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segunda-feira, 17 de julho de 2023

Os tipos de Manjericão

 Fonte: blog matos de comer

Manjericão-Zaatar e Alfavacão

Se quiser saber mais sobre outros tipos de manjericão, clique aqui. Nessa postagem, falaremos de dois tipos de ervas aromáticas muito parecidas entre si: o manjericão-zaatar e o manjericão-cravo ou alfavacão.

Falar de manjericão é falar de uma das plantas mais fáceis de se cultivar numa horta. É fácil pegar muda "de galho", desenvolve-se em qualquer solo e em qualquer clima, desde que não excessivamente úmido; e é um tempero coringa na cozinha. Pelo menos aqui em casa, o sabor da comida é definido pela tríade manjericão, salsa e cebolinha. Pessoalmente não conheço ninguém que o odeie, especialmente porque ele povoa um dos alimentos mais populares: massas. Pizzas, macarronadas, o que seriam delas sem o manjericão? Aliás, como seria a culinária mediterrânea e asiática sem ele (sim, na ásia variedades de manjericão são muito populares).

O manjericão mais comum no Brasil.
Ocimum basilicum L. var. album
A prima do manjericão é a alfavaca, embora haja confusão com os nomes. Basicamente, tudo que é chamado de alfavaca pode ser chamado de manjericão, com a exceção do manjericão italiano, de folhas largas, que sempre é chamado de manjericão (sweet basil). Assim, manjericão e alfavaca, em geral, são a mesma coisa, e podem ser chamados de ambas as formas.

Manjericão italiano, note as folhas lisas,
grandes e brilhantes.

Manjericão italiano.
Ocimum basilicum L. cv. genovese
O manjericão pertence à espécie Ocimum basilicum, assim como suas variedades roxa, anã, anis, cítrica... O manjericão italiano é a espécie Ocimum basilicum L. cv. genovese, quando o nosso manjericão usado no Brasil, por vezes chamado de alfavaca, é o Ocimum basilicum L. var. album. Isso tudo para dizer que o manjericão usado na Itália e o usado no Brasil são variedades da mesma espécie. 

Falando de outras alfavacas ou manjericões. De acordo com o livro Basil: The Genus Ocimum, existem outros tipos de alfavaca, cada uma com características aromáticas distintas. Das mais comuns, temos duas variedades: a rica em eugenol, também chamado de alfavacão ou manjericão-cravo (Ocimum. gratissimum var. gratissimum) e o a rica em timol, chamada de manjericão-tomilho ou manjericão-zaatar (Ocimum gratissimum var. macrophyllum). 

O encontro dos manjericões. à direita, cravo ou
alfavacão. À esquerda, menos piloso e folhas maiores,
manjericão zaatar. Parecidos!
Os dois são parecidos: adoram sol pleno, possuem grande porte, folhas recobertas de pelos e um aroma intenso. Para fazer mudas, consiga uma rama com o caule já maduro (lignificado), que de preferência já tenha passado pela floração. Enraízam bem na areia, em uma estufa com alguma ventilação (usei um garrafão de água com alguns furos), quando podem ser levados para canteiro definitivo. Pelo seu porte, ficam melhor no chão do que em vasos. As sementes são viáveis e precisam se luz para germinar.

Desconfundindo

Manjericão ou Alfavaca (mais comum no Brasil): Ocimum basilicum L. var. album
Manjericão Italiano, de folhas largas: Ocimum basilicum L. cv. genovese
Manjericão Zaatar: Ocimum gratissimum var. macrophyllum
Manjericão Cravo: Ocimum. gratissimum var. gratissimum


O manjericão zaatar


Ocimum gratissimum var. macrophyllum
Esse manjericão tem um cheiro muito forte e é preciso ter moderação no seu uso, para não dominar o paladar do prato. O zaatar, para quem não conhece, é um tempero picante usado em pó como condimento na culinária oriental, especialmente nos países Árabes, e chegou aqui em São Paulo pelas mãos dos libaneses. É feito à base de gergelim, frutos de sumagre, que lhe conferem acidez e cor avermelhada e folhas de tomilho, definindo o aroma característico. O tomilho é uma planta rica em timol, assim como o manjericão-zaatar, e a atribuição de nomes foi imediata. O manjericão-zaatar substitui o tomilho e por isso, todos os condimentos preparados com ele. Poderia ser chamado "manjericão tomilho", porque não?

Na medicina popular, usado como analgésico, anti-fúngico, digestivo e antinflamatório.


O manjericão cravo ou alfavacão

Ocimum. gratissimum var. gratissimum
O alfavacão é um velho conhecido nosso. Mais famoso na medicina popular do que na cozinha, ele é rico na mesma substância que dá aroma ao cravo, emprestando também picância e propriedades medicinais parecidas. Usado com condimento, substitui o cravo em diversos pratos, como aqueles à base de cordeiro e de porco, assim como na confeitaria pode dar sabor de cravo para doces, geleias, bolos e compotas. No chá também ele tempera sem se sobressair - basta usar a quantidade certa.

As folhas são repelentes e ele tem propriedades analgésicas, bactericidas e anti-inflamatórias, além de ser um bom digestivo. Como dica, pode ser deixado no álcool para um repelente caseiro, conjugado com outras ervas.

Curiosidade: o nosso manjericão é o mesmo que se consome na Itália?


O nosso manjericão, de porte grande, arbustivo e folhas opacas pertence à mesma espécie, mas é diferente do manjericão que que comumente consumido em comida italiana pelo mundo afora. O manjericão italiano tem as folhas grandes, brilhantes e carnudas, como a variedade "genovese". Há ainda o "mammoth", de folhas grandes o suficiente para serem usadas com envoltório de porções. Há, obviamente, muitos outros. O nosso, apensar do sabor parecido e composição aromática similar (rico em linalol e metil-chavicol) não é o manjericão mais usado por lá. Não que seja exclusividade nossa, mas um pesto feito aqui pode não ser exatamente parecido com um pesto italiano (fora o preço do pinhole).

quinta-feira, 15 de junho de 2023

COMPOSTAR O LIXO DA COZINHA AJUDA A PROTEGER A CAMADA DE OZÔNIO

 


FAÇA SUA PARTE PARA DIMINUIR A PRODUÇÃO DE GÁS METANO


REDAÇÃO MAR 15, 2022    FONTE: VEGMAG

O ozônio encontrado nas partes mais altas da atmosfera funciona como uma camada de proteção contra a incidência em abundância dos raios solares na esfera terrestre, evitando um aquecimento excessivo, capaz de colocar em risco a segurança do planeta. Por isso a destruição desse anteparo é tão preocupante – gases, como o metano, já deixaram buracos onde havia uma maior concentração de ozônio. Os danos estão aí: derretimento das geleiras, tufões e tornados, períodos de seca e excesso de chuva.

Reduzir a produção de gás metano pode ser um começo para a recuperação da camada de ozônio, e você pode participar desse processo compostando o lixo da sua cozinha. Aliás, na Califórnia (EUA) a compostagem virou lei. A implantação do novo decreto será gradativa, de acordo com cada cidade. Mas, em breve, todo lixo orgânico das casas, instituições públicas e estabelecimentos deve ser encaminhado para a compostagem, onde será transformado em adubo ou em biogás para fornecer energia. 

As famílias também estão sendo incentivadas a montar a própria composteira, em casa, e usar a matéria orgânica final para adubar as plantas. Já as comunidades, terão um centro de compostagem e um programa de educação ambiental. Por aqui, os brasileiros preocupados com as alterações climáticas também podem fazer o mesmo.

compostagem doméstica é simples – quer dizer, desde que exista um pedaço de terra livre no jardim. Aí, sim, basta cavar um buraco para depositar os resíduos orgânicos do dia a dia e, em seguida, cobrir com uma camada de terra ou folhas secas. A cada 15 dias, é importante revolver a mistura de lixo em decomposição e terra com ajuda de uma enxada ou pá.  

Outra possibilidade, mais prática, é investir em uma composteira feita de caixas de plástico empilhadas, também conhecida como minhocário. Ocupa pouco espaço (existem modelos pequenos para apartamento), com a vantagem das minhocas acelerarem o processo de decomposição orgânica, além evitar mau cheiro e a visita indesejada de larvas e moscas.

Existem minhocários prontos, mas você pode montar o seu do zero. Material necessário:

- Três caixas de plástico, uma delas com tampa

- 1 torneira pequena (tipo de filtro de barro)

MONTAGEM DA COMPOSTEIRA

As três caixas devem ser empilhadas, sendo que as duas primeiras precisam de furos na base para que exista comunicação entre elas. O lixo orgânico deve ser colocado nas duas caixas superiores (quando a de cima estiver cheia, a de baixo deve vir para cima).

A torneira deve ser instalada na terceira caixa, que tem a função de coletar o chorume, resíduo líquido resultante da decomposição do lixo orgânico, que deve ser coletado frequentemente. Dilua cada parte do chorume em dez partes de água e use a mistura para regar as plantas uma vez por semana. Elas vão viçosas e saudáveis. 

ENTRA “LIXO” SAI ADUBO ORGÂNICO 

Forre a caixa superior com folhas secas, serragem e galhos. Em seguida, coloque terra preta com minhocas californianas (são mais vermelhinhas) para receber o lixo da cozinha (casca de ovos, casca de frutas e legumes, verduras, grãos crus, borra e filtro de café), que deve ser mantido sempre coberto por uma nova camada de folhas secas, serragem e galhos. A quantidade ideal de matéria seca (folhas, galhos e serragem) deve ser suficiente para cobrir completamente os restos de alimentos. 

O composto também precisa de oxigênio e umidade. A cada 15 dias, revire  cuidadosamente os materiais para arejar e facilitar a decomposição. Caso a mistura fique muito seca (é raro, mas pode acontecer), umedeça com um pouco de água. Quando a caixa do topo estiver cheia, troque-a com a caixa do meio e repita o processo.  

No fim de dois meses, o material que sobra na caixa do meio é o húmus de minhoca, um adubo com aspecto e cheiro de terra molhada, bastante nutritivo para plantas e para a horta. Para coletar esse composto sem perder as minhocas, coloque a caixa aberta no sol. Elas irão para o fundo, para fugir da claridade. O húmus pode ser misturado à terra dos vasos e canteiros a cada três meses.

 

Foto: Soluções Industriais

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Como fazer adubo com o lixo orgânico que você produz em casa

Casca de fruta, casca de ovos, borra de café, erva mate,resto de verduras e legumes, iogurte… tudo isso pode virar adubo
O nome desse processo é compostagem. Quando você transforma seu lixo em adubo, pode oferecer ao solo um material rico em nutrientes (no caso de uma horta ou mesmo para as plantas do seu jardim) e, principalmente, ajuda a reduzir a quantidade de lixo que vai diariamente para os aterros e lixões do Brasil. Aprenda a fazer a compostagem doméstica e mãos à obra!
PASSO 1 – O recipienteVocê deve ter um recipiente para colocar o material orgânico. Pode ser um pote de sorvete, uma lata de tinta ou um balde. Vale usar a criatividade com o que estiver ao seu alcance. Se der para reaproveitar algum recipiente, melhor ainda. É importante furar o fundo. Você pode fazer isso manualmente, variando o tamanho dos buracos. É por eles que o chorume (líquido eliminado pelo material orgânico em decomposição) vai passar.
Um detalhe importante é que o chorume pode ser reaproveitado, pois, neste caso, é um fertilizante de alto potencial (já que é originado apenas de matéria orgânica). Você pode recolhê-lo e devolver à mistura da sua compostagem ou ainda jogar em plantas, diluído (anote a proporção: 1 copo de chorume para 9 copos de água).
PASSO 2 – A composteiraEmbaixo do recipiente no qual você vai colocar o material orgânico, deve haver outro que vai “recolher” o chorume. Pode ser uma bacia mais rasa, por exemplo. Ela não pode ficar em contato direto com a lata ou o pote, pois o chorume deve ter um espaço para escorrer. Use um calço – como pedaços de tijolo – para colocar em baixo da lata e deixá-la um pouco mais “alta” em relação à bacia. (A compostagem até pode ser feita em contato direto com o solo, mas neste caso o terreno deve ter boa drenagem e ser inclinado, para que o chorume não acumule em um local só).
PASSO 3 – Hora de colocar o lixoFazer compostagem em casa não é só jogar o lixo orgânico de qualquer jeito e deixar que a natureza faça “o resto sozinha”. Existe um método para viabilizar, facilitar e acelerar a decomposição do material orgânico. O segredo é sobrepor os tipos de resíduos orgânicos, ou seja, o processo é feito em camadas.
O que regula a ação dos microorganismos que vão decompor o material é a proporção de nitrogênio e carbono. Essa relação deve ser de três para um. Ou seja, uma camada de nitrogênio para três camadas de carbono. O que é nitrogênio? É o material úmido (o lixo, em si). O que é o carbono? É matéria seca, como papelão, cascalho de árvore, serragem, folhas secas, aparas de grama e palha de milho. (Se a relação for diferente desta, não significa que não ocorrerá o processo de compostagem, apenas que vai levar mais tempo).
E… pique, pique, pique! Quanto menor estiver o material que você colocar (tanto o seco quanto o úmido), melhor. Comece com uma camada de material seco, depois coloque o material úmido. Depois coloque outra camada de material seco, umedeça-o um pouco e continue o processo. É importante que a última camada (a que vai ficar exposta) seja sempre seca, para evitar mau cheiro. Uma opção é colocar cal virgem por cima. Outro detalhe essencial é: não tampe a composteira. O material orgânico não pode ficar abafado.  Ah, procure sempre manusear a sua composteira com luvas.
O que você pode usar:– Resto de leite;
– Filtro de café usado;
– Borra de café;
– Cascas de frutas;
– Sobras de verduras e legumes;
– Iogurte;
O que você não pode usar:– Restos de comida temperada com sal, óleo, azeite… qualquer tipo de tempero;
– Frutas cítricas em excesso, por causa da acidez;
– Esterco de animais domésticos, como gato e cachorro;
– Madeiras envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta, plásticos, papel plastificado;
– Cinzas de cigarro e carvão;
– Gorduras animais (como restos de carnes);
– Papel de revista e impressos coloridos, por causa da tinta.
PASSO 4– Espere, mas cuideDepois que você montou toda a estrutura, é hora de dar tempo ao tempo. A primeira fase é de decomposição, quando a temperatura interna do material que está na composteira pode chegar a 70°C. Isso dura cerca de 15 dias, no caso da compostagem doméstica. Nesse período, o ideal é não mexer. Depois, revolver o material é super importante para fornecer oxigênio ao processo. Essas “mexidas” podem ser feitas de diversas formas: com um “garfo de jardim” ou trocando o material de lugar –  para uma outra lata, por exemplo.
Nesse ponto, você pode se perguntar: mas eu gero lixo orgânico todo dia. Posso jogá-lo na composteira diariamente? Melhor não. Você tem algumas alternativas. O ideal é acrescentar matéria orgânica cada vez que for “mexer” na sua composteira, ou seja, a cada 15 dias, mais ou menos. Nesse intervalo, guarde as suas cascas de frutas, verduras e o resto que for reaproveitável em um potinho na geladeira.
O tempo para ter o adubo final varia em função da quantidade de lixo usado e pela forma como a compostagem é feita. É possível chegar ao final do processo em 2 ou 3 meses. O indicativo de que o húmus (adubo) está pronto é quando a temperatura do composto se estabiliza com a temperatura ambiente. Para saber, use os sentidos: a cor é escura, o cheiro é de terra. E , quando o esfregamos nas mãos, elas não ficam sujas.
(Fonte: Escola de Jardinagem do Parque do Ibirapuera, em São Paulo/SP)

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Compostagem: o que é, como funciona e como fazer


A compostagem é uma ótima solução para reduzir o volume de resíduos domésticos que são encaminhados para os aterros e geram prejuízos.

Nathan Rodrigues

03/04/2018 às 13h09 - terça-feira | Atualizado em 06/04/2018 às 11h28

A compostagem é uma saída para lá de sustentável se você pretende dar um outro fim ao lixo orgânico produzido em casa. A técnica, que vem ganhando cada vez mais adeptos pelo mundo, consiste na reciclagem de resíduos (sobras de frutas e legumes e alimentos em geral, trapos de tecido, serragem, entre outros), promovida por seres invertebrados, como as minhocas, e microorganismos que transformam os restos em um adubo de ótima qualidade.

Esse sistema de decomposição e reciclagem de alimentos, embora tenha ganho mais notoriedade nos últimos anos, é bem antiga. Na China, por exemplo, a compostagem é utilizada há alguns séculos, assim como na Europa. No entanto, o método só ficou conhecido no Ocidente por conta das experiências do botânico inglês Albert Howard, o pai da Agricultura. Nos anos de 1920, ele realizou a técnica utilizando apenas resíduos de uma só natureza, mas chegou à conclusão de que era necessário usar outros tipos.

Nos dias de hoje, em que é cada vez mais necessário pensar no uso consciente dos recursos naturais e na preservação do meio ambiente, a compostagem aparece como uma ótima solução para reduzir o volume de resíduos domésticos que são encaminhados para os aterros e geram mau cheiro, além de liberar gás metano (23 vezes mais destrutivo que o gás carbônico) e chorume (líquido que contamina o solo e as águas).

Só para você ter uma ideia: todo dia, 145 mil toneladas de resíduos orgânicos são jogadas em lixões e aterros controlados na América Latina e no Caribe. Esse montante coloca em risco a saúde e a vida de 170 milhões de pessoas. Os números estão no Atlas de Resíduos da América Latina, relatório produzida pela ONU Meio Ambiente.

O que é compostagem?

É um processo biológico que acelera a decomposição do material orgânico e é realizado por microorganismos e seres invertebrados, que, em presença de umidade e oxigênio, se alimentam desses resíduos animais e vegetais, devolvendo à terra seus elementos químicos e nutrientes. Assim, dão origem a um composto de excente qualidade, pronto para ser utilizado em hortas, vasos de plantas, jardins ou algum terreno que você tenha disponível.

A compostagem nada mais é, amiga(o), do que uma forma de recuperar os nutrientes dos resíduos orgânicos e devolvê-los ao ciclo natural, enriquecendo o solo para agricultura ou jardinagem. Um dos métodos mais antigos de reciclagem.  \o/

O que é uma composteira?

Todo esse processo de degradação dos restos de alimentos e materiais vegetais precisa acontecer em algum lugar, certo? Pois então. A composteira é o local onde você vai colocar o lixo orgânico e deixar a mágica acontecer. Ela é prática, higiênica e de fácil uso, não produz cheiro e nem atrai insetos e animais indesejados.

Para quem olha, à primeira vista, pode até pensar que a composteira é uma pilha de lixo orgânico. Está longe de ser isso. Lembre-se sempre que a compostagem é um modo de fornecer as condições adequadas aos microorganismos para que esses degradem a matéria orgânica e disponibilizem nutrientes para as plantas.

Como fazer uma composteira

Para fazer uma composteira doméstica, é preciso ter três caixas plásticas, além dos restos orgânicos e dos invertebrados ou microorganismos (que, como explicamos anteriormente, farão o trabalho de decomposição). É importante destacar que quanto mais diversificado for o material orgânico, mais rico será o seu adubo.

O QUE DEVO USAR EM UMA COMPOSTEIRA:

- Restos de alimentos, talos e casca de verduras ou frutas;
- Resíduos frescos;
- Serragem e folhas secas;
- Alimentos cozidos ou assados (em pequena quantidade);
- Esterco.

O QUE NÃO DEVO USAR EM UMA COMPOSTEIRA:

- Frutas cítricas (que podem ser usadas para fazer um desinfetante caseiro, por exemplo);
- Fezes de cães e gatos;
- Laticínios;
- Carne (restos de frango, peixe e carne bovina);
- Nozes pretas;
- Derivados de trigo (massa, bolo e pão);
- Muitos tipos de papel (jornal, revista, envelopes, catálogos e papéis de impressão);
- Arroz;
- Serragem de madeira tratada;
- Carvão vegetal;
- Plantas doentes;
- Gorduras;
- Alho e cebola;

No vídeo abaixo, produzido pelo nosso canal no Youtube, você aprende como fazer uma composteira.

Gostou do vídeo? Siga nosso canal, curta, comente e compartilhe. Será um prazer ter você com a gente, tá? =D

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Como funciona uma composteira

A composteira é um sistema prático e de fácil manuseio. É formada de três caixas plásticas. Nas duas de cima, é preciso colocar terra. A última comporta vai receber o chorume, que pode ser utilizado como adubo e pesticida.

Lembre-se: quanto mais diversificado for o seu material orgânico, melhor será o seu composto.

Arte: Welington Jhon

E aí, bora fazer?

A composteira é um método muito interessante para aproveitar os resíduos animais e vegetais que normalmente vão parar num aterro. O prêmio por fazer isso? Ganhar um adubo de excelente qualidade para sua horta ou jardineira, por exemplo, além da satisfação em saber que seu lixo está ganhando um destino muito, mas muito, mais nobre.

Agora que você já sabe o que é compostagem e aprendeu como fazer uma composteira, passe esse conhecimento para seus amigos e família. Compartilhe boas ideias!

quinta-feira, 30 de março de 2023

BENEFÍCIOS DA COMPOSTAGEM DOMÉSTICA

 

BENEFÍCIOS DA COMPOSTAGEM DOMÉSTICA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
Link permanente: http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=2310 
   

BENEFÍCIOS DA COMPOSTAGEM DOMÉSTICA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS

 

José André Verneck Monteiro

Licenciado em Pedagogia, especialista em Educação Ambiental, Mestre em Práticas em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro & Global MDP

http://lattes.cnpq.br/3632798164833445

Email: educativo@live.com

 

RESUMO

O presente ensaio propõe a reflexão sobre os benefícios proporcionados pela prática da compostagem doméstica de resíduos orgânicos e fornece informações necessárias à instalação de uma unidade de compostagem domiciliar em pequeno espaço. Foi elaborado a convite de Berenice Gelhem Adams para integrar a Seção Sementes na 56ª Edição da Revista Educação Ambiental em Ação, cuja inspiração provém de frase de João Bosco da Silva: “A responsabilidade social e a preservação ambiental significam um compromisso com a vida”.

 

Palavras-chave: sementes, minhocas, húmus, horticultura, educação ambiental.

 

Introdução

 

Aliado a um padrão de consumo excessivo de produtos industrializados, embalados em materiais não biodegradáveis, o descarte inadequado de resíduos é um problema em escala global, que ocasiona severos prejuízos socioambientais.

O Brasil é o quinto maior gerador de lixo urbano do mundo. Anualmente produzimos 63 milhões de toneladas de resíduos sólidos. Cada brasileiro produz a média de 383 kg de lixo por ano, volume que cresceu 21% na última década, enquanto a população cresceu 9,6% no mesmo período (Agência Senado, 2014).

No Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2008) do total de 5.564 municípios do País, apenas 994 municípios dispõe de coleta seletiva, entretanto apenas 3% dos resíduos sólidos produzidos nas cidades brasileiras são reciclados, apesar de 1/3 de todo o lixo urbano ser potencialmente reciclável. E mesmo o reaproveitamento desse pequeno volume só é viabilizado pelo esforço de catadores, que enfrentam a falta de apoio do poder público e o desconhecimento da população quanto à separação do lixo (Agência Senado, 2014).

Nos aterros sanitários, quando os materiais orgânicos são soterrados e compactados, entram em decomposição isenta de oxigênio (anaeróbica) resultando em formação de gás metano (CH4) que é altamente nocivo ao ser humano e ao meio ambiente, 23 vezes mais agressivo que o gás carbônico em termos de aquecimento global. Em contraponto, quando os resíduos orgânicos são tratados por meio da compostagem, o processo de decomposição ocorre na presença de oxigênio (aeróbica) reduzindo ou eliminando a exalação de gás metano, além de reduzir a quantidade de chorume, e consequentemente os riscos de contaminação dos recursos hídricos (Ministério do Meio Ambiente, 2016).

Nesse contexto a responsabilidade social, articulação e a participação popular assumem relevância para ampliar a efetividade das ações de educação ambiental voltadas ao consumo consciente, à coleta seletiva e ao estímulo para o correto aproveitamento de resíduos orgânicos, em cada residência.

 

Compostagem

 

A compostagem é um processo dinâmico de transformação da matéria orgânica, impulsionado por seres vivos, que também sofre influência de condições ideais de umidade, temperatura, arejamento e luminosidade. 

Na natureza, a decomposição de animais mortos e de partes dos vegetais (folhas, flores, frutos, sementes, caules, raízes) é realizada por diversos agentes decompositores (várias espécies de microorganismos e animais invertebrados), que na presença de umidade e oxigênio se alimentam dessa matéria e propiciam que seus elementos químicos e nutrientes voltem à terra (Recicloteca, 2016).

A decomposição, ou biodegradação, envolve processos físicos e químicos que ocorrem espontaneamente em florestas, parques, quintais, jardins, lavouras e até mesmo nos vasinhos de plantas. Às vezes nem percebemos quanta vida está presente em uma pequena porção de solo!

Os processos físicos são realizados por invertebrados como ácaros, centopeias, besouros, minhocas, tatuzinhos, lesmas e caracóis que transformam os resíduos em pequenas partículas. Já os processos químicos são desencadeados pela ação de bactérias, fungos e alguns protozoários que degradam os resíduos em partículas ainda menores, dióxido de carbono e água.

A compostagem é um dos mais antigos métodos de reciclagem que se tem conhecimento, por meio do qual imitamos os processos da natureza para melhorarmos as condições da terra para agricultura (Recicloteca, 2016).

A compostagem doméstica de matéria orgânica traz vários benefícios socioambientais, dentre os quais se destacam:

ü  Diminuição do custo operacional de coleta pública de resíduos;

ü  Redução do desperdício de recursos;

ü  Contribui diretamente para o aumento do tempo de vida útil dos aterros sanitários;

ü  Favorece a redução dos índices de poluição do solo, água e ar;

ü  Promove a reciclagem de nutrientes para o solo;

ü  Transformação de resíduos em produtos úteis para outros segmentos;

ü  Revaloriza o aproveitamento da matéria orgânica para o sucesso das hortas caseiras.

Por esse conjunto de bônus, quando realizada dentro da correta técnica aplicável, a compostagem doméstica é considerada uma alternativa ambiental correta, segura e definitiva. Além disso, em termos de coletividade, cabe ressaltar: cada cidadão que opta por assumir e exercer plenamente sua responsabilidade social ao gerir corretamente seus resíduos, converge esforços dentro de sua casa, junto à sua família, para o cumprimento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

 

Composto orgânico                    

 

Além dos benefícios mencionados acima, por meio do valioso processo natural da compostagem, podemos converter parte dos resíduos orgânicos gerados em nossa residência em composto orgânico, um material leve, solto, escuro como café, de aroma agradável, semelhante ao cheiro de terra molhada pela chuva.

O composto orgânico é rico em húmus, muito nutritivo para as plantas e também muito importante para revitalização de áreas verdes, pois devolve ao solo os microorganismos que favorecem a restauração de seu equilíbrio original (InfoEscola, 2016).

O uso agrícola do composto orgânico é repleto de benefícios: melhora a fertilidade do solo; tem alta capacidade de retenção de água, atuando com uma esponja liberando a água aos poucos para que as raízes possam absorvê-la; proporciona aeração do solo, tornando a terra mais solta, arejada, leve e muito mais favorável ao desenvolvimento das raízes; elevada retenção de sais minerais que alimentam as plantas; alta capacidade de troca de cátions, disponibilizando para as raízes das plantas os nutrientes catiônicos fundamentais para sua alimentação e constituição; fonte importante de enxofre assimilável pelos vegetais. Em suma, o composto orgânico proporciona considerável melhoria das propriedades físicas, físico-químicas e biológicas do solo, o que não pode ser obtido por nenhum fertilizante mineral (Kiehl, 2009).

Diferentemente dos adubos sintéticos (tipo NPK) que são industrializados a partir de derivados de petróleo, o uso agrícola do composto orgânico não ocasiona prejuízos ambientais, não queima as plantas e não intoxica o solo, mesmo se usado em quantidade e concentração maior do que a ideal. Sob essa ótica, o composto orgânico pode e deve ser amplamente utilizado nos jardins, pomares e hortas urbanas, proporcionando ao mesmo tempo a restauração dos solos e produção abundante em cada residência, de frutas, verduras, legumes e hortaliças orgânicas, saudáveis, livres de agrotóxicos.

Além de impulsionar a produção caseira de alimentos, favorecendo a troca e a comercialização das colheitas excedentes ao consumo doméstico, a venda do composto orgânico também pode vir a representar uma fonte alternativa para geração de renda complementar para a família.

 

O que compostar?

 

Nem todo material é bem degradado no processo de compostagem doméstica. Inclusive, alguns materiais prejudicam todo o processo e podem contaminar o composto com toxinas, metais pesados, atrair animais indesejáveis e transmissores de doenças a quem manipula a composteira. Veja a seleção destes materiais na Tabela 1.

Tabela 1 O que pode e o que não pode ser utilizado na compostagem doméstica.

PODE

NÃO PODE

Restos, talos e cascas de frutas, legumes, verduras e raízes

Borra de chimarrão e café, inclusive o coador de papel

Saquinho de chá

Bagaço de cana

Restos ou migalhas de pães ou biscoitos

Esterco de galinha, gado ou cavalo (animais herbívoros)

Restos de grãos ou farinhas crus

Aparas de ervas, raízes ou capim seco

Restos de podas e da jardinagem

Cascas de árvores

Grama seca

Folhas secas

Papel toalha sem gordura

Cascas de ovos trituradas

Serragem grossa, de madeira que não tenha sido tratada com pesticidas, defensivos, tinta, verniz ou cera

Cebola, alho e pimenta

Excesso de frutas ácidas e semi-ácidas *

Leite ou seus derivados

Alimentos cozidos e salgados

Ossos ou carnes (de nenhum tipo)

Gorduras, óleos ou graxa

Fezes e urina (de pessoas, cães e gatos)

Papel higiênico ou papel colorido

Produtos químicos em geral, sabão, creme dental, esponja sintética, etc.

Saco e conteúdo do aspirador de pó

Remédios

Pilhas e baterias

Madeira tratada com pesticidas, defensivos, tinta, verniz ou cera

MDF, fórmica, Duratex e similares

Vidro

Metal

Plástico

Couro

 

*O excesso destas frutas prejudica a compostagem: abacaxi, caju, tangerina (mexerica), jabuticaba, laranja, limão, romã, nêspera, ameixa, cidra, lima, marmelo, acerola, caqui, maçã, maracujá, manga, goiaba, pêra, pêssego, uva, morango, carambola.

 

 

Aspectos que influenciam diretamente no sucesso da compostagem

 

Relação C x N

 

Balancear a proporção ideal de carbono e o nitrogênio na matéria-prima que será compostada é fundamental para o pleno desenvolvimento dos agentes decompositores. A proporção ideal é algo em torno de 30 partes de carbono para uma de nitrogênio. Para balancear bem a mistura, tome o hábito de sempre cobrir com matéria seca (serragem grossa, grama seca ou palha) cada porção de resíduos orgânicos úmidos. Quanto mais diversificadas as matérias-primas, melhor será também o balanço entre C & N, fundamental para a saúde e vitalidade da composteira.

 

Oxigênio

 

Para que a compostagem seja realizada aerobicamente e não exale mau cheiro (de gás metano e enxofre) é muito importante que se mantenha o arejamento da mistura. Pode-se obter tal aeração alternando-se camadas de resíduos úmidos cobertos por matéria seca, e intercalando camadas de material estruturante (gravetos, palha maior, folhas de palmeira picadas), ou revolvendo periodicamente o conteúdo da composteira.

 

Umidade

 

Especial atenção deve ser dispensada ao teor correto de umidade, pois a água dissolve os nutrientes orgânicos e inorgânicos do material que está sendo compostado, tornando-os disponíveis para utilização pelos agentes decompositores. Em síntese, a medida ideal é 50% de umidade. Acima desse nível aumenta o tempo de decomposição e ocasiona mau cheiro (decomposição anaeróbica, com emissão de metano). Com teor de umidade muito abaixo de 50% ocorre diminuição da atividade metabólica dos agentes decompositores. Sempre cobrir o material úmido com matéria seca auxilia a manter ideal o teor de umidade.

 

Calor

 

É normal que a composteira apresente temperatura maior que a ambiente, o que significa um bom indicativo da atividade microbiana, pois seu metabolismo gera calor. Entretanto é recomendável não deixar a composteira em locais muito quentes ou sem arejamento, já que temperaturas muito altas são letais para os agentes decompositores.

 

Tamanho dos resíduos

 

É recomendável picar ou cortar em pedaços pequenos os materiais antes de colocá-los na composteira. Quanto menores os pedaços, mais fácil será sua degradação pelos agentes decompositores já citados e o eventual revolvimento da massa em decomposição. 

 

Como compostar?

 

Para quem reside em apartamento são sugeridas modalidades de compostagem diferentes das que são mais adequadas para quem reside em casa ou chácara. De modo a ampliar seu potencial de replicabilidade, neste ensaio vamos tratar da compostagem em pequenos espaços (casa ou apartamento), a partir do aproveitamento de restos da cozinha e resultantes da poda de plantas ornamentais, além da matéria seca cuja fundamental importância já foi explicitada.

Você precisará de uma composteira, a qual deverá ser instalada em local de fácil acesso, abrigado da luz solar direta e protegido da chuva (por exemplo, na lavanderia ou área de serviços), materiais orgânicos diversos, matéria seca para cobertura dos resíduos, alguns minutos diários e interesse em pesquisar mais sobre o assunto (o que parece não faltar, considerando o que foi lido até aqui).

A composteira, ou unidade de compostagem consiste em uma estrutura própria para o depósito e processamento do material orgânico. A escolha do tipo de composteira depende da sua disponibilidade de recursos financeiros, tempo, espaço e da quantidade de matéria orgânica que sua família produz.

Você pode construir sua composteira com diversos materiais, quais sejam, dentre outros: caixas plásticas ou de madeira, galões de água, bacias, baldes do tipo usado para margarina ou cloro granulado, etc. O recipiente deve ter boca larga para facilitar o manejo e tampa bem vedada, que impeça a entrada de moscas, por exemplo. Lave bem recipiente e tampa para remover completamente os resíduos do material acondicionado anteriormente.

Os links a seguir direcionam o acesso para a exibição de vídeos curtos que podem auxiliar na escolha da composteira mais adequada à sua necessidade.  Convém observar que nesta seleção de vídeos os termos “composteira” ou “minhocário” cumprem perfeitamente sua função para tratamento dos resíduos orgânicos em escala doméstica, embora suas restritas denominações, em termos linguísticos, tenham significados distintos. Ambos os modelos apresentados foram feitos com materiais de fácil aquisição e baixo custo. No mercado há inúmeras outras opções. Se não puder comprar, ou se preferir exercitar sua criatividade, inspire-se nesta sequência de vídeos:

·         Como fazer uma composteira doméstica assista

·         Como construir minhocário caseiro assista

·         Montagem da composteira assista

·         Compostagem dentro de casa assista

Você também pode ampliar seus conhecimentos a partir de outras abordagens assistindo à coletânea de vídeos sobre compostagem doméstica exibidos pelo YouTube.

 

Ativação biológica da composteira

 

Após a montagem da composteira, adicione no fundo uma camada (02 cm) de serragem grossa e sobre esta, uma camada da mesma espessura de terra coletada na parte sombreada do jardim. Para ativação biológica da composteira é recomendável adicionar uma camada de terra superficial de um bosque - serrapilheira com folhas e gravetos em decomposição (Figura 1), e uma fina camada de esterco bovino bem curtido. Desta forma você levará para a composteira boa diversidade inicial de agentes decompositores.

 

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Figura 1 Ativação biológica da composteira com serrapilheira de bosque, terra de jardim e esterco curtido.

Se tiver acesso fácil, adquira algumas minhocas. As espécies nativas servem, mas são muito saltitantes e não digerem tão bem a matéria orgânica fresca. As mais recomendadas são as Minhocas Vermelhas, já bem difundidas no Brasil para produção de húmus. Estas são bem tranquilas para manusear e comem os resíduos orgânicos em qualquer estágio de decomposição.

Prossiga alimentando o sistema com os resíduos orgânicos, sempre cobrindo as novas “refeições” com matéria seca e mantendo a composteira bem tampada, de modo a evitar o ressecamento da massa e o pousio de moscas.

 

Maturação do composto

 

Quando não houver mais espaço para colocar novas refeições, substitua o recipiente e aguarde que o trabalho dos agentes decompositores seja concluído.

O tempo de maturação do composto varia muito para cada unidade de compostagem, em razão da quantidade de seres vivos envolvidos no processo, tipologia / quantidade / tamanho dos resíduos orgânicos em biodigestão, temperatura, umidade e arejamento. A média variável observada para completa biodegradação do composto é de 40-60 dias após o preenchimento do recipiente.

A análise visual-tátil ajuda a checar se está na hora de coletar o comosto para utilização. Com uma pazinha ou outro utensílio, suavemente revolva o conteúdo da composteira e procure observar se já não há partículas maiores inteiras, se a massa compostada se apresenta bem granulada e aerada, com aparência assemelhada a uma esponja marrom de terra de mata.

Não tenha pressa. Tudo ao seu tempo certo. Relaxe. Aguarde seu composto ficar pronto.  

Quando ainda inacabado, ele retira nutrientes do solo e eleva a temperatura para terminar seu processo de decomposição. Além disso, pode contém substâncias nocivas às plantas mais sensíveis.

Este vídeo pode te ajudar a solucionar problemas na compostagem ou minhocário assista

 

Coleta do composto sólido

 

            Após a maturação do sistema segue-se à coleta do composto. Para isso, destampe a composteira em local de sol ameno. Você perceberá que em instantes as minhocas e demais agentes decompositores migrarão para o fundo do recipiente, já que preferem ambientes escuros e frescos.

Vá retirando o composto superficial com cuidado, para não ferir os “operários” e reservando o composto em outro recipiente. É normal que junto ao composto sejam levados agentes decompositores, o que é muito benéfico para o solo que receberá a fertilização.

Quando perceber que já não há muito composto para retirar, volte este recipiente para o local onde estava e prossiga alimentando o sistema.

Preferencialmente, utilize o composto logo que coletado (vivo) para fertilizar a terra. Porém, ele pode ser armazenado por tempo indeterminado, à sombra, em saco plástico.

Se preferir doe ou venda.

 

Composto líquido

 

Se você optou por uma composteira equipada com caixa coletora de composto líquido, poderá coletar este precioso fertilizante e aplicá-lo diluído à razão de 1/10 (01 parte de composto líquido para 10 partes de água). Utilize esta calda para irrigar os vasos, a horta, jardim e pomar. Se preferir doe ou venda.

            Da mesma forma que o composto sólido, o tempo de geração de composto líquido varia muito em razão dos ingredientes da composteira e outros fatores ambientais já mencionados.

            Também é possível pulverizar com esta calda as plantas ornamentais, contudo é prudente que não sejam pulverizadas as folhas e frutos comestíveis, já que eventualmente o composto líquido pode conter algum microrganismo prejudicial se ingerido, e neste caso se os alimentos não forem muito bem lavados e higienizados após a colheita, pode haver risco para a saúde de quem os consome.

 

Considerações finais

 

Para não ter de abrir a composteira a cada novo resíduo orgânico gerado, mantenha na cozinha um baldinho ou outro tipo de pote com tampa bem vedada. Ponha aí os resíduos e tampe para evitar moscas. Ao fim do dia, ou quando preferir disponha os resíduos na composteira e cubra-os com matéria seca. Lave diariamente o baldinho.

Sempre lave as mãos com sabão após manusear a composteira e os demais utensílios.

Muitos dos vegetais podem ser consumidos com casca e talos. Experimente elaborar receitas criativas que possibilitem o aproveitamento integral dos alimentos.

A compostagem e a agricultura doméstica são alguns dos pilares da sustentabilidade, bem como o consumo consciente, a coleta seletiva e a redução de nossa pegada ecológica. Saiba mais acessando a página da Sociedade Resíduo Zero e do Composta São Paulo.

Envolva as crianças desde o início das atividades. Compartilhe suas experiências com familiares, amigos, vizinhos e forme uma rede de colaboradores em prol da sustentabilidade.

Promova a troca de sementes, mudas e do excedente da produção de sua horta caseira, incentivando desta forma para que outras pessoas também pratiquem a produção caseira de alimentos.

            O Autor parabeniza ao Corpo Editorial da Revista Educação ambiental em Ação por seu 14º aniversário e expressa sua gratidão pela oportunidade de colaborar para este veículo tão útil à disseminação de conhecimentos e práticas de transformação social positiva.

Especial agradecimento é também dirigido à equipe de voluntários, organizadores e demais participantes do Projeto Residência Resíduo Zero Goiânia pela inspiração que motivou a elaboração do presente trabalho.

 

Referências

 

As referências dispostas ao longo do texto, em cor diferenciada, são hiperlinks que remetem o acesso para as páginas relacionadas abaixo, onde estão disponíveis integralmente os conteúdos citados:

 

Agência Senado. Senado Federal do Brasil. Sem vontade política, Brasil recicla apenas 3% do lixo urbano. 2014. Disponível em Acesso em 13/05/2016.

Composta São Paulo. Um movimento por uma cidade mais sustentável! 2014. Disponível em < http://www.compostasaopaulo.eco.br/> Acesso em 18/04/2016.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. 2008. Disponível em Acesso em 13/05/2016.

InfoEscola. Húmus. 2016. Disponível em Acesso em 13/05/2016.

Kiehl, Edmar José. 2009. Agrodkv. Perguntas e respostas. Disponível em Acesso em 12/05/2016.

Minhocas Vermelhas. Rural News. 2005. Minhoca vermelha da Califórnia. Disponível em Acesso em 11/05/2016.

Ministério do Meio Ambiente. Compostagem. 2016. Disponível em Acesso em 13/05/2016.

Política Nacional de Resíduos Sólidos. BRASIL. Lei Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em Acesso em 15/05/2016.

Receitas Criativas. Pesquisa Google “receitas de talos e cascas”. 2016. Disponível em Acesso em 10/05/2016.

RECICLOTECA. Disponível em Acesso em 15/05/2016.

Projeto Residência Resíduo Zero Goiânia. Apresentação geral do Projeto. 2016. Disponível em Acesso em 10/03/2016.

Sociedade Resíduo Zero. 2016. Aliança Resíduo Zero Brasil. Apresentação geral. Disponível em Acesso em 20/04/2016.

 

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