Apesar de acumular água entre as folhas, estudos demonstram que a
espécie não reproduz o mosquito da dengue e que é segura para decorar
sua casa.
Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com WHAST 51 3407-4813
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Inhame – Colocasia antiquorum
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Inhame – Colocasia antiquorum
Descrição: Herbácea perene, com rizomas bastante feculentos e caule delgado. Possui folhas alternas, de coloração verde a amarela, brilhantes, peltado-ovais, com lobo anteriores levemente agudos, os posteriores menores, ovais, obtusos com quatro ou cinco nervuras laterais em cada página. Os pedúnculos mais curtos que os pecíolos. Apresenta espata de tubo lanceolado e espádice com apêndice agudo.Cultivo: O inhame é uma herbácea de região tropical e subtropical, que se multiplica através de tubérculos. É considerada planta daninha nos bananais e em outras culturas perenes. Vegeta principalmente em brejos e terrenos bastante úmidos.
Propriedades: A espécie Colocasia antiquorum Schott. fornece uma espécie de batata, que mede aproximadamente 48 centímetros de diâmetro, contendo uma substancia consistente, macia e doce. Quando pouco cozidas, estas batatas possuem sabor acre e irritam a garganta, mas bem cozidas tornam-se muito agradáveis ao paladar sendo por isso bastante apreciadas como alimento principalmente pelas populações de baixa renda e também nas zonas rurais. O inhame pode ser empregado em guisados, sopas, ensopados etc. Pode também ser ingerido como sobremesa, sendo que neste caso deve-se cozinhá-lo sem sal e servi-lo com açúcar, melado ou mel de abelhas. Dizem que as folhas também se constituem em um ótimo alimento quando refogadas com tempero, parecendo um pouco com a couve. Os criadores de suínos utilizam os inhame para a engorda de porcos, constituindo urna boa forragem.
O inhame limpa o sangue
É um dos alimentos medicinais mais eficientes que se conhece: faz muitas impurezas do sangue saírem através da pele, dos rins, dos intestinos. No começo do século já se usava elixir de inhame para tratar sífilis. Acredita-se que foi uma das primeiras plantas cultivadas no planeta.
Fortalece o sistema imunológico
Os médicos orientais recomendam comer inhame para fortificar os gânglios linfáticos, que são os postos avançados de defesa do sistema imunológico. Curioso que a forma do inhame seja tão semelhante à dos gânglios. Ele é riquíssimo em zinco, que aumenta nossas defesas.
Evita malária, dengue, febre amarela
A presença do inhame no sangue permite uma reação imediata à invasão do mosquito, neutralizando o agente causador da doença antes que ele se espalhe pelo corpo. Aldeias inteiras morreram de malária depois que as roças de inhame foram substituídas por outros plantios.
É mais poderoso que a batata
E tem a vantagem de ser nativo, enquanto a semente da batata é importada. Inhame dá com fartura em qualquer lugar úmido. Em vez de apodrecer na cesta, como a batata, ele brota e produz mais inhames. Nas mulheres aumenta a fertilidade porque contém fitoestrógenos, hormônios vegetais, importantes na menopausa e após.
Medicinal é o pequeno, cabeludo
Marronzinho por fora, com a pele variando de roxo a branco. Existem ainda o inhame-do-norte e o cará, maiores e mais lisos, que são muito bons para comer mas não têm o mesmo poder curativo do inhaminho (também chamado de inhame chinês ou cará chinês).
A folha parece com a taioba
É da mesma família; ao contrário do que se pensa, a folha do inhame também serve para comer, cozida ou refogada. Às vezes pinica muito, como a taioba, que às vezes não pinica.
Se pinicar é porque tem muito ácido oxálico
que se apresenta em forma de cristaizinhos finos como agulhas e, nesse caso, não deve ser comido cru. Como há muita variação nos cultivares de inhame, o conteúdo de ácido oxálico (que pode dar pedra nos rins e dificultar a absorção de cálcio e ferro) também varia. O inhame branco japonês parece ser o mais apurado de todos, com teor baixíssimo do ácido.
Emplastro de inhame puxa tudo:
furúnculos, quistos sebáceos, unhas encravadas, verrugas, espinhas insistentes, farpas ou cacos de vidro que entram nas mãos ou nos pés. Desinflama cicatrizes, elimina o sangue pisado de contusões, abcessos e tumores. Pode ser usado imediatamente após fraturas ou queimaduras para evitar inchaço e dor, e também em processos inflamatórios de hemorróidas, apendicites, artrites, reumatismos, sinusites, pleurisias, nevralgias, neurites, eczemas. Em caso de tumor no seio ou em outros lugares junto à pele é ótimo usar o emplastro de inhame durante uma semana antes de operar, pois ele vai aumentar esse tumor atraindo toda substância semelhante que houver no interior do corpo e evitar outros tumores. Serve ainda para baixar febres.
Aqui vão algumas receitas com Inhame, para saber mais acesse o site: http://correcotia.com/inhame/index.html
Cozido no vapor
Ponha alguns inhames com casca e tudo na parte superior da cuscuzeira, ou numa peneira sobre uma panela com água fervendo, e tampe. Depois de meia hora espete com o garfo para ver se estão macios. Nessa altura a casca solta com muita facilidade, basta puxar que sai inteirinha. É aí que o inhame tem o sabor mais simples e gostoso.
Purê de inhame
Depois de cozinhar os inhames no vapor ou na água, solte a casca e amasse com um garfo; junte um pouquinho de manteiga e de sal marinho, ou molho de soja, e misture bem. Só precisa ir ao fogo de novo se for para esquentar.
Pastinhas de inhame
São ótimas para passar no pão e substituem muito bem as pastas de queijo nas festas. A base é um purê de inhames cozidos e amassados, ao qual se acrescentam azeite ou manteiga, folhas verdes picadinhas (salsinha, manjericão, coentro, cebolinha) ou orégano; uma beterraba cozida e batida no liquidificador com inhame e um tantinho de água vai produzir uma pasta rosada; inhame batido com azeite, alho, água e sal faz uma delícia de molho tipo maionese. Use a criatividade e ofereça aos amigos uma coisa nova de cada vez!
Inhame sauté
Depois de cozidos e descascados, corte os inhames em rodelas ou pedaços; esquente manteiga ou azeite numa frigideira; ponha os inhames, e sobre eles bastante folhas verdes picadinhas (salsa ou cebolinha ou manjericão ou coentro ou orégano ou…); umas pitadinhas de sal marinho; mexa rapidamente, baixe o fogo e deixe grudar um pouquinho no fundo para ficar crocante.
Sopa de inhame com misso
O misso, que é desintoxicante, é um alimento tradicional japonês muito usado como tempero, feito de soja fermentada com cereais e sal. Vem em forma de pasta. É muito rico em enzimas, proteínas e vitamina B12, devido ao seu processo de fermentação. Limpa o pulmão dos fumantes, restaura a flora intestinal, e acima de tudo dá um gosto todo especial à sopa. Portanto cozinhe os inhames descascados com o mesmo tanto de água, uma ou duas folhinhas de louro e alguns dentes de alho inteiros; depois bata no liquidificador para obter um creme fino. Acrescente o misso, na base de uma colher de chá cheia por pessoa, ou dissolva com um pouco d’água numa tigelinha e deixe que cada um se sirva como quiser. (Algumas pessoas vão preferir sal.) Cebolinha verde picada, por cima, combina muito.
Pizza de frigideira
Rale inhames crus, misture com farinha de arroz ou de milho, tempere a gosto; achate a massa numa frigideira antiaderente e deixe assar dez minutos de um lado, dez do outro. Com alguma prática dá para fazer isso numa chapa bem quente, levemente untada. O ponto da massa não deve ser nem seco nem aguado.
Fonte da pesquisa: Flora Brasileira, Editora Três Livros e Fascículos e http://correcotia.com/inhame/index.html
http://sitiocurupira.wordpress.com/frutosdositio/
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Cursos do Serviço de Inspeção Municipal - Porto Alegre
Cursos do SIM Vegetal começam nesta segunda-feira
12/11/2012 09:11:23
Foto: Munique Freitas
/DivuIgação PMPA
Cozinha industrial do CAD foi reformada para funcionar como Centro de Treinamento de agricultores
Cozinha industrial do CAD foi reformada para funcionar como Centro de Treinamento de agricultores
A Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio inicia
nesta segunda-feira, 12, os cursos de capacitação dos agricultores que
beneficiam artesanalmente os alimentos, para que eles atendam as exigências do
Serviço de Inspeção Municipal de produtos de origem vegetal, o SIM Vegetal. A
primeira turma, com 10 alunos, frequenta as aulas no período de 12 a 22 de
novembro. Outros 20 produtores rurais devem ser capacitados nos próximos
meses.
Em 40 horas de curso, os agricultores terão aulas teóricas e práticas sobre processos, métodos e boas práticas de fabricação, conservação dos produtos, rótulos, embalagens, controles, registros e legislação. Além disso, a equipe multidisciplinar do Centro Agrícola Demonstrativo da Smic, composta de técnicos nas áreas da saúde e da agricultura, vai dar assessoria nas propriedades para que os produtores rurais tenham seus estabelecimentos e documentação adequados à lei.
O objetivo é capacitar os produtores rurais sem interferir nas receitas e na produção artesanal da zona rural de Porto Alegre. O objetivo é respeitar o “modo de fazer” artesanal porém dentro das normas sanitárias para que os produtos possam ser colocados no mercado e tenham condições de venda até para o exterior.
Como participar – O CAD está cadastrando os agricultores que vão ser capacitados. Os primeiros são aqueles que fazem parte das Feiras Agroecológicas da Capital. Depois, a ideia é estender a qualificação aos trabalhadores rurais das Feiras Modelo que também beneficiem alimentos.
As aulas vão ocorrer na cozinha do Centro Agrícola Demonstrativo, na Lomba do Pinheiro, que foi reformada para a realização dos cursos. É um projeto permanente, pois o local deve ser transformado em centro de treinamento.
Informações no CAD pelo telefone 3289 4808.
sábado, 10 de novembro de 2012
Curso Produção de Mudas de batata doce Assentamento da Palma 28 05 2012
Curso Produção de Mudas de batata doce Assentamento da Palma 28 05 2012
Assentamento da Palma, Capão do Leão, TerraSul ConFIE Assentamentos Reforma Agrária
Assentamento da Palma, Capão do Leão, TerraSul ConFIE Assentamentos Reforma Agrária
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
*Docente da UFRPE ministra palestra sobre Agroecologia em conferência do Parlamento Europeu*
O professor Francisco Roberto Caporal, do Departamento de Educação da
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), ministrará a palestra
“The Brasilian Case: experiences and evolution”, durante conferência
pública do Parlamento Europeu que discute o *potencial da Agroecologia como
alternativa sustentável para a produção de alimentos no mundo.* A
conferência será realizada no dia 9 de novembro, na cidade de Bruxelas,
Bélgica.
Na ocasião, o professor Roberto Caporal apresentará algumas experiências relacionadas à Agroecologia no Brasil, e as relações entre a Agroecologia, o mundo acadêmico e os movimentos sociais no país.
A audiência pública é promovida pelo The Greens European Free Aliance, grupo político formado por representantes de partidos ligados à sustentabilidade ou que representam nações sem Estado e minorias
desfavorecidas.
A finalidade da conferência é a de explicar o conceito de Agroecologia para uma platéia de acadêmicos, estudantes, agricultores, políticos, ONGs e outras partes interessadas,que tenham interesse em estudos ambientais, agricultura e produção de alimentos.A intenção é de refletir interativamente sobre os caminhos possíveis para a transição entre a agricultura tradicional para uma viável sustentavelmente.
O professor Francisco Roberto Caporal é um dos maiores expoentes brasileiros nas reflexões sobre a Agroecologia. O docente da UFRPE é Doutor Engenheiro Agrônomo, pela Universidad de Córdoba (Espanha), no curso de Doutorado em Agroecología, Campesinado e Historia, do Instituto de Sociología y Estudios Campesinos. Mestre em Extensão Rural, pela Universidade Federal de Santa Maria (1991) e graduado em Agronomia, pela Universidade Federal de Santa Maria (1975). Atualmente, exerce as funções de Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, junto ao Departamento de Educação, dando aulas na disciplina de Extensão Rural.
Na ocasião, o professor Roberto Caporal apresentará algumas experiências relacionadas à Agroecologia no Brasil, e as relações entre a Agroecologia, o mundo acadêmico e os movimentos sociais no país.
A audiência pública é promovida pelo The Greens European Free Aliance, grupo político formado por representantes de partidos ligados à sustentabilidade ou que representam nações sem Estado e minorias
desfavorecidas.
A finalidade da conferência é a de explicar o conceito de Agroecologia para uma platéia de acadêmicos, estudantes, agricultores, políticos, ONGs e outras partes interessadas,que tenham interesse em estudos ambientais, agricultura e produção de alimentos.A intenção é de refletir interativamente sobre os caminhos possíveis para a transição entre a agricultura tradicional para uma viável sustentavelmente.
O professor Francisco Roberto Caporal é um dos maiores expoentes brasileiros nas reflexões sobre a Agroecologia. O docente da UFRPE é Doutor Engenheiro Agrônomo, pela Universidad de Córdoba (Espanha), no curso de Doutorado em Agroecología, Campesinado e Historia, do Instituto de Sociología y Estudios Campesinos. Mestre em Extensão Rural, pela Universidade Federal de Santa Maria (1991) e graduado em Agronomia, pela Universidade Federal de Santa Maria (1975). Atualmente, exerce as funções de Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, junto ao Departamento de Educação, dando aulas na disciplina de Extensão Rural.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Como fazer a sua própria composteira
Trabalho produzido pelos alunos participantes da oficina de vídeo Canal da Turma na escola Municipal Anita Garibaldi em Estância Velha -- RS.
Neste Vídeo mostramos como confeccionar uma composteira caseira para reciclar seu lixo orgânico. Destaque especial para o Aluno Mateus que sugeriu o assunto a partir dos seus conhecimentos e sua participação no projeto municipal "Separe o Lixo" (http://www.estanciavelha.rs.gov.br/coleta). Parabéns a todos os alunos que participaram deste trabalho e confira mais novidades no blog da nossa escola!http://escolamunicipalanitagaribaldi.blogspot.com/
ou no blog Multiplicadores do Anita
http://multiplicadoresdoanita.blogspot.com/
Neste Vídeo mostramos como confeccionar uma composteira caseira para reciclar seu lixo orgânico. Destaque especial para o Aluno Mateus que sugeriu o assunto a partir dos seus conhecimentos e sua participação no projeto municipal "Separe o Lixo" (http://www.estanciavelha.rs.gov.br/coleta). Parabéns a todos os alunos que participaram deste trabalho e confira mais novidades no blog da nossa escola!http://escolamunicipalanitagaribaldi.blogspot.com/
ou no blog Multiplicadores do Anita
http://multiplicadoresdoanita.blogspot.com/
O que está em questão para consumidores de alimentos ecológicos?
- Escrito por Guilherme F. W. Radomsky, Michele L. Lima Ávila e Daniela Lesina Soares
Estamos vivendo um momento crucial para o rumo da
produção e consumo de alimentos. Em que pese o processo que torna
paulatinamente qualquer coisa em mercadoria (a natureza, a água, as
ideias), este mesmo movimento abre espaços para a valorização, via
mercados, de características distintivas dos alimentos: a originalidade,
o cuidado, o sabor, os traços culturais, a tradição e a relação com a
sustentabilidade ambiental.
Estudos recentes têm demonstrado duas versões sobre o fenômeno do
consumo nas sociedades contemporâneas e que são possivelmente
complementares. Alguns sustentam que consumo é o ápice da ação alienada,
espaço da realização individual e egocêntrica de um “cidadão” que age
para obter prazeres ditos consumistas. Outros, com interpretações mais
otimistas, apontam que é possível ver transformações relevantes para as
quais grupos coletivos conseguem ter sucesso ao “pressionar” produtores a
modificarem processos de produção e criar demandas por atributos
considerados valiosos, especialmente quando se trata de alimentos:
qualidade, pureza, sabor, originalidade (Portilho, Castaneda, 2012).
Embora se reconheça que este ainda é um consumidor escasso ou
minoritário, conforme mostra Guivant (2003), atualmente seu potencial
político não pode ser menosprezado.
Quais aspectos estão em questão para estes consumidores ativos e
engajados e qual a importância de seus argumentos para modificações das
práticas produtivas? Um dos fenômenos de destaque quando se observam
mudanças nos padrões de consumo diz respeito aos alimentos ecológicos.
Portanto, o que dizem consumidores de alimentos ecológicos sobre o que
desejam e que características aparecem como essenciais para eles?
As informações sobre preferências e gostos de consumidores que
analisamos a seguir são oriundas de uma pesquisa de caráter
antropológico realizada por um dos autores entre 2008 e 2009 no
município de Chapecó, estado de Santa Catarina (Radomsky, 2010). Na
época, como estratégia metodológica, optou-se por acompanhar a
construção de uma organização de consumidores de alimentos ecológicos da
região cujo objetivo era tornar a oferta de produtos mais ampla no meio
urbano e simultaneamente criar mercados para agricultores familiares
locais.
O grupo organizou-se em torno de professores e alunos (e seus amigos)
de uma universidade comunitária de Chapecó e possuía um núcleo
expressivamente engajado que contava com cerca de doze pessoas. Embora
pequeno em número, a mobilização era intensa: eram conhecidos dos
agricultores e mediadores de sindicatos rurais, cooperativas e da
Prefeitura e conseguiram organizar diversos eventos de compras coletivas
de alimentos exclusivamente ecológicos, que chegaram a contar com mais
de quarenta pedidos.
Percebe-se que um dos argumentos mais fortes de mobilização das
práticas de consumo está na qualidade. Porém, não se trata de uma
característica isolada como se para o grupo bastasse uma qualidade sem
atributos e que não espelhasse elementos da sociedade em que vivemos.
Como gostam os antropólogos, valorizaremos as falas das pessoas
participantes do grupo, que na época nos brindaram com frases
admiráveis.
Um dos “riscos” das compras coletivas – sempre debatidas no coletivo –
residia na perda da qualidade dos alimentos que ficassem armazenados
durante muito tempo. Isto equivaleria a comprar em supermercados e um
dos participantes esclareceu para os demais participantes: “é preciso
distinguir mercadorias de alimentos; alimento é uma coisa, outra coisa é
sucata alimentar. Mercadoria é feita pra durar na prateleira
do supermercado. [...] Até as crianças sabem o que é bom e o que é ruim
nos produtos”. Observamos que, mesmo sem verbalizar desse modo, alimento
é entendido como dádiva. Em sua percepção, mercadoria é
necessariamente ruim, sucata, pois é produção em massa apenas para que
possa permanecer com bom aspecto nas prateleiras de supermercados. O
aspecto físico do produto-alimento conta menos que sua essência
intrínseca. Com alguma ironia, a “sucata alimentar” parece ser uma
imagem do mundo em que vivemos em que ela se tornou comum e com objetivo
mais eminente de durar na prateleira do que de ser um bem saboroso e
fonte de energia.
Em outro momento, a mesma pessoa procurou mostrar como comida não
pode ser pensada sem que os atributos culturais estejam igualmente
implicados. Diz ele: “temos que resgatar aquele saber, aquele conhecimento desinteressado.
Antes o agricultor fazia o vinho para tomar e se ele fosse te vender
ele ia na pipa pegar. O salame a gente quer agora, mas tem que preparar e
avisar o agricultor”, sublinhando que os produtos demandados pelos
consumidores são resultado de um processo de cultivo, criação e trabalho
da família. Segue dizendo que “não é qualquer salame. Daí ele [o
agricultor] tem que criar o porco, alimentar sem milho híbrido,
fazer o salame com a tripa do porco invertida, queremos aquele salame
que ficou famoso. Depois o agricultor tem que deixar o produto na fumaça
para as moscas não colocarem ovos. E o controle da qualidade? É no
cheiro”, gesticulando com os dedos próximos ao nariz enquanto falava, “é
assim que eu compro salame”, concluiu.
Este conjunto de características dos alimentos e também dos
agricultores que os produzem fornece um sentimento de autenticidade e
pureza para o consumidor (o estudo de Pratt, 2007, é exemplar neste
sentido). O que aparece na fala é exatamente o que algumas pesquisas
mostram sobre a importância da biodiversidade agrícola e dos
conhecimentos tradicionais para a produção de alimentos, nos quais a
interpelação se direciona para o agricultor trabalhar a favor de uma
espécie vegetal (no caso, milho) de variedade local e valorizar o
conhecimento que utiliza os sentidos, vale-se dos objetos antigos e dos
processos característicos da agricultura camponesa (aproveitando as
matérias primas desenvolvidas na propriedade rural). O pertencimento,
que nos impele a refletir sobre seu caráter cultural, adquire o caráter
relacional, tal como argumentam Heley e Jones (2012), pois é aquele saber que não aparece em outro contexto e tem na experiência sua autenticidade.
Na reunião seguinte, ainda durante nossa pesquisa, ocorre uma
instigante conversa sobre os valores. “É, hoje até o paladar foi
monetarizado...” fala livremente um dos membros do grupo. “Se tudo está
monetarizado”, responde um deles, “temos que usar o dinheiro para
valorizar e fortalecer a agroecologia. Temos que ter produtos com
valores agregados (salames, queijos, vinhos) para que os de menor preço
venham junto [nas compras coletivas, para tornar mais atraente para o
agricultor]...”. O primeiro voltou a comentar algo, mas desviando um
pouco do assunto, embora sem discordar. E segue o segundo corrigindo sua
própria frase, falando ainda do dinheiro e sua relação com a
agricultura ecológica: “Valor agregado não, preço agregado, pois são os valores morais que vêm agregados”.
Estamos vivendo um momento crucial para o rumo da produção e consumo
de alimentos. Em que pese o processo que torna paulatinamente qualquer
coisa em mercadoria (a natureza, a água, as ideias), este mesmo
movimento abre espaços para a valorização, via mercados, de
características distintivas dos alimentos: a originalidade, o cuidado, o
sabor, os traços culturais, a tradição e a relação com a
sustentabilidade ambiental.
Este tipo de consumidor, como antes dissemos, é ainda pouco comum,
mas tem tido importante papel na politização das atividades econômicas
(DuPuis e Goodman, 2005). Percebe-se a crítica à economia capitalista
que, de certa forma, sugere um tipo expansivo de aquisição de
mercadorias ao tentar suprir o mercado por meio da produção em massa.
Com isto, testemunhamos a extração e o uso de recursos naturais sem o
cuidado de recomposição e que tem como um dos efeitos a poluição do
solo, do ar e dos cursos d’água.
O consumo de alimentos ecológicos se insere em uma distinta lógica de
valores em que se destaca a importância do modo como foi produzido,
levando em consideração uma maior harmonia com o ambiente e amparado no
contexto sociocultural.
Um aspecto essencial das práticas de consumo de alimentos ecológicos
por meio de grupos organizados é que o fenômeno faz necessária a
reconstituição das relações de proximidade entre agricultores e
consumidores, ensejando formas distintas da percepção sobre alimentos,
cooperação e mercados.
Assim, o consumo de produtos agroecológicos, mesmo que ainda de
maneira tímida, vem se colocando para o debate atual sobre alimentação e
cultura como questionador das práticas habituais de consumo. Diferente
do produto massificado vislumbrado como mera mercadoria, quando os
consumidores ecológicos se relacionam com o alimento de maneira mais
próxima (e até emotiva) desempenham papel crucial para subverter as tão
desgastadas relações econômicas impessoais em nossas sociedades.
Referências
DUPUIS, E. M.; GOODMAN, D. Should we go ‘‘home’’ to eat? toward a reflexive politics of localism. Journal of Rural Studies, v. 21, n. 3, p. 359–371, 2005.
GUIVANT, J. Os supermercados na oferta de alimentos orgânicos: apelando ao estilo de vida ego-trip. Ambiente e Sociedade, v. 6, n. 2, p. 63-81, 2003.
HELEY, J.; JONES, L. Relational rurals: some thoughts on relating things and theory in rural studies. Journal of Rural Studies, v. 28, p. 208-217, 2012.
PORTILHO, F.; CASTANEDA, M. Certificação e confiança face-a-face em feiras de produtos orgânicos. Revista de Economia Agrícola, v. 58, p. 11-21, 2012.
PRATT, J. Food values: the local and the authentic. Critique of Anthropology, v. 27, n. 3, p. 285-300, 2007.
RADOMSKY, G. F. W. Certificação participativa e regimes de propriedade intelectual.
2010. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Programa de
Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, 2010.
* Guilherme F. W. Radomsky é Professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Michele L. Lima Ávila é acadêmica do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Bolsista PIBIC/CNPq, Daniela Lesina Soares é acadêmica do Curso de Políticas Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
O Pó de granito é usado para adubar a terra
Produtores de orgânicos querem aumentar oferta e diminuir preços
O consumo de alimentos orgânicos está crescendo a cada ano. Agora, o desafio dos agricultores é melhorar a produtividade e diminuir o preço para o consumidor. O trabalho na produção orgânica é dobrado. “Porque tudo tem que trabalhar manualmente, catar mato”, disse a trabalhadora rural Cristina Batista.Um sítio de Itobi (SP) produz alimentos orgânicos há 30 anos e, segundo os produtores, a venda tem aumentado em médica 15% ao ano.A cesta feito no local vai direto para o consumidor. “Saber que vai chegar direto na mão dele. É um cuidado especial que a gente tem porque você sabe para onde a sua mercadoria está indo”, disse a supervisora de marketing Adriana Barbieri.Além de se preocupar com os manejos da terra e da produção, os agricultores também procuram as melhores formas de reaproveitar materiais que muitos jogam fora.O pó de granito, por exemplo, é usado para adubar a terra.
O produtor Joop Stoltenborg explicou que o granito, o mármore e o basalto possuem compostos que aumentam a quantidade de vida no solo. Apesar disso, a técnica só dá resultado em plantações sem agrotóxicos. “Pode ter por metro quadrado um quilo de vida, como minhocas, bactérias e fungos, que conseguem transformar esse pó de granito, mármore e basalto em alimento para as plantas”, disse.Um das dificuldades da produção orgânica é a produtividade, que ainda é pelo menos 30% menor do que a da agricultura convencional. “Até hoje os resultados se devem ao esforço do produtor. Somente é recente é que órgãos de pesquisa começaram a ter como linha de pesquisa a agricultura orgânica”, disse o professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Luiz Antonio Correia Margarido.
Outro desafio é criar mercados próximos aos locais de produção. Com isso, os impactos ambientais relacionados ao transporte seriam minimizados e a produção se tornaria mais sustentável. “Em algumas cidades você estimular essas feiras locais, onde o produtor fornece diretamente o seu produto para o consumidor”, explicou o professor.Hoje, a fazenda em Itobi vende 80% da produção para São Paulo, que fica a 250 quilômetros. Em cinco anos, o objetivo é dobrar a venda de orgânicos na região.Para estimular o consumo, o produtor Stoltenborg dá palestras nas cidades próximas a Itobi, além de cursos sobre produção orgânica voltadas para a agricultura familiar.Enquanto isso, ele faz o que está ao alcance para neutralizar os impactos. “A leguminosas conseguem tirar nitrogênio do ar, melhorando muito a terra com essa adubação verde”, disse.
Fonte: http://g1.globo.com
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Rachel Carson: The Impact of Silent Spring
Rachel Carson
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Rachel Louise Carson (27 de Maio, 1907 – 14 de Abril, 1964) foi uma zoóloga, bióloga eescritora americana, cujo trabalho principal, Silent Spring, é geralmente reconhecido como o principal impulsionador do movimento global sobre o Ambiente.
[editar]Biografia
Rachel Carson começou a sua carreira como bióloga nos Estados Unidos,
no U.S. Bureau of Fisheries, e em 1950 tornou-se escritora da natureza.
Em 1951 escreveu e publicou o seu primeiro livro, o best-seller The Sea
Around Us. Este livro garantiu-lhe estabilidade económica e deu-lhe
notoriedade como escritora. Depois seguiu-se The Edge of the Sea,
também um best-seller. Carson republicou o seu primeiro livro, sob o
nome Under the Sea-Wind.
no U.S. Bureau of Fisheries, e em 1950 tornou-se escritora da natureza.
Em 1951 escreveu e publicou o seu primeiro livro, o best-seller The Sea
Around Us. Este livro garantiu-lhe estabilidade económica e deu-lhe
notoriedade como escritora. Depois seguiu-se The Edge of the Sea,
também um best-seller. Carson republicou o seu primeiro livro, sob o
nome Under the Sea-Wind.
No final dos anos 1950s, Carson virou sua atenção para conservação e
para os problemas ambientais causados pelos pesticidas sintéticos.
O resultado foi Silent Spring (1962), que trouxe preocupações ambientais
sem precedentes para uma parcela da opinião pública americana.
Silent Spring impulsionou uma inversão na política nacional pesticida
levando a uma proibição nacional sobre DDT e outros pesticidas.
Esta com os seus movimentos ambientalistas que inspirou levou a criação da Environmental Protection Agency
foi lhe oferecida a Medalha Presidencial da Liberdade.
para os problemas ambientais causados pelos pesticidas sintéticos.
O resultado foi Silent Spring (1962), que trouxe preocupações ambientais
sem precedentes para uma parcela da opinião pública americana.
Silent Spring impulsionou uma inversão na política nacional pesticida
levando a uma proibição nacional sobre DDT e outros pesticidas.
Esta com os seus movimentos ambientalistas que inspirou levou a criação da Environmental Protection Agency
foi lhe oferecida a Medalha Presidencial da Liberdade.
[editar]
domingo, 4 de novembro de 2012
Colhendo na cidade - Produção de bananas
Na fruticultura urbana, podemos em pequenas áreas colher algumas frutas. Em nosso terreno temos umas bananeiras prata em um espaço de 3m², onde uma ofertou este cacho. Devido ao tamanho tive que cortá-lo em partes, para não arriscar danificar o telhado do vizinho.
Abaixo tem um vídeo sobre o cultivo de bananas. Aproveitem!
Bom domingo. Alexandre
Abaixo tem um vídeo sobre o cultivo de bananas. Aproveitem!
Bom domingo. Alexandre
cacho de banana com 22 kg |
A banana, principalmente a prata, dentro do contexto atual alimentar e nutricional, é uma fruta com características originais e peculiares. Energética, fácil de consumir e rapidamente digerida - em menos de duas horas -, a banana é recomendada para todas as idades.
Para os bebês é um alimento privilegiado devido sua diversidade de nutrientes. É base de muitas formulações para crianças de primeira idade (baby foods). As crianças, de uma maneira geral, aceitam as bananas voluntariamente, podendo-se reforçar as merendas escolares, por exemplo. Para os esportistas são indicadas pela sua riqueza em glicídios (açúcares), vitaminas do grupo B, potássio e magnésio, elementos importantes para um bom desempenho muscular. Para os adultos ela pode isoladamente constituir ou complementar uma refeição rápida e agradável. Saudável, a banana pode auxiliar na manutenção das defesas imunológicas graças aos seus aportes de vitaminas C e B, em minerais e em oligo-elementos variados (zinco, cobre, manganês, selênio etc.)
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sábado, 3 de novembro de 2012
VIDEO - Calda Bordalesa - Ferrugem da figueira- UFPR
Ferrugem da figueira
(Cerotelium fici)
Esta doença foi constatada no Estado de São Paulo há mais de 85 anos e hoje pode ser encontrada em todas as áreas de cultivo da figueira. É de grande importância na cultura do figo, causando perdas severas devidas à desfolhação quase total das plantas, especialmente nos casos onde não é feito o controle do patógeno e quando há condições favoráveis ao seu desenvolvimento. Sob períodos de chuva intensos e prolongados, as árvores podem ficar completamente desfolhadas em 20-30 dias. A ferrugem da figueira é um fungo cosmopolita, existem registros em quase todos os países onde cultiva o figo. No Brasil, a ferrugem está presente em todas as regiões de cultivo da figueira do país. Além do figo, Cerotelium fici ataca outras espécies dos gêneros Ficus, Broussonetia, Chlorophora, Maclura e Morus.
Danos: A ferrugem manifesta-se primeiramente sobre as folhas, na forma de pequenas manchas angulosas de cor verde-amarelada. Posteriormente, essas manchas tornam-se maiores e de coloração parda. Na superfície inferior das folhas, na região correspondente às manchas, é observada a presença de pústulas que, ao abrirem-se, expõem uredósporos ferruginosos e pulverulentos, folhas severamente afetadas amarelecem, secam e caem prematuramente. Quando a infecção ocorre em estádios iniciais do desenvolvimento vegetativo da planta, pode-se ter ausência total da frutificação. Freqüentemente, as folhas mais velhas são afetadas em primeiro lugar e, em poucos dias (20-30), toda a folhagem pode ficar coberta de pústulas. Quando a figueira é afetada no estádio de frutificação, mesmo que a doença não ocorra de forma tão severa, pode haver uma diminuição no processo de maturação dos frutos, acarretando redução do seu valor comercial. Quando a pluviosidade é muito elevada, a ferrugem pode ocasionar desfolha completa da árvore em 20 a 30 dias.
Controle: Não há referencias sobre a existência de variedades ou cultivares de figo resistentes a Cerotelium fici.
O controle deve ser realizado basicamente em 2 épocas. A primeira época corresponde ao período de repouso vegetativo das plantas (inverno). Nessa ocasião devem ser eliminados todos os Órgãos que possam servir de fonte de inóculo primário para a fase de desenvolvimento vegetativo da estação seguinte, inclusive as folhas afetadas no chão. Deve-se também pulverizar as plantas com calda bordalesa.
A segunda época corresponde à fase de vegetação, que vai desde a brotação até a maturação dos frutos. Nessa ocasião toda a folhagem, principalmente a em desenvolvimento, deve ser protegida com aplicações de calda bordalesa a 1% espaçadas de 10 a 15 dias. Os fungicidas à base de cobre insolúvel ou os sistêmicos como propiconazole, difenoconazole, etilenobisditiocarbamatos e triazóis também dão bons resultados, com a vantagem sobre a calda bordalesa de poder aplicá-los a baixo volume, o que garante melhor cobertura. Entretanto, a calda bordalesa, além da sua maior tenacidade, confere, aparentemente, certa rigidez desejável à casca do figo, razão porque é preferida pelos ficicultores.
fonte:http://www.agrolink.com.br/agricultura/problemas/busca/ferrugem-da-figueira_1575.html
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