Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com whast 51 3407-4813
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quarta-feira, 29 de abril de 2020
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Homeopatia, agroecologia, controle biológico
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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020
Adubação verde pode melhorar a qualidade dos solos e ainda recuperar áreas degradadas!!
A crise de abastecimento de água, pela qual ainda passam algumas
regiões brasileiras, sempre foi o alvo de debates ao longo dos últimos
anos, mas outro “personagem” da agricultura ganhou força em 2015, em um
ano escolhido, internacionalmente, para discutir seus problemas: o solo.
Diante da preocupação, especialistas têm se dedicado a propor
alternativas, principalmente para recuperar áreas degradadas de
pastagens. Uma delas é a adubação verde.
Pesquisadora da Embrapa Cerrados (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), Arminda Moreira de Carvalho explica que o
método corresponde ao uso de plantas de cobertura em sucessão, rotação
ou em consórcio com outras culturas, com o intuito de proteger a
superfície, mantendo e melhorando as propriedades físico-hídricas,
químicas e biológicas do solo, em todo seu perfil.
“Partes das plantas usadas podem ser aplicadas para outros fins,
como: produção de sementes e de fibras e na alimentação animal.”
Para aplicá-la no campo, Arminda explica que é necessário o cultivo
de plantas específicas para a recuperação e/ou manutenção da matéria
orgânica e, consequentemente, das propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo, ou seja, “buscando a melhoria da qualidade do solo e
sustentabilidade dos agroecossistemas”.
A adubação verde, informa a especialista, pode ser aplicada em
qualquer tipo de cultivo (lavoura). “Desde que o uso de associação de
cultivos (rotação, sucessão e consórcio), que constitui a adubação
verde, aumente a diversidade de espécies, a quantidade e a qualidade dos
resíduos vegetais e da matéria orgânica, além da agregação do solo,
minimizando os impactos ambientais negativos de agroecossistemas”,
alerta.
VANTAGENS
Segundo a pesquisadora da Embrapa Cerrados, os adubos verdes
colaboram para a elevação da diversidade de espécies e de resíduos
vegetais em sistemas agrícolas. Além disso, o incremento de nitrogênio
no solo, seja por meio da fixação biológica seja mediante incorporação
de biomassa, principalmente no caso das leguminosas, “é uma das
contribuições de maior relevância dos adubos verdes, proporcionando
economia de fertilizantes nitrogenados”.
Outra vantagem é o incremento da matéria orgânica do solo e melhoria
de sua qualidade, com consequente potencial para estocar C e N no solo;
recuperação e/ou a manutenção da matéria orgânica e consequentemente,
das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
“A adubação verde ainda promove o controle de insetos-pragas,
doenças, fitonematoides e plantas invasoras, reduzindo as aplicações dos
vários pesticidas. Também serve para controlar a erosão – hídrica ou
eólica, minimizando as perdas de solo e, consequentemente, de água,
nutrientes e matéria orgânica.”
Arminda também destaca que o produtor poderá reduzir ou até
mesmo eliminar a aplicação de pesticidas e fertilizantes. “Ou seja, a
adubação verde tem impactos ambientais e socioeconômicos altamente
positivos, diminuindo os riscos de poluição do solo e dos mananciais
hídricos.”
Em contrapartida, informa a pesquisadora da Embrapa Cerrados, os
efeitos negativos do método podem ocorrer caso não sejam respeitadas a
compatibilidade de cultivos entre as culturas e espécies vegetais para
adubação verde como, por exemplo, “utilizar plantas em consórcio,
rotação e/ou sucessão que sejam suscetíveis aos mesmos patógenos, como
pragas, doenças ou nematoides”.
INVESTIMENTO
Como a maioria das mudanças relacionadas à sustentabilidade no campo,
o produtor rural terá de investir. “Seria o custo adicional, porque,
apesar dos inúmeros benefícios econômico-ambientais, principalmente, com
a redução da aplicação de fertilizantes nitrogenados, esta prática
consiste em um sistema complexo no qual há necessidade de o agricultor
dispor de aporte financeiro para realizar os investimentos iniciais com
sementes, implantação e manejo das espécies vegetais cultivadas com
objetivo da adubação verde”, salienta Arminda.
Para começar a utilizá-la, também é necessário passar por uma
capacitação profissional: “Esta prática consiste em um sistema mais
complexo no qual há necessidade de o agricultor dispor de aporte
financeiro e estrutura extra para implantação e manejo das espécies
vegetais cultivadas com objetivo da adubação verde”.
LIVRO COM ORIENTAÇÕES
Em julho do ano passado, a Embrapa lançou o livro “Adubação Verde e
Plantas de Cobertura no Brasil: Fundamentos e Prática – Volume 1”, de
autoria do pesquisador da Embrapa Solos (RJ), Luis Carlos Hernani, em
parceria com outros sete pesquisadores. Na obra, são abordadas variadas
espécies vegetais com propriedades que trazem melhorias para o meio
ambiente. Também já foi lançado o volume dois, que dá continuidade ao
mesmo assunto.
De acordo com a Embrapa, entre os temas da publicação estão a
história do uso da adubação verde no Brasil, a situação atual e
perspectivas futuras da técnica, os cuidados com as espécies, os
exemplos de rotação de culturas, melhoramento genético e aspectos
ecofisiológicos. O livro também inclui informações técnicas e práticas
sobre semeadura e manejo da biomassa de adubos verdes.
Outro aspecto importante é a evolução do conceito da adubação verde e
suas modalidades, o ciclo das espécies, os sistemas de cultivo e a
recuperação de área degradadas. Além de aspectos nutricionais e fatores
químicos, físicos e biológicos, que condicionam a fertilidade do solo e o
crescimento vegetal, são tratados de forma bastante abrangente em
vários capítulos. Capítulos específicos tratam da fitossanidade,
incluindo pragas, doenças, fitonematoides e plantas daninhas.
Para adquirir os dois livros que tratam da adubação verde, acesse: http://vendasliv.sct.embrapa.br.
Por equipe SNA/RJ
segunda-feira, 6 de janeiro de 2020
Morre, aos 99 anos, Ana Maria Primavesi, pioneira da agroecologia no Brasil!
Ao compreender o solo como um organismo vivo, a autora foi responsável por avanços no manejo ecológico na agricultura
Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP)
A engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi, referência mundial em agroecologia e pioneira do tema no Brasil, morreu neste domingo (5) em decorrência de problemas cardíacos. O centenário da pesquisadora, nascida em 3 de outubro,
seria celebrado em 2020. Ela defende a compreensão do solo como um
organismo vivo e foi responsável por avanços nos estudos sobre o manejo
ecológico do solo.
O velório e o enterro ocorrem a partir das 10h no Cemitério de
Congonhas, no Jardim Marajoara, em São Paulo. O sepultamento será às
16h30.
Ao participar da segunda edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, em 2017, na capital paulista, a autora defendeu
a relação entre homem e meio ambiente. "Sem a natureza não existimos
mais, ela é a base da nossa vida. Lutar pela terra, lutar pelas plantas,
lutar pela agricultura, porque se não vivermos dentro da agricultora,
vamos acabar. Não tem vida que continue sem terra, sem agricultura",
declarou enquanto autografava livros.
Trajetória
Primavesi nasceu e cresceu na Áustria, onde adquiriu os primeiros
conhecimentos no tema com os pais agricultores. Perseguida pelo nazismo,
ela foi presa em um campo de concentração durante a Segunda Guerra
Mundial.
Nos anos 50, veio para o Brasil, onde iniciou a carreira acadêmica e a
atuação militante. Nessa época, a chamada 'Revolução Verde' disseminava
novas práticas agrícolas que levaram ao crescimento desenfreado do
agronegócio nos Estados Unidos e na Europa.
No Brasil, Primavesi foi professora da Universidade Federal de Santa
Maria, onde contribuiu para a organização do primeiro curso de
pós-graduação em agricultura orgânica.
Foi também fundadora da Associação da Agricultora Orgânica (AOO) e ao
longo de sua carreira recebeu uma série de prêmios, como o One World
Award, da Federação Internacional dos Movimentos da Agricultura Orgânica
(IFOAM).
Em entrevista ao Brasil de Fato
em 2017, Carin Primavesi Silveira, filha da escritora, falou sobre a
resistência da mãe ao longo da história ao desafiar a lógica do capital
na agricultura.
“Teve muita resistência. Ela foi muito atacada. Agora, o que
acontece? A evidência é o que a natureza está mostrando, porque a gente
não pode ser contra a natureza, nós dependemos dela. Temos que trabalhar
em comunhão com a natureza”, disse à reportagem.
Obras
Entre as obras de Primavesi, estão "A Convenção dos Ventos -
Agroecologia em contos", "Manual do Solo Vivo", e "Manual Ecológico de
Pragas e Doenças", as quais fazem parte de coleção da editora Expressão
Popular.
A biografia da agrônoma, "Ana Maria Primavesi - Histórias de Vida e
Agroecologia", escrito pela também agrônoma Virgínia Mendonça Knabben,
também foi publicado pela editora.
Em 2018, a Knabben lançou, no dia 3 de outubro, um site dedicado à autora: anamariaprimavesi.com.br.
Homenagens
Nas redes sociais, o deputado federal João Daniel (PT-SE) declarou:
"Uma grande estudiosa, amou a natureza, cuidou da vida, estará presente
sempre e merece todas as homenagens. Sempre estará presente".
João Paulo Rodrigues, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), lamentou a morte da escritora. "É com muita tristeza
que nós, do MST, recebemos a notícia do falecimento de nossa querida Ana
Maria Primavesi, nossa maior estudiosa em solos e Agroecologia, a maior
especialista em solos do mundo. Vai em paz e o MST continuará a
defender o seu legado, cuidando da nossa terra."
Em nota, o MST afirmou que em frases como “não existe solo rico ou
pobre; existe solo vivo ou morto”, a pesquisadora "ensinou ao homem e a
mulher do campo e, com isso, plantou sementes em cada canto deste chão".
O movimento diz ainda que "seguirá seu legado e seus ensinamentos na
luta pela Reforma Agrária Popular e pela agroecologia".
Edição: Camila Maciel
terça-feira, 8 de outubro de 2019
Prefeitura de BH começa a distribuir joaninhas para controle de pragas em hortas e jardins
Coloridas e delicadas, as joaninhas são mais do que “insetos fofos”. Assim como outras espécies da natureza, elas prestam um importante serviço ambiental, que pouca gente sabe: elas fazem o combate biológico em hortas e jardins, ou seja, elas comem pragas e parasitas, como pulgões e cochonilhas, por exemplo.
Com a disseminação do uso de pesticidas, herbicidas e inseticidas no passado, muita gente deixou de usar esses aliados naturais. Mas nos últimos tempos, os efeitos nocivos da utilização de agrotóxicos começaram a ficar mais evidentes e conhecidos, com comprovação científica, inclusive (leia mais aqui).
Em Belo Horizonte, a prefeitura quer estimular o combate biológico entre aqueles que cultivam plantas e hortaliças em casa.
Em uma biofábrica no Parque das Mangabeiras estão sendo ‘produzidas’ joaninhas e crisopídios (outros tipos de insetos que fazem o controle de pragas).
Numa fase de testes, no ano passado, as joaninhas foram distribuídas gratuitamente em hortas comunitárias e projetos de agricultura urbana na capital mineira.
Agora, começará a doação para os moradores da cidade, interessados em utilizar os insetos para combater pragas em seus jardins e hortas.
Cada ‘kit joaninha’ contem dez larvas do inseto. “O inseto adulto se alimenta menos e também pode voar, portanto, entregar as joaninhas na fase larval foi a melhor opção para um controle de pragas mais eficaz, já que é nesta fase que ela se alimenta mais para se desenvolver”, explicou Dany Amaral, gerente de Ações para Sustentabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em entrevista ao jornal Hoje Em Dia.
Junto com as larvas, também vão algumas sementes, que servem como alimento. “São sementes de plantas atrativas para elas, porque além de comer pulgões e outros insetos, elas também gostam de pólen e néctar. É como se fosse uma vitamina”, diz.
A distribuição dos kits é feita pela Secretaria de Meio Ambiente, mediante cadastro e disponibilidade de insetos.
Quem quiser receber, deve mandar um e-mail para biofabrica@pbh.gov.br Após o envio, o interessado recebe um formulário para preencher com informações sobre o tamanho da sua horta ou jardim e explica qual é o problema.
Baseada nessas informações, a secretaria decidirá quantos insetos são necessários para cada caso. O prazo para a disponibilização do kit, que deve ser retirado no lugar a ser definido, varia entre 10 e 30 dias.
Pragas: exterminando o inimigo de maneira natural
Como explicou a paisagista e educadora ambiental Liliana Alodi, neste outro post, no blog Mãos à Horta, as pragas existem e competem conosco pela sobrevivência. Cada qual com seu universo, insetos, ácaros, fungos, vermes, anfíbios, aracnídeos ou moluscos.
Dependendo do lugar onde você vive, podem ser de tipos diversos ou muito específicas. Muitas vezes não as vemos diretamente, mas acabam deixando marcas que se caracterizam e nos ajudam a descobrir o que está acontecendo com nossas plantas.
Para controlar é necessário compreender o mecanismo de vida destas pragas: olhar, estudar, experimentar.
O fato é que limpeza e ordem funcionam muito bem, e em geral, quando a praga persiste é sinal de desequilíbrio no jardim. Falta de sol e excesso de água trazem fungos. Falta de adubo ou terra pobre favorecem a presença de insetos.
Além do uso de insetos, veja aqui quais são as outras dicas que a Liliana dá para fazer o controle biológico no seu jardim!
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Foto: domínio público/pixabay
Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.
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