quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Aos nossos 3.000.000 de visitantes um grande muito obrigado!



Pois é gente, este canal de troca de vivências e dúvidas,
 já recebeu a visita 3 milhões de internautas. 

Obrigado a cada um que passou por aqui!
Este blog começou para ser um diário do estágio obrigatório do curso de Agronomia da UFRGS, no entanto após o estágio no Sítio dos Herdeiros, fiquei apaixonado pela agroecologia e percebi quantas pessoas cultivam suas plantas, quantas gostariam de ter sua horta , seu vaso, mas deparam-se com inúmeras dificuldades. Este blog quer ser uma ajuda, um incentivo a continuar a administrar a natureza, protegendo e valorizando seu potencial.
Por isso continua ou começa a tua horta, o teu pomar, pois acredito no provérbio:

"Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra".

Lembro que este é um blogue pessoal do Engenheiro Agrônomo Alexandre Panerai Pereira. 
As informações, artigos, textos, imagens, vídeos, fotografias e logos (salvo os da minha autoria) são de propriedade dos seus respectivos titulares e estão aqui expostos com finalidade educativa. Se alguma pessoa física ou jurídica se sentir prejudicada, por favor entre em contato que as correções serão efetuadas imediatamente. 
obrigado

Estudo revela melhor momento de colocar gado leiteiro no pasto!! #USP

Experimentos conseguiram aumentar a produtividade do gado leiteiro e ao mesmo tempo minimizar as emissões de gases causadores do efeito estufa.
Editorias: Ciências Agrárias -
No Brasil, onde concentra-se um dos maiores rebanhos de gado do mundo, encontrar alternativas que possibilitem estabilidade entre as esferas social, ambiental e econômica é tarefa que envolve o setor produtivo e a comunidade científica. Foto: Fábio Torrezan / Acom / Esalq
Encontrar o equilíbrio entre uma produção rentável e sustentável. Nessa tênue divisa caminha a produção agropecuária que tem em seu escopo auxiliar no desafio de alimentar uma população crescente, preservando as reservas ambientais. E a ciência pode contribuir. Uma pesquisa nesta linha foi o pós-doutorado de Marília Barbosa Chiavegato na Escola Superior de Agricultura de Luiz de Queiroz (Esalq) da USP. Ela analisou a qualidade da forragem, o desempenho animal e emissões de gases de efeito estufa em capim-elefante (Cameroon) submetido a estratégias de pastejo rotativo. “Foram testadas maneiras de manejar os animais nas pastagens buscando minimizar as emissões de gases de efeito estufa – metano entérico CH4 – e aumentar a produtividade de leite”. A partir dos resultados dos experimentos, concluiu-se, entre outros pontos, que um melhor resultado é obtido ao se colocar os animais nos pastos de capim-elefante (Cameroon) quando eles atingem altura de 100 cm (correspondente à interceptação de 95% da luz incidente).
Segundo a Marília Chiavegato, o capim-elefante é bastante utilizado no setor, mas usualmente o foco do produtor está no período fixo de descanso antes de colocar o animal no pasto. “Nosso objetivo foi determinar o momento certo de disponibilizar o pasto para os animais para que as emissões fossem diminuídas e a produtividade de leite aumentada”.
E estudo foi supervisionado pelo professor Sila Carneiro da Silva, Departamento de Zootecnia da Esalq.

Experimento com rebanhos

A engenheira agrônoma conduziu na Esalq experimento com vacas leiteiras e alterou o foco para altura do capim, desconsiderando o período de descanso fixo. “Ocorre que seguindo um período fixado em dias de descanso, o produtor pode não ter a melhor forragem dependendo de condições de clima e solo. O pasto vai crescendo e pode passar do ponto. Por exemplo, pode ficar fibroso e o animal ter problemas na digestão, o que interfere na produção de leite e nas emissões de gases do efeito estufa, especificamente do metano entérico, que é o mais produzido pelos animais ruminantes”, detalha Marília. 
Assim, buscando ajustar a dieta, os pesquisadores conduziram um experimento com dois rebanhos, monitorando 24 vacas leiteiras. “Foi um projeto bem grande, realizado em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste e Embrapa Meio Ambiente. E concluímos que é possível obter um equilíbrio entre produção de leite e emissão de gases”. 
O Departamento de Zootecnia da Esalq traz em sua essência estudos que sempre ocuparam a vanguarda desse ramo da ciência, com destacadas linhas de pesquisas que vão da nutrição ao melhoramento genético animal, da reprodução à conservação de forragens e pastagens. Na imagem, o capim elefante – Foto: Segundo Urquiaga / Embrapa
De acordo com a pesquisadora, colocar os animais nos pastos de capim-elefante (Cameroon) quando eles atingem altura de 100 cm “resultou em forragem de melhor qualidade, e o resultado foi um aumento de 30% no número de animais por unidade de área, ganho de três quilogramas por dia de leite por animal e diminuição em 20% das emissões de CH4 entérico por quilograma de leite produzido”. Desse trabalho resultaram ainda duas teses. Uma delas conduzida por Camila Delveaux Araujo Batalha, com orientação do professor Flavio Augusto Portela Santos, e outra de autoria de Guilhermo Francklin de Souza Congio que, assim como Marília, foi orientado pelo professor Sila.

Outras teses

A tese da Camila apontou que o manejo baseado com interceptação luminosa (IL) de 95% permitiu que as vacas acessassem pastos com maior relação folha/colmo, resultando em uma forragem com melhor composição química.
“Os animais pastejando forragem colhida aos 95% IL, ou altura de entrada nos piquetes de 100 cm, tiveram maior consumo de matéria seca e energia, com maior produção de leite por vaca e taxa de lotação, resultando em maior produção de leite por unidade de área. Além disso, a estratégia permite a diminuição das emissões de metano por consumo de energia líquida quando comparado à entrada dos animais nos piquetes com máxima IL, ou altura de entrada de 135 cm”, descreve a pesquisadora, que ainda avaliou os efeitos do período de início pastejo (manhã ou tarde) na produção de leite, variáveis ruminais e eficiência de uso de nitrogênio (N) de vacas leiteiras no terço médio da lactação.
Segundo Camila, o maior teor de carboidratos não fibrosos da forragem ao final do dia possibilitou o aumento da síntese de proteína microbiana, redução do nitrogênio uréico no leite e apresentou tendência para aumento da produção de proteína e caseína do leite em comparação às vacas que iniciaram o pastejo no período da manhã. 
“Ao longo dos estudos desta tese houve uma melhora no valor nutritivo da forragem adotando o critério de entrada nos piquetes com 95%IL (ou 100 cm de altura) e a troca de piquetes no período da tarde. Assim, o pastejo no período da tarde deve ser adotado juntamente com a altura de 100 cm para entrada dos animais nos piquetes como ajuste fino em sistemas intensivos de produção de leite à base de capim-elefante (Cameroon)”, aponta.
Os trabalhos de Guilhermo Congio corroboram os resultados obtidos por Marília e Camila. “O manejo do pastejo com base na meta de 95%IL é uma prática ambientalmente segura que melhora a eficiência de uso dos recursos alocados por meio da otimização de processos envolvendo plantas, ruminantes e sua interface, e aumenta a eficiência da produção de leite”.
Associação da meta pré-pastejo com  altura de 100 cm e a alocação do rebanho para um novo piquete à tarde poderia trazer benefícios econômicos, produtivos e ambientais para a intensificação sustentável de sistemas baseados em pastagens tropicais – Foto: Sebastião José de Araújo
De acordo com o professor Sila, o uso do critério de IL para manejar pastos permite que uma série de processos fisiológicos importantes e determinantes das respostas de plantas e animais em pastagens sejam integrados em uma simples e única variável de campo, a altura em que os pastos são mantidos e ou manejados. “Dessa forma, é possível transferir conhecimento e tecnologia ao produtor de forma simples, transformando ciência em prática. O bom manejo do pastejo aumenta a produção e a produtividade animal e reduz a intensidade de emissão de gases causadores do efeito estufa, contribuindo para uma pecuária cada vez mais produtiva, eficiente e sustentável”, considera o docente.
Congio teve ainda como objetivo descrever e medir a influência de dois horários de alocação de novos piquetes aos animais sobre a composição química da forragem, consumo de matéria seca (CMS), produção e composição do leite, e emissões de metano (CH4) entérico de vacas HPB × Jersey. “Os resultados indicaram que a alocação de novos piquetes à tarde pode ser uma estratégia de manejo simples e útil que resulta em maior partição de nitrogênio (N) para produção de proteína e menor excreção de nitrogênio ureico no leite. A associação da meta pré-pastejo de 95% IL (ou altura de 100 cm) e a alocação do rebanho para um novo piquete à tarde poderia trazer benefícios econômicos, produtivos e ambientais para a intensificação sustentável de sistemas baseados em pastagens tropicais”.
Seguindo na linha para continuar obtendo melhores índices de produtividade de leite, com baixo impacto ambiental, Marília Chiavegato antecipa futuras pesquisas. “Os próximos estudos envolverão outras pastagens, a questão da dieta, e também iremos olhar para as pastagens degradadas, que é um grave empecilho na produção. Testaremos uma estratégia de recuperação de pastagens degradadas também buscando aumentar a produtividade e diminuindo o impacto ambiental”, finaliza.
Com informações da Divisão de Comunicação da Esalq

terça-feira, 27 de agosto de 2019

O segredo das estacas de Hortênsias!


Plantamos algumas estacas de hortênsias no sítio! 




Fonte: revista cultivar

As hortênsias, pertencentes ao gênero Hydrangea, são arbustos semilenhosos originários da China e do Japão capazes de atingir até 2,5m de altura. Dentre as espécies deste gênero destaca-se a H. macrophylla, que dá nome a uma das regiões turísticas mais tradicionais do estado do Rio Grande do Sul, a Serra Gaúcha ou Região das Hortênsias. Caracterizadas por suas inflorescências exuberantes, grandes, densas e numerosas, são utilizadas com frequência na composição de jardins e parques e como flores de vaso na decoração de ambientes. Além disso, apresentam uma gama natural de cores, que variam do branco a tons de azul, púrpura, rosa e vermelho.

A produção comercial da espécie é centralizada principalmente no estado de São Paulo e é realizada mediante estacas a partir da ponta de ramos, podados com 8 a 10cm de comprimento, sendo cultivadas em local protegido até o seu completo enraizamento. Contudo, para a obtenção de mudas com melhor qualidade de raízes, número de brotos e porcentagem de enraizamento, estas devem ser oriundas da parte basal dos ramos. O período de enraizamento pode variar de 20 a 40 dias após os ramos serem acondicionados em substrato adequado. A estaquia pode ser realizada diretamente no solo, em substratos comerciais ou em caixas de areia, mas sempre priorizando uma boa aeração e umidade dos mesmos. Após o enraizamento, as mudas podem ser transplantadas para vasos ou local definitivo de cultivo, exigindo irrigação periódica até o pleno estabelecimento.

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As mudas de hortênsia podem ser cultivadas em ambiente variados uma vez que a espécie apresenta ótima adaptação à ambientes de clima ameno (12 a 21ºC), desenvolvendo-se bem tanto a pleno sol como meia-sombra e, em solo úmido, livre de encharcamento. Essa espécie se desenvolve preferencialmente em solos com elevada fertilidade e altos teores de matéria orgânica, mas também pode ser cultivada em encostas e a beira de ruas e estradas, protegendo e embelezando essas áreas. Quando cultivadas em áreas externas, a realização de podas é importantíssima a fim de produzir plantas mais compactas e com elevado número de inflorescências, deixando as mesmas ainda mais atraentes.

As hortênsias apresentam pouca ocorrência de pragas e moléstias, mas alguns cuidados fitossanitários devem ser observados no cultivo dessa ornamental, em especial na obtenção das mudas. É durante esse período, que fungos presentes em solo ou substratos contaminados podem infectar e causar a baixa pega de estacas. Já na fase adulta de desenvolvimento, doenças como o oídio e o mofo cinzento são as mais importantes para a espécie, sendo seu controle baseado na eliminação de ramos e plantas contaminadas, além de aplicações de fungicidas de forma preventiva. Quanto as pragas, o tripes e o ácaro rajado são as principais espécies incidentes na cultura, sendo controlados por inseticidas e acaricidas, respectivamente, aplicados de forma curativa.

A definição da coloração das sépalas de hortênsias, parte colorida das flores, por sua vez, traz um segredo. Elas podem facilmente mudar de vermelho para azul, dependendo do manejo adotado e das condições de cultivo. No entanto, todas as cores são desenvolvidas a partir de um único pigmento principal, uma antocianina nomeada delfinidina 3-glicosídeo. O conteúdo deste pigmento em sépalas é responsável pela tonalidade das inflorescências, ou seja, quanto maior a quantidade deste, mais intensa é a coloração.
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É de conhecimento geral que as hortênsias cultivadas em solos alcalinos, com pH próximo ou superior a 6,5, produzem inflorescências de sépalas róseo avermelhadas e em solo ácido, com pH abaixo de 5,5, manifestam a coloração azul. No contexto mundial, estima-se que 50% dos solos agrícolas enfrentem problemas com a acidificação e consequentemente, com a liberação de metais tóxicos para as plantas, como o alumínio (Al). Em áreas de cultivo de plantas ornamentais e/ou no solo utilizado em vasos e floreiras, a situação não é diferente. A partir desse conhecimento, muitos estudos foram impulsionados buscando desvendar os mecanismos envolvidos na definição da coloração azul apresentada pelas hortênsias.

Em condição de baixo pH, o alumínio fica disponível na solução do solo em sua forma tóxica (Al+3), sendo absorvido pela planta e translocado para o vacúolo celular, onde é armazenado. O vacúolo ocupa grande parte da célula vegetal, sendo responsável por armazenar de forma definitiva ou transitória, substâncias tóxicas ao metabolismo da planta, neste caso, o alumínio. Esse mecanismo de detoxificação interna desenvolvido pelas hortênsias, exige a participação de proteínas transportadoras e exsudatos orgânicos capazes de quelar o Al+3, ou seja, se ligam a esse elemento e produzem substâncias não tóxicas a planta, impedindo danos celulares e possibilitando o seu transporte até o vacúolo. Inúmeros transportadores já foram relacionados com a mobilidade de Al+3 e do complexo citrato-Al+3 desde as raízes até os vacúolos em hortênsias, incluindo transportadores das famílias das aquaporinas, MATE (Multidrug and Toxic Compound Extrusion), transportadores de Alumínio NRAMP e ABC (ATP-binging cassette).
As hortênsias também apresentam o armazenado de Al+3 no vacúolo das sépalas, onde formam um complexo estável e de coloração azul com o pigmento delfinidina 3-glicosídeo. Quanto maior o teor de delfinidina-3-glicosídeo, mais alumínio pode ser acumulado nas sépalas das flores, mudando sua cor para azul e/ou intensificando a mesma. Estudos com a espécie constataram que inflorescências com sépalas vermelhas, púrpuras e azuis de uma mesma cultivar acumularam entre 0-50, 10-100 e 40-500 µg de Al+3.g-1 sépalas frescas, respectivamente. Resultados similares foram encontrados nas folhas destas plantas. A partir destas descobertas, é possível compreender como ocorre a manipulação da coloração das sépalas por meio do controle do pH, disponibilidade de alumínio no solo e manejo de podas.


A manipulação da coloração é baseada em práticas de manejo. Por exemplo, se o objetivo é obter hortênsias de coloração rósea a poda dos arbustos, com a eliminação do maior número de folhas, tem por finalidade eliminar o Al+3 que está acumulado nos tecidos. Por sua vez, a manutenção da alcalinidade do solo ou próximo a isso deve ser realizada com calagem, impedindo que esse metal seja disponibilizado e absorvido pela planta. No entanto, em casos de solos ácidos com disponibilidade de alumínio, mesmo realizando a poda e tendo adquirido uma muda com a cor rosa, as inflorescências irão adquirir, com o passar do tempo, a cor azulada.
Além do Al+3, outros componentes internos das sépalas são responsáveis por conferir a cor azul. A mistura de delfinidina-3-glicosídeo com outros co-pigmentos, como ácido 5-O-cafeoilquínico, ácido 5-O-p-cumaroilquínico ou ácido 3-O-cafeoilquínico, presentes nos vacúolos, conferem uma coloração azulada as inflorescências. Esses co-pigmentos auxiliam na manutenção da estabilidade do complexo azul. Concomitantemente, o pH desta solução interna da célula exerce um efeito considerável sobre o desenvolvimento da cor. Nesse caso, o pH que confere a coloração azul (pH≈4,0) é significativamente mais elevado que o associado a coloração vermelha (pH≈3,0).
Curiosamente, as sépalas de H. macrophylla cv. HovariaTM 'Homigo' podem mudar de coloração durante a maturação e senescência, sendo um indicativo do estádio de desenvolvimento em que as plantas se encontram. Em um primeiro momento as sépalas apresentam-se despigmentadas (brancas), alterando sua coloração para azul, verde e por último marrom avermelhada. A coloração azul é resultado do complexo entre antocianina, co-pigmentos e Al+3, que com a maturação é degradado, sendo desenvolvida a cor verde – pela presença de cloroplastos. Por sua vez, com a senescência, são degradadas as clorofilas dos cloroplastos e cianidinas (outra antocianina) são produzidas, conferindo uma coloração avermelhada, como uma imitação do outono.
A partir do exposto, o segredo das hortênsias é que, não existem hortênsias de várias cores, mas sim, plantas que adquirem cores variadas de acordo com o seu modo de cultivo. Fatores como o pH do solo, disponibilidade de Al+3, presença de co-pigmentos, pH vacuolar e estádio de desenvolvimento desempenham papel fundamental na coloração das flores. Assim, a classificação das hortênsias é realizada por sua intensidade de coloração ou conteúdo de delfinidina 3-glicosídeo, independentemente da cor atual das sépalas, uma vez que a definição da cor é um processo celular complexo e associado as condições de cultivo. Sendo assim, a manipulação da cor das flores das hortênsias, de tons de azul ao avermelhado, pode ser realizada pelo próprio produtor ou jardineiro, a partir da alteração do solo de cultivo ou do pH do mesmo. Ainda nesse sentido, é possível a obtenção de um jardim com hortênsias de cores variadas, tendo como origem mudas de estacas de apenas uma única planta, não gerando custos adicionais na obtenção de mudas variadas.
Figura 1. Flores de hortênsias cultivadas em pH≈4,0 (Maior teor de delfinidina 3-glicosídeo).Figura 2. Flores de hortênsias cultivadas em pH≈3,0 (pH extremamente ácido).

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Irrigação por Gotejamento: Dobre a sua produtividade.

Fonte:tecnologia no campo

Em muitas regiões a água é um recurso escasso e caro para o produtor agrícola. A irrigação por gotejamento pode ser a solução perfeita para quem quer economizar na plantação, aumentar a eficiência e colaborar com a preservação do meio ambiente.

O modelo de irrigação por gotejamento é um método que tem como característica a economia de recursos hídricos. Esse fator se deve principalmente pela proximidade da fonte de água com a raiz da planta, evitando o desperdício através da evaporação e aumentando o aproveitamento geral da água e nutrientes.
Se você quer entender quais os diferenciais e como implementar o modelo de irrigação por gotejamento esse artigo é para você. Se você ainda está buscando o melhor método de irrigação recomendamos a leitura do nosso artigo Irrigação: o que considerar antes de escolher o melhor método?
  •         O que é irrigação por gotejamento
  •         Implementando a irrigação por gotejamento
  •         Vantagens da irrigação por gotejamento
  •         Desvantagens da irrigação por gotejamento

O que é irrigação por gotejamento?

“A irrigação por gotejamento consiste na aplicação da água diretamente na raiz da planta. O método é executado em aplicações localizadas de gotas, através dos gotejadores dispostos ao longo do sistema.”
Quando a água começou a se tornar um problema para a agricultura foi necessário buscar meios mais eficientes de irrigar a terra. A irrigação por gotejamento é um dos melhores métodos no quesito rendimento. Dependendo da cultura e do modelo de implementação o produtor pode aumentar em até 2 vezes a sua capacidade da produção.   

Implementando a irrigação por gotejamento:

O sistema de irrigação por gotejamento pode ser implementado de duas maneiras: fazendo o gotejamento na superfície do solo, ou por um mecanismo enterrado que libera a água. Nos dois casos a emissão é feita em alta frequência e em baixa intensidade.
A quantidade de gotejadores ao longo do sistema vai depender basicamente das características do solo. Nesse sistema a terra é a grande responsável pela distribuição da água para as raízes das plantas. Em solos mais duros o espaçamento entre os orifícios deve ser maior. Em solos macios o ideal é um pequeno espaçamento entre os furos, podendo até ser 1 gotejador para cada planta.  
Devido ao custo dos equipamentos, a maior dificuldade de implementação, e a complicada manutenção do sistema, seu uso é mais comum em culturas que não sofrem rotação frequentemente, ou seja, se mantém por mais tempo. As principais culturas que utilizam desta técnica são as de hortaliças-fruto, fruticultura e floricultura.
A quantidade de peças necessárias para montar o sistema por gotejamento vai depender do tamanho da lavoura, do tipo de cultura, assim como do capital disponível para investimento. A complexidade do sistema pode variar, mas no geral é composto de mangueiras próprias para gotejamento, gotejadores, conectores para a mangueira e válvulas para controle de pressão.

Vantagens da irrigação por gotejamento:

  • Economia de nutrientes e fertilizantes devido à proximidade da aplicação.
  • Reduz desperdício de água.
  • Minimiza a proliferação de ervas daninhas que se beneficiam da aspersão de água.
  • É possível realizar a fertilização junto a irrigação, diluindo o fertilizante na água (fertirrigação).
  • Permite o uso de água reciclada e não potável, já que não há grande contato da água com o ar.
  • Previne eventuais doenças causadas pelo contato da água com as folhas da planta.
  • Não necessita de nivelamento do solo.
  • Evita formação de barro.
  • Uniformidade na distribuição de água, que pode ser controlada através dos gotejadores.

Desvantagens da irrigação por gotejamento:

  • Maior custo inicial de implementação quando comparado a outros métodos.
  • Mangueiras expostas ao sol tem sua vida útil reduzida.
  • Necessita de água filtrada, para evitar entupimentos nos equipamentos.
  • No caso de equipamentos enterrados, a não visualização da quantidade de água pode fazer com que uma quantidade muito alta ou muito baixa seja aplicada.
  • Não permite aplicação de alguns químicos (especialmente aqueles que necessitam ser pulverizados).
  • Deve ser implementado com cuidado para evitar desperdícios ou variações na quantidade de água aplicada


quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Plante, cultive e colha couve, fácil e com sucesso!!

Fonte: blog plantei
 

      As couves (Brassica oleracea) são plantas da mesma espécie que a couve-flor, brócolis e o repolho. Porém, as couves não formam cabeças compactas como repolho. Suas folhas são livres. Há cultivares de diversas formas e cores. Crespas, lisas, largas, estreitas, verde-escuras, verde-claras, roxas, rosas e esbranquiçadas.
      Alguns cultivares são conhecidos como couve-ornamentais e são muito apreciados para decoração de mesas, devido as cores e padrões de suas folhas. Alguns outros tipos são cultivados para consumo humano ou de animais. São as couves-manteiga ou galegas, portuguesas, crespas, forrageiras e as couves-palmeira.
     
      As folhas da couve são consumidas cozidas ou refogadas, mas também podem ser consumidas cruas, especialmente as folhas mais jovens.
      As folhas são muito nutritivas e contém glicosinolatos que são convertidos em sulforafano quando cortadas ou picadas, sendo esta uma substância que pode prevenir o surgimento de cânceres.

Quanto ao clima
      A couve é uma hortaliça que cresce melhor em clima ameno ou frio. Alguns cultivares podem sobreviver mesmo quando a temperatura chega a -10ºC se as plantas já estiverem bem desenvolvidas. Outros cultivares de couve toleram altas temperaturas, mas a couve é cultivada normalmente durante o outono e o inverno em regiões de clima mais quente.
      Durante períodos de calor a couve reduz seu crescimento e a qualidade das folhas produzidas é pior, tanto no tamanho e aparência, quanto em sabor. Em regiões de clima ameno, a couve pode ser cultivada durante o ano todo, embora não sejam semeadas no inverno em locais onde este é rigoroso.
Sobre a luminosidade
      O cultivo deve ser realizado em condições de alta luminosidade, com sol direto. Nas estações mais quentes, faz-se necessário prover sombra parcial, pois isso pode ser benéfico para as plantas.
Referente ao solo
      O solo deve reter bem a umidade mas deve ser bem drenado, fértil, com boa disponibilidade de nitrogênio e rico em matéria orgânica. O pH do solo deve estar entre 6 e 7,5.

E a irrigação?
      O solo deve ser mantido sempre úmido, mas nunca encharcado, pois isso pode prejudicar as raízes e favorecer o surgimento de doenças.
 

Vamos então ao plantio
      O plantio pode ser realizado através de sementes, mas há cultivares que podem também ser propagados por rebentos retirados de plantas adultas. Estes rebentos surgem de gemas axilares no caule principal, e devem ser retirados preferencialmente da base da planta, já com aproximadamente 20 cm de comprimento ou mais. Os rebentos laterais da couve enraízam facilmente em solo úmido.
      Se o plantio for realizado por sementes, podem ser semeadas diretamente na horta ou em sementeiras e vasos. No caso dos vasos, recomendamos o autoirrigável, que umidifica a planta na medida ideal e previne contra o mosquito da dengue.
      Caso queira transplantar futuramente, deverá realizar o procedimento quando as mudas estiverem com pelo menos 10 cm de altura e de 4 a 6 folhas verdadeiras. O transplante deve ser feito preferencialmente em dias nublados e chuvosos ou no fim da tarde, irrigando logo em seguida.
      Semeie as sementes a aproximadamente 1 cm de profundidade. A germinação ocorre normalmente dentro de uma semana ou duas.
      O espaçamento ideal pode variar com o cultivar e as condições de cultivo, mas geralmente um espaçamento de 50 cm a 1 m entre as linhas de cultivo e de 25 a 50 cm entre as plantas é o adequado.
      Normalmente, quanto maior o espaçamento, maiores serão as plantas e suas folhas.
       É importante lembrar de sempre retirar as ervas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes.
      Dependendo do cultivar a planta pode ficar muito alta. Neste caso, pode-se cortar a extremidade do caule principal para favorecer o desenvolvimento dos brotos laterais e manter assim a planta em uma altura que você considere confortável para o manuseio e a colheita. Por outro lado, excluir ou limitar o número dos brotos laterais pode estimular o crescimento das folhas no caule principal.
Chegamos então a colheita
      A colheita das folhas da couve inicia-se normalmente de 10 a 16 semanas após o plantio. Plantas mais jovens podem ter suas folhas colhidas, mas isso pode prejudicar o crescimento das plantas. Evite colher as folhas nas horas mais quentes do dia e deixe pelo menos as 5 folhas mais jovens no caule. Acredita-se que as folhas colhidas após a ocorrência de uma geada têm melhor sabor. Em condições adequadas, a couve pode produzir por alguns poucos anos sem necessidade de replantio.
      Depois da colheita é só aproveitar essa folhuda deliciosa, seja numa saborosa salada ou acompanhando aquela maravilhosa feijoada.

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