A menina plantou muitas sementes com o desejo de formar um lindo canteiro de flores
Era uma vez
uma menina que plantou várias sementinhas em um canteiro cheio de terra.
Passaram-se alguns dias e nenhuma sementinha germinou. A menina se
perguntou “O que será que falta para que as minhas sementes nasçam?” O
pai da menina, vendo aquilo, foi até o canteiro verificar o que
realmente estava faltando e viu que naquele canteiro não havia minhocas!
Alguns acham as minhocas nojentas, mas elas são muito importantes para o solo
Mas o que são as minhocas, e por que elas são tão importantes?
As minhocas sãoanimais invertebrados, decorpo cilíndrico e alongadoformado por vários anéis.
A minhoca é muito importante para o solo, por vários fatores. Em primeiro lugar, ela édetritívora, ou
seja, alimenta-se de restos orgânicos de vegetais e animais. Por ter
esse tipo de alimentação, ela elimina em suas fezes restos alimentares
que sofrem a ação de bactérias decompositoras. Essas bactérias, ao
agirem sobre esses restos alimentares, produzem ummaterial chamado dehúmus.
Ohúmusé muito importante para o crescimento das plantas, pois contém nitrogênio, fósforo e potássio, nutrientes necessários para a planta crescer e se desenvolver.
A planta necessita de diversos nutrientes para se desenvolver
Além de produzir ohúmusnecessário para o crescimento das plantas, as minhocas, ao se movimentarem embaixo da terra, vão fazendo túneis, que favorecem a ventilação das raízes das plantas e a penetração da água das chuvas, o que colabora para a melhor absorção de água pelas raízes.
As minhocas auxiliam no desenvolvimento das plantas
As minhocas podem viver em torno de 16 anos, reproduzindo-se muito rapidamente. Calcula-se que cada minhoca põe em torno de 15 milhões de ovos em toda a sua vida. Muita coisa, não?
Os solos que possuem grande quantidade de minhocas são considerados solos muito férteis, onde tudo o que se planta, nasce.
Em solos férteis, tudo o que se planta, nasce
Mas e as sementinhas da menina, nasceram?
Como o pai da menina olhou no canteiro e viu
que não havia minhocas, ele colheu algumas minhocas em outro local e as
colocou no canteiro onde a menina havia plantado as sementinhas.
Depois de alguns dias, regando sempre, a
menina observou que as plantinhas começaram a germinar. E, após algumas
semanas, olha como o canteiro da menina ficou...
Depois de cuidar das plantinhas, regando-as todos os dias, o canteiro da menina ficou cheio de flores!
A reprodução de plantas pode ocorrer de duas formas. São elas: Sexuada – Nesse tipo são formadas as células especiais, chamadas de gametas. Um gameta feminino une-se a um gameta masculino através da fecundação que dá origem a um zigoto, que desenvolve-se até formar a planta adulta e dar continuidade ao ciclo de propagação.
Assexuada (ou vegetativa – Essa propagação pode ser dividida em Espontânea e Induzida.
Espontânea: é quando a propagação se dá através de estruturas próprias. São essas estruturas: sementes (todas as plantas com frutos); estolho (morango, grama, clorofito, hortelã, etc.); tubérculos e bulbos (batata, beterraba, inhame, mandioca, lírio, dália, amarílis, copo-de-leite, etc.) e rizomas (gengibre, orquídeas, samambaia, lúpulo, aspidistra, helicônia, schefflera, guaimbé, filodendro, etc).
Induzida: são as técnicas de propagação que iremos ver nessa matéria. Possui como vantagens a aceleração do crescimento, a propagação de plantas que não possuem sementes e a formação de indivíduos idênticos (clone), padronizando o produto e favorecendo a comercialização.
1. Divisão de touceiras Nesse tipo, o caule emite brotações laterais, surgindo filhotes idênticos à mãe. Os filhotes devem ser cortados com uma faca bem afiada e cada pedaço irá constituir novas plantas ou brotações.
Algumas plantas propagadas dessa forma são: bromélia, grama, cebolinha, clorofito, helicônia, cimbidium, entre outras.
2. Estaquia
Estaquia é o processo que usa um fragmento da planta, visando regenerar as partes faltantes. Nas plantas herbáceas as partes comumente utilizadas são: Ramos (gerânio, pingo de ouro, rosas, etc.) Folhas (suculentas, violetas, peperômia, folha da fortuna, etc.) Pedaços de folhas (espada-de-são-jorge, begônia, etc.)
Este método de propagação já foi citado aqui no blog e têm uma matéria todinha somente sobre ele. Clique aquipara conferir.
3. Enxertia
Esse é o processo pelo qual se faz a união íntima entre duas plantas de maneira que se cria uma interdependência na qual uma não pode sobreviver sem a outra. Uma fica embaixo e é chamada cavalo ou porta-enxerto. Sua função é fornecer água e sais minerais, modificar o porte, conferir resistência, tolerância ou imunidade contra fatores adversos. A outra fica em cima, é chamada de cavaleiro ou enxerto e tem a finalidade de produção. Esta técnica se divide em 3 itens:
Borbulhia (o enxerto é uma borbulha ou gema): consiste na justaposição de uma única gema sobre um porta-enxerto enraizado. Com a ponta do canivete de enxertia, abre-se a região da casca abrangida pelas incisões, levantando-a para inserção da borbulha que é introduzida com a gema voltada para o lado externo. Em seguida, deve-se amarrá-la de cima para baixo, com o auxílio de um fitilho plástico, fita de banana (casca do caule) ou fita biodegradável. Toda essa operação deve ser rápida, para que não ocorra ressecamento das regiões de união dos tecidos ou cicatrização dos cortes antes que ela seja finalizada.
Encostia (união entre duas plantas inteiras): consiste na junção de duas plantas inteiras, que são mantidas dessa forma até a união dos tecidos. Após essa união, uma será utilizada somente como porta-enxerto e a outra como copa. Para fazer essa enxertia, o porta-enxerto enxerto deve ser transportado em um recipiente até a planta que se quer propagar sendo geralmente colocado na altura da copa, através da utilização de suportes de madeira que o sustentarão. Deve-se cortar uma porção do ramo de cada uma das plantas, de mesma dimensão e encostam-se as partes cortadas, amarrando-as em seguida com fita plástica para haver união dos tecidos. O enxerto é representado por um ramo da planta matriz, sem dela se desligar até que ocorra a soldadura ao porta-enxerto. Após 30-60 dias, havendo a união dos tecidos, faz-se o desligamento da nova planta, cortando-se acima do ponto de união do porta-enxerto. Nessa fase, retira-se o fitilho plástico que estava amarrado e destaca-se o ramo da planta original, formando uma nova copa. Tem-se, assim, a muda, constituída de copa e porta-enxerto. A primavera é a estação mais adequada para a prática da encostia e as que são realizadas no outono desenvolvem-se muito lentamente.
Garfagem: consiste na retirada e transferência de um pedaço de ramo da planta matriz (copa), também denominado garfo, que contenha uma ou mais gemas para outra planta que é o porta-enxerto. Através deste método, é possível ter em uma mesma planta, variedades diferentes de frutos, por exemplo: 2 maçãs com cores diferentes ou um limoeiro que produza, limões, laranjas e mexericas, etc. O que garante a produção é a compatibilidade genética das espécies do mesmo gênero. Este processo possui duas técnicas principais demonstradas nas fotos abaixo. São elas:
Meia fenda – Nessa técnica, o garfo é cortado em bisel duplo. O porta-enxerto é cortado transversalmente, fazendo-se, em seguida, uma incisão igual a largura do bisel. Aprofunda-se a incisão para baixo, por meio de movimentos com o canivete de enxertia, então introduz-se o garfo na fenda, de tal modo que as camadas das duas partes fiquem em contato em pelo menos um dos lados. Esse tipo de garfagem é utilizado quando os garfos são de diâmetros diferentes do porta-enxerto, sendo necessário que pelo menos um dos lados esteja em contato com os tecidos para que ocorra o processo de cicatrização e sobrevivência do enxerto.
Fenda cheia – Nessa técnica, a obtenção do garfo é idêntica ao caso anterior. O porta-enxerto é cortado transversalmente à altura desejada, praticando-se em seguida uma fenda cheia, do mesmo tamanho do garfo que será introduzido nessa fenda, de maneira que os dois lados desse garfo coincidam por completo com o diâmetro do porta-enxerto. Após a introdução do garfo no porta-enxerto amarra-se com fita ou coloca-se parafina para que o lugar seja vedado da contaminação do ar (doenças) e facilite a cicatrização do corte.
4. Alporquia
A alporquia é um método de propagação em que se faz o enraizamento de um ramo ainda ligado à planta matriz (parte aérea), que só é destacado da mesma após o enraizamento. O método consiste em selecionar um ramo da planta, de preferência com um ano de idade e diâmetro médio. Nesse ramo, escolhe-se a região sem brotação e faz-se um anelamento, de aproximadamente dois centímetros, retirando toda a casca (floema) e expondo o lenho. Depois disso, deve-se cobrir o local exposto com substrato umedecido (fibra de coco ou esfagno) e envolvê-lo com plástico transparente (para facilitar a visualização das raízes), cuja finalidade é evitar a perda de água, amarrando bem as extremidades com um barbante, ficando com o aspecto de um “bombom embrulhado”.
Os fotoassimilados elaborados pelas folhas e as auxinas pelos ápices caulinares deslocam- se pelo floema e concentram-se acima do anelamento, promovendo a formação das raízes adventícias nesse local. Recomenda-se que a alporquia seja feita de preferência na época em que as plantas estejam em plena atividade vegetativa (primavera), após a colheita dos frutos, com o alporque mantido sempre úmido.
A separação do ramo que sofreu alporquia da planta matriz depende da espécie e da época do ano em que foi feito o alporque. Após a separação, o ramo enraizado deve ser plantado em condicionador de solo com nutrientes e mantido à meia sombra até a estabilização das raízes e a brotação da parte aérea. Quando isso ocorrer, as mudas estarão prontas para serem plantadas no campo. A alporquia é utilizada na propagação de muitas espécies frutíferas e floríferas, por exemplo, lichia, jabuticaba, hibiscos híbridos e trepadeira-jade.
5. Mergulhia
A técnica consiste em mergulhar um ramo no solo, sem separá-lo da planta mãe, com a finalidade de o mesmo regenerar um novo sistema radicular para depois ser separado. A mergulhia é feita no solo, vaso ou canteiros, quando os ramos das espécies são flexíveis e de fácil manejo. O método de mergulhia consiste em enterrar partes de uma planta, como ramos, por exemplo, com o objetivo de que ocorra o enraizamento na região coberta. É um processo usado na obtenção de plantas que dificilmente se propagariam por outros métodos.
O enraizamento ocorre devido ao acúmulo de auxinas (hormônios endógenos) pela ausência de luz na região enterrada ou coberta, que promove a formação das raízes adventícias e também pelo aproveitamento do fornecimento contínuo de água e nutrientes da planta matriz. É muito importante que o local para a realização da mergulhia esteja isento de patógenos, pois como é utilizado o solo para o enraizamento, há sempre o risco de contaminação das novas plantas por doenças e/ou pragas.
É importante colocar um tutor na planta a ser enraizada para que a mesma cresça ereta. A mergulhia é um método bastante utilizado na obtenção de porta-enxertos de macieira, pereira e marmeleiro e trepadeira-jade.
Aplicação de um composto com
urina, água e outros produtos naturais somente é realizada quando não
há frutos nas parreiras: adubo foliar garante maior produtividade. Foto:
Carina Ribeiro/OP
Líquido é usado diluído e fermentando para não contaminar as plantas e aumentar acidez do solo
Mais Fotos
O uso de urina animal como biofertilizante tem se solidificado
cada vez mais em Marechal Cândido Rondon e região devido aos resultados
obtidos em produtividade na agricultura orgânica.
De acordo com as engenheiras agrônomas do Centro de Apoio ao Pequeno
Agricultor (Capa), Simone Grisa e Elisângela Belandi, atualmente em
torno de 50% dos produtores atendidos pela entidade fazem aproveitamento
do líquido na composição de biofertilizantes para solo de hortas,
fruticultura e pastagens. O Capa atende uma área que abrange Nova Santa
Rosa, Mercedes, Maripá, Quatro Pontes, Missal, Ramilândia, Foz do
Iguaçu, Diamante do Oeste e São Miguel do Oeste.
O casal de produtores orgânicos rondonense Hildegart e Herbert Bier
aplica o composto que contém urina na produção de uvas há cerca de sete
anos. Segundo eles, esse manejo tem garantido um rendimento cerca de 40%
maior do que se não houvesse o uso.
Conforme as agrônomas, o uso de urina de vaca é reconhecidamente
eficiente, no entanto, requer seguir uma série de recomendações. “É
usada uma concentração baixa de urina, que representa somente em torno
de 2% a 5% de uma composição com água, devido à alta concentração de
nitrogênio que possui”, informam.
Segundo elas, em geral, é usada a urina de vacas em lactação devido à
questão hormonal do animal. “Nessa fase a vaca recebe uma alimentação
mais completa e a quantidade de nitrogênio na urina é maior, além de
outros componentes que a tornam mais eficiente como biofertilizante”,
explicam.
A aplicação é realizada no solo para a produção de mudas e outros
cultivos, também como adubo foliar nas plantas em fase de dormência ou
brotação. “Para as flores o líquido pode ser abortivo”, expõem.
A urina é usada em maior concentração como isca para pragas. Percevejo
Como neste ano houve uma infestação atípica de percevejos na região,
muitos produtores fizeram as iscas com urina de vaca misturada com sal.
“Após a colheita de soja houve um período em que havia poucas plantas
verdes, com isso surgiram muitos percevejos nas propriedades orgânicas”,
relatam.
As agrônomas mencionam que o líquido é colocado em recipientes como
garrafas pet com vários orifícios. “O inseto é atraído pela coloração
amarela e pelo cheiro e acaba morrendo em contato com a urina. É
importante para amenizar a reprodução do percevejo”, enfatizam. Sustentabilidade
Elisângela lembra que a urina já era usada desde a agricultura
primitiva e somente foi sendo esquecida por muitos produtores a partir
da revolução verde que trouxe os adubos comerciais. “Ela possui grande
quantidade de minerais e é fonte de nitrogênio”, afirma.
Apesar de antiga, a técnica é considerada importante, tendo em vista a
proposta de sustentabilidade das propriedades agroecológicas. “É um
produto natural e, portanto, contribui para a redução do uso de
químicos; e está acessível ao produtor na propriedade, favorecendo um
menor gasto tanto de energia como financeiro”, salientam.
As profissionais afirmam que o uso do produto animal é uma
experiência consolidada em outras regiões e aplicada por meio da
transferência de tecnologia. “Não dispomos de estudo científico para
mensurar o potencial do uso da urina, mas constatamos visivelmente a
eficácia”, garantem. Cautela
Elas alertam que o composto com urina não pode ser usado
indiscriminadamente, já que pode representar resultados negativos.
“Somente deve ser usado quando necessário, pois o uso em excesso provoca
acidez no solo”, exemplificam.
A urina ainda precisa ser usada fermentada, caso contrário produz nitrato que pode ser prejudicial à saúde humana.
Também não há um incentivo de se realizar coleta, já que demanda
tempo e trabalho do agricultor. “Somente é feita coleta em pequenas
quantidades para o uso em iscas”, comentam.
Já nas pastagens opta-se pela fertilização natural. As vacas ficam em
piquetes, que são alternados com certa frequência. “Essa prática
permite a distribuição da urina em diferentes locais da área de pastagem
e quebrar o ciclo biológico do carrapato”, afirmam. Venda
Em algumas localidades há produtores que já vendem urina entre si
para uso como biofertilizante, no entanto, indagadas sobre a prática, as
agrônomas do Capa afirmam que não é recomendada a negociação. “Os
produtores orgânicos também não devem adquirir urina de propriedades
convencionais, tendo em vista que ela pode conter resíduos de
medicamentos químicos, por isso evitamos fomentar a comercialização”,
salientam.
Em todo caso, o recomendado aos produtores é procurar orientação técnica. Qualidade
Na propriedade da família Bier, a urina de vaca é um ingrediente a
mais na formulação de caldas como o composto chamado por Herbert de
“supermagro”. Para prepará-lo, o produtor mistura vários produtos,
incluindo urina, soro de leite, caldo de cana, sangue animal (frango),
plantas medicinais, entre outros. “É um composto de vários minerais que
fica fermentando para ser usado nas culturas e na horta”, conta. Os
resultados comprovados pela produção de uva posteriormente são
degustados em belos cachos da fruta e vinho orgânico dos quais Herbert
Bier garante a qualidade.