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terça-feira, 26 de julho de 2016

Vegetação espontânea considerada como "plantas indicadoras” da qualidade do solo



EspécieIndicadora de:
Amendoim bravo ou leiteira (Euphorbia heterophylla)Desequilíbrio entre N e micronutrientes, sobretudo Mo e Cu.
Azedinha (Oxalis oxyptera)Terra argilosa, pH baixo, deficiência de Ca e de Mo.
Barba-de-bode (Aristida pallens)Solos de baixa fertilidade
Beldroega (Portulaca oleracea)Solo fértil, não prejudica as lavouras, protege o solo e é planta alimentícia com elevado teor de proteína.
Cabelo-de-porco (Carex sp.)Compactação e pouco cálcio.
Capim-amargoso ou capim-açu (Digitaria insularis)Aparece em lavouras abandonadas ou em pastagens úmidas, onde a água fica estagnada após as chuvas. Indica solos de baixa fertilidade.
Capim-caninha ou capim-colorado (Andropogon laterallis)Solos temporariamente encharcados, periodicamente queimados e com deficiência de fósforo.
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)Indica solos muito decaídos, erodidos e compactados. Desaparece com a recuperação do solo.
Capim-marmelada ou papuã (Brachiaria plantaginea)Típico de solos constantemente arados, gradeados e com deficiência de Zn; desaparece com o plantio de centeio, aveia preta e ervilhaca; diminui com a permanência da própria palhada sobre a superfície do solo; regride com a adubação corretiva de P e Ca e com a reestruturação do solo.
Capim rabo-de-burro (Andropogon sp.)Típico de terras abandonadas e gastas - indica solos ácidos com baixo teor de Ca, impermeável entre 60 e 120 cm de profundidade.
Capim amoroso ou carrapicho (Cenchrus spp.)Solo empobrecido e muito duro, deficiência de Ca.
Caraguatá (Erygium ciliatum)Húmus ácido, desaparece com a calagem e rotação de culturas; freqüente em solos onde se praticam queimadas.
Carqueja (Bacharis articulata)Pobreza do solo, compactação superficial, prefere solos com água estagnada na estação chuvosa.
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)Deficiência de Ca.
Cavalinha (Equisetum sp.)Indica solo com nível de acidez de médio a elevado.
Chirca (Eupatorium bunifolium)Aparece nos solos ricos em Mo.
Dente-de-leão (Taraxacum officinale)Indica solo fértil.
Grama-seda (Cynodon dactylon)Indica solo muito compactado.
Guanxuma (Sida sp.)Solo compactado ou superficialmente erodido. Em solo fértil fica viçosa; em solo pobre fica pequena.
Língua-de-vaca (Rumex obtusifolius)Solos compactados e úmidos. Ocorre freqüentemente após lavouras mecanizadas e em solos muito expostos ao pisoteio do gado.
Maria-mole (Senecio brasiliensis)Solo adensado (40 a 120 cm). Regride com a aplicação de K e em áreas subsoladas.
Mio-mio (Baccharis coridifolia)Ocorre em solos rasos e firmes, indica deficiência de Mo.
Nabo (Raphanus raphanistrum)Deficiência de B e Mn.
Picão preto (Galinsoga parviflora)Solo com excesso de N e deficiente em micronutrientes, principalmente Cu.
Samambaia (Pteridium aquilinium)Alto teor de alumínio. Sua presença reduz com a calagem. As queimadas fazem voltar o alumínio ao solo e proporcionam em retorno vigoroso da samambaia.
Sapé (Imperata exaltata)Indica solos ácidos, adensados e temporariamente encharcados. Ocorre também em solos deficientes em Mg.
Tanchagem (Plantago maior)Solos com pouca aeração, compactados ou adensados.
Tiririca (Cyperus rotundus)Solos ácidos, adensados, anaeróbicos, com carência de Mg.
Urtiga (Urtica urens)Excesso de N (matéria orgânica). Deficiência de Cu.
FONTE: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Cafe/CafeOrganico_2ed/anexo10.htm

domingo, 24 de julho de 2016

Taboa: alimento, filtro e utilizada em artesanato.


foto:

Nome Científico: Typha domingensis
Família: Typhaceae
Características Morfológicas: Planta hidrófita (aquática), perene e ereta, de tamanho que pode variar de 2 a 4 metros de altura. Floresce de julho a agosto. Detalhe interessante: a parte superior da espiga é composta de flores masculinas, que caem; já a inferior, cor de chocolate ou ocre, é das femininas. O fruto, exótico, apresenta plumas.
Ocorrência Natural: Comum em todas as sub-regiões do Pantanal, em lagoas, brejos, solos arenosos ou argilosos ácidos e alcalinos. Presente desde o Canadá e Estados Unidos, até a Patagônia (inclua-se todo o Brasil). Cosmopolita, também é encontrada na Europa, Ásia, Austrália e Nova Zelândia.

A taboa, quando jovem, é uma planta inteiramente comestível. Para começar a espiga pode ser cozida ou assada, como um milho verde (aliás, tem proteína equivalente a ele), usada para fazer sopas, purês e até chocolate. O broto pode ser comparado a um palmito e até o pólen serve para doces. De quebra, as sementes contêm 88% de óleo (comparáveis ao de girassol e de canola).

Na natureza, a taboa funciona como um abrigo para muitas espécies de roedores e aves. As aplicações desta planta datam de 1906, quando já era explorada no delta do rio Danúbio (para celulose e produção de papel pardo, mais resistente). Utilizada como matéria-prima para papel, pastas, cestas e outros itens para artesanato.

Aliás, sua fibra é excelente (fica entre a juta e o cânhamo), com utilização em estofados, para a vedação contra água (pois incha) e como isolante térmico.

Além disso, é cultivada como filtro biológico para esgoto doméstico, efluentes industriais e de criação de animais, e também para controlar a erosão em canais. É capaz, inclusive, de remover metais pesados da água. Vai bem em solo rico em matéria orgânica, onde normalmente apresenta um crescimento vigoroso.

É conhecida também como paineira-de-brejo, capim-de-esteira, paina, paina-de-flecha, paineira-de-flecha, pau-de-lagoa, taboinha, tabu, entre outros.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Como plantar batata Yacon

Extraído do sítio hortas.info

Como plantar yacon

Yacon
Yacon - imagem original: Hajime Yoneya - Licença Creative Commons
O yacon (Smallanthus sonchifolius), também conhecido como batata yacon, é uma planta cujas raízes tuberosas são consumidas normalmente cruas ou na forma de suco. As raízes tuberosas do yacon são ricas em inulina (polissacarídeos de frutose), o que lhes proporciona um sabor adocicado. As folhas e as pontas dos ramos podem ser consumidas cozidas. Também é uma planta usada para fins medicinais, especialmente por suas folhas apresentarem propriedades anti-hiperglicêmicas.
Yacon florido
Inflorescência do yacon - imagem original: Rob Hille - Licença Creative Commons

Clima

O ideal são regiões que apresentam temperaturas entre 10°C e 26°C durante o ano todo. Geadas podem matar a parte aérea da planta, mas esta rebrota posteriormente.
Esta planta produz melhor em alta altitude, embora também possa ser cultivada ao nível do mar, podendo também se adaptar a diversas condições climáticas.

Luminosidade

Pode ser cultivado tanto com luz solar direta quanto em sombra parcial.
Plantação de yacon
O yacon pode atingir mais de dois metros de altura - imagem original:Rob Hille - Licença Creative Commons

Solo

O ideal é cultivar em solo bem drenado, profundo, sem pedras e outros detritos, fértil e rico em matéria orgânica. Embora possa tolerar solos mais ácidos, o pH ideal do solo é de 6 a 7,5.

Irrigação

Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado. A falta de água é prejudicial, principalmente se a temperatura estiver acima de 26°C.
Mudas de yacon
Mudas de yacon - imagem original: peganum - Licença Creative Commons

Plantio

O plantio do yucon é geralmente feito a partir de pedaços do rizoma, que são retirados e cortados quando ocorre a colheita das raízes tuberosas. Os pedaços de rizoma devem ter pelo menos quatro gemas ou brotos cada um. Plante cada pedaço de rizoma a não mais do que 5 cm de profundidade.
Outro método de propagação é a estaquia. Para isso devem ser selecionadas plantas saudáveis que não estejam florindo. Os ramos utilizados não devem ser muito lenhosos, e devem ser cortados em pedaços de 15 a 20 cm, deixando pelo menos dois nós em cada pedaço. As folhas podem ser retiradas e os pedaços de ramos podem ser plantados em um canteiro de terra fofa ou areia, que deve ser mantida bem úmida até o enraizamento. O pedaços de ramos devem ficar em uma posição vertical ou levemente oblíqua (inclinados), e de forma que metade dos nós presentes no pedaço de ramo fique enterrada no solo. Leva aproximadamente 45 dias para que as mudas estejam bem enraizadas, quando podem então ser transplantadas.
Pedaços de ramos com 4 ou 5 cm e apenas um nó também podem ser usados na propagação, mas neste caso os pedaços devem ser deixados na posição horizontal, enterrados a uma profundidade de cerca de 1 cm.
Embora menos comum, o plantio também pode ser feito por sementes. Estas podem ser semeadas no local definitivo ou em sementeiras e outros contêineres, e as mudas transplantadas quando estiverem grandes o bastantes para serem manuseadas.
O espaçamento recomendado é de 90 cm a 100 cm entre as linhas de plantio, com 60 cm a 70 cm entre as plantas.
Tubérculos de yacon
Raízes tuberosas do yacon, com rizomas logo acima das raízes - imagem original: Awkiku - Licença Creative Commons

Tratos culturais

Retire plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos.

Colheita

A colheita das raízes tuberosas do yacon ocorre de 6 a 12 meses após o plantio, dependendo das condições de cultivo. A planta inteira pode ser retirada ou pode-se cavar em volta e retirar apenas os tubérculos necessários, pois esta planta é perene. Embora a colheita seja geralmente feita quando a parte aérea fica completamente seca, para que os rizomas utilizados na propagação estejam bem desenvolvidos, esta pode ser realizada antes disso, ou a qualquer momento em plantas mais velhas.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Curso Extensão PANCS: Plantas Alimenticias Negligenciadas e suas potencialidades

INFORMAÇÕES SOBRE CURSOS DE EXTENSÃO - 2016
PANCS: Plantas Alimentícias Negligenciadas e suas Potencialidades a realizar-se nos dias 
10 e 11/06/2016.
Súmula: Curso de divulgação de conhecimentos científicos e tecnológicos abordando a importância 
no contexto da sociobiodiversidade, das boas práticas de cultivo e de coleta, enfatizando o reconhecimento
 de espécies importantes em segurança alimentar e nutricional.

DIA: 10/06/2016 (6ª-feira) – das 08:30 - 12hs dàs 13:30 - 17:00hs  (manhã e tarde) - aulas teóricas no
 Auditório do IFRS Campus Restinga, em porto Alegre, RS (Endereço: Loteamento Industrial da Restinga,
 Rua 7121, n. 285 – Bairro Restinga- Porto Alegre, RS)

DIA: 11/06/2016 (Sábado) – das 09hs às 11:30hs (manhã) -  oficinas práticas na Horta Comunitária da 
Lomba do Pinheiro Local: Horta Comunitária da Lomba do Pinheiro (Endereço:  Estrada João Remião, 
parada 12, Porto Alegre, RS).
Nº Vagas: 100
Custo:          Público Geral -  R$ 100,00
                Estudantes -    R$ 50,00 (apresentar comprovante)

















Inscrições:
•As inscrições são presenciais (feitas na Secretaria do Departamento de Horticultura e Silvicultura, 
(Prédio nº 41.210 – DHS/PLAV) na 
av. Bento Gonçalves, 7712, Bairro Agronomia, Porto Alegre – RS.
•Forma de pagamento: Em dinheiro ou cheque (não dispomos de máquina leitora de cartão)

OBS: Caso você esteja interessado(a) em fazer a inscrição e não possa vir até a FAGRO, outra pessoa 
(amigo, tia, prima, etc...) poderá fazer a inscrição para você mediante pagamento e apresentação das
 seguintes informações:  Nome completo, Nº RG, Nº telefone e e-mail para contato. 
As inscrições para estudantes serão feitas mediantes comprovação de matricula atualizada (2016).




Instituto Federal do Rio Grande do Sul - Campus Restinga
Telefone: 51-32478400
Endereço: Loteamento Industrial da Restinga, Rua 7121, n. 285 - Bairro Estinga- Porto Alegre-RS.
CEP: 91795-130
Como chegar de ônibus do centro de Porto Alegre até o IFSUL
ônibus 210 (Restinga Nova) e ônibus R10 (Restinga Nova/ Cavalhada)
ônibus da PUCRS até o IFSUL
ônibus 3141 (Restinga /PUC)
Estas informações encontram-se neste site:
http://www.restinga.ifrs.edu.br/site/conteudo.php?cat=35


*Mensagem enviada através do Webmail da Faculdade de Agronomia, em: 06-06-2016(10:33h)

terça-feira, 24 de maio de 2016

Onde encontrar sementes e mudas de hortaliças e plantas que saíram de “moda”, como jacatupé, ora-pro-nobis, taioba, entre tantas outras?

por Tadeu Montanaro Silva | Itumbiara, GO

Revista Globo Rural
Ora-pro-nobis: folhas cruas servem para saladas; secas e moídas, vão em tortas, refogados, massas e pães
Apesar de tradicionais e, muitas vezes, vinculadas à cultura de determinadas comunidades, ao longo do tempo muitas plantas caíram no esquecimento dos brasileiros. Sem contar com cultivo comercial em escala nem com uma cadeia produtiva organizada, acabaram sumindo da mesa dos consumidores. Mas, graças ao projeto de multiplicação de materiais genéticos realizado por instituições de pesquisa, a perspectiva é resgatar a popularidade de folhosas, raízes, leguminosas e frutas abandonadas nos últimos anos.


Revista Globo Rural
Inhame: para cozimento e fabricação de farinha

Revista Globo Rural
Jacatupe: raiz comida crua ou como polvilho
Para o pesquisador da Embrapa Hortaliças Nuno R. Madeira, várias dessas plantas tornaram-se raras no mercado como reflexo da urbanização e do crescente consumo de produtos alimentícios industrializados. Jacatupé, araruta, almeirão, azedinha, beldroega, bertalha, cará-moela, chuchu-de-vento, inhame, jambu, mangarito, mostarda, ora-pro-nobis, physalis, peixinho, taioba e vinagreira são alimentos que estão com o cultivo em processo de recuperação pela Embrapa Hortaliças e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), em parceria com o Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais (Epamig). Essas instituições têm estabelecido campos de multiplicação de sementes com o objetivo de disseminar as plantas pelo país. Como estratégia de difusão, faz-se o repasse de sementes e mudas das culturas pela implantação de unidades de observação, atuando de forma coletiva, com o acompanhamento do órgão de extensão rural local ou com organizações de agricultores (associações ou cooperativas).


Revista Globo Rural
Physalis: fruta pode ser consumida in natura ou em compotas, geleias e até licores
SAIBA COMO PRODUZIR ALGUMAS DAS PLANTAS TRADICIONAIS
Jacatupé (Pachyrrhizus tuberosus) - Seu consumo é comum na Amazônia Ocidental, especialmente entre as populações indígenas. Herbácea trepadora, pode atingir até três metros de altura quando tutorada. Rústica e de cultivo simples, é de fácil adaptação às diferentes regiões do país. O próprio agricultor pode produzir sementes do jacatupé, também conhecido como feijão-macuco ou feijão-batata. Com propriedade diurética e muita proteína, a raiz da planta serve para produção de farinha ou polvilho para pães e biscoitos. O solo para o plantio deve ser profundo, arenoso, bem drenado e com bom teor de matéria orgânica. A semeadura é realizada no espaçamento de 0,4 a 0,5 metro entre plantas, e de 0,8 a um metro entre leiras, com duas sementes por cova. Em cinco meses, pode ser iniciada a colheita.

Inhame (Dioscorea spp.) - Rico em vitaminas do complexo B, possui sais minerais, carboidratos e contém baixo teor de gordura. Fevereiro e abril são os melhores meses para se obter mudas para plantios de sequeiro no Nordeste. Julho e agosto são ideais para o cultivo irrigado. O terreno deve ser arenoso, profundo, bem drenado, rico em matéria orgânica e com pH de 5,5 a 6. A planta tem bom desenvolvimento sob clima quente e úmido, com temperatura média de 24 a 30 graus célsius (ºC). Em plantios domésticos, o cultivo é feito em covas altas (matumbos), com cerca de 30 centímetros de altura. A muda é colocada no alto e no centro da cova e em profundidade de dez centímetros. Recomenda-se espaçamento de um a 1,2 por 0,8 metro. A maturação completa se dá em cerca de 270 dias. Pode ser colhido quando as folhas da parte superior da planta estiverem amareladas e secas.

Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata) - Pertencente à família das cactáceas, tem fácil manejo e adaptação a diferentes climas e tipos de solo. Na medicina popular, as folhas são indicadas para aliviar processos inflamatórios e na recuperação da pele em casos de queimadura. Também podem ser misturadas à ração animal. Para consumo, somente é indicada a variedade que produz flores brancas. A planta em forma de arbusto e com espinhos pontiagudos nos ramos é uma excelente cerca viva.

Desenvolve-se em ambientes com incidência de sol ou à meia-sombra. O plantio deve ser realizado no início do período das chuvas. A propagação ocorre por estacas de 20 centímetros. Um terço deve ser enterrado em substrato composto de uma parte de terra de subsolo e outra de esterco curtido. Após o enraizamento, as mudas devem ser transplantadas para o local definitivo com espaçamento de um a 1,30 metro entre fileiras e de 40 a 60 centímetros entre plantas. Em três meses inicia-se a colheita, depois da poda dos galhos.

Physalis (Physalis angulata) - Também conhecida como camapum, saco-de-bode, mulaca e joá-de-capote, a physalis é uma fruta pequena, redonda e de cor verde, amarela, laranja ou vermelha. Nasce em arbusto de caule ereto e ramificado – que chega a 2,5 metros de altura se tutorado. É rica em vitamina A e C, fósforo e ferro. Folhas, frutos e raízes são usados na medicina popular no combate a diabetes, reumatismo, doenças de pele, bexiga e fígado. Pode ser plantada em qualquer época do ano e adapta-se bem ao clima quente, com tolerância ao frio. Não gosta de excesso de umidade e é vulnerável a doenças fúngicas. A propagação é feita por sementes, colocadas em substrato para hortaliças, em bandejas de isopor com 128 células, copos de plástico de 300 mililitros ou saquinhos de polietileno de 13 por 13 centímetros. Com 20 a 30 centímetros de altura, transfira as mudas para local com solo rico em matéria orgânica e pH de 5,5 a 6. O plantio deve ser em duplas, lado a lado, com 30 centímetros de distância. Ao atingir 80 centímetros de altura, faça o tutoramento. Em quatro ou cinco meses, produz de um a três quilos de frutos por planta.

Taioba (Xanthosoma sagittifolium) - É rústica e de plantio fácil. As folhas, ricas em vitamina A e amido, são consumidas em refogados e em recheios de tortas e bolinhos, mas nunca cruas. Os talos maiores podem ser fritos ou empanados. É originária da América Central e do norte da América do Sul. Em hortas, cresce bem quando disposta em linha de divisa ou beirando muros, tolerando meia-sombra. Pode ser usada como planta ornamental. Os rizomas utilizados no cultivo são obtidos de plantas maduras. Apresenta bom desenvolvimento em regiões de clima quente e com temperaturas acima de 25 ºC. Indicada para solo fértil, rico em matéria orgânica, bem drenado e com pH entre 5,8 e 6,5. As folhas são colhidas a partir de 70 dias, quando totalmente abertas. Os rizomas estão no ponto entre sete e oito meses, quando as folhas secarem.

CONSULTORES: NUNO R. MADEIRA
, pesquisador da Embrapa Hortaliças, BR-060, Km 09, Caixa Postal 218, CEP 70359-970, Brasília, DF, tel. (61) 3385-9000, sac@cnph.embrapa.br; e Georgeton S. R. Silveira, extensionista da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais), Rua Raja Gabaglia, 1626, Gutierrez, CEP 30441-194, Belo Horizonte, MG, tel. (31) 3349-8000, portal@emater.mg.gov.br
MAIS INFORMAÇÕES: Mapa, Emater-MG, Embrapa Hortaliças e Epamig estão lançando o Manual de hortaliças não convencionais; informações sobre a edição podem ser obtidas na Emater-MG, portal@emater.mg.gov.br ou tel. (31) 3349-8000

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Trilhas do Sabor - Matos Comestíveis (#PANCS)- Ep. 46 - Parte 1




 Rusty Marcellini vai às ruas e praças de Belo Horizonte para encontrar 
espécies de plantas que nascem espontaneamente e são comestíveis. 
Descubra as devidas recomendações e cuidados para saber o que colher,
quando colher e como preparar os ditos "matos comestíveis", 
chamados pelos pesquisadores de hortaliças não convencionais.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

PANCS Ora-Pro-Nobis – O Superalimento Proteico Pouco Conhecido!

Ora-pro-nobis
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Algumas pessoas poderão ter em suas casas uma planta chamada Ora-pro-nobis, bastante utilizada como cerca viva, devido aos seus espinhos pontiagudos, mas extremamente bela, que carrega o ambiente com suas flores. O que muita gente talvez não saiba é que a Ora-pro-nobis, além de tudo, também é comestível, sendo utilizada na região de Minas Gerais como alimento, rica em proteínas, bastante conhecida por lá como o “bife dos pobres”.

Propriedades da Ora-pro-nobis 

Suas propriedades já são bastante conhecidas, principalmente pelas pessoas que vivem nas zonas rurais, e a cultivam em seu quintal como remédio e alimento. Foi a partir desse conhecimento popular que a Ora-pro-nobis passou a chegar às grandes cidades, ainda de forma bastante tímida, mas já é um bom começo.
Por ser bastante popular em Minas Gerais, a Universidade de Lavras realizou um estudo sobre suas propriedades, constatando que seus princípios ativos são eficientes para o tratamento de várias doenças, tanto de origem inflamatória, quanto gastrointestinais, circulatórias, etc.

Benefícios da Ora-pro-nobis

  • Seu alto teor de fibras ajuda no processo digestivo e intestinal, promovendo saciedade, facilitando o fluxo alimentar pelo interior das paredes intestinais, além de ajudar a recompor toda a flora intestinal. Isso evita os estados de constipação, prisão de ventre, formação de pólipos, hemorroidas e até tumores;
  • Pessoas com anemia deverão passar a utilizá-la com mais frequência, pois os índices de ferro são essenciais para o tratamento desse quadro;
  • O chá, feito a partir de suas folhas, tem excelente função depurativa, sendo indicado para processos inflamatórios, como cistite e úlceras;
  • Esse poder depurativo associado ao chá também está ligado ao tratamento e prevenção de varizes;
  • As grávidas deveriam consumir Ora-pro-nobis nesse período, pois ela é rica em ácido fólico, essencial para evitar problemas para o bebê;
  • A alta concentração de vitamina C ajudará a fortalecer o sistema imunológico, evitando uma série de doenças oportunistas;
  • Ótima para a pele, devido à presença de vitamina A (retinol) em grande quantidade;
  • O retinol também é fundamental para manter a integridade da visão em dia;
  • Mantém ossos e dentes fortalecidos, pela boa quantidade de cálcio.

Composição nutricional da Ora-pro-nobis

COMPOSIÇÃO QUÍMICA EM 100 GRAMAS DE FOLHAS:
Energia26 kcal
Proteína2,00 g
Lipídios0,40 g
Carboidratos5,00 g
Fibras0,90 g
Cálcio79,00 mg
Fósforo32,00 mg
Ferro3,60 mg
Retinol250,00 mcg
Vitamina B10,02 mg
Vitamina B20,10 mg
Niacina0,50 mg
Vitamina C23,00 mg
É uma planta com alto teor de proteína (aproximadamente 25% de sua composição). Entre seus aminoácidos, teremos a lisina e o triptofano em maior quantidade. Seu elevado teor de vitamina C supera a laranja em 4 vezes. Além dos minerais e vitaminas, também é rica em fibras.

Como consumir Ora-pro-nobis?

A parte comestível da planta são suas folhas. Seu preparo é extremamente simples, como qualquer verdura que adquirimos. Obviamente, devemos lavá-las bem. É preciso que se utilize uma grande quantidade, pois, após o preparo, seu volume se reduz bastante.
Seu sabor é neutro, ou seja, não é picante, nem ácido, nem amargo. Tem uma textura macia, fácil de mastigar. Ela poderá fazer parte de recheios, saladas, refogados, sopas, e onde mais sua imaginação de culinarista permitir.

Como preparar Ora-pro-nobis?

Para servir como incentivo, e mesmo matar a curiosidade, vamos passar algumas receitas simples com Ora-pro-nobis. É extremamente simples o preparo e manuseio das folhas.

1. Batatas ao pesto de Ora-pro-nobis

Ingredientes:
  • ½ quilo de batata bolinha, ou algum outro tipo, mas que sejam pequenas;
  • 1 xícara de folhas de Ora-pro-nobis rasgadas com as mãos;
  • ½ xícara de queijo meia cura ralado;
  • 1/3 de xícara de castanha do Pará;
  • ½ xícara de azeite de oliva extra virgem;
  • ½ dente de alho;
  • Sal e pimenta.
Preparo:
Faça primeiramente o pesto, batendo todos os ingredientes no liquidificador, com exceção das batatas. Caso tenha um processador, tecle na função pulsar, pois você não quer que vire um suco. É importante sentir a textura dos alimentos presentes no molho pesto. Reserve.
Cozinhe as batatas, mas deixe-as firmes. Coloque-as numa forma e regue com um fio de azeite e salpique sal e pimenta. Leve-as ao forno médio, pré-aquecido, até que estejam coradas.
Assim que retirar as batatas do forno, despeje o molho pesto sobre elas, e sirva imediatamente.

2. Pão vegetariano de Ora-pro-nobis

Ingredientes:
  • 50 gramas de fermento para pão, aproximadamente 3 tabletes;
  • ½ copo de água morna;
  • ½ copo de água fria;
  • 2 colheres de sopa de manteiga ou margarina;
  • 2 ovos;
  • 1 colher de sopa de açúcar;
  • 1 colher de sobremesa rasa de sal;
  • Farinha de trigo até dar o ponto (que poderá ser substituída por farinha integral);
  • 100 gramas de folhas de ora-pro-nobis
Preparo:
O fermento deverá ser dissolvido juntamente com o açúcar, até formar uma pastinha. A seguir, adicione a água morna, mas tenha cuidado para que não esteja quente, pois fará com que o fermento não se desenvolva. Faça um teste no dorso da mão.
Aguarde alguns minutos e verá que a fermentação se inicia, levantando pequenas bolhas. Essa etapa é importante para saber se o fermento está bom. Caso isso não aconteça, descarte e reinicie.
A seguir, junte os ovos, a manteiga e o sal. Deixe aguardando enquanto bate as folhas de Ora-pro-nobis com a água fria no liquidificador.
Agora, junte à massa. Deixe a farinha para o final, onde deverá ser adicionada aos poucos, até começar a soltar das mãos.
Nesse momento, cubra com um guardanapo e deixe essa massa descansar até notar que dobrou de volume.
Divida em duas partes, modele os pães no formato que preferir. Pincele com gema e leve ao forno para assar, em forno pré-aquecido, até dourar.

3. Farinha enriquecida com Ora-pro-nobis

Essa farinha irá enriquecer suas receitas. É feita a partir das folhas desidratadas. Para isso, será preciso colher muitas folhas. Deixá-las em local seco e fresco, até que estejam totalmente desidratadas. Nesse momento, basta triturá-las ou e adicioná-las a seus pratos culinários. Essa farinha é rica em proteínas, aminoácidos, vitaminas, sais minerais, e fibras. Guarde num vidro com tampa e utilize nos pães, bolos, tortas, panquecas, etc.

Ora-pro-nobis ajuda a emagrecer?

A princípio, sim. Um dos fatores favoráveis ao emagrecimento está diretamente ligado à grande quantidade de fibras que a planta apresenta. Numa dieta equilibrada, as fibras são essenciais para dar a sensação de saciedade, o que nos faz comer menos nas refeições.
Além do mais, elas ajudarão no esvaziamento intestinal mais rápido, evitando que toxinas estejam circulando por nosso organismo, nos livrando de inchaços e retenção de líquidos. Se essas fibras forem ingeridas cruas, mais eficientes serão.
É claro que não basta comer Ora-pro-nobis. Ela é uma aliada entre uma série de outros que precisamos para nos manter magros.

Contraindicações

Até onde se sabe, não há contraindicações ao seu consumo, a não ser por pessoas que apresentem algum tipo de alergia a ela, porém, seus índices de toxicidade são praticamente nulos.

Onde encontrar?

Nos estados do Sudeste é mais fácil, por ser mais abundante nessa região. Em Minas Gerais, é facilmente encontrada, fresca, desidratada, em saquinhos. Costumam vender um saquinho com 200 gramas por algo em torno de R$ 1,00.

Conhecendo melhor

Quem não se apaixonar por seu sabor, seguramente se apaixonará por sua beleza. Incluímos um vídeo amador, onde é possível apreciá-la, em plena floração, cercada de abelhas em processo de polinização. Infelizmente não será possível desfrutar de seu perfume. Confira:

Considerações finais

É uma pena que não se leve a sério o cultivo de Ora-pro-nobis em grande escala. Seguramente, seus valores nutricionais poderiam acrescentar muito aos hábitos alimentares dos brasileiros, principalmente através da farinha enriquecida, que poderia chegar facilmente à nossa mesa.
Sendo possível seu cultivo em ambiente doméstico, uma vez que pega bem em qualquer tipo de solo, não exige cuidados específicos, se propaga com facilidade.
Quem nunca provou e gostaria de adquirir uma muda, dê uma vasculhada pela internet. É possível encontrar generosos doadores. Vale a pena!
Revisão Geral pela Dra. Patrícia Leite - (no G+)

sexta-feira, 11 de março de 2016

Projeto PANCs - Plantas alimentícias não-convencionais - video completo



Valdely Kinupp - Plantas Alimentícias Não-Convencionais
Para os que conhecem o Doce Limão de longa data, já sabem que em 2013 estamos empenhados em FACILITAR o consumo consciente de mais plantas não convencionais...
E olha a vida entrelaçando tudo: a nossa Assinante Rachel Zacharias nos enviou este material que está a partir de agora sendo compartilhado com todos os leitores do site. Mágico!!!
Leia abaixo esta entrevista do professor e biólogo Valdely Kinupp, que em sua tese de doutorado estudou cerca de 1.500 espécies de plantas e apontou cerca de 311 com potencial alimentício. E que pelo menos 100 delas podem (e devem) enriquecer nossa alimentação, gerar renda e ainda conservar a natureza.
O que de especial te motivou a trabalhar com as Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs)?
Foi a questão econômica e de sustentabilidade, mas também o prazer de fazer um trabalho novo, praticamente inédito, da forma como foi feito. 
Pensando numa alternativa, desde a sobrevivência na selva, na lida no campo, mas também numa perspectiva de geração de renda, empregos, conservação da natureza, porque hoje vivemos uma monotonia alimentar
As PANCs, e nossa biodiversidade como um todo, seja ornamental, medicinal, madeireira são, muitas vezes, negligenciadas. Especialmente as alimentícias aqui no Brasil.
Se olharmos nossas refeições caseiras, o cardápio nos restaurantes, as ofertas dosself-services, nas gôndolas dos supermercados e nas feiras, praticamente tudo é exótico, pouco é local, com baixa importância regional, estadual e nacional. 
O Rio Grande do Sul, mesmo sendo considerado um estado celeiro do Brasil, não está adaptado às futuras mudanças climáticas. Contudo, vários estudos internacionais vêm mostrando que as plantas regionais, as ditas plantas "daninhas", as plantas espontâneas, são muito mais adaptadas [até por rotas metabólicas e fisiológicas diferentes] ao aumento do gás carbônico e da temperatura no ar, em comparação com as commodities agrícolas. 
Não estamos preparados para catástrofes e desastres ambientais,
porque as pessoas não sabem mais o que comer do seu quintal. 
E isso é um ciclo vicioso. As crianças deveriam aprender desde cedo nas escolas e com os pais que existem milhares de plantas que podemos comer.  
Muitas vezes, nas saídas de coletas que realizamos periodicamente, sempre aparecem curiosos. Já aproveito para fazer uma educação informal, mostrando o que é comestível, e mesmo assim, alguns ainda pensam que sou uma pessoa que está passando necessidade, porque estou catando um frutinho qualquer ali no mato. 
Precisamos quebrar essa tabu.
Sabendo que determinada planta é comestível, você não mais a verá como mato. 
É preciso aprender isso: tudo foi mato um dia, até nossos ancestrais descobrirem que certas plantas eram comestíveis, inaugurando um novo paradigma alimentar para o reino vegetal. 
A preocupação da sociedade só ocorre quando secas drásticas (ou excesso de chuvas) reduz a oferta de uma planta folhosa local: precisamos trazer de outras regiões...  
Se, por exemplo, estivéssemos plantando bertalha (e.g., Anredera cordifolia, A. krapovickasii – Basellaceae), como hortaliça aqui no RS e não o alface, os agricultores não estariam passando tantos problemas, porque são plantas que toleram o período de estiagem e co-evoluíram neste ambiente.
A bertalha foi um dos carros-chefe na minha pesquisa, ou espinafre-gaúcho, como preferi registrar popularmente, que você pode comer as folhas, muito rica em zinco, ótimo para memória, uma planta perene, mas que possui outra boa vantagem: além das folhas como verdura, tem as batatinhas áreas e também os tubérculos subterrâneos na pequena batata que ela produz que são legumes, com usos similares ao da batata-inglesa. 
Destes órgãos amiláceos foi descoberta uma substância nova, em 2007, de proteção para cavidade gástrica, que inibe a ação de tripisina [“Ancordin”]. 
Alguns estrangeiros queriam comprar cerca de duas toneladas desta 'batata' da bertalha. Cadê o produtor? Não há cultivos racionais desta espécie no Brasil... 
E continuamos falando da nossa biodiversidade, mas comendo a biodiversidade dos outros continentes/países. Plantamos trigo, arroz, café, laranja, eucalipto e soja, e nada disso é nativo do Brasil. Cadê o plantio de bertalha, ália, crem, jacaratiá... 
A domesticação do pêssego-do-mato? E tantas outras hortaliças e frutíferas silvestres com grande potencial agrícola e nutricional? 
Não existe. As pessoas valorizam tanto suas tradições em cada um dos nossos estados, falam bastante da biodiversidade, mas não a conhecem, e isso é riqueza abstrata. 
Se fala que a Amazônia vale trilhões. Vale nada. As pessoas estão passando fome lá. Muita gente vivendo precariamente, como aqui, na famosa Porto Alegre, com sua periferia cheia de pessoas comendo mal, sentindo frio ao dormir. 
Não adianta termos uma biodiversidade imensa na Região Metropolitana se não a comemos ou a utilizamos de forma sustentável para outros fins. Muito menos geramos divisas e empregos, porque ninguém planta. 
Nós somos xenófilos, gostamos do que é de fora, quando aceitamos de pronto e não conhecemos o nosso, não mantemos as nossas tradições.
Meu intuito é fazer a extensão, a popularização, dessas plantas nativas e subsidiar outras áreas do conhecimento, não ficar uma ação isolada. 
Que a Agronomia possa estudar isso no aspecto fitotécnico e horticultural;
Que a Nutrição pesquise a parte bromatológica;
Que a Química, a Bioquímica, a Farmácia pesquise a parte toxicológica e fitoquímica. 
Trazer à tona, RESGATAR e propor novas plantas para serem incorporadas na dieta humana, o que conduz aos estudos transversais. E aí a importância, num trabalho básico desse como o nosso, de detalhar as plantas nativas. 
Mas friso que não se pode entender isso como uma verdade absoluta. Trata-se de uma proposta em construção, que começa desde as experiências individuais dos pesquisadores envolvidos, dos relatos de pessoas que fazem uso tradicional, por dados de etnobotânica antigos. 
E será apenas um segmento da pesquisa, que servirá como subsídio para outras áreas de conhecimento. E, o mais importante disso é ponderar o uso e ter diversificação. Por isso a ciência é dinâmica. 
Todas as plantas têm seus prós e contras, seus modos de preparo adequados, períodos de consumo, com maior ou menor sensibilidade das pessoas. Mas nós não podemos blindar as plantas não-convencionais por acharem que são mais tóxicas que as comuns que você tem no dia-a-dia. 
Há carência de pesquisa, pois o comum é pesquisar só aquilo que está badalado: o morango ou tomate. E não se pesquisa nosso juá nativo, que tem tanto ou mais licopeno que o tomate, porque nem se conhece. 
Por isso a necessidade da transdisciplinaridade e de fazer essa passagem para o uso real e efetivo da nossa flora diversa. Nós não sabemos nem quantas espécies temos no Brasil: 50 mil?Pior ainda: restrito à Botânica? 
Não há consenso, nem uma listagem garantida. Há hipóteses, mas nem isso sabemos. 
Não só a biodiversidade vegetal, mas animal também, que é mais paradigmática e cheia de tabus, com legislação cada vez mais engessada, necessitando ser revista com urgência, para que a nossa fauna alimentícia possa e deva ser criada de forma ecologicamente correta.
Estamos em uma área muito boa de se trabalhar. Eu pude fazer uma pesquisa aplicada e transferir isso para as pessoas. 
Esse é um tipo de trabalho que desperta bastante interesse, de compartilhar aquilo que você pode fazer no ponto de ônibus e dentro dele, na divulgação corpo-a-corpo, porque as pessoas entendem, sendo gratificante para o pesquisador poder conseguir explicar o que faz. 
Falo que trabalho com as plantas que existem por aqui no chão, em todo o lugar, que não são aproveitadas, mas que dá para comer, seja verdura ou frutíferas, condimentos e por aí vai. 
No entanto, uma área, infelizmente, carente de pesquisa e de editais de financiamento no Brasil. 
Nós temos uma biodiversidade muito grande, mas não a CUIDAMOS, CONSERVAMOS, VALORIZAMOS E NOS BENEFICIAMOS...

Fonte: www.docelimao.com.br

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