quinta-feira, 30 de maio de 2019

Adubação de plantios de espécies nativas em Restauração Ambiental

Fonte: site eflora web

Adubação de plantios de espécies nativas em Restauração Ambiental

Bruno Almozara Aranha (contato@mudacerta.com.br)
Introdução e Objetivos do Post
Hoje eu vou escrever sobre um tema que não tem relação direta com a botânica, mas é uma dúvida ou uma dificuldade recorrente entre profissionais que trabalham com restauração da vegetação nativa. Você já deve ter se perguntado sobre:
– Qual é a adubação correta/necessária para plantios de espécies nativas, ou seja, qual é a recomendação de adubação?
A adubação é uma etapa fundamental para o sucesso de qualquer plantio, mas para espécies nativas ainda há muita desinformação (Foto 1). Neste artigo eu vou buscar esclarecer alguns pontos e apresentar algumas fontes relevantes para que você possa tomar a melhor decisão quando se deparara com essa demanda.
Foto 1 – Mudas nativas em desenvolvimento no Viveiro Árvores Brasileiras, integrante do Programa Muda Certa (Fonte: Suzana Aleixo).
Foto 1 – Mudas nativas em desenvolvimento no Viveiro Árvores Brasileiras, integrante do Programa
Muda Certa (Fonte: Suzana Aleixo).
As dificuldades de adubação nos plantios mistos de espécies nativas
Antes de qualquer coisa eu vou delimitar o que eu quero dizer com plantio de espécies nativas. Aqui estamos nos referindo a espécies arbustivo-arbóreas nativas plantadas em consorciação com outras espécies congêneres, compondo um plantio com alta riqueza de espécies, com finalidade de restauração da cobertura vegetal e biodiversidade ou produção de madeira.
Quando falamos “plantio de espécies nativas”, por exemplo, podemos estar nos referindo a um plantio, de mandioca, que é uma espécie nativa plantada em monocultura. E o que eu quero mostrar aqui é que a dificuldade de se ter informações precisas sobre a recomendação de adubação para plantio de espécies nativas é justamente por esse plantio não ser uma monocultura de espécies comerciais.
Uma espécie plantada em uma monocultura com fins comerciais em primeiro lugar é uma espécie domesticada, e a intenção de seu plantio é que ele produza o máximo com o mínimo de adubação. Para isso há diversos estudos para desenvolver a melhor variedade para cada região e a melhor recomendação de adubação. Assim, para essas culturas há uma série de informações que propiciam uma adubação ótima, com recomendações muito precisas para cada tipo de variedade e tipo de solo. Já para o plantio de espécies nativas o quadro é bastante diferente.
As espécies nativas utilizadas para a restauração ou para a recomposição de Reservas Legais com vistas à produção de madeira são variedades selvagens e a intensão, principalmente no caso do plantio de restauração, é que tenhamos a menor mortalidade possível e que as mudas se desenvolvam e recuperem a cobertura vegetal.
Observem que o objetivo não é a máxima produção, ele é bem mais prosaico: que ao menos as mudas sobrevivam! O plantio é, na imensa maioria das vezes, composto por muitas outras espécies e não uma monocultura. Consequentemente, temos plantadas no mesmo espaço espécies selvagens de linhagens evolutivas muito distantes. Como, por exemplo, espécies da família Lauraceae, a família das canelas, e espécies da família Bignoniaceae, dos ipês, cujo último ancestral comum viveu a 179 milhões de anos atrás! Dessa maneira o que menos teremos é uma uniformidade na exigência nutricional.
Outra diferença importante do plantio de espécies nativas é seu objetivo de longo prazo. Para a produção de madeira, o tempo estimado é de 20 a 30 anos e de forma muito mais duradoura, quando queremos restaurar a cobertura vegetal e a biodiversidade. Assim, além de querer reduzir a mortalidade, queremos que as mudas se desenvolvam e que os indivíduos plantados suportem as intempéries climáticas, a herbivoria e as dificuldades nutricionais que virão.
A adubação para plantios de espécies nativas, então, visa dar suporte ao desenvolvimento inicial das mudas e o resto tem que ser com elas mesmas, pois, afinal, elas terão que suportar por conta própria o local onde foram plantadas num processo natural de rustificação. É claro que essa estratégia de adubação pode ser relaxada quando nosso objetivo é produção madeireira. Ou seja, podemos considerar um reforço na adubação para conseguirmos uma melhor produção de madeira, mas mesmo assim a resposta não é rápida e tão direta, porque ainda estamos tratando com variedades selvagens.
Portanto, a adubação para espécies nativas deve levar em consideração que:
i) há uma grande heterogeneidade de exigências nutricionais, pois estamos plantando diversas espécies e cada qual pertencente a uma linhagem evolutiva e com diferentes estratégias de nutrição;
ii) estamos lidando com variantes selvagens, ou seja, não domesticadas e melhoradas para apresentar uma melhor resposta à adubação; e
iii) não estamos visando indivíduos produtivos, mas sim indivíduos rústicos que estejam aptos a suportar as condições ambientais e se estabelecerem permanentemente no local.
Isso posto, fica mais fácil entender o porquê de não existirem muitas recomendações de adubação específicas para o plantio de espécies nativas. O que temos é uma recomendação genérica que visa dar um suporte nutricional inicial para as mudas até que elas consigam “pegar”. Porém, qual é a melhor adubação “genérica” para o meu plantio (Foto 2)?
A seguir, vou dar algumas dicas valiosas sobre nutrição vegetal.
Foto 2 – Plantio compensatório de restauração da cobertura vegetal nativa em Santa Isabel, SP, no domínio Mata Atlântica.
Foto 2 – Plantio compensatório de restauração da cobertura vegetal nativa em Santa Isabel, SP,
no domínio Mata Atlântica.
Conceitos básicos em nutrição vegetal
Existem dois tipos de nutrientes que são essenciais para o desenvolvimento das plantas: os macronutrientes e os micronutrientes; classificados de acordo com a quantidade exigida pelas plantas.
Os macronutrientes são: Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S). E os micronutrientes são: Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Molibdênio (Mo) e Zinco (Zn).
Todas as plantas precisam desses elementos químicos para se desenvolver, além de, é claro, Carbono (C), Oxigênio (O) e Hidrogênio (H). E por todos serem essenciais, a pequena quantidade ou a indisponibilidade de um só elemento limita o crescimento da planta, independentemente se todos os demais estiverem disponíveis em abundância.
Os macros e micronutrientes estão disponíveis para as plantas no solo, mais precisamente na solução do solo. E essa disponibilidade, ou melhor, o acesso a esses nutrientes pelo sistema radicular das plantas depende da acidez do solo, porque a acidez do solo influencia na Capacidade de Troca Catiônica (CTC). Não vou me estender muito aqui, pois não é o foco do artigo, mas se alguém se interessar sobre o assunto tem mais informações aqui.
O problema é que os solos tropicais são muito ácidos, pois nos trópicos há muita umidade e consequentemente muita lixiviação e intemperismo. Esse processo está associado a uma transformação profunda associado ao desgaste das rochas e dos solos, através de processos químicos, físicos e biológicos. Em outras palavras, os solos tropicais são muito lavados e estão muito alterados física e quimicamente.
Assim, quanto mais ácido o solo, menor a disponibilidade de nutrientes para as plantas. É por isso que dizem que os solos tropicais têm baixa fertilidade.
Então, você pode me perguntar: “Mas se as espécies nativas estão acostumadas a sobreviver em solos de baixa fertilidade, por que elas precisam de adubação então”?
Na verdade funciona assim: a maior parte da nutrição das espécies arbustivo-arbóreas vem da camada superficial do solo. Essa camada está coberta pela serrapilheira, que são folhas e demais restos vegetais em decomposição. É esse o processo de decomposição dos restos vegetais que disponibiliza os nutrientes para as plantas.
A ciclagem de nutrientes entre planta/solo/planta é regido através dos ciclos biogeoquímicos e são eles que permitem florestas tão exuberantes em solos tão inférteis. É por isso, também, que a avaliação da camada de serrapilheira é um indicador muito importante para se classificar o estágio de regeneração das florestas J. Veja mais nas Resoluções CONAMA disponíveis para a classificação do estágio de sucessão de vegetação de cada Estado aqui!
No entanto, áreas em restauração com plantio de mudas não possuem camadas de serrapilheira formadas e, então, parte do ciclo biogeoquímico se encontra em ruptura na sua dinâmica. Dessa forma, devemos fornecer nutrientes pela via da adubação para as espécies arbustivo-arbóreas que plantamos. E, portanto, a adubação é necessária porque vai fornecer o suporte nutricional até que a vegetação se desenvolva ao ponto de iniciar a ciclagem nutricional e se tornar autossustentável. O que acontece mais ou menos quando há o fechamento das copas no caso de ecossistemas florestais.
Embora quando tratamos de um plantio de espécies nativas estamos lidando com uma grande heterogeneidade de espécies e de exigências nutricionais, é possível organizar a exigência nutricional em dois grupos: pioneiras e não pioneiras. As espécies pioneiras, de crescimento mais rápido, são aquelas que demandarão maiores quantidades de nutrientes nos anos iniciais de desenvolvimento da vegetação em restauração.
Ao passo que para as não pioneiras a demanda é mais distribuída ao longo do tempo. Dessa maneira, a adubação deve prever o suporte nutricional para os dois grupos, visando um alto consumo inicial pelas pioneiras e evitando a perda ou a imobilização de nutrientes que faltarão quando a demanda das não pioneiras aumentar.

Recomendações básicas de adubação nos diferentes domínios de vegetação do Brasil
Mata Atlântica
A referência clássica para a recomendação de adubação para espécies nativas da Mata Atlântica é:
Gonçalves, J.L.M.; Raij, B. van e Gonçalves, J.C. Florestais. In: Raij, B. van; Cantarella, H.; Quaggio, J.A. e Furlani, A.M.C., eds. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas, Instituto Agronômico e Fundação IAC, 1996. p. 247-259.
Essa referência, entretanto, é um capítulo de livro, por isso não está disponível facilmente.
Para a nossa sorte, o professor Leonardo Gonçalves escreveu praticamente o mesmo texto em 1995 e essa publicação está disponível aqui. Recomendo que leia essa publicação na integra, pois estão apresentadas a fórmula para a recomendação de calagem (aplicação de calcário) e a tabela de referência com intervalos de valores dos parâmetros obtidos na análise do solo e a respectiva recomendação da quantidade de nutrientes que deve conter na adubação.
As tabelas de recomendação diferem entre as duas publicações, dessa forma vou reproduzir, mais abaixo, as tabelas de recomendação da publicação de 1996.
Visto tudo isso, vamos para o passo a passo da adubação. A primeira coisa que se deve fazer é uma análise do solo. Existe disponível na internet diversos manuais de como se fazer a análise de solo, esse aqui apresenta as informações de maneira bem sucinta e clara. A análise do solo é que vai indicar quais os parâmetros para sabermos a quantidade de nutrientes que devemos ter nos adubos.
Com os parâmetros da análise de solo nas mãos, o próximo passo é fazer a calagem. Aplicar calcário na área tem dois objetivos:
  1. i) reduzir a acidez, e assim aumentar a disponibilidade dos nutrientes e
  2. ii) aumentar a saturação por bases do solo (chamada de V%), fornecendo mais Ca e Mg para as plantas.
A indicação é aplicar um tipo de calcário chamado dolomítico, pois ele possui um teor maior de Mg. Geralmente os valores de calcário aplicados giram em torno de 1,5 a 2,5 toneladas por hectare, mas podem chegar até 3,0 toneladas por hectare. A calagem deve ser feita por toda a área ou somente nas linhas de plantio, sem a incorporação no solo e em um dia sem chuva.
Após 30 dias, tempo necessário para que a calagem alcance os seus objetivos, iniciamos a adubação junto com o plantio das mudas. A adubação deve ser feita ao redor dos berços (ou covas, como preferir) também em um dia sem chuva. Os principais componentes do adubo são o Nitrogênio (N), o Fósforo (P) e o Potássio (K) e sempre associado às formulações vem o Enxofre (S). O N, P e K possuem comportamentos diferentes no solo.
O P é facilmente imobilizado, isso quer dizer que ele muito facilmente se torna indisponível para as plantas. Já o N e o K são muito voláteis e, assim, são facilmente lixiviados. Você se lembra de que na adubação para espécies nativas nós temos que prever as demandas para as espécies pioneiras e não pioneiras? Para isso, a recomendação de adubação prevê o fornecimento de quantidades de nutrientes que não serão aproveitadas de imediato e vão ficar no solo a espera do consumo das plantas.
Porém, como o N e o K são muito voláteis se toda a quantidade recomendada fosse aplicada de uma vez só haveria muita perda desses nutrientes. Por isso a adubação é dividida em duas etapas: a adubação de base e a adubação de cobertura. A adubação de base é realizada antes do plantio e a adubação de cobertura, que pode ser dividida em mais aplicações, é executada depois das mudas plantadas.
Na adubação de base são aplicados 100% do P e de 20 a 40% de N e K. Consequentemente, na adubação de cobertura são aplicadas doses de 80 a 60% do N e K recomendado de acordo com a análise do solo. O que vai definir as doses da adubação de cobertura é a quantidade de chuva que tem a região.
Quanto mais chuvosa for a região menor e mais dividida serão as doses da adubação de cobertura. Por outro lado, quanto mais operações de adubação mais caro ficará o plantio. Dessa maneira, recomenda-se a divisão da adubação de cobertura em duas etapas. A primeira em três meses após o plantio e a segunda em seis meses após o plantio.
Vamos fazer um exemplo, considerando um plantio de restauração da cobertura vegetal e biodiversidade no domínio Mata Atlântica e utilizando as espécies florestais nativas desse domínio.
Após a análise do solo na profundidade de 0 – 20 cm encontramos os seguintes resultados:
V% = 35;
CTC a pH 7 = 75 mmol.dm-3;
Teor de Matéria Orgânica (M.O.) = 14 g.dm-3;
Teor de P = 4 mg.dm-3;
Teor de K = 0,5 mmol3.dm-3; e
Teor de argila no solo = 20%.
Conforme o mencionado, o primeiro passo é fazer a calagem. Na prática a calagem visa aumentar o V% para 50%. Para saber a quantidade de calcário para isso devemos aplicar a seguinte fórmula:
N.C. = [T x (V2 – V1) x p] / (10 x PRNT)
Onde:
N.C. – Necessidade de calcário (t.ha-1);
T – Capacidade de Troca de Catiônica (CTC) a pH 7 em mmol.dm-3;
V2 – Saturação por Base do solo desejada;
V1 – Saturação por Base encontrada no solo;
p – Fator de profundidade de incorporação do calcário no solo: 1,0 para 0 – 20 cm; e 1,5 para 0 – 30 cm;
PRNT – Poder Relativo de Neutralização do calcário (fornecido pelo fabricante do calcário).

Assim, dado PRNT = 85%:
N.C. = [79 x (50 – 35) x 1] / (10 x 85) => 1.185 / 850 => N.C. = 1,39 t.ha-1 ou 1,5 t.ha-1

De acordo com as tabelas de recomendação, temos:
Tabela 1. Recomendação de adubação com Nitrogênio (N) de acordo com o teor de Matéria Orgânica (M.O.) no solo. Adaptado de Gonçalves et al. 1996.
Dose de N Teor de Matéria Orgânica (M.O.) no solo (g.dm-3)
0 – 15 16 – 40 > 40
kg.ha-1 60 40 20

Tabela 2. Recomendação de adubação com Fósforo (P) de acordo com o teor de argila e de P disponível no solo. Adaptado de Gonçalves et al. 1996.
Teor de argila no solo Teor de Fósforo (P) por resina no solo (mg.dm-3)
0 – 2 3 – 5 6 – 8 > 8
% Dose de P205 (kg.ha-1)
< 15 60 40 20 0
15 – 35 90 70 50 20
> 35 120 100 60 30

Tabela 3. Recomendação de adubação com Potássio (K) de acordo com o teor de argila e de K trocável no solo. Adaptado de Gonçalves et al. 1996.
Teor de argila no solo Teor de Potássio (K) trocável no solo (mmol3.dm-3)
0 – 0,7 0,8 – 1,5 > 1,5
% Dose de K2O (kg.ha-1)
< 15 50 30 0
15 – 35 60 40 0
> 35 80 50 0

Dose N = 50 kg.ha-1; Dose P = 70 kg.ha-1; e Dose K = 60 kg.ha-1.
Portanto, nesse exemplo para a adubação de espécies nativas florestais do domínio Mata Atlântica devemos fazer a calagem do solo com 1,5 toneladas de calcário dolomítico por hectare e aplicarmos, por hectare:
– 180 kg de adubo;
– 50 kg de N,
– 70 kg de P e
– 60 kg de K.
Sendo que o N e o K devem ser parcelados em três adubações: a de base (40%) e as duas de cobertura (60%). Também se recomenda a aplicação, na adubação de cobertura, dos micronutrientes Boro (B) e Zinco (Zn) nas concentrações de 0,3 e 0,5% ou 0,33 e 0,55 kg.ha-1.

Cerrado
No caso do Cerrado a lógica de adubação voltada para vegetações florestais não se aplica. Embora os solos do Cerrado sejam tão inférteis como os solos florestais, a quantidade de nutrientes acumulada na biomassa é muito diferente entre uma floresta e uma savana.
Assim, o ciclo biogeoquímico é distinto entre as fisionomias abertas e as florestais. Ademais, as espécies típicas do Cerrado são adaptadas à alta toxidade de Alumínio (Al) existente no solo. Algumas espécies chegam a absorver grandes quantidades de Al no seu processo nutricional.
Dessa maneira, procedimentos de correção do solo via calagem quando se deseja restaurar a vegetação original do Cerrado é um erro grosseiro. Da mesma maneira, é um erro introduzir espécies florestais em locais onde a fisionomia é savânica. Esse é um dos motivos de se escolher a Muda Certa para os locais apropriados!
As espécies típicas do Cerrado possuem menor exigência nutricional do que as espécies florestais. Então não há necessidade de doses cuidadosas de nutrientes. A recomendação é que a adubação seja feito com adubos orgânicos (esterco curtido ou lodo de esgoto), sobretudo em locais com solos arenosos. A matéria orgânica dos adubos orgânicos em solos arenosos irá contribuir com a formação de agregados no solo e isso contribui como o aumento na CTC e, consequentemente, no aumento da disponibilidade de nutrientes para as plantas.
Outro detalhe importante. Quando se trata da restauração do Cerrado, muitas vezes a melhor opção não é plantar mudas, mas sim conduzir e estimular a regeneração natural. Contudo, como nem sempre é possível contar somente com a regeneração natural, a restauração deve ser executada somando o potencial de regeneração natural com a introdução de espécies nativas.
Desconheço publicação que apresente recomendação de adubação para espécies do Cerrado como há para as espécies da Mata Atlântica. No entanto, essas publicações aqui e aqui recomendam utilizar de 20 a 30% do volume do berço de adubos orgânicos ou uma combinação de adubação orgânica com adubação química, utilizando 2,5 litros de esterco curtido com 200g de adubo formulado NPK 4-14-8 por berço.

Amazônia e Caatinga
Também desconheço publicações semelhantes a existente para recomendação de adubação para espécies da Mata Atlântica voltada para espécies dos domínios Amazônico e da Caatinga.
No entanto, como a Amazônia é um ecossistema parecido com a Mata Atlântica, as mesmas recomendações de adubação podem ser utilizadas sem prejuízo. Por outro lado, a Caatinga é um ecossistema que apresenta solos com razoável fertilidade. Por conta da baixa precipitação típica do clima semi-árido, os solos da Caatinga são menos intemperizados que os demais solos tropicais. Dessa maneira, esses solos não são muito ácidos, possuem argilas mais reativas as quais permitem uma maior CTC e, assim, maior disponibilidade de nutrientes.
O maior estresse das plantas da Caatinga não é nutricional, é hídrico. Infelizmente não tenho informações seguras para compartilhar a respeito de adubação para plantio de espécies nativas da Caatinga. Caso você conheça compartilhe conosco no campo dos comentários!

Considerações finais
Com esse artigo, eu espero ter ajudado você a compreender melhor essa atividade tão fundamental para a restauração que é a adubação.
Há muitos outros assuntos para abordar sobre esse tema, tais como: a regulação da CTC, como são as perdas de nutrientes, o papel das micorrizas na absorção de nutrientes e etc. Se trabalhássemos esses temas aqui, o artigo ficaria mais extenso do que já está. A ciência do solo é uma disciplina muito interessante que tem bastante relação com a botânica, vale a pena dar uma aprofundada nesse tema.
Espero, também, que tenha ficado clara a importância de se considerar as espécies corretas para a restauração da vegetação nativa. Ou seja, plantar espécies da Mata Atlântica na Mata Atlântica, espécies de Cerrado no Cerrado e assim por diante. Apenas as espécies originais do domínio têm as adaptações necessárias para se estabelecer no ecossistema que se deseja restaurar.
Introduzir espécies da Mata Atlântica para restaurar uma área de Cerrado pode até trazer bons resultados iniciais – quando aplicado todos os procedimentos de adubação – mas no longo prazo o projeto está fadado ao insucesso.
Dessa maneira, além de saber como executar um projeto de restauração é importante a fase do diagnóstico inicial, no qual é importante saber reconhecer qual formação vegetal e fitofisionomia se enquadra a área que se deseja restaurar. É importante um conhecimento botânico das espécies que você vai introduzir na área para não introduzir espécies erradas.
Para auxiliá-lo(a) nessas etapas, o portal eFlora e o Curso “O Segredo da Identificação de Plantas” são excelentes oportunidades para você saber mais sobre caracterização da vegetação e identificação de plantas. E no âmbito do portal eFlora há iniciativas correlatas bem aplicadas à Restauração Ambiental, como o Programa Muda Certa, o qual auxilia viveiros florestais e restauradores a selecionar as espécies mais indicadas, com identificação adequada e revisada pela equipe especializada, para serem introduzidas no local que se deseja restaurar.

Leituras recomendadas
Gonçalves, J.L.M.; Raij, B. van e Gonçalves, J.C. Florestais. In: Raij, B. van; Cantarella, H.; Quaggio, J.A. e Furlani, A.M.C., eds. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas, Instituto Agronômico e Fundação IAC, 1996. p. 247-259.
Haridasan, M. Nutritional adaptations of native plants of cerrado biome in acid soils. Brazilian Jornal of Plant Physiology. 20(3): 188-195, 2008.
Neto, A.E.F.; Siqueira, J.O.; Curi, N. e Moreira, F.M.S. Fertilização em reflorestamento com espécies nativas. In. Gonçalves, J.L.M e Benedetti, V. eds. Nutrição e fertilização florestal. Instituto de Pesquisas Florestais, Piracicaba, 2000. p. 351-353.
Toledo, M.C.M.; Oliveira, S.M.B. e Melfi, A.J. Intemperismo e formação do solo. In: Teixeira, W.; Toledo, M.C.M.; Fairchild, T.R. e Taioli, F., eds. Decifrando a Terra. Oficina de Texto, São Paulo, 2000. p. 139-166.

terça-feira, 28 de maio de 2019

Erva de passarinho ameaça árvores na arborização urbana !!




Fonte: site gazeta do povo

 Curitiba tem hoje cerca de 300 mil árvores espalhadas por vias públicas, praças e parques. Dessas, cerca de 10% estão contaminadas com um parasita conhecido popularmente como "erva de passarinho". Aparentemente inofensiva, essa planta se instala nas árvores e passa a se alimentar basicamente de seiva elaborada. Com o passar dos anos, a erva suga toda a energia de sua hospedeira, levando-a à morte. "Se alguma coisa não for feita com urgência, em 20 anos, 80% das árvores de Curitiba irão desaparecer", alerta o professor de propagação e morfogênese de árvores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Flávio Zanette.

Segundo ele, a disseminação da erva acontece por meio dos pássaros – daí o nome erva de passarinho. Eles comem os frutos da parasita, que são mais doces do que os outros, e depois transmitem a praga a outras árvores. A erva alimenta-se dos minerais sugados por sua hospedeira. "É uma planta preguiçosa, que, em vez de buscar seu próprio alimento, suga a seiva pronta. Isso ocasiona um enfraquecimento progressivo da árvore e sua morte", conta o professor.

Gênero específico da família Loranthaceae, a erva de passarinho possui mais de 1,4 mil espécies, distribuídas por regiões tropicais e subtropicais dos hemisférios Sul e Norte. São quatro os gêneros mais freqüentes nas áreas urbanas, porém, ainda não foram identificados quais os que atingem Curitiba. Sabe-se, no entanto, que é um tipo de parasita que não escolhe hospedeiro. "Só não vi na araucária e no pinus. Nas outras espécies, todas", avisa Zanette.



Proliferação

Segundo o professor, o inverno é a época mais propícia para o crescimento e disseminação da planta. "Como ela também pratica fotossíntese, busca luz. No inverno as folhas das árvores caem, facilitando essa procura e colaborando para disseminação." Outro ponto é a carência de comida para as aves nesta época, quando não há frutos, somente os da parasita.

O desconhecimento da população colabora para agravar o problema, já que as pessoas não percebem a proliferação. "Para o leigo, ela é só mais uma parte da árvore. Ele não consegue distinguir a erva e até acha bonito", conta o professor. Ele lembra que a contaminação acontece também em espécies cultivadas em propriedades particulares. "É importante que cada morador verifique, em seu jardim ou bosque, a presença desse parasita e faça sua poda, única forma de controle da erva."

Para descobrir se a árvore está contaminada, basta olhar com atenção: galhos mais longos, que pendem das copas, várias raízes que se agrupam no tronco e pequenos acúmulos de sementes escuras – que se destacam principalmente no inverno – indicam a presença da erva de passarinho. Para Zanette, nenhuma praga é tão séria quanto essa. "É uma planta contra outra", ressalta.



Em média, uma árvore hospedeira leva de cinco a dez anos para morrer. "O interessante é que quando a ela morre, a parasita morre junto, pois não tem mais alimento." Zanette informa que, o problema se acentuou em Curitiba nos últimos quatro anos, fugindo do controle e necessitando, urgente, de ações práticas. "Já tomamos algumas iniciativas para o manejo adequado na área urbana, mas não tivemos sucesso. Precisamos da atenção da população e principalmente dos órgãos públicos, para descobrirmos novos meios de conter essa praga", diz o especialista, que compara o problema à Aids. "Assim como a aids é um problema de desequilíbrio causado por comportamento social. Essa erva representa um desequilíbrio ambiental, já que, em pouco tempo, muitas árvores deixarão de existir.""

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/erva-de-passarinho-ameaca-arvores-9nhiwjalbjvextyhmfl2on70u/

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segunda-feira, 27 de maio de 2019

Morango do mato ou morango silvestre

Fonte: site colecionando frutas


Flores de Rubus rosifolius var. rosifolius





Frutos de Rubus rosifolius var. coronarius

NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: CAPINURÍBA que significa “Erva coberta de espinhos que dá cachos de fruto” derivando-se de quatro palavras do Tupi guaraní: CAÁ - erva, folha ou talo, PINÛ - urtiga ou coberto de espinho, ARY- cacho, IBÀ- fruto. Também recebe os nomes: Framboesa do campo, Framboesa vermelha, Amora de espinho, Moranguinho, Moranguinho de espinho, Morango silvestre e Framboesa silvestre. 

Origem: Espécie presente em capoeiras e formações primárias ou em bordas de mata. A variedade Rosifolius tem distribuição e ocorrência abundante, enquanto que a variedade Coronatus tem distribuição mais restrita aos montes da floresta ombrofila densa. Ambas as variedades ocorrem em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, Brasil. Mais informações no link:

OBSERVAÇÕES: A variedade Rosifolius é mais fácil de cultivar e é facilmente identificada por ter folhas menores, flores com 5 pétalas e frutos discóides achatados. A variedade Coronatus é mais difícil de encontrar e cultivar e é facilmente identificada por ter folhas maiores evidentemente serrilhadas e flores com 6 pétalas ou mais e frutos cilíndricos ou alongados.

Características: É um arbusto ereto com ramos secundários prostrados que enrosca-se na própria planta ou em outro apoio, atingindo 0,60 a 2 metros de altura formando touceiras densas. O caule é verde amarelado, de 0,6 a 1,5 cm de diâmetro na base, com acúleos ou espinhos de base larga de 0,5 cm de largura. As folhas são imparimpinadas (formação semelhante à pena) com três pares de pinas terminando com uma pina ou folíolo. O pecíolo (parte que prende a lamina ao caule) mede 3,5 cm de comprimento, tem estipulas (formação laminar na base) filiforme (semelhante a fio) tomentosas (cobertas de lanugem) de 1,2 cm de comprimento. O folíolo é ovado, membranáceo (de textura delicada) verde brilhante e áspero de 5 a 7 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura, sob peciólulo (pecíolo ou suporte secundário) de 2 mm de comprimento. A base é obtusa (arredondada), ápice acuminado (termina com ponta longa e fina), a margem é crenulada (com dentes e recortes em pequenas dimensões). As flores aparecem nas axilas terminais aos pares ou solitárias sob pedicelo de 1,5 cm de comprimento. A corola (invólucro interno) tem 5 pétalas brancas, arredondadas, com base verde clara e cuneada (em forma de cunha). Os frutos é uma drupa apocárpica (com tecidos agregados ou unidos ao redor dum receptáculo comestível) de forma orbicular, vermelha quando madura, de 1,7 a 2,5 cm de diâmetro por 0,8 a 1,2 cm de altura, com parte interna oca e cheia de filamentos membranáceos e brancos, com sabor delicado, doce e pouco acido, lembrando o morango. As sementes são diminutas, como grãos de açúcar.

Dicas para cultivo: Planta subtropical que pode ser cultivada no sul e sudeste do Brasil, pois é muito resistente a geadas de até – 4 grau, adaptando-se a altitudes desde o nível do mar até 2.000 metros de altitude; podendo ser cultivada a pleno sol ou a meia sombra, em solos ácidos ou alcalinos, argilosos e encharcados ou vermelhos, arenosos e secos. A planta tem um sistema radicular rizomatoso que reproduz-se por brotações anuais no inicio da primavera e caules anuais ou bienais que cresce de rebentos das raízes e frutificando após 6 meses de crescimento. Quanto ao terreno, aprecia solos que sejam ricos em matéria orgânica e com boa umidade natural, podendo ser úmidos ou bem drenados. Pode ser cultivada em pleno sol em ambiente sombreado. As plantas iniciam a frutificação com 1 a 2 anos e mantém a produção por 5 a 8 anos.

Mudas: As sementes medem 1 mm de diâmetro e depois de despolpadas e lavadas sob uma peneira em água corrente, podem ser armazenadas por até 6 meses, sem perder o poder germinativo. Recomendo semear superficialmente em jardineiras contendo substrato feito de 40 % de terra argilosa ou vermelha, 20% de areia e 40% de matéria orgânica bem curtida. As sementes têm índice de germinação na faixa dos 85% e nascem em 30 a 60 dias. Quando as plântulas atingirem 10 cm de altura já podem ser transplantadas para embalagens individuais. O crescimento das mudas é moderado se forem formadas em local ensolarado, atingindo 40 cm em 7 a 8 meses. Pode ser propagada mais facilmente por pedaços de raiz ou divisão de brotações da touceira.

Plantando: Deve ser plantados em lugar definitivo em canteiros que devem ter paredes de tabuas ou tijolos para evitar que o sistema radicular cresça desordenadamente. O espaçamento de 50 cm entre plantas e 2,5 metros entre linhas, Os 30 cm da terra de superfície devem estar bem fofos e devem ser enriquecidos com 5 a 6 pás de matéria orgânica bem curtida, + 500 g de calcário e 1 kg de cinza por cada metro do canteiro. Deixar curtir por 2 meses, podendo fazer o plantio em qualquer época do ano se irrigada. A planta precisa ser conduzida com podas dos ponteiros, deixando com altura de 80 cm a 100 m, deixando 5 a 7 hastes por planta, não havendo necessidade de construir parreiras.

Cultivando: Quando a adubação, faz-se com 10 kg de composto orgânico e 30 gramas de NPK 4-14-8 distribuídos em duas porções; no inicio da primavera e no inicio do verão. A irrigação aumenta a produtividade e pode ser feita por gotejamento com uma media de 6 litros de água por planta em cada semana que não chover. Na época do fim do inverno, se faz a poda de frutificação, eliminando todos os ponteiros que frutificaram no ano passado e de limpeza, eliminando galhos secos, doentes ou mal localizados.

Usos: Frutifica nos meses de Setembro a março. Os frutos têm sabor que lembra o morango e são deliciosos para o consumo in-natura. Os frutos podem ser usados para fabricação de geléias, iogurtes, sucos e sorvetes. Os frutos batidos com leite ou qualhada são uma delicia. Essa espécie pode nos pomares domésticos ou mesmo nos pequenos quintais, podendo até ser cultivada em vasos ou jardineiras grandes; proporcionando deliciosos frutos para uma dieta saudável da família em especial as crianças.

Consulte-nos pelo e-mail hnjosue@ig.com.br para saber se temos sementes ou mudas disponíveis.  

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Armadilha feita com PET ajuda a combater a mosca-das-frutas

Há alguns anos utilizo esta armadilha em alguns pomares. E utilizo vinagre de vinho como substância de atração as moscas. Coloque uma armadilha por planta e confira os resultados. alexandre


Armadilha feita com garrafa de plástico ajuda a combater a mosca-das-frutas, um mal que causa muitos prejuízos ao produto.


Texto Gustavo Laredo

Ilustração Francisco da Costa



Pergunte a qualquer fruticultor qual é a praga que lhe tira o sono. A resposta fatalmente será mosca-das-frutas. Este bichinho matreiro, pertencente ao gênero Anastrepha, é capaz de causar estragos à lavoura e prejuízos ao produtor.



As fêmeas, principalmente, são as maiores vilãs. Elas encontram nas frutas as proteínas e os carboidratos necessários para a maturação de seus ovos. Depois de alimentadas, colocam seus futuros descendentes para se desenvolver no interior dos frutos, deixando a porta aberta para que fungos e bactérias também se instalem. Resultado: apodrecimento e queda prematura das frutas.



Uma forma de combater esse mal está no uso de uma armadilha simples que contém uma solução atrativa para o inseto. A Embrapa Agrobiologia adaptou com garrafa PET um modelo conhecido como McPhail, muito utilizado nos pomares comerciais, mas pouco conhecido de pequenos e médios produtores.





Mosca-das-frutas

Dentro dos recipientes, é colocada uma solução de suco de fruta, melaço de cana-de-açúcar ou proteína hidrolisada, mistura capaz de atrair o inseto para dentro da garrafa e fazer com que ele acabe se afogando. Em pomares com área de um a quatro hectares, o uso dessa armadilha dispensa agrotóxicos e, para fazê-la, gasta-se apenas 3,50 reais, em média.



"Os fruticultores da região Sul, de São Paulo e do pólo de fruticultura do Nordeste são os que mais utilizam esse tipo de armadilha. Mas em regiões onde não há assistência técnica e extensão rural, o frasco caça-moscas ainda é pouco conhecido", comenta a pesquisadora Elen Aguiar.



10 ARMADILHAS PARA AFASTAR AS MOSCAS DE CASA

fonte site  greeme


armadilhas para moscas
Verão na área e vêm aí com toda a força as chatas das moscas. Se a presença delas te incomoda (e como!), esqueça os inseticidas clássicos que são prejudiciais ao meio ambiente e à nossa saúde.
Moscas existem em tudo que é clima da nossa Terra - dizem que existem mais de 1,2 milhão de tipos (espécies) de moscas voando em volta da gente. E moscas também são um dos mais perigosos vetores de doenças.

O risco das moscas

Sim, não é que elas só sejam assim, tão chatas mas, para além de incômodas as moscas são perigosas pois transportam, no seu vai e vem voador, 1 milhão de bactérias por indivíduo (não é força de expressão, não: cada mosca pode transportar cerca de 1 milhão de bactérias em seu corpinho voador!).
moscas tipos
Acontece que moscas voam, e pousam, em tudo que é lugar e, principalmente onde há matéria orgânica em decomposição - fezes, lixo, carniça, podridão - pois é esse o “aroma” de que elas mais gostam. Tem a ver com a busca pela alimentação - se bem que tem mosquinha que adora um néctar de flor, que nem abelha ou beija-flor - e também com a busca de lugar adequado para botar seus ovos, criar suas larvas e novas gerações de moscas.
Então, nesse voa e pousa, seja lá pela razão que for, a mosca se contamina com as bactérias da putrefação e mais, com as patogênicas que estão por lá dispersas.
Nem toda mosca pica - não é picando que a mosca vai te contaminar - e nem toda mosca vai te injetar ovos que virarão berne depois. Para contaminar basta a mosca pousar, levemente, na sua pele, na sua comida, na sua roupa, na sua água. e, conforme for o patógeno transportado por ela você poderá vir a sofrer de viroses diversas, diarréia, disenteria, febre tifóide ou cólera.
O melhor jeito da gente se proteger é não ter alimentos expostos, não ter ajuntamento de matéria orgânica em decomposição perto da casa e, claro, achar uma maneira efetiva de manter as moscas longe (a gente sabe que não bastam telas na janela para que isso seja realidade).
Assim, separei aqui algumas receitas antigas que vão ajudar você a lidar melhor com este problema. Faça você mesmo as armadilhas para as moscas, usando materiais reciclados e ingredientes naturais, que podem ser facilmente encontrados em sua cozinha. Aqui vão alguns exemplos:

1. Garrafa plástica

Para fazer essa armadilha você vai precisar de uma garrafa plástica, fita adesiva e uma panela com água e açúcar. Corte a garrafa em duas partes de uns 5 centímetros abaixo do seu “pescoço”, onde a garrafa começa a se alargar. Ponha o pedaço da “cabeça” (a parte menor) dentro do outro pedaço com o bico virado para baixo.
Fixe as duas partes da garrafa, onde elas foram cortadas, com uma fita adesiva fazendo toda a volta. Em uma panela, coloque 5 colheres de sopa de açúcar, espalhe uniformemente sobre o fundo e adicione água até cobri-lo. Mexa e deixe ferver até dissolver o açúcar completamente.
Deixe esfriar e despeje a mistura dentro da garrafa. A armadilha funciona melhor se você a esquentar ao sol ou esfregando-a com as mãos. Em vez do açúcar e água você pode colocar no fundo da garrafa de um pedaço de comida, por exemplo, uma fatia de maçã. Veja mais instruções aqui.
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fonte foto: wikihow.com
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2. Pote de vidro com cerveja

Uma opção para evitar o uso do plástico é utilizar um pote de vidro. Pegue um pote grande de vidro e coloque nele um pouco de cerveja. Ao que parece as moscas adoram cerveja! São atraídas pela presença de dióxido de carbono e por odores não muito agradáveis.
Também lhes atrai substâncias doces, então você pode tentar adicionar à cerveja uma ou duas colheres de chá de açúcar. Depois, com um pedaço de cartolina (reutilize capa de revista, flyer de festas etc) e fita adesiva, crie um cone para ser colocado na boca do pote. Funcionará como um funil e não deve entrar em contato com a cerveja.
Coloque a armadilha perto de uma janela, do cesto de frutas ou em cima da mesa quando você for comer ao ar livre. Provavelmente as moscas irão deixar você beber a tua cerveja em paz!
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Fonte foto: blogspot

3. Armadilha ao ar livre

Esta é uma armadilha pensada para espaços abertos como o quintal, o jardim ou a varanda. Você vai precisar de uma garrafa de plástico. Lave-as muito bem antes de preparar a armadilha. Encha pela metade a garrafa com água e despeje dentro meio copo de açúcar, agitando bem.
Com um funil, adicione vinagre, como você pode ver no vídeo. Em seguida, ponha uma casca inteira de banana. Basta agitar levemente o frasco e colocá-lo no jardim.Você também pode pendurá-lo. As moscasserão atraídas pelo cheiro do líquido no seu interior.

4. Papel Mosca

Para preparar seu papel mosca você precisa ter à disposição papel de embrulho (papel de pão), água, açúcar e mel ou xarope líquido (de milho, arroz ou agave). Em uma panela, coloque um copo de água, um copo de açúcar e um de xarope ou mel. Mexa em fogo baixo até que a mistura fique homogênea e pegajosa.
Despeje-a em uma panela ou em um prato e mergulhe uma a uma as tiras feitas com o papel de embrulho. Pendure-as no varal e espere a chegada das moscas… longe de você!
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5. Armadilha de vinagre aquecido

Dizem que é preciso fazer essa armadilha com vinagre de maçã mas, na verdade, é suficiente que seja vinagre, ácido acético, de qualquer tipo (o mais barato também funciona).
O truque é você colocar o vinagre quentinho em um vidro de boca larga na boca do qual você ajeita um funil (de plástico, de papel, como preferir) para que a entrada das moscas seja facilitada e a saída, não.
Deixe essa sua armadilha no lugar mais frequentado pelas moscas, em sua casa. Enquanto o vinagre estiver quentinho o seu cheiro se espalhará atraindo as moscas do entorno que, afoitas, entrarão no funil e ficarão presas no vidro. De tempos em tempos, esvazie a armadilha e renove o vinagre.
Mas, também é verdade que o vinagre atrai, assim como as frutas maduras, aquelas mosquinhas pequeninas (mosca de fruta ou mosca de vinagre que é uma Drosophila sp.) que voam em nuvens rodeando a fruteira.
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6. Vaporizador com vinagre

Você também pode vaporizar vinagre puro nas moscas que por aí voam - elas não morrerão mas ficarão mais lentas sendo mais fácil de usar o “cata-mosca” de forma eficiente. É bem melhor do que a antiga “bomba de Flit” que a gente usava, tão eficiente quanto, mais barato e muito mais saudável para você e o resto da humanidade.

7. Limão

O cheiro de limão na casa não atrai nem moscas nem pernilongos, mais bem os afasta assim como outros cheiros - canela, cravo, alfazema, calêndula, capim santo e, bem, arruda que espanta mosquinha, moscão e encosto.
Para usar limão como “espanta mosca” a receita começa na noite anterior:
Corte um limão em quartos e deixe-os nas prateleiras do seu forno, a porta aberta, o forno apagado, durante a noite.
Na manhã seguinte, ligue o forno na temperatura mais baixa que tiver. O objetivo é só espalhar o aroma pelo aquecimento das células do limão, por isso a temperatura deve ser suave (até, no máximo, 100ºC). Apague o forno assim que o aroma do limão se espalhar.

8. Armadilha de leite, açúcar e pimenta

Esta é uma antiga receita inglesa para a qual você vai precisar de meio litro de leite, 2 colheres de sopa de açúcar (quanto mais escuro, melhor pois é mais atrativo para as moscas) e 4 colheres de sopa de pimenta-do-reino moída.
Cozinhe os ingredientes, todos juntos, em fogo baixo, por 15 minutos. Despeje em pratos rasos e espalhe estes pela casa nos locais habituais que as moscas frequentam. Após um tempo você verá que o leite está coalhado de moscas mortas que você poderá “coar e jogar no lixo”.

9. Defumador de ervas para afastar moscas

Café, canela, cravo, alfazema, calêndula, capim santo, crisântemo e arruda são alguns dos aromas que não agradam às moscas e mosquitos.
Uma boa dica é você deixar defumadores acesos com os aromas que lhe agradem mais, da lista acima, nos cômodos de onde precisa expulsar as moscas caseiras.
Esta dica também é eficaz se você usar o óleo essencial em difusor de calor, com vela ou na tomada, ou até quando você ferve, durante um tempo, a erva escolhida espalhando seu aroma pela cozinha.
Leia também:
Eu gosto de fazer borrifador de ambiente com as ervas e usar, a torto e a direito.

10. Plantas aromáticas na janela da cozinha

Outra dica interessante bastante usada nos países mediterrânicos é ter, nas janelas da cozinha e nas portas (à saída) jardineiras com plantas aromáticas como as alfazemas, sálvia, alecrim, tomilho, manjericão, orégano, crisântemos e arruda que, de por si espantam moscas e mosquitos por seus fortes óleos aromáticos que se expandem ao vento invadindo os cômodos.
Esta solução é linda, colorida e adequada para quem tem janelas ao sol, com beirais que permitam a colocação de vasos.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Estaquia: Como plantar por estaca.


É praticamente impossível obter determinadas plantas a partir da semente. Um dos métodos que pode aplicar para reproduzir as suas plantas preferidas é a estaquia.
A estaquia, ou “multiplicação por estacas”, é um método de reprodução assexuada de plantas, consiste no plantio de pequenas estacas de caule, raízes ou folhas que, plantados em meio úmido, se desenvolvem em novas plantas. In “Wikipedia

Como fazer

Comece por escolher recipientes suficientemente fundos, entre 10 e 15cm,  individuais ou não, mas tendo o cuidado de nunca tentar reproduzir variedades diferentes no mesmo vaso. Depois, tenha cuidado na escolha da terra. Um substrato leve, composto por húmus e areia, que deverá “apertar” ligeiramente antes de abrir os buracos para as estacas. Estes deverão ter no mínimo 5cm de profundidade para facilitar o enraizamento, o que significa que o seu recipiente deve conter uma mistura de terra com pelo menos 7,5cm.
Escolha uma planta adulta e saudável. Se os nós dos caules forem visíveis, tente cortar uma secção com pelo menos 4 nós. Se não forem, corte estacas com cerca de 15cm. Pode também optar por um cortar um ramo novo, lateral, aproveitando assim para dar forma à planta original.
Para preparar a estaca para o enraizamento, retire todas as folhas em cerca de 1/3 do caule, deixando nua a parte inferior. Havendo nós, deverá deixar, por baixo do último, não mais de 5mm. O corte, em qualquer situação, deverá ser limpo, não deixando feridas nem rasgos na estaca. Corte as pontas das folhas grandes, que consomem energia de que a estaca precisará para o enraizamento. Retire também todas as flores ou “botões” que possam haver.
Coloque as mudas nos recipientes de destino e aperte a terra em volta das mesmas. Quando todas estiveram mudadas, humedeça a terra e a estaca com a ajuda de um pulverizador. Procure deixá-las num lugar abrigado, com luz mas sem sol directo. Se cobrir os vasos com um saco de plástico, pode utilizar suportes como canas ou outros para criar uma mini-estufa. Não feche completamente a parte inferior, permitindo a circulação de ar fresco que ajudará a reduzir problemas de manchas e bolores, mantendo no entanto a humidade.
O tempo de enraizamento varia de espécie para espécie, mas não espere ver raízes antes de passados pelo menos 10 dias. Pode verificar como se estão a comportar as suas estacas, levantando a terra por baixo da mesma com cuidado, com um agrafo, por exemplo, ou no caso de recipientes individuais de plástico, apertando com cuidado e levantando todo o conteúdo.
Se tiver terra e espaço suficientes, pode deixar as suas estacas nesta terra até à mudança definitiva de local. Se não, aguarde que as raízes mais longas atinjam 1cm e mude-as para novo recipiente contendo o mesmo tipo de terra para a qual as mudará mais tarde.

Dicas

Prepare as estacas de manhã, quando as plantas estão repletas de água. O caule por si só não vai conseguir absorver muita água nos próximos tempos. Se aparecerem rebentos mas a humidade não for suficiente, acabarão por morrer.
Se pretende enraizar a sua estaca directamente no local de destino, rodeie-a de pedras, por exemplo e coloque por cima uma jarra ou um copo de vidro. Isto ajudá-la-á a conservar a humidade. Mas atenção, vidro raios de sol directos, podem assar a sua estaca…
Tome nota das datas em que prepara as estacas. Se o fizer em alturas diferentes em anos diferentes, obterá resultados diferentes. Se tomar nota, saberá sempre qual a melhor altura para propagar cada uma das suas plantas.
Existe no mercado, uma hormona de enraizamento, em forma de pó, que poderá utilizar. Tenha sempre o cuidado de apenas mergulhar no pó metade da parte do caule que irá ficar enterrada e de deixar uma camada extremamente fina, sacudindo cuidadosamente os excessos.
Esta técnica é particularmente indicada para: Asteres, campânulas, crisântemos, clematites, dálias, alfazemas, e gerânios entre outras inúmeras variedades.
A partir de Setembro, e passada a época de floração, pode começar a fazer estacas de brincos-de-princesa, cravos, cravinas, sardinheiras, roseiras, salvia, santolinas…
Por altura do Natal, as estacas de aromáticas já estão suficientemente enraizadas para serem movidas…acrescente aroma aos seus presentes!

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Coreutéria ótima para apicultura, flora apícola.

Fonte: planta sonya

 


Árvore da família Sapindaceae com origem na continente asiático, sendo oriunda de países como: Japão, China, Coréia do Sul e Coréia do Norte. Além de ser conhecida popularmente pelo nome de Coreutéria, é denominada também por: coelreutéria, árvore-da-chuva-dourada, quereutéria e saboeiro.
As folhas são caducas e de tamanho médio. É uma árvore de crescimento rápido, que pode atingir 10 m de altura, para 6 m de diâmetro da copa arredondada. A floração, entre dezembro a abril, produz flores de cor amarela. A frutificação é do tipo cápsula e decorre entre maio e junho. Os frutos são róseos e também bastante ornamentais.
Esta planta é muito usada e cultivada em parques e jardins, devido ao fato de ser uma arvore bastante bonita e graciosa, além de decorativa.
A família Sapindaceae é  composta de aproximadamente 200 gêneros e algo em torno de 2.000 espécies, que são cultivadas em sua grande maioria nas regiões tropicais (países com clima quente) de nosso planeta.
Entre as espécies desta família, encontram-se arvores de pequeno, médio e grande porte, além de arbustos e lianas (trepadeiras). No Brasil, a área onde encontramos o maior numero de espécies é a região amazônica (com destaque também para a região do cerrado e do pantanal) e a espécie cultivada que mais conhecemos é o guaraná.



Características da Coreutéria
A planta é caracterizada por ser uma planta decídua (planta que perde todas as suas folhas no período do outono e as renovam quando chega a primavera), perene (planta que possui ciclo de vida longo, geralmente maior que dois anos) e ornamental.
A copa desta árvore é muito ampla e apresenta uma forma arredondada ou de cúpula (semi esfera), que se modifica de acordo com a variação da espécie da coreutéria.
A casca do tronco (caule) da coreutéria possui a cor marrom acinzentada, e com o passar do tempo e aumento da idade da planta, o tronco se torna enrugado e sulcado.
As folhas são pinadas (similar a uma pena, a lamina da folha é dividida em folíolos) ou bipinadas (duplamente pinadas).
As folhas desta árvore possuem folíolos elípticos (em formato de circulo achatado), acuminados (terminadas em ponta) e possuem as margens serrilhadas.
As folhas no momento inicial possuem a cor verde, mas com o decorrer do tempo passa a ter a cor amarela, isso acontece normalmente no outono, antes delas caírem para ressurgirem na primavera.
A floração da coreutéria acontece no verão e no outono. Na floração surgem inflorescências longas do tipo panícula (se caracteriza por um cacho composto de ramos que decrescem da base para o ápice da planta). A floração dessa árvore é muito bonita.
As inflorescências são carregadas de flores que possuem um tamanho pequeno, são  hermafroditas (possuem ambos os sexos – masculino e feminino – ao mesmo tempo), tetrâmeras (os verticilos são compostos por quatro elementos) e de coloração amarelada. As flores possuem um tamanho médio aproximado de 45 cm.

Cultivo
A coreutéria é uma planta nativa de regiões que apresentam o clima temperado, no entanto ela é uma espécie que possui resistência ao clima quente e ao calor.
Devido a essa resistência adquirida pela espécie, e a sua facilidade em conseguir se adaptar a outros climas, pode ser cultivada em regiões que apresentam os climas: tropical, subtropical, temperado, mediterrâneo e continental.
Deve ser cultivada sob o sol pleno. A planta consegue se adaptar a vários tipos de solo, no entanto prefere que o solo tenha boa capacidade de drenagem, e que seja bem irrigado, com a realização de regas constantes e regulares.
Apesar de a planta apreciar o calor, e suportar ventos fortes, ela não deve ser cultivada em regiões litorâneas, pois a coreutéria é uma espécie que não tolera a salinidade.
É uma espécie que traz excelente retorno quando usada em projetos paisagísticos, principalmente nas questões de arborização urbana, pois ela é uma planta rústica, que possui um crescimento rápido, tem características decorativas tanto com relação as suas flores quanto aos seus frutos e consegue suportar a poluição urbana. Devido ao seu porte ser de pequeno a médio, é uma planta que pode ser utilizada em jardins residenciais.
Devido ao fato das raízes da coreutéria não serem agressivas, essa árvore também pode ser plantada em locais pavimentados: calçadas, estacionamentos e canteiros. Pois não terá risco de quebrar os pavimentos e irão embelezar o local.
É uma planta que pode ser cultivada de maneira isolada ou em grupos, formando renques. Quando cultivada em grupos, pode formar belas alamedas.
Uma das curiosidades da coreutéria, é que as sementes desta espécie quando tostadas se tornam comestíveis, no entanto o consumo desse produto não é comum.

Multiplicação
A coreutéria é uma arvore que se multiplica normalmente pela dispersão de suas sementes e de maneira mais rara por estaquia de suas raízes.
A multiplicação por dispersão de sementes consiste em colocar as sementes geradas pela própria planta em um local apropriado (solo em condições adequadas, irrigações periódicas, fertilização do solo e outras), para que a semente possa germinar e gerar uma nova espécie da planta. O processo de germinação das sementes dura em média 30 dias. É necessário colocar as sementes para que a dormência seja quebrada em água quente.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

SC: adubação com pó de rocha é barata e ecologicamente correta



No lugar do adubo convencional, ele começou a aplicar basalto moído e se surpreendeu com o resultado. Os custos de produção caíram e, hoje, ele planta milho, feijão, soja e cebola no sistema agroecológico usando basalto misturado com adubo orgânico.

Wilfrit associa essa técnica com adubação verde de inverno, plantio direto e rotação de culturas. O sistema tem aumentado a p rodutivide: no primeiro ano com pó de rocha, o agricultor colheu 180 sacas de milho por alqueire. No ano seguinte, colheu 220 sacas na mesma área.

Para o agrônomo Daniel Dalgallo, extensionista do Escritório Municipal da Epagri, o pó de basalto pode substituir com vantgens a adubação sintética. “Com o adubo químico, o produtor se limita a 6 ou 7 nutrientes. O basalto tem 108 elementos químicos. Desses, 42 são importantes para o metabolismo da planta. Com uma nutrição equilibrada, a planta fica mais resistente a doenças”, destaca. Em Porto União, também há testes de aplicação do pó com adubo orgânico em pastagens, no plantio de grãos e na fruticultura. Na região, mais de 400 agricultores já usam a técnica.

De acordo com o biólogo Bernardo Knapik, que há mais de 20 anos estuda o pó de basalto, análises foliares das plantas que receberam a técnica apontam que elas são mais ricas em nutrientes. “O pó de rocha não agride o meio ambiente porque não se dissolve rapidamente. Ele é trabalhado pelos microrganismos e pelas raízes e, assim, o solo se regenera. Já o adubo sintético é solúvel, a planta aproveita o que pode, e o que ela não absorve pode causar problemas ambientais”, compara.

Em Guaraciaba, no Extremo-Oeste, o basalto é usado misturado com adubo orgânico em pastagens perenes de verão. “Houve um desenvolvimento de rebrota em menor período de tempo e diminuiu a incidência de pragas”, conta o agrônomo Clístenes Guadagnin, extensionista do Escritório Municipal da Epagri. Os resultados estão associados a um melhor manejo do gado, da pastagem e do solo, com a divisão em piquetes. Em testes realizados com lavouras de arroz sequeiro e milho, houve menor incidência de doenças foliares, maior produção e rsisência das plantas a períodos de estresse hídrico.

Em Ituporanga, no Vale do Itajaí, o pó de ardósia é usado na produção de cebola. “Usamos esse material associado à adubação verde e percebemos que o teor de potássio subiu rapidamente. Além disso, a acidez do solo diminuiu”, conta o agrônomo Hernandes Werner, pesquisador da Estação Experimental de Ituporanga.

Para ser usada na agricultura, a rocha é moída até se transformar em um pó semelhante ao cimento.Mas antes de usar esse material na lavoura, o agricultor deve fazer uma análise do solo e buscar o acompanhamento de um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola.

Fonte: Epagri

http://www.portaldecanoinhas.com.br/noticias/6711

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JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...