Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com WHAST 51 3407-4813
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Cartilha sobre adubação verde e compostagem
Resumo:
A cartilha do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Espírito Santo (Incaper) discorre sobre agroecologia e os princípios ecológicos por ela utilizados para nortear o desempenho das atividades agrícolas, visando a sustentabilidade nos mais diversos campos. Explica que uma agricultura capaz de fazer bem ao homem e ao meio ambiente precisa adotar algumas práticas, como a compostagem e a adubação verde, consideradas carros-chefes do processo produtivo. A cartilha relaciona e descreve diversas leguminosas utilizadas para adubação verde, técnica que se reafirma como alternativa mais benéfica, ecológica e econômica em comparação à adubação química.
CIOrgânicos – Paula Guatimosim
Acessado em: 5/11/2012
Conteúdo completo disponível em:
http://agroecologia.incaper.es.gov.br/site/images/publicacoes/cartilha_leguminosas.pdf
FORMENTINI, E.A. Cartilha sobre adubação verde e compostagem. INCAPER, Vitória, ES, 2008.
Importância da matéria orgânica e cobertura vegetal para os solos arenosos
Importância da matéria orgânica e cobertura vegetal para os solos arenosos do Cerrado
A agricultura no Brasil, mais especificamente na
região dos Cerrados, ocorreu tradicionalmente sobre solos de textura
argilosa, considerados mais férteis em relação aos de textura arenosa.
Entretanto, nos últimos anos, a área cultivada tem-se expandido em solos
de textura média e arenosa, principalmente com a cultura da soja e nos
Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí e
Tocantins.
Como principais causas dessa expansão podem ser citados: o menor preço de aquisição da terra; seu processo natural de utilização, que avançava inicialmente sobre solos mais argilosos e depois para os solos arenosos, principalmente aqueles de pastagens degradadas; a consolidação do sistema plantio direto e a expansão do sistema integração lavoura-pecuária, como alternativa de recuperação e/ou aumento do potencial produtivo de áreas do Cerrado que foram degradadas por longos períodos de uso com pecuária extensiva mal manejada.
Os solos arenosos apresentam limitações para o cultivo de plantas, pois, em geral, apresentam baixa fertilidade natural, presença de Al em forma tóxica e baixo teor de matéria orgânica, responsável pela maior parte da capacidade de troca de cátions (CTC - cargas negativas existentes no solo e provenientes da matéria orgânica e minerais de argila) nesses solos. Além disso, os baixos teores de matéria orgânica aliados aos baixos teores de argila e à estrutura desses solos, com grande volume de macroporos, determinam sua baixa retenção de água.
Dessa forma, o avanço do cultivo em solos de textura arenosa tem gerado questionamentos sobre a viabilidade técnica, econômica, ambiental e sobre a sustentabilidade da produção agrícola nesses solos. A questão assume relevância quando se tem, aproximadamente, 20 % da área da região dos Cerrados, ou seja, em torno de 41 milhões de hectares, ocupada pelos Neossolos Quartzarênicos, solos com teores de argila menores que 15 %.
O cultivo em solos arenosos implica em elevada demanda tecnológica envolvendo todo o sistema solo-planta, de forma que o manejo desses solos é complexo e a atividade apresenta riscos elevados. Assim, o plantio de culturas anuais em solos arenosos deve ser evitado, principalmente pela sua susceptibilidade à erosão e a déficit hídrico a que essas culturas são expostas, pela incidência comum de veranicos na região dos Cerrados. No entanto, quando da utilização desses solos, principalmente relacionada com a recuperação de pastagens degradadas e adoção do sistema integração lavoura-pecuária, tem-se a matéria orgânica e a cobertura vegetal como principais fatores de viabilização e sustentabilidade da produção.
A dinâmica da matéria orgânica no solo sofre influência, entre outros, do clima e de características do solo, com destaque para a textura. Partículas de argila aumentam a estabilidade dos substratos orgânicos e a biossíntese microbiana, de forma que em solos mais argilosos há maior proteção da matéria orgânica, pela formação de complexos organo-minerais, o que resulta em acúmulo da matéria orgânica com o aumento no teor de argila.
Em áreas com textura arenosa a formação de palhada é fundamental para proteger o solo da erosão, reduzir a velocidade de infiltração e a evaporação de água, além de reduzir a elevação da temperatura do solo, que pode provocar queima do coleto (lugar da união da raiz com o caule) das plântulas (plantas recém emergidas). O aporte de resíduos orgânicos sobre o solo, a médio e longo prazos, pode aumentar o teor de matéria orgânica, que, como já mencionado, é a principal responsável pela CTC dos solos arenosos. Isso implica em maior capacidade de retenção de água e nutrientes, como o potássio, cálcio, magnésio, etc.
Nesse contexto, a adoção de práticas conservacionistas, como o sistema plantio direto e integração lavoura pecuária, é de fundamental importância. Deve-se evitar ao máximo o revolvimento e o tráfego de máquinas e equipamentos, para minimizar os riscos de erosão e danos à estrutura do solo e manter o solo sempre sob cobertura vegetal, com plantas de elevado potencial de produção de matéria seca, como o milheto e a braquiária. Uma forma de aumentar a produção de matéria seca ou aporte de resíduos é a prática de corrigir o solo e adubar a cultura de cobertura, de forma a favorecer seu crescimento e desenvolvimento. Além disso, devem-se intercalar culturas com relações C/N (quantidade de carbono em relação ao nitrogênio existente nas plantas) elevadas, como, por exemplo, espécies de gramíneas, e mais baixas, como as leguminosas, para que se tenha melhor equilíbrio entre a permanência da palhada no solo, estabilização da matéria orgânica e mineralização mais rápida dos nutrientes provenientes dos resíduos orgânicos. A planta de cobertura deve ser semeada logo após a colheita da cultura principal, aproveitando as últimas precipitações da estação chuvosa, quando o regime pluviométrico da região assim permitir, bem como antes do plantio, quando das primeiras chuvas, nos meses de setembro e outubro.
Flávia Cristina dos Santos
Pesquisadora em Fertilidade do Solo da Embrapa Cerrados/UEP-TO. Engenheira Agrônoma, Doutora em Solos e Nutrição de Plantas.
Manoel Ricardo de Albuquerque Filho
Pesquisador em Manejo e Conservação do Solo da Embrapa Cerrados/UEP-TO. Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos e Nutrição de Plantas.
Contatos: www.cpac.embrapa.br
Como principais causas dessa expansão podem ser citados: o menor preço de aquisição da terra; seu processo natural de utilização, que avançava inicialmente sobre solos mais argilosos e depois para os solos arenosos, principalmente aqueles de pastagens degradadas; a consolidação do sistema plantio direto e a expansão do sistema integração lavoura-pecuária, como alternativa de recuperação e/ou aumento do potencial produtivo de áreas do Cerrado que foram degradadas por longos períodos de uso com pecuária extensiva mal manejada.
Os solos arenosos apresentam limitações para o cultivo de plantas, pois, em geral, apresentam baixa fertilidade natural, presença de Al em forma tóxica e baixo teor de matéria orgânica, responsável pela maior parte da capacidade de troca de cátions (CTC - cargas negativas existentes no solo e provenientes da matéria orgânica e minerais de argila) nesses solos. Além disso, os baixos teores de matéria orgânica aliados aos baixos teores de argila e à estrutura desses solos, com grande volume de macroporos, determinam sua baixa retenção de água.
Dessa forma, o avanço do cultivo em solos de textura arenosa tem gerado questionamentos sobre a viabilidade técnica, econômica, ambiental e sobre a sustentabilidade da produção agrícola nesses solos. A questão assume relevância quando se tem, aproximadamente, 20 % da área da região dos Cerrados, ou seja, em torno de 41 milhões de hectares, ocupada pelos Neossolos Quartzarênicos, solos com teores de argila menores que 15 %.
O cultivo em solos arenosos implica em elevada demanda tecnológica envolvendo todo o sistema solo-planta, de forma que o manejo desses solos é complexo e a atividade apresenta riscos elevados. Assim, o plantio de culturas anuais em solos arenosos deve ser evitado, principalmente pela sua susceptibilidade à erosão e a déficit hídrico a que essas culturas são expostas, pela incidência comum de veranicos na região dos Cerrados. No entanto, quando da utilização desses solos, principalmente relacionada com a recuperação de pastagens degradadas e adoção do sistema integração lavoura-pecuária, tem-se a matéria orgânica e a cobertura vegetal como principais fatores de viabilização e sustentabilidade da produção.
A dinâmica da matéria orgânica no solo sofre influência, entre outros, do clima e de características do solo, com destaque para a textura. Partículas de argila aumentam a estabilidade dos substratos orgânicos e a biossíntese microbiana, de forma que em solos mais argilosos há maior proteção da matéria orgânica, pela formação de complexos organo-minerais, o que resulta em acúmulo da matéria orgânica com o aumento no teor de argila.
Em áreas com textura arenosa a formação de palhada é fundamental para proteger o solo da erosão, reduzir a velocidade de infiltração e a evaporação de água, além de reduzir a elevação da temperatura do solo, que pode provocar queima do coleto (lugar da união da raiz com o caule) das plântulas (plantas recém emergidas). O aporte de resíduos orgânicos sobre o solo, a médio e longo prazos, pode aumentar o teor de matéria orgânica, que, como já mencionado, é a principal responsável pela CTC dos solos arenosos. Isso implica em maior capacidade de retenção de água e nutrientes, como o potássio, cálcio, magnésio, etc.
Nesse contexto, a adoção de práticas conservacionistas, como o sistema plantio direto e integração lavoura pecuária, é de fundamental importância. Deve-se evitar ao máximo o revolvimento e o tráfego de máquinas e equipamentos, para minimizar os riscos de erosão e danos à estrutura do solo e manter o solo sempre sob cobertura vegetal, com plantas de elevado potencial de produção de matéria seca, como o milheto e a braquiária. Uma forma de aumentar a produção de matéria seca ou aporte de resíduos é a prática de corrigir o solo e adubar a cultura de cobertura, de forma a favorecer seu crescimento e desenvolvimento. Além disso, devem-se intercalar culturas com relações C/N (quantidade de carbono em relação ao nitrogênio existente nas plantas) elevadas, como, por exemplo, espécies de gramíneas, e mais baixas, como as leguminosas, para que se tenha melhor equilíbrio entre a permanência da palhada no solo, estabilização da matéria orgânica e mineralização mais rápida dos nutrientes provenientes dos resíduos orgânicos. A planta de cobertura deve ser semeada logo após a colheita da cultura principal, aproveitando as últimas precipitações da estação chuvosa, quando o regime pluviométrico da região assim permitir, bem como antes do plantio, quando das primeiras chuvas, nos meses de setembro e outubro.
Flávia Cristina dos Santos
Pesquisadora em Fertilidade do Solo da Embrapa Cerrados/UEP-TO. Engenheira Agrônoma, Doutora em Solos e Nutrição de Plantas.
Manoel Ricardo de Albuquerque Filho
Pesquisador em Manejo e Conservação do Solo da Embrapa Cerrados/UEP-TO. Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos e Nutrição de Plantas.
Contatos: www.cpac.embrapa.br
domingo, 6 de janeiro de 2013
Propriedade modelo na administração rural
Conheça o exemplo de administração rural que garante maior produtividade e mais retorno financeiro na pecuária leiteira
sábado, 5 de janeiro de 2013
O ESTERCO CAPRINO E OVINO COMO FONTE DE RENDA
A criação de caprinos e ovinos deve ser estimulada, procurando como objetivos principais o planejamento do aumento dos rebanhos, obtenção de melhores níveis produtivos e melhor qualidade dos produtos.
Nesse
ponto, o esterco caprino e ovino é um produto valioso e a sua utilização prevê
tanto a possibilidade de recuperação de terrenos degradados, como é uma
importante alternativa de fonte de renda dos produtores.
Alguns
estudos examinaram o potencial de utilização do esterco de caprinos e ovinos e
todos ressaltam o seu valor, tendo em vista as comparações feitas com o
esterco de bovinos, entretanto, poucos dados existem na literatura quanto ao
seu uso. Como exemplos, podemos citar: produção de húmus; fonte de energia
através de biodigestores; alimentação de outras espécies animais; etc. O
esterco caprino é valioso na adubação dos terrenos argilosos, duros e frios,
nos areias do litoral, para lavouras de cana-de-açúcar e hortaliças, sendo
também recomendado como excelente para as plantas oleaginosas, fumo e,
especialmente o linho. É desaconselhável apenas para as plantas cerealíferas
como o milho, porque faz desenvolver demasiadamente a parte foliácea da
planta.
Os
efeitos indiretos da ação do esterco se dão em vista do seu alto teor em
matéria orgânica. O esterco leva húmus para o terreno e reintegra ao solo esse
constituinte que, dado os processos oxidativos, vão se consumindo.
Um método
para calcular a quantidade de esterco disponível, baseia-se na consideração do
alimento consumido e no peso da cama. Devido à destruição parcial da matéria
orgânica no tubo digestivo, o material seco (MS) do alimento nunca é
inteiramente recuperado no esterco. Da ração balanceada média, mais ou menos
2/3 são digeridos e 1/3 vai então para o esterco. Têm-se por isso que dividir
o peso da MS no alimento por três, para se obter o peso da MS nos excrementos.
A esse número, deve-se adicionar o peso seco da cama. Finalmente, para
calcular a quantidade de esterco produzido, temos que multiplicar o peso total
da matéria seca por quatro, uma vez que 3/4 desse produto é constituído por
água. A seguinte fórmula engloba todas as considerações citadas anteriormente.
Quantidade de esterco (kg) = kg de MS no alimento + kg de MS nas camas
x 4
3
Conhecer
a quantidade de esterco produzido, nos permite prever não só a receita oriunda
da venda do produto, como a disponibilidade para utilização em lavouras
próprias do estabelecimento. Atualmente (10/11/2002), o preço da venda de um
saco de trinta quilos de esterco de caprinos e ovinos é de R$ 1,00 (Hum real).
A
produção de esterco de reprodutores caprinos, com idades compreendidas entre 6
e 11 meses, de diferentes grupos genéticos, criados em sistema intensivo de
confinamento sobre piso de terra batido, foi de 500,4 kg/m3.
O esterco
de cabra conceitua-se como um dos adubos mais ativos e concentrados,
demonstrando em suas experiências, que 250 kg de esterco de cabra, deixados em
terrenos frios, produzem o mesmo efeito que 500 kg de esterco de vaca.
Uma cabra
adulta produz por ano, em média, 600 kg de esterco. Este esterco contém um
valor fertilizante equivalente a 36 kg de nitrato de sódio, 22 kg de
superfosfato e 10 kg de cloreto de potássio, além do aporte de nitrogênio,
fósforo e potássio (N-P-K) oriundos da urina. As ovelhas podem chegar a
produzir até 1.500 kg de esterco/ano.
No quadro
1, está apresentada a quantidade percentual de N-P-K no esterco de várias
espécies domésticas. Vale ressaltar que o esterco caprino e ovino apresenta
concentrações de N-P-K superiores ao esterco de bovinos significando um
percentual viável na estruturação e recuperação da fertilidade do solo e
ativação da biologia do solo.
As
necessidades de produção de esterco em larga escala e do aproveitamento de
todos os benefícios deste, torna necessária a utilização de uma estrutura
(esterqueira) para o aproveitamento racional do esterco e da urina, assim como
das águas de limpeza. A retirada do esterco e a conservação em esterqueira
contribuirá para minimizar as condições ambientais adversas, permitindo a
saúde do animal e/ou rebanho, pela não ocorrência de doenças, bem como
viabilizar a exploração.
Quadro 1:
Composição em nitrogênio, fósforo e potássio, no esterco de diferentes
espécies domésticas.
Espécie animal
|
% Nitrogênio
|
% Fósforo
|
% Potássio
|
Coelho
|
2.48
|
2.50
|
1.33
|
Cabra
|
0.97
|
0.48
|
0.65
|
Carneiro
|
1.00
|
0.25
|
0.60
|
Galinha
|
1.75
|
1.25
|
0.85
|
Porco
|
1.00
|
0.40
|
0.30
|
Cavalo
|
0.60
|
0.25
|
0.50
|
Vaca
|
0.50
|
0.30
|
0.45
|
Francisco
Selmo Fernandes Alves
Raymundo Rizaldo Pinheiro
Raymundo Rizaldo Pinheiro
Fonte:
Vieira, 1984.
Fonte:
Emprapa
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
O desperdício de alimentos no Brasil
O Brasil é o quarto produtor mundial de alimentos
(Akatu, 2003), produzindo 25,7% a mais do que necessita para alimentar a
sua população (FAO). De toda esta riqueza, grande parte é desperdiçada.
Segundo dados da Embrapa, 2006, 26,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano tem o lixo como destino. Diariamente, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas por dia, quantidade esta suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar (VELLOSO, Rodrigo. Comida é o que não falta. Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, nº 174, março/2002).
De acordo com o caderno temático “A nutrição e o consumo consciente” do Instituto Akatu (2003), aproximadamente 64% do que se planta no Brasil é perdido ao longo da cadeia produtiva:
Prova deste desperdício financeiro é ressaltada pela 8ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, em 2007, que demonstra que os supermercados perderam 4,48% de seu movimento financeiro, em perecíveis. Além disso, uma estimativa realizada pela Coordenadoria de Abastecimento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo indicara que perdas na cadeia produtiva dos alimentos equivalem a 1,4% do PIB – Produto Interno Bruto.
Segundo dados da Embrapa, 2006, 26,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano tem o lixo como destino. Diariamente, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas por dia, quantidade esta suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar (VELLOSO, Rodrigo. Comida é o que não falta. Superinteressante. São Paulo: Ed. Abril, nº 174, março/2002).
De acordo com o caderno temático “A nutrição e o consumo consciente” do Instituto Akatu (2003), aproximadamente 64% do que se planta no Brasil é perdido ao longo da cadeia produtiva:
- 20% na colheita;
- 8% no transporte e armazenamento;
- 15% na indústria de processamento;
- 1% no varejo;
- 20% no processamento culinário e hábitos alimentares.
Prova deste desperdício financeiro é ressaltada pela 8ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, em 2007, que demonstra que os supermercados perderam 4,48% de seu movimento financeiro, em perecíveis. Além disso, uma estimativa realizada pela Coordenadoria de Abastecimento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo indicara que perdas na cadeia produtiva dos alimentos equivalem a 1,4% do PIB – Produto Interno Bruto.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Colheitas do ano novo no sítio em Montenegro
Protegido da geada do inverno passado, esta muda de fisális explodiu de desenvolvimento e produz como nunca. Contei mais de 50 frutos, colhemos alguns exemplares desta valiosa e gostosa. O preço varia de R$ 50 a R$ 90, mas gostaria de saber quanto estão vendendo nas feiras. Quem souber avise-me. | ||||||||||||
Fisális ou tomate capote |
pimenta malagueta |
Amendoim forrageiro e suas flores amarelas |
A colheita de caquis promete. Precisamos ensacar os frutos para os pássaros não levarem a melhor.
Colhemos algumas peras, muitas pimentas e fisális ou tomate capote.
As abóboras florescem em consórcio com o amendoim forrageiro.
Depois de 40 dias sem poder ir no sítio, conseguimos chegar em Montenegro. O calor e a chuva fizeram o mato crescer bastante, para isso roçamos um pouco e cortamos parte do gramado.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Controle Biológico da lagarta-do-cartucho
Várias espécies de lagartas danificam as plantas de milho, causando prejuízos aos produtores rurais. O manejo das pragas do milho preconiza o uso racional dos métodos de controle, considerando o custo, o benefício e o impacto social e ambiental. Nesse sentido, o controle biológico das lagartas pela ação de inimigos naturais consiste em uma alternativa a ser priorizada para reduzir os danos dessas pragas nas lavouras.
A lagarta-do-cartucho destaca-se como a principal praga da cultura do milho no Brasil, porque corta plântulas logo após a emergência, danifica as folhas do cartucho das plantas e incide nas espigas, reduzindo a produtividade das lavouras e a qualidade dos grãos. Outras espécies de lagartas que frequentemente causam danos nas lavouras de milho são: a lagarta-rosca, a broca-do-colo, a broca-da-cana e a lagarta-da-espiga.
Essas pragas normalmente são controladas com a aplicação de inseticidas ou utilizando plantas transgênicas. Muitos produtores rurais desconhecem a existência de inimigos naturais que controlam essas lagartas, caso de algumas espécies de moscas e, principalmente, de pequenas vespinhas parasitóides. Esses insetos depositam os seus ovos nos ovos das mariposas ou nas lagartas, dos quais eclodem vermes que consomem os ovos ou as lagartas, resultando na emergência de outras moscas ou vespinhas, que procuram novos hospedeiros fazer posturas.
Esses agentes de controle biológico ocorrem na natureza, mas algumas espécies podem ser criadas em laboratório para serem liberadas no campo, aumentando o nível de controle das pragas. Essa estratégia deve iniciar pelo levantamento das espécies de parasitóides que incidem naturalmente na região, identificando aquelas que ocorrem em maior número, pois se caracterizam como as mais adaptadas ao ambiente, resultando em melhores níveis de controle das pragas.
A criação de vespinhas parasitóides em laboratório normalmente é realizada utilizando espécies que põem grande número de ovos, caso da traça-das-farinhas, o que permite a produção massal desses inimigos naturais, os quais são destinados aos agricultores interessados, para que liberem em suas lavouras.
Seguindo esta metodologia, está sendo iniciada no Laboratório de Fitossanidade do Centro de Pesquisas para a Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf, Chapecó, SC) uma criação de vespinhas parasitóides do gênero Trichogramma, que são eficientes no controle das principais espécies de lagartas que incidem na cultura do milho, mas que também atuam sobre as lagartas que atacam a soja, feijão, tomate, pepino, repolho e outras culturas. Por isso, essas vespinhas parasitóides, além de controlar as pragas nas lavouras, também poderão ser liberadas em estufas destinadas à produção de hortaliças, dispensando a necessidade de aplicar inseticidas.
A liberação de vespinhas parasitóides para controlar naturalmente as pragas caracteriza-se como sendo mais uma alternativa de manejo de pragas, encaixando-se no contexto moderno de práticas agrícolas sustentáveis, pois não causa impacto ambiental e proporciona benefícios aos produtores rurais e aos consumidores.
Essas pragas normalmente são controladas com a aplicação de inseticidas ou utilizando plantas transgênicas. Muitos produtores rurais desconhecem a existência de inimigos naturais que controlam essas lagartas, caso de algumas espécies de moscas e, principalmente, de pequenas vespinhas parasitóides. Esses insetos depositam os seus ovos nos ovos das mariposas ou nas lagartas, dos quais eclodem vermes que consomem os ovos ou as lagartas, resultando na emergência de outras moscas ou vespinhas, que procuram novos hospedeiros fazer posturas.
Esses agentes de controle biológico ocorrem na natureza, mas algumas espécies podem ser criadas em laboratório para serem liberadas no campo, aumentando o nível de controle das pragas. Essa estratégia deve iniciar pelo levantamento das espécies de parasitóides que incidem naturalmente na região, identificando aquelas que ocorrem em maior número, pois se caracterizam como as mais adaptadas ao ambiente, resultando em melhores níveis de controle das pragas.
A criação de vespinhas parasitóides em laboratório normalmente é realizada utilizando espécies que põem grande número de ovos, caso da traça-das-farinhas, o que permite a produção massal desses inimigos naturais, os quais são destinados aos agricultores interessados, para que liberem em suas lavouras.
Seguindo esta metodologia, está sendo iniciada no Laboratório de Fitossanidade do Centro de Pesquisas para a Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf, Chapecó, SC) uma criação de vespinhas parasitóides do gênero Trichogramma, que são eficientes no controle das principais espécies de lagartas que incidem na cultura do milho, mas que também atuam sobre as lagartas que atacam a soja, feijão, tomate, pepino, repolho e outras culturas. Por isso, essas vespinhas parasitóides, além de controlar as pragas nas lavouras, também poderão ser liberadas em estufas destinadas à produção de hortaliças, dispensando a necessidade de aplicar inseticidas.
A liberação de vespinhas parasitóides para controlar naturalmente as pragas caracteriza-se como sendo mais uma alternativa de manejo de pragas, encaixando-se no contexto moderno de práticas agrícolas sustentáveis, pois não causa impacto ambiental e proporciona benefícios aos produtores rurais e aos consumidores.
http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=22724&secao=Colunas%20e%20Artigos
domingo, 30 de dezembro de 2012
Inseto contra inseto
Empresa multiplica vespas que atuam no controle biológico e é escolhida uma das 50 mais inovadoras do mundo
YURI VASCONCELOS | Edição 195 - Maio de 2012
Uma startup criada há 11 anos por estudantes de pós-graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), é uma das 50 companhias mais inovadoras do mundo, segundo rankingelaborado pela revista norte-americana de tecnologia Fast Company. A empresa Bug Agentes Biológicos, com sede em Piracicaba, no interior paulista, atua no controle biológico de pragas e desenvolveu um método eficiente para multiplicar insetos capazes de dizimar outros seres semelhantes que atacam plantações de cana-de-açúcar e outras lavouras. A lista da Fast Company, publicada anualmente, é encabeçada em 2012 por grandes multinacionais do setor de tecnologia, como Apple, Facebook e Google.
A Bug é a primeira brasileira da relação, à frente de gigantes como Petrobras, Embraer e Grupo EBX. A empresa também figura na terceira posição no top 10 do setor de biotecnologia, elaborado pela revista. “Foi uma surpresa esse prêmio da Fast Company”, disse o engenheiro agrônomo Alexandre de Sene Pinto, um dos sócios da Bug. “A tecnologia adotada para multiplicar a vespa do gênero Trichogramma galloi, que ataca uma praga comum em canaviais, contribuiu para essa colocação. Mas também foi relevante o fato de termos conseguido, em apenas dois anos de comercialização desse inseto, tratar no Brasil uma área equivalente a 500 mil hectares de cana-de-açúcar”, diz ele.
A ação do T. galloi é diferenciada porque a vespa ataca os ovos da mariposa conhecida como broca-da-cana (Diatraea saccharalis), inoculando neles seus próprios ovos e impedindo que o inseto, na sua fase de lagarta, ecloda e ataque a planta. Os insetos usados no controle biológico parasitam lagartas e congêneres adultos que já tiveram a chance de atacar a plantação. A multiplicação e a comercialização de vespas do gêneroTrichogramma não é algo inédito no mundo – aqui no Brasil a técnica foi desenvolvida décadas atrás no Laboratório de Biologia de Insetos da Esalq-USP.
A inovação da Bug foi desenvolver um método eficiente e economicamente viável de multiplicar a espécie T. galloi. “Isso é mais difícil de ser feito, porque essa vespinha se desenvolve muito bem nos ovos da broca-da-cana, cuja criação em laboratório é muito onerosa. Para vencer esse obstáculo, utilizamos ovos de um hospedeiro alternativo, uma traça de farinha, de fácil criação, chamada Anagasta kuehniella, para multiplicar a vespa. Com isso, conseguimos reproduzi-la em escala industrial”, diz Alexandre.
O controle biológico, como o nome sugere, é uma atividade que emprega agentes – insetos, ácaros, fungos, vírus e bactérias – para combater pragas que destroem as mais variadas plantações. Além da cana, o método também é empregado nas lavouras de soja, milho, plantas frutíferas, hortaliças e outras. Ele faz parte do manejo integrado de pragas, conceito surgido nos Estados Unidos e na Europa nos anos 1960 como alternativa à aplicação de agrotóxicos para controlar insetos e outras pragas presentes no campo.
Combater pragas com organismos vivos é uma atividade em expansão no Brasil. As estatísticas são imprecisas, mas estima-se o seu emprego em mais de 7 milhões de hectares de lavouras, apresentando vantagens ambientais em relação ao uso de inseticidas. O setor, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCbio), faturou R$ 250 milhões em 2010. Esse número representa 3% do mercado de agrotóxicos no Brasil, que foi de R$ 8 bilhões no mesmo ano. “O controle biológico é uma das poucas medidas de controle de pragas que atende às exigências de uma agricultura sustentável, tão desejável no mundo”, diz o professor José Roberto Postali Parra, coordenador do Laboratório de Biologia de Insetos da Esalq e um dos maiores especialistas no tema no Brasil. Segundo ele, controle biológico não é poluente, não causa intoxicação nos aplicadores e não deixa resíduos nos alimentos. Além disso, não precisa ser aplicado diretamente na praga, porque os agentes localizam suas presas no campo, não causa impactos secundários – entre eles atingir organismos que não são alvo – e não desenvolve resistência da praga.
“A maioria dos inseticidas não consegue alcançar nenhuma dessas vantagens e os demais falham em algumas delas, especialmente no que se refere aos impactos secundários, que, de alguma forma, geram desequilíbrios ambientais”, afirma Alexandre Pinto. Atualmente, por volta de 230 agentes são empregados no controle biológico de pragas em todo o mundo. De forma geral, eles são divididos em duas categorias: de um lado, organismos microbiológicos (ou microrganismos) como fungos, vírus e bactérias, e, de outro, organismos macrobiológicos, visíveis a olho nu, como insetos e ácaros. Os últimos, por sua vez, podem ser classificados como predadores ou parasitoides. Geralmente menores que seu hospedeiro, precisam de apenas um desses insetos para completar seu ciclo. Sua fase adulta é livre e normalmente não mata seu hospedeiro até sair dele. Já os predadores costumam ser maiores do que suas presas, precisam de mais de um indivíduo para completar seu ciclo e matam as presas antes de completar todo o ciclo. A tecnologia de multiplicação e liberação de organismos macrobiológicos costuma ser mais complexa do que a produção de microrganismos, que são vendidos em formulações em pó ou granulado.
No Brasil, cerca de 70 empresas comercializam 12 insetos e ácaros, além de dezenas de microrganismos. Outros 55 laboratórios mantidos por usinas de cana criam agentes macrobiológicos para uso próprio. A Bug possui no seu portfólio três ácaros predadores (Neoseiulus californicus, Phytoseiulus macropilis e Stratiolaelaps scimitus) e quatro vespas parasitoides (Cotesia flavipes, Trichogramma pretiosum, Trichogramma galloie Telenomus podisi). Outros quatro animais – o percevejo Orius insidiosus, o ácaroNeoseiulus barkeri e as vespas Telenomus remus e Trissolcus basalis – já são multiplicados e usados experimentalmente pela empresa, mas ainda não possuem registro nos órgãos oficiais de controle de atividade.
Apoio financeiro
No final de 2011, a Bug fundiu-se com a Promip, outra companhia do segmento, com o objetivo de aumentar a oferta de produtos. Com a fusão, ela passou a vender quase todas as espécies de insetos e ácaros disponíveis no Brasil. As duas empresas, Bug e Promip, tinham muito em comum: eram da mesma cidade, nasceram dentro da Esalq e contaram com projetos de inovação tecnológica aprovados pela FAPESP para se viabilizar. A Bug recebeu três financiamentos da Fundação (ver Pesquisa FAPESP n° 87) e a Promip, um.
No final de 2011, a Bug fundiu-se com a Promip, outra companhia do segmento, com o objetivo de aumentar a oferta de produtos. Com a fusão, ela passou a vender quase todas as espécies de insetos e ácaros disponíveis no Brasil. As duas empresas, Bug e Promip, tinham muito em comum: eram da mesma cidade, nasceram dentro da Esalq e contaram com projetos de inovação tecnológica aprovados pela FAPESP para se viabilizar. A Bug recebeu três financiamentos da Fundação (ver Pesquisa FAPESP n° 87) e a Promip, um.
O apoio financeiro se deu em grande parte para o desenvolvimento da multiplicação dos agentes biológicos, uma tarefa complexa que envolve também a multiplicação das pragas. No caso do Trichogramma galloi, os técnicos da Bug precisam criar em laboratório tanto as vespas quanto os hospedeiros alternativos, as traças. No início do processo indivíduos adultos da traça são colocados para acasalar em caixas plásticas contendo farinha de trigo e levedura – essa mistura é a dieta das traças. Nesses recipientes as fêmeas colocam seus ovos, que, numa etapa posterior, serão parasitados pela vespinha T. galloi. Após a emergência dos primeiros adultos da traça, eles são separados, peneirados para a eliminação de restos de farinha e transferidos para caixas coletoras de ovos. Essas caixas são produtivas por cinco a sete dias, período de vida das traças adultas, quando os ovos desse inseto são recolhidos e esterilizados com luz ultravioleta, inviabilizando o embrião da traça. Em seguida, os ovos são oferecidos à vespinha, que põe de um a dois ovos dentro do ovo da traça.
Os ovos parasitados são colocados em embalagens perfuradas criadas e patentea-das pela Bug. Elas são feitas de cartelas biodegradáveis formadas por três camadas superpostas de papelão. A camada intermediária tem “túneis” milimétricos, que formam cápsulas capazes de armazenar 2 mil ovos. As cartelas são vendidas aos agricultores, que as instalam na planta. Depois que as vespinhas eclodem dos ovos, elas saem voando pelos furinhos da cartela (veja o infográfico no fim da matéria). “A liberação deve ser feita semanalmente, durante três semanas seguidas, numa média de 50 mil vespas por hectare. Como o inseto só voa 10 metros durante sua curta vida, de uma semana, as cartelas precisam ser posicionadas num raio de 20 metros uma das outras”, explica o sócio da Bug.
Quando a fêmea adulta do Trichogramma encontra os ovos da broca-da-cana, ela os parasita, inoculando dentro deles seus próprios ovos. Com isso, impede que a lagarta se prolifere. Em sua forma adulta, a broca é uma mariposa de hábitos noturnos, de cor amarelo-palha. As fêmeas colocam os ovos nas folhas. As lagartas, depois de algum tempo, penetram na cana, onde se abrigam e se alimentam, prejudicando o canavial.
A cultura da cana é a que mais utiliza o controle biológico de pragas no Brasil. “Há cerca de 50 anos os agricultores empregam essa tecnologia e já incorporaram a atividade no seu modo de produção”, diz Parra. A vespaCotesia flavipes, que também parasita a broca-da-cana, é o inseto mais usado no combate a essa praga. A diferença é que ela ataca a lagarta, enquanto o Trichogramma parasita os ovos antes da eclosão da lagarta. Estima-se que 4 milhões de hectares de canaviais – cerca de 50% da área cultivada – são tratados com as vespas Cotesia e Trichogramma e com o fungoMetarhizium anisopliae. Este último combate duas outras pragas, a cigarrinha-das-raízes e a cigarrinha-das-folhas.
Estudos revelam que a associação de T. galloi com C. flavipes tem garantido resultados excelentes. “Em áreas onde a infestação supera os 15% da plantação, o uso concomitante das duas vespinhas é uma prática rentável. Liberando-se por três semanas seguidas Trichogramma e, logo após, por duas semanas Cotesia, é possível evitar perdas de R$ 935,00 por hectare, descontando o investimento. Caso o agricultor opte por usar apenas Cotesia, a redução de perda cairia para R$ 674,00 por hectare”, diz Alexandre. Esses cálculos, explica o pesquisador, levaram em consideração apenas os valores sobre o açúcar refinado amorfo, produto adquirido pela indústria alimentícia.
O controle biológico também está presente em mais de 2 milhões de hectares de soja – cerca de 8% da área total do plantio no país. O produto mais usado é o fungoTrichoderma harzianum, que combate o mofo branco, doença causada pelo fungoSclerotinia sclerotiorum. Em cerca de 18 mil hectares são usadas a vespa T. pretiosumno controle das lagartas desfolhadoras e a vespa Telenomus podisi, que parasita ovos de percevejos. “A cultura de soja tem um potencial fantástico para o controle biológico, especialmente depois da proibição do uso do agrotóxico endossulfam, empregado para o controle de percevejo. Sem esse inseticida, a cultura fica sem muitas opções químicas para combater a praga”, diz Parra.
Na cultura do milho, os agricultores utilizam em 20 mil hectares (menos de 1% do total) a vespa Trichogramma pretiosum contra a lagarta-do-cartucho e a T. galloi contra a broca-da-cana, também comum em milharais. Em 3 mil hectares de plantio de tomate, a vespa T. pretiosum é empregada no controle de lagartas desfolhadoras. Florestas de pinustambém recorrem ao controle biológico para combater a vespa-da-madeira e as lagartas desfolhadoras. Segundo a bióloga Susete Penteado, da unidade Embrapa Florestas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, no Paraná, cerca de 1 milhão de hectares de plantações de pinus – metade da produção nacional – são tratados com o nematoideDeladenus siricidicola. Esse verme, de dimensões microscópicas, ataca a vespa-da-madeira, esterilizando as fêmeas do inseto. “Criamos esse nematoide desde 1989 e distribuímos para silvicultores de São Paulo, Minas Gerais e dos estados do Sul”, diz Susete.
Mercado atrativo
A Cotesia flavipes é o principal inseto oferecido por grande parte das empresas brasileiras que atuam no controle biológico de pragas. É o caso da Biocontrol, de Sertãozinho, fundada em 1994. “Comercializamos a Cotesia e os fungos Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana. Os três fazem o controle biológico de pragas de canaviais”, diz Maria Aparecida Cano, uma das sócias da empresa, que também presta assessoria de produção de insetos e microrganismos para as usinas de açúcar e etanol do estado de São Paulo.
A Cotesia flavipes é o principal inseto oferecido por grande parte das empresas brasileiras que atuam no controle biológico de pragas. É o caso da Biocontrol, de Sertãozinho, fundada em 1994. “Comercializamos a Cotesia e os fungos Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana. Os três fazem o controle biológico de pragas de canaviais”, diz Maria Aparecida Cano, uma das sócias da empresa, que também presta assessoria de produção de insetos e microrganismos para as usinas de açúcar e etanol do estado de São Paulo.
Os Projetos |
1 Criação massal e comercialização dos parasitoides de ovos Trissolcus basalis e Telenomus podisi para o controle de percevejos da soja - nº 2005/60732-9 2 Estudo de formulações eficazes de conídios do fungo Metarhizium anisopliae para o controle biológico de pragas – nº 2005/55780-4 3 Controle biológico aplicado deTetranychus urticae (Acari:Tetranychidae): produção massal e comercialização de linhagens de Neoseiulus californicus ePhytoseiulus macropilis (Acari:Phytoseiidae) resistentesa agrotóxicos – nº 2006/56680-6 |
Modalidades |
1a3 – Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) |
Coordenadores |
1 Alexandre de Sene Pinto – Bug 2 Ana Lucia Santos Zimmermann – Biocontrol 3 Roberto Hiroyuki Konno – Promip |
Investimento |
1 R$ 419.460,00 (FAPESP) 2 R$ 42.743,00 (FAPESP) 3 R$ 477.608,27 e US$ 6.107,56 (FAPESP) |
O vigor da agricultura nacional tem atraído para o país multinacionais do setor de agrotóxicos interessadas em entrar no mercado de produtos biológicos, como as japonesas Sumitomo e Ihara e a americana FMC e outras companhias especializadas nesse segmento, como a holandesa Koppert Biological Systems, uma das líderes mundiais em agentes biológicos e polinizadores. A empresa instalou-se em Fortaleza em 2009, mas no ano passado transferiu-se para Piracicaba. “Em princípio criamos uma filial no Ceará, em razão da proximidade com a Europa e da relação com exportadores de melão, cultura na qual temos grande experiência. Com o avanço dos negócios, a empresa mudou para investir na criação de produtos destinados ao mercado brasileiro”, diz o engenheiro agrônomo Danilo Pedrazzoli, diretor-geral da empresa e ex-sócio fundador da Bug.
A linha de produtos da Koppert abrange de ácaros predadores a fungos para controle de pragas e doenças. Na Europa, a lista ultrapassa 50 produtos. No Brasil, a companhia deu início ao processo de registro de 26 produtos, cinco dos quais estão em fase final de homologação. Pedrazzoli, que também é diretor da ABCbio, acredita que o controle biológico tem grande potencial de uso no Brasil, mas sofre com a falta de empresas eficientes para atender à demanda.
Para o engenheiro agrônomo Santin Gravena, dono da Gravena Pesquisa, Consultoria e Treinamento Agrícola, outro problema enfrentado é a resistência de parcela dos agricultores. “Os agricultores brasileiros são conservadores e foram criados na cultura do controle químico. Além disso, o controle biológico é de atuação ligeiramente mais lenta, embora no final produza o mesmo resultado do produto químico sintético”, diz o professor aposentado de entomologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Criada em 1993, a Gravena é especialista na criação da joaninha Cryptolaemus montrouzieri, predadora da cochonilha-branca, praga que ataca plantas frutíferas e ornamentais. “Na última década fornecemos a joaninha para cerca de 20 propriedades citricultoras. Hoje, infelizmente, não temos mais clientes no controle biológico. Somos uma prestadora de serviços de pesquisa científica e estudos técnicos e atendemos por volta de 50 empresas e laboratórios que nos contratam para fazer estudos de eficácia e impacto ambiental de produtos químicos e biológicos usados no manejo ecológico de pragas”, diz.
sábado, 29 de dezembro de 2012
La Azolla para bajar costos en el arroz
La azolla, fertilizante natural para bajar costos en el arroz
Daule, Guayas | Marlen Bernal M.
La azolla se puede sembrar directamente con el arroz o hacer azolarios,
dejarla secar y emplearla no solo en arroz sino en otros cultivos como
sustituto de la úrea.
La azolla, un helecho que se
cultiva en pozas naturales, puede llegar a sustituir a la úrea en el
100%, según algunos ensayos realizados por la Escuela Politécnica del
Litoral (Espol) coordinados con la Secretaría Nacional de Ciencia y
Tecnología (Senacyt).
Mariano Montaño, técnico investigador del proyecto en la Espol, explicó que el ensayo se ejecutó en los lugares El Arrozal y El Boquerón, del cantón Daule, donde al realizar la primera cosecha de la gramínea fertilizada con azolla sin utilizar úrea lograron rendimientos de 5,98 toneladas por hectárea de arroz, en cáscara, mientras con úrea el promedio nacional está en aproximadamente 4,5 toneladas.
La azolla es un pequeño helecho acuático que alberga en las cavidades de sus hojas a la bacteria Anabaena. Esta bacteria cumple la función de fijar del aire sobre los 1.200 kg de nitrógeno por hectárea por año en condiciones óptimas de temperatura, luz y composición química del suelo y agua. En la actualidad se cultiva comercialmente en China y Vietnam, como abono verde en sembríos por inundación.
Según el técnico, el costo de un azolario para una hectárea es de aproximadamente $ 500 que incluye la semilla, preparación del terreno, infraestructura y mantenimiento, inversión que se puede recuperar en las primeras cosechas, ya que el ahorro es de $ 150 por hectárea que sería el costo de utilización de úrea.
Montaño afirmó que la azolla se puede sembrar directamente en el arrozal y cuando la gramínea está macollando (antes de 40 días de sembrado) se puede sacar para dejarla secar y colocar en otros cultivos.
Héctor Ronquillo, agricultor de Daule, explicó que hizo su primer ensayo en una cuadra para ver la diferencia con el arroz fertilizado con úrea, logrando ver no solo ahorro en costo de producción sino también en rendimiento. “No utilicé químico alguno, antes empleaba seis sacos de úrea por hectárea que compraba a $ 30 porque no alcancé el cupo del Gobierno y haciendo cuentas economizo $ 180”.
El único problema que encuentra Ronquillo es que el consumidor no valora un arroz orgánico para que lo pague a mejor precio, pero aseguró que con esta experiencia cubrirá sus otras áreas.
Mariano Montaño, técnico investigador del proyecto en la Espol, explicó que el ensayo se ejecutó en los lugares El Arrozal y El Boquerón, del cantón Daule, donde al realizar la primera cosecha de la gramínea fertilizada con azolla sin utilizar úrea lograron rendimientos de 5,98 toneladas por hectárea de arroz, en cáscara, mientras con úrea el promedio nacional está en aproximadamente 4,5 toneladas.
La azolla es un pequeño helecho acuático que alberga en las cavidades de sus hojas a la bacteria Anabaena. Esta bacteria cumple la función de fijar del aire sobre los 1.200 kg de nitrógeno por hectárea por año en condiciones óptimas de temperatura, luz y composición química del suelo y agua. En la actualidad se cultiva comercialmente en China y Vietnam, como abono verde en sembríos por inundación.
Según el técnico, el costo de un azolario para una hectárea es de aproximadamente $ 500 que incluye la semilla, preparación del terreno, infraestructura y mantenimiento, inversión que se puede recuperar en las primeras cosechas, ya que el ahorro es de $ 150 por hectárea que sería el costo de utilización de úrea.
Montaño afirmó que la azolla se puede sembrar directamente en el arrozal y cuando la gramínea está macollando (antes de 40 días de sembrado) se puede sacar para dejarla secar y colocar en otros cultivos.
Héctor Ronquillo, agricultor de Daule, explicó que hizo su primer ensayo en una cuadra para ver la diferencia con el arroz fertilizado con úrea, logrando ver no solo ahorro en costo de producción sino también en rendimiento. “No utilicé químico alguno, antes empleaba seis sacos de úrea por hectárea que compraba a $ 30 porque no alcancé el cupo del Gobierno y haciendo cuentas economizo $ 180”.
El único problema que encuentra Ronquillo es que el consumidor no valora un arroz orgánico para que lo pague a mejor precio, pero aseguró que con esta experiencia cubrirá sus otras áreas.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Biodiversidade que se come:
Frutas nativas do Rio Grande do Sul e hortaliças não convencionais foram festejadas no último sábado, 15
Celebrar a biodiversidade foi o objetivo da I Mostra Biodiversidade pela Boca, promovida pelo InGá com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). E certamente a intenção foi alcançada durante o evento que aconteceu no último sábado,15, na Feira da Cultura Ecológica do Menino Deus em Porto Alegre. Inúmeras pessoas circularam pelas bancas que compunham a Mostra. Os olhares curiosos e a satisfação de experimentar os sabores da nossa agrobiodiversidade ficaram evidentes e concretizaram o ideal da Mostra.
Sucos de amora, butiá, guabiroba, ananás vieram de Antônio Prado;
leites vegetais de girassol, gergelim e noz pecan, de Porto Alegre;
polpa da juçara e o milho crioulo do Litoral Norte. Pães de plantas
alimentícias não convencionais (Pancs). Sementes. Mudas nativas. Suco
verde. Diálogos, trocas de experiências e conhecimentos. Foram diversos
os elementos que compunham a Mostra e construíram um espaço rico de
pensamentos e sabores.
A artista visual, Fátima Lopes, teve a oportunidade de experimentar a
polpa da juçara, que ela não conhecia e sequer tinha ouvido falar. A
juçara, palmeira nativa da Mata Atlântica, fornece um alimento altamente
nutritivo, uma polpa semelhante a do açaí. Lucas Nascimento, da
Associação Içara de Maquiné/RS, ficou satisfeito com o seu trabalho na
Mostra. “É bacana mostrar todo o processo, como é despolpar, se não fica
sempre aquela coisa industrial e as pessoas não sabem de onde vêm as
coisas”. Além do Lucas, a equipe que veio de Maquiné contou também com
Rafael Panniz e Juliana Marasi, todos da Biologia da UFRGS e trouxe
consigo uma despolpadeira fabricada na Amazônia. Em plena Mostra fez,
junto com o público, todos os passos da despolpa dos frutos da juçara
até sua degustação.
A estudante de biologia, Sara Stumpf, trouxe pães feitos de Pancs.
Foi o de Ora-pro-nobis que mais saiu. Para ela a Mostra foi muito
importante, pois é uma maneira de trazer o conhecimento gerado na
universidade, com pesquisas relacionadas às plantas nativas, para o
grande público. “A gente pesquisa lá para trazer o conhecimento para
cá”, comenta Sara. Os pães também foram degustados juntamente com
maionese de Pancs e pasta de nozes com beldroega, preparadas pelos
culinaristas da Comuna do Arvoredo, comunidade urbana onde se localiza a
sede do InGá.
Os
culinaristas Mateus Raymundo, Lívia Braga e Paulo Bettanzos, preparam
sucos, pastas e leites da terra, alimentos de origem vegetal que
libertam o consumidor dos químicos da indústria do alimento. Os leites
de gergelim, noz pecan e girassol surpreenderam os participantes da
Mostra por seu gosto rico e também a sua origem. Os culinaristas ainda
fizeram para degustação o alimento quiçá mais antigo das Américas, o
beijú que é feito com mandioca ralada direto na chapa quente, sem sal ou
qualquer tempero. Apesar da simplicidade no preparo, o beijú
surpreendeu pelo sucesso entre o público da Mostra: todos queriam
repetir a degustação.
A Mostra que ocorreu ao lado da Feira da Cultura Ecológica do Menino
Deus em Porto Alegre, também chamou atenção de um grupo de voluntários
que sempre participa da Feira levando ao público o suco verde. Vendo a
movimentação eles também se agregaram ao espaço.
O milho crioulo também esteve Mostra. O agricultor de Terra de Areia,
Rodrigo Wolf, levou espigas do milho arco-íris e a farinha feita a
partir deste cereal. “O pessoal se interessou bastante pela produção de
farinha diferenciada, a farinha do milho colorido”, comenta o
agricultor. O milho crioulo produzido por Wolf é de origem tupi. É
denominado milho arco-íris, pois são plantadas todas as cores do cereal
em um mesmo local e cada vez mais as variedades de milho se misturam,
criando novas cores a cada nova safra.
A importância desse tipo de evento foi comentada por Lori La Porta,
agrônoma de Vera Cruz, integrante daONG Resgatando o Futuro da
Biodiversidade (BioFuturo), como um espaço para o consumidor conhecer
novas opções e querer buscar alternativas de alimentação. Além de ser
uma oportunidade de os jovens conhecerem, também é de os mais velhos se
religarem a suas raízes, “eles perderam o vinculo com a terra, hoje a
lavoura deles é o supermercado”, comenta Lori.
Para a vice-coordenadora do InGá Claudine Abreu o evento cumpriu o
objetivo proposto: ser um espaço educativo, de potencial transformador,
que possibilitou trocas de experiências e novos contatos entre os
participantes, além de instigar a discussão sobre a produção e o consumo
dos alimentos. “ É preciso diversificar a alimentação agregando no
dia-a-dia alimentos regionais, livres de venenos e não transgênicos.
Esperamos repetir o evento em 2013!”
A Mostra teve o apoio financeiro do MAPA e vai ter uma segunda edição em meados de março, com as safras de araçá e butiá.
FONTE: http://www.inga.org.br
December 22nd, 2012 | Category: Assuntos Gerais
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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Aprenda a fazer uma horta orgânica em casa
Aprenda a fazer uma horta orgânica em casa utilizando pequenos espaços. Para falar sobre o assunto, o Bom Dia Campo conversou com o biólogo da Fundação Mokiti Okada Carlos Daniel Rodrigues (Exibido em 19/11/2012)
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Buva resistente a glifosato
Buva resistente a glifosato
A reportagem mostra o prejuízo que a adoção da soja transgênica Roundp Ready vem trazendo para os produtores, embora não cite que as lavouras mostradas são transgênicas, nem que foram modificadas justamente para serem resistentes ao glifosato.
No final, cita queixa da Aprosoja em relação à demora do governo para liberar novas moléculas de herbicidas que supostamente dariam conta do problema – até criarem novos. É uma corrida sem fim e insustentável, na qual a repetição do modelo vai sempre gerar novas pragas e plantas espontâneas, que demandarão novos agrotóxicos, que gerarão novas pragas e plantas resistentes… É o que muitos chamam de tecnologia de ponta.
A reportagem mostra o prejuízo que a adoção da soja transgênica Roundp Ready vem trazendo para os produtores, embora não cite que as lavouras mostradas são transgênicas, nem que foram modificadas justamente para serem resistentes ao glifosato.
No final, cita queixa da Aprosoja em relação à demora do governo para liberar novas moléculas de herbicidas que supostamente dariam conta do problema – até criarem novos. É uma corrida sem fim e insustentável, na qual a repetição do modelo vai sempre gerar novas pragas e plantas espontâneas, que demandarão novos agrotóxicos, que gerarão novas pragas e plantas resistentes… É o que muitos chamam de tecnologia de ponta.
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