segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Morre, aos 99 anos, Ana Maria Primavesi, pioneira da agroecologia no Brasil!

Ao compreender o solo como um organismo vivo, a autora foi responsável por avanços no manejo ecológico na agricultura

Brasil de Fato | São Paulo (SP)

A engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi, referência mundial em agroecologia e pioneira do tema no Brasil, morreu neste domingo (5) em decorrência de problemas cardíacos. O centenário da pesquisadora, nascida em 3 de outubro, seria celebrado em 2020. Ela defende a compreensão do solo como um organismo vivo e foi responsável por avanços nos estudos sobre o manejo ecológico do solo.

O velório e o enterro ocorrem a partir das 10h no Cemitério de Congonhas, no Jardim Marajoara, em São Paulo. O sepultamento será às 16h30.
Ao participar da segunda edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, em 2017, na capital paulista, a autora defendeu a relação entre homem e meio ambiente. "Sem a natureza não existimos mais, ela é a base da nossa vida. Lutar pela terra, lutar pelas plantas, lutar pela agricultura, porque se não vivermos dentro da agricultora, vamos acabar. Não tem vida que continue sem terra, sem agricultura", declarou enquanto autografava livros.

Trajetória 
Primavesi nasceu e cresceu na Áustria, onde adquiriu os primeiros conhecimentos no tema com os pais agricultores. Perseguida pelo nazismo, ela foi presa em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. 
Nos anos 50, veio para o Brasil, onde iniciou a carreira acadêmica e a atuação militante. Nessa época, a chamada 'Revolução Verde' disseminava novas práticas agrícolas que levaram ao crescimento desenfreado do agronegócio nos Estados Unidos e na Europa. 
No Brasil, Primavesi foi professora da Universidade Federal de Santa Maria, onde contribuiu para a organização do primeiro curso de pós-graduação em agricultura orgânica.
Foi também fundadora da Associação da Agricultora Orgânica (AOO) e ao longo de sua carreira recebeu uma série de prêmios, como o One World Award, da Federação Internacional dos Movimentos da Agricultura Orgânica (IFOAM).
Em entrevista ao Brasil de Fato em 2017, Carin Primavesi Silveira, filha da escritora, falou sobre a resistência da mãe ao longo da história ao desafiar a lógica do capital na agricultura.
“Teve muita resistência. Ela foi muito atacada. Agora, o que acontece? A evidência é o que a natureza está mostrando, porque a gente não pode ser contra a natureza, nós dependemos dela. Temos que trabalhar em comunhão com a natureza”, disse à reportagem.


Obras
Entre as obras de Primavesi, estão "A Convenção dos Ventos - Agroecologia em contos", "Manual do Solo Vivo", e "Manual Ecológico de Pragas e Doenças", as quais fazem parte de coleção da editora Expressão Popular. 
A biografia da agrônoma, "Ana Maria Primavesi - Histórias de Vida e Agroecologia", escrito pela também agrônoma Virgínia Mendonça Knabben, também foi publicado pela editora.
Em 2018, a Knabben lançou, no dia 3 de outubro, um site dedicado à autora: anamariaprimavesi.com.br.

Homenagens
Nas redes sociais, o deputado federal João Daniel (PT-SE) declarou: "Uma grande estudiosa, amou a natureza, cuidou da vida, estará presente sempre e merece todas as homenagens. Sempre estará presente". 
João Paulo Rodrigues, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), lamentou a morte da escritora. "É com muita tristeza que nós, do MST, recebemos a notícia do falecimento de nossa querida Ana Maria Primavesi, nossa maior estudiosa em solos e Agroecologia, a maior especialista em solos do mundo. Vai em paz e o MST continuará a defender o seu legado, cuidando da nossa terra."
Em nota, o MST afirmou que em frases como “não existe solo rico ou pobre; existe solo vivo ou morto”, a pesquisadora "ensinou ao homem e a mulher do campo e, com isso, plantou sementes em cada canto deste chão". O movimento diz ainda que "seguirá seu legado e seus ensinamentos na luta pela Reforma Agrária Popular e pela agroecologia".
Edição: Camila Maciel

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Saiba quais hortaliças plantar em janeiro


O ano começou! Que tal adicionar mais variedade à sua horta? Em janeiro, é possível semear uma variedade incrível de frutas e hortaliças nas mais variadas regiões do Brasil! Para ter sucesso na plantação, saiba o que está na época de plantio! Essa informação você encontra aqui e também no verso das embalagens das suas sementes ou no nosso site!
Se você mora na Região Sul ou Sudeste do Brasil, é época de plantar variedades de:
Escolheu quais variedades você vai semear nesse mês? Confira dicas de plantio na websérie #MinhaHorta, no Youtube, e compartilhe com a gente asfotos do crescimento de sua horta!

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Goiaba com Bicho, Como cuidar ? Aprenda de forma Fácil





Sergio Semerdjian na cidade de Porto Firme em MG ensina como cultivar a
goabeira de forma correta em um quintal super fértil e bem cuidado do
morador Ênio Gonçalves
Importante, se inscreva no canal e curta o vídeo para ajudar nosso
trabalho, clicando no sininho você recebera todas os vídeos quando forem
publicados. no canal Plantar e Cultivar em Casa

Como plantar Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller)

Extraído do site CPT

Horta – como plantar Ora-pro-nóbis

O Ora-pro-nóbis (pereskia aculeata Miller), que em português significa “Rogai por nós”, é uma difícil frase em latim e, por isso, pode ser comum encontrar derivações como, lobrobó ou orabrobó, principalmente por agricultores de Minas Gerais, onde a planta é muito difundida na culinária local.

Repleta de flores, o Ora-pro-nóbis deixa qualquer ambiente mais bonito. Perfumadas, pequenas, brancas com miolo alaranjado e ricas em pólen e néctar, as flores brotam na ora-pro-nóbis de janeiro a abril. De junho a julho, ocorre a produção de frutos em bagas amarelas e redondas.

O Ora-pro-nobis já foi considerado apenas como uma moita espinhenta, boa para cercas. Mas ganhou fama e nobreza. Suas folhas e flores são comestíveis e vêm sendo utilizadas com maior frequência na culinária mineira. Oferece múltiplos benefícios ao ser humano possuindo, inclusive, alto nível de proteínas e ferro. As folhas, secas ou moídas, são usadas em diferentes receitas, especialmente em sopas, omeletes, tortas e refogados. Muitos preferem consumi-las cruas em saladas, acompanhando o prato principal, enquanto outros as usam como mistura para enriquecer farinha, massas e pães em geral. Na medicina popular, elas são indicadas para aliviar processos inflamatórios e na recuperação da pele em casos de queimadura.

De fácil manejo e adaptação a diferentes climas e tipos de solo, produtiva e nutritiva, a Ora-pro-nóbis é uma boa alternativa para produtores iniciantes no cultivo de hortaliças, além de poder ser plantada em quintais e jardins de residências.

Na idade adulta, sua estrutura em forma de arbusto, torna-se uma excelente cerca viva, tanto para ser usada como quebra-vento quanto como barreira contra predadores. A existência de espinhos pontiagudos nos ramos inibe o avanço de invasores.

Como plantar Ora-pro-nóbis


- Onde se planta, nasce e quando cresce serve de proteção e alimento.

- A variedade mais indicada para cultivo é a que produz flores brancas. Elas podem ser fornecidas por órgãos de extensão rural ou em feiras de produtores.

- Sua rusticidade permite que seja cultivada em diversos tipos de solo, inclusive não exige que eles sejam férteis. A Ora-pro-nóbis também se desenvolve em ambientes com incidência de sol ou meia-sombra.

- Inicie o plantio no começo do período das chuvas. A hortaliça é resistente à seca, mas o acesso à água nessa fase do cultivo estimula o crescimento dos ramos.

- A Ora-pro-nóbis é propagada por meio de estacas. Para conseguir melhor pegamento das mudas, use a região localizada entre as partes mais tenras e as mais lenhosas da haste. Corte cada estaca com 20 centímetros de comprimento e enterre um terço dele em substrato composto por uma parte de terra de subsolo e outra de esterco curtido.

- Após o enraizamento, transplante as mudas para o local definitivo.

- O espaçamento varia de acordo com a finalidade do cultivo. A Ora-pro-nóbis pode ser usada como cerca viva, ornamentação e para consumo das folhas. Se a prioridade for o alimento, pode-se adensar o espaçamento, deixando de 1 a 1,30 metro entre fileiras e de 40 a 60 centímetros entre plantas. Mas as folhas podem ser consumidas em qualquer caso, mesmo se a destinação tiver fins ornamentais ou a construção de cerca viva.

- Embora seja pouco exigente em adubações, mantenha bom nível de matéria orgânica no solo para um pleno desenvolvimento das plantas e boa produção de folhas.

- Faça manutenção a cada dois meses e execute podas dos ramos a cada 75 a 90 dias na estação chuvosa e a cada 90 a 100 dias na estação seca, quando a planta deve ser irrigada.

- A partir de três meses após o plantio, pode ser iniciada a colheita das folhas da Ora-pro-nóbis, após a poda dos galhos. As folhas devem apresentar de 7 a 10 centímetros de comprimento. Coloque luvas para a hora da coleta, a fim de evitar ferimentos pelos espinhos. Em geral, cada corte rende entre 2.500 e 5.000 quilos de folhas por hectare, variação que ocorre de acordo com a condução e a época de desenvolvimento da cultura.

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Pesquisadores explicam a importância das árvores para ter água de qualidade!!!

Bacias hidrográficas recobertas por vegetação florestal fornecem água de qualidade durante o ano todo.


A floresta ainda contribui para o equilíbrio térmico da água, reduzindo os extremos de temperatura e mantendo a oxigenação do meio aquático. | Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

Trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Florestal (IF) comprovam que a presença de cobertura florestal em bacias hidrográficas promove a regularização do regime de rios e a melhora na qualidade da água. Os pesquisadores científicos da Seção de Engenharia Florestal, do IF, Valdir de Cicco, Francisco Arcova e Maurício Ranzini, embasaram suas teses de doutorado em pesquisas sobre a relação entre a floresta e a água, elucidando dúvidas e provando com números as suas proposições.
“As bacias hidrográficas recobertas por vegetação florestal são as que oferecem água com boa distribuição ao longo do ano, e de melhor qualidade”, enfatiza Arcova, engenheiro florestal, doutor em Geografia Física, pela Universidade de São Paulo, no IF desde 1985. Segundo ele, parte da água da chuva é retida pelas copas das árvores, evaporando em seguida em um processo denominado interceptação. A taxa de evaporação varia com a espécie, idade, densidade e estrutura da floresta, além das condições climáticas de cada região.
“Em florestas tropicais, a interceptação varia de 4,5% a 24% da precipitação, embora tenham sido registrados valores superiores a 30%”, explica. Os pesquisadores ainda dizem que as pesquisas realizadas nos laboratórios em Cunha, no parque Estadual da Serra do Mar, estimam o valor de  18% de interceptação. O restante da água alcança o solo florestal por meio de gotejamento de folhas e ramos ou escoando pelo tronco de árvores. No solo, a água infiltra-se ou é armazenada em depressões, não ocorrendo o escoamento superficial para as partes mais baixas do terreno, como aconteceria em uma área desprovida de floresta.
“O piso florestal é formado por uma camada de folhas, galhos e outros restos vegetais, que lhe proporciona grande rugosidade, impedindo o escorrimento superficial da água para as partes mais baixas do terreno, favorecendo a infiltração. Também a matéria orgânica decomposta é incorporada ao solo, proporcionando a ele excelente porosidade e, consequentemente, elevada capacidade de infiltração.”

Ilustração: Maurício Ranzini
Uma parcela da água infiltrada contribui para a formação de um rio por meio do escoamento subsuperficial, e outra, é absorvida pelas raízes e volta para a atmosfera pela transpiração das plantas. “A interceptação e a transpiração, ou a evapotranspiração, fazem a água da chuva voltar para a atmosfera não contribuindo para aumentar a vazão de um rio.”
Em florestas tropicais, a evapotranspiração varia de 50% a 78% da precipitação anual. Na pesquisa realizada em Cunha, esse número é de aproximadamente 30%. Os pesquisadores explicam que o remanescente da água infiltrada movimenta-se em profundidade e é armazenado nas camadas internas do solo e na região das rochas, alimentando os cursos de água pelo escoamento de base, isto é, do subsolo onde se localizam os lençóis freáticos.
A relação entre árvores e água varia de acordo com o tipo de floresta
Embora os processos que determinam os fluxos de água sejam semelhantes para as diferentes formações florestais, a magnitude desses processos, que depende das características da floresta, da bacia hidrográfica e do clima, influencia a relação floresta-produção de água (escoamento total do rio). Em florestas tropicais, a produção hídrica nas microbacias varia de 22% a 50% da precipitação. “Em Cunha, onde a evapotranspiração anual da Mata Atlântica é da ordem de apenas 30%, a produção de água pela microbacia é de notáveis 70% da precipitação”, afirma Francisco.

Esse mecanismo, em que a água percola o solo e alimenta gradualmente o lençol freático, possibilita que um rio tenha vazão regular ao longo do ano, inclusive nos períodos de estiagem. Nas microbacias recobertas com mata atlântica em Cunha, o escoamento de base é responsável por cerca de 80% de toda a água escoada pelo rio, fato que proporciona a elas um regime sustentável de produção hídrica ao longo de todo o ano.
Consequências da falta de vegetação
Ao contrário, em uma bacia sem a proteção florestal, a infiltração da água da chuva no solo é menor para alimentar os lençóis freáticos. O escoamento superficial torna-se intenso fazendo com que a água da chuva atinja rapidamente a calha do rio, provocando inundações. E, nos períodos de estiagem, o corpo-d’água vai minguando, podendo até secar.
Um outro fator drástico é que, enquanto nas bacias florestadas, a erosão do solo ocorre a taxas naturais, pois o material orgânico depositado no piso impedem o impacto direto das gotas de chuva na superfície do solo, nas áreas desprovidas de vegetação há um intenso processo de carreamento de material para a calha do rio aumentando a turbidez e o assoreamento dos rios.
Segundo Maurício, na microbacia recoberta com Mata Atlântica em Cunha, a perda de solo no rio é da ordem de 162 kg/hectare/ano. “Esse valor é muito inferior à perda de solo registrada para o estado de São Paulo, que varia de 6,6 a 41,5 t/hectare/ano, dependendo da cultura agrícola, algo como 12 toneladas num campo de milho, 12,4 toneladas numa área de cana-de-açúcar, chegando a até 38,1 toneladas numa plantação de feijão”, informa em tom de alerta.
A floresta representa muitos outros benefícios para os sistemas hídricos. Contribui, por exemplo, para o equilíbrio térmico da água, reduzindo os extremos de temperatura e mantendo a oxigenação do meio aquático. Promove, ainda, a absorção de nutrientes pelas árvores, arbustos e plantas herbáceas evitando a lixiviação excessiva dos sais minerais do solo para o rio.
Fonte : CicloVivo

Novas idéias para a captação de água da chuva em casa

Bom dia! Todo ano passamos por períodos de estiagem aqui no RS, em Bagé o problema é cronico, que tal captarmos a água da chuva?
Abaixo reproduzo artigo que mostra exemplos de captação de água da chuva em comunidades carentes na Africa.
atenciosamente
alexandre panerai
eng. agrônomo



Em áreas rurais, as principais fontes de água normalmente são os poços perfurados de água subterrânea ou a água superficial, os rios e os lagos. Entretanto, uma fonte de água potável segura e facilmente acessível durante a estação das chuvas, a qual é freqüentemente ignorada, é a chuva. Em climas tropicais e subtropicais, a quantidade de água da chuva captada pode ser considerável.




  • saúde melhor
  • fácil acesso
  • baixo custo
  • fácil de fazer.

Captação tradicional de água da chuva

Um dos métodos tradicionais de captação de água da chuva usados em Uganda e no Sri Lanka é a captação da água da chuva de árvores, usando folhas ou caules de bananeiras como calhas temporárias. Podem-se captar 200 litros de uma árvore grande durante uma só tempestade.

Captação de água da chuva de telhados

Sistemas domésticos de captação da água da chuva muito baratos podem ser facilmente instalados na maior parte dos telhados de ferro corrugado ou de telhas de barro nas áreas rurais e urbanas, usando vários tipos de calhas, descarte de primeiro fluxo e tanques de plástico ou cimento armado para a captação e o armazenamento..



Captação de água do telhado de custo muito baixo, usando um telhado de ferro corrugado, canos de plástico duro e potes de cimento armado para armazena mento numa casa, no Camboja. Foto Murray Burt/Tearfund



Captação de água da chuva sem telhados

Porém, em algumas áreas rurais, a maioria das pessoas vive em estruturas de telhado de palha simples, as quais não são adequadas para a captação tradicional de água da chuva. Assim, a Tearfund pesquisou e testou uma forma de “custo ultrabaixo”, inovadora e simples de captar a água da chuva sem a utilização de telhados..


Captação de água da chuva do telhado de uma latrina no Camboja, usando uma garrafa velha de refrigerante, um tubo de plástico duro, ferro corrugado e uma cisterna de tijolo. Este conceito é especialmente útil, pois oferece água para lavar as mãos ao lado da porta da latrina. Foto Murray Burt/Tearfund



Utilizando lonas plásticas





Sistema de captação de água da chuva de custo ultrabaixo no Sudão do Sul, usando uma lona plástica, estacas de madeira e um tambor de combustível de plástico. Foto Murray Burt/Tearfund

Em muitas populações em trânsito, especialmente em situações de emergência e pós-emergência, as lonas plásticas são um artigo básico que muitas famílias possuem. Elas são distribuídas em campos de refugiados ou de pessoas internamente deslocadas ou são compradas nos mercados locais. As lonas plásticas são usadas para muitos fins, inclusive como abrigo para moradias ou lojas. Elas também podem ser usadas para captar a água da chuva. Os cálculos baseados em dados sobre a precipitação de Colombo, no Sri Lanka, mostram que haveria uma produção diária média de mais de 60 litros de água da chuva durante seis meses do ano, usando-se uma lona plástica de 8m² para a coleta.

Projetando o seu próprio sistema de captação da água da chuva

A utilização de lonas plásticas é uma opção para a captação de água da chuva sem a utilização de telhados. Outros materiais disponíveis no local também podem ser usados, tais como chapas individuais de ferro corrugado e tecido.

Não há nenhuma regra para a construção. Pense em novas idéias, usando qualquer material que tiver à sua disposição para captar e coletar a água da chuva. O princípio é sempre o mesmo:

Capture a água da chuva numa superfície limpa antes que ela caia no chão e canalize-a para uma cisterna limpa.

Ampliação

É fácil ampliar os sistemas de captação de água da chuva. Em situações de emergência, a captação de água da chuva pode ser disponibilizada para todos e pode até mesmo contribuir como uma fonte significativa de água em grandes comunidades e campos. Lembre-se de promover a boa higiene ao mesmo tempo, mantendo a limpeza de todas as partes do sistema. Cubra a cisterna e certifique-se de que as pessoas não retirem a água armazenada colocando a mão dentro dela ou com canecas ou outros utensílios sujos. Depois de armazenada por um longo período de tempo, água da chuva pode precisar ser desinfetada. Cubra as cisternas com uma tela para evitar a procriação de mosquitos e mantenha-as fora da luz do sol para evitar o crescimento de algas.



Murray Burt

DFID WASH Programme Manager

PO Box 76184-00508

Nairobi - Quênia
E-mail: murray.burt@tearfund.org

O que as pessoas disseram
“A água da chuva tem gosto de limpa e não tem cheiro.”
(Agul Tour, 19 anos, na demonstração no Mercado de Omdurman)

“Estamos saindo da guerra... estamos contentes por aprender como captar água... estamos abertos para novas idéias.” (Marc Tuc, 60 anos)

“Eu experimentei a água na igreja. Ela é boa – é o tipo de água que não deixa a gente doente.”
(Nyibol Ngor, 17 anos)
“A comunidade está contente com a captação da água da chuva, pois as pessoas sabem que agora terão mais água para usar, principalmente na estação seca.” (Daniel Aleu, 25 anos)



segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Feliz NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!

Aos nossos visitantes e seguidores, desejamos um Natal abençoado!

 Não percamos a esperança em um mundo melhor, pois foi na simplicidade de uma manjedoura que iniciou a caminhada de Jesus com os pobres e excluídos.

 Obrigado pela apreciação dos artigos e partilhem aqueles textos que julgarem valiosos.

Alexandre Panerai

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Descubra a horta urbana e todas as possibilidades que pode oferecer!!

Descubra a horta urbana e todas as possibilidades que pode oferecer
Tem um espaço desaproveitado na varanda ou no seu jardim? Gosta de jardinagem? Gostaria de trazer a natureza a sua casa?
Muitas perguntas com uma resposta clara: horta urbana.
É provável que tenha ouvido este termo, pois, ao fim e ao cabo, este tipo de cultivos estão cada vez mais na moda. Desde as hortas verticais às hortas hidropónicas (ou seja, sem terra), todas elas permitem um cultivo ecológico.
Neste post vamos mostrar-lhe o que é uma horta urbana, quais são as mais comuns e como se faz. Convidamos a continuar a ler para ficar a conhecer melhor este mundo.
Vamos lá!

horta - vegetais
horta – vegetais
Conteúdo [mostrar]

O que é uma horta urbana?

Começamos por definir o que é uma horta urbana, pois, ao fim e ao cabo, antes de pôr mãos à obra temos que saber o que temos pela frente.
Uma horta urbana é uma zona ou espaço coberto destinado ao cultivo de plantas, hortaliças, árvores de fruto ou outro tipo de vegetação. Além disso, como o nome indica, são hortas localizados em cidades ou áreas urbanas.
Fornecem diversas vantagens e benefícios, para além de, de acordo com as espécies plantadas, são muito decorativas (como são bem ilustrativos os jardins verticais).

horta comunitária
horta comunitária

Quais são as hortas urbanas mais comuns?

As hortas urbanas são diversas e costumam-se construir tendo em conta dois aspetos básicos: finalidade e contexto ou ambiente.
Não é o mesmo usar a horta para decorar que para plantar hortaliças ou outros vegetais. Além disso, devemos respeitar o meio envolvente e adaptar-se a ele.
Atendendo a isto, de seguida, vamos mostrar-lhe as hortas urbanas mais comuns.

vasos com plantas aromáticas
vasos com plantas aromáticas

Horta urbana hidropónica

Este tipo de cultivo caracteriza-se por usar água misturada com soluções ricas em minerais. A terra tradicional não é usada, apostando-se antes num cultivo mais experimental e enriquecido.
Este tipo de horta urbana é perfeito para plantar espécies herbáceas, aromáticas e vegetais.
E pode colocá-la tanto no exterior como no interior!

estufa - horta urbana
estufa – horta urbana

Horta urbana tradicional

Este tipo de cultivo é o que se realiza na terra, o de sempre. Para tal, destina-se um espaço do jardim e como substrato usa-se o do próprio terreno. Podem ser cobertos (estufa) ou estar ao ar livre.
O tamanho será o que quiser ou pelo menos o que puder dispor. Além disso, deverá ter em conta o crescimento das plantas que tiver escolhido para plantar. Algumas requerem parcelas maiores do que outras.

legumes em jardim vertical
legumes em jardim vertical

Horta urbana vertical

Uma velha conhecida deste blogue. é um dos tipos de hortas mais populares hoje em dia, oferecendo diversas possibilidades de aproveitamento do espaço.
Que é?
Uma horta vertical é uma construção que foi realizada de forma perpendicular ao solo e cujo objetivo principal é o de otimizar o espaço para plantar frutas, hortaliças, plantas aromáticas ou espécies decorativas.
Com este tipo de cultivo não necessitará de dispor de tanto espaço como nos casos anteriores. Permite também poupar dinheiro (autoconsumo) e encherá de vida um lugar que, à priori, podia ser ‘aborrecido’.

horto - plantas em vasos
horto – plantas em vasos

Horta urbana em contentores

Falamos de horta urbana em contentores quando o meio utilizado é um recipiente, vaso, floreiras ou outro tipo de elemento.
São ideais para aproveitar o espaço, já que pode escolher o contentor que melhor se adapte ao lugar disponível. De varandas ou terraços a pequenos jardins ou o interior das casas.
São válidos para inúmeras zonas.
Um dos aspetos mais importantes ao decidir-se por este tipo de horta é que a espécie a plantar não se deve desenvolver em demasia. O contentor tem um espaço limitado, pelo que as raízes da planta devem adaptar-se a ele.
Que plantar?
A Husqvarna aconselha cultivar hortaliças e vegetais como tomate, alface ou pimentos. Também são uma boa opção as plantas aromáticas, já que ocupam pouco espaço e algumas são mesmo decorativas.

horta comunitária
horta comunitária

Outras hortas urbanas

Ainda que as hortas mencionadas até agora são as hortas urbanas mais comuns, também existem outros muitas outras distinções, por exemplo, relativamente ao objetivo do cultivo.
  • Horta urbana pública: em muitas cidades e aldeias, existem espaços de grande tamanho divididos em parcelas em que se costuma cultivar hortaliças e outros vegetais. Costumam ser áreas disponíveis para alugar.
  • Horta urbana de vizinhos: são os terrenos agrícolas em que um grupo de moradores se junta para aproveitar um descampado e o converte num jardim ou numa horta.
  • Horta urbana escolar: a opção ideal para as escolas que pretendem comprometer a comunidade escolar com o meio ambiente. Com esta iniciativa tão ecológica aproximam-se as crianças à natureza, às plantas e à alimentação saudável.

horta urbana plantas legumes
horta urbana plantas legumes

Benefícios e vantagens de uma horta urbana

Uma horta urbana tem como objetivo principal aproveitar um espaço vazio para o cultivo de plantas de forma natural e por nossa conta. Um dos principais benefícios deste tipo de plantações é o autoconsumo.
Mas não apenas isso.
Se pretende fazer uma horta urbana em casa, necessita saber quais são as suas vantagens. A seguir, mostramos as mais importantes:
  1. Autoconsumo: se pensar numa horta a longo prazo, estará ante uma via de autoconsumo de alimentos que lhe permitirão consumir as suas próprias verduras. Ecologia, natureza e frescura, associam-se neste tipo de horta.
  2. Compromisso: requer paciência, tempo e muita dedicação, ou seja, um compromisso total da nossa parte.
  3. Contexto ou ambiente: conheceremos melhor o contexto ou ambiente que nos rodeia, os ciclos naturais da terra e as condições de cultivo do espaço.
  4. Sustentabilidade: a nossa horta urbana dependerá de nós, seremos os encarregados de a gerir e manter, pelo que podemos aumentar as práticas sustentáveis. Uma delas é o aproveitamento dos resíduos orgânicos para elaborar composto e adubo natural (compostagem). Reduziremos assim o impacto ambiental.
  5. Social: uma horta urbana fomenta os laços sociais, sobretudo se se trata de um cultivo entre vizinhos.
  6. Relaxamento: para muitas pessoas, supõe uma via de escape dos problemas diários e do bulício da cidade.
Como vê, não apenas estará a cultivar as suas próprias verduras, também é uma boa forma de entabular laços sociais e respeitar o meio ambiente.
Esperamos que este artigo lhe sirva de inspiração para construir uma horta urbana em casa.
Sumário
Descubra a horta urbana e todas as possibilidades que pode oferecer
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Descubra a horta urbana e todas as possibilidades que pode oferecer
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Neste artigo de jardinagem explicamos o que é uma horta urbana e quais são as mais comuns. Além disso, descrevemos os benefícios que oferecem.
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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O solo é vivo e responsável pelos serviços ecossistêmicos necessários à vida

Fonte: EMBRAPA

Foto: FAO
FAO - Esquema mostra as funções do solo
Esquema mostra as funções do solo
Nas escolas aprendemos que o solo é abiótico. E ainda hoje muitas pessoas veem o solo como um material sem vida e, muitas vezes, sem importância. Essa ideia ignora que o solo dá suporte à vida e, em consequência, é a base de todos os sistemas de produção vegetal e pecuária para fornecimento à sociedade de alimentos, medicamentos, fibras, madeira e combustíveis. Mas, as funções do solo e seus serviços vão além desses produtos. Precisamos nos aproximar e observar melhor para compreender esses serviços essenciais que o solo fornece à sociedade: os serviços ecossistêmicos.
“Primeiro é necessário reconhecer que o solo é um sistema complexo, formado por minerais, matéria orgânica, ar, água, micro e macrorganismos”, revela a pesquisadora Elaine Fidalgo, da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ) “E esse sistema está em processo constante de formação, um processo lento e essencial para a sua manutenção e renovação” completa Elaine.

O que está embaixo
No solo ocorrem a ciclagem e o armazenamento de nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas. O solo também é um imenso reservatório de água, sendo fundamental no processo de abastecimento do lençol freático e de aquíferos. Além da função de reservatório, o solo exerce a função de filtro de água, liberando-a com boa qualidade para os corpos de água superficiais e subterrâneos, garantindo a vida.
O solo abriga micro e macroorganismos, que compõem a sua biodiversidade e participam de processos essenciais como, por exemplo, a ciclagem de nutrientes e a decomposição de resíduos e poluentes, além de contribuírem para a absorção de água e nutrientes pelas plantas, como é o caso dos fungos micorrízicos, e para a nutrição das plantas, como ocorre na fixação biológica do nitrogênio (FBN). No Brasil, graças ao processo de FBN, a inoculação – adição de rizóbios às sementes de soja no momento da semeadura – substitui totalmente a necessidade do uso de adubos nitrogenados nas lavouras de soja, com uma economia anual para o país de 11 bilhões de dólares por ano. Avança a cada dia o conhecimento sobre o papel dos organismos do solo e de seu potencial para diferentes usos, dentre os quais sua contribuição no controle de doenças e patógenos,
O estoque de carbono no solo é mais de duas vezes superior ao da atmosfera e também duas vezes superior ao contido na vegetação, sendo considerado o maior reservatório de carbono do nosso ecossistema. O carbono armazenado é proveniente da mineralização do carbono orgânico e, assim sendo, contribui com a regulação da composição dos gases da atmosfera.
“A fim de manter a qualidade do solo para que ele possa contribuir com o sequestro de carbono para minimizar os potenciais efeitos das mudanças climáticas, é preciso valer-se de sistemas de uso do solo que sempre tenham plantas em crescimento, como pastagem permanente; sucessão de sistemas de culturas, de preferência consórcios, sem lacunas entre safras e sistemas integrados de produção”, lembra Fabiane Vezzani, professora do
Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Paraná.
Desse modo, a manutenção da qualidade do solo a partir de usos e manejos do solo que contribuem com o sequestro de carbono pode minimizar os potenciais efeitos das mudanças climáticas.

Degradação e conservação
A degradação do solo leva à perda dos seus nutrientes, da biodiversidade e do carbono estocado, com emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a cada ano se perdem mais de 20 bilhões de toneladas de solos no mundo devido à erosão, o que equivale a mais de três toneladas de solo por pessoa.
“Para manter a qualidade do solo é importante minimizar o seu revolvimento, pelo plantio direto ou preparo mínimo do solo, fazer rotações de culturas e aumentar a entrada de resíduos vegetais no sistema, principalmente pelo uso de plantas de cobertura com alta produção de matéria seca, como é o caso da braquiária, por exemplo” indica Ieda de Carvalho Mendes, pesquisadora da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF). Por integrarem cultivos anuais com a presença de animais, os sistemas integrados lavoura pecuária são excelentes opções para aumentar a qualidade do solo, favorecendo sua atividade biológica, aumentando os estoques de carbono e mitigando gases de efeito estufa.
O solo faz parte de todos os habitats terrestres, além de ser o suporte para toda a infraestrutura necessária à ocupação humana e suas atividades. É sobre o solo que são construídas as moradias, as indústrias e as rodovias, e também onde desenvolvemos atividades, não apenas de produção econômica, mas também de lazer, estéticas, educacionais, espirituais e científicas. E no solo ainda encontramos registros arqueológicos de ocupação terrestre e de civilizações. “Todos os benefícios aportados pelo solo à sociedade representam os seus bens e serviços ecossistêmicos, essenciais para a vida e para a qualidade de vida” ressalta Elaine Fidalgo.
O solo é a base para a nossa vida e das outras espécies animais e vegetais. A perda dos serviços ecossistêmicos representa um imenso custo. É preciso colocar o solo no centro de debates, do ensino escolar à elaboração das políticas públicas, é necessário dar o devido valor a esse importante recurso natural.

A pesquisa de serviços ecossistêmicos do solo na Embrapa
A Embrapa realiza diversas pesquisas, visando analisar as funções e os serviços ecossistêmicos do solo e como ele responde aos impactos das atividades antrópicas, principalmente da agropecuária.
“Temos desenvolvido atividades para avaliar as propriedades do sistema solo-planta-organismos que permitem a análise das funções e serviços ecossistêmicos de sistemas agropecuários”, conta Fabiane Vezzani, sobre as atividades da Embrapa e parceiros no Paraná, um estado de forte tradição agrícola. As avaliações incluem estoque de carbono no solo e na vegetação; taxas de ciclagem de nutrientes; conservação da água, do solo e da biodiversdidade; produção de alimentos e madeira. Além disso, o trabalho avança na valoração dos serviços ecossistêmicos prestados pelos sistemas de produção avaliados.
Esses estudos estão sendo desenvolvidos pela rede de pesquisa Serviços Ambientais na Paisagem Rural. Muitos trabalhos já foram publicados e muitos outros estão em andamento. Para saber mais a respeito basta acessar o Espaço Temático de Serviços Ambientais na Embrapa em: https://www.embrapa.br/tema-servicos-ambientais.
A Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB) lançou em 2016 um número especial sobre o solo “O solo como fator de integração entre os componentes ambientais e a produção agropecuária”: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/17163861/revista-pab-lanca-numero-tematico-sobre-solos. Nesse número foi apresentado um artigo específico de serviços ecossistêmicos: “Panorama atual e potencial de aplicação da abordagem dos serviços ecossistêmicos do solo no Brasil” que pode ser acessado em http://dx.doi.org/10.1590/s0100-204x2016000900002.
Carlos Dias (20.395 MTb RJ)
Embrapa Solos

Telefone: (21) 2179-4578
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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