domingo, 17 de fevereiro de 2013

ALIMENTOS: PRODUÇÃO GLOBALIZADA VERSUS PRODUÇÃO LOCAL


RIO DE JANEIRO 24 JULHO 2012
22° 54′ 30″ S43° 11′ 47″ W
PALESTRA DE CARLO PETRINI NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO NO DIA 26 DE JUNHO DE 2012.

O monopólio da indústria de alimentos, aliado ao desperdício de parte da produção mundial e a importância da economia local foram os principais temas discutidos em palestra de Carlo Petrini, presidente do Slow Food Internacional, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

Carlo Petrini apontou grandes falhas no atual sistema de produção e distribuição de alimentos. Uma delas é o monopólio das empresas do ramo, que favorece a monocultura para a produção em massa. Assim, é desvalorizado o produtor local que acaba abandonando o trabalho no campo, por não conseguir competir em pé de igualdade com a oferta dos grandes grupos. 


Petrini destacou que as grandes empresas buscam um modelo de produto esteticamente perfeito, não valorizando as suas características naturais. Mas, para os alimentos atenderem a tais requisitos, são necessários litros de agrotóxicos no solo. 


Durante a palestra, ele lembrou de uma experiência vivida em Langhe, Piemonte, onde experimentou uma massa com pimentões, em um restaurante de uma determinada região, quando percebeu que o produto não tinha sabor. Perguntou aos funcionários do estabelecimento qual era a procedência dos pimentões e eles contaram que eram importados da Holanda. Vinham todos devidamente embalados com o mesmo tamanho. “Pensaram em tudo, menos no sabor”, disse ele. Com tanta terra disponível, o ativista também se questionou sobre a importação desse tipo de produto que poderia ser cultivado localmente. 


Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura), globalmente são produzidos alimentos para o equivalente a 12 bilhões de pessoas. Mas a população mundial é de sete bilhões de habitantes e, desse total, estima-se que cerca de um bilhão passa fome. Ou seja, 100% a mais de alimento desperdiçado, enquanto grande parte da sociedade sofre a sua falta. Isso é o resultado de uma corrida frenética para suprir uma demanda desnecessária.
 
A busca por uma economia globalizada acaba por fazer sucumbir a produção de alimentos de determinadas regiões, penalizando os produtores locais e enfraquecendo características culturais, segundo mencionou o palestrante.

Outro exemplo citado por Petrini foi um caso de monopólio ocorrido na África. Segundo ele, existia uma população ribeirinha ao longo do Rio Nilo, que dependia da pesca para a sua sobrevivência. O rio possuía cerca de 3,5 mil espécies de peixes, classificados como pequenos. Até que um dia, grandes empresas introduziram uma espécie de grande porte. Primeiramente, os ribeirinhos ficaram animados com a ideia, mas não sabiam que essa espécie era predadora e que, para manter-se dependia de consumir muitos peixes. O resultado dessa experiência desastrosa foi uma grande extinção, reduzindo as espécies locais para cerca de 400. Além disso, os simples pescadores não possuíam mais condições de trabalho, já que as grandes empresas contavam com navios equipados para pegar o pescado que era dividido em porções, embalado e congelado, ficando pronto para ir direto aos supermercados. 




Após apontar os grandes defeitos da produção alimentícia mundial, que denominou de “pornografia alimentar”, o ativista citou algumas formas de mudar esse sistema falho. Como por exemplo, o retorno aos campos em que o agricultor local é valorizado. Ele também defendeu o combate ao desperdício, além de educação e informação para que as pessoas passem a buscar produtos bons, limpos e justos”.


Carlo Petrini valoriza o retorno da agricultura local e incentiva os jovens a pensarem sobre a qualidade do alimento e o trajeto limpo que o produto percorria até chegar à mesa do consumidor antigamente. Apesar da ideia de valorização de formas de produção mais antigas, ele enfatiza que não se pode abrir mão da tecnologia. Para ilustrar esse argumento, contou sobre uma viagem que fez ao Marrocos, onde conheceu um pequeno produtor de geleia que vendia para vários lugares do mundo através da divulgação do produto na internet. Finalizou deixando claro que não possui uma visão romantizada dos tempos antigos, pois em épocas passadas existia uma realidade de muita fome.


Visão crítica da RIO+20

Carlo Petrini veio ao Brasil para participar da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu na cidade no mês de junho. Durante a palestra na UFRJ fez uma reflexão sobre o grande impacto ambiental causado por um evento desse porte. Primeiro, destacou o sistema de refrigeração do RioCentro, onde ar condicionado encontrava-se em temperaturas muito baixas, gerando um grande desperdício de energia. E um segundo ponto mencionado, foi a questão da alimentação no local. Para ele, um evento tão importante para discutir temas relacionados à sustentabilidade, não podia deixar de oferecer opções de restaurantes com produtos orgânicos e estabelecimentos que prezassem pela ideia central da Conferência.  Opinou também que o verdadeiro evento foi a Cúpula dos Povos que reuniu milhares de integrantes de organizações da sociedade.




MAIS INFORMAÇÕES

Carlo Petrini é o fundador do movimento internacional Slow Food e da Fundação ONLUS para a Biodiversidade. Petrini nasceu em Bra, Itália, no dia 22 de Junho de 1949. Tornou-se escritor sobre alimentos e vinho em 1977, e tem colaborado para vários jornais italianos e outras publicações ao redor do mundo.

fonte: http://web.princeton.edu/sites/pei/pdf/CarloPetriniBio.pdf



Fundado por Carlo Petrini em 1986, o Slow Food se tornou uma associação internacional sem fins lucrativos em 1989. Atualmente, conta com mais de 100.000 membros e tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, nos Estados Unidos, na França, no Japão e Reino Unido, além de apoiadores em 150 países. O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores.


conheça mais em www.slowfood.com e www.slowfoodbrasil.com
  

_________________________________________________________________________________
Paulo de Abreu e Lima é gastrônomo profissional, mestre em cultura & comunicação alimentar e sócio-fundador do estúdio boutique de pesquisa e inovação no agronegócio e gastronomia estilogourmand ltda, com escritórios no Rio de Janeiro e Madrid

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Super-mato resistente ao glifosato já infesta quase metade das propriedades nos EUA



Uma empresa de consultoria em agronegócio nos EUA, a Stratus, vem desde 2010, entrevistando “milhares de agricultores norte-americanos” ao longo de 31 estados a respeito do avanço da infestação de ervas espontâneas que desenvolveram resistência ao herbicida Roundup, da Monsanto, fabricado a base de glifosato e usado nas lavouras transgênicas da mesma empresa desenvolvidas para tolerar aplicações do produto.
Os números levantados mostram que:
- Em 2012, praticamente metade (49%) dos agricultores entrevistados disseram ter mato resistente a herbicidas em suas lavouras. Em 2011, eram 34%;
- A resistência é ainda pior no sul do país. Por exemplo, 92% dos agricultores do estado de Georgia disseram ter mato resistente ao glifosato em suas lavouras;
- A resistência está avançando rapidamente também no meio-sul e no meio-oeste. Entre 2011 e 2012, a área infestada com essas invasoras praticamente dobrou nos estados do Nebaska, Iowa e Indiana;
- O avanço da infestação acontece de maneira mais rápida a cada ano: a área total infestada aumentou em 25% em 2011 e em 51% em 2012;
- Em 2010, apenas 12% das propriedades tinham mais de uma espécie de mato resistente. Apenas dois anos depois, 27% das propriedades já tinham ao menos duas espécies resistentes.
A solução proposta pela Monsanto para driblar o problema são as “próximas gerações” de sementes tolerantes a herbicidas – ou seja, lavouras desenvolvidas para resistir não apenas ao Roundup, mas também a outros herbicidas ainda mais tóxicos, como o 2,4-D e o Dicamba. O problema é que tal escalada na guerra química contra o mato levará ao desenvolvimento de variedades de mato mais prolíficas e mais resistentes, e a um dramático aumento no uso de herbicidas.
Nos EUA, o Departamento de Agricultura (USDA) ainda não autorizou o cultivo comercial do milho transgênico da Dow chamado Enlist, resistente ao Roundup e ao 2,4-D (um dos dois ingredientes ativos do famoso “agente laranja”, usando como desfolhante na Guerra do Vietnam e que causou milhares de mortes e de nascimentos de bebês com malformações congênitas). A autorização era esperada para o final de 2012, mas foi adiada, segundo notícias divulgadas pela Reuters, devido à forte oposição pública.
O recurso que tem sido usado pelos agricultores para enfrentar a infestação do super mato é aumentar, cada vez mais, a quantidade de agrotóxicos aplicada. Segundo um estudo publicado pela Universidade da Califórnia em 2012, realizado por uma equipe da Penn State University liderada por David A. Mortensen, “em 2011 o combate à resistência ao glifosato já custava aos agricultores perto de US$ 1 bilhão por ano”.
Mas despejar cada vez e sempre mais venenos nos campos não é a única saída. Em um estudo publicado em 2012 na revista científica PLoS ONE, pesquisadores da Iowa State University mostraram que a simples diversificação na rotação de culturas, aliada à introdução de cultivos de cobertura, podem suprimir o mato – inclusive o mato resistente ao Roundup – e diminuir entre 6 e 10 vezes o uso de fertilizantes químicos [mas essas técnicas simples e baratas não interessam às corporações do agronegócio].
Extraído e adaptado de:
Nearly Half of All US Farms Now Have Superweeds – Mother Jones, 06/02/2012.


Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos
 
Este Boletim é produzido pela AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e é de livre reprodução e circulação, desde que citada a AS-PTA como fonte.
 
Para os números anteriores do Boletim, clique em: http://aspta.org.br

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Participando da 36 Romaria da Terra - Bento Gonçalves - RS



 
Neste dia 12 de fevereiro participamos desta romaria, onde havia muito produtores agroecológicos, com distribuição de sementes pela Emater RS, divulgação de trabalhos e ações de várias cooperativas e associações de agricultores.









Encontrei uma banca vendendo mudas da BATATA YACON, quem diria!!! Comprei algumas mudas e vou plantar. 

Também fomos presenteados com mudas de CHIA.

Realizada pela primeira vez em Bento Gonçalves, a Romaria da Terra reuniu mais de 10 mil romeiros, de 50 municípios gaúchos, em sua 36ª edição, na data de ontem, que neste ano teve como palavra acolhida 
“Terra, Vida e Cidadania: princípios do bem viver”. A romaria foi organizada pela Diocese de Caxias do Sul, pela Paróquia Santo Antônio de Bento Gonçalves e com o auxílio da Comissão Pastoral da Terra.

O Bispo Alessandro Rufinoni, da diocese de Caxias do Sul, afirmou que a romaria quer transmitir valores como a terra, a ecologia e difundir o amor à terra e a preservação da saúde dos agricultores. "Queremos ajudar os jovens a permanecer na terra", destacou o bispo.

PARABÉNS AOS ORGANIZADORES PELA ROMARIA!
alexandre


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Controle de cupins sem produtos químicos

Controle de cupins sem produtos químicos

A partir de "Controle de cupins sem produtos químicos", produzido por HDRA - a organização orgânica


Cupins: o que são?

Os cupins são um grupo de insetos (Isoptera) consistindo de 2.500 espécies dos quais 300 são considerados pragas. Os cupins são uma das principais pragas nos trópicos e podem causar problemas consideráveis na agricultura, silvicultura e habitação.
Existem várias famílias e sub-famílias. Alguns fazem ninhos subterrâneos, outros em madeira, por exemplo, árvores ocas, e alguns constroem montes. Image:Termite-undergrd.png

Antes que métodos de controle possam ser adotados, é necessária uma identificação básica da espécie da praga ou família. Isso pode ser feito através da observação do comportamento das pragas e do padrão de danos na árvore ou cultura.
O tipo mais problemático de cupins na agricultura são os cupins que cultivam fungos. Eles se alimentam de matéria orgânica morta, como resíduos de culturas, coberturas e matéria orgânica do solo (humus). No entanto, quando esse tipo de alimento não está disponível eles vão comer plantas vivas incluindo culturas como amendoim, painço e milho.
Os cupins-ceifeiros são encontrados em áreas secas e semi-desertas. Elas constroem ninhos subterrâneos que podem ser difíceis de localizar. Eles coletam material vivo de plantas verdes e causam danos à vida das gramíneas, culturas e mudas. Eles atacam plantas fracas que estão murchando ou danificadas.


Benefícios fornecidos pelos cupins?

Apesar de geralmente consideradas pragas, os cupins também podem trazer muitos benefícios. Portanto, antes que as medidas de controle sejam usadas, deve ser feita uma avaliação dos seguintes benefícios contra a perda de cupins do ecossistema.
Os benefícios incluem:
  • Aeração do solo devido a atividades dos cupins na construção de galerias.
  • A separação e liberação de matéria orgânica enquanto os cupins comem e digerem solo.
  • Melhoria da fertilidade do solo, quando cupinzeiros, que são ricos em minerais, são esmagados e incorporados ao solo.
  • Uma fonte de minerais para bovinos, que lambem os montes.
  • Uma fonte de alimento rico em proteínas para muitos organismos, incluindo formigas, pintadas (Numididae) e outros mamíferos, incluindo humanos.
  • Em alguns países, o barro dos montes está sendo usado para fazer tijolos secos ao sol mais resistentes.

Controle químico

O método de controle de cupins geralmente aceito ao longo dos anos tem sido a base de pesticidas químicos. No entanto os produtos químicos são caros e têm muitos efeitos nocivos.
Proteção para as pessoas
Os pesticidas artificiais podem rapidamente encontrar o seu caminho em cadeias alimentares e cursos de água. Isso cria riscos para a saúde dos seres humanos. Há também muita preocupação com as pessoas que usam pesticidas químicos. Os produtos podem ser indevidamente utilizados porque as instruções não estão escritas no idioma compreendido pela pessoa que os utiliza. Isto tem levado a muitos acidentes e mortes.
Proteção para o meio ambiente
Há uma série de efeitos nocivos que os pesticidas químicos podem ter sobre o meio ambiente.
  • Pesticidas artificiais podem matar insetos úteis que comem as pragas. Basta uma borifada para perturbar o equilíbrio entre pragas e predadores úteis que os comem.
  • Produtos químicos artificiais podem permanecer no meio ambiente e nos corpos dos animais causando problemas por muitos anos.
  • Pragas se tornam resistentes aos pesticidas de modo que produtos químicos mais poderosos são necessários.

Custo
Usando o controle natural de pragas e doenças é muitas vezes mais barato do que a aplicação de inseticidas químicos, porque os produtos e materiais que já estão em casa e ao redor da fazenda são mais frequentemente utilizados.
Métodos de controle orgânico
Há uma série de alternativas ao uso de pesticidas químicos para o controle de cupins. Estes métodos funcionam dentro do sistema natural e ajudam a promover os mecanismos naturais do controle de pragas.
  • Métodos de controle orgânico não poluiem o meio ambiente e não são prejudiciais aos insetos e animais benéficos, ou para as pessoas que os manuseiam.
  • Métodos orgânicos visam o uso de materiais disponíveis localmente e não dependem da importação de matérias caras vindas de outro lugar.
  • Métodos orgânicos são baratos e fáceis de usar.
  • Métodos orgânicos preservam a diversidade genética dentro do sistema de agricultura que ajuda a fornecer o número de cupins que regulam os* Métodos orgânicos ao invés de eliminá-los, de modo que os benefícios proporcionados pelos cupins não sejam perdidos.

O nível de controle depende do conhecimento das espécies de pragas, as espécies arbóreas ou de culturas, condições climáticas e outros fatores ambientais tais como tipo de solo e cobertura da vegetação local. Métodos de controle são mais eficazes quando utilizados em conjunto com os outros, com a utilização máxima de conhecimentos e recursos locais. Métodos de controle de cupins são descritos neste manual. Alguns deles vêm de pesquisas individuais e que foram amplamente testados.

Adição de matéria orgânica ao solo

Os cupins que cultivam fungos preferem comer material morto. Seus ataques são considerados por se relacionarem a solos com baixo teor de matéria orgânica. Isso ocorre porque tais solos não contêm alimentos suficientes para os cupins viverem e eles recorrem à alimentação da material vegetal existente. A adição de composto ou estrume bem-apodrecido ao solo e adubação verde ajuda a aumentar a matéria orgânica no solo.
Image:addorganicmat.gif
Escavando o composto no solo para aumentar o teor de matéria orgânica

Incentivando os predadores

Os cupins têm muitos predadores, incluindo aranhas, besouros, moscas, vespas e formigas, especialmente. Outros predadores, incluindo anfíbios, répteis, aves e mamíferos como porcos-formigueiros, pangolins, morcegos, macacos e humanos. Incentivar esse tipo de vida selvagem vai ajudar a reduzir o número de cupins. Arbustos e árvores são um abrigo para muitas dessas criaturas úteis. Estas áreas de habitat natural podem ser deixadas em volta dos campos onde as culturas se desenvolvem. Se estas áreas são destruídas há então um desequilíbrio entre as populações de predadores e pragas.

Fontes suplentes de alimentos

Danos causados por cupins que se alimentam de material vegetal morto podem ser reduzidos pela adição de material orgânico ao solo. O agricultor deve evitar que o solo fique seco e desprotegido em volta das culturas.
No entanto, há também uma solução a curto prazo, que implica em proporcionar aos cupins uma fonte alternativa de alimentos. Isso pode ser feito usando uma cobertura morta em torno da base das plantas. Cobrindo o solo com itens como feno, estrume, aparas de madeira, cinzas de madeira ou espigas de milho debulhadas tem sido demonstrado (na África do Sul e Uganda), para diminuir drasticamente os ataques de cupins. Os cupins são atraídos para a cobertura ao invés da cultura. Uma cobertura de folhas da grama Vetiver impede o ataque de cupins ao redor da base das árvores.
No entanto, oferecendo alimento substituto pode também atrair cupins para a área e aumentar o dano global feito às árvores e plantações. Cada caso é susceptível de ser diferentes e dependente das espécies de cupim e das espécies arbóreas / cultura.

A rotação de culturas

O plantio da mesma cultura sobre a mesma terra ano após ano, reduz a fertilidade do solo e da estrutura. Culturas em tais condições serão mais fracos e suscetíveis ao ataque de cupins. A rotação de cultura pode desempenhar um papel importante na redução de ataque de cupins.
A rotação de culturas significa que as culturas são produzidas em uma parte diferente da terra a cada ano. Isso pode evitar que pragas e doenças se desenvolvam e também ajudar o solo a recuperar nutrientes.

Plantas saudáveis para transplante

  • Plantas que sofrem de doença ou falta de água geralmente são mais suscetíveis ao ataque de cupins do que plantas saudáveis. Portanto, é importante que as plantas sejam mantidas saudáveis e regadas.
  • Em áreas secas recomenda-se que as sementes sejam semeadas no início da estação chuvosa para dar às plantas uma chance de se firmar e permanecerem saudáveis no campo.
  • Apenas plantas saudáveis devem ser transplantadas para o campo. Grande cuidado deve ser tomado durante o transplante e a poda (folhas e raízes) porque os cupins podem entrar nas plantas através da cicatriz dos tecidos.
  • Se houver um saco em volta da raiz de uma muda de árvore, é recomendável que ele não seja completamente removido quando esta for transplantada, pois ele pode agir como uma barreira contra os cupins. No entanto, é importante que o saco não impeça a planta / raízes de crescer. Deve ainda permitir que as raizes das plantas cresçam para dentro do solo. Vasos de fibra de banana são muito ineficazes porque os cupins vão comê-los.
  • A adição de compostos orgânicos e adubo para a área de plantio é recomendada, pois irá produzir árvores e colheitas mais saudáveis. Ao passo que, fertilizantes inorgânicos incentivam o rápido crescimento dos tecidos moles, que é mais provável de serem atacados por cupins.

Ímãs

Colocando ímãs strongbar no solo ao lado de um cupinzeiro pode prevenir um monte de crescer. Isto desorienta as espécies de cupins que constroem seus montes na direção norte-sul ao longo das linhas magnéticas.

Desmanchando os montes e a remoção da rainha

Em solos profundos e com fissuras, a simples alteração através das rachaduras, impede os cupins de construirem montes extensos. Em outros solos, a quebra artificial dos montes e galerias pode ter o mesmo efeito. Repetidas escavações e arado do solo pode reduzir danos causados por cupins. Manual e explosiva destruição de ninhos seguida da remoção da rainha também é eficaz.

Barreiras físicas

Construir barreiras em torno de construções e viveiros pode impedir o ataque de espécies subterrâneas. As barreiras devem estar parcialmente acima e abaixo do solo e devem ser compostas de material que é impenetrável pelos cupins, tais como o basalto, a areia ou cinzas vulcânicas esmagadas. O tamanho das partículas do material é fundamental, elas não devem ser demasiado grandes para que os cupins possam transportar, e não tão pequenas para que os cupins possam amontoar as partículas, criando uma passagem contínua através das quais eles podem se mover.

Plantas com resistência ao cupim

Culturas
Há pouco conhecimento sobre a resistência das culturas ao ataque dos cupins. No entanto, em geral, as culturas indígenas são mais resistentes aos cupins do que as culturas exóticas. Por exemplo, na África, o sorgo e o painço são mais resistentes aos cupins do que o milho e o feijão de corda, e nozes bambara não são atacadas enquanto o amendoim sofre sérios danos. As culturas anuais são atacadas na época da colheita, enquanto as culturas de longa duração são atacadas mais destrutivamente durante as estações de secas ou em estágios iniciais de crescimento. Pode ser aconselhável criar pequenas plantações no campo antes de plantações de larga escala a fim de descobrir se a cultura ou a árvore é resistente cupins locais em condições locais.
Árvores
O grau de resistência depende da espécie da árvore, a origem da semente da árvore, a idade eo estado da árvore, as espécies de cupins e onde a árvore está crescendo (região / país). Entretanto, como com as culturas, espécies nativas são mais resistentes do que as exóticas. A tabela a seguir dá um número de árvores e arbustos que têm se mostrado resistentes ao cupim.
Árvores e arbustos com resistência ao cupim
Espécies
Nome comum
Parte resistente ao cupim
Comentários
Acacia polyacantha
espinho hook
Mais resistente que a maioria das Acacias devido ao elevado número de resinas
Afrormosia laxiflora
Madeira / celulose
Albizia odoratissima
árvore de sombra
Madeira / celulose
Albizia zygia
Cupim durável mas não resistente
Azadirachta indica
neem, nim
Borassus aethiopum
palma africana
A madeira fibrosa é altamente resistente
Brachylaena hutchinsii
oliveira muhugu
Altamente resistente, quase impenetrável para cupins
Capparis aphylla
Madeira / celulose
Arbusto resistente a cupins
Catalpa bignonioides
catawpa comum
Resistente à Reticulitermes flavipes
Cedrus deodora
Cedro do Himalaia
Madeira / celulose
Daniellia oliveri
Goma /resina
Detarium senegalense
Madeira / celulose
Veneno oral
Dodonaea viscosa
hop bush púrpura
Madeira / celulose
Arbusto resistente a cupins
Erythropleum suaveolens
Madeira / celulose
Veneno oral
Eucalyptus microcorys
Mais resistente que outros eucaliptos
Grevillea robusta
carvalho sedoso, carvalho prata
Tolerante ao cupim na Tanzânia
Juniperus procera
cedro lápis africano oriental
Altamente resistente
Melia azedarach
cedro branco
Madeira / celulose, folhas, sementes, óleo
Veneno oral
Strychnos nux-vomica
Folhas
Veneno oral
Zanthoxylum xanthoxyloides
Madeira / celulose

Existem muitas outras espécies com propriedades termicidais, incluindo:
  • Acacia catechu (catechu, khair),
  • Acacia mearnsii (acácia-negra),
  • Acacia melanoxylon (jacarandá brasileiro),
  • Albizia saman (saman),
  • Afzelia cuanzensis (mogno pod),
  • Balanites aegyptiaca (tâmara do deserto),
  • Bridelia micrantha (mitserie),
  • Cassia brewsteeri (Brewsters cassia),
  • Casuarina cunninghammiana (river she-oak),
  • Eucalyptus camaldulensis (látex vermelho),
  • Gliricidia sepium (mãe do cacau),
  • Grevillea glauca (mogno africano oriental),
  • Leucaena leucocephala(ipil ipil).

Preparações da planta

Partes da planta e extratos vegetais podem ser utilizados de forma eficaz. Estes podem ser retirados da planta e usados como um inseticida natural pela moagem de partes relevantes, colocação em água fervente, agitando e deixando de molho. A mistura é então pulverizada sobre a cultura infestada de pragas. Em alternativa, a parte da planta, tais como sucos de frutas tóxicos, polpas ou aparas podem ser aplicadas diretamente.
Image:grinding.gif
Moagem de partes da planta para fazer uma preparação natural para o controle de cupins
Plantas com propriedades de controle de cupins
Espécies
Nome comum
Propriedade de controle de cupins
Partes utilizadas
Acacia nilotica
Egyptian thorn
Anti-inseto
Madeira / celulose
Agave americana
American aloe
Repelente, inseticida
planta inteira
Allium sativum
alho
Anti-feedant, bacteriana, fungicida, repelente
Bulbos
Anacardium occidentale
caju
Anti-inseto, repelente
Sementes, óleo
Argemone mexicana
papoula mexicana
Inseticida, repelente
planta inteira
Azadirachta indica
neem, nim
Termiticidal, anti-feedant
Folhas, sementes
Bidens pilosa
blackjack
Anti-feedant, inseticida, repelente
planta inteira, sementes maduras
Boswellia dalzielii
Repelente
Cola/resina
Calatropis gigantea
Anti-inseto
Folhas, seiva / látex / suco
Calatropis procera
Termiticidal
Látex
Carya ovata
shagbark hickory
Termiticidal
casca da árvore
Camellia sinensis
chá
Anti-feedant, insectidical
Folhas e frutos
Carica papaya
mamão
Insecticidal
Frutas, folhas frescas e raízes
Cassia siamea
cássia amarela, árvore kassof
Repelente
Utilizados como cobertura de folhas
Cedrela odorata
West Indian cedar
Termiticidal
Madeira
Chenopodium ambrosioides
mastruz
Anti-feedant, repelente, inseticida
planta inteira
Cleistanthus collinus
Repelente
casca da árvore
Commiphora africana
Termiticidal
Cola/resina
Consolida regalis
blue cloud
Termiticidal
Sementes
Diospyros ebenum
ébano
Anti-inseto
raízes
Hardwickia mannii
Termiticidal
haste / ramos
Hyptis spicigera
labiatae
Repelente
partes aéreas
Juniperus virginiana
cedro vermelho oriental
Anti-inseto
Leucaena leucocephala
ipil ipil
Repelente
Utilizados como cobertura de folhas
Melia azedarach
chinaberry, persian lilac
Anti-feedant, contact poison, repellant
Cascas, galhos, folhas, frutas, óleo
Mesna ferrea
Anti-inseto
Ocimum basilicum
manjericão
Insecticidal, repelente
planta inteira
Ocimum canum
manjericão selvagem
Insecticidal, repelente
planta inteira
Ocimum urticifolium
manjericão
extratos à base de água
Pinus strobus
Termiticidal
casca da árvore
Prosopis africana
Anti-inseto
raízes
Quassia indica
Termiticidal
Folhas
Quercus prinus
carvalho castanho
Termiticidal
casca da árvore
Samadera indica
Termiticidal
Folhas
Santalum album
sândalo
Anti-inseto
Sassafras albidium
Termiticidal
casca da árvore
Semecarpus anacardium
Anti-inseto
Sementes
Swartziamadagascariensis
Repelente
Fruto
Tagetes minuta
calêndula mexicana
extratos à base de água
Tectona grandis
teak
Repelente
Madeira / celulose

Lista de referência

‘Organic Termite Control’ (1994) P Forshaw. HDRA relatório de graduação.
Natural Pest and Disease Control’ (sem data) H Elwell and A Mass, publicado por the Natural Farming Network, PO Box 8515, Causeway, Harare, Zimbabwe.
Natural Pest and Disease Control’ (1996) Gaby Stoll, publicado por Magraf Verlag, PO Box 105 97985 Weikersheim, Germany

Artigos Relacionados


Notas


Contatos

Mais informações sobre controle de cupins e agricultura biológica podem ser obtidas do HDRA. As publicações incluem folhetos abrangendo compostagem, adubação verde, controle de plantas daninhas e a árvore de nim, bem como fichas de informação sobre pragas agrícolas e doenças e seu controle, pesticidas naturais e adubos verdes. Por favor, escreva para:
HDRA - the organic organisation
Ryton Organic Gardens
COVENTRY CV8 3LG
United Kingdom
Tel: +44 (0) 24 7630 3517 Fax: +44 (0) 24 7663 9229
Website: http://www.hdra.or

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Pimentas e abóboras ornamentais

Durante a 18ª Feira Nacional do Doce, a Embrapa Clima Temperado desenvolveu diversos trabalhos. Um deles foi uma pesquisa, desenvolvida pela pesquisadora Rosa Lía Barbieri, sobre a satisfação do público em relação as pimentas e abóboras ornamentai

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Biofertilizante líquido HORTBIO - EMBRAPA HORTALIÇAS

Publicado em: 10/01/2013
O biofertilizante é o material líquido resultante da biodigestão de compostos orgânicos de origem vegetal e animal. Sua ampla ação biológica é dada principalmente pela grande diversidade de microorganismos presentes, os quais são responsáveis pela produção de hormônios vegetais e antibióticos. Assim, além de fornecer nutrientes, os biofertilizantes funcionam como promotores de crescimento e também como elicitores na indução de resistência na planta. Portanto, podem auxiliar na proteção das plantas contra o ataque de pragas e doenças.

A Embrapa Hortaliças desenvolveu o Hortbio®, um biofertilizante que pode ser usado no gotejamento ou em pulverização na produção de mudas e no cultivo de hortaliças. Para fazê-lo você precisará de um recipiente de material não metálico, que pode ser uma caixa d’agua ou bombona plástica de capacidade de 100L. O biofertilizante deverá ser feito em local protegido de chuvas, coberto ou sombreado.

Composição e modo de preparo



*Em lugar da serrapilheira pode-se usar 1 L de EM (microorganismos eficazes) ou inoculante líquido. Pode-se também capturar os organismos da mata por meio de uma massa de arroz ou batata cozidas.

Modo de Preparo: Em um tambor ou bombona plástica adicione 50 L de água. Adicione os ingredientes acima, um por um, mexendo sempre com o auxilio de uma pá ou pedaço de bambu. Complete com água até 100 litros e mexa por 5 minutos.

Tempo de preparo: a mistura deve ser agitada 3 vezes ao dia durante 3 minutos com auxilio de uma haste de madeira, por dez dias. A aeração pode também ser realizada por meio de um compressor de ar ou bomba de aquário. Após esse período, o produto está pronto e já pode ser utilizado.

Todo o biofertilizante deve ser coado, guardado em bombona plástica e armazenado em local sombreado e fresco. A parte sólida (borra) pode ser usada como adubação, em canteiros ou covas.

Rendimento: Esta receita rende aproximadamente 90 litros de Hortbio®.

Validade: até 30 dias.

Composição e modo de preparo

Teores totais de macro e micronutrientes do biofertilizante Hortbio®.



Recomendações de uso

O Hortbio® pode ser aplicado em pulverizações foliares ou juntamente com a água de irrigação, via gotejamento. Em pulverização, diluir a concentração de 2% (2 L em 100L de água) para uso na produção de mudas e 5% para aplicar durante o cultivo de hortaliças. é muito útil para revigorar mudas logo após o transplante, podendo ser aplicado inclusive com um regador de plantas (na concentração de 2%) em pequenas áreas. Para aplicar com a água de irrigação, fertirrigação, as quantidades devem ser calculadas de acordo com a exigência da cultura tomando-se como base o teor de nitrogênio.
Referências da tecnologia

LÃœDKE I; SOUZA RB; RESENDE FV; DELVICO FMS; MEIRELES SM; BRAGA DO. Produção orgânica de alface americana fertirrigada com biofertilizantes em cultivo protegido. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, v. 27, n. 2, ago. 2009. CD-ROM. Suplemento. Trabalho apresentado no 49. Congresso Brasileiro de Olericultura, águas de Lindóia, SP.

http://www.cnph.embrapa.br/organica/100113_tec_mes_hortibio.html

Postagem em destaque

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...