segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Como projetos transformam comida que iria para o lixo em refeições


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Enquanto 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente no mundo, iniciativas unem mobilização e criatividade para transformar esse cenário

Félix Zucco / Agencia RBS
Em um mundo onde mais de 800 milhões de pessoas passam fome – no Brasil, 5,2 milhões ficaram um dia ou mais sem comer em 2017 –, é difícil entender como alimentos em plenas condições de serem consumidos viram lixo: cerca de 1,3 bilhão de toneladas, ou quase um terço do que é produzido, se perdem ou são desperdiçadas anualmente, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Os valores podem ser ainda maiores. Enquanto os números de perda (que ocorrem nas fases de produção, pós-colheita e processamento) costumam ser acompanhados pelos produtores, o desperdício, que ocorre na fase de consumo e varejo, é mais difícil de estimar, e depende mais da conscientização dos consumidores para ser erradicado.
– Precisamos melhorar muito em muitos aspectos: no consumo de produtos fora do padrão estético, nas condições de rotulagem, no aproveitamento integral dos alimentos. Falta consciência das pessoas sobre o quanto o desperdício é negativo, inclusive, para o meio ambiente – diz Murillo Freire, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e membro fundador da Save Food Brasil, iniciativa nacional para a redução das perdas e desperdício de alimentos.

Precisamos melhorar muito em muitos aspectos: no consumo de produtos fora do padrão estético, nas condições de rotulagem, no aproveitamento integral dos alimentos. Falta consciência das pessoas.

MURILLO FREIRE

Pesquisador da Embrapa e fundador da Save Food Brasil
Enquanto países europeus consolidam alternativas, como redes de supermercados que vendem produtos fora do prazo de validade mais baratos ou mesmo leis mais duras para as redes que jogam comida fora, o Brasil engatinha nas ações concretas. Desde 2016, o Comitê Técnico da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) estuda estratégias, além de estabelecer diretrizes gerais para mensurar os desperdícios e perdas no país – um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU é reduzir o desperdício à metade até 2030.
Conforme o pesquisador, a legislação brasileira sobre a rotulagem está entre os estraves a serem removidos para que o país consiga avançar na questão. Atualmente, está prevista punição para quem comercializa produtos fora da data de validade, sem ressalvas àqueles que estão em condições de consumo.
– O prazo de validade informa o período em que as características sensoriais dos produtos estão melhores. Depois, eles perdem um pouco de cor e aroma, mas não quer dizer que estão estragados. Alguns alimentos passam do prazo e estão em perfeitas condições – ressalta Freire.

Iniciativa do RS foi pioneira para aproveitar alimentos

Uma das experiências pioneiras de combate ao desperdício no Brasil é gaúcha e partiu da iniciativa privada. Inspirado no modelo português, o Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul foi criado nos anos 2000. Além de trabalhar com doações da sociedade civil, a iniciativa da Federação das Indústrias do RS (Fiergs) coleta o excedente de supermercados parceiros – produtos que seriam descartados –, seleciona e distribui para entidades cadastradas.
Há ainda outras duas frentes: a arrecadação de hortifrutigranjeiros e o Banco de Refeições Coletivas. Na primeira, nutricionistas e estudantes de nutrição recebem, selecionam e transformam frutas, legumes e verduras que iriam para o lixo em refeições que são destinadas a entidades cadastradas – somente em Porto Alegre, foram 80 toneladas no ano passado. O Banco de Refeições Coletivas busca, armazena e entrega refeições prontas preparadas em cozinhas industriais. Ao todo, 864 mil refeições já foram doadas em todo o Estado.
– O desenvolvimento cultural não se dá por canetaço. Tem pessoas que não se coçaram, mas essas coisas a gente ganha com o tempo. Os bancos são instrumentos institucionais para mudar – afirma Paulo Renê Bernhard, presidente da rede Banco de Alimentos no RS.
Transformar a cultura também é desafio da Ceasa, que implantou, em 2015, o Prato Para Todos. Desde então, frutas, verduras e legumes que iriam para o lixo são selecionados e destinados a instituições como creches, asilos e entidades comunitárias, além de pessoas físicas cadastradas, chegando a beneficiar 50 mil pessoas por mês. São distribuídas cerca de nove toneladas a diariamente.
– Hoje, tem menos lixo nos contêineres. Para nós, o programa foi muito bom, um acerto – diz Claiton Ferreira da Silva, coordenador do programa.

Para se inspirar

Supermercado de vencidos
– Desde 2016, a Dinamarca conta com uma rede de supermercados que comercializa produtos fora da validade, mas em condições de consumo. Os produtos são testados e têm a qualidade garantida. A iniciativa da ONG Folkekirkens Nødhjælp vende os produtos a baixo custo – o preço chega à metade do cobrado nos supermercados convencionais. No Wefood, os funcionários são voluntários.
Punição a quem desperdiça
– Em 2015, a França aprovou uma lei que aperta o cerco contra o desperdício de alimentos. Foi o primeiro país do mundo a banir os supermercados com mais de 400 metros quadrados que jogam no lixo ou destroem alimentos não vendidos. As redes devem doar os produtos para instituições de caridade e centro de redistribuição de alimentos para desempregados e sem-teto. Quem não cumpre pode ser multado em até 75 mil euros (o equivalente a R$ 328 mil) e pegar dois anos de prisão.
Escambo de produtos
– Criado em 2013, o site alemão Foodsharing incentiva e facilita o compartilhamento de mercadorias que acabariam no lixo. Qualquer usuário que tenha comida em excesso pode cadastrar seus itens no site. Basta listar os alimentos disponíveis e onde eles estão localizados. Os usuários podem acessar um mapa e descobrir que tipo de alimento está disponível no próprio bairro. Para participar, é preciso seguir uma regra: nunca doar algo que não comeria.
Junk food do bem
– O The Real Junk Food Project  coleta alimentos em condições de consumo que seriam jogados fora para que virem refeições destinadas a pessoas de baixa renda. Supermercados, atacadistas e pequenas lojas agrícolas do Reino Unido participam como fornecedores. Além de pegar os excedentes e destiná-los a lanchonetes e armazéns, o projeto oferece a eles orientações sobre como reduzir o desperdício e melhorar os lucros.


Fonte: Gaúcha ZH

Variedade brasileira de lúpulo é descoberta na Serra da Mantiqueira

Fonte: Globo Rural

Nova variedade surge como esperança para agricultores familiares. Descoberta pode reduzir os custos de fabricação da cerveja brasileira 

 

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Você já imaginou o quanto há de agricultura em uma garrafa de cerveja? Pois tudo começa
no campo! Campo de cevada, de milho, de arroz, de trigo… Para uma latinha só, vai parecer pouco: algo em torno de 50g de grãos, um punhadinho de plantas. Mas o mundo consome cerca de 200 bilhões de litros de cerveja por ano. A matéria-prima necessária para dar conta de toda essa demanda ocupa 35 milhões de hectares de lavouras. É uma área do tamanho da Alemanha, destinada à produção de cerveja.




Ultimamente, o setor que mais cresce é o das cervejas especiais, destacando-se o produto artesanal. Embora não haja ainda legislação regulamentando a atividade, no Brasil já tem gente fabricando cerveja artesanal em apartamento, em garagem, fundo de quintal, em casinha de montanha. Como a Cerveja da Serra da Mantiqueira, que é produzida numa pequena propriedade do município de Gonçalves-MG.
André Waack é o dono da propriedade. Engenheiro de som e músico de uma banda e rock, ele deixou a cidade de São Paulo para morar na Serra. Os que pensavam que ele montaria um estúdio de gravação no local, se surpreendem quando conhecem a microcervejaria e a pousada, montada com o propósito de o hóspede vir fazer aqui a própria cerveja.
 
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André compra maltes importados da Bélgica e da Alemanha. Produz cinco tipos de cerveja, entre claras e escuras. E, agora que dominou a técnica, quer muito incorporar um sabor serrano. Além da água, que é extraordinária, quer explorar o que, na Europa, chamam de “terroir”: coisas que são próprias e características de uma região específica. Ele exemplifica: “O pinhão, a jabuticaba, a japoca – uma frutinha que se assemelha ao fisalis".
Mal sabe o André que um ingrediente fundamental da cerveja - o lúpulo - é objeto de um experimento inédito no Brasil, a 50Km quilômetros do sítio dele, em São Bento de Sapucaí-SP, colado a Campos do Jordão.
A cidade fica a 1.700 metros de altura, é cheia de bosques de Araucárias, Pirambeiras e registra em média, 40 geadas por ano. Produzir em uma região com essas características pode parecer utopia para muita gente. Mas foi exatamente este o local escolhido pelo agrônomo Rodrigo Veraldi para viver e para cultivar sua renda: "Viabilizamos a utopia de se poder viver numa pequena propriedade nesta região. A gente conseguiu conciliar o cultivo de diversas espeécies, produzindo em torno de 30 toneladas de frutas por ano, visando a sustentabilidade".
Rodrigo já trabalhou bastante com café e batata, mas é apaixonado mesmo por botânica. É daquelas pessoas que se referem às plantas pelo nome científico. No terreno, que recebeu de herança, Rodrigo montou uma coleção com centenas de plantas: tem um bosque de
Castanheira Portuguesa, uma alameda de Álamos, um Pinheiro do Hemisfério Norte
de folha penteada em forma de franja, ombreando com uma Araucária.
Comercialmente, ele cultiva 15 variedades: planta uvas Malbec e Shiraz, para produção de vinho artesanal; tem Oliveiras, para a fabricação de azeite; um jardim clonal de frutas vermelhas; além de avelãs, mirtilo, framboesa, morangos sem agrotóxicos e... o lúpulo! Uma planta que não existia no país.
As folhas são ásperas, no formato de palma. Elas sobem se enrolando num fio de nylom, no sentido horário. No espaçamento de 1,20m entre plantas e 3,5m entre linhas, cabem 2500 pés de lúpulo por hectare.
No Brasil - que atualmente importa quatro mil toneladas de lúpulo por ano, com um custo superior a R$ 200 milhões - já foram realizadas algumas tentativas de produção própria de lúpulo com variedades da Europa, de onde a planta se origina. Todas essas tentativas foram em vão. O cultivo da Serra da Mantiqueira deu certo graças a um lance do acaso, um acontecimento botânico espontâneo que originou o primeiro pé de lúpulo - o sobrevivente de uma experiência frustrada de Rodrigo, que fala orgulhoso: "Esse pé tem história: é o marco do cultivo de lúpulo no Brasil".

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Plantio de batata doce no carrinho de mão!

Recolhi um carrinho de mão, que haviam jogado fora na praça e resolvi plantar batata doce. Vamos ver a colheita.




10 Maneiras de se Cultivar Batata-Doce em Casa

  • atualizado: 
cultivar batata doce em casa
Batata-doce é um tubérculo da espécie Ipomea batatas, planta originária das regiões quentes da América Latina. Também é conhecida no Brasil por nomes como batata-da-terra, batata-da-ilha, jatica e jetica (em tupi) e, em países de língua castelhana pode ser chamada de camote ou camohtli (México), batata (no Caribe), papa dulce, patata dulce, ou até boniato (América Central).
Há tantas formas de se cultivar batata-doce, ou batatas, em geral, que sempre poderemos ter uma planta dessas em algum canto da nossa casa.
A batata-doce dá uma rama bonita, vistosa, com flores suaves em azul, que tem um bom uso paisagístico em janelas de cozinha, você sabia?
folhagem flor batata doce
Folhagem e flor da batata-doce - Fonte foto: staticflickr.com
Mas, é na terra que ela vai dar o seu melhor, e produzir batata-doce para dar e vender. Só que, para ficar gostosa, a batata-doce precisa ser “curada” - processo que aumenta os açúcares, sabor e aroma, desse tubérculo bom de assar, cozer e comer.
batata doce germinada
Batata-doce germinada e brotando - cultivo em água para folhagem decorativa - Fonte foto: ltmcdn.com
Abaixo te mostro 10 maneiras fáceis de você cultivar batata-doce e qualquer outro tipo de batata ou tubérculo. As fotos mostram o cultivo de batata-inglesa que é a mais comum pelo mundo afora mas, a técnica é a mesma para a batata-doce.
Lá no final do artigo dou algumas dicas específicas para a batata-doce, Ipomea batatas, Convolvulaceae, que é planta de família bem diferente daquela da batata-inglesa (Solanaceae).

1. Batata-doce em sacola

batata doce sacola
fonte foto: thompson-morgan.com
Em uma sacola de material forte - algodão, lona ou sintético - mas que permita a respiração da terra, cheia de boa terra orgânica (não é preciso ter muito adubo pois este não favorece o crescimento dos tubérculos e sim o das folhas). Coloque na sacola 2, 3 batatas-doces germinadas. Cubra-lhes as raízes (os brotos podem ficar ao léu) e regue conforme seu regime de ventos secos. Dentro de pouco tempo você terá uma boa sacola de batata-doce para curar e comer.

2. Em saco de aniagem

Saco de aniagem é aquele feito de juta ou fibra plástica, que embala terra, farinha e outros. Se você tiver um saco desses, cheio de terra boa e solta, coloque dentro algumas batatas-doces brotadas. Mantenha úmido sem encharcar e, no tempo certo, colha uma boa produção. Basta que o saco fique em algum canto quente de sua varanda ou jardim.
Aqui um vídeo demonstrativo para plantar batata-doce em um saco de ráfia:

3. Em vaso na varanda

em vaso na varanda
Fonte foto: pinimg.com
Aqui um vídeo demonstrativo sobre como plantar batata-doce em vasos:

4. Em um balde ou bidão

bidão batata doce1
O único cuidado, neste caso, é vc fazer furos nas laterais do baldão para que não se acumule água que mofe os tubérculos. Batatas-doces dão bem em locais secos desde que você cuide de que não lhes falte a umidade necessária mas, essas plantas não gostam de encharcamento que apodrece seus tubérculos. Usar balde plástico ou bidão é uma boa alternativa se a sua região é mais seca ou mais fria pois, a terra ficará mais quentinha dentro do baldão.

5. No jardim

jardim batata doce
Você poderá plantar batata-doce em fileiras, no jardim, ou como bordadura (as folhagens e flores são bonitas e atraem polinizadores). Deixe um espaço de 40 cm entre cada planta para que seu crescimento não seja prejudicado e a produção seja boa. Mantenha o solo suave, com boa porcentagem de areia misturada à terra orgânica.
Evite usar qualquer tipo de adubo durante o crescimento das plantas caso sua intenção seja ter tubérculos para comer pois, a batata-doce, na oferta de adubação, privilegia o crescimento da massa verde e perde em peso nos tubérculos.

6. Batata-doce na palhada

batata doce palha
fonte foto: harvesttotable.com
Palhada é como chamamos a uma camada de palha (ou folhas secas, folhagem picotada, mulch, cobertura morta) que se usa na agroecologia como método de manutenção da estrutura do solo e processos bioquímicos naturais. A sugestão é cobrir o solo com um estrato de 3 ou 4 centímetros de palha. O método é bom também para combater o besouro-da-batata (Leptinotarsa decemlineata).

7. Torre de batatas

torre de batatas
fonte foto: eugeolearning.org
A torre de batata é um bom método para se cultivar tubérculos quando você precisa diferenciar o solo da área de cultivo daquele que tem no jardim. Você precisará de uma caixa alta, de madeira, que conterá a terra escolhida e preparada. Tanto quanto mais alta a sua caixa, maior superfície de cultivo de batatas você terá.
As ramas crescerão pelos espaços das tábuas, os tubérculos crescerão no interior da terra. Quando as batatas estiverem prontas para colher, despeje todo o conteúdo em um saco grande e retire as batatas maduras. Essa terra que sobra deverá ser adubada, repousada, e usada para cultivos diversos. É importante não repetir o cultivo para não privilegiar os bichinhos que atacam as plantas semelhantes.
Assista aqui alguns tutoriais em vídeo que mostram a técnica da torre de cultivo. Esta técnica é bem vinda para todo tipo de batata, doce ou não, gengibre, cúrcuma, amendoim e outros diversos.

8. Cilindro de batatas

cilindro de batatas
Para fazer uma torre você poderá usar um cilindro em material sintético - tela plástica - ou metalizado. Esta forma é bastante eficiente em regiões de umidade elevada pois permite que a terra se mantenha arejada e fresca. Você deverá completar a quantidade de terra conforme as batatas vão crescendo no seu interior.

9. Canteiro elevado

cantiere elevado
Este é outro método muito popular para o cultivo de tubérculos. Faça um canteiro elevado, com tábuas ou outros materiais adequados para conter o peso do solo. Enterre os tubérculos a 3 cm de profundidade e cerca de 12 cm de distância um do outro. Durante o crescimento das mudas, vá acrescentando mais solo de cobertura até que o seu canteiro esteja completo. As colheitas serão abundantes e os tubérculos mais saudáveis.

10. TomTato - tomateiro e batateira

tomtato
fonte foto: independent.co.uk
TomTato é uma solução técnica para quem quer produzir tomates e batatas em uma única planta. Na verdade você terá um híbrido resultado do enxerto de uma muda de tomate em uma batata comum, como mostra o vídeo:
Não posso assegurar que também resulte com a batata-doce mas, é bem provável que sim.
Segundo os criadores do Tom Tato, os tomates que resultam desta técnica de cultivo são muito mais doces que os outros e as batatas, brancas e fartas.
Informações técnicas específicas sobre o cultivo da batata-doce

Época de plantio

No Brasil o plantio da batata-doce depende das condições locais de temperatura, regime de chuvas, quantidade de luz ao dia e, dos cultivares que você escolha - alguns são mais precoces, mais vigorosos. Na verdade nosso país pode ter batata-doce produzindo durante o ano todo desde que se cuide de não faltar água nem luz, sol e calor também são importantes, e água em excesso é prejudicial. Mas, como estamos falando de batata-doce cultivada em casa você não terá dificuldade em controlar essas condições básicas.

Terra boa para batata-doce

O tipo de solo não tem problema desde que seja leve, com boa estrutura que favoreça a oxigenação e penetração das raízes sem impedir o crescimento dos tubérculos. Cuide da adubação da terra e local escolhido uns 5 meses antes de plantar. Pode ser preciso acrescentar calcário (prefira o calcário dolomítico que suprirá tanto as deficiências em cálcio quanto as em magnésio) para manter o pH entre 5,6 e 6,5.

Batata-doce também se planta em rama

Se você preferir reproduzir sua batata-doce pelo plantio de ramas, estacas, escolha as que tenham a grossura de um dedo médio, com gemas de brotação saudáveis. As ramas para cultivo devem ser colhidas maduras, deixadas secar na sombra até murcharem (1 a 2 dias), cortadas em pedaços de 40 cm e plantadas na horizontal, a 15 cm de profundidade. Este método é muito usado no cultivo extenso de batata-doce mas, também é adequado para jardins maiores.


FONTE: https://www.greenme.com.br/como-plantar/5510-10-maneiras-cultivar-batata-doce

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Abobrinha italiana é a dica da semana !


Semeando no canteiro do sítio, adubado com composto da Ecocitrus, acabei colhendo uma enorme abobrinha italiana. Deliciosamente preparada para nossa refeição de ano novo!!








Bastante presente na mesa dos brasileiros.

A dica de compra dessa semana  da CEAGESP é um legume pertencente à família da abóbora e do pepino e que traz inúmeros benefícios à saúde.
De porte pequeno, a abobrinha italiana (Cucurbita pepo) tem crescimento rápido e precoce – pode ser colhida após 40 dias do plantio.

Bastante consumida pelos brasileiros, possui formato alongado e cor listrada (verde escuro e claro).
FONTE DE ÁGUA – Sua origem é um tanto quanto incerta: atribui-se que tenha surgido nas regiões tropicais, do sul do Estados Unidos ao Peru. Antes dos colonizadores chegarem ao continente americano, povos nativos já haviam experimentado o manejo em terras locais.
Com textura leve e sabor característico, a hortaliça é de fácil digestão, ajuda a aliviar enjoos de gravidez e a regular a atividade intestinal. Praticamente 94% de sua composição é pura água.
O período de safra da abobrinha italiana vai de agosto a novembro. Em 2014, deram entrada no ETSP cerca de 30 mil toneladas do legume, provenientes dos municípios paulistas de Piedade, Ribeirão Branco, Cesário Lange e Ibiúna, além da cidade mineira de Santa Rita de Caldas.
BENEFÍCIOS – Ela pode ser preparada de diversas formas: refogada, assada, frita, empanada ou utilizada em saladas e sopas. Por sinal, a equipe de nutricionistas do Banco CEAGESP de Alimentos (BCA) sugere uma receita diferente: que tal provar um delicioso hambúrguer de abobrinha italiana?
Confira, a seguir, as vantagens proporcionadas por esse excelente alimento:
  • Rica em vitaminas do complexo A e B, cálcio, fósforo, sódio e magnésio – propriedades que fortalecem os ossos.
  • Com alto teor de fibras, regula o funcionamento do intestino e age contra as células cancerígenas.
  • Tem também vitamina C que, junto com a A, atua como antioxidante e anti-inflamatório, além de criar uma espécie de barreira nas corrente sanguínea que dificulta o acúmulo do mau colesterol.
  • Pela alta quantidade de magnésio, é bom para o coração, já que reduz o risco de derrame e ataque cardíaco.
  • É uma importante aliada das dietas – uma porção de 100g do legume cru fornece apenas 20 kcal.

Restauração de solo do pomar com adubação verde usando amendoim forrageiro!!


O pomar do sítio tinha solo descoberto devido a capina e pastejo de animais.Solicitei várias vezes aos caseiros para plantar mudas de amendoim forrageiro, algumas poucas, mas sempre enrolavam dizendo ter esquecido, feito isso, aquilo, etc.... 

Após a saída do último caseiro em agosto de 2011, comecei a plantar algumas mudas e vejam só o que aconteceu depois de 3 anos! Uma cobertura excepcional no solo do pomar e já tenho uma fonte quase inesgotável de mudas, mesmo com a geada de -2 ºC do inverno de 2013, onde tudo ficou queimado.

 Também tenho utilizado o amendoim forrageiro na beira de um córrego que corta o sítio, para conter a erosão. Ele descompacta o solo pois as raízes chegam a 40 cm de profundidade. Serve para alimentação de galinhas, bovinos e equinos, conforme estudos científicos.

A fixação do nitrogênio do ar por esta leguminosa é fantástico e seu custo maior é a mão de obra no plantio, pois é muito difícil a coleta de sementes. Após 6 meses já podemos fazer mudas das plantas mães.

agosto 2011
novembro 2011


janeiro 2014


Quer adquirir mudas??? (Só para o RS)

Pastagens para gado

No Brasil cerca de 95% da carne bovina é produzida em regime de pastagens, cuja área total é de cerca de 167 milhões de hectares (EMBRAPA). Amendoim Forrageiro na propriedade. Vendo mudas.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Manejo de nematoides da bananeira é tema de dia de campo na Bahia



A Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e a Prefeitura Municipal de Bom Jesus da Lapa (BA) vão realizar, na quinta-feira (3/12), um dia de campo sobre manejo de nematoides da bananeira. São esperados cerca de 200 participantes, entre produtores, técnicos, estudantes e formuladores de políticas públicas.
Os nematoides são parasitas que afetam diversos aspectos relativos à produção da bananeira, causando atraso na emissão do pendão floral, má formação dos cachos, menor número de frutos, menor peso médio dos cachos e, consequentemente, menor rendimento por área. “Para o produtor, o prejuízo financeiro é grande, pois o tamanho dos frutos interfere fortemente no preço pelo qual o produto é vendido”, explica o agrônomo Dimmy Barbosa, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura e organizador do evento, que terá palestras técnicas pela manhã e visitas a experimentos pela tarde.
Na sua palestra, Dimmy Barbosa vai apresentar resultados da pesquisa conduzida há quase dois anos em áreas irrigadas de produtores de Bom Jesus da Lapa com o uso de produtos biológicos (formulados com micro-organismos inimigos naturais dos nematoides) e resíduos. “Geralmente o controle químico por meio de nematicidas é a medida mais utilizada pelos produtores, mas os produtos são caros e perigosos ao homem e ao meio ambiente. Já o controle biológico é uma alternativa sustentável para a cultura porque não contamina, não desequilibra o meio ambiente nem deixa resíduos, além de ser barato e de fácil aplicação”, afirma.
A adubação orgânica gera condições apropriadas para que os fungos e bactérias predadoras dos nematoides se desenvolvam. O resíduo do processamento da mandioca, conhecido como manipueira, do processamento do sisal e o esterco de animais também estão sendo usados nos experimentos da Embrapa.

Doenças e pragas
Outra palestra será ministrada pelo pesquisador Zilton Cordeiro, que vai abordar as principais ameaças fitossanitárias para a bananicultura. “Atualmente, os problemas mais preocupantes são a sigatoka-negra, a raça 4 tropical de Fusarium, fungo causador do mal-do-Panamá, e a bacteriose causada por Xanthomonas”, afirma Cordeiro. Esta última resulta em murcha permanente e até na morte da planta. Os principais sintomas são murcha e amarelecimento de folhas, amadurecimento prematuro do cacho, apodrecimento dos frutos e descoloração de vasos. Já a sigatoka-negra é a mais grave doença da cultura, provocando perdas de 100% na produção de variedades suscetíveis, e a raça 4 tropical de Fusarium afeta a maioria das variedades da cultura da banana cultivadas no País e não tem controle, diferentemente das sigatokas e de outras doenças.

Irrigação
Aproveitando o fato de a bananeira ser considerada uma planta exigente em água e o Distrito de Irrigação de Formoso ser a maior região produtora de banana do Nordeste, uma das palestras será ministrada pelo professor Sérgio Donato, que vai falar sobre estresses abióticos. “No Semiárido, considerando que o cultivo da bananeira é obrigatoriamente irrigado, se as necessidades hídricas estiverem plenamente atendidas, os estresses abióticos que passam a limitar a produtividade são: temperaturas altas, radiação solar excessiva e vento, em maior ou menor grau, variável com a época do ano e a região do semiárido”, informa. “É preciso intensificar as práticas que aumentem a eficiência de uso da água, que melhorem a infiltração de água no solo e a refrigeração da planta, como densidade de plantio, manejo da palhada, cobertura morta, aplicação de matéria orgânica, melhoria do enraizamento das plantas e até cultivo protegido em casos extremos”, salienta Donato.
O evento tem o apoio do Instituto Federal Baiano campos Bom Jesus da Lapa (onde vão ser apresentadas as palestras), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Ballagro Agro Tecnologia, Banana da Bahia, Agro Humus e Simbiose.

Outras informações: telefone (75) 3312-8144 e e-mail cnpmf.inscricao@embrapa.br

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Própolis de abelhas-europeias inibe fungo que ataca milho, citros e tomate

Fonte: site revista cultivar.

Foto: Alberto Marsaro Junior
O própolis produzido pela abelha-europeia (Apis mellifera) possui ação contra o fungo P. aphanidermatum, microrganismo que causa a podridão do colo e tombamento de plântulas de diversas culturas como milho, citros, tomate, beterraba e pimentão. A descoberta científica fez parte do trabalho de doutorado de Wallance Pazin pela Universidade de São Paulo (USP), realizado com participação da Embrapa Meio Ambiente (SP). Ele avaliou a ação de quatro tipos de própolis coletados em diferentes regiões do Brasil.
O produto desse inseto é chamado de própolis verde e suas ações preventivas e terapêuticas são conhecidas pela ciência, que já comprovou algumas propriedades antimicrobianas, antitumorais e antioxidantes. Esse achado, voltado a aplicações agrícolas, abre caminho para o desenvolvimento de defensivos naturais a preços acessíveis, o que o torna valioso especialmente para pequenos produtores.
No trabalho na Embrapa, sob supervisão da pesquisadora Sonia Queiroz, foi realizado o isolamento das substâncias bioativas do própolis verde previamente selecionadas. “O própolis verde, conhecido como ‘ouro verde da natureza’, é um verdadeiro presente para a nossa saúde. Ele é produzido a partir da extração – feita pela abelha africanizada – da resina de uma planta conhecida como alecrim do campo, que é abundante no Brasil”, conta a cientista.
Conforme explica Pazin, com a pesquisa foi possível isolar e identificar a substância ativa Artepilina C. Entre os compostos encontrados no própolis verde, essa molécula foi a principal responsável por diversos mecanismos de ação contra patógenos de várias espécies. A pesquisa comprovou a importância farmacológica da molécula, principalmente pelo seu potencial antioxidante, anti-inflamatório e anticancerígeno.
Própolis
Entre todos os tipos de própolis existentes, o coletado pela espécie de abelha Apis mellifera, denominado própolis verde, é o que goza de maior destaque mundial e que tem sido comercializado e exportado para indústrias farmacêuticas, principalmente no Japão. Ele se destaca por seu amplo espectro de ações preventivas e tratamentos de doenças e propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas, anticancerígenas e antioxidantes.
Os agentes bioativos encontrados nesse produto dependem do tipo de vegetação ao qual a abelha tem acesso na região e da seletividade específica de cada espécie na coleta, possivelmente devido à necessidade de atividade antimicrobiana no interior da colmeia.

Após o isolamento da substância bioativa e avaliação da atividade antifúngica, Pazin continuou sua pesquisa na USP de Ribeirão Preto (SP), na Universidade do Sul da Dinamarca (SDU) e na Universidade Tecnológica de Eindhoven (TUE), na Holanda. Ele observou também que os compostos presentes no própolis com maior bioatividade são capazes de interagir com a membrana celular, a película que envolve a célula. A Artepilin C se mostrou capaz de alterar as propriedades da membrana, o que permite que a molécula seja mais eficiente no controle da doença. Essa parte do trabalho foi publicada no periódico científico European Biophysics Journal.
Futuro produto sustentável e acessível
"A aplicação de um produto baseado no própolis para inibição do crescimento dessa espécie de microrganismo está em fase de desenvolvimento. Com um antifúngico acessível, pequenos agricultores poderão ser beneficiados com a tecnologia para o controle de doenças provocadas pelo fungo P. aphanidermatum, com a vantagem que será um produto natural, não tóxico e seguro para o consumo humano e para o meio ambiente", prevê Pazin.
“Já foram identificadas no Brasil mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão, chamadas indígenas. O crescimento da população dentro dessas espécies leva a uma potencial fonte de produtos farmacológicos naturais, como os encontrados no própolis e no mel”, avalia o físico biológico, esclarecendo que o própolis é totalmente diferente do mel.
Cada espécie de abelha é capaz de coletar substâncias de plantas e formar diversos tipos de própolis, que são dependentes do ambiente em que vivem e das fontes vegetais que esses insetos possuem para coletar. O própolis tem a função de manter a ação antimicrobiana dentro das colônias as protegendo, assim, de microrganismos nocivos.
O estudo também mostrou que a região do Cerrado é uma rica fonte de biodiversidade e possui uma grande concentração da planta da espécie Baccharis dracunculifolia, conhecida como alecrim-do-campo, que tem uma constituição química similar ao desse própolis. A descoberta também despertou o interesse pela espécie vegetal como fonte de novos compostos bioativos naturais.
“Como os compostos encontrados em um ou em outro própolis diferem, sugerimos que há novos compostos ainda não identificados no própolis da abelha indígena que pode ter garantido essa ação antioxidante e que precisam ser mais estudados", afirma Pazin. Em sua pesquisa, ele descobriu que o própolis coletado pela abelha nativa Melipona quadrifasciata anthidiodes, conhecida como mandaçaia, apresentou ação antioxidante tão significativa quanto o produzido pela abelha-europeia.
Também participaram da pesquisa o professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto Amando Ito, orientador do doutorado; o professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP Ademilson Espencer Soares; e a pesquisadora Andresa Berreta, da empresa Apis Flora.
Foto: Alberto Marsaro Junior
O própolis produzido pela abelha-europeia (Apis mellifera) possui ação contra o fungo P. aphanidermatum, microrganismo que causa a podridão do colo e tombamento de plântulas de diversas culturas como milho, citros, tomate, beterraba e pimentão. A descoberta científica fez parte do trabalho de doutorado de Wallance Pazin pela Universidade de São Paulo (USP), realizado com participação da Embrapa Meio Ambiente (SP). Ele avaliou a ação de quatro tipos de própolis coletados em diferentes regiões do Brasil.
O produto desse inseto é chamado de própolis verde e suas ações preventivas e terapêuticas são conhecidas pela ciência, que já comprovou algumas propriedades antimicrobianas, antitumorais e antioxidantes. Esse achado, voltado a aplicações agrícolas, abre caminho para o desenvolvimento de defensivos naturais a preços acessíveis, o que o torna valioso especialmente para pequenos produtores.
No trabalho na Embrapa, sob supervisão da pesquisadora Sonia Queiroz, foi realizado o isolamento das substâncias bioativas do própolis verde previamente selecionadas. “O própolis verde, conhecido como ‘ouro verde da natureza’, é um verdadeiro presente para a nossa saúde. Ele é produzido a partir da extração – feita pela abelha africanizada – da resina de uma planta conhecida como alecrim do campo, que é abundante no Brasil”, conta a cientista.
Conforme explica Pazin, com a pesquisa foi possível isolar e identificar a substância ativa Artepilina C. Entre os compostos encontrados no própolis verde, essa molécula foi a principal responsável por diversos mecanismos de ação contra patógenos de várias espécies. A pesquisa comprovou a importância farmacológica da molécula, principalmente pelo seu potencial antioxidante, anti-inflamatório e anticancerígeno.


Própolis
Entre todos os tipos de própolis existentes, o coletado pela espécie de abelha Apis mellifera, denominado própolis verde, é o que goza de maior destaque mundial e que tem sido comercializado e exportado para indústrias farmacêuticas, principalmente no Japão. Ele se destaca por seu amplo espectro de ações preventivas e tratamentos de doenças e propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas, anticancerígenas e antioxidantes.
Os agentes bioativos encontrados nesse produto dependem do tipo de vegetação ao qual a abelha tem acesso na região e da seletividade específica de cada espécie na coleta, possivelmente devido à necessidade de atividade antimicrobiana no interior da colmeia.

Após o isolamento da substância bioativa e avaliação da atividade antifúngica, Pazin continuou sua pesquisa na USP de Ribeirão Preto (SP), na Universidade do Sul da Dinamarca (SDU) e na Universidade Tecnológica de Eindhoven (TUE), na Holanda. Ele observou também que os compostos presentes no própolis com maior bioatividade são capazes de interagir com a membrana celular, a película que envolve a célula. A Artepilin C se mostrou capaz de alterar as propriedades da membrana, o que permite que a molécula seja mais eficiente no controle da doença. Essa parte do trabalho foi publicada no periódico científico European Biophysics Journal.


Futuro produto sustentável e acessível
"A aplicação de um produto baseado no própolis para inibição do crescimento dessa espécie de microrganismo está em fase de desenvolvimento. Com um antifúngico acessível, pequenos agricultores poderão ser beneficiados com a tecnologia para o controle de doenças provocadas pelo fungo P. aphanidermatum, com a vantagem que será um produto natural, não tóxico e seguro para o consumo humano e para o meio ambiente", prevê Pazin.

“Já foram identificadas no Brasil mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão, chamadas indígenas. O crescimento da população dentro dessas espécies leva a uma potencial fonte de produtos farmacológicos naturais, como os encontrados no própolis e no mel”, avalia o físico biológico, esclarecendo que o própolis é totalmente diferente do mel.

Cada espécie de abelha é capaz de coletar substâncias de plantas e formar diversos tipos de própolis, que são dependentes do ambiente em que vivem e das fontes vegetais que esses insetos possuem para coletar. O própolis tem a função de manter a ação antimicrobiana dentro das colônias as protegendo, assim, de microrganismos nocivos.
O estudo também mostrou que a região do Cerrado é uma rica fonte de biodiversidade e possui uma grande concentração da planta da espécie Baccharis dracunculifolia, conhecida como alecrim-do-campo, que tem uma constituição química similar ao desse própolis. A descoberta também despertou o interesse pela espécie vegetal como fonte de novos compostos bioativos naturais.

“Como os compostos encontrados em um ou em outro própolis diferem, sugerimos que há novos compostos ainda não identificados no própolis da abelha indígena que pode ter garantido essa ação antioxidante e que precisam ser mais estudados", afirma Pazin. Em sua pesquisa, ele descobriu que o própolis coletado pela abelha nativa Melipona quadrifasciata anthidiodes, conhecida como mandaçaia, apresentou ação antioxidante tão significativa quanto o produzido pela abelha-europeia.

Também participaram da pesquisa o professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto Amando Ito, orientador do doutorado; o professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP Ademilson Espencer Soares; e a pesquisadora Andresa Berreta, da empresa Apis Flora.

Pó de rochas fecunda os solos


Adubo natural, pó alimenta as plantas, potencializa a produtividade e torna-se mais acessível.


O agricultor brasileiro está tirando leite de pedras. Explica-se: produtores de grãos, hortaliças, frutas, flores, pastagens e na silvicultura estão usando pó de rochas em substituição aos adubos químicos convencionais, e com vantagens. É a chamada biomineralização. As rochas com potencial de uso para a agricultura estão expostas na superfície ou são subprodutos da atividade mineradora.

Antes de virarem adubo natural, as rochas passam por um processo chamado de rochagem, no qual são transformadas em pó. “O pó de rocha fornece nutrientes ao solo, como cálcio, fósforo, magnésio e, principalmente, potássio”, esclarece o pesquisador Éder Martins, da Embrapa Cerrados. Martins coordena a Rede AgriRocha, formada por cerca de 100 pesquisadores que avaliam o potencial das diferentes rochas brasileiras como fontes de nutrientes para a agricultura.

Outra função dessas rochas é de serem condicionadores do solo. Isto é, permitem que outros nutrientes e condições do solo sejam mais equilibrados e que os nutrientes sejam disponibilizados conforme a demanda da cultura. “Especialmente em culturas perenes, essas fontes são de disponibilização lenta. A vantagem disso, em comparação às fontes convencionais, é que o agricultor não precisa ficar repondo os fertilizantes”, ressalta Martins.

Os três Estados do Sul têm experiências de manejo alternativo em várias culturas. No RS, a biomineralização despertou o interesse de produtores da região de Ijuí. Testes feitos com a aplicação de pó de rochas, em lavouras e hortas, têm deixado satisfeitos os produtores. “O pó de rocha contém cerca de 70 minerais, como cálcio, ferro, magnésio, ou seja, praticamente todos os minerais de que a planta necessita”, disse o engenheiro agrônomo da Emater, Gilberto Pozzobon.

Uma dessas propriedades é a de Cristiano Didoné, produtor de leite do interior de Ijuí. As duas toneladas de pó de rocha que aplicou em uma área considerada improdutiva conseguiram aumentar a produtividade em 30%. “Os resultados começaram a aparecer a partir do segundo ano”, disse Didoné.

Quando depositados em solos enfraquecidos, os minerais que as rochas carregam vão alimentar e nutrir as plantas, que, segundo os técnicos, crescerão mais saudáveis e menos suscetíveis a doenças. “A biomineralização pode ser uma alternativa ao modelo de produção que não respeita a natureza e o ser humano”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ijuí, Carlos Karlinski.

Em SC - Santa Catarina está apostando na adubação com pó de basalto. Em Guaraciaba, no Extremo-Oeste, o basalto é usado misturado com adubo orgânico em pastagens perenes de verão. “Houve desenvolvimento de rebrota em menor período de tempo e diminuiu a incidência de pragas”, conta o agrônomo Clístenes Guadagnin, extensionista da Epagri local.

Os resultados estão associados a um melhor manejo do gado, da pastagem e do solo, com a divisão em piquetes. Em testes realizados com lavouras de arroz sequeiro e milho, houve menor incidência de doenças foliares, maior produção e resistência das plantas a períodos de estresse hídrico.

Em Ituporanga, no Vale do Itajaí, o pó de ardósia é usado na produção de cebola. “Usamos esse material associado à adubação verde e percebemos que o teor de potássio subiu rapidamente. Além disso, a acidez do solo diminuiu”, conta o agrônomo Hernandes Werner, pesquisador da Estação Experimental de Ituporanga.

Catarinense descobre basalto moído

Agricultores de diferentes regiões de Santa Catarina estão usando pó de rocha para repor os nutrientes da terra. Um deles é Wilfrit Kunze, da localidade de Santa Maria, em Porto União. No lugar do adubo convencional, ele começou a aplicar basalto moído e se surpreendeu com o resultado. Os custos de produção caíram e, hoje, ele planta milho, feijão, soja e cebola no sistema agroecológico usando basalto misturado com adubo orgânico.

Wilfrit associa essa técnica com adubação verde de inverno, plantio direto e rotação de culturas. O sistema tem aumentado a produtividade: no primeiro ano com pó de rocha, o agricultor colheu 180 sacas de milho por alqueire. No ano seguinte, colheu 220 sacas na mesma área.

Para o agrônomo Daniel Dalgallo, extensionista da Epagri, o pó de basalto pode substituir com vantagens a adubação sintética. “Com o adubo químico, o produtor se limita a seis ou sete nutrientes. O basalto tem 108 elementos químicos. Desses, 42 são importantes para o metabolismo da planta. Com uma nutrição equilibrada, a planta fica mais resistente a doenças”, destaca.

Análises - De acordo com o biólogo Bernardo Knapik, que há mais de 20 anos estuda o pó de basalto, análises foliares das plantas que receberam a técnica apontam que elas são mais ricas em nutrientes. “O pó de rocha não agride o meio ambiente porque não se dissolve rapidamente. Ele é trabalhado pelos micro-organismos e pelas raízes e, assim, o solo se regenera. Já o adubo sintético é solúvel, a planta aproveita o que pode, e o que ela não absorve pode causar problemas ambientais”, compara.

Para ser usada na agricultura, a rocha é moída até se transformar em um pó semelhante ao cimento. Mas antes de usar esse material na lavoura, o agricultor deve fazer uma análise do solo e buscar o acompanhamento de um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola.

Pesquisadores confirmam qualidades da rocha moída

O pó de basalto, por ser pouco solúvel, diminui os riscos de perdas por lixiviação; corrige gradativamente o pH do solo; em conjunto com a matéria orgânica, incentiva a vida; proporciona equilíbrio de macro e micronutrientes nas plantas, fortificando-

as; diminui a necessidade do uso de fertilizantes químicos, minimizando os riscos ao ambiente; proporciona ganho econômico a longo prazo. O custo é quase 20 vezes menor do que a aplicação de insumos convencionais.

É o que constaram o biólogo Fábio Junior Pereira da Silva e o engº agrº Edinei de Almeida. Eles apresentaram a experiência da utilização de pó de basalto nos sistemas de produção no PR e SC, no I Congresso Brasileiro de Rochagem, realizado em Brasília de 21 a 24 de setembro de 2009
No relato, as 560 famílias, organizadas em associações e grupos comunitários, buscavam alternativas ao sistema convencional. O trabalho é assessorado pela ONG ASPTA, Faculdade de Filosofia e Letras de União da Vitória e a Fundação Araucária.

outubro de 2010



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