quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Colheitas do ano novo no sítio em Montenegro


 Protegido da geada do inverno passado, esta muda de fisális explodiu de desenvolvimento e produz como nunca. Contei mais de 50 frutos, colhemos alguns exemplares desta valiosa e gostosa. O preço varia de R$ 50 a R$ 90, mas gostaria de saber quanto estão vendendo nas feiras. Quem souber avise-me.


Fisális ou tomate capote
pimenta malagueta

Amendoim forrageiro e suas flores amarelas
Impressionante o desenvolvimento do amendoim forrageiro neste mes de dezembro, dobrou a área de cobertura e abafou o crescimento das ervas espontâneas.

 A colheita de caquis promete. Precisamos ensacar os frutos para os pássaros não levarem a melhor.

 Colhemos algumas peras, muitas pimentas e fisális ou tomate capote.
As abóboras florescem em consórcio com o amendoim forrageiro.
Depois de 40 dias sem poder ir no sítio, conseguimos chegar em Montenegro. O calor e a chuva fizeram o mato crescer bastante, para isso roçamos um pouco e cortamos parte do gramado.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Controle Biológico da lagarta-do-cartucho


Várias espécies de lagartas danificam as plantas de milho, causando prejuízos aos produtores rurais. O manejo das pragas do milho preconiza o uso racional dos métodos de controle, considerando o custo, o benefício e o impacto social e ambiental. Nesse sentido, o controle biológico das lagartas pela ação de inimigos naturais consiste em uma alternativa a ser priorizada para reduzir os danos dessas pragas nas lavouras.
A lagarta-do-cartucho destaca-se como a principal praga da cultura do milho no Brasil, porque corta plântulas logo após a emergência, danifica as folhas do cartucho das plantas e incide nas espigas, reduzindo a produtividade das lavouras e a qualidade dos grãos. Outras espécies de lagartas que frequentemente causam danos nas lavouras de milho são: a lagarta-rosca, a broca-do-colo, a broca-da-cana e a lagarta-da-espiga.

Essas pragas normalmente são controladas com a aplicação de inseticidas ou utilizando plantas transgênicas. Muitos produtores rurais desconhecem a existência de inimigos naturais que controlam essas lagartas, caso de algumas espécies de moscas e, principalmente, de pequenas vespinhas parasitóides. Esses insetos depositam os seus ovos nos ovos das mariposas ou nas lagartas, dos quais eclodem vermes que consomem os ovos ou as lagartas, resultando na emergência de outras moscas ou vespinhas, que procuram novos hospedeiros fazer posturas.

Esses agentes de controle biológico ocorrem na natureza, mas algumas espécies podem ser criadas em laboratório para serem liberadas no campo, aumentando o nível de controle das pragas. Essa estratégia deve iniciar pelo levantamento das espécies de parasitóides que incidem naturalmente na região, identificando aquelas que ocorrem em maior número, pois se caracterizam como as mais adaptadas ao ambiente, resultando em melhores níveis de controle das pragas.

A criação de vespinhas parasitóides em laboratório normalmente é realizada utilizando espécies que põem grande número de ovos, caso da traça-das-farinhas, o que permite a produção massal desses inimigos naturais, os quais são destinados aos agricultores interessados, para que liberem em suas lavouras.

Seguindo esta metodologia, está sendo iniciada no Laboratório de Fitossanidade do Centro de Pesquisas para a Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf, Chapecó, SC) uma criação de vespinhas parasitóides do gênero Trichogramma, que são eficientes no controle das principais espécies de lagartas que incidem na cultura do milho, mas que também atuam sobre as lagartas que atacam a soja, feijão, tomate, pepino, repolho e outras culturas. Por isso, essas vespinhas parasitóides, além de controlar as pragas nas lavouras, também poderão ser liberadas em estufas destinadas à produção de hortaliças, dispensando a necessidade de aplicar inseticidas.

A liberação de vespinhas parasitóides para controlar naturalmente as pragas caracteriza-se como sendo mais uma alternativa de manejo de pragas, encaixando-se no contexto moderno de práticas agrícolas sustentáveis, pois não causa impacto ambiental e proporciona benefícios aos produtores rurais e aos consumidores.

http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=22724&secao=Colunas%20e%20Artigos

domingo, 30 de dezembro de 2012

Inseto contra inseto



Empresa multiplica vespas que atuam no controle biológico e é escolhida uma das 50 mais inovadoras do mundo
YURI VASCONCELOS | Edição 195 - Maio de 2012

© HERALDO NEGRI / BUG

Vespa usada em campo para controlar o percevejo-marrom, que ataca a soja
Uma startup criada há 11 anos por estudantes de pós-graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), é uma das 50 companhias mais inovadoras do mundo, segundo rankingelaborado pela revista norte-americana de tecnologia Fast Company. A empresa Bug Agentes Biológicos, com sede em Piracicaba, no interior paulista, atua no controle biológico de pragas e desenvolveu um método eficiente para multiplicar insetos capazes de dizimar outros seres semelhantes que atacam plantações de cana-de-açúcar e outras lavouras. A lista da Fast Company, publicada anualmente, é encabeçada em 2012 por grandes multinacionais do setor de tecnologia, como Apple, Facebook e Google.
A Bug é a primeira brasileira da relação, à frente de gigantes como Petrobras, Embraer e Grupo EBX. A empresa também figura na terceira posição no top 10 do setor de biotecnologia, elaborado pela revista. “Foi uma surpresa esse prêmio da Fast Company”, disse o engenheiro agrônomo Alexandre de Sene Pinto, um dos sócios da Bug. “A tecnologia adotada para multiplicar a vespa do gênero Trichogramma galloi, que ataca uma praga comum em canaviais, contribuiu para essa colocação. Mas também foi relevante o fato de termos conseguido, em apenas dois anos de comercialização desse inseto, tratar no Brasil uma área equivalente a 500 mil hectares de cana-de-açúcar”, diz ele.
A ação do T. galloi é diferenciada porque a vespa ataca os ovos da mariposa conhecida como broca-da-cana (Diatraea saccharalis), inoculando neles seus próprios ovos e impedindo que o inseto, na sua fase de lagarta, ecloda e ataque a planta. Os insetos usados no controle biológico parasitam lagartas e congêneres adultos que já tiveram a chance de atacar a plantação. A multiplicação e a comercialização de vespas do gêneroTrichogramma não é algo inédito no mundo – aqui no Brasil a técnica foi desenvolvida décadas atrás no Laboratório de Biologia de Insetos da Esalq-USP.
A inovação da Bug foi desenvolver um método eficiente e economicamente viável de multiplicar a espécie T. galloi. “Isso é mais difícil de ser feito, porque essa vespinha se desenvolve muito bem nos ovos da broca-da-cana, cuja criação em laboratório é muito onerosa. Para vencer esse obstáculo, utilizamos ovos de um hospedeiro alternativo, uma traça de farinha, de fácil criação, chamada Anagasta kuehniella, para multiplicar a vespa. Com isso, conseguimos reproduzi-la em escala industrial”, diz Alexandre.
O controle biológico, como o nome sugere, é uma atividade que emprega agentes – insetos, ácaros, fungos, vírus e bactérias – para combater pragas que destroem as mais variadas plantações. Além da cana, o método também é empregado nas lavouras de soja, milho, plantas frutíferas, hortaliças e outras. Ele faz parte do manejo integrado de pragas,  conceito surgido nos Estados Unidos e na Europa nos anos 1960 como alternativa à aplicação de agrotóxicos para controlar insetos e outras pragas presentes no campo.
© HERALDO NEGRI / BUG

As cartelas são colocadas na plantação de cana a intervalos de 20 metros. Depois da eclosão dos ovos, as vespinhas saem por furinhos da cartela
Combater pragas com organismos vivos é uma atividade em expansão no Brasil. As estatísticas são imprecisas, mas estima-se o seu emprego em mais de 7 milhões de hectares de lavouras, apresentando vantagens ambientais em relação ao uso de inseticidas. O setor, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCbio), faturou R$ 250 milhões em 2010. Esse número representa 3% do mercado de agrotóxicos no Brasil, que foi de R$ 8 bilhões no mesmo ano. “O controle biológico é uma das poucas medidas de controle de pragas que atende às exigências de uma agricultura sustentável, tão desejável no mundo”, diz o professor José Roberto Postali Parra, coordenador do Laboratório de Biologia de Insetos da Esalq e um dos maiores especialistas no tema no Brasil. Segundo ele, controle biológico não é poluente, não causa intoxicação nos aplicadores e não deixa resíduos nos alimentos. Além disso, não precisa ser aplicado diretamente na praga, porque os agentes localizam suas presas no campo, não causa impactos secundários – entre eles atingir organismos que não são alvo – e não desenvolve resistência da praga.
“A maioria dos inseticidas não consegue alcançar nenhuma dessas vantagens e os demais falham em algumas delas, especialmente no que se refere aos impactos secundários, que, de alguma forma, geram desequilíbrios ambientais”, afirma Alexandre Pinto. Atualmente, por volta de 230 agentes são empregados no controle biológico de pragas em todo o mundo. De forma geral, eles são divididos em duas categorias: de um lado, organismos microbiológicos (ou microrganismos) como fungos, vírus e bactérias, e, de outro, organismos macrobiológicos, visíveis a olho nu, como insetos e ácaros. Os últimos, por sua vez, podem ser classificados como predadores ou parasitoides. Geralmente menores que seu hospedeiro, precisam de apenas um desses insetos para completar seu ciclo. Sua fase adulta é livre e normalmente não mata seu hospedeiro até sair dele. Já os predadores costumam ser maiores do que suas presas, precisam de mais de um indivíduo para completar seu ciclo e matam as presas antes de completar todo o ciclo. A tecnologia de multiplicação e liberação de organismos macrobiológicos costuma ser mais complexa do que a produção de microrganismos, que são vendidos em formulações em pó ou granulado.
No Brasil, cerca de 70 empresas comercializam 12 insetos e ácaros, além de dezenas de microrganismos. Outros 55 laboratórios mantidos por usinas de cana criam agentes macrobiológicos para uso próprio. A Bug possui no seu portfólio três ácaros predadores (Neoseiulus californicus, Phytoseiulus macropilis e Stratiolaelaps scimitus) e quatro vespas parasitoides (Cotesia flavipes, Trichogramma pretiosum, Trichogramma galloie Telenomus podisi). Outros quatro animais – o percevejo Orius insidiosus, o ácaroNeoseiulus barkeri e as vespas Telenomus remus e Trissolcus basalis – já são multiplicados e usados experimentalmente pela empresa, mas ainda não possuem registro nos órgãos oficiais de controle de atividade.
© HERALDO NEGRI / BUG

Parasitoide Telenomus podisi no combate aos ovos de percevejo
Apoio financeiro
No final de 2011, a Bug fundiu-se com a Promip, outra companhia do segmento, com o objetivo de aumentar a oferta de produtos. Com a fusão, ela passou a vender quase todas as espécies de insetos e ácaros disponíveis no Brasil. As duas empresas, Bug e Promip, tinham muito em comum: eram da mesma cidade, nasceram dentro da Esalq e contaram com projetos de inovação tecnológica aprovados pela FAPESP para se viabilizar. A Bug recebeu três financiamentos da Fundação (ver Pesquisa FAPESP n° 87) e a Promip, um.
O apoio financeiro se deu em grande parte para o desenvolvimento da multiplicação dos agentes biológicos, uma tarefa complexa que envolve também a multiplicação das pragas. No caso do Trichogramma galloi, os técnicos da Bug precisam criar em laboratório tanto as vespas quanto os hospedeiros alternativos, as traças. No início do processo indivíduos adultos da traça são colocados para acasalar em caixas plásticas contendo farinha de trigo e levedura – essa mistura é a dieta das traças. Nesses recipientes as fêmeas colocam seus ovos, que, numa etapa posterior, serão parasitados pela vespinha T. galloi. Após a emergência dos primeiros adultos da traça, eles são separados, peneirados para a eliminação de restos de farinha e transferidos para caixas coletoras de ovos. Essas caixas são produtivas por cinco a sete dias, período de vida das traças adultas, quando os ovos desse inseto são recolhidos e esterilizados com luz ultravioleta, inviabilizando o embrião da traça. Em seguida, os ovos são oferecidos à vespinha, que põe de um a dois ovos dentro do ovo da traça.
Os ovos parasitados são colocados em embalagens perfuradas criadas e patentea-das pela Bug. Elas são feitas de cartelas biodegradáveis formadas por três camadas superpostas de papelão. A camada intermediária tem “túneis” milimétricos, que formam cápsulas capazes de armazenar 2 mil ovos. As cartelas são vendidas aos agricultores, que as instalam na planta. Depois que as vespinhas eclodem dos ovos, elas saem voando pelos furinhos da cartela (veja o infográfico no fim da matéria). “A liberação deve ser feita semanalmente, durante três semanas seguidas, numa média de 50 mil vespas por hectare. Como o inseto só voa 10 metros durante sua curta vida, de uma semana, as cartelas precisam ser posicionadas num raio de 20 metros uma das outras”, explica o sócio da Bug.
Quando a fêmea adulta do Trichogramma encontra os ovos da broca-da-cana, ela os parasita, inoculando dentro deles seus próprios ovos. Com isso, impede que a lagarta se prolifere. Em sua forma adulta, a broca é uma mariposa de hábitos noturnos, de cor amarelo-palha. As fêmeas colocam os ovos nas folhas. As lagartas, depois de algum tempo, penetram na cana, onde se abrigam e se alimentam, prejudicando o canavial.
A cultura da cana é a que mais utiliza o controle biológico de pragas no Brasil. “Há cerca de 50 anos os agricultores empregam essa tecnologia e já incorporaram a atividade no seu modo de produção”, diz Parra. A vespaCotesia flavipes, que também parasita a broca-da-cana, é o inseto mais usado no combate a essa praga. A diferença é que ela ataca a lagarta, enquanto o Trichogramma parasita os ovos antes da eclosão da lagarta. Estima-se que 4 milhões de hectares de canaviais – cerca de 50% da área cultivada – são tratados com as vespas Cotesia Trichogramma e com o fungoMetarhizium anisopliae. Este último combate duas outras pragas, a cigarrinha-das-raízes e a cigarrinha-das-folhas.
Estudos revelam que a associação de T. galloi com C. flavipes tem garantido resultados excelentes. “Em áreas onde a infestação supera os 15% da plantação, o uso concomitante das duas vespinhas é uma prática rentável. Liberando-se por três semanas seguidas Trichogramma e, logo após, por duas semanas Cotesia, é possível evitar perdas de R$ 935,00 por hectare, descontando o investimento. Caso o agricultor opte por usar apenas Cotesia, a redução de perda cairia para R$ 674,00 por hectare”, diz Alexandre. Esses cálculos, explica o pesquisador, levaram em consideração apenas os valores sobre o açúcar refinado amorfo, produto adquirido pela indústria alimentícia.
O controle biológico também está presente em mais de 2 milhões de hectares de soja – cerca de 8% da área total do plantio no país. O produto mais usado é o fungoTrichoderma harzianum, que combate o mofo branco, doença causada pelo fungoSclerotinia sclerotiorum. Em cerca de 18 mil hectares são usadas a vespa T. pretiosumno controle das lagartas desfolhadoras e a vespa Telenomus podisi, que parasita ovos de percevejos. “A cultura de soja tem um potencial fantástico para o controle biológico, especialmente depois da proibição do uso do agrotóxico endossulfam, empregado para o controle de percevejo. Sem esse inseticida, a cultura fica sem muitas opções químicas para combater a praga”, diz Parra.
© HERALDO NEGRI / BUG

Vespa Cotesia flavipes ataca a broca-da-cana
Na cultura do milho, os agricultores utilizam em 20 mil hectares (menos de 1% do total) a vespa Trichogramma pretiosum contra a lagarta-do-cartucho e a T. galloi contra a broca-da-cana, também comum em milharais. Em 3 mil hectares de plantio de tomate, a vespa T. pretiosum é empregada no controle de lagartas desfolhadoras. Florestas de pinustambém recorrem ao controle biológico para combater a vespa-da-madeira e as lagartas desfolhadoras. Segundo a bióloga Susete Penteado, da unidade Embrapa Florestas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, no Paraná, cerca de 1 milhão de hectares de plantações de pinus – metade da produção nacional – são tratados com o nematoideDeladenus siricidicola. Esse verme, de dimensões microscópicas, ataca a vespa-da-madeira, esterilizando as fêmeas do inseto. “Criamos esse nematoide desde 1989 e distribuímos para silvicultores de São Paulo, Minas Gerais e dos estados do Sul”, diz Susete.
Mercado atrativo
Cotesia flavipes é o principal inseto oferecido por grande parte das empresas brasileiras que atuam no controle biológico de pragas. É o caso da Biocontrol, de Sertãozinho, fundada em 1994. “Comercializamos a Cotesia e os fungos Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana. Os três fazem o controle biológico de pragas de canaviais”, diz Maria Aparecida Cano, uma das sócias da empresa, que também presta assessoria de produção de insetos e microrganismos para as usinas de açúcar e etanol do estado de São Paulo.
Os Projetos
1 Criação massal e comercialização dos parasitoides de ovos Trissolcus basalis e Telenomus podisi para o controle de percevejos da soja - nº 2005/60732-9
2 Estudo de formulações eficazes de conídios do fungo Metarhizium anisopliae para o controle biológico de pragas – nº 2005/55780-4
3 Controle biológico aplicado deTetranychus urticae (Acari:Tetranychidae): produção massal e comercialização de linhagens
de Neoseiulus californicus ePhytoseiulus macropilis (Acari:Phytoseiidae) resistentesa agrotóxicos – nº 2006/56680-6
 Modalidades
1a3 – Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe)
Coordenadores
1 Alexandre de Sene Pinto – Bug
2 Ana Lucia Santos Zimmermann – Biocontrol
3 Roberto Hiroyuki Konno – Promip
 Investimento
1 R$ 419.460,00 (FAPESP)
2 R$ 42.743,00 (FAPESP)
3 R$ 477.608,27 e US$ 6.107,56 (FAPESP)
O vigor da agricultura nacional tem atraído para o país multinacionais do setor de agrotóxicos interessadas em entrar no mercado de produtos biológicos, como as japonesas Sumitomo e Ihara e a americana FMC e outras companhias especializadas nesse segmento, como a holandesa Koppert Biological Systems, uma das líderes mundiais em agentes biológicos e polinizadores. A empresa instalou-se em Fortaleza em 2009, mas no ano passado transferiu-se para Piracicaba. “Em princípio criamos uma filial no Ceará, em razão da proximidade com a Europa e da relação com exportadores de melão, cultura na qual temos grande experiência. Com o avanço dos negócios, a empresa mudou para investir na criação de produtos destinados ao mercado brasileiro”, diz o engenheiro agrônomo Danilo Pedrazzoli, diretor-geral da empresa e ex-sócio fundador da Bug.
A linha de produtos da Koppert abrange de ácaros predadores a fungos para controle de pragas e doenças. Na Europa, a lista ultrapassa 50 produtos. No Brasil, a companhia deu início ao processo de registro de 26 produtos, cinco dos quais estão em fase final de homologação. Pedrazzoli, que também é diretor da ABCbio, acredita que o controle biológico tem grande potencial de uso no Brasil, mas sofre com a falta de empresas eficientes para atender à demanda.
Para o engenheiro agrônomo Santin Gravena, dono da Gravena Pesquisa, Consultoria e Treinamento Agrícola, outro problema enfrentado é a resistência de parcela dos agricultores. “Os agricultores brasileiros são conservadores e foram criados na cultura do controle químico. Além disso, o controle biológico é de atuação ligeiramente mais lenta, embora no final produza o mesmo resultado do produto químico sintético”, diz o professor aposentado de entomologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Criada em 1993, a Gravena é especialista na criação da joaninha Cryptolaemus montrouzieri, predadora da cochonilha-branca, praga que ataca plantas frutíferas e ornamentais. “Na última década fornecemos a joaninha para cerca de 20 propriedades citricultoras. Hoje, infelizmente, não temos mais clientes no controle biológico. Somos uma prestadora de serviços de pesquisa científica e estudos técnicos e atendemos por volta de 50 empresas e laboratórios que nos contratam para fazer estudos de eficácia e impacto ambiental de produtos químicos e biológicos usados no manejo ecológico de pragas”, diz.

sábado, 29 de dezembro de 2012

La Azolla para bajar costos en el arroz

La azolla, fertilizante natural para bajar costos en el arroz

Daule, Guayas | Marlen Bernal M.
http://src.eluniverso.com/data/recursos/imagenes/ad01ap030109,photo01_228_168.jpg
La azolla es un helecho que se cultiva en pozos.
La azolla, un helecho que se cultiva en pozas naturales, puede llegar a sustituir a la úrea en el 100%, según algunos ensayos realizados por la Escuela Politécnica del Litoral (Espol) coordinados con la Secretaría Nacional de Ciencia y Tecnología (Senacyt).

Mariano Montaño, técnico investigador del proyecto en la Espol, explicó que el ensayo se ejecutó en los lugares El Arrozal y El  Boquerón, del cantón Daule, donde al realizar la primera cosecha de la gramínea fertilizada con azolla sin utilizar úrea lograron rendimientos de 5,98 toneladas por hectárea de arroz, en cáscara, mientras con úrea el promedio nacional está en aproximadamente 4,5 toneladas.

La azolla es un pequeño helecho acuático que alberga en las cavidades de sus hojas a la bacteria Anabaena. Esta bacteria cumple la función de fijar del aire sobre los 1.200 kg de nitrógeno por hectárea por año en condiciones óptimas de temperatura, luz y composición química del suelo y agua. En la actualidad se cultiva comercialmente en China y Vietnam, como abono verde en sembríos por inundación.

Según el técnico, el costo de un azolario para una hectárea es de aproximadamente $ 500 que incluye la semilla, preparación del terreno, infraestructura y mantenimiento, inversión que se puede recuperar en las primeras cosechas, ya que el ahorro es de $ 150 por hectárea que sería el costo de utilización de úrea.

Montaño afirmó que la azolla se puede sembrar directamente en el arrozal y  cuando la gramínea está macollando (antes de 40 días de sembrado) se puede sacar para dejarla secar y colocar en otros cultivos.

Héctor Ronquillo, agricultor de Daule, explicó que hizo su primer ensayo en una cuadra para ver la diferencia con el arroz  fertilizado con úrea, logrando ver no solo ahorro en costo de producción sino también en rendimiento. “No utilicé químico alguno, antes empleaba seis sacos de úrea por hectárea que compraba a $ 30 porque no alcancé el  cupo del Gobierno y haciendo cuentas economizo $ 180”.

El único problema que encuentra Ronquillo es que el consumidor no valora un arroz orgánico para que lo pague  a mejor precio, pero aseguró que con esta experiencia cubrirá sus otras áreas.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Biodiversidade que se come:

Frutas nativas do Rio Grande do Sul e hortaliças não convencionais foram festejadas no último sábado, 15




Celebrar a biodiversidade foi o objetivo da I Mostra Biodiversidade pela Boca, promovida pelo InGá com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). E certamente a intenção foi alcançada durante o evento que aconteceu no último sábado,15, na Feira da Cultura Ecológica do Menino Deus em Porto Alegre. Inúmeras pessoas circularam pelas bancas que compunham a Mostra. Os olhares curiosos e a satisfação de experimentar os sabores da nossa agrobiodiversidade ficaram evidentes e concretizaram o ideal da Mostra.
Sucos de amora, butiá, guabiroba, ananás vieram de Antônio Prado; leites vegetais de girassol, gergelim e noz pecan, de Porto Alegre; polpa da juçara e o milho crioulo do Litoral Norte. Pães de plantas alimentícias não convencionais (Pancs). Sementes. Mudas nativas. Suco verde. Diálogos, trocas de experiências e conhecimentos. Foram diversos os elementos que compunham a Mostra e construíram um espaço rico de pensamentos e sabores.
A artista visual, Fátima Lopes, teve a oportunidade de experimentar a polpa da juçara, que ela não conhecia e sequer tinha ouvido falar. A juçara, palmeira nativa da Mata Atlântica, fornece um alimento altamente nutritivo, uma polpa semelhante a do açaí. Lucas Nascimento, da Associação Içara de Maquiné/RS, ficou satisfeito com o seu trabalho na Mostra. “É bacana mostrar todo o processo, como é despolpar, se não fica sempre aquela coisa industrial e as pessoas não sabem de onde vêm as coisas”. Além do Lucas, a equipe que veio de Maquiné contou também com Rafael Panniz e Juliana Marasi, todos da Biologia da UFRGS e trouxe consigo uma despolpadeira fabricada na Amazônia. Em plena Mostra fez, junto com o público, todos os passos da despolpa dos frutos da juçara até sua degustação.
A estudante de biologia, Sara Stumpf, trouxe pães feitos de Pancs. Foi o de Ora-pro-nobis que mais saiu. Para ela a Mostra foi muito importante, pois é uma maneira de trazer o conhecimento gerado na universidade, com pesquisas relacionadas às plantas nativas, para o grande público. “A gente pesquisa lá para trazer o conhecimento para cá”, comenta Sara. Os pães também foram degustados juntamente com maionese de Pancs e pasta de nozes com beldroega, preparadas pelos culinaristas da Comuna do Arvoredo, comunidade urbana onde se localiza a sede do InGá.
Os culinaristas Mateus Raymundo, Lívia Braga e Paulo Bettanzos, preparam sucos, pastas e leites da terra, alimentos de origem vegetal que libertam o consumidor dos químicos da indústria do alimento. Os leites de gergelim, noz pecan e girassol surpreenderam os participantes da Mostra por seu gosto rico e também a sua origem. Os culinaristas ainda fizeram para degustação o alimento quiçá mais antigo das Américas, o beijú que é feito com mandioca ralada direto na chapa quente, sem sal ou qualquer tempero. Apesar da simplicidade no preparo, o beijú surpreendeu pelo sucesso entre o público da Mostra: todos queriam repetir a degustação.
A Mostra que ocorreu ao lado da Feira da Cultura Ecológica do Menino Deus em Porto Alegre, também chamou atenção de um grupo de voluntários que sempre participa da Feira levando ao público o suco verde. Vendo a movimentação eles também se agregaram ao espaço.
O milho crioulo também esteve Mostra. O agricultor de Terra de Areia, Rodrigo Wolf, levou espigas do milho arco-íris e a farinha feita a partir deste cereal. “O pessoal se interessou bastante pela produção de farinha diferenciada, a farinha do milho colorido”, comenta o agricultor. O milho crioulo produzido por Wolf é de origem tupi. É denominado milho arco-íris, pois são plantadas todas as cores do cereal em um mesmo local e cada vez mais as variedades de milho se misturam, criando novas cores a cada nova safra.
A importância desse tipo de evento foi comentada por Lori La Porta, agrônoma de Vera Cruz, integrante daONG Resgatando o Futuro da Biodiversidade (BioFuturo), como um espaço para o consumidor conhecer novas opções e querer buscar alternativas de alimentação. Além de ser uma oportunidade de os jovens conhecerem, também é de os mais velhos se religarem a suas raízes, “eles perderam o vinculo com a terra, hoje a lavoura deles é o supermercado”, comenta Lori.
Para a vice-coordenadora do InGá Claudine Abreu o evento cumpriu o objetivo proposto: ser um espaço educativo, de potencial transformador, que possibilitou trocas de experiências e novos contatos entre os participantes, além de instigar a discussão sobre a produção e o consumo dos alimentos. “ É preciso diversificar a alimentação agregando no dia-a-dia alimentos regionais, livres de venenos e não transgênicos. Esperamos repetir o evento em 2013!”
A Mostra teve o apoio financeiro do MAPA e vai ter uma segunda edição em meados de março, com as safras de araçá e butiá.

FONTE: http://www.inga.org.br
December 22nd, 2012 | Category: Assuntos Gerais | Subscribe to comments | Both comments and pings are currently closed

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Aprenda a fazer uma horta orgânica em casa



Aprenda a fazer uma horta orgânica em casa utilizando pequenos espaços. Para falar sobre o assunto, o Bom Dia Campo conversou com o biólogo da Fundação Mokiti Okada Carlos Daniel Rodrigues (Exibido em 19/11/2012)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Buva resistente a glifosato

Buva resistente a glifosato

A reportagem  mostra o prejuízo que a adoção da soja transgênica Roundp Ready vem trazendo para os produtores, embora não cite que as lavouras mostradas são transgênicas, nem que foram modificadas justamente para serem resistentes ao glifosato.
No final, cita queixa da Aprosoja em relação à demora do governo para liberar novas moléculas de herbicidas que supostamente dariam conta do problema – até criarem novos. É uma corrida sem fim e insustentável, na qual a repetição do modelo vai sempre gerar novas pragas e plantas espontâneas, que demandarão novos agrotóxicos, que gerarão novas pragas e plantas resistentes… É o que muitos chamam de tecnologia de ponta.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Homenagem a Profª Drª Anna Maria Primavesi


Aula 4 - Curso de Horta: O Plantio (Segunda parte)

Se você já começou a semear, agora é tempo de podar, transplantar e desbastar. Não se preocupe, vamos explicar em que consiste cada uma destas ações e também como aplicá-las. 

Prefeitura de Bagé utiliza pneus para a confecção de bueiros

Bom dia! Estou projetando uma tubulação destas no sítio em montenegro RS. É uma ótima utilização para os pneus usados, que são atirados nos lixões.

Postado por Cidades em 8 de julho de 2010 - Sem categoria
Enquanto aguarda a aprovação de um projeto especial de saneamento encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente, a Prefeitura de Bagé continuam realizando pequenas ações com a utilização de bueiros construídos com pneus usados, para resolver pequenos problemas de esgotos na cidade. Conforme o secretário municipal do Meio Ambiente, Alexandre Melo, nesta semana foram instalados 18 metros desse tipo de bueiro com pneus recolhidos no Aterro Sanitário. Foram beneficiados um ponto no Bairro Menino Deus e outro no Bairro Castro Alves.

Melo explica que desde o início desse processo,mais de 80 metros de bueiros já foram instalados em diferentes pontos da cidade. “A ideia é continuar beneficiando aqueles proprietários de imóveis de baixa renda que normalmente teriam que fazer parcerias com a Prefeitura, comprando os bueiros de concreto para a instalação da secretaria”, explica Melo.

Ele relata que cerca de quatro mil pneus são coletados pela Prefeitura Municipal, a cada dois meses.
Tratam-se de pneus radiais, mais difíceis de serem aproveitados para a reciclagem, mas que cumprem com perfeição a tarefa de dar escoamente ao esgoto acumulado na frente das residências, evitando o desconforto e o risco de doenças para os moradores. Esses pneus são cobertos com lonas plásticas para impermeabilização. Alexandre Melo informou, ainda, que uma parte dos pneus coletados em Bagé é destinada a fabricação de bueiros artesanais e a outra parte é destinada a Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos -ANIP-para a reutilização.

correio do povo

domingo, 16 de dezembro de 2012

Tipos de Azolla



Na maioria das vezes, temos a tendência de só se referir a Azolla como se fosse apenas uma espécie. Na verdade, existem muitas espécies do gênero, tanto as que existem agora e as que se tornaram extintas. Bem como as diferentes espécies, Azolla também pode parecer muito diferente dependendo das condições. Em pleno sol, Azolla tende a ser vermelho, enquanto na sombra é verde.
Azolla carolinian. (Um nativo das Américas.)
Fotografia por Kurt Stueber. Permissão concedida para uso sob GFDL por Kurt Stueber
Azolla pinnata
Azolla pinata é nativa muito do "velho mundo", incluindo a África tropical, África do Sul, Índia, China, Japão, Malásia, Filipinas, Vietnã, Nova Guiné e Austrália
Foto por Tpa2067 [GFDL (www.gnu.org / copyleft / fdl.html) ou CC-BY-SA-3.0-2.5-2,0-1,0 (www.creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0)], a partir de Wikimedia Commons
Azolla africana em Mare aux hippopotames, SW Burkina Faso 
Foto por Marco Schmidt [1] [CC-BY-SA-3.0 (www.creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0)], de Wikimedia Commons
Filiculoides Azolla crescendo com Lentilha (Lemna minor)
Azolla filiculoides é nativa às regiões temperadas e tropicais de grande parte do mundo.
Foto por Mygaia (Domínio Público)
Azolla para a venda no comércio Betta 

Azolla Folha
Azolla é uma pteridófita muito pequeno flutuante. Ele só vai crescer em água doce e não tolera muito sal. Em boas condições de verão pode crescer a um ritmo surpreendente, dobrar de tamanho em poucos dias.
Azolla e Lentilha
Algumas pessoas confundem Azolla com lentilha. Quando as plantas são muito pequenas podem ter uma ligeira semelhança superficial com a lentilha, mas eles não estão intimamente relacionados. Lentilha é tecnicamente uma planta com flores (embora suas flores são muito raramente visto), enquanto Azolla é uma samambaia.Azolla reproduz por fragmentação. Ele também pode se reproduzir por esporos, como a maioria das samambaias e isso pode explicar por que às vezes aparece na água previamente livre dela. Azolla é redonda muito difundida no mundo.
Lentilha cresce melhor em condições de alta de nutrientes que devem incluir nitrogênio. Azolla é ligeiramente diferente em crescimento, mesmo na ausência de azoto fixo, embora ela não exige fósforo suficiente.
Simbiose
Azolla é realmente uma entidade simbiótica composta de uma samambaia e uma alga filamentosa verde e azul.A Alga fixa o nitrogênio atmosférico que está disponível para ambos os parceiros no relacionamento.O registro fóssil sugere que Azolla tem sido em torno de pelo menos 80 milhões de anos, em sua forma atual.
A adubação verde 
Em partes da Ásia, Azolla é cultivada como uma cultura de adubo verde antes de uma colheita de arroz e melhora muito o rendimento do arroz.Azolla tirado de um lago de jardim é uma planta útil para compostagem. O crescimento de arroz contribuem para o teor de metano na atmosfera.Alguma desta metano provém da decomposição de Azolla em condições anaeróbias.
Planta companheiro
Outra forma que Azolla é usada em crescimento de arroz é como uma planta de companhia. Uma vez que o arroz é alto o suficiente que fique acima da superfície da água onde o Azolla cresce.Sob estas condições, a Azolla corrige azoto atmosférico que se tornar disponível para o arroz, o tapete espesso de Azolla torna difícil para as ervas daninhas de crescer, e reduz o número de larvas de mosquito, tornando mais difícil a atingir a superfície de respirar.
Suplemento alimentar
Azolla pode ser alimentado em níveis baixos para aves de postura e pode aumentar a sua produção de ovos. Como as plantas de água muitas Azolla tem um alto teor de água. De matéria seca, em Azolla, os testes sugerem um nível de proteína bruta entre 18 e 32 por cento.
Praga
Azolla pode crescer tão bem, que pode ser um problema.Um tapete grosso de Azolla torna difícil para as larvas do mosquito para respirar. Peixe vai comer e também os pequenos animais que crescem sobre e em torno dela. Em uma lagoa que pode reduzir muito a quantidade de algas, mas também torná-lo muito difícil para as plantas a crescer debaixo d'água.
No entanto, muitas vezes os problemas atribuídos a Azolla em rios e lagos são realmente problemas de fósforo em excesso na água e são uma indicação de que a hidrovia é poluído, muitas vezes por fugir de campos agrícolas transportando fósforo dos fertilizantes utilizados na lavoura. 

História
Azolla uma vez mudou a história do mundo. Isto é descrito em O evento Azolla .
Azolla foi proposto na geração de energia: Algas Power Station alimentado .
Texto por Steve Challis

fonte: 
http://www.bettatrading.com.au/Azolla.php

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Melancia amarela, abóbora verde amarela e batata doce laranja

Saiba como pesquisadores brasileiros deram cores tão diferentes a essas frutas e legumes

Notícias - 10-03-2006 Imprimir Pdf

À escolha do freguês: o que você prefere? Suco da melancia de polpa amarela, laranja ou vermelha? (foto: Flávio de França Souza)
Para a felicidade de Zé das Couves e de quem, como ele, não suporta legumes e verduras, a melancia amarela existe sim! Ela vem sendo estudada por agrônomos, especialistas no cultivo de plantas que servem de alimento para o homem.
“A melancia de cor amarela existe em países de clima mais frio, como o Japão”, conta o cientista Flávio de França, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Melancias de polpa amarela ocorrem na natureza, porém, não são doces e crocantes como a melancia vermelha que conhecemos”. A melancia amarela, contudo, tem uma vantagem: é rica em betacaroteno, presente apenas em vegetais amarelos e alaranjados. Então, os pesquisadores decidiram unir os benefícios das duas variedades, com uma técnica chamada de melhoramento genético.
A nova melancia amarela é ‘filha’ de uma ‘mãe’ amarela com um ‘pai’ vermelho. Para quem não sabe, muitas plantas têm ‘pai’ e ‘mãe’, representados pelas flores, que podem ser de sexo masculino ou feminino. Em geral, o encontro entre duas flores de sexos opostos ocorre quando um inseto, uma ave ou o vento carrega o pólen da flor masculina à feminina. Com essa união, vemos nascer, em semanas, um fruto, com uma ou várias sementes que, se plantadas, dão origem a novas plantas, que vão crescer e gerar novas flores… Aí, o ciclo se repete!

Muitas plantas têm ‘pai’ e ‘mãe’, representados pelas flores, que podem ser de sexo masculino ou feminino. A nova melancia amarela é fruto do encontro de uma flor masculina nascida das sementes de melancia vermelha com uma flor feminina nascida de sementes de melancia amarela. (foto: Flávio de França Souza)
Na Embrapa, os agrônomos fizeram o papel de polinizadores, promovendo o encontro de uma flor masculina nascida a partir de sementes de melancia vermelha com uma flor feminina nascida a partir de sementes de melancia amarela. Desse casamento nasceu uma melancia amarela, com o gosto ainda sem graça, mas repleta de sementes.
Essas sementes germinaram e deram origem a várias plantas com várias flores, que foram cruzadas entre si e geraram novos frutos. No meio dessa prole, a equipe de Flávio observou quais melancias tinham as características que eles desejavam. Somente os frutos que atenderam aos pré-requisitos tiveram suas sementes plantadas.
Na geração seguinte de melancias, o procedimento foi repetido, e assim por diante, até se chegar a uma prole com todos os frutos cheios de betacaroteno, doçura, suculência e… leveza. Sim, os agrônomos também queriam obter uma melancia menor, mais fácil de carregar, cortar e armazenar. Por isso, a nova melancia amarela pesa em média quatro quilos, e não dez quilos como as vermelhas. Além disso, a nova variedade fica madura mais depressa, e pode ser colhida cerca de 60 dias após o plantio, enquanto a outra leva 80 dias. “Isso deixa a fruta menos exposta a doenças e pragas”, diz Flávio.
Todo esse processo de seleção de frutos e sementes permite que se reproduzam espécies com características vantajosas para as pessoas. Além de desenvolver alimentos mais nutritivos, o método pode adicionar atrativos àqueles que não fazem muito sucesso: este é o caso da abóbora “brasileirinha”, que é verde-e-amarela, e da batata-doce laranja, também pesquisadas pelos agrônomos da Embrapa.

Além da melancia amarela, os cientistas da Embrapa criaram ainda a abóbora verde-e-amarela (esquerda) e a batata-doce laranja (direita). Fotos: Embrapa Hortaliças
Então quer dizer que, se os agrônomos quiserem, eles podem criar uma superfruta, com todas as vitaminas e ainda por cima de uma cor bem bacana? Nem tanto. “Todos os alimentos têm seu valor, tanto no paladar quanto nos nutrientes”, explica Flávio. Não é porque inventaram a melancia amarela que vamos deixar de comer a vermelha, até porque esta é rica em outras substâncias importantes. Por outro lado, é por isso também que os cientistas querem encontrar uma linhagem só de melancias com polpa laranja!
Ficou com vontade de experimentar essas novidades? Então, saiba que elas ainda precisam ser testadas e é necessário plantar mais sementes até que esses alimentos estejam disponíveis nos supermercados. Enquanto isso, dê uma chance aos vegetais tradicionais! Que tal um bom prato de salada, com alface, tomate, beterraba e cenoura?

http://chc.cienciahoje.uol.com.br/melancia-amarela-abobora-verde-e-amarela-batata-doce-laranja/

Postagem em destaque

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...