Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com WHAST 51 3407-4813
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Production of Biofertilizers
Thai students show a step-by-step process using simple ingredients. An educational video sponsored by The Office of HRH Princess Maha Chakri Sirindhorn and produced by students from Worcester Polytechnic Institute and Chulalongkorn University.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Compostagem: Perguntas e respostas
Elemental soluções
No Brasil, apenas 1,6% do lixo orgânico coletado é reciclado. Isso representa um grande desperdício, comparando com a crise ambiental e energética que vivenciamos.A compostagem vem se mostrando com uma ótima alternativa para a reciclagem do lixo orgânico produzido, pois é a forma mais controlada de se conseguir a biodegradação desses resíduos, transformando-os em adubo.
Do que se trata?
A compostagem é uma técnica que utiliza a atividade de microrganismos para a transformação de resíduos orgânicos, em especial aqueles compostos por material de origem vegetal, em adubos. Trata-se de um processo biológico (pois é por meio da atividade de organismos macro e microscópicos que o material vira composto), aeróbio (porque há necessidade da presença de oxigênio) e termofílico (pois o material alcança fases com elevadas temperaturas).Quais são as fases do processo?
O processo geral envolve diferentes fases, cada qual representada por um grupo de microorganismos. Desta forma, grupos microbianos com diferentes mecanismos de ação sobre o substrato se sucedem, transformando aos poucos o material lignocelulósico original, e produzindo matéria orgânica humificada (Pereira Neto, 1996).Dentre as fases que observamos, podemos citar as fases de estabilização e maturação. A fase de estabilização é necessariamente termofílica, caracterizada pela presença de organismos termófilos, elevando a temperatura do volume a ser compostado a cerca de 70° c. Essa fase é muito importante pois, ao ser mantida, aumenta a eficiência do processo e elimina os organismos patogênicos, caso haja. Já a fase de maturação é caracterizada por temperaturas mesofílicas, pois envolve a ação de organismos mesófilos, ou seja, atuam na faixa de temperatura entre 20 e 40°c.
O que afeta o processo de compostagem?
O bom andamento do processo e qualidade do produto final é função de determinados fatores. Alguns devem ser tomados em conta no começo do processo, na hora de montar as pilhas ou leiras, que é o diâmetro do material a ser compostado e o terreno sob o material. Pelo fato da necessidade de se estar frequentemente umidecendo as pilhas para melhor andamento do processo, o terreno deve ter uma certa declividade, de forma a escoar o chorume produzido. Este chorume poderá ser reutilizado depois.Como dito anteriormente, o processo de compostagem é um processo aeróbio, ou seja, necessita de oxigênio para seu melhor desempenho. Sendo assim, é interessante a periódica aeração através do remanejo da pilha. Por razões científica, é interessante também monitorar temperatura e pH, contudo, é mais complicado o acesso a equipamentos de medição e controle desses fatores. Assim, o que se sugere é que, durante o primeiro mês, seja feita a aeração e umidecimento duas vezes por semana, em dias alternados. Por exemplo, segunda e quarta as pilhas são aeradas e nas terças e quintas são umedecidas. Importante ressaltar aqui que o umidecimento apenas serve para auxiliar a atividade microbiana. Muita água prejudica o seu desenvolvimento, retardando o processo todo.
A partir do segundo mês a repetição poderá ocorrer uma vez por semana, com repetições de 15 em 15 dias no terceiro mês. Caso o composto não se demonstre maduro a partir do terceiro mês, sugere-se que seja repetido a metodologia usada no último mês para aeração e umedecimento, até que ele esteja pronto.
Contudo, este processo pode apresentar diversas variações, influenciadas pela temperatura, aeração, constituição do material de origem, uso ou não de inóculos e ativadores, presença de nutrientes na formulação inicial entre outras. Todos os fatores podem ser controlados originando compostos com diferentes características e tempos de estabilização do processo. O que foi proposto se trata de uma metodologia já testada e com sua eficácia comprovada.
Quanto tempo demora um processo de compostagem?
Estudos comprovam que em 3 meses é possível de se retirar um produto maduro. Como foi anteriormente falado, o processo depende da atividade microbiana. Sendo assim, fatores como aeração e umidade são importante de serem controlados.
O que se precisa fazer para praticar compostagem?
Apenas vontade e dedicação. Não há apenas uma forma de se fazer compostagem. O conceito básico foi explicado. Com isso podemos imaginar e inovar com diversas outras técnicas para se conseguir chegar a um composto maduro.
Então?! Mãos à obra?!
Referências:
BENITES, V. M. et al. Produção de Adubos Orgânicos a partir da Compostagem dos resíduos da Manutenção da Área Gramada do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2004. (Embrapa Solos. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 50).
PEREIRA NETO, J. T. Manual de Compostagem. 1996
fonte http://elementalsolucoes.com.br/compostagem-perguntas-e-respostas/
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
cultivation of azolla, a biofertiliser : A Method demonstration
The Azolla-Anabaena symbiosis has been called a superorganism that combines the individual talents of two very different organisms. The cyanobacterium Anabaena evolved during the early history of the Earth more than three billion years ago when the planet’s atmosphere was devoid of oxygen. The other organism is the fern Azolla.
Azolla’s floating leaves contain cavities filled with nitrogen that replicate the Earth’s ancient atmosphere. These provide a microenvironment for Anabaena which draws down up to 1000 kg of atmospheric nitrogen per acre per year. The nitrogen provides a natural fertilizer for Azolla’s growth, freeing the plant from its reliance on soil and enabling it to grow free floating on freshwater bodies.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Sumiço das abelhas derruba exportações de mel do Brasil
O
Brasil caiu da 5ª para a 10ª colocação mundial em exportação de mel nos
últimos dois anos. O motivo foi o abandono das colmeias na região
produtora mais importante do país, o Nordeste. Em 2012, alguns estados
registraram queda de 90% na produção e o abandono de colmeias chegou a
60%. "A queda no Nordeste reflete diretamente nas exportações nacionais
de mel. A região é uma das maiores produtoras e exportadoras do país"
explica Maria de Fátima Vidal, coordenadora de estudos e pesquisas do Etene (Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste).
Cerca de 46 mil pequenos apicultores em nove estados nordestinos vivem da atividade e, juntos, respondem por 40% da produção de mel no país -- em épocas com índice normal de chuva. Por trás do sumiço das abelhas está a seca que atinge a região há pelo menos 24 meses. Além das alterações climáticas, bactérias e uso de agrotóxicos são citados como causas da mortalidade das abelhas no Brasil. Mas a falta de documentação sobre o desaparecimento de enxames dificulta o trabalho de controle e monitoramento da situação.
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) prevê que o problema não deve melhorar até 2015. Neste ano, as perspectivas de pouca chuva estão se confirmando e, para o próximo, mesmo que haja precipitação normal, a recuperação das colmeias deve ser lenta. "Isso ocorre porque o período de chuvas no Nordeste é curto sendo que, quando ocorrem as floradas, os novos enxames primeiro puxam cera e fortalecem as famílias e, somente depois, no final do período chuvoso, é que começam a produzir mel", afirma Vidal, em artigo assinado pela Etene, órgão do Banco do Nordeste.
Santa Catarina bate recorde depois de perda histórica
Os produtores de Santa Catarina também sofreram com o desaparecimento dos insetos. Em 2011, pior ano, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o estado produziu cerca de 4 mil toneladas, enquanto a média anual é de 6 mil. "Muitas famílias deixaram a apicultura", lembra Walter Miguel, engenheiro gerente do Centro de Desenvolvimento Apícola da Epagri.
Cerca de 30 mil famílias atuam na atividade no estado do Sul e são responsáveis por cerca de 300 mil colmeias. Em 2011, o desaparecimento de abelhas chegou a quase 100% em algumas regiões. A floração de culturas como maçã e pêra foi prejudicada por causa da ausência das abelhas. "Estima-se que mais de 10% da produção agropecuária tenha sido comprometida pela falta das polinizadoras", destaca Miguel. Nessa parte do Brasil, o frio foi um dos principais motivos que ocasionou o sumiço dos insetos.
Após ações de manejo e orientação dos apicultores, as abelhas retornaram e a produção bateu recorde na última safra: 7 mil toneladas. Além do frio intenso, doenças, manejo inadequado e uso de agrotóxicos contribuíram para a queda da produtividade e sumiço dos insetos. Situação que preocupa pesquisadores, entidades governamentais e apicultores de todo o Brasil.
Síndrome do Colapso das Abelhas
Em países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Índia e em nações da União Europeia, o problema é caracterizado como Síndrome do Colapso das Abelhas (CCD, sigla em inglês para Colony Collapse Disorder). Trata-se de um abandono repentino e massivo de colmeias. A situação é grave e, em estados norte-americanos chegou a comprometer a produção agrícola, já que a floração é feita quase que exclusivamente através desse inseto. De acordo com a Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), entre 2007 e 2008 aquele país perdeu cerca de 1 milhão de abelhas.
"Hoje, sabe-se que elas desempenham um papel fundamental na agropecuária. Cerca de 80% de tudo o que é consumido no mundo é polinizado pelas abelhas. A ausência delas reflete-se com impacto direto sobre a agricultura", afirma Walter Miguel, engenheiro agrônomo gerente do Centro de Desenvolvimento Apícola da Epagri.
Agrotóxicos estão entre as causas do sumiço de enxames
Márcio Freitas, coordenador geral de avaliação de substâncias tóxicas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), explica que até o momento há dois casos que se assemelham com CCD no país, em São Paulo e Minas Gerais.
Segundo o especialista, a falta de dados concretos de todas as regiões brasileiras compromete a análise das causas do desaparecimento das abelhas. "Como em muitas regiões do país, a apicultura não ocorre de forma organizada, por isso, muitos casos de desaparecimento não são documentados. Há cerca de cem casos informados ", comenta Freitas.
Apesar de descartar o CCD, o Ibama indica que os defensivos agrícolas estão entre os três principais causadores do desaparecimento de abelhas no Brasil. Eles matam os insetos imediatamente após a aplicação ou afetam seu sistema sensor, fazendo com que ele não consiga retornar à colmeia, enfraquecendo o enxame.
Desde 2010, a entidade analisa três tipos de neonicotinóides, defensivos agrícolas apontados por estudos internacionais como causadores deste fenômeno. Caso se confirme os efeitos nocivos, medidas mais rigorosas para proteger os insetos devem ser adotadas. A expectativa é que, até 2014, os primeiros resultados conclusivos estejam prontos. Em 2012, uma portaria do Ibama restringiu o uso destas substâncias durante o período de floração.
Em abril de 2013, 15 dos 27 países da União Europeia (UE) suspenderam o uso desses defensivos agrícolas. José Cunha, presidente da CBA, garante que existe um esforço conjunto entre os órgãos apícolas e o setor agrícola para mitigar os efeitos dos agrotóxicos sobre os polinizadores.
"O Brasil não pode se desenvolver sem o agronegócio e o meio ambiente não vive sem os polinizadores", analisa, Ele enfatiza que, se forem adotadas medidas de fomento e proteção à atividade, a produção anual pode pular de 50 mil para 200 mil toneladas no país.
FONTE
Deutsche Welle
Autoria: Janara Nicoletti
Edição: Nádia Pontes
www.ibama.gov.br
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
www.epagri.sc.gov.br
Confederação Brasileira de Apicultura
www.brasilapicola.com.br
Banco do Nordeste do Brasil
www.bnb.gov.br
União Europeia
europa.eu/index_pt.htm
Deutsche Welle
www.dw-world.de/dw/0,,607,00.html
Etene
www.bnb.gov.br/content/aplicacao/ETENE/E
tene/gerados/etene_estrutura.asp
Ibama
www.ibama.gov.br
Cerca de 46 mil pequenos apicultores em nove estados nordestinos vivem da atividade e, juntos, respondem por 40% da produção de mel no país -- em épocas com índice normal de chuva. Por trás do sumiço das abelhas está a seca que atinge a região há pelo menos 24 meses. Além das alterações climáticas, bactérias e uso de agrotóxicos são citados como causas da mortalidade das abelhas no Brasil. Mas a falta de documentação sobre o desaparecimento de enxames dificulta o trabalho de controle e monitoramento da situação.
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) prevê que o problema não deve melhorar até 2015. Neste ano, as perspectivas de pouca chuva estão se confirmando e, para o próximo, mesmo que haja precipitação normal, a recuperação das colmeias deve ser lenta. "Isso ocorre porque o período de chuvas no Nordeste é curto sendo que, quando ocorrem as floradas, os novos enxames primeiro puxam cera e fortalecem as famílias e, somente depois, no final do período chuvoso, é que começam a produzir mel", afirma Vidal, em artigo assinado pela Etene, órgão do Banco do Nordeste.
Santa Catarina bate recorde depois de perda histórica
Os produtores de Santa Catarina também sofreram com o desaparecimento dos insetos. Em 2011, pior ano, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o estado produziu cerca de 4 mil toneladas, enquanto a média anual é de 6 mil. "Muitas famílias deixaram a apicultura", lembra Walter Miguel, engenheiro gerente do Centro de Desenvolvimento Apícola da Epagri.
Cerca de 30 mil famílias atuam na atividade no estado do Sul e são responsáveis por cerca de 300 mil colmeias. Em 2011, o desaparecimento de abelhas chegou a quase 100% em algumas regiões. A floração de culturas como maçã e pêra foi prejudicada por causa da ausência das abelhas. "Estima-se que mais de 10% da produção agropecuária tenha sido comprometida pela falta das polinizadoras", destaca Miguel. Nessa parte do Brasil, o frio foi um dos principais motivos que ocasionou o sumiço dos insetos.
Após ações de manejo e orientação dos apicultores, as abelhas retornaram e a produção bateu recorde na última safra: 7 mil toneladas. Além do frio intenso, doenças, manejo inadequado e uso de agrotóxicos contribuíram para a queda da produtividade e sumiço dos insetos. Situação que preocupa pesquisadores, entidades governamentais e apicultores de todo o Brasil.
Síndrome do Colapso das Abelhas
Em países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Índia e em nações da União Europeia, o problema é caracterizado como Síndrome do Colapso das Abelhas (CCD, sigla em inglês para Colony Collapse Disorder). Trata-se de um abandono repentino e massivo de colmeias. A situação é grave e, em estados norte-americanos chegou a comprometer a produção agrícola, já que a floração é feita quase que exclusivamente através desse inseto. De acordo com a Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), entre 2007 e 2008 aquele país perdeu cerca de 1 milhão de abelhas.
"Hoje, sabe-se que elas desempenham um papel fundamental na agropecuária. Cerca de 80% de tudo o que é consumido no mundo é polinizado pelas abelhas. A ausência delas reflete-se com impacto direto sobre a agricultura", afirma Walter Miguel, engenheiro agrônomo gerente do Centro de Desenvolvimento Apícola da Epagri.
Agrotóxicos estão entre as causas do sumiço de enxames
Márcio Freitas, coordenador geral de avaliação de substâncias tóxicas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), explica que até o momento há dois casos que se assemelham com CCD no país, em São Paulo e Minas Gerais.
Segundo o especialista, a falta de dados concretos de todas as regiões brasileiras compromete a análise das causas do desaparecimento das abelhas. "Como em muitas regiões do país, a apicultura não ocorre de forma organizada, por isso, muitos casos de desaparecimento não são documentados. Há cerca de cem casos informados ", comenta Freitas.
Apesar de descartar o CCD, o Ibama indica que os defensivos agrícolas estão entre os três principais causadores do desaparecimento de abelhas no Brasil. Eles matam os insetos imediatamente após a aplicação ou afetam seu sistema sensor, fazendo com que ele não consiga retornar à colmeia, enfraquecendo o enxame.
Desde 2010, a entidade analisa três tipos de neonicotinóides, defensivos agrícolas apontados por estudos internacionais como causadores deste fenômeno. Caso se confirme os efeitos nocivos, medidas mais rigorosas para proteger os insetos devem ser adotadas. A expectativa é que, até 2014, os primeiros resultados conclusivos estejam prontos. Em 2012, uma portaria do Ibama restringiu o uso destas substâncias durante o período de floração.
Em abril de 2013, 15 dos 27 países da União Europeia (UE) suspenderam o uso desses defensivos agrícolas. José Cunha, presidente da CBA, garante que existe um esforço conjunto entre os órgãos apícolas e o setor agrícola para mitigar os efeitos dos agrotóxicos sobre os polinizadores.
"O Brasil não pode se desenvolver sem o agronegócio e o meio ambiente não vive sem os polinizadores", analisa, Ele enfatiza que, se forem adotadas medidas de fomento e proteção à atividade, a produção anual pode pular de 50 mil para 200 mil toneladas no país.
FONTE
Deutsche Welle
Autoria: Janara Nicoletti
Edição: Nádia Pontes
Links referenciados
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveiswww.ibama.gov.br
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
www.epagri.sc.gov.br
Confederação Brasileira de Apicultura
www.brasilapicola.com.br
Banco do Nordeste do Brasil
www.bnb.gov.br
União Europeia
europa.eu/index_pt.htm
Deutsche Welle
www.dw-world.de/dw/0,,607,00.html
Etene
www.bnb.gov.br/content/aplicacao/ETENE/E
tene/gerados/etene_estrutura.asp
Ibama
www.ibama.gov.br
DA TEORIA À PRÁTICA: Projeto utiliza plantas no tratamento de esgoto doméstico
Um sistema compatível com a realidade amazônica, adaptável às
comunidades ribeirinhas, que utiliza plantas no pós-tratamento de esgoto
doméstico. Em pleno funcionamento em uma casa sobre palafita na
comunidade Sagrado Coração de Jesus, no Careiro, o projeto denominado
Filtro Raiz, parceria entre a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e
Inovação Tecnológica (FUCAPI) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa),
entra na terceira fase de execução apresentando resultados promissores.
“Chegamos a 99,99%, até 100 % de remoção de coliformes fecais, o que
garante que a água pode ser devolvida ao rio”, comemora a coordenadora
do projeto pela FUCAPI, engenheira ambiental Andréa Asmus. O
pós-tratamento do esgoto doméstico é feito num sistema denominado wetland,
(terra úmida – em inglês), ou Filtro Raiz. De acordo com o projeto,
outro protótipo será instalado numa casa flutuante, na mesma comunidade.
A unidade que trata o esgoto resultante da casa tipo palafita é fixa,
e alagável no período das cheias. Os protótipos são construídos de
forma que apenas a água resultante do tratamento tenha contato com o
rio. O líquido sai da fossa séptica, entra pela parte inferior do
tanque, passa por camadas de areia e chega à superfície, onde é plantada
um tipo de braquiária (gramínia) que auxilia na remoção de nutrientes
presentes no esgoto.
O assunto foi tema de reportagens no jornal A Crítica on-line (http://goo.gl/gUoGr) e impresso do dia 8/11/2011; e foi exibida no Jornal da Band do dia 17/11/1011 (http://goo.gl/XortZ).
Uma questão de saúde pública
Segundo Reinier Pedraça, engenheiro sanitarista e supervisor da
pesquisa pela Funasa, o projeto tem o objetivo de melhorar a qualidade
de vida da população que vive em áreas de várzea. “Em muitas dessas
áreas é factível a implantação de um sistema de coleta de esgoto,
entretanto, a maior dificuldade encontrada refere-se à aplicação dos
tratamentos convencionais, visto que a subida das águas inibe ou
dificulta essa etapa. Assim sendo, cabe um estudo para verificar a
aplicabilidade e adequação do WETLAND (filtro raiz) à situação
de áreas de várzea, sujeitas a inundações periódicas. O produto esperado
com essa pesquisa é verificar a factibilidade da aplicação desse tipo
de solução às características regionais”, explica.
De acordo com o infectologista Rodrigo Leitão, a falta de saneamento
básico e o uso da água poluída podem trazer uma série de conseqüências
graves à população. “A falta de saneamento básico é um grave problema
que, infelizmente, ainda atinge grande parte da população. Doenças como
febre tifóide, leptospirose, disenteria e hepatite são transportadas
pela água e adquiridas por meio do uso e ingestão de água ou alimentos
contaminados por organismos patogênicos. Diarréias e infecções de pele
como sarnas e fungos também são doenças decorrentes da falta de
saneamento básico”, completa o médico.
Enquanto monitoram os resultados do projeto, os técnicos realizam
ações de educação ambiental para conscientizar a comunidade da
importância do sistema para o meio ambiente. “Com os resultados, podemos
afirmar que esse tipo de sistema pode ser a solução para o tratamento
de esgoto doméstico em comunidades ribeirinhas”, diz a engenheira
ambiental.
A situação no Brasil
No Brasil, segundo o IBGE, dos 50,3% de esgoto coletado, apenas 31,3%
é tratado. Ainda segundo o IBGE (2007), cerca de 23,59% dos domicílios
do Amazonas são atendidos por rede coletora de esgoto, sendo que o
tratamento de efluentes é praticamente inexistente. Nas comunidades
ribeirinhas, situadas em área de várzea ou próximas de rios, a situação é
ainda mais precária. Essa situação induz o descarte do esgoto nos rios,
lagos e igarapés, em valas a céu aberto, e a contaminação dos lençóis
freáticos, através dos sumidouros, favorecendo a ocorrência de doenças
de veiculação hídrica. Doenças como a leptospirose, hepatite “A” e febre
tifóide são associadas à ausência de tratamento de esgoto.
Segundo dados disponibilizados pela empresa Águas do Amazonas (http://goo.gl/Fbgn4), na cidade de Manaus a coleta de esgoto cobre 11,6% da população, sendo que apenas 2,9% é tratado.
Confira os dados do saneamento básico no Brasil no Atlas IBGE de saneamento: http://goo.gl/jzmJi
Sobre os wetlands
Wetland é a denominação inglesa genérica dada às áreas úmidas
naturais onde ocorre a transição entre os ambientes aquáticos e
terrestres, reconhecidas como um rico habitat para diversas espécies e
capazes de melhorar a qualidade das águas. Os pântanos, brejos, charcos,
várzeas, lagos muito rasos e manguezais são exemplos desse tipo de
terreno.
Já as wetlands construídas são sistemas naturais de tratamento de
esgoto que utilizam plantas para o pós-tratamento de efluentes. Além da
melhoria da qualidade do esgoto, a vegetação proporciona apelo estético
ao sistema colaborando para a redução nos índices de rejeição ao sistema
de tratamento de efluentes por parte da população.
O sistema de wetland permite algumas variações em sua concepção
dependendo da orientação do fluxo principal de escoamento, da posição da
lâmina d’água em relação ao sistema e o tipo de vegetação utilizado.
No Brasil, segundo artigo de Eneas Salati, Eneas Salati Filho e
Eneida Salati, do Instituto Terramax – Consultoria e Projetos Ambientais
LTDA, disponível em http://goo.gl/3qzLt,
a primeira tentativa de utilização de sistemas de wetlands construídas
foi em 1982, com a construção de um lago artificial nas proximidades de
um córrego altamente poluído em Piracicaba/SP.
http://www.fucapi.br/blog/2011/11/da-teoria-prtica-projeto-utiliza-plantas-no-tratamento-de-esgoto-domstico/
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Horta e galinheiro em terraço de edifício na Austrália
Rooftop Chickens
Chickens are an excellent addition to any small-scale growing system, if you have the space. They recycle green waste and produce two very valuable things for the small-scale gardener: fresh eggs, and chicken manure.
In a rooftop garden scenario, there’s no reason that chickens can’t still be a valuable part of the growing system. A great example is at Eagle Street Roofotop Farm in NYC, where Nick recently hung out with some high-rise chickens…
The chicken run at Eagle Street Farm is a simple affair, but it has all the attributes of a good small-scale chicken system:
Shelter: both in the cosy nesting box section, and also along the run as it’s next to a low wall that shields the wind.
Green pick: In the form of regular offcuts, seedheads and leaf material from the garden beds, making for happy, healthy chickens.
Intermittent clean-outs: of the deep litter that builds up in the run as the chickens tread down successive batches of straw and the stems of the green pick.
The deep litter that builds up in the run is perfect for adding to a compost pile, where the nitrogen-rich manure and carbon-rich materials can fast-track a ho-hum compost pile into something that’s ready to return to the garden beds sooner.
And up on a rooftop, every little bit of free nutrient helps, because otherwise you need to bring that nutrient in to grow your next round of veggies, to make up for what you take out in the form of harvest.
You can check out more of Tom Selby’s images of Eagle St Rooftop Farm (shot in 2010) at The Selby. Cheers to the Eagle Street Farm crew for letting Nick check out the action last May.
>> More posts about Urban food growing strategies here…
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Desperdício de alimentos causa prejuízos anuais de US$ 750 bilhões, avalia FAO
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) advertiu ontem (11/09/13), em estudo publicado em Roma, Itália, que os
desperdícios com alimentos no mundo podem causar cerca de US$ 750
bilhões anuais de prejuízos. Pelo relatório, 1,3 bilhão de toneladas de
alimentos desperdiçadas por ano provocam estragos no solo e no meio
ambiente. O estudo alerta que o mau uso do lixo alimentar gera prejuízos
também à qualidade de vida.
O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, disse que medidas preventivas devem ser adotadas por todos -- agricultores, pescadores, processadores de alimentos, supermercados, os governos locais e nacionais, assim como os consumidores. "Temos que fazer mudanças em todos os elos da cadeia alimentar humana para impedir que ocorra o desperdício de alimentos, em seguida temos de promover a reutilização e reciclagem", disse.
Graziano lembrou que há situações que dificultam o desperdício de alimentos devido às "práticas inadequadas" na produção. Ele ressaltou que a FAO criou um manual que mostra medidas adotadas por governos nacionais e locais, agricultores, empresas e consumidores para resolver o problema.
O diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, ressaltou que o ideal é buscar o caminho da sustentabilidade, ao qual devem aderir todos os que participam da cadeia alimentar -- do produtor ao consumidor.
Pelo relatório, 54% dos resíduos dos alimentos no mundo ocorrem na fase inicial da produção -- na manipulação, após a colheita e na armazenagem. Os restantes 46% de prejuízos ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo de alimentos. Os produtos que se perdem ao longo do processo variam em cada região.
Na Ásia, o problema são as perdas envolvendo os cereais, em particular, o arroz. O prejuízo com carne é menor, segundo os dados. Porém, os resíduos de frutas contribuem significativamente para o desperdício de água no Continente Asiático, assim como na Europa e na América Latina.
Nos países em desenvolvimento, os maiores prejuízos ocorrem na fase após a colheita. A FAO recomenda que seja feito um esforço coletivo para orientar as colheitas e equilibrar a produção com a demanda. Também faz sugestões sobre a reutilização e recuperação de alimentos.
FONTE
Agência Brasil
Renata Giraldi - Repórter
Graça Adjuto - Edição
O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, disse que medidas preventivas devem ser adotadas por todos -- agricultores, pescadores, processadores de alimentos, supermercados, os governos locais e nacionais, assim como os consumidores. "Temos que fazer mudanças em todos os elos da cadeia alimentar humana para impedir que ocorra o desperdício de alimentos, em seguida temos de promover a reutilização e reciclagem", disse.
Graziano lembrou que há situações que dificultam o desperdício de alimentos devido às "práticas inadequadas" na produção. Ele ressaltou que a FAO criou um manual que mostra medidas adotadas por governos nacionais e locais, agricultores, empresas e consumidores para resolver o problema.
O diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, ressaltou que o ideal é buscar o caminho da sustentabilidade, ao qual devem aderir todos os que participam da cadeia alimentar -- do produtor ao consumidor.
Pelo relatório, 54% dos resíduos dos alimentos no mundo ocorrem na fase inicial da produção -- na manipulação, após a colheita e na armazenagem. Os restantes 46% de prejuízos ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo de alimentos. Os produtos que se perdem ao longo do processo variam em cada região.
Na Ásia, o problema são as perdas envolvendo os cereais, em particular, o arroz. O prejuízo com carne é menor, segundo os dados. Porém, os resíduos de frutas contribuem significativamente para o desperdício de água no Continente Asiático, assim como na Europa e na América Latina.
Nos países em desenvolvimento, os maiores prejuízos ocorrem na fase após a colheita. A FAO recomenda que seja feito um esforço coletivo para orientar as colheitas e equilibrar a produção com a demanda. Também faz sugestões sobre a reutilização e recuperação de alimentos.
FONTE
Agência Brasil
Renata Giraldi - Repórter
Graça Adjuto - Edição
Links referenciados
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
www.fao.org.br
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
www.pnuma.org.br
Agência Brasil
www.agenciabrasil.gov.br
FAO
www.fao.org.br
www.fao.org.br
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
www.pnuma.org.br
Agência Brasil
www.agenciabrasil.gov.br
FAO
www.fao.org.br
Cidade do interior de SP recebe programa de compostagem
20 de Agosto de 2013 • Atualizado às 09h00
Um projeto realizado em Mogi Mirim, interior de São Paulo, vai
demonstrar a eficiência da compostagem como solução para o acúmulo de
lixo nas cidades. A ação depende de um programa de coleta seletiva
familiar, o qual deverá fazer a separação e ainda tratar o lixo orgânico
produzido por cerca de 5.300 pessoas do município, transformando-o em
adubo.
A ação foi idealizada pela BASF, empresa que firmou parceria com a Prefeitura de Mogi Mirim. A compostagem tem como objetivo principal não só a produção do composto natural, mas também mostrar à sociedade que é possível reaproveitar os materiais orgânicos encontrados no lixo. Esta é a primeira vez que o projeto é realizado no Brasil, embora já tenha passado por cinco países anteriormente.
Para Karina Daruich, gerente de biopolímeros da BASF para a América do Sul, os processos de compostagem na cidade do interior paulista têm bastante importância ambiental. “A empresa contribuiu para a redução da quantidade de resíduos orgânicos destinado a aterros, e, além de aumentar a sua vida útil, também ajuda a diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Além disso, na compostagem, os nutrientes foram recuperados e devolvidos ao solo como fertilizante para plantas”, explica Karina.
A empresa e as autoridades públicas também se comprometeram a divulgar o programa na cidade, especialmente nas áreas atendidas pela iniciativa. Em conjunto com a BASF, a Prefeitura de Mogi Mirim vai distribuir informativos e realizar treinamentos, workshops e outras atividades direcionadas aos participantes. “O projeto disponibilizará informações úteis sobre a separação dos resíduos sólidos orgânicos domiciliares, contribuindo, assim, para o processo de compostagem”, revelou Gerson Luiz Rossi Junior, vice-prefeito da cidade.
Por Gabriel Felix – Redação CicloVivo
A ação foi idealizada pela BASF, empresa que firmou parceria com a Prefeitura de Mogi Mirim. A compostagem tem como objetivo principal não só a produção do composto natural, mas também mostrar à sociedade que é possível reaproveitar os materiais orgânicos encontrados no lixo. Esta é a primeira vez que o projeto é realizado no Brasil, embora já tenha passado por cinco países anteriormente.
Para Karina Daruich, gerente de biopolímeros da BASF para a América do Sul, os processos de compostagem na cidade do interior paulista têm bastante importância ambiental. “A empresa contribuiu para a redução da quantidade de resíduos orgânicos destinado a aterros, e, além de aumentar a sua vida útil, também ajuda a diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Além disso, na compostagem, os nutrientes foram recuperados e devolvidos ao solo como fertilizante para plantas”, explica Karina.
A empresa e as autoridades públicas também se comprometeram a divulgar o programa na cidade, especialmente nas áreas atendidas pela iniciativa. Em conjunto com a BASF, a Prefeitura de Mogi Mirim vai distribuir informativos e realizar treinamentos, workshops e outras atividades direcionadas aos participantes. “O projeto disponibilizará informações úteis sobre a separação dos resíduos sólidos orgânicos domiciliares, contribuindo, assim, para o processo de compostagem”, revelou Gerson Luiz Rossi Junior, vice-prefeito da cidade.
Por Gabriel Felix – Redação CicloVivo
sábado, 7 de setembro de 2013
Biologia na compostagem
A compostagem cria as condições ideais para os processos de decomposição que acontece na natureza. Ela requer o seguinte material:
- resíduos orgânicos: jornais, folhas, grama, restos de cozinha (frutas, vegetais), materiais de madeira
- terra: fonte de microorganismos
- agua
- ar: fonte de oxigênio
portanto, precisam de oxigênio do ar. Eles
também precisam de água para viver e multiplicar. Através do processo da respiração, os microorganismos liberam dióxido de carbono e calor e as temperaturas dentro das pilhas de compostagem podem atingir de 28°C a 66°C. Se a pilha ou recipiente de compostagem for ativamente cuidada, remexida e regada com água regularmente, o processo de decomposição e formação da compostagem final pode acontecer em apenas duas ou três semanas (do contrário, poderá levar meses).
- ar em abundância: a mistura deve ser remexida diariamente ou a cada dois dias;
- água suficiente: a mistura deve ser umedecida, mas não encharcada;
- mistura apropriada de carbono e nitrogênio: a relação deve ser de aproximadamente 30:1 (consulte o box abaixo);
- tamanho de partícula pequena: pedaços grandes devem ser desmembrados, pois partículas pequenas se decompõem mais rapidamente;
- quantidade de terra adequada: deve fornecer microorganismos suficientes para o processo.
Você pode calcular a relação C:N dos seus materiais usando a tabela abaixo, que foi retirada do site Florida´s Online Composting Center.
Observe que todas as plantas têm mais carbono do que nitrogênio; essa é a razão pela qual a relação C:N está sempre acima de 1.0. Todas as plantas contêm uma mistura de Carbono e Nitrogênio e todas elas viram adubo com o passar do tempo. Você achará a mistura correta de materiais para as suas necessidades de compostagem pelo método de tentativa e erro. Não se preocupe muito com a relação C:N, apenas tenha em mente que ela pode ser um fator para o seu processo de compostagem. |
A pilha de compostagem tem, na verdade, uma organização complexa de organismos vivos ou cadeia alimentar. As bactérias e os fungos decompõem primeiramente a matéria orgânica do lixo. Organismos de uma única célula (protozoários), pequenos vermes (nematódeos) e aracnídeos se alimentam das bactérias e fungos. Nematódeos e aracnídeos predatórios e outros invertebrados (piolhos d'água, miriópodes, besouros) se alimentam dos protozoários. Todos esses organismos trabalham para balancear a população de organismos dentro do composto, o que aumenta a eficiência do processo inteiro.
FONTE: http://casa.hsw.uol.com.br/compostagem1.htm
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Decrescimento: ‘Um crescimento infinito é incompatível com um mundo finito’, por Serge Latouche
Serge Latouche
Publicado em novembro 24, 2011 por HC
O
que realmente conta na vida não é mensurável, por isso vivemos uma
“falência da felicidade quantificável”. Por outro lado, “um crescimento
infinito é incompatível com um mundo finito. Quem acredita nisso ou é
louco ou é economista”.
A crítica radical à economia de Serge Latouche,
ele mesmo economista, além de sociólogo e antropólogo, visa a
descolonizar o imaginário das “ideologias da sociedade moderna”, como
indicadores a exemplo do PIB per capita.
Na noite desta segunda-feira, 21 de novembro, no câmpus de Porto Alegre da Unisinos, Latouche fez a sua primeira conferência dentro do Ciclo de Palestras: Economia de Baixo Carbono. Limites e Possibilidades, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Sua fala, intitulada Desenvolvimento Humano, Decrescimento e a Sociedade Convivial, foi comentada posteriormente por Plinio Alexandre Zalewski Vargas, diretor da Secretaria de Governança da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Nela, o professor de economia da Universidade de Paris XI – Sceaux/Orsay
retomou o histórico do seu conceito mais importante: o decrescimento.
Seu principal interesse no encontro era apresentar como é possível
encontrar, por meio do decrescimento, a “felicidade na frugalidade
convivial”.
Latouche começou retomando o histórico do
“dispositivo” do PIB (produto interno bruto) per capita, que reduziu a
felicidade a um indicador econômico. Historicamente, segundo ele, na
passagem da felicidade ao PIB, ocorreu uma tripla redução: 1) a felicidade terrestre passou a ser assimilada ao bem-estar material, em sentido físico, palpável; 2)
o bem-estar material foi reduzido ao que pode ser avaliado
quantitativamente, estatisticamente, aos bens e serviços
comercializáveis e consumíveis; 3) a variação da soma dos bens e serviços caracterizaria a diferença entre o PIB e PIL (produto interno líquido ).
Porém, criticou, o PIB só mede a riqueza comercializável,
excluindo-se as transações fora do mercado, como os serviços domésticos,
o voluntariado, o mercado negro etc. No caso brasileiro, exemplificou
Latouche, a destruição da floresta amazônica não é contada no PIB. “O
PIB mede os outputs, ou a produção, e não os outcomes, ou os resultados”, resumindo. Retomando o ex-presidente dos EUA, Kennedy, Latouche
afirmou que o PIB também não inclui a saúde das crianças, a beleza da
poesia, a solidez do casamento, a integridade, a inteligência e a
sabedoria de um povo. “Mede tudo, menos o que faz com que a vida valha a
pena de ser vivida”, resumiu.
Por isso, com o passar do tempo, ao experimentarmos que o
consumo não faz a felicidade, vivemos uma crise de valores. Algumas
tentativas de superar essa mensurabilidade econômica foram, por exemplo,
o Genuine Progress Indicator (Indicador de Progresso Autêntico), proposto pelo economista norte-americano Herman Daly,
levando em consideração as perdas causadas, por exemplo, pela poluição e
pela degradação do meio ambiente. Outra proposta foi a da ONG New Economics Foundation, que, cruzando os resultados das enquetes das organizações da ONU
sobre o que os anglo-saxões chamam de sentimento do bem-estar vivido
(satisfação subjetiva, esperança média de vida e pegada ecológica per
capita), chegaram a um Happy Planet Index (Índice do Planeta Feliz).
Segundo Latouche, também emergiu novamente uma ideia de economia civil da felicidade, desenvolvida a partir dos EUA e que tomou um novo curso na Itália.
Para o pensador francês, os teóricos dessa corrente reabilitam uma
certa forma de sobriedade, unindo-se a outros movimentos, como o do
decrescimento. Mas – e essa é também a sua crítica – veiculam uma certa
ambiguidade, deixando sobreviver o “corpo moribundo” daquilo que
pretendem destruir: ou seja, uma mentalidade que tudo calcula. Abolindo a
fronteira entre o econômico e o não econômico, afirmou Latouche, a
teoria da economia civil deixa o caminho aberto a uma forma de pane da
economização de tudo, que já estava na ideia de Malthus, tentando incluir dentro dos cálculos o que é incalculável.
Crise de valores
Em síntese, o que essas tentativas demonstram, afirmou Latouche,
é que “a sociedade dita desenvolvida, da opulência, se baseia em uma
produção massiva, mas também em uma perda de valores”. Assim, retomando
um conceito caro a um teólogo amigo seu, Raimon Panikkar,
é necessária uma metanoia, ou seja, questionar profundamente o mito do
progresso indefinido. É preciso “resistir ao imperialismo da economia
para reencontrar o social”. “O que realmente conta na vida não se mede”,
sintetiza Latouche.
Portanto, como encontrar a felicidade dentro da frugalidade convivial? Para isso, Latouche reatualiza a intuição do teólogo Ivan Illich,
ainda dos anos 1970, do termo convivialidade, que, de certa forma,
encontra-se em sintonia com a proposta andina do bem-viver (sumak kawsay), que, afirma, “tem mais coerência do que os economistas, que tentam medir o que não é mensurável”.
Felicidade, para Latouche, é a “abundância frugal em uma sociedade solidária”. Uma prosperidade sem objetivo, uma sobriedade voluntária, segundo Illich.
“O projeto de decrescimento que queremos – slogan para marcar uma
ruptura com essa lógica do “sempre mais”, do crescimento indefinido – é
uma saída do ciclo infernal da criação de necessidades e produtos”.
Esse conceito – decrescimento – nasceu em março de 2002, a partir do colóquio da Unesco “Desfazer o desenvolvimento, refazer o mundo”. Foi a última aparição pública de Ivan Illich. Em síntese, contou Latouche, chegou-se à conclusão de que é preciso combater o desenvolvimento sustentável,
que é uma contradição em termos, porque o desenvolvimento “nada mais é
do que uma transformação qualitativa do crescimento, e um crescimento
infinito é incompatível com um mundo finito”, afirmou. “Quem acredita
nisso ou é louco ou é economista”.
Futuro sustentável
Se o desenvolvimento é uma “palavra tóxica”, Latouche
prefere falar de um “futuro sustentável da vida”. E esse, sim, é
possível. Por isso, a proposta do decrescimento é a da autolimitação e
simplicidade voluntárias, da abundância frugal, da reabilitação do
espírito da doação e da promoção da convivialidade. Se na década de 1960
se falava de círculos virtuosos do crescimento, é necessário um círculo
virtuoso do decrescimento. Uma “mudança de software”, ilustra Latouche,
uma mudança “daquilo que os marxistas chamavam de superestrutura, que
leva a uma mudança da infraestrutura”.
E ele propõe, para isso, oito passos:
- reavaliar
- reconceitualizar
- reestruturar
- realocar
- redistribuir
- reduzir
- reutilizar
- reciclar
Assim, será possível sair do paradigma que nos dominou há dois
séculos, o “paradigma da economia”. “Tendemos a ver tudo sob o prisma da
economia, que, no entanto, é muito recente e limitado a uma única
cultura, uma dentre outras: o Ocidente”. Por isso, para ele, outra contradição em termos é a economia solidária.
Em nível teórico, explicou, “é um oximoro, assim como o desenvolvimento
sustentável. A economia existente não é solidária, é baseada na avidez,
no lucro máximo. Caso contrário, estamos no social, no político, na
solidariedade, baseada na lógica da troca, da doação”.
Portanto, sair dessa economicização, para Latouche, é uma conversão ao contrário. “Temos uma relação religiosa com a economia.
É preciso nos tornarmos ateus e agnósticos do crescimento. É preciso
reencontrar a abundância perdida”. Descolonizar e deseconomizar o
imaginário é “redimensionar o papel do econômico no social”, limitar a
avidez, limitar o “greed is good” das escolas de administração.
É, em suma, reapropriar-se, enquanto sociedade, das três bases do
capitalismo: o trabalho, a terra e o dinheiro. “Não é abolir o
capitalismo – esclarece Latouche –, é mudar o nosso software, a nossa
educação, é possibilitar regulações, hibridações e proposições concretas
para chegar à abundância frugal”.
Para ajudar nessa “reformatação”, não basta seguir a “via” do decrescimento. Latouche
prefere falar do “tao do decrescimento”, palavra chinesa que, além da
dimensão de caminho, percurso, remete também à ética. “Não é possível
encontrar a felicidade sem restringir e limitar os nossos desejos – a
autolimitação que se encontra nos ameríndios, na África, no passado do Ocidente,
no epicurismo. Todas as sabedorias do mundo têm essa ideia
fundamental”, explica. É necessário, hoje, dominar o que os gregos
consideravam como o perigo por excelência: a hybris, a desmedida.
Aceleração do decrescimento?
Em pleno andamento de um “plano de aceleração do crescimento”, Latouche tem esperança no Brasil. Para ele, o país foi um “precursor do decrescimento”, a partir das propostas nascidas em Porto Alegre, de um outro mundo possível, ou em figuras como Chico Mendes, ou no Manifesto Ecossocialista de Belém,
que, segundo Latouche, está bastante próximo das ideias do
decrescimento. “O Brasil tem todas as condições favoráveis para uma
transição para uma sociedade da abundância frugal”. Para isso, basta
superar as condições psicológicas limitadas à colonização do imaginário
em torno da economia e do crescimento.
No fim do debate, para os interessados em aprofundar a reflexão, Latouche indicou o site da revista acadêmica Entropia (www.entropia-la-revue.org), dedicada ao estudo do decrescimento, que contém contribuições em francês, inglês, espanhol, italiano e também em português.
A programação do com a presença de Serge Latouche continua nesta terça-feira com a palestra Por outro modo de consumir: Descrição de algumas experiências alternativas,
das 16h às 18h, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU. O
restante da programação, que vai até a próxima sexta-feira, dia 25, pode
ser conferido aqui.
(Por Moisés Sbardelotto)
(Ecodebate, 24/11/2011) publicado pela IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.
[IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU,
da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo,
RS.]
[ O conteúdo do EcoDebate é “Copyleft”, podendo ser copiado,
reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao
Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]Nota do EcoDebate: sobre o mesmo tema sugerimos que leiam, também:
O Planeta necessita que mudemos de modelo de vida. Entrevista com Serge Latouche
Decrescimento ou barbárie! Entrevista especial com Serge Latouche
Sociedade do decrescimento: Como se faz uma revolução cultural. Artigo de Serge Latouche
Decrescimento: ‘Um crescimento infinito é incompatível com um mundo finito’, por Serge Latouche
‘Para construir uma sociedade convivial, é preciso sair do consumo massivo de energia’, por Serge Latouche
Decrescimento: Precisamos ultrapassar a economia e sair dela. Entrevista com Serge Latouche
Pensar diferentemente. Por uma ecologia da civilização planetária, entrevista com Serge Latouche
Como construir uma nova sociedade da abundância. Artigo de Serge Latouche
[ O conteúdo do EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Poda da Pereira no sítio em Montenegro
antes da poda, copa fechada |
após a poda, copa mais aberta |
Vamos aguardar e avaliar a frutificação.
pomar podado |
No pomar de laranjeiras do céu, com idade aproximada de 25 anos, desde de maio colhemos laranjas e podamos as árvores, planejando um rebaixamento das copas.
Neste sábado aplicamos calcário no entorno de cada espécie e como adubação utilizamos biofertilizante produzido por minhocário caseiro que tenho em minha residência. Pretendo aplicar o biofertilizante uma vez por mes e avaliar os resultados.
Assinar:
Postagens (Atom)
Postagem em destaque
JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?
JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO? ...
-
As pastagens são as principais fontes de alimento dos rebanhos. No entanto, por diversos fatores, como o uso de gramíneas puras e a falta d...
-
fonte: appverde CAROLINA – ADENANTHERA PAVONINA Nomes populares : Carolina, Saga, Falso Pau-Brasil, Olho de Pavão Nome...
-
FONTE: http://estratificandoafrio.blogspot.com.br/2013/10/como-germiar-e-pantar-sementes-de-pau.html Hoje vou mostrar como fiz p...
-
Fonte: site http://flores.culturamix.com/ Os morangos são aquelas frutinhas vermelhas que todo mundo gosta de comer e se deliciar. Ela t...
-
Fonte: Globo Rural On-line por João Mathias. Plantados há oito anos, os três pés de ameixa na casa do meu pai nunca produziram um fruto se...
-
Fonte: blog Nó de Oito Lara Vascouto Mesmo nas grandes cidades é possível experimentar algumas dessas delícias. Em...
-
Extraído do blog cadico minhocas Muita gente me escreve dizendo: Socorro! Apareceram larvas/vermes no meu minhocário! Por que a...
-
Hoje vamos falar de outra espécie muito conhecida no Brasil, a Pereskia grandifolia , de uso semelhante à Pereskia aculeata , que é a or...
-
Fonte: www.agronomicabr.com.br Excelente artigo. Pelo que identifiquei vegetal es...
-
Mais uma utilização do amendoim forrageiro! Certamente vou testá-la nas hortas onde executo consultorias. Quem tiver mais novidades, envi...