Inflorescência e folhas. Foto: J. Camillo. |
Fruto. Foto: J. Camillo. |
Flores. Foto: J. Camillo. |
Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com WHAST 51 3407-4813
Inflorescência e folhas. Foto: J. Camillo. |
Fruto. Foto: J. Camillo. |
Flores. Foto: J. Camillo. |
O segmento de produção de hortaliças sob cultivo orgânico, que vem sendo contemplado em várias linhas de publicações disponibilizadas ao longo dos anos pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), ganhou mais um reforço, dessa vez com o Boletim de Pesquisa & Desenvolvimento 201 intitulado “Plantio direto de tomate sobre coberturas vivas em sistemas orgânico de produção”.
O boletim retrata os caminhos percorridos, desde a proposta do trabalho de pesquisa, passando pelos experimentos e chegando aos resultados alcançados e que possibilitaram a validação da solução tecnológica que associa coberturas vivas ao plantio direto de hortaliças - no caso desse estudo, o tomate.
“Esse trabalho foi conduzido durante muitos anos para atender um princípio fundamental dos sistemas agroecológicos de produção que implicam no revolvimento mínimo de solo. E o sistema de coberturas vivas permite a produção de hortaliças tanto em campo aberto quanto em estufa, por pelo menos cinco anos sem preparo de solo - para a produção de hortaliças, que são espécies de uso intensivo e que exigem muito revolvimento da terra, a aplicação da técnica tem-se mostrado relevante”, explica o pesquisador Francisco Vilela, que compartilhou os trabalhos com as pesquisadoras Mariane Vidal e Ronessa Bartolomeu.
O pesquisador chama a atenção para o uso correto da cobertura viva que, pelo fato de ser perene, não pode ser utilizada em hortaliças onde é obrigatório o uso de canteiros nos quais a parte comercial é subterrânea, como cenoura, beterraba, batata, alho, por exemplo. E aponta algumas das vantagens do uso dessa solução tecnológica.
“A cobertura viva, além de contribuir para a preservação da estrutura física, fertilidade e a vida do solo, princípio fundamental da agroecologia, também favorece a economia na irrigação e adubação, e ainda ajuda no controle do mato”, elenca Vilela. “E o amendoim forrageiro, além dessas vantagens, é uma leguminosa fixadora de nitrogênio, o que representa a produção de nutrientes para a cultura”, acrescenta.
Especificamente, os efeitos do uso da cobertura com o amendoim forrageiro no cultivo do tomate foram, segundo o pesquisador, bastante relevantes. “Para o tomate, a cobertura viva aumentou o número de colheitas e, portanto, a produtividade que, em alguns casos, chegou a 30%, devido ao efeito fitossanitário da cobertura ao isolar a planta do tomate do solo, criando com isso um microclima menos favorável para a transmissão de doenças, o que trouxe reflexos na longevidade das plantas, que permaneceram vivas por mais tempo que no solo descoberto”.
Público-alvo
O boletim “Plantio direto de tomate sobre coberturas vivas em sistema orgânico de produção” tem como público-alvo os agricultores orgânicos e de base ecológica, mas não se limita a apenas esse segmento. Na avaliação do pesquisador, “a tecnologia apresenta um grande potencial para ser introduzida em sistemas comerciais, sejam orgânicos ou não, de produção de tomate”. A publicação está disponível no endereço https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1121614.
Anelise Macedo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
Contatos para a imprensa
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Mais informações sobre o tema
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www.embrapa.br/fale-conosco/sac/
As hortênsias são plantas de origem asiática, Japão e China, muitas vezes é comum chamá-las de rosa-do-japão. Elas pertencem à família Hydrangeaceae.
Pesquisas revelam que existem mais de 600 cultivares de hortênsias. São plantas arbustivas, possuem o ciclo de vida perene, podendo chegar a altura de 1,5 m.
Suas florescências acontecem em duas épocas do ano, nas estações da primavera e do verão. As flores podem variar entre vermelho, branco, lilás, azul, branco, rosa e violeta. São plantas que preferem o frio ou climas amenos. Calor nem pensar.
Só é possível fazer mudas de hortênsias através dos galhos, estacas que devem ser retirados ainda quando estão bem, normalmente, o período é aquele de florescimento da hortênsia principal.
Outro ponto importante é fazer o corte das estacas com atenção, além de cortá-las em bisel, a medida deve ficar em torno de 1 cm de diâmetro e 20 cem de comprimento.
Fique atento a esses outros detalhes:
* É recomendado na hora de fazer mudas de hortênsias usar o hormônio enraizador;
* A parte que será aquela enterrada é que deverá ser mergulhada no produto;
* Não espere que surjam raízes antes de dois meses mesmo usando o hormônio enraizador;
* Plante as estacas em pequenos balaios e durante o processo de enraizamento elas devem ficar sob a sombra;
* Você pode usar para fazer a sombra que as estacas precisam: estufas, embaixo de árvores ou em ripados;
* O sol não pode bater direto na sua muda de hortênsia;
* Como fazer o solo do pequeno balaio: areia fina misturada com terra vegetal, na seguinte proporção: terra duas partes e areia uma parte igual. Deve ser bem misturada;
* Outro detalhe importante é o corte na parte inferior da estaca. Porém, ele deverá ser feito abaixo de uma gema ou de um nó. O mesmo deve repetir-se na parte de cima da estaca;
* Faça o desbaste das folhas na parte de baixo com muito cuidado, mas não retire todas elas, deixe entre 2 ou 3 pequenas que estão posicionadas na parte superior;
* O modo correto de fazer as mudas de hortênsias é no outono. Sendo que é uma planta fácil de ser cuidada não exige muito;
* A dica para deixar as hortênsias mais bonitas é colocar sempre uma boa quantidade de material orgânico. As flores serão mais bonitas;
* O solo deve ser mantido úmido.
Como ter hortênsias com cores deferentes:
O que faz com que uma hortênsia tenha uma cor e não outra é o PH do solo. Veja então a diferença de cada um e as cores que eles “produzem”.
* O solo ácido faz com que a hortênsia seja azul.
* O solo com sulfato de alumínio em grande quantidade faz com que a hortênsia seja azul violáceo.
* O solo alcalino faz com que a flores sejam rosas.
* Quando é muito alcalinizado o solo as flores nascem brancas.
* A dica para conseguir uma diversidade grande de cores de hortênsias é colocar carbonato de sódio no solo.
A hortênsia no jardim
A hortênsia é usada de várias formas pelos paisagistas para compor um jardim, do solo a plantada em vasos. Também é usada em grupos chegando a criar uma cerca viva ou é colocada um pouco mais isolada, tendo um lugar somente seu.
Outro uso comum das hortênsias em jardins é para fazer maciços ou bordas e vale ressaltar que também podem ser cultivadas em vasos e enfeitarem a parte externa da casa.
Cuidados necessários com as hortênsias
Como citado anteriormente elas exigem poucos cuidados porque são consideradas plantas rústicas. Porém, é recomendado que o solo para plantá-las tenha bastante matéria orgânica.
As hortênsias preferem um solo ácido, neste tipo de terra ela cresce mais vistosa, com flores bem mais coloridas e flores em maior quantidade.
Não descuide da rega diária das hortênsias no período seco, se ela estiver no período do aparecimento das flores, se torna mais importante ainda.
Assim como no cultivo ela precisa ficar à meia sombra, o mesmo se repete quando a planta já se desenvolveu. O contato direto com o sol não é recomendado em momento nenhum, pior ainda durante o verão.
Somente no sul durante o período mais fresco é que a hortênsia pode ficar exposta ao solo da manhã.
Outra dica é não plantá-las perto de árvores. É comum nestes casos, que elas percam um pouco da umidade para as árvores. O que é péssimo para o crescimento delas.
Outras dicas sobre a reprodução e cultivo das hortênsias:
* A transposição pode ser feita em qualquer momento do ano, preferível evitar o calor em excesso;
* A cova que irá receber a muda deve ser duas vezes maior que o tamanho da raiz da hortênsia;
* O nível do chão é o lugar certo que planta deve ficar depois de cultivada;
* Tenha o cuidado de evitar bolsões de ar apertando o solo que está em torno da planta;
* A primavera é o período ideal para adubar a hortênsia. Prefira os produtos que tenham fósforo e nitrogênio. Ou escolha aqueles que devem ser usados a cada 15 dias;
* O adubo é preferencialmente feito durante o inverno e serve para ajudar no crescimento saudável e mais rápido, mas lembre-se, sem exageros. Se perceber que as flores e folhas são poucas pode ser que você tenha errado para mais;
* A poda deve acontecer logo depois do fim da floração. Os galhos que ficarem sem flores dessa vez darão na próxima, preserve-os;
* O transplante também é melhor que seja feito durante o outono;
* E você pode usar os galhos que foram retirados da poda para fazer novas mudas.
Não esqueça que a água é essencial para que a planta cresça e fique bonita e saudável, mas é mais fácil uma espécie morre pelo excesso do líquido do que pela falta. Antes de regar confira se a terra ainda está úmida ou seca.
Obrigada pela sua visita. Se você tem sugestões ou dicas sobre o assunto, coloque aí nos comentários, eles podem acabar virando temas para novos posts.
Uma beleza delicada que encanta quem vê e cria paisagens incríveis. Quando falamos em uma planta versátil, a amor agarradinho ganha destaque por vários motivos. Para poder obter todos os benefícios dessa planta, porém, é essencial saber como plantar amor agarradinho.
Essa planta nativa do México fica perfeita como cobertura de muros e telhados. Além disso, suas flores alimentam insetos como abelhas e pássaros, dando vida ao seu jardim. Felizmente, o processo de como plantar amor agarradinho é bem mais simples do que se pode parecer.
Aprenda mais sobre essa planta, bem como o processo necessário para o plantio da trepadeira amor agarradinho!
As cores de suas flores podem variar entre branca ou cor de rosa. Porém, isso não diminui em nada a beleza da paisagem que você vai criar. Isso, claro, depende dos cuidados que terá com o amor agarradinho.
Geralmente, é muito usada quando se quer fazer uma cerca viva, de preferência alta e volumosa. Ao seguir as melhores dicas de como plantar cerca viva para climas quentes, o resultado tende a ser maravilhoso.
Essa trepadeira tem um crescimento lento e constante, mas isso depende das suas atitudes no dia a dia. Como gosta de sol, uma dica é encontrar um local em que a planta amor agarradinho pegue muito sol.
O solo deve ser enriquecido com matéria orgânica, e essas adubações devem ser feitas regularmente. Isso contribui para que mais flores apareçam na trepadeira amor agarradinho.
Se você gostou dessa planta, veja abaixo 4 etapas para você começar o processo de como plantar amor agarradinho na sua casa. Você vai ver que ela é muito fácil e prática de ser cultivada. Vamos começar:
Não é preciso ter um vasto conhecimento de plantas para saber como cultivar essa trepadeira, mas é preciso ter cuidados para que ela cresça forte e linda, deixando a sua casa ainda mais viva e maravilhosa.
O segredo de uma paisagem linda está no dia a dia, por isso pense na disponibilidade que você terá para cuidar das suas plantas. As espécies e cuidados são diferentes, mas com um planejamento simples, sua casa pode parecer um sonho com as plantas certas.
Agora que você viu como plantar amor agarradinho, você poderá desfrutar do seu charme e transformar o visual da sua casa. Essa trepadeira, com sua forma e flores, dá o toque que você quiser. Se você gostou do tema desse post do Sítio da Mata ou quer sugerir outros, diga nos comentários. Além disso, nossa página no Facebook conta com várias dicas bem legais e práticas para você seguir hoje mesmo.
A primeira cultivar da espécie Passiflora alata Curtis registrada e protegida no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), BRS Mel do Cerrado, abriu aos fruticultores brasileiros o seleto e valorizado nicho de frutas especiais. A qualidade e o sabor adocicado são os diferenciais dos frutos, que chegam a alcançar preço até quatro vezes superior ao do maracujá-azedo. Desenvolvida pela Embrapa, a cultivar de maracujazeiro-doce tem dado bom retorno financeiro aos produtores e seu fruto recebeu ótima aceitação dos consumidores.
No momento, a cultivar é indicada para a região de Cerrado, no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Tocantins. Há trabalhos de validação em andamento em outras regiões brasileiras, incluindo o Sul, o Norte e o Nordeste.
“Temos muito mais frutos nesta próxima colheita, as plantas estão mais carregadas. Eu as vendo em caixas de papelão, cada uma com cinco ou seis maracujás, dependendo do tamanho deles, e embalo um por um com papel específico, igual à goiaba, para não machucar a casca. Cada caixa saiu de R$ 15,00 a R$ 19,00 – um ótimo preço”, comemora o produtor.
Os maracujás saem de Minas Gerais, da chácara São José, e vão para São Paulo, onde são comercializados na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), em um mercado que atua com frutas especiais exóticas, disputando espaço com o melão Andino, a granadilla do México e a graviola-baby da América Central, por exemplo. “Eu colho as frutas bem cedo, o pessoal do transporte busca a carga por volta das 15h e às 5h da manhã do outro dia, elas já estão em São Paulo para serem vendidas”, conta.
Quando dispostas no mercado, uma das frutas é cortada para que os clientes possam experimentá-la. “Essa é a tática de venda adotada para mercadorias diferentes e é muito importante no caso desse maracujá, também porque a fruta por si só não atrai pelo seu visual”, explica o vendedor Celso de Oliveira. Mas o retorno é certo. Apesar de não ser uma venda rápida, justamente por se tratar de um produto pouco conhecido pelos consumidores, o resultado é bom, já que a novidade tem agradado aos clientes. “A fruta é maravilhosa, uma delícia. Todos que provam gostam. Vou continuar trabalhando com ela aqui no mercado”, garante Celso.
O vendedor disse que já conhecia o maracujá-doce de uma produção que recebia de Janaúba, em Minas Gerais, há uns seis anos. Mas em relação ao Mel do Cerrado, Celso diz que a variedade melhorada pela Embrapa tem melhor sabor e mais tempo de prateleira do que a fruta nativa, apesar de ainda ser um período curto, cerca de uma semana depois de colhida. Depois desse prazo, a fruta começa a amolecer.
Colheita precoce em períodos quentesO amolecimento da ponta das frutas é um dos principais problemas da espécie P. alata, fato que é agravado nos períodos mais quentes do ano. “A alternativa é colher o fruto no início do amadurecimento, assim que começar a mudança de cor,” recomenda o pesquisador da Embrapa Cerrados (DF) Fábio Faleiro, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da cultivar. Outra medida é realizar a pulverização foliar com cálcio para aumentar a consistência da casca dos frutos. O cientista ressalta que o amolecimento da ponta do fruto não está relacionado a pragas ou doenças e tem menor ocorrência nas épocas mais frias. |
“Quem experimenta o maracujá-doce gosta e elogia seu sabor e se impressiona com o tamanho do fruto”, conta o produtor. A nova fruta tem conquistado os consumidores, tanto que a pequena plantação a céu aberto não consegue atender a demanda. O agricultor diz que já recebeu pedidos de mercados locais e de pessoas conhecidas, mas sua produção só é suficiente para atender o mercado paulista. “Estou com a ideia de aumentar a produção. Vou aproveitar uns mourões e uns arames de outra cultivar que não deu certo aqui e vou plantar mais maracujá-doce”, planeja Gilmar.
Os custos de produção do maracujá-doce variam conforme a capacidade de investimento do produtor, já que a cultivar pode ser plantada a céu aberto, em pequenas propriedades, em sistema orgânico e também em estufa, explica Faleiro. “Não existe um pacote tecnológico para essa cultivar, ou seja, o agricultor pode produzir o maracujá dentro da sua realidade de investimento”, esclarece.
Agricultores periurbanos confirmam isso. Valdete Frota cultivou 50 mudas em sistema orgânico. Na primeira carga, foram colhidos 146 quilos de frutos, já descontadas as perdas. O produtor entregou parte da primeira safra para uma banca de orgânicos de Sobradinho (DF). Em dois dias, foram vendidos 40 quilos. Também forneceu os frutos a supermercados da região. “Um deles, ao experimentá-lo, me pediu mais 30 quilos. Mesmo sendo um fruto desconhecido, vendeu muito bem. E nem usamos o apelo do orgânico”, afirma, satisfeito com os resultados iniciais.
Agora que se mudou de Brasília (DF) para uma propriedade em Formosa (GO), Frota planeja aumentar o investimento na BRS Mel do Cerrado. “A experiência foi boa. Eu consegui vender por volta de R$ 5,00 o quilo. É melhor que produzir vinte quilos do outro [maracujá-azedo] e vender a R$ 1,50 na safra. Agora em agosto ou setembro eu vou plantar 500 mudas”, planeja.
Mesmo sabendo que se trata de um mercado novo, Frota está confiante de que mais uma vez fará uma boa venda: “Apesar de não ter oferta, assim que eu começar o plantio, vou sair para procurar clientes. Vou atrair pela novidade, a fruta é bem saborosa e muito cheirosa. Vou às feiras de produtos orgânicos. O pessoal do orgânico é mais aberto a novas experiências. Isso pode ajudar a vender e a conquistar mercado”, acredita. Frota diz que a variedade da Embrapa sofre menos com virose do que as outras de maracujá-doce, não atrapalhando o desenvolvimento nem a produtividade da planta.
O produtor de Brazlândia (DF) Mauro César Santos, que participou do teste de validação da cultivar, destaca o fato de as flores se abrirem pela manhã, enquanto as do maracujazeiro-azedo se abrem à tarde. Isso permite melhor aproveitamento da mão de obra na propriedade. “É possível colocar um funcionário para polinizar o maracujazeiro-doce de manhã e o maracujazeiro-azedo, à tarde”. O produtor explica que otimizar a mão de obra é importante para a saúde financeira do negócio, considerando todos os tratos culturais como adubação, podas e irrigação.
Pesquisadora apresenta vantagens do maracujá doce BRS Mel do Cerrado
O custo de produção, segundo o produtor, foi exatamente o mesmo do maracujazeiro-azedo. Mas por se tratar de um produto diferenciado, o preço da fruta pode ser até quatro vezes maior do que o do maracujá-azedo comercial. “Por se tratar de um fruto especial, ele alcança um mercado consumidor de maior poder aquisitivo e isso agrega valor ao produto”, justifica.
Apesar de a variedade da Embrapa apresentar maior tolerância a bacterioses e viroses, o maracujá-doce, em geral, é mais suscetível a determinadas pragas e doenças do que as variedades de maracujazeiro-azedo. As recomendações de manejo fitossanitário, que são as mesmas do maracujá-azedo, precisam ser seguidas rigorosamente. “É importante ter como princípio o manejo integrado, no qual são combinadas diferentes estratégias de controle genético, biológico, cultural e químico”, enfatiza o pesquisador.
Quanto às pragas, é importante o produtor ficar atento à abelha Irapuá, ao tripes, ao besouro-da-flor, aos percevejos, à mosca-da-fruta e à mosca-do-botão-floral, que danificam as flores e os frutos. “É importante não deixar frutos maduros na planta ou no chão para não atrair a mosca-das-frutas”, recomenda Faleiro.
Para que a cultivar possa conviver melhor com a virose, a Embrapa recomenda o uso da tecnologia do mudão, na qual as mudas são conduzidas em ambiente protegido até atingirem um metro de altura ou mais, quando então são levadas ao campo. Também é importante evitar, ao máximo, o plantio próximo a pomares de maracujazeiro-azedo com a ocorrência de virose.
Para conhecer mais sobre as pragas e doenças do maracujazeiro e as estratégias de manejo integrado, clique aqui.
Foto: Gilmar Santos
Em testes com diferentes perfis de produtores e sistemas de produção, nas condições do Distrito Federal, a BRS Mel do Cerrado produziu de 15 a 25 toneladas por hectare, em polinização aberta, com potencial para alcançar mais de 30 toneladas em plantio em estufa.
Segundo o pesquisador Fábio Faleiro, a expectativa é de que as cultivares desenvolvidas a partir das diferentes espécies de maracujá possam diversificar os sistemas de produção, para oferecer novas opções de geração de emprego e renda, melhorar a qualidade de vida dos produtores e proporcionar aos consumidores produtos derivados de uma biodiversidade essencialmente brasileira.
Os frutos maduros têm a casca de cor amarela, pesam de 120 gramas a 300 gramas (média de 200 gramas) e têm formato oboval, o que lhes dá uma aparência externa semelhante ao de um mamão papaia. A polpa tem cor amarelo-alaranjada e sabor adocicado, acima de 17º Brix, enquanto o do maracujá-azedo é por volta de 12º a 13º Brix (indicador de doçura da fruta). A polpa, sementes e casca são comestíveis, e esta última pode ser usada em farinhas, saladas, compotas e outras receitas, além de servir de alimento para o gado.
O cultivo de qualquer tipo de maracujá exige planejamento desde a implantação do pomar até a comercialização do produto. “É importante que o agricultor busque as informações técnicas sobre o cultivo e siga todas as recomendações de manejo. Antes de plantar, o produtor deve saber quem vai comprar a produção”, recomenda Faleiro.
A vertente ornamental da nova cultivar pode ser apreciada, inclusive, por quem pratica o cultivo de fundo de quintal. Foi o caso de Jacinta de Toledo, que mora em um condomínio em Formosa (GO). Ela plantou quatro mudas em um pergolado na garagem de casa. Com a adubação das plantas, a floração foi intensificada. “A flor é muito bonita. Depois da chuva, a mamangava apareceu e o maracujá produziu os frutos muito rápido”, lembra.
Faleiro explica que a cultivar tem um uso nobre na linha da fruticultura ornamental, na qual as plantas são utilizadas como ornamento devido à beleza das flores, da planta, e também dos frutos, os quais permitem o processamento de diferentes tipos de alimentos.
Jacinta distribuiu os cerca de cem frutos colhidos para amigos e vizinhos, que também se interessaram em produzir a BRS Mel do Cerrado no fundo do quintal. Ela aprendeu uma receita para utilizar, além da polpa e sementes, a parte branca da casca do maracujá-doce, na forma de salada.
Para saber como utilizar a polpa, sementes e cascas do maracujá-doce no processamento de alimentos, clique aqui.
A BRS Mel do Cerrado é resultado de um trabalho de quase 20 anos, iniciado com a seleção e recombinação de acessos de diferentes origens, principalmente da região do Cerrado do Planalto Central. O melhoramento genético convencional, em cinco ciclos de seleção, resultou em uma cultivar com maior produtividade, maior tolerância à bacteriose e à virose e frutos com maior qualidade física e química, além de formato adequado ao mercado.
Os interessados em adquirir as mudas da BRS Mel do Cerrado devem entrar em contato com os viveiristas licenciados pela Embrapa. A relação desses fornecedores, além de outras informações sobre a cultivar, podem ser encontradas aqui.
Foto: Breno Lobato
Breno Lobato (MTb 9417/MG)
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