segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Fisális: conheça a fruta de decoração que pode diversificar renda de produtores rurais



De origem sul-americana, a fisális ainda é pouco produzida no Brasil e tem grande potencial de venda



Daumildo Júnior* | Brasília | daumildo.junior@estadao.com


04/09/2024 - 12:39


fonte: estadão




Foto: Adobe Stock

Não é raro ir a festas de aniversário ou de casamento e encontrar um bolo enfeitado com uma frutinha amarela e cobertura dourada. Essa é a fisális, uma fruta exótica que tem ganhado espaço no mercado brasileiro, seja pela sua elegância ou pela curiosidade. 



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Com diferentes nomes, essa frutinha pode guardar mais do que apenas beleza. O Agro Estadão mostra quais são, os benefícios e como deve ser o manejo da fisális. 


O que é a fisális?

É considerada uma fruta exótica de cor amarela e formato arredondado e pequena. A baga é do tipo carnosa e tem sabor ácido e doce. Além disso, o fruto é envolvido por uma espécie de folhas formando um cálice também chamado de capulho. 


É da mesma família do tomate, pimenta, batata e jurubeba, as Solanaceae. Originária da América do Sul, as espécies mais cultivadas comercialmente são Physalis peruviana L. e Physalis angulata L.



Foto: Adobe Stock

Entre os usos, a fisális pode ser consumida in natura ou desidratada. Além disso, pode ser utilizada para decoração de doces finos e bolos, na produção de geleias, sucos, sorvetes e licores, e em molhos de saladas e carnes.


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Quais os outros nomes da fisális?

Ela também pode ser chamada por outros nomes que variam de acordo com a região e o país. No Brasil, pode ser conhecida por o joá-de-capote, saco-de-bode, camapu, camapum e mullaca. Já na Colômbia recebe o nome de uchuva, no Japão, de hosuki, e em países de língua inglesa pode ser goldenberry. 


O que a fisális tem de benefícios?

Além de ser bonita esteticamente, a fisális também é uma fruta com propriedades nutricionais. Outro benefício está relacionado ao seu valor econômico. 


Para saúde humana: rica em vitaminas A, C, ferro, fósforo e fibras, a fisális também tem atuação anticoagulante, diurético e anti-inflamatório. Segundo Epamig, as folhas e raízes possuem alcaloides, flavonoides, carotenóides e compostos bioativos, substâncias capazes de auxiliar na prevenção de doenças. Há estudos também que indicam um potencial anticarcinogênico. 

Para produtor rural: o cultivo pode ser uma alternativa rentável para pequenos produtores, já que seu valor de mercado costuma ter altos patamares. Além disso, boa parte do que é consumido no país é importado da Colômbia ou de outros países. Por isso, uma produção interna pode fazer com que a produção nacional seja mais barata e mais competitiva. 

Como cultivar a fisális?

A fisális é uma cultura relativamente fácil de plantar. Porém, a Epamig indica alguns cuidados na hora de fazer o plantio. 


Confira o material da Epamig com orientações técnicas para o cultivo


Clima e solo

Ela é uma planta que não vai bem com frio ou calor extremos e com a seca. Também não tolera solos encharcados ou muito úmidos. Além disso, a recomendação é que não se plante a fisális em áreas que já receberam tomate, pimentão ou batata. A correção do solo deve ser feita caso o pH não esteja entre 5,5 e 6,8 É uma planta que prefere terrenos mais altos, entre 800 e 3.500 metros. 


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Sementes e mudas

É recomendado fazer mudas antes de plantar em definitivo. Para obter as sementes basta bater a fruta no liquidificador por velocidade baixa. Depois é preciso separar a polpa e retirar as sementes. Cada fruta pode conter até 200 sementes. 


Em seguida, pode-se plantar as sementes em saquinhos próprios de mudas e a germinação costuma acontecer entre 10 e 20 dias. 



Foto: Adobe Stock

Plantio

Quando as mudas atingem entre 20 e 30 centímetros elas estão prontas para serem transplantadas no local definitivo. O espaçamento entre plantas recomendado é entre um a dois metros de distância, e entre linhas de plantio o ideal é que fiquem entre dois e três metros.


Assim como o tomate, é importante observar o tutoramento da planta. Essa técnica pode começar a ser feita quando a fisális atinge 80 centímetros de altura. Um dos sistemas mais utilizados é o tutoramento em V. 


O manejo ainda inclui cuidados com pragas e doenças. São plantas suscetíveis aos ataques de ácaros, pulgões, brocas e tripes.  A recomendação é fazer aplicações de defensivos ou agrícolas ou biológicos de forma constante dependendo do grau de infestação. 


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Colheita e pós-colheita

A colheita costuma ser feita após 120 dias do transplantio das mudas e dura em média cinco meses (há lugares que chegam a onze meses, mas no Brasil o comum são cinco). Fatores como frio e calor, além da altitude elevada influenciam nesse período. 


De acordo com a Epamig, entre a abertura da flor até o ponto ideal de colheita da fruta, costuma variar entre 23 e 27 dias. O ponto de colher é quando o capulho atinge uma cor amarelo-esverdeado e a fruta fica amarela. 


O processo de colheita é manual e requer atenção, já que a fruta é bastante suscetível a danos mecânicos. Quando colhida com o capulho, a fruta ganha mais durabilidade e se armazenada em um ambiente de até 18ºC pode manter-se consumível por até 30 dias. 


*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão


Fonte: https://agro.estadao.com.br/inovacao/fisalis-conheca-a-fruta-de-decoracao-que-pode-diversificar-renda-de-produtores-rurais



quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

5 ALIMENTOS ANTI-INFLAMATÓRIOS QUE REALMENTE TIRAM AS DORES!

Frutas brasileiras são ricas em antioxidantes e anti-inflamatórios!! Jornal da USP









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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

A Mostarda Kyoto (Roxa)

 


A Mostarda Kyoto (Roxa) é uma das hortaliças que podem ser consideradas PANC, ou seja, uma planta alimentícia não convencional. Isso porque, diferente de folhosas mais comuns como alface e rúcula, ela ainda não é encontrada em larga escala ou não está presente em todas as regiões de cultivo.

Suas folhas são um tanto exóticas, e de aspecto visual muito interessante, assim como o sabor, que é picante e refrescante. Saiba mais sobre a variedade:

- Planta vigorosa;

- De folhas serrilhadas;

- Coloração roxa intensa e levemente esverdeada no centro;

- Pode ser cultivada como microverdes e folhas jovens;

- Ciclo na fase adulta: 60 dias no verão e 80 no inverno.

Para testar esta cultivar e incluir na sua produção, entre em contato com a ISLA através dos seus canais de venda ou mesmo pelas redes sociais da ISLA Sementes

#diversidade #horticultura #mostardaroxa #panc #vamoscomermelhor #agronomia

 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

O capim elefante (Pennisetum purpureum) é considerado uma das mais importantes forrageiras tropicais!!

 

Bom dia! Neste carrinho de mão, podem ver algumas mudas de capim elefante (Pennisetum purpureum) que coletei no sítio em montenegro. 

São para revenda a clientes interessados em estabelecer esta espécie , como quebra-vento ou pastagem em produção olerícula.


Capim-elefante é o nome popular de uma planta, da  família das Poáceas (VIDE), também chamado de erva-de- elefante e capim-napier.
O nome científico do capim-elefante é: Pennisetum Purpureum.
O capim elefante é considerado uma das mais importantes forrageiras tropicais devido ao seu elevado potencial de produção de biomassa, fácil adaptação aos diversos ecossistemas e boa aceitação pelos animais, sendo largamente utilizado na alimentação de rebanhos leiteiros sob as formas de pastejo, feno e silagem. É também a forrageira mais indicada para a formação de capineiras, para corte e fornecimento de forragem verde picada no cocho, pois, além de uma elevada produtividade, apresenta as vantagens de propiciar maior aproveitamento da forragem produzida e redução de perdas no campo.
Existem diversas cultivares de capim elefante sendo utilizadas para corte e fornecimento no cocho, mas tanto a produtividade como a qualidade da forragem estão mais relacionadas com o manejo do que com a cultivar utilizada. Os resultados obtidos em termos de produção de leite são bastante variáveis. Isso é causado, quase sempre, pela utilização de forragem com diferentes idades e que apresentam valores nutritivos variáveis, afetando, conseqüentemente o consumo diário dos animais. A rápida perda de qualidade decorrente do aumento da idade da planta é um fator observado no capim elefante e na maioria das forrageiras tropicais.
Entre as preferidas para corte em propriedades leiteiras pode-se citar a variedades mineiro, napier, taiwan, cameroon e cultivar roxo, com plantas que apresentam diferentes tipos morfológicos. Os produtores têm usado características individuais da planta para orientar a melhor forma de uso das cultivares. O custo de formação, características produtivas e adaptação ambiental das cultivares disponíveis são referências importantes para orientar a escolha. Cultivares com predominância de perfilhos basais são as mais indicadas para uso em capineiras. Poucas são as cultivares para uso específico sob pastejo, constituindo exemplos a pioneiro e a mott.
Considerando o problema de estacionalidade, sugere-se o uso de cultivares de florescimento tardio, cujo fenômeno está relacionado com melhor distribuição da produção de forragem ao longo do ano. As demais são de duplo propósito.  Várias pesquisas em que se utilizou capim elefante sob pastejo, foram desenvolvidas pela Embrapa-Gado de Leite. Foram avaliados os efeitos de períodos de ocupação da pastagem de um, três e cinco dias, sobre a produção de leite, com 30 dias de descanso do pasto. Constatou-se que embora ocorram variações diárias na produção de leite nos três períodos de ocupação num mesmo piquete, isso não afeta a produção média por animal e por área. As produções anuais de leite atingiram 14.568, 14.448 e 14.352 kg/ha para um, três e cinco dias de ocupação, respectivamente.
Com o pastejo de um dia por piquete, a produção de leite é mais uniforme, pois nessas condições a variação na qualidade da forragem disponível é minimizada. Entretanto, essa prática exige um grande número de piquetes. Por outro lado, quando um piquete é utilizado por mais de um dia, a qualidade, a disponibilidade e a ingestão de forragem é maior no primeiro dia e menor no último. Nesse caso, a seletividade animal é exercida, tendo como conseqüência uma maior oscilação na produção de leite. Considerando a economia em cercas, facilidade de manejo e a baixa oscilação da produção de leite por animal, recomenda-se utilizar três dias de pastejo com trinta dias de descanso, em pastagem de capim elefante.
Porque capim elefante?
O capim elefante é uma gramínea de alta produtividade (de 30 a 82 t de massa seca por ha/a) e ciclo curto. A primeira colheita pode ser feita 6 meses após o plantio, possibilitando assim 2 cortes anuais. Por ser uma planta com metabolismo fotossintético C4, assimila mais eficientemente o carbono e assim torna-se uma alternativa atrativa para os projetos de MDL. Por causa da alta produtividade requer áreas menores, baixando o investimento em terras.
Quais são as aplicações do capim elefante?
A gama de aplicações do capim elefante é bastante extensa. Pode ser usado em combustão direta em cerâmicas, pizzarias, padarias, etc, queimado em forma de pellets e/ou briquetes para aquecimento domiciliar, distrital, para geração de energia térmica ou elétrica e para outros usos industriais e agrícolas que requeiram calor, como secagem, entre inúmeros outros.
Serve de matéria prima para carvão e pré carvão vegetal, em pó ou briquetado para siderurgia, metalurgia de ferrosos e não ferrosos. O bagaço também pode ser utilizado na indústria de papel e celulose, painéis automotivos, industriais, para escritórios e residenciais.

Pode ser utilizado em tratamentos de esgoto domiciliar (Sabesp) e futuramente será matéria prima para combustíveis líquidos (etanol de segunda geração via hidrólise enzimática, ácida ou mista).
Dado seu alto teor nutritivo (dependendo do conteúdo de N ou de proteína vegetal), é usado como alimento para gado e outros animais.
Pode ser usado também em biopolímeros, para produção de partes automotivas, como painéis de automóveis, bancos e forros por exemplo.
Em relação a Credito de Carbono
O capim-elefante é uma gramínea perene natural da África introduzida no Brasil por volta de 1920.   A cultura de capim é altamente eficiente na fixação de CO2 (gás carbônico) atmosférico durante o processo de fotossíntese para a produção de biomassa vegetal.
Na biomassa vegetal do capim elefante o teor de carbono é aproximadamente 42%, na base de matéria seca. Assim, uma produção média de biomassa seca de capim elefante de 40 t/ha/ano, acumularia um total de 16,8 toneladas de carbono/ha/ano.  Pode-se estimar que uma empresa com 100 ha de capim elefante seqüestraria o equivalente a 1.680 toneladas de CO2/ano e poderia captar cerca de US$ 4.200,00 a cada ano somente por este como credito de carbono.
Por ser uma espécie de rápido crescimento e de alta produção de biomassa vegetal, o capim apresenta um alto potencial para uso como fonte alternativa de energia. A  produção pode chegar a 45/60 toneladas/hectare/ano, o que  é muito maior do que a floresta de eucalipto, além de possibilitar apenas uma  colheita anual, enquanto o capim elefante possibilita até quatro colheitas  anuais.

            www.carbonovo.com
            www.capimelefante.org

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

BRINCOS-DE-PRINCESA, FLORES MAJESTOSAS

Fonte:http://revistajardins.pt/brincos-de-princesa-flores-majestosas/

brincos-de-princesa
As fúchsias, vulgarmente conhecidas por brincos-de-princesa, são plantas especiais com uma grande diversidade de formas e cores, destacando-se pela beleza e originalidade das suas flores. As espécies do género Fuchsia mais utilizadas como plantas ornamentais são cultivares híbridos originários da América do Sul, podem ter diferentes portes, rasteiros, pendentes ou mais eretos.
As flores, geralmente com dois tons de rosa diferentes, podem ser simples, semidobradas ou dobradas. As espécies comercializadas em Portugal raramente ultrapassam 1,5 m de altura e são sobretudo pequenos arbustos de folha semicaduca, perdendo parte da folhagem com o frio do inverno.

Plantação

São plantas delicadas que requerem meia-sombra. O ideal será um local fresco, arejado e protegido do sol da tarde, sobretudo nos meses de verão. Os solos devem ser férteis e bem drenados. A propagação é fácil através de estacaria. Escolha uma ponta de um rebento novo com cerca de 10 cm e sem flores, remova as folhas do último nó de baixo e plante num pequeno vaso com um bom substrato.
brincos-de-princesa

Utilização

São perfeitos para terraços e varandas, quer seja num cesto ou vaso de pendurar, quer seja numa floreira ou canteiro. No jardim terá capacidade para crescer um pouco mais.

Manutenção

A quantidade de água administrada é muito importante para conseguir manter os seus brincos-de-princesa densos e floridos durante toda a temporada. As regas devem ser regulares, mantendo sempre o substrato fresco e húmido. Nunca deve deixar encharcar para não apodrecer as raízes. Uma fertilização quinzenal durante os períodos de floração é essencial para a vitalidade e saúde da planta e para a continuada profusão das suas flores.
A poda de manutenção no fim do inverno proporcionará o crescimento de novos rebentos com muita flor — corte todos os troncos até cerca de 30 cm de altura imediatamente a seguir a um par de gomos. Atenção ao pulgão e à mosca branca, porque são pragas que surgem no verão, principalmente em locais menos arejados.
Curiosidade
Existem de tal modo verdadeiros apaixonados por estas plantas que as associações dos amantes de fúchsias proliferam um pouco por todo o mundo.

Tome nota

Nome vulgar Brincos-de-princesa
Nome científico Fuchsia hybrida
Particularidade As suas belas flores originais e coloridas
Local de Plantação Meia-sombra, protegida do sol da tarde
Tipo de solos Solos férteis e bem drenados
Utilização Planta indicada para cestos suspensos, vasos ou para o jardim
Fotos: Thinkstock

Iinovação e sustentabilidade no agro catarinense!!!!

 

fonte : jornal de floripa

Macroalgas e aquicultura transformam o agro catarinense com inovação e sustentabilidade

Biofertilizantes naturais impulsionam a produção agrícola, enquanto o cultivo de peixes em cavas reaproveitadas redefine a piscicultura no Estado – Foto: Divulgação

O agronegócio é um dos pilares de Santa Catarina, contribuindo com 30% do PIB do Estado. Entre as atividades em expansão, destaque para a criação de tilápias em cavas e o cultivo de macroalgas, que estão transformando o setor. Antes limitadas às águas, as macroalgas agora ganham protagonismo na produção agrícola, impulsionando colheitas e abrindo novas oportunidades para o desenvolvimento do agro catarinense.

Uma cadeia produtiva em constante evolução. O que antes era apenas uma promessa agora se torna realidade: as macroalgas conquistam espaço e melhoram a produção agrícola em Santa Catarina.

Do mar para o campo, elas se destacam como biofertilizantes 100% naturais, revolucionando a agricultura catarinense. Em São Pedro de Alcântara, a 35 km da capital, essa inovação já está criando raízes. Os resultados aparecem tanto no solo quanto na economia local, com produtores adotando novas tecnologias e aumentando a produtividade a cada safra.

Os benefícios das macroalgas

A macroalga não apenas fortalece as plantas, mas também reduz custos e aumenta a eficiência da produção agrícola. Além disso, contribui para a durabilidade dos alimentos: produtos como alface, que muitas vezes chegam ao mercado e se deterioram rapidamente, passam a ter um aumento de três a quatro dias no tempo de prateleira.

O biofertilizante produzido a partir da macroalga pode ser até três vezes mais econômico em comparação a produtos biológicos convencionais. Essa inovação atende à crescente demanda dos consumidores por alimentos mais seguros e em conformidade com padrões de qualidade.

A validação do extrato em diferentes culturas do agronegócio catarinense foi a primeira etapa desse processo. Registrado no Ministério da Agricultura como fertilizante orgânico, o produto conta com protocolos de aplicação ajustados às necessidades específicas de cada cultura, garantindo maior eficiência e rendimento.

Com isso, a principal intenção é elevar a produtividade no campo, beneficiando tanto os produtores quanto os consumidores finais, que recebem alimentos de melhor qualidade e com maior segurança alimentar.

Pesquisas da Epagri demonstraram que a macroalga Kappaphycus alvarezii desempenha um papel significativo na captura de dióxido de carbono da atmosfera, contribuindo para o combate ao efeito estufa. Com a expansão das fazendas marinhas em Santa Catarina, estima-se que o cultivo seja capaz de sequestrar mais de 2.500 toneladas de carbono por ano. Atualmente, mais de 50 produtores no Estado já aderiram a essa iniciativa, reforçando seu potencial ambiental e econômico.

Um dos grandes desafios dessa atividade tem sido o desenvolvimento de maquinários para o beneficiamento, especialmente diante do aumento da demanda. Enquanto isso, o plantio das mudas para a nova safra já está em andamento, consolidando uma revolução verde que conecta o mar e a terra em uma cadeia produtiva sustentável.

Esse modelo pode ser um diferencial estratégico para o agronegócio catarinense, que se caracteriza pela agricultura familiar em pequenas propriedades. Com acesso a um produto de custo mais baixo, os produtores conseguem aumentar a rentabilidade, reduzir despesas e ampliar a produção, impulsionando o desenvolvimento econômico.

Além disso, essa integração de macroalgas e ciência está construindo um futuro promissor, com alimentos mais saudáveis, resistentes e de maior qualidade, beneficiando tanto o mercado quanto os consumidores.

Inovação sustentável na alimentação de peixes

A inclusão de dietas alternativas à base de macroalgas na alimentação de tainhas está revolucionando a aquicultura, oferecendo uma solução mais sustentável e econômica. Essa abordagem melhora a saúde dos peixes, otimiza a produção, reduz a dependência de rações tradicionais e minimiza os impactos ambientais.

A inclusão de dietas alternativas à base de macroalgas na alimentação de tainhas está revolucionando a aquicultura, oferecendo uma solução mais sustentável e econômica – Foto: Divulgação

Em tubos de ensaio, entre pós finos e cristais de sal, a macroalga Kappaphycus alvarezii demonstra todo o seu potencial inovador para o setor. No laboratório de análise fisicoquímica do Labcal, localizado no Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFSC, no Centro de Ciências Agrárias, o mar se transforma em ciência e inovação.

Sob a liderança do professor Giustino Tribuzi, o laboratório se dedica a explorar como cada extração de substâncias abre caminho para novos produtos e alimentos mais saudáveis. O professor destaca que todo alimento que chega à mesa do consumidor precisa ser seguro. Por isso, há anos o trabalho do grupo se concentra em avaliar a segurança dos alimentos, além de propor e sugerir métodos eficazes de higienização e sanificação, garantindo que eles ofereçam benefícios reais ao consumidor final.

Os pesquisadores investigam o grande potencial da macroalga, rica em carragena, antioxidantes e sais minerais, compostos que podem revolucionar várias indústrias. O primeiro produto extraído da alga foi um biofertilizante, mas também existe um subproduto, com alto teor de carragena, antioxidantes e pigmentos, que se destaca como um ingrediente promissor para a indústria alimentícia.

A cada estudo, novos potenciais da macroalga são revelados, mostrando sua estrutura firme e ao mesmo tempo elástica. No laboratório de piscicultura marinha da UFSC, que é pioneiro mundial na reprodução completa da tainha em cativeiro, a macroalga foi incorporada à dieta dos peixes nos últimos 60 dias de cultivo. O resultado foi um impressionante aumento de 20% no peso das tainhas.

Caio Magnotti, do Laboratório de Piscicultura Marinha da UFSC, explica que o uso da macroalga no cultivo de tainhas pode resultar em um ganho de crescimento de 10 a 15% para os peixes, utilizando um recurso que, de outra forma, seria descartado.

Isso não só gera economia em ração, como também torna o processo de cultivo mais eficiente do ponto de vista energético e econômico. Além disso, é possível observar melhorias na qualidade da carne do peixe, com um aumento nos níveis de ômega-3 e ômega-6, substâncias que agregam valor ao filé e contribuem para a saúde da população.

Santa Catarina lidera a produção de tainha no Brasil, mas as grandes oportunidades estão no domínio completo do ciclo de vida da espécie em cativeiro. Desde 2014, a equipe do Lapmar tem aprimorado técnicas de reprodução, tornando possível a produção contínua e escalonada da tainha, garantindo oferta durante todo o ano e, consequentemente, agregando mais valor ao pescado.

A aquicultura possibilita a produção do peixe de forma constante. Embora a desova ocorra entre maio e julho, os peixes podem ser mantidos em tanques, redes no mar ou viveiros escavados com água salgada, como acontece com camarões e tilápias. Isso permite fornecer tainhas durante todo o ano, sem depender da sazonalidade.

Além disso, a pesquisa avança no desenvolvimento de tainhas predominantemente fêmeas, cujas ovas são altamente valorizadas no mercado internacional. Com a combinação entre as redes marinhas e os tanques do laboratório, a tainha ganha novos horizontes, impulsionados pela ciência, mantendo-se uma tradição essencial para a vida e a economia catarinense.

Reaproveitamento de cavas na piscicultura

A criação de tilápias em cavas reaproveitadas está promovendo uma verdadeira transformação na piscicultura no Brasil, com destaque para estados como Santa Catarina, Tocantins e Paraná.

Essa prática não só possibilita a recuperação de áreas alagadas, mas também contribui para a redução de custos com infraestrutura, eleva a produtividade e reduz significativamente o impacto ambiental, o que torna o modelo cada vez mais sustentável.

As antigas cavas de mineração, que se espalham pelo território brasileiro, deixando marcas visíveis na paisagem, agora assumem um novo papel, contribuindo para a requalificação ambiental.

A mineração, embora fundamental para a economia nacional, fornecendo matérias-primas essenciais para setores como a construção civil, a energia, a tecnologia e a indústria, muitas vezes resulta na criação de grandes escavações que, ao longo do tempo, acabam sendo transformadas em lagos artificiais.

Exemplo disso é uma lagoa localizada em uma fazenda em Palhoça, onde a mineração de areia, ao abrir espaço para novas atividades produtivas, uniu a recuperação ambiental com a geração de renda, criando novas oportunidades para a região.

Com o apoio da Epagri, a família Vieira, em Palhoça, está planejando expandir sua produção de tilápias, aumentando o número de tanques-rede e aproveitando ainda mais as cavas existentes, com o objetivo de garantir a venda do peixe ao longo de todo o ano.

Atualmente, eles produzem uma tonelada de tilápia por safra, um processo que leva entre oito e nove meses. Contudo, a expansão da produção não se resume apenas a um investimento financeiro, mas reflete também um compromisso sólido com a sustentabilidade.

Para isso, os produtores têm adotado tecnologias de monitoramento remoto e implementado soluções para reduzir os impactos ambientais, assegurando que sua prática piscícola permaneça alinhada com as melhores práticas de preservação ambiental.

Os testes realizados pelo produtor demonstraram que o peixe produzido na propriedade possui qualidade excepcional. A despesca é realizada quando as tilápias atingem cerca de 800 gramas e, a partir desse momento, o produto é imediatamente encaminhado para uma peixaria em Florianópolis. Em menos de 40 minutos, o peixe chega fresquinho à peixaria na capital, assegurando a qualidade para os consumidores que buscam uma carne saudável e saborosa.

Na região onde está situada a fazenda da família Vieira, cerca de 50 propriedades estão envolvidas na escavação de areia, e o projeto da família se destaca como um exemplo de como a piscicultura pode ser uma solução sustentável para áreas que, de outra forma, ficariam improdutivas.

As cavas, que antes eram marcas da degradação ambiental, estão virando símbolos de um futuro mais promissor, refletindo as possibilidades de recuperação e produção sustentável.

Para saber mais sobre as macroalgas e a aquicultura catarinense, aproveite e assista na íntegra ao episódio do programa Agro, Saúde e Cooperação sobre este tema. O projeto, desenvolvido pelo Grupo ND, tem parceria com a Ocesc, Aurora, SindArroz Santa Catarina, Sicoob e Fecoagro.


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