O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Como se isso não
fosse o bastante, a fiscalização sobre o uso desses defensivos abrange
uma quantidade muito pequena de culturas, o que coloca a saúde da
população e os recursos naturais em risco.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avaliou amostras de apenas 13 vegetais no ano de 2012 – clique
aqui para
ver as análises completas. No mesmo período, os Estados Unidos e a
União Europeia contaram com uma lista de 300 análises, feitas pela Food
and Drugs Administration (FDA), nos EUA, e pela European Food Safety
Authority, na Europa. Além disso, 22 dos agrotóxicos mais comuns em
território nacional são proibidos pelos dois órgãos estrangeiros.
Entre os alimentos mais contaminados estão frutas e vegetais altamente
consumidos por brasileiros, como cenoura, alface, laranja, arroz,
tomate, pimentão, morango e soja, que é a cultura que mais utiliza
agrotóxicos.
O impacto disso é sentido diretamente na saúde da população. Os
trabalhadores rurais que lidam com os defensivos agrícolas na lavoura
estão diretamente expostos, mas as pessoas que comem esses alimentos
também estão, já que, não importa qual seja o cuidado com a lavagem, é
impossível se livrar dos pesticidas previamente usados no plantio.
Em entrevista à revista
Galileu,
o doutor em Saúde Pública, Wanderley Pignati, explicou que não existe
uso seguro para os agrotóxicos, mesmo que eles sejam aprovados pelos
órgãos responsáveis. Ele ainda caracteriza o uso destes fertilizantes
como uma contaminação intencional, que deveria ser considerada crime
doloso, em que existe a intenção de cometê-lo.
Pignati explica que as consequências do agrotóxico no organismo podem
ser: câncer, problemas neurológicos, má formação fetal e desregulação
endócrina. Além disso, também existe todo o impacto que eles podem
causar à natureza. Os alimentos de origem animal, como carnes, ovos,
leites e outros industrializados não são sequer examinados quanto ao
teor de agrotóxico presente em sua composição. A estimativa da
Organização Mundial da Saúde é de que, anualmente, 20 mil pessoas morrem
em consequência da exposição e contaminação por agrotóxicos.
Redação CicloVivo