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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Pesquisadores desenvolvem sistema de produção para a ora-pro-nóbis

Fonte: site globo rural

A Embrapa hortaliças desenvolveu um sistema de produção pra essa espécie nutritiva e fácil de cultivar.

 

Caroline DulleyGama, DF  
Reza a lenda que uma planta boa de comer, que cercava as antigas igrejas de Minas Gerais, acabou recebendo o nome de ora-pro-nóbis, que em latim quer dizer “rogai por nós”. Mas a planta não se faz de rogada: cresce em qualquer cantinho e faz parte da história de muitas famílias mineiras.
Esse é caso de Iara Viase, pequena produtora de Sabará, município que fica a 25 quilômetros da capital mineira: “Com o surgimento do festival do ora-pro-nobis aqui na região, nós não tínhamos uma demanda suficiente. Então, meu pai decidiu vamos fazer uma plantação”, conta.
O ora-pro-nóbis é um tipo de cacto, originário da América Tropical e que se adaptou bem no Brasil. É uma planta rústica, com espinhos grandes e resistentes no caule. Sem nenhum tipo de poda, os ramos podem chegar a quatro metros de altura.
Na Embrapa Hortaliças, que fica no Gama, perto de Brasília, os pesquisadores Nuno Madeira e Neide Botrel estudam a planta há mais de 10 anos. A florada do ora-pro-nóbis, que ocorre a partir do segundo ano, dura só um dia. Os frutos do tipo baga escondem duas ou três sementes escuras. “É uma planta riquíssima, uma cactácea, mas é o único gênero de plantas das cactáceas que tem folhas verdadeiras”, comenta Nuno.
Quanto mais a planta cresce, mais espinhos aparecem e a colheita fica mais difícil. Uma planta com sete anos, pode ter mais de dois metros de altura e suas hastes começam a se entrelaçar. Pensando nisso, os pesquisadores desenvolveram uma técnica de manejo. “A gente propôs fazer um manejo que fizesse uma domesticação, pra que a planta não fique tão vigorosa e que a gente consiga fazer várias colheitas de uma forma muito mais facilitada pro agricultor”, explica Nuno.
Em cinco anos de pesquisa, os agrônomos chegaram a um sistema de plantio adensado com colheitas sucessivas. A propagação é feita por estacas, plantadas em linhas duplas, com espaçamento de um metro entre plantas e 1,20 m entre linhas. São cinco mil pés por hectare. No período chuvoso, dá para colher as folhas a cada três semanas. Já na seca, no intervalo de dois meses.
Colheita ideal
Com esse sistema de produção, os agrônomos chegaram ao número ideal de colheitas, entre seis e oito por ano. A pesquisa mostrou ainda que a produtividade aumentou. “A gente tem cinco mil quilos mais ou menos de produção a cada corte, com seis a oito cortes, até nove cortes por ano”, comenta Nuno.
A agrônoma Neide Botrel explica que existem duas possibilidades de colheita: cortar a haste inteira e depois retirar as folhas maiores ou então cortar apenas as pontas da planta. Essas ponteiras valem mais no mercado, porque as folhas são mais novas e suaves: “Parte dela pode ser consumida como um produto fresco, como por exemplo na salada, para ter um aproveitamento maior dos nutrientes. São produtos bem sensíveis, que podem quebrar, então o ideal é colocar em uma embalagem pra ser comercializado”.
Sempre depois da colheita, vem a poda de formação. Nessa hora, é cortar sem dó. Pelos cálculos dos agrônomos, dá pra fazer a colheita e poda de formação em 200 plantas por dia.
Os resultados da pesquisa despertaram o interesse pelo ora-pro-nóbis. Em um dia de campo, a Embrapa Hortaliças conseguiu reunir 150 pessoas interessadas em plantas alimentícias não convencionais. São agricultores, pesquisadores, nutricionistas que vieram de várias partes do país, para discutir e aprender um pouquinho mais sobre esse tipo de plantação.
O zootecnista Cláudio Oliver cultiva a planta há 20 anos, em Palmeira, no Paraná, usada para alimentar o rebanho de cabras. O animal como só as folhas, desviando dos espinhos. O ora-pro-nóbis tem um rico valor nutricional, com teor de proteína que chega a 32% na matéria seca. “Descobri uma planta fantástica, uma quantidade de proteína equivalente ou superior ao da alfafa”, comenta o zootecnista Cláudio Óliver.
Cláudio cuida de uma estação experimental de ora-pro-nóbis e vai levar a ideia do plantio adensado: “A gente vai experimentar com a colheita feita pelo próprio animal, em sistemas de piquetes. A suspeita é que a gente consiga sair do binômio gramíneas e leguminosas, que tradicionalmente é usado em alimentação de pequenos ruminantes, pra incluir a cactácea como uma alternativa a mais”.
O pesquisador Nuno Madeira deixou o experimento no campo e for para a cozinha ensinar uma receita tradicional: o frango caipira com ora-pro-nóbis. Confira a receita completa no vídeo acima.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Record News Rural - Cultivo de Ora-pro-nóbis



Tire suas dúvidas sobre o cultivo de Ora-pro-nóbis.Um biólogo explica em quais

solos a planta pode ser cultivada e o dono de um viveiro dá dicas de plantio para

quem quer cultivar a planta em casa.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Horta - como plantar Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller)

Imagem relacionada


O Ora-pro-nóbis (pereskia aculeata Miller), que em português significa “Rogai por nós”, é uma difícil frase em latim e, por isso, pode ser comum encontrar derivações como, lobrobó ou orabrobó, principalmente por agricultores de Minas Gerais, onde a planta é muito difundida na culinária local. 


Repleta de flores, o Ora-pro-nóbis deixa qualquer ambiente mais bonito. Perfumadas, pequenas, brancas com miolo alaranjado e ricas em pólen e néctar, as flores brotam na ora-pro-nóbis de janeiro a abril. De junho a julho, ocorre a produção de frutos em bagas amarelas e redondas. 



O Ora-pro-nobis já foi considerado apenas como uma moita espinhenta, boa para cercas. Mas ganhou fama e nobreza. Suas folhas e flores são comestíveis e vêm sendo utilizadas com maior frequência na culinária mineira. Oferece múltiplos benefícios ao ser humano possuindo, inclusive, alto nível de proteínas e ferro. As folhas, secas ou moídas, são usadas em diferentes receitas, especialmente em sopas, omeletes, tortas e refogados. Muitos preferem consumi-las cruas em saladas, acompanhando o prato principal, enquanto outros as usam como mistura para enriquecer farinha, massas e pães em geral. Na medicina popular, elas são indicadas para aliviar processos inflamatórios e na recuperação da pele em casos de queimadura.



De fácil manejo e adaptação a diferentes climas e tipos de solo, produtiva e nutritiva, a Ora-pro-nóbis é uma boa alternativa para produtores iniciantes no cultivo de hortaliças, além de poder ser plantada em quintais e jardins de residências. 



Na idade adulta, sua estrutura em forma de arbusto, torna-se uma excelente cerca viva, tanto para ser usada como quebra-vento quanto como barreira contra predadores. A existência de espinhos pontiagudos nos ramos inibe o avanço de invasores.


Como plantar Ora-pro-nóbis

- Onde se planta, nasce e quando cresce serve de proteção e alimento.

- A variedade mais indicada para cultivo é a que produz flores brancas. Elas podem ser fornecidas por órgãos de extensão rural ou em feiras de produtores.

- Sua rusticidade permite que seja cultivada em diversos tipos de solo, inclusive não exige que eles sejam férteis. A Ora-pro-nóbis também se desenvolve em ambientes com incidência de sol ou meia-sombra.

- Inicie o plantio no começo do período das chuvas. A hortaliça é resistente à seca, mas o acesso à água nessa fase do cultivo estimula o crescimento dos ramos.

- A Ora-pro-nóbis é propagada por meio de estacas. Para conseguir melhor pegamento das mudas, use a região localizada entre as partes mais tenras e as mais lenhosas da haste. Corte cada estaca com 20 centímetros de comprimento e enterre um terço dele em substrato composto por uma parte de terra de subsolo e outra de esterco curtido.

- Após o enraizamento, transplante as mudas para o local definitivo.

- O espaçamento varia de acordo com a finalidade do cultivo. A Ora-pro-nóbis pode ser usada como cerca viva, ornamentação e para consumo das folhas. Se a prioridade for o alimento, pode-se adensar o espaçamento, deixando de 1 a 1,30 metro entre fileiras e de 40 a 60 centímetros entre plantas. Mas as folhas podem ser consumidas em qualquer caso, mesmo se a destinação tiver fins ornamentais ou a construção de cerca viva.

- Embora seja pouco exigente em adubações, mantenha bom nível de matéria orgânica no solo para um pleno desenvolvimento das plantas e boa produção de folhas.

- Faça manutenção a cada dois meses e execute podas dos ramos a cada 75 a 90 dias na estação chuvosa e a cada 90 a 100 dias na estação seca, quando a planta deve ser irrigada.

- A partir de três meses após o plantio, pode ser iniciada a colheita das folhas da Ora-pro-nóbis, após a poda dos galhos. As folhas devem apresentar de 7 a 10 centímetros de comprimento. Coloque luvas para a hora da coleta, a fim de evitar ferimentos pelos espinhos. Em geral, cada corte rende entre 2.500 e 5.000 quilos de folhas por hectare, variação que ocorre de acordo com a condução e a época de desenvolvimento da cultura.
Aprimore seus conhecimentos acessando os Cursos CPT, da área Horticultura, entre eles o Curso Horta Caseira - Implantação e Cultivo, elaborados pelo Centro de Produções Técnicas.


Leia mais: http://www.cpt.com.br/cursos-horticultura-agricultura/artigos/horta-como-plantar-ora-pro-nobis-pereskia-aculeata-miller#ixzz386QT6G1P

sexta-feira, 30 de junho de 2017

PANCs - Plantas Alimentícias Não Convencionais. Conheça!





Neste vídeo eu explico o que são as Pancs - Plantas Alimentícias Não Convencionais 

e apresento alguns exemplos destas plantas e seus benefícios para a nossa Saúde.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Riqueza ignorada - plantas alimentícias não concencionais

ora pro nobis
Crescendo em locais inimagináveis e donas de rusticidade a toda prova, as plantas alimentícias têm um potencial nutricional dos mais relevantes. O tema ganhou visibilidade a partir da tese de doutorado na UFRGS do pesquisador Valdely Kinupp. Kinupp descobriu que de 1,5 mil espécies de vegetação nativa da Região Metropolitana de Porto Alegre, 311 têm potencial alimentício e são praticamente desconhecidas.

Eliege Fante/EcoAgência
















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Silvana e Ingrid mostraram o potencial alimentício e praticamente desconhecido das plantas não-convencionais








































Por Glauco Menegheti, especial para EcoAgência de Notícias


Para os amantes da gastronomia, um conselho: nem sempre é necessário pagar caro por iguarias nos supermercados ou lojas especializadas. Elas podem ser encontradas em terrenos baldios, trepadas em cercas ou plantadas no quintal das casas. As plantas alimentícias, ricas em valor nutricional e muitas vezes em sabor, normalmente passam despercebidas pela população urbana.

A Terça Ecológica desta semana, promovida pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), com apoio da EcoAgência de Notícias e Instituto Goethe, que trouxe a professora titular do Departamento de Horticultura e Silvicultura da Faculdade de Agronomia da UFRGS, Ingrid de Barros, e a engenheira agrônoma e proprietária do Sítio Capororoca, Silvana Bohrer, mostrou que é possível usufruir desse patrimônio no meio urbano. A mediação foi do jornalista e diretor do NEJ/RS Juarez Tosi.

A chave do sucesso da atividade de plantio, segundo a professora Ingrid, está ligada à rusticidade e capacidade de adaptação dessas plantas. “Elas podem ser manejadas ou cultivadas em terrenos baldios, quintais, jardins, muros, cercas-vivas, telhados verdes, entre outros”, explica. As espécies alimentícias subutilizadas também possibilitam a criação de distintos cardápios, favorecendo a segurança nutricional. Elas igualmente podem gerar a diversificação de renda, com potencial econômico para empreendimentos na agricultura familiar.


Hibiscus
Divulgação - As plantas alimentícias ganharam os holofotes a partir da divulgação da tese de doutorado na UFRGS de Valdely Kinupp, que pesquisou 1,5 mil espécies da vegetação nativa na Região Metropolitana de Porto Alegre. Deste universo, 311 possuem potencial alimentício e são praticamente desconhecidas. Parte do estudo foi realizado no Sítio Capororoca, Bairro Lami, em Porto Alegre, de propriedade de Silvana. No sítio, 116 plantas são cultivadas, seja para o uso das raízes e dos frutos. Com essa variedade é possível ter oferta de alimentos o ano todo, pois muitas das espécies vegetais resistem a condições extremas de calor e frio, de excesso de água a estresse hídrico.

Em 2004, “Kinupp” ajudou a implementar no Sítio Capororoca e produzir plantas alimentícias não-convencionais, como a capuchinha, a urtiga, que é usada na massa dos pães, o ora-pró-nóbis, as bertalhas, o lulo, o jaracatiá, o tomate de capote, entre outras, que atualmente são produzidas e comercializadas e podem atingir grande valor econômico. Além de plantar, Silvana passou a testar essas plantas em diferentes receitas. O hibisco, por exemplo, foi trazido ao Brasil pelos escravos, e com o qual pode-se fazer o tradicional chá, suco, geleia e o arroz de cuxá maranhense.
lírio do brejo



Há também o lírio-do-brejo, que das flores extraem-se essências utilizadas na indústria da perfumaria. Já a indústria farmacêutica aproveita a planta inteira na fabricação de medicamentos indicados para doenças cardiovasculares. Assim como o lírio-do-brejo, muitas outras espécies enquadram-se como alimentos nutracêuticos – quando os alimentos vão além de suas funções nutricionais básicas, contribuindo com a redução de risco das doenças crônico-degenerativas.

Do mesmo modo que as plantas oferecem um potencial escassamente conhecido, também podem representar grandes perigos. Um exemplo é o próprio lírio-do-brejo, que tanto a planta, seu chá ou extratos não devem ser consumidos sem acompanhamento médico, pois trata-se de uma espécie muito tóxica que pode levar à morte. De acordo com Ingrid, a evolução deste mercado deve ser acompanhado de cursos de capacitação para a identificação das plantas. Igualmente de políticas públicas que valorizem essa riqueza desconhecida. “Os sem-terra, por exemplo, torravam o inhame e a partir dele faziam café nos assentamentos. Depois que melhoravam de vida, compravam o café convencional. Esses alimentos precisam deixar de serem marginais, para serem incorporados como cultura”, pondera a engenheira Silvana.

Ao final do evento, os participante degustaram pães feitos com hibisco e urtiga, com pasta de hibisco e chimia de abóbora com jaracatiá, fornecidos pelo Sitio Capororoca.

Leia ainda:

Hoje, na Terça Ecológica, as plantas alimentícias que os brasileiros não conhecem
EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais

http://maps.google.com.br/maps?t=h&ie=UTF8&ll=-30.242163,-51.073723&spn=0.144443,0.220757&z=12

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Ora Pro Nobis (Pereskia sp) - Planta Alimentícia e Medicinal



NOMES POPULARES: Ora-pro-nóbis, Orapronóbis, Carne dos pobres, Lobodó, Lobrobó, Labrobó, Orabrobó, Rosa madeira, Groselha de barbados, Groselha da américa.

NOME CIENTÍFICO: Pereskia aculeata.

UTILIDADES: Alimentícia e medicinal.

NÃO TEM NENHUMA TOXICIDADE E NÃO TEM CONTRA INDICAÇÕES

Há diversas variedades de ora-pro-nóbis sendo qua a mais adequada ao consumo alimentício é a mostrada no vídeo pois tem um sabor agradável, as demais variedades diferem dessa nas cores das flores e possuem um sabor um pouquinho amargo.
É rica em proteínas, ferro, cálcio, fósforo, zinco e aminoácidos.

Possui todos os aminoácidos essenciais e em maior quantidade a lisina e o triptófano.
Possui 4 vezes mais vitamina C que a laranja.
Cerca de 25% das folhas são proteína pura sendo que 85% delas são de fácil digestão e aproveitadas pelo ser humano.

É rica em fibras e betacaroteno. ajuda a recompor a flora intestinal, a regular o intestino e o colesterol.
O pólen das flores é quase 100% proteína, para obter deve-se colher as flores bem cedo antes que os insetos as polinizem.

É rica em ácido fólico, essencial na gravidez.
Come-se as folhas e as flores cruas ou em saladas, e come-se as folhas refogadas ou cozidas com outros alimentos.

AS FOLHAS DESIDRATADAS PODEM SER TRITURADAS OU MOÍDAS FORMANDO UMA FARINHA RICA EM PROTEÍNAS, SAIS MINERAIS E AMINOÁCIDOS E QUE PODE SER USADA EM BOLOS, PÃES E BISCOITOS, E QUE TAMBÉM PODE SER ARMAZENADA POR UM BOM TEMPO.

Produz um fruto amarelado com espinhos, mas que pode ser comido e tem valor medicinal no combate a sífilis.
É recomendada como alimento a gestantes, pessoas com anemia e com prisão de ventre.
Na medicina popular as folhas são aplicadas sobre queimaduras para evitar infecções e acelerar a recuperação.

O consumo das folhas é indicado para que tem anemia.
O chá das folhas é usado como depurativo do sangue e tônico, é eficaz no tratamento de cistites, úlceras e problemas de pele.
mudas ora-pro-nobis

O consumo frequente das folhas previne o aparecimento de varizes, câncer de intestino, hemorróidas, diabetes e colesterol alto.

CURIOSIDADE: o nome popular, ora-pro-nobis (“rogai por nós”) vem do latim e se deve ao fato de, segundo a lenda, nos tempos do ciclo do ouro, na Vila de São José, onde hoje se tem Sabará, São João del-Rey, Ouro Preto e Tiradentes, padres europeus residentes, aproveitando a robustez dos espinhos espalhados por toda ela, fazerem cercas vivas com a planta para circundar as igrejas. Em pouco tempo, as qualidades gastronômicas da planta ficaram conhecidas, sobretudo pelos mais pobres do local, que passaram a consumir as folhas como mistura na alimentação diária, fazendo com que ficasse conhecida como carne dos pobres, também por conta de suas proteínas.
Sem o desejo de verem desfolhados seus arbustos espinhosos, os padres vigilantes estavam sempre de prontidão na defesa das cercas. Somente baixavam a guarda durante os sermões da missa, rezada em latim, momento em que os desvalidos apreciadores da iguaria aproveitavam para fazer sua colheita.
Durante o sermão, na ladainha em que se pede aos santos para rogarem por nós, a frase em latim era repetida – ora pro nobis – servindo de deixa e de nome ideal para o alimento recém-descoberto. A ladainha de todos os santos estendia-se por longos minutos.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Ora Pro Nobis e o crescente interesse dos consumidores pela hortaliça, e também por sua aparição em cardápios de restaurantes de alta gastronomia do eixo Rio-São Paulo

Resultado de imagem para ora pro nobisSistema de produção facilita o cultivo de ora-pro-nóbis para agricultores familiares

Pequenos produtores brasileiros já podem contar com um sistema de produção próprio para ora-pro-nóbis, que traz facilidade nos tratos culturais e permite uma colheita escalonada ao longo do tempo. A proposta do sistema é fazer o plantio adensado – para garantir maior produtividade por área – e programar colheitas sucessivas para manter controlada a arquitetura da planta e evitar emaranhados de galhos e espinhos. Os experimentos foram conduzidos nos campos da Embrapa Hortaliças, em Brasília (DF).
Com o crescente interesse dos consumidores pela hortaliça, e também por sua aparição em cardápios de restaurantes de alta gastronomia do eixo Rio-São Paulo, surgiu um nicho de mercado e, para viabilizar a oferta do produto, foi validado o sistema de plantio adensado – até cinco mil plantas por hectare – com colheitas sucessivas que permite a condução dessa espécie de forma mais simples e eficaz pelo produtor rural. O espaçamento praticado anteriormente resultava em cerca de 1.250 plantas por hectare. Outra vantagem do novo sistema é que ele dispensa a necessidade de tutoramento da planta para colheita das folhas, já que prevê a poda de hastes.
“A ora-pro-nóbis é muito rústica e com bom potencial produtivo, que se apresenta como uma opção de diversificação de renda e de cultivo especialmente para o agricultor familiar, já que a produção em larga escala é dificultada pelas próprias características da planta, que exige intensa mão de obra”, sugere o pesquisador Nuno Madeira.
Por ser uma planta da família dos cactos, a ora-pro-nóbis cresce como um arbusto, com espinhos agudos distribuídos ao longo dos caules e ramos, o que dificulta o manuseio pelos agricultores. “No geral, os produtores não consideram estabelecer lavouras de ora-pro-nóbis pela dificuldade de lidar com a planta espinhosa”, contextualiza o pesquisador, ao comentar que a planta, apesar de muito nutritiva, costuma ser utilizada somente como cerca-viva ou, em regiões específicas, como ingrediente de receitas tradicionais em cidades históricas de Minas Gerais, como Diamantina, Tiradentes e Sabará.
Também conhecida por lobrobó ou pereskia, a ora-pro-nóbis é considerada uma planta alimentícia não convencional (PANC) e apresenta um relevante teor de proteína – trata-se de um alimento de origem vegetal com cerca de três gramas de proteína a cada 100 gramas de folhas. “Embora esse valor seja equivalente em outras hortaliças como rúcula e agrião e também em folhas de coloração verde-escura, a qualidade da proteína da ora-pro-nóbis é melhor porque apresenta mais complexidade e aminoácidos essenciais, ou seja, tem maior valor biológico para o organismo porque contém aminoácidos essenciais em quantidade e proporções adequadas”, explica a pesquisadora Neide Botrel.Resultado de imagem para ora pro nobis
Colheitas sucessivas
A ora-pro-nóbis pode atingir até quatro metros de altura, por isso, as colheitas sucessivas, a cada seis ou dez semanas, dependendo das condições climáticas, funcionam como podas que, além de facilitar o manejo da planta espinhosa e garantir ergonomia para o produtor, estimulam o desenvolvimento vegetativo e a produção comercial de folhas.
Segundo cálculos feitos nos experimentos, a produção pode atingir até dois quilos de folhas por planta a cada corte, com quatro a oito cortes anuais – o que equivale de 20 a 40 toneladas por hectare ao ano. Madeira destaca que a planta pode se manter produtiva por até dez anos, mesmo com pressão por alta produtividade, desde que sejam feitas adubações periódicas com matéria orgânica.
Além da parte agronômica, a pesquisa também obteve resultados na área de pós-colheita, com testes que indicaram a condição ideal para prolongar a vida útil das folhas de ora-pro-nóbis. De acordo com Neide, quando embaladas em bandejas de isopor com filme de plástico e armazenadas à temperatura de 10ºC, as folhas mantêm a qualidade por até 15 dias.
Matéria-prima para a indústria alimentícia
Se reside em Minas Gerais toda a tradição da receita de frango ensopado com as folhas suculentas de ora-pro-nóbis, nos demais estados do Brasil essa hortaliça ainda é pouco explorada na agricultura e na culinária, seja na forma fresca ou processada. Contudo, uma parceria firmada entre a Embrapa Hortaliças e a empresa Proteios, da área de nutrição funcional, pretende mudar esse cenário.
A partir do sistema de produção validado pela pesquisa, agricultores familiares da região do Município de Palmeira, distante 80 km de Curitiba, capital do Paraná, iniciaram o cultivo da hortaliça para oferecer à empresa, que fabrica um produto denominado Complemento Nutricional Funcional (CNF), uma proteína vegetal em pó composta basicamente por folhas de ora-pro-nóbis. Esse produto é uma espécie de farinha utilizada para enriquecer bebidas e alimentos como pães, massas e barras de cereais. O destaque da composição nutricional é a elevada concentração de proteína, que gira em torno de 28% da matéria seca.
“O trabalho tem apresentado bons resultados porque a produção está integrada com a indústria e próxima da fábrica processadora”, comenta Madeira. Ele destaca que, atualmente, há cerca de 50 produtores iniciando a colheita em, pelo menos, oito municípios do Paraná e Santa Catarina. “O maior desafio é ganhar escala para suprir a demanda da indústria, mas há potencial para alcançarmos até 400 produtores, sendo um hectare por família com a ora-pro-nóbis entrando como alternativa de diversificação de renda, mas também como garantia de segurança alimentar”, analisa.
Resultado de imagem para ora pro nobis
A grande maioria desses produtores cultiva fumo e, além do histórico de vender para a indústria em sistema de produção contratada, eles também possuem experiência com o processo de secagem das folhas em estufas para desidratação. No sistema de produção validado pela Embrapa, a projeção de rendimento é de até R$ 3 mil mensais por hectare cultivado, no caso da folha verde. Na proporção, oito quilos de folhas verdes rendem um quilo de folhas desidratadas. Nesse caso, investir em equipamentos de secagem é vantajoso porque a empresa paga até R$ 18 por quilo de folha seca, enquanto a folha verde rende somente 8% desse valor – cerca de R$ 1,50 por quilo.
No que se refere à segurança alimentar, tem-se recomendado fazer a poda apical ou “quebra da ponta” dez dias antes da colheita da haste para consumo dos próprios agricultores. “Essa prática, além de ofertar um alimento nutritivo para o produtor, permite um maior rendimento das folhas da haste pelo aporte de nutrientes direcionado para elas e não mais para o ápice, que foi podado”, explica Madeira ao ressaltar que antes o potencial da ora-pro-nóbis era subutilizado, já que na Região Sul não havia a tradição de consumir a planta.
O ora-pro-nóbis está sendo estudado no âmbito do projeto “Avaliação agronômica, caracterização nutricional e estudo da vida útil de hortaliças não convencionais”, da Embrapa Hortaliças, que busca tornar acessíveis as informações sobre essas espécies com o intuito de fomentar a produção, o consumo e a comercialização. Outras hortaliças estudadas são: almeirão-de-árvore, amaranto, anredera, azedinha, beldroega, bertalha, capuchinha, cará-do-ar, caruru, fisális, jambu, major-gomes, mangarito, maxixe-do-reino, muricato, peixinho, serralha, taioba e vinagreira.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) também está vinculado ao projeto de fomento do cultivo de ora-pro-nóbis no Paraná. O órgão adicionou a cultura na lista dos produtos financiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), permitindo o custeio da lavoura.
Resultado de imagem para ora pro nobis“É um sonho meu que pode se tornar realidade”
O produtor rural Élcio Rochinski cultiva um hectare de ora-pro-nóbis em Palmeiras (PR) e, em parceria com a empresa de nutrição funcional, aposta na cultura como alternativa ao tabaco.
Como surgiu o interesse pelo plantio de ora-pro-nóbis?
Na região onde moro, existem poucas possibilidades de cultivos para pequenos agricultores e a grande maioria das famílias com uma pequena parcela de terra trabalha no cultivo do tabaco, pois em pequenas áreas de plantio é a cultura que mais dá resultados. Diante disso, sempre há a busca por novas opções de culturas por parte dos agricultores, já que a cadeia produtiva de tabaco é extenuante e pode trazer outras implicações para o agricultor. Por isso, sempre tive o anseio de poder produzir alguma coisa diferente e o sonho de que também outras pessoas pudessem depender menos dessa cadeia produtiva. Eu nunca tinha ouvido falar sobre ora-pro-nóbis. Fiquei sabendo da possibilidade quando a empresa buscava parceiros para começar a desenvolver lavouras aqui na região. Eu aderi logo aos experimentos para servir de modelo sobre o desenvolvimento da planta na região e para torná-la mais conhecida por aqui.
Quais os principais resultados observados com o sistema de plantio adensado e colheitas sucessivas?
Depois de um processo de adaptação e conhecimento sobre a planta e sobre seu cultivo, percebi que essa seria uma boa oportunidade para produtores aqui da nossa região. Em comparação com outros sistemas de produção, o plantio adensado possibilitou produção maior em um mesmo espaço de terreno sem prejudicar o desenvolvimento das plantas e também sem dificultar o manejo. Outra coisa que evoluiu muito no cultivo foi a possibilidade de fazer um manejo de podas sucessivas dando agilidade e rendimento na hora da colheita. Além disso, a cada poda, a planta é estimulada a produzir mais, assim o rendimento aumenta gradativamente conforme as plantas vão sendo podadas.
Em média, qual tem sido o rendimento obtido por área plantada?
Faz um ano e meio que, em minha propriedade, tenho cultivado um hectare de ora-pro-nóbis. Nesta área de plantio, é possível afirmar com clareza que, com o trabalho de podas adequado e com tratos culturais de limpeza e adubação regulares, a média de produção de cada planta a cada corte é algo em torno de 1 quilo de folha verde. Isso significa, após a secagem, algo em torno de 125 gramas de folhas desidratadas. Em média, temos o rendimento de R$ 2,25 reais por planta a cada corte. O rendimento semanal ou mensal depende muito do cronograma de colheita adotado por cada produtor, que varia conforme a disponibilidade de tempo destinado para a cultura.
Para a região, qual a importância de diversificar renda e cultivo?
No caso da diversificação, embora não pareça, a ideia principal não é aumentar exorbitantemente a lucratividade dos produtores, mas sim trazer segurança com opções de renda diferenciadas, caso alguma cultura venha a não produzir. Além disso, para que a diversificação seja eficiente é preciso que o produtor tenha consciência da sua capacidade de produção para cada cultura. Em resumo, quando há exagero nas proporções de atividades para desenvolver, acaba que nada fica sendo bem cuidado e, assim, não há o rendimento esperado. O primeiro passo para fazer uma boa diversificação na propriedade é estar consciente da sua capacidade de produção e saber dosar tudo que pretende fazer.
Quais são as perspectivas para o plantio de ora-pro-nóbis?
Há um grande caminho para percorrer, mas o primeiro passo foi dado, com o plantio sendo estudado cada dia mais. Costumo dizer que a planta se garante e mostra um potencial enorme. Há ainda um desafio pela frente, que é torná-la mais conhecida. Penso que, sob esse aspecto, a pesquisa e a indústria terão um papel fundamental na difusão do conhecimento e no estímulo ao consumo dessa planta. Para os produtores que pretendem obter renda em maior escala, o papel da indústria é indispensável. No geral, as perspectivas são as melhores possíveis – a ora-pro-nóbis é um sonho meu e de muitos outros produtores da agricultura familiar como opção de trabalho e renda que pode se tornar realidade.
Fonte: Portal Dia de Campo – Paula Rodrigues, Embrapa Hortaliças

quinta-feira, 30 de março de 2017

Conheça a ora-pro-nobis, o superalimento proteico

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Como consumir Ora-pro-nobis?
     A parte comestível dessa planta são suas folhas. Seu preparo é extremamente simples, como qualquer outra verdura obviamente, devemos lavá-las bem. Seu sabor é neutro e tem uma textura macia. Ela poderá fazer parte de recheios, saladas, refogados, sopas, sucos e onde mais sua imaginação de culinarista permitir.

 

Farinha enriquecida com Ora-pro-nobis
 
    É uma pena que não temos o cultivo de Ora-pro-nobis em grande escala. Seguramente, seus valores nutricionais poderiam acrescentar muito a nossa alimentação, principalmente através da farinha enriquecida, que poderia chegar à nossa mesa.
    Essa farinha enriquece uma receita. Usa-se as folhas frescas ou secas e moídas na forma de pó. É feita com as folhas desidratadas. Para isso, é preciso colher as folhas, espalhar em uma forma, levar ao forno na menor temperatura para desidratar. Depois, basta triturá-las ou adicioná-las a suas receitas. Guarde num vidro com tampa e utilize como mistura para enriquecer farinha, massas de pães, bolos, tortas, panquecas, etc.
Essa farinha é rica em proteínas, aminoácidos, vitaminas, sais minerais, e fibras. 
A ora -pro-nobis já é utilisada no preparo da farinha múltipla (complemento nutricional usado pela pastoral da criança no combate à desnutrição). 
O cultivo em larga escala do ora-pro-nóbis, devido a seu fácil cultivo poderia representar uma revolução na alimentação por conta do seu alto valor nutricional.

      Os resultados indicaram que a farinha de Ora Pro Nobis pode trazer benefícios para a saúde, como a melhora da motilidade intestinal, e está associada à redução da gordura visceral e do perfil lipídico, bem como ao aumento dos níveis de HDL-c. Com estes resultados, podemos sugerir que a incorporação desta farinha em diferentes produtos industriais pode ser uma maneira conveniente e eficaz para a ingestão de produtos mais saudáveis.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27583638

Muita gente prefere consumir as folhas cruas em saladas. É muito consumida no estado de Minas Gerais, onde a planta é mais popular.

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    As folhas do ora-pro-nobis, desidratadas, contém 25,4% de proteína; vitaminas A, B e C; minerais como cálcio, fósforo e ferro. É uma planta que merece atenção especial por seu alto valor nutritivo e facilidade de cultivo, inclusive doméstico. A composição rica de proteína, ferro, vitaminas A e C e ácido fólico fazem da ora pro nobis uma importante aliada contra as doenças nutricionais (desnutrição).


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Composição nutricional da Ora-pro-nobis
COMPOSIÇÃO EM 100 GRAMAS DE FOLHAS:
1.     Energia        26 kcal
2.     Proteína        2,00 g
3.     Lipídios        0,40 g
4.     Carboidratos        5,00 g
5.     Fibras        0,90 g
6.     Cálcio        79,00 mg
7.     Fósforo        32,00 mg
8.     Ferro        3,60 mg
9.     Retinol        250,00 mcg
10.  Vitamina B1        0,02 mg
11.  Vitamina B2        0,10 mg
12.  Niacina        0,50 mg
13.  Vitamina C        23,00 mg
      É uma planta com alto teor de proteína (aproximadamente 25% de sua composição). Entre seus aminoácidos, teremos a lisina e o triptofano em maior quantidade. Seu elevado teor de vitamina C supera a laranja em 4 vezes. Além dos minerais e vitaminas, também é rica em fibras.
 

Benefícios do consumo da Ora-pro-nobis
É um vegetal rico em ferro, ajuda a curar anemias das mais graves. Pessoas com anemia deverão passar a utilizá-la com mais frequência, pois os índices de ferro são essenciais para o tratamento desse quadro;

    Seu alto teor de fibras ajuda no processo digestivo e intestinal, promovendo saciedade, facilitando o fluxo alimentar pelo interior das paredes intestinais, além de ajudar a recompor toda a flora intestinal. Suas folhas são ricas em mucilagem, que contribui para o bom funcionamento do intestino. Isso evita os estados de constipação, prisão de ventre, formação de pólipos, hemorroidas e até tumores;
      As grávidas deveriam consumir Ora-pro-nobis nesse período, pois ela é rica em ácido fólico, essencial para evitar problemas para o bebê;
    A alta concentração de vitamina C ajudará a fortalecer o sistema imunológico, evitando uma série de doenças oportunistas;
    Ótima para a pele, devido à presença de vitamina A (retinol) em grande quantidade;
    O retinol também é fundamental para manter a integridade da visão em dia;
    Mantém ossos e dentes fortalecidos, pela boa quantidade de cálcio.
    O chá, ou o suco feito a partir de suas folhas, tem excelente função depurativa, sendo indicado para processos inflamatórios, como cistite e úlceras;
Sua ação depurativa associado ao chá também está ligado ao tratamento e prevenção de varizes;

    Por ser muito consumida em Minas Gerais, a Universidade de Lavras realizou um estudo sobre suas propriedades, constatando que seus princípios ativos são eficientes para o tratamento de várias doenças, tanto de origem inflamatória, quanto gastrointestinais, circulatórias, etc. Nesse estudo os pesquisadores constataram que os princípios da planta podem ajudar na prevenção de doenças como varizes, câncer de colon, hemorroidas, tumores intestinais e diabetes, além de diminuir o nível de colesterol ruim, tratar furúnculos e sífilis.
 

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 Suas propriedades já são muito conhecidas, principalmente pelas pessoas que vivem nas zonas rurais, e a cultivam em seu quintal como remédio e alimento. Foi a partir desse conhecimento popular que a Ora-pro-nobis passou a chegar às grandes cidades.
  É possível seu cultivo em ambiente em casa, uma vez que pega bem em qualquer tipo de solo, não exige cuidados específicos, se propaga com facilidade. Tem espinhos e pode ser usada em cercas-vivas, se desenvolvendo bem tanto à sombra como ao sol.
A ora-pro-nóbis é propagada por meio de estacas plantadas em solo fértil enriquecido de matéria orgânica e, depois de enraizadas, são transplantadas para o local definitivo. Em épocas de chuva pode ser plantada diretamente em local definitivo. Seu desenvolvimento, quando feito por estaquia, é lento nos primeiros meses, mas após formação das raízes tem o crescimento bastante acelerado.
Quem nunca provou e gostaria de adquirir uma muda, dê uma vasculhada pela internet. É possível encontrar quem vende as mudas e até generosos doadores. Vale a pena!

    Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata), do latim "rogai por nós", é uma cactácea, um cacto trepadeira com folhas. Segundo as tradições populares, o nome teria sido criado por pessoas que colhiam a planta no quintal de um padre, enquanto ele rezava em latim: Ora pro nobis. Sendo conhecido também como lobrobô ou lobrobó. O nome científico é uma homenagem ao cientista francês Nicolas-Claude Fabri de Peiresc, e o termo aculeata vem do latim e significa espinho, agulha.

Onde encontrar?
Originária do continente americano, encontram-se variedades nativas dessa hortaliça perene, rústica e resistente à seca na Flórida, nos Estados Unidos e na região sudeste do Brasil. Nos estados do Sudeste é mais fácil, por ser mais abundante nessa região. Em Minas Gerais, é facilmente encontrada, fresca, desidratada, em saquinhos.

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É uma planta que é capaz de nutrir e auxiliar na prevenção várias doenças. No curso vida saudável ensinamos diversas formas de uso da ora-pro-nobis.

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      A cicatrização de feridas é uma propriedade comumente atribuída à mucilagem das suas folhas ( Aburjai e Natsheh, 2003 e Thornfeldt, 2005 ), no entanto, esta propriedade nunca foi testada em condições experimentais.
     A cicatrização de feridas é um processo complexo que envolve etapas de migração e proliferação celular, especialmente de células fibroblásticas ( Krishnan, 2006 ). A mucilagem pode ajudar na promoção tanto da proliferação celular como da migração de fibroblastos, por isso ela pode contribuir para a cicatrização de feridas. Um método conveniente para evitar o uso da experimentação com animais foi recentemente revisto por Yarrow et al. (2004) , onde a observação da proliferação e migração de fibroblastos em cultura pode ser feita sobre uma placa de vidro coberta com uma matriz, tornando o ambiente mais próximo das condições naturais.

      Além dos eventos celulares, a cicatrização de feridas é geralmente acompanhada por um processo inflamatório, que desempenha um importante furo na entrega de mediadores envolvidos na sinalização química para células imunológicas ( van Solingen et al., 2014 ). É bem conhecido que os compostos polifenólicos apresentam atividade antioxidante e apresentam a capacidade de eliminar radicais livres produzidos pelo metabolismo celular ou por outras fontes exógenas ( Bianchi e Antunes, 1999 e Everette et al., 2010 ). Uma das características do estágio inflamatório de cicatrização de feridas é a produção exacerbada de radicais livres, e o conteúdo de compostos polifenólicos pode romper este processo, gerando um alívio nos sintomas inflamatórios, incluindo dor e coceira.

       P. aculeata é uma planta cujas propriedades medicinais são pouco estudadas e pouca informação é encontrada sobre seu cultivo e seus efeitos no desenvolvimento geral e na produção metabólica secundária. Dado que esta espécie está amplamente distribuída no território brasileiro, crescendo em diferentes biomas ( Rosa e Souza, 2003 ), este trabalho teve dois propósitos principais: 1- Compreender a influência do substrato e, consequentemente, o teor de nutrientes na produção de mucilagem e compostos polifenólicos ; E 2- Estudar as propriedades cicatrizantes das folhas em relação ao seu conteúdo mucilaginoso.
Fonte       
Revista Brasileira de Farmacognosia  Volume 24, Edição 6 , Novembro-Dezembro 2014, Páginas 677-682  Propriedades cicatriciais da ferida e conteúdo de mucilagem de Pereskia aculeata de diferentes substratos
  http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0102695X15000162

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