sombra, além de ser uma espécie frutífera comestível, com fruto com sabor que lembra a manga e bastante procurados pela fauna.

Jabuticabeira | Plinia grandifolia

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Tronco da Jabuticabeira com frutos | Plinia grandifolia. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0
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Detalhe Fruto Jabuticabeira | Plinia grandifolia. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Árvore brasileira com alguns sinônimos botânicos, esta espécie é muito celebrada por sua intensa floração e frutificação que surgem diretamente do caule. Surgindo na primavera, os frutos são comestíveis e assim como as flores, são apreciadas pela fauna diversa. Alcança até 8 metros de altura de copa frondosa bastante ramificada composta de pequenas folhas.

Araçá | Psidium cattleianum

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Araçá | Psidium cattleianum. © Candise Sorensen Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Espécie endêmica da mata atlântica, ocorrendo naturalmente da Bahia ao Rio Grande do Sul. É uma árvore de pequeno porte, de 3 a 6 metros de altura, perenifólia e ideal para ser cultivada sob fiação elétrica. Possui pequenas flores brancas melíferas que dão origem a frutos de cor amarela ou vermelha, comestíveis e também muito apreciada pela fauna. Também utilizada para recuperação de áreas degradadas.

Aroeira salsa | Schinus molle

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Aroeira salsa | Schinus molle. © Forest and Kim Starr Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Considerada espontânea em florestas de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, esta árvore perene de pequeno porte que pode chegar a 10 metros de altura, em copa globosa e ramos pendentes, indicada para plantio sob rede elétrica. Espécie pioneira, é bastante resistente, podendo tolerar sombreamentos médios e períodos de estiagem. Apresenta pequenas flores melíferas de pétalas brancas e pequenos frutos com cheiro de pimenta, atrativo para a avifauna. É atribuída às folhas e caule propriedades medicinais.

Aroeira | Schinus terebinthifolius 

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Aroeira (Schinus terebinthifolius). © Enio Pedrotti

Também conhecidas como pimenta-rosa, são árvores rústicas, perenes e de caule tortuoso. Possui floração branca de pouca relevância ornamental, mas assim como seus pequenos frutos vermelhos, são muito atrativos para a fauna e também para consumo humano, como tempero. De pequeno porte, pode atingir de 8 a 10 metros de altura. Pioneira, também é utilizada em reflorestamentos de áreas degradadas.

Canafístula Senna spectabilis 

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Canafístula em Rua de São Paulo| Senna spectabilis. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Também conhecida como Acássia, é uma árvore decídua brasileira nativa do nordeste, mas se adapta bem aos diversos climas brasileiros. Possui florescimento ornamental intenso na cor amarela. De pequeno porte, sua copa frondosa e arredondada pode chegar a 9 m de altura.

Canudo-de-pito |Senna bicapsularis

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Canudo-de-pito (Senna bicapsularis). Imagem via Modos de Olhar

Nativa da América do Sul, esta espécie de porte pequeno pode atingir até 5 metros de altura e copa arredondada e aberta, é ideal para plantio sob fiação elétrica. Exige pouca manutenção e tem crescimento rápido, com floração amarelo ouro marcante bastante atrativo para os insetos.

Ipê | Tabebuia spp 

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Ipê-amarelo (Tabebuia chrysotricha). © Gabriel Pedrotti

Um verdadeiro clássico do paisagismo brasileiro, esta é na verdade um gênero de árvores, que em sua grande maioria são nativas do Brasil. De floração exuberante, ocorre frequentemente sem a presença das folhas desta árvore caduca, e em diversas cores: amarelo, branco, rosa e roxo. Dependendo da espécie, podem atingir de 8 até 35 metros de altura.

Quaresmeira | Tibouchina granulosa

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Dupla de Quaresmeiras de diferentes cores | Tibouchina granulosa. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Está é uma espécie nativa da Mata Atlântica brasileira, considerada de pequeno porte, também já é muito utilizada na arborização urbana. Possui floração de caráter ornamental intensa e marcante, nas cores roxas ou rosadas. Altura média é de 8 a 12 metros, com uma copa arredondada bem distribuída.

Manacá-da-serra | Tibouchina mutabilis

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Manacá-da-serra | Tibouchina mutabilis. © mauroguanandi Via Flickr. Licença CC BY 2.0

Nativa da mata atlântica, esta árvore de pequeno porte é notável por sua intensa floração tricolor branca, rosa e violeta que ocorre simultaneamente. A cor da flor está relacionada com sua idade, desabrocham brancas, passam pelo rosa e vão se tornando violetas gradativamente. Pode chegar à 5 m de altura.

Tipuana | Tipuana tipu

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Tipuana (Tipuana tipu). Foto de Daniel Ventura, via Wikimedia Commons, licença CC BY-SA 3.0

Árvore decídua de grande porte nativa da América do Sul de copa ampla e densa, com floração marcante na cor amarela e altura superior a 12 m. Embora era comum sua utilização em ruas de centros urbanos brasileiros, hoje em dia recomenda-se evitar o plantio em calçadas e estacionamentos, pois apresenta crescimento considerado rápido, de madeira pouco resistente e propícia a quebras, além de suas raízes agressivas e grande porte. Ideal para utilização em canteiros centrais, parques e praças onde possa se desenvolver mais livremente.

Marinheiro Trichilia cathartica

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Marinheiro (Trichilia cathartica). Imagem via combatenteambiental.blogspot.com

Árvore nativa brasileira, possui folhas perenes em copa de forma elíptica, com floração branca que surge entre os meses de maio e junho. De pequeno porte, tem altura média entre 4 e 6 m, pode ser plantada sob rede elétrica.

Contribuíram Lorenzi (2006), Portal Embrapa, Fundação SOS Mata Atlântica.
Publicado originalmente em 26 de setembro de 2018. Atualizado em 20 de janeiro de 2021. 

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