terça-feira, 7 de outubro de 2014

Plante árvores nas cidades e evite as ilhas de calor

ILHAS DE CALOR


1 - ORIGEM DAS ILHAS DE CALOR
Os grandes centros urbanos vêm se transformando em “ilhas de calor”, contribuindo significativamente para o aquecimento global. “Ilhas de calor” é a designação dada à distribuição espacial e temporal da temperatura sobre as cidades que apresentam um efeito, como uma espécie de ilha quente localizada.
As ilhas de calor surgem da simples presença de edificações e das alterações de paisagens feitas pelo homem nas cidades. A superfície urbana apresenta especificidades em relação à capacidade térmica e a densidade dos materiais utilizados na sua construção: asfalto, concreto, telhas, vidros. Esses materiais, que constituem as superfícies urbanas, tais como: ruas, prédios, telhados, estacionamentos, etc. caracterizam-se pela grande capacidade de reflexão e emissão de radiação térmica, diferenciadas em relação às áreas rurais e paisagens naturais. Dificultam a impermeabilização da superfície e provocam alterações do albedo.

O modelo geométrico definido pelas construções de casas, prédios e ruas das cidades, denominado “Cânion Urbano”, corresponde à cavidade de ar acima das ruas, limitado lateralmente pelas paredes das edificações. A parte superior da cavidade é aberta para o céu permitindo apenas a entrada e saída limitada da radiação solar durante o dia e a saída da radiação infravermelha ao longo do dia.
2 - EFEITOS DAS ILHAS DE CALOR
- São fenômenos micro-climáticos favoráveis ao aumento da temperatura em uma área que pode chegar até 10 graus de diferença em relação as áreas no entorno. Observe a imagem abaixo:
- Contribui para o aumento da precipitação convectiva , das tempestades associadas a nuvens do tipo cumulo-nimbos , sobre a área urbana e ao arrastamento desse sistema.
- Agravam as ondas de calor, provocando o aumento da mortalidade de idosos e doentes, com redução da capacidade termorreguladora corpórea.
3 - CAUSAS DAS ILHAS DE CALOR
Causas que explicam a formação das ilhas de calor nas grandes cidades:
- Poluição do ar: o efeito de interação e a poluição atmosférica, constituída de partículas e de diferentes gases, como os gases do efeito estufa, provocam alterações locais no balanço de energia e radiação contribuindo para a formação das ilhas de calor.
- Fontes antrópicas de calor: emissões antrópicas de calor, a umidade associada à queima de combustíveis fósseis, o funcionamento dos aparelhos de ar condicionados. As fontes antrópicas , aumentam a quantidade de gás carbônico e, em consequência, aumentam também a temperatura dos centros urbanos.
- Mudanças no balanço da radiação: a retenção da radiação solar, decorrentes do efeito da geometria do “Cânion urbano”, agravada pela elevação dos prédios e redução na largura das ruas, alterando o albedo urbano, aumentando a absorção dos raios infravermelhos, elevando a temperatura média nas grandes cidades.
- Redução das áreas verdes: diminuição do efeito da evapotranspiração pela impermeabilização das superfícies urbanas e redução das áreas verdes nas cidades. A redução das áreas cobertas por vegetação, diminui a extensão das superfícies de evaporação dos lagos e rios e a evaporação dos parques, bosques, jardins e bulevares. Assim como outras atividades humanas, também alteram os microclimas urbanos contribuindo para o aumento do desconforto ambiental nas grandes cidades.
ALBEDO DE UMA SUPERFÍCIE
A radiação solar, ao incidir sobre qualquer corpo, vai, em maior ou menor quantidade, sofrer uma mudança de direção, sendo reenviada para o espaço por reflexão.

A fração de energia refletida por uma superfície em relação ao total de energia nela incidente (expresso em percentagem) designa-se por albedo. As superfícies de cor clara, como a neve, têm um albedo elevado, refletindo quase a totalidade da energia solar nelas incidente, logo não aquecem muito.
As superfícies de cor escura têm uma albedo muito fraco, o que se traduz numa grande absorção de radiação solar e num consequente aquecimento.
As florestas têm um albedo fraco, na medida em que são corpos relativamente escuros e de superfície desigual.
Por outro lado, quanto maior a inclinação dos raios solares maior é o albedo.

O albedo é definido como o índice de reflexão dos raios solares. Quanto maior a reflexão, menor será o calor acumulado. Ao atingirem a superfície, os raios solares encontram diferentes materiais como o gelo ou o asfalto, o gelo é muito claro e por isso reflete a maior parte da energia solar (albedo de 50 a 70% e absorve 50 a 30%), a cidade é muito mais escura e reflete apenas de 14 a 18% (absorve 86 a 82% da energia solar). Consequentemente a cidade é muito mais quente que as superfícies brancas. Por sua vez, as florestas refletem de 3 a 10% e a água reflete de 2 a 4%.

BALANÇO ENERGIA RECEBIDA E REFLETIDA.
- Reemissão da irradiação: razão pela qual a temperatura média das grandes cidades é maior que a temperatura de cidades menores. Ambas estão submetidas às mesmas condições climáticas. A maior quantidade de energia radiante é reemitida devido à grande quantidade de construções em concreto, asfalto, número de carros, entre outros.
4 - SUGESTÕES PARA EVITAR QUE A SUA CIDADE NÃO SE TRANSFORME NUMA NOVA ILHA DE CALOR.
- Evitar a impermeabilização solo urbano: reduzir as áreas pavimentadas, para permitir o aumento do processo de evaporação e evapotranspiração  urbana, que contribui também para diminuir a incidência de enchentes e deslizamentos de terra.
- Aumento das áreas verdes na cidade: a vegetação diminui os índices de calor e ajuda na manutenção da umidade do ar, bem como a absorção dos gases, como o dióxido de carbono, emitidos pela queima dos combustíveis fósseis nos veículos e chaminés das indústrias.
- Evitar a construção de prédios muito altos e muito próximos uns dos outros, os quais aumentam o grau do “Cânion urbano”, contribuindo para o deslocamento do ar quente para outras áreas da região.
- Proibir o uso de aparelhos de ar condicionados, a fim de diminuir a elevação média da temperatura.
- Diminuir a circulação de veículos automotores movidos a combustíveis fósseis, cuja queima contribui para o aumento da poluição e do efeito estufa, cada vez maior na camada atmosférica, que impede a dissipação do calor no período noturno.
- Substituir o uso de concreto nas grandes edificações por outros materiais que absorvam o calor durante o dia, reduzindo a temperatura no interior da cidade.
- Filtrar a emissão dos gases poluentes, gerados pela poluição das fábricas, que atacam a camada de ozônio nas partes mais baixa da atmosfera. Estes, oxidam-se e, com a umidade da chuva, transformam-se em ácidos que, ao se precipitarem, atacam o solo, a água e as plantas.
- Substituir as calçadas concretizadas por calçadas sextavadas ou de montagem, pois proporcionam uma melhor absorção da água das chuvas, irrigando o solo logo abaixo das calçadas.
- Uso obrigatório de catalisadores nos veículos automotores e motocicletas, para diminuir a emissão de gases que aumentam o efeito estufa.
- Cuidar dos rios e lagos existentes na cidade, pois estes contribuem para a diminuição da poluição, com a evapotranspiração.
FONTE: PROF.IVALINO GARCIA/MUNDO EDUCAÇÃO/GEO-CONCEIÇÃO.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Plante muitas árvores, mas nunca o Ficus na cidade!

Ficus na Zona Leste de São Paulo

Árvore já apresentada aqui em outro artigo (ver), o popular Ficus (Ficus benjamina), está sendo disseminado pela população em todo o Brasil a uma velocidade impressionante. Acredito que não existe mais município no Brasil sem ele. Vendido em floriculturas, supermercados e em diversos lugares por um preço bem em conta, muitas vezes é a única árvore disponível, e que se disfarça muito bem quando pequeno no vaso, podendo ter seu tronco trançado e parecer um “bonsai” muito ornamental, bom para presentes e decorar ambientes.

Sua venda devia ser proibida por lei, e não se trata de implicância com a “pobre” árvore. Nativa da Ásia e melhorada por viveiristas da Holanda, é produzida aos milhões em Holambra-SP, com baixíssimo custo. Quando plantada no solo, fora do vaso, suas raízes agressivas destroem galerias pluvias, de esgoto, fiações enterradas, fundações e o que mais houver pela frente, causando enormes prejuízos materiais.
Como é uma árvore que cresce em qualquer solo e clima brasileiro, extremamente rústica, já existe até em cidades ribeirinhas no meio da floresta amazônica, mesmo com tantas belas árvore nativas à disposição(!!).
O problema é que ela surgiu no mercado há cerca de 20 anos, e muitas destas belas arvorezinhas presentes nas cidades não chegaram ainda sequer a idade adulta. Daqui algumas décadas elas ficarão adultas e vamos ter um problema seríssimo nas edificações das cidades e prejuízos  públicos e particulares incalculáveis por causa desta “bonsai”. A conta irá então para o bolso de todos, e o que é pior, a fama ficará para todas as árvores urbanas, naquele velho pensamento que árvore na cidade só dá problema.
Ricardo Henrique Cardim

domingo, 5 de outubro de 2014

PROPAGACION Y VENTA DE MANI FORRAJERO (Arachis pintoi)



+ venda de mudas de amendoim forrageiro(para POA e RS)

+ Venda de minhocasvermelhas da califórnia.

+Venda de Mudas de Ora-Pro-Nobis.

+Venda de sementes fisális ou camapu ou saco-de-bode

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Pragas exóticas - A erradicação do Pinus Elliottii na Ilha de Florianópo...





Lei Municipal 9097/2012, aprovada pela Câmara de Vereadores de Florianópolis e com apoio dos ambientalistas, determina a remoção da vegetação exótica invasora, em expansão no território da Ilha Capital. O Plano de Manejo estabelece o prazo de 10 anos para remoção das pragas exóticas das espécies Pinus Elliottii, Eucalyptus e Casuarina ssp, as quais serão substituídas pelo plantio de mudas nativas da região da Mata Atlântica.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Batata yacon, um ótimo alimento e excelente medicamento - Programa Rio G...





Uma planta que está sendo muito procurada, principalmente para tratar o diabetes, é a batata yacon. 

Conheça um pouco desta planta, que além de ser um ótimo alimento, ainda é um excelente remédio.

Jornalista Marcela Buzatto

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Azolla – The best feed for cattle and poultry


Azolla is a free floating water fern that floats in water and fixes nitrogen in association with the nitrogen fixing blue green algae, Anabaena azollae. Azolla is considered to be a potential biofertilizer in terms of nitrogen contribution to rice. Long before its cultivation as a green manure, Azolla has been used as a fodder for domesticated animals such as pigs and ducks. In recent days, Azolla is very much used as a sustainable feed substitute for livestock especially dairy cattle, poultry, piggery and fish. 
Azolla contains 25 – 35 per cent protein on dry weight basis and rich in essential amino acids, minerals, vitamins and carotenoids including the antioxidant b carotene. Cholorophyll a, chlorophyll b and carotenoids are also present in Azolla, while the cyanobiont Anabaena azollae contains cholorophyll a, phycobiliproteins and carotenoids. The rare combination of high nutritive value and rapid biomass production make Azolla a potential and effective feed substitute for live stocks.

Inputs required
Azolla fronds, Polythene sheet, Super phosphate and Cow dung.

Methodology
The area selected for Azolla nursery should be partially shaded. The convenient size for Azolla is 10 feet length, 2 feet breadth and 1 feet depth. The nursery plot is spread with a polythene sheet at the bottom to prevent water loss. Soil is applied to a depth of 2 cm and a gram of super phosphate is applied along with 2 kg of vermicompost or cow dung in the nursery for quick growth. Azolla mother inoculum is introduced @ 5 kg/plot.
The contents in the plot are stirred daily so that the nutrients in the soil dissolve in water for easy uptake by Azolla. Azolla is harvested fifteen days after inoculation at the rate of 50-80 kg / plot. One third of Azolla should be left in the plot for further multiplication. Five kg cow dung slurry should be sprinkled in the Azolla nursery at  ten days intervals. Neem oil can be sprayed over the Azolla at 0.5 5 level to avoid pest incidence.
Animal
Dosage / day
Adult cow , Buffalo, Bullock
1.5-2  kg
Layer, Broiler birds
20 – 30 grams
Goat
300 – 500 grams
Pig
1.5 – 2.0 kg
Rabbit
100 gram
Value of the technology
The egg yield is increased in layer birds due to Azolla feeding. The Azolla fed birds register an overall egg productivity of 89.0 per cent as against 83.7 per cent recorded by the birds fed with only concentrated feed. The average daily intake  of concentrated feed is considerably low (106.0 g) for birds due to Azolla substitution as against 122.0 g in the control birds. More impotantly Azolla feeding shows considerable amount of savings in the consumption of concentrated feed (13.0 %) leading to reduced operational cost. By considering the average cost of the concentrated feed  as Rs. 17/ Kg, a 13.0 % saving in the consumption ultimately leads to a feed cost savings of 10.0 paise /day/ bird and hence a layer unit maintaining 10,000 birds could cut down its expense towards feed to a tune of rs.1000/day.
Benefits
The Azolla feeding to layer birds increase egg weight, albumin, globulin and carotene contents. The total protein content of the eggs laid by the Azolla fed birds is high and the total carotene content of Azolla eggs(440 g 100 g-1 of edible portion)is also higher than the control. The rapid biomass production due to the high relative growth rate, increased protein and carotene contents and good digestability of the Azolla hybrid Rong ping favour its use as an effective feed supplement to poultry birds.
Effect of Azolla hybrid Rong Ping on the nutritional value of egg
Parameters Azolla egg Control percentage increase over control
Egg weight (g) 61.20 57.40 6.62
Albumin (g /100 g of edible portion) 3.9 3.4 14.70
Globulin (g /100 g of edible portion) 10.1 9.5 6.31
Total protein (g/ 100 g of edible portion) 14.0 12.9 8.52
Carotenes (µg / 100 g of edible portion) 440 405 8.64
Application
In Indian conditions, agriculture is very much coupled with poultry farming. Azolla is an important low cost input, which plays a vital role in improving soil quantity in sustainable rice farming. The twin potentials as biofertilizer and animal feed make the water fern Azolla as an effective input to both the vital components of integrated farming, agricultural and animalo husbandry.
Limitation
Azolla is a water fern and requires a growth temperature of 35-38º C. The multiplication of Azolla is affected under elevated temperature. Hence adopting this technology in dry zones where the temperature exceeds 40ºc is difficult.
Achievements
Azolla hybrid Rong ping had been selected to supply to the tribal population. Azolla mother inoculum nursery was  laid out in villages with the help of Krishi Vigyan Kendra, TNAU, Coimbatore and Krishi Vigyan Kendra, Karamadai,  women entrepreneurs were selected and one day training  was imparted to them  on the cultivation of Azolla. Wet biomass (Starter inoculm) were supplied at free of cost @ 10 kg/women entrepreneur during the training so as to enable them to initiate commercial Azolla cultivation in their backyards.
Azolla multiplication plots had been laid out in Narasipuram. Azolla mass production training was conducted to the SHG in Narasipuram village with the help of Kalaimagal Arts and Science College, Narasipuram, Sappanimadai (tribal village) and Avinashilingam KVK, Karamadai. With the help of Avinashilingam KVK, Karamadai Azolla trainings were conducted to women volunteers and we have established Azolla village in Karamadai. The Avin milk producers union Coimbatore and the poultry owners association,  Namakkal have been contacted and explained the importance of Azolla as feed supplement.
The Milk Producers Union also involved in the training and marketing of Azolla. They are purchasing Azolla fronds from the village level Azolla growers both under wet and dry conditions. Around 400 rural women and 370 tribal people have been trained on the cultivation of Azolla through this project. The Azolla laboratory and the Azolla germplasm center at AC& RI, TNAU, Coimbatore helped us in the maintenance of germplasm by providing the mother inoculum. The Animal Husbandry Unit at AC&RI, TNAU, Coimbatore  helped us in standardizing the Azolla and concentrated feed mixing ratio.









Azolla mass multiplication in pits









Feeding Azolla to Rabbit









Feeding Azolla to Rabbit









Feeding Azolla to Poultry









Feeding Azolla to Poultry









Feeding Azolla to Livestock









Feeding Azolla to Livestock









Inoculating Super phosphate and Cow dung in Azolla pit

6. List of Biofertilizer production units in Tamil Nadu
Department of Agricultural Microbiology, Agriculture College and Research Institute,
Tamil Nadu Agricultural University
Dr. S. Anthoniraj
MADURAI-625 104
( 0452-422956 fax: 422785
e-mail: s_anthoniraj@yahoo.com

Biofertilizer Production Unit, Department of Agriculture, Govt. of Tamil Nadu
Gundusalai Road, Sommandalam,
CUDDALORE-607 001 (TN)
Biofertilizer Production Unit, Department of Agriculture, Govt. of Tamil Nadu
Agricultural Chemist
Sakkottai,
THANTAVUR-612 401 (TN)
Biofertilizer Production Unit, Department of Agriculture, Govt. of Tamil Nadu
Jamal Mohd. College Post, Khajamalai,
TRICHY-620 020 (TN)
KRIBHCO
Sidco Garment Complex, Thiruvika Industrial Estate, Guidy,
CHENNAI-32
Regional Research Station
Tamil Nadu Agricultural University,
PIYUR-635 112
Via-Kaveripattinam
Dharmapuri District
( 04343-50043

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Fome: o ingênuo otimismo da ONU

 
"O modelo da FAO é afinado constantemente com pesquisas dirigidas à base de amostragem, com o objetivo de identificar grupos particularmente vulneráveis. Esse modelo é criticado pelos pesquisadores Bernard Maire e Francis Delpeuch por calcular calorias em termos de macronutrientes (proteínas, glicídios e lipídeos), sem levar em conta as deficiências da população em termos de micronutrientes – a carência de vitaminas, minerais e oligoelementos", comenta Juliana Dias, editora, em artigo publicado pelo portal Malaguetta, 25-09-2014.
Eis o artigo.
A indiferença glacial a respeito da fome no mundo contrasta com os dados do sociólogo Jean Ziegler, que considera a destruição anual de dezenas de milhões de homens, mulheres e crianças pela falta de comida como o escândalo do nosso século. No seu estado atual, a agricultura mundial poderia alimentar, sem problemas, 12 bilhões de pessoas, quase duas vezes a população mundial. No entanto, a cada cinco segundos, morre uma criança de menos de dez anos, num planeta que transborda riquezas. Os neurônios do cérebro humano formam-se entre zero e cinco anos. Se nesse período não receber uma alimentação adequada, suficiente e regular, a criança ficará lesionada pelo resto da vida.
Aos 80 anos, Ziegler é o pensador suíço contemporâneo mais conhecido no mundo. Com mais de 20 livros publicados, combina sua produção intelectual com uma resistente intervenção social e política. Atuou como o primeiro relator Especial sobre o Direito Humano à Alimentação e membro do Comitê Consultivo do Conselho de Direitos Humanos, da Organização das Nações Unidas (ONU), entre 2000 e 2012. Seu último livro, Destruição em massa – geopolítica da fome (Ed. Cortez) é dedicado ao médico brasileiro Josué de Castro, um dos fundadores da agência daONU para Alimentação e Agricultura (FAO), reconhecido internacionalmente por seu pioneirismo em denunciar o flagelo da fome.
A reflexão de Ziegler sobre as causas da escassez de alimentos é pertinente para avaliar o recém-lançado Relatório de Insegurança Alimentar no Mundo (SOFI, sigla em inglês), divulgado pela FAO. De acordo com o documento, na última década a redução de famintos chegou a 100 milhões. O número de pessoas “cronicamente desnutridas” chega a 805 milhões no período de 2012 a 2014. Nos países em desenvolvimento, a desnutrição caiu de 23,4% para 13,5%. O Brasil foi o destaque do relatório, apontado como o país que, oficialmente, superou o problema da fome.
Dados do referido relatório indicam que existem 3,7 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar, o que corresponde a 1,7% da população brasileira. O programa Bolsa Família, que atende 14 milhões de famílias e oPrograma Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), destinado diariamente a 43 milhões de estudantes da Educação Básica, são apontados como fatores relevantes para essa superação, cumprindo o primeiro ponto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), previsto para 2016: eliminar a fome.
O otimismo do relatório, tanto em nível global, como na América Latina e Caribe, esbarra com as declarações deZiegler, embasadas na experiência de mais de uma década na linha de frente da defesa do Direito Humano à Alimentação. Ao destrinchar as causas da fome, ele aponta os “senhores dos trustes agroalimentares”, os dirigentes da Organização Mundial do Comércio (OMC), do Fundo Monetário Internacional (FMI), dos diplomatas ocidentais, dos especuladores de alimentos básicos; e dos que chama de “abutres do ouro verde” (produtores de agrocarburantes, ou combustíveis de base vegetal) como os que se empenham em naturalizar a fome.
Ziegler começa sua exposição explicando como os dados da FAO são coletados. O modelo matemático data de 1971 e é de extrema complexidade, a qual o autor se propõe a simplificar. O primeiro passo é fazer um recenseamento da produção de bens alimentares, exportação e importação, especificando o conteúdo calórico. A Índia, por exemplo, abriga a metade de todas as pessoas grave e permanentemente subalimentadas do mundo, mas exporta cerca de 17 milhões de toneladas de trigo[1].
Assim, a FAO obtém a quantidade de calorias disponível em cada país, de acordo com as variáveis: faixa etária, sexo, tipo de trabalho executado e situação socioprofissional. Na segunda etapa os estatísticos estabelecem a estrutura demográfica e sociológica da população. Ao correlacionar os dois agregados de indicadores, obtêm-se os déficits calóricos globais dos países e é fixada a quantidade teórica de pessoas permanentemente e gravemente subalimentadas. A crítica de Ziegler é que os dados não dizem nada a respeito da distribuição de calorias no interior de uma população determinada.

O modelo da FAO é afinado constantemente com pesquisas dirigidas à base de amostragem, com o objetivo de identificar grupos particularmente vulneráveis. Esse modelo é criticado pelos pesquisadores Bernard Maire e Francis Delpeuch por calcular calorias em termos de macronutrientes (proteínas, glicídios e lipídeos), sem levar em conta as deficiências da população em termos de micronutrientes – a carência de vitaminas, minerais e oligoelementos.
A confiabilidade dos dados também é posta a prova, pois se baseia inteiramente na qualidade das estatísticas fornecidas pelos Estados. Apesar das críticas, Ziegler reconhece a pertinência, e que o modelo dá conta, a longo prazo, das variações dos números dos subalimentados e das mortes pela fome no planeta, caso do relatório publicado no último dia 16 de setembro. Para o sociólogo e militante, os números subestimam o fenômeno, mas permitem conhecer o cenário árido dos famélicos em todo o mundo.
Os três grupos de pessoas mais vulneráveis são os pobres rurais, os pobres urbanos e as vítimas de catástrofes. A maioria dos que não têm o que comer pertence às comunidades rurais pobres dos países em desenvolvimento. Quem produz alimento está exposto à fome. É uma contradição a ser enfrentada. A escassez está nos campos onde se deveria tirar o sustento. Ziegler ataca a prática de que a segurança e a soberania alimentar sejam lideradas pelo jogo do livre mercado. A ideia que paira é que somente o mercado pode vencer o flagelo da fome.
Basta potencializar ao máximo a produtividade agrícola mundial, liberar e privatizar para se ter acesso a uma alimentação adequada, suficiente e regular para todos. “O mercado, enfim, liberado derramará, como uma chuva de ouro, seus favores sobre a humanidade” (p. 158). Para uma questão complexa como a alimentação, propaga-se uma solução unilateral e reduzida a uns poucos atores sociais.
A questão agrária é posta pelo ex-relator como um desafio para combater a fome. As terras são disputadas para o plantio de comodities da produção agrícola ou os agrocarburantes, também divulgados como biocombustíveis, dos quais, esclarece Ziegler, existem dois tipos: o bioetanol e o biodiesel. O prefixo bio (vida, vivo), indica que o carburante (etanol ou diesel) é produzido a partir de matéria orgânica (biomassa). Não há relação direta com uma agricultura biológica, como sugere o termo biocombustível. A confusão favorece a imagem desse carburante que se imagina limpo e ecológico. Também chamado de Ouro Verde, essa matriz de produção energética é considerada pelo sociólogo como a nova recolonização do território, devastando os recursos naturais e aprofundando mazelas sociais, culturais e econômicas.
No Brasil, o protagonista é a cana-de-açúcar. Matéria-prima de base do período colonial com a monocultura para a produção de açúcar, esse plantio retorna ocupando os campos de alimentos para a produção de agrocarburantes.Zielger critica duramente o programa brasileiro Proálcool: “além dos barões brasileiros do açúcar, o Proálcoolbeneficia as grandes sociedades transcontinentais estrangeiras (Louis DreyfusBungeNoble Group e Archer Daniels Midland)”.
Ao estabelecer a relação entre combustível e comida, ele relembra o dado com que inicia o seu livro: “queimar milhões de toneladas de alimentos em um planeta em que, a cada cinco minutos, morre de fome uma criança de menos de dez anos é evidentemente revoltante”. Para produzir 50 litros de bioetanol, é preciso destruir 358 quilos de milho. No México e na Zâmbia, o grão é a base da alimentação. Com essa quantidade daria para alimentar durante um ano uma criança nesses países. “Agrocarburantes: tanque cheio e barriga vazia”, sentencia Ziegler.
Na visão do geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves [2], a classificação adequada desde o início da colonização até os dias de hoje é “sistema-mundo moderno colonial”. O modelo agrário/agrícola, que se apresenta como o que há de mais moderno, sobretudo por sua capacidade produtiva, atualiza o que há de mais antigo e colonial em termos de padrão de poder ao estabelecer uma forte aliança oligárquica entre as grandes corporações financeiras internacionais; as grandes indústrias-laboratórios de adubo, fertilizantes, herbicidas e sementes; as grandes cadeias de comercialização ligadas aos supermercados; os grandes latifundiários exportadores de grãos [3].
Para se ter uma ideia de como a fome não pode ser subestimada, muito menos naturalizada, Ziegler cita dados sobre o controle do mercado sobre a produção de alimentos no mundo: “apenas dez corporações – entre as quaisAventisMonsantoPioneer e Syngenta – controlam um terço do mercado global de sementes, estimado em 23 bilhões de dólares por ano; e 80% do mercado de pesticidas, em torno de 28 bilhões de dólares. Dez outras corporações, entre as quais a Cargill, controlam 57% das vendas dos 30 maiores varejistas do mundo e representam 37% das receitas das 100 maiores sociedades fabricantes de produtos alimentícios e de bebidas (p. 152). Sobre a atuação dessas multinacionais, João Pedro Stédile, um dos principais dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), afirma que “o objetivo não é produzir alimentos, mas mercadorias para ganhar dinheiro” (p. 153).
A forma como se produzem, distribuem e consomem alimentos – considerando a comida como uma mercadoria, regulada por um mercado voraz, e Estados enfraquecidos – é uma maneira de violar o direito à alimentação e de limitar a soberania alimentar das nações, destruindo os territórios, lugares de produção de alimentos, cultura, memória e saberes. Essa indiferença glacial, à qual se refere Zielger, é intolerável. Para vencer esse monstro, o autor se mostra esperançoso com o “formidável despertar das forças revolucionárias camponesas nas zonas rurais do hemisfério Sul. Sindicatos camponeses transnacionais [como a Via Campesina], associações de lavradores e criadores lutam contra os abutres do ‘ouro verde’ e contra os especuladores que tentam roubar suas terras. Essa é a força principal da luta contra a fome” (p. 28).

Ziegler cita um provérbio chinês que Che Guevara gostava de pronunciar para justificar sua esperança e incentivar a resistência: “Os muros mais sólidos desmoronam por suas fissuras”. Assim, ele convoca a provocar, o tanto quanto possível, fissuras na ordem atual deste mundo que “esmaga brutalmente os povos”. O inimigo, como o autor chama, está exposto nos relatórios da FAO. Há que questionar com essas estatísticas por que 805 milhões de pessoas morrem de fome no século XXI. A experiência do sociólogo e militante nos mostra que o gigante pode ser maior e os que deveriam eliminá-lo estão buscando estratégias para naturalizá-lo.
Ao comparar o relatório com o relato de Ziegler é relevante refletir as contradições e ambiguidades que o sistema alimentar produz. O que está evidente, talvez nas entrelinhas ou com a ajuda de autores como este em questão, é que se torna injustificável uma destruição pela falta de acesso à comida, de qualidade e em quantidade, respeitando a cultura, como estabelece o conceito de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil.
Como é possível o homem travar uma guerra ambiciosa e inescrupulosa em favor do consumo e do lucro, contra sua própria espécie? Como explicar esse desejo autodestrutivo? Por que o outro é tratado com inferioridade se, na verdade, é a imagem refletida de seu semelhante? É necessário derreter essa indiferença glacial e compreender que comida não é produto de prateleira, é um direito básico à vida humana. Pensemos nos dados da FAO como uma tarefa que demanda esforços coletivos para provocar fissuras no muro sólido da mercantilização da comida, antes bem comum e de interesse público.
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Notas
[1] _ Período entre junho de 2002 e novembro de 2003.
[2] _ 2006
[3] 2006, p. 243
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Referências Bibliográficas
Porto-Gonçalves, C.W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. 2ª edição. Editora Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, 2006.
Ziegler, J. Destruição em massa. Geopolítica da fome. Trad.: José Paulo Netto – 1ª edi. São Paulo: Editora Cortez, 2013.
____ The State of Food Insecurity in the World. Roma: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, 2014.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Rachel Carson, ciência e coragem contra os efeitos nocivos do uso de agrotóxicos

‘Primavera silenciosa’, uma das obras mais importantes do século 20, é tema da seção Ensaio da CH 296. Publicado há 50 anos, o livro fez o primeiro alerta mundial sobre os efeitos nocivos do uso de agrotóxicos e questionou os rumos da relação entre o homem e a natureza.
Por: Elenita Malta Pereira
Publicado em 04/10/2012 | Atualizado em 04/10/2012
Rachel Carson, ciência e coragem
Capas das primeiras edições de ‘Primavera silenciosa’ nos Estados Unidos, em 1962, e no Brasil, em 1964. O livro, escrito pela bióloga norte-americana Rachel Carson, inspirou movimentos ambientalistas em diversos países.
Quando decidiu pesquisar a fundo a questão dos agrotóxicos, a bióloga marinha Rachel Carson já era uma escritora conhecida nos Estados Unidos, graças ao sucesso de seus três livros sobre os oceanos: Sob o mar-vento (1941), O mar que nos cerca (1951) e Beira-mar (1955). A trilogia permitiu que ela deixasse um emprego público na Secretaria de Pesca Federal para se dedicar totalmente à escrita, sua grande paixão.
Mas Carson já se interessava pelo tema dos pesticidas desde 1945, quando biólogos norte-americanos começaram a estudar os efeitos do dicloro-difenil-tricloroetano (o inseticida DDT) no ambiente.
Após a Segunda Guerra Mundial, o DDT começou a ser usado no combate aos insetos que atacavam as culturas agrícolas
O DDT foi sintetizado em 1874, na Alemanha, mas suas propriedades inseticidas só foram descobertas em 1939 pelo químico suíço Paul Hermann Müller (1899-1965). Como o composto foi empregado inicialmente, com sucesso, no combate a insetos (piolhos, mosquitos e outros) transmissores de doenças (tifo, malária, febre amarela e outras), a descoberta foi apontada como um feito revolucionário e deu a Müller, em 1948, o prêmio Nobel de Medicina.
Após a Segunda Guerra Mundial, o DDT começou a ser usado no combate aos insetos que atacavam as culturas agrícolas, mas em pouco mais de uma década começaram a ser noticiados episódios de contaminação da água e do solo e de morte de animais.

Quatro anos de estudo

Em 1958, Carson recebeu carta de uma amiga, a jornalista Olga Huckins (1900-1968), contando sobre pássaros mortos em seu quintal, devido a pulverizações aéreas de DDT. Essa foi a ‘gota d’água’ para a decisão de escrever Primavera silenciosa (leia resenha do livro publicada na CH 275). À medida que investigava e obtinha informações sobre os pesticidas, Carson percebia a gravidade do problema e, ao mesmo tempo, a urgência de denunciá-lo ao mundo.
Ela sabia que o tema era polêmico e poderia provocar reação negativa dos fabricantes de pesticidas. Para precaver-se das acusações, pesquisou muito. Entrou em contato com cientistas de diferentes países, formando uma rede de colaboradores.
Rachel Carson
Para escrever ‘Primavera silenciosa’, Rachel Carson (na foto) pesquisou o tema durante quatro anos e contou com a colaboração de cientistas de vários países. (foto: EUA Fish and Wildlife Service)
O estudo sobre os pesticidas consumiu muita energia e, em meio à sua elaboração, a escritora descobriu que estava com câncer. O trabalho no livro chegou a ser suspenso durante o tratamento com radioterapia, mas depois de quatro anos de muita dedicação, a primeira versão de Primavera silenciosa foi publicada, em fascículos, em junho de 1962, na revista New Yorker. Em setembro do mesmo ano, foi lançado o livro.
Em suas páginas, Carson denunciou vários efeitos negativos do uso do DDT em plantações e em campanhas de prevenção de doenças. As aplicações não matavam apenas as pragas (insetos, ervas daninhas, fungos etc.) às quais se dirigia, mas também muitas outras espécies, inclusive predadores naturais dessas pragas. Esse pesticida, mostrou ela, atinge todo o ecossistema – solo, águas, fauna e flora – e entra na cadeia alimentar, chegando aos humanos.
Segundo Carson, a “ecologia do solo” é gravemente afetada, pois o DDT mata organismos responsáveis pela drenagem do solo – como as minhocas, que melhoram a penetração da água – e pela fixação de nitrogênio.
Essa era a ‘primavera silenciosa’ que ela queria evitar: uma estação sem pássaros
A autora alertou também para a contaminação das águas de superfície (córregos, rios e lagoas) e subterrâneas (aquíferos), e ainda da água dos mares. Ela fala de “rios de morte”, em que, após pulverizações de pesticidas, toda a vida era eliminada. Quando os peixes não morriam, ficavam cegos ou contaminados, podendo até causar câncer em quem os ingerisse.
Além dos animais aquáticos, Carson constatou que os pesticidas ameaçavam ‘aguietas’ (filhotes de águia), papos-roxos, andorinhas, melros e outros pássaros de duas formas: as aplicações de pesticidas causavam sua morte ou prejudicavam sua reprodução, já que o veneno agia nas células reprodutoras dessas espécies. Essa era a ‘primavera silenciosa’ que ela queria evitar: uma estação sem pássaros.

Questão ainda atual

Usando uma linguagem que mesclava pesquisa rigorosa com habilidade literária, para aproximar o conhecimento científico do público leigo, Primavera silenciosa teve impacto instantâneo, ficou mais de dois anos nas listas dos livros mais vendidos e logo repercutiu mundialmente.
Enquanto a população enviava inúmeras cartas de apoio a Carson, os fabricantes de pesticidas se uniram para desacreditar a autora e seus colaboradores. Cientistas comprometidos com a produção de agrotóxicos publicaram artigos questionando a legitimidade do livro porque a autora não tinha doutorado (era mestre em zoobotânica), e outros a atacaram com argumentos preconceituosos, chamando-a de “freira da natureza”, “solteirona”, “feiticeira”, insinuando que deveria se calar apenas pelo fato de ser uma mulher.
Apesar desse fogo cruzado – as difamações e o avanço do câncer –, Rachel Carson depôs no Senado dos Estados Unidos e participou de debates e de programas na televisão, divulgando os perigos dos agrotóxicos para a saúde humana e para o ambiente. Infelizmente, a doença venceu e a bióloga morreu em 1964, sem ver os resultados de suas palavras ao longo das décadas seguintes.
O DDT foi banido de vários países, a começar por Hungria (1968), Noruega e Suécia (1970) e Alemanha e Estados Unidos (1972). Hoje, a Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, assinada por cerca de 180 países, restringe o uso do composto a casos especiais de controle de vetores de doenças. No Brasil, a fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e uso do DDT só foram proibidos em 2009.
Aplicação de DDT
O DDT foi inicialmente empregado, com sucesso, no combate a insetos transmissores de doenças. O composto começou a ser banido de vários países no final da década de 1960. (foto: Otis Historical Archives/ National Museum of Health and Medicine – CC BY 2.0)
Já havia pessoas preocupadas com a devastação da natureza bem antes de Primavera silenciosa, mas o movimento ecologista de caráter político certamente foi impulsionado pela publicação do livro. Ao criticar o uso dos agrotóxicos, Carson tratava um tema fundamental, a relação do homem com a natureza. Em um trecho do livro, ela pergunta: “O valor supremo é um mundo sem insetos, mesmo que seja um mundo estéril?”
Para Carson, a humanidade estava em guerra com a natureza. Trilhando um caminho equivocado, começava a sofrer um tipo de risco introduzido pelo próprio ser humano. Em nome do progresso científico, os agrotóxicos eram anunciados como a maneira mais moderna de se erradicar pragas na agricultura e, com isso, resolver o problema da fome no mundo. Essa ‘promessa’, no entanto, não foi cumprida: os insetos se tornaram resistentes aos venenos e ainda há muita gente passando fome.
Mesmo passados 50 anos, o livro de Rachel Carson permanece extremamente relevante. No contexto recente, em que o Brasil carrega o assustador título de maior consumidor de agrotóxicos do mundo, Primavera silenciosa é atual e necessário. As palavras dessa pesquisadora e escritora podem nos ajudar a repensar nossos valores. Afinal, vale muito mais a pena ter primaveras bem barulhentas, nas quais possam ser ouvidos tanto os sons das pessoas quanto os sons da natureza.

Elenita Malta Pereira
Programa de Pós-graduação em História
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Texto originalmente publicado na CH 296 (setembro de 2012).

sábado, 27 de setembro de 2014

DICAS DE PLANTIO II - GRAMA AMENDOIM



+ venda de mudas de amendoim forrageiro(para POA e RS)

+ Venda de minhocasvermelhas da califórnia.

+Venda de Mudas de Ora-Pro-Nobis.

+Venda de sementes fisális ou camapu ou saco-de-bode

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Arborização urbana com árvores do cerrado

"As condições de artificialidade dos centros urbanos em relação às áreas naturais têm causado vários prejuízos à qualidade de vida dos habitantes. Sabe-se, porém que parte desses prejuízos pode ser evitado pela legislação e controle das atividades urbanas e parte amenizada pelo planejamento urbano, ampliando-se qualitativamente e quantitativamente as áreas verdes e arborização de ruas. (MILANO, 1987)". 


Como se vê, árvores e outros elementos das cidades (como postes, outdoors, fios) vivem em completa desarmonia por falta de planejamento e excesso de urbanização das cidades. E é este um dos motivos da não utilização de árvores de florestas, por serem grandes, frondosas e com crescimento capaz de alterar ou mesmo interferir em obras de pontes, edifícios, residências. A escolha das espécies para a arborização urbana é absolutamente fundamental.

E foi nesse sentido que aconteceu a conversa com Saulo Ulhoa, engenheiro agrônomo que nos recebeu na chácara da Novacap, onde estão os viveiros de árvores do cerrado, oriundas de matas de galeria. São plantas típicas de nossa região que, se colocadas na cidade desempenham não somente o papel de embelezar, mas de tornar nosso ambiente mais saudável, agradável. Como diz o engenheiro, "árvore boa é aquela plantada no lugar adequado".
Algumas delas: Pequi, Cagaita, Baru, Jatobá da Mata, Jatobá do Cerrado, Ipês.
Mas, atenção, você que ama Brasília: Vamos começar um movimento forte pela defesa, cuidados e estudos sobre o Cerrado?

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A insensatez no paisagismo

Em uma blitz pelas ruas de São Paulo, Marcelo Marthe mostra um erro comum na jardinagem: plantar mudas de espécies de grande porte em espaços pequenos. Conheça os cuidados ao escolher o espaço para se cultivar plantas como as palmeiras de Bismarck e Washingtonia, além de pândanos e cicas.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Substituir pinus por sibipiruna

 Que tal substituir uma mata exótica de pinus por esta nativa??

Sibipiruna – Caesalpinia peltophoroides

  • Nome Científico: Caesalpinia peltophoroides
  • Nomes Populares: Sibipiruna, Coração-de-negro, Sebipira, Sibipira
  • Família: 
  • Categoria: 
  • Clima: 
  • Origem: 
  • Altura: 
  • Luminosidade: 
  • Ciclo de Vida: 

  • A sibipiruna é uma árvore semidecídua, de rápido crescimento e florescimento ornamental. Nativa da mata atlântica, ela é uma espécie pioneira ou secundária inicial, ou seja é uma das primeiras espécies a surgir em uma área degradada. Seu porte é alto, podendo atingir de 8 a 25 m de altura. O tronco é cinzento e se torna escamoso com o tempo, seu diâmetro é de 30 a 40 cm. A copa é arredondada, ampla, com cerca de 15 m de diâmetro. Suas folhas são compostas, bipinadas, com folíolos elípticos e verdes. No inverno ocorre uma queda quase total das folhas, que voltam a brotar na primavera.
A floração ocorre de setembro a novembro, despontando inflorescências eretas e cônicas, do tipo espiga e com numerosas flores amarelas que abrem gradativamente da base em direção ao ápice. Os frutos que se seguem são do tipo legume, achatados, pretos quando maduros e contêm cerca de 3 a 5 sementes beges, também achatadas, em forma de gota ou elípticas. A dispersão ocorre pela ação do vento.
De excelente efeito paisagístico, a sibipiruna fornece uma sombra fresca e floração exuberante. Apesar do porte grande e desenvolvimento rápido, ela é comportada e não produz raízes agressivas, desta forma é boa opção para arborização urbana, na ornamentação de vias públicas, praças e até mesmo em calçamentos. Por suas características ecológicas e facilidade de germinação a sibipiruna também é uma espécie de eleição para reflorestamentos. Devido às semelhanças físicas é por vezes confundida com o pau-ferro e com o pau-brasil.

Deve ser cultivada sob sol pleno, em qualquer tipo de solo, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente no primeiro ano após o plantio. É uma espécie longeva, se comparada a outras espécies pioneiras. Se bem cuidada e em ambiente propício pode chegar aos 100 anos. Multiplica-se facilmente por sementes. As mudas destinadas para arborização urbana devem ser plantadas em covas bem preparadas e quando já estiverem bem desenvolvidas.
Artigo de 
Raquel Patro é editora do site Jardineiro.net e uma pessoa totalmente fascinada pela natureza, principalmente por plantas e jardins. Criou o site Jardineiro.net para disseminar sua paixão, contagiando novos adeptos e entusiasmando os antigos.

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